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Fica o nosso reconhecimento aos professores € 0s alunos pela acolhida e pelo éxito desta obra, que vem sendo utilizada como fonte instrumental de consulta e pesquisa para disciplinas historicas no mbito doDireito. Emiboramantenhasua estrutura central, acbra oi enriquecidacom ue introduziram temas no trabalhados ou pouco ‘edigao. Assim, 02.°Capitul despotismo oriental eo mado de produgdo asi pelo proprioautor, por outro artigoem que é desenvolvido, com interesse e vigor descritivo, a especificidade do Direito nas antiges sociedades da ‘Mesopotéimiae do Bgito. Além denevesséria, a troca tomou-se extrema. | ‘mente oportuna, Qutra valiosa eexcelente contribuigoéo aparecimento daiinstigante eerudita pesquisa sobre o direito grego antigo, dajovern pesquisadorae estudiosa das instituicbes helénicas, Raquel de Souza. Tgualmente, com seguranga e seriedade, o Professor Francisco Quintanitha Véras Neto conttibui com apreciada retomada do Dizeito Romano Cléssicoe seus principais institutos, Estas trésinvestigacées so- bre 0 direito antigo nas sociedades da Mesopotamia, do Egito, da Gréciae da Roma Cldssica foram solicitadas pelo organizador, levando em conta auséncias temsticas e obedecendo a certos critérios formais, sendo atendidas prontamente pelos autores com eficiéncia, determinacko ecompetéancia 60 RAQUEL DE SOUZA respectivamente) ¢ periodo clssico (quinto e quarto séculos a. C.). Um aspectoadicional, de qualquer estudo sobre a Grécia, 6 que Atenas cos- tuma serutilizada como paracigma endo outras cidades gregas também importantes, como Espasta, Tebas ou Corinto. Neste aspecio, éreveladora aobservacko feita no posficio do livro O mundo de Atenas, quetem Peter Jones como organizador: “Este livro foi deslavadamente atenocéntrico porque Atenas era a pélis mais importante e nfo porque sobre ela chegoa até 1n6s maior niimero de dados que sobre qualquer outra pélis da época. A tentagio de vermos tudo através de lentes atenienses éimesistivel.” Ocstudo do direito na Gréciaantiga nfo éexcegdo. Alémde sera Pélis da qual mais se tem informagées (Aristéfanes, oradores Aticos, his- toriadores e a Constituicdo de Arenas de Aristételes), Atenas foi onde eita formaquanto a legislaciioe proceso, 5 comum utilizar: cedopee direito ateniense como sinénimos. No entanto, deve-se ter em mente que ‘nem sempre sto a mesma coisa, e no se pode falar de dircito grego no sentido de sistema nico e abrangendo todas as polis. Aqui, novamente, Espartaéa grande excegao. ‘A €poca arcaica éum perfodo de transformagiies e se.caracteriza porcertontimero de criagGes ¢inovagses. Um dos fendmenos mais carac- teristicos dessa époga foi o da colonizacio, pratica que continuou atéo perfodo helenistico(Seja por motivas de excesso de populacio, secas ou cchuvas em demasia, Sempre que ap6lis tinha dificuldade em alimentara populacdo, decidia pelo envio de uma parte para outro lugar, como objeti- © DIREITO GREGO ANTIGO 6 vodefundarumacolénia, a qual denominavam apokia (residéncia distan- te). Foi dessa forma queos gregos se espalharam pelo Mediterr’neo._) Além de dispersarem os gregos geograficamente, esas coloniza- (Ges estimularam o comérejo ea ingstria. As colénias precisavam reali- ar troca de mercadorias com o continente ¢ também colocavam os gre- ‘gos em contato com outros povos, os barbaros, na visio dos gregos. ‘Logo ocomércio transformou-se em atividade auténoma. préspera, ¢s- timulando aindistria, principalmente aprodugéo de cerfimica. ‘Comirespeito’s inovagdes do periodo arcaico, Paul Faure apre- senta cinco: (10 armamento naval com as trirremes, (2) 0armamento {errestre com os hoplitas; (3) 0 cavalo montado, substituindo os carros de guerra puxados por cavalos; (4) a moedac (5) 0 alfabeto. Desses, inte- essa em particular os hoplitas, a moeda eo alfabeto, que serd assunto dos t6picos seguintes. ‘Ohoplitia, uma transformagao de ttica militar, retirou da aristocra- ciaahegemonia do poder militar, permitindo o acessoamaior mimero de cidaclios. Mesmo tendo o hoplita de custear seu equipamento, este ainda ‘ecamais barato queo custo de um cavalo, privilégio dos nobres. Segundo Paul Faure,“A nagio em armas substitui os campetes, 0s herdis, os senhores da guerra. Todos os proprietérios de um lote de terra, capazes depagar seu equipamento, so de dreitoe defato remadores e hoplitas.”* “Tendo aparecido na Lidia em meados doséculo Vila. C.,amoeda oi logo adotada pelos gregos, contribuindo para incrementar o comércio, epermitir aacumulacio de riquezas. Com. apatecimento dos plutocra- tas como urna nova classe, a aristocracia perdeu o poder econémico, cembora ainda mantivesse 0 poser politico, queseria por ela controlado, contado finalmente retirado com asreformas introduzidas pelos egislado- resettiranos. ‘A escrita surge como nova tecnologia, permitindo a codificagio de leis esua divulgacdo através de inscrigSesnos muros das cidades, Dessa ‘forma, junto com as instituigdes democrdticas que passaram.a contar com aparticipagdo do povo, os aristocratas perdem também.o monopélio da justiga, ils GAIGNEROT, Marie Feanne. Guide grec antique. Pais: Hachette, 16. (© DIREETO GREGO ANTIGO 63 teede grande repercussdo no direito eteniense foi o wibunal da Heliaia. ‘José Ribeiro Ferreira observa que esse tribunal, 0 qual qualquer pessoa podia apela das decsdes dos uibunais, ascegurava idéa “de quealei aplicagio.”” Pisitrato Go grandonome eaquse apésalgumas tentatvs, neestabe, Jeceatirania de 546 a510a.C.,comportando-secomo déspaiaestlare- oi Sane :Drécone Sélon. O primeiro (620 a. C.) fom primeiro cédigo dees, que: Sco combecio por saseveriade jal relativa aohomictGio foimmantidapetareforma dio involuntéio ¢o homicidio em legtima defesa) Ao Arespago cabia julgar os homicidios voluntérios; os demais tipos de homnicfdios eram jul- 4 reage, nlio ac asinine 0s ono considerado, ‘gados pelo tribunal dos Betas. i posteriormente, o pai da democracia grega. Clistenes atua como legisla- Solon (594-593 2. C.) nfo s6.riaumesdigodeleis, quealterouo do, realizando verdadeirareformaeinstaurando nova Constiuicto.— c6digo criado por Drécon, como também procedea umareforma instita- ‘Com as guerras Pérsicas (490 489-479 a. C.)inicia-se 0 que se ional, social eecondmica, No campo econémico, Sélon reorganizaa | apenas -como era clissica da Grécia. Sao figuras importantes, nesse pe- agticultura, incentivandoa cultura daoliveizacdavinhaeaindaaexpora- ; igem Maratona; Temistocles, coma vitéria 0 do azeite. Noaspecto social, entre as varias medidas,sdodeparticu. ina que consegue retirar do Aredpagoamuaioria lar interesse aquelas que obrigavam os pais 2 ensinarem um oficio aos i les, que estabelece a remuneragio (mis- filhos; caso contrério, estes fcariam desobrigadosdeos trataremnavelhi- | fori wvesse.aservigo da polis, Nessa épocase dos Quinhentos (Boulé)¢ os Tribunais da Heliaia. Pode-se ainda citar Creon,tristemente conhecido pelas comédias de Aristofunes. Ac iniciara Guerra do Peloponeso, por voltade 430 aC. estima- i ais de 30240 mil exam cidad’ios. Quanto aos escravos, estes eram de 100 150mil, sendio este nimero razdo de oiticapor alguns historiadares, que veernem. _Atengs uma demootacia escravagista, Independente das eriticas, Atenas tinha atingido sua maioridade quanto 4 democraciae atinha estendidoa 7 FERREIRA, José Ribeiro. Op.cit,p.71. 64 RAQUEL DE SOUZA ‘outras cidades gregas, principalmente depois da Confederacko de Delos, cembora, emalguns casos, a forca. A Assembléia do Povo eraa principal de suas instimicdes e era onde'as decisées eram tomades. Nas palavras de José Ribeiro Ferreira," “o démos,em vez de eleger homens encarregados deo goverar, governava.”™ Bemoceaean. 8) RET 2, AESCRITA GREGA Falando sobre o direito grego em Atenas, Mério Curtis Giordani? ‘menciona que os historiadores tém dado pouca importiincia aele ecita Louis Gernetcomoreconhecendo “que direito grego foi durante muito tempouma disciplina deserdada”, novamente porque o dircito gregotem sido objeto deestudo mais por parte de (1) fil6sofos (que nao se preocu- pavamn muito com a verdadejurfdi ciam fechados em suas categorias: S.C. Todd, autor de importante livro sobre ditcito grego (The s? ofathenian lav —A forma da ieiateniense), aditogue "Dictate das poucas dreas de praticas sociais na qual os antigos gregosniotiveram et H tecnologia de proceso de livros em adiantado estigio quando aciviliza- (odo grega atingiu seu auge, como acontecen com acivilizagio romana, terfamos talvez.outrahistiria quanto 2o direito grego. Inicialmente, cabe lembrar que a lingua (como expressiio oral) ea escritaniio sto exatamente a mesma coisa. Pode parecer 6bvio, mas tal ‘obviedade 6, muitas vezes, motivo de enganos. * FERREIRA, Joab Ribeiro. Op.cit,p. 124, % GIORDANL Métio Cutis, Hiszria la Grécta: antighidadecléssical Pesépok ‘Vets, 1984, .197. - ” Essa sido a azo da posto tomada pelo Professor Del Vechio,quan- grego, em seu livre Lipbes da filosofia do direit. ™ TODD, S.C. The shape of athenian law. New York: Clarendon Press ~ Oxford, 1995,p.3. ‘© DIREITO GREGO ANTICO 65 ‘Nem sernpre aescrita foi tratada por lingua, como tem sido aex- _pressto oral, principalmentono séeulo XX, enem todos os ildlogos esto de acordo com a igualdade das duas. No entanto, é importante ter em ‘mente que aescrita 6 nstrumento idealizado para a execugio detarefa ‘que se pode desempenhar mais ou menos bem. Podeser vista como teonologia, assim como osmeios de escrita (papiro, pergaminho, impres- mas €assim que € vista quando surge dentro de uma sociedade. E também importante frisar que aescrita é sempre posterior &ex- pressfio.aral, ehoje se concorda que ela ndo é uma transcricao exata da lingua falada, Tem-se, inclusive, povos com lingua falada mas semescxta. Essas consideragdes iniciais sobre escrita sto necessérias porque Este papel da escritano direito é disoutido por Michael Gagarin, professorde Clissicos na Universidade do Texas, que publicou olivro sobre dreito na Grécia antiga intitulado Early greek law (Dieito gre antigo). No primeiro capitulo do livro, Michael Gagarin discuteo direito nasociedade humana e sugere um modelo composto de trés estigios para nado ponto, haverdmuitas pessoas que io se conhecem e pas- sama ternecessidade deum sistemade resolugdo de disputas. Sociedade proto-legal: Neste caso existem regras eprocedi- mentos bem determinados para a administragao de disputas. ( 3 JaaGARine wich, Barly greta Berkley: Universi of California Press 1989,.8-12. 66 RAQUEL DE SOUZA especificas). Bum estégio intermedidrio entre o est4gio pré-le~ galoumestigio legal maistigido. ©) Sociedade legal: Esta 6 urna sociedade tal qual as denossos dias atuais, sociedades que consideram determinados atos taoindese- Jéveis que justificam uma punigao, Devido ao fato dequess leis -estdigio requer uma forma de escrita desenvolvida. Como se vé, diteito ¢ escrita estiio relacionados, e no somente a escritacomo tecnologia, mas também os meiosde escrita, como tecnologias auniliares, de formas permitira produgioe a divulgago das leis, Assim, para melhor entender o direito grego, 6 apropriado aprofundar-se na hist6ria da escrita, particularmente porque direitoees- > ‘emum processo variava, mas atingia algumas centenas. Parapermitirque ocidadio comum pudesse participar como heliasta sem prejutzo desua atividade, recebiam um saldtio por dia de sesso de trabalho. Assessées de trabalho para julgar os casos apresentados eram aos exercendo um sexvico pitlico oficial, e sua funcao se aproximava mais da de um jurado moderno, A. ent dada porvotaciio secreta, refletindo a vontadedamaioria. A apresentagao do caso era feta por discurso continuo de cada umn dos ltigantes * interrompido somente para a apresontagio de evidencias de suport, cera dirigido aos dikastas, cujo mtimero poderia variar em algumas centenas, por exemplo 201 ou 501, por julgamento; omémero ‘total era sempre impar para evitar empate. A votagao era feita imediata- _mente ap6s a apresentago dos litigantes, sem deliberagio. Nao havia _juiz: ummagistrado presidiao julgamento, mas no interfetia no processo. Os ltigantes disigiam.se diretamente aos jurados através deum dis- ‘curso, sendo algumas vezes suportados por amigos eparentes queapare- ciam como testemunhas. O julgamento resumia-se aum exercicioderets- rica epersuasio. Cabia a litigante convencer a maior parte dejurados ¢ pataisso valia-se de todos os truques possiveis. O mais comum, que ‘passou aser uma das grandes caracteristicas do diteito grego, foi ouso de devo como um dos primeirs aivogados daistria, Sobre cles, Yenn.p. 3637) {0 DIREITO GREGO ANTICO 83 “As pessoas em Atenas que comrespondem mais de perto a nossa idéia de advogado, nao eram os oradores nos tribunais, mas aqueles que forneciam discursos para os clientes (logé- ‘grafos) para serem apresentados pelas partes em seu prépeio beneficio.’s “Apesar de serrequerido por lei que os Titigantes apresentassem seus pt6prios casos os jurado, era dificil fazer curnpriressalei, que aos fgueum parente, ou associado, avxiliasse um litigant, Alguns ltigantes {fia umabreve introducio esolicitavam que um amigo orepresentasse. “Assolicitagdies dirigidas aos jurados para solicitar auxilioeram normal- spente formais eperfunct6rias. Robert Bonner exemplifica:“Eu tenho dito ‘o que podia, Chamarei um de meus amigos se me; permitem.”* Ainda segundo Bonner, as pessoas que prestavam auxilio,no inicio, eramrecrs- ‘das dentre os parentes de sangue ou por casamento, ou ainda dentre os amigos mais fntimos ou vizinhos. Pelos meados do quarto séculoa. C., pritica ficou firmemente estabelecida eos ltigantes jandomais fingiama {quea pessoa que prestavaauxilioerana verdade um amigo ¢ atémesmo uumprofissional. (Os logégrafos escreviam paraseus clientes um discurso que este ‘timo deveriarecitar como se fosse sua aantoria.**Eles suprizmiam sua spin persondidade-eescre iam um discurso que parecesse omais natal possfvel parao litigants cliente desse aimpressio de serextenaporaneo. ‘Alem disso, o logézrafo nso eraum meroretérico, Deviater consideravel {familiaridade com as eis eo processo, Bonner cita varios usos de agentes # FORSYTH, Wiliam. Op.it,p.22. ® BONNER Robert Op.cit,p-202. icitaaespeito dalei que proibia autlizagto de advogados e que. sigratos era forma de burlar esa ei encontadacm Quinlan: ime seiberelitgatorbus, quae si dierent, erat mors, rT a 84 RAQUEL DE SOUZA «que utilizavam servigos de pessoas com dominio de leis de priticasj cas, como banqueiros, pessoas que emprestavam dinheiro, politic homens denegécios.” ” , e tratava de eventos passa- dos.” Na linguagem de hoje, retsrica vista como sindnimo de empolago, discurso pomposo. No sentido grego original, significavaorador esere- feria’ ane de dizer, da clogiiéncia,e tinha como objetivo original persua- dircoma forga dos argumentos e com aconveniéncia da expresso Os logdgrafos gregos sto classificados em dois grupos: predeces- ‘sores ¢ contempordneos de Deméstenes. Os mais famosos, denominados “dezoradores dticos’, so: Antifonas i ‘Tem-se ainda, norol de personagens do sistema processualdo | direito grego antigo, a fi do sicofianta,* um produto do proprio | sistema que permitia ¢ estimulava que qualquer cidadao gregoiniciasse | ‘uma agio piblica (graphé). O estimulo era dado por meio de leis que ppassarama viver desse expediente ¢ tomaram-se uma classe temidae odiadana sociedade ateniense, adquirindo o nome um sentido pejorati- oe tomando-se alvo de criticas eridiculonas comédias de Aristéfanes, particularmente em Pluto. 5 BONNER, RobettJ.Op.cit,p.214.215. % The art ofpersuasion in Greece, de G. Kennedy. ® MEYER Michel, Histoire de la rhétorique des grecs anos ours. Pati: Libraitie ‘Générale Frangase, 1999, p.47-55. © CARLETTI, Amilcare, Deméstenes. Sso Paulo: Editora Univenstériado Dircito, 1995,p.6 “ LOFBERG,1. 0. Sycophancy in Athens. Wisconsin: George Banta Publishing Company. ie tte A RAE REEL EASE AL ITE (© DIREITO GREGO ANTICO 85, 6. ASINSTITUIGOES GREGAS Nestftem sro vistas commas dtaes as nsinifes srg & sti areCe organizagio, sendo que algunas caracteristicase nomes jé aps ses capitalos anteriores. Asinstiuigbes gregas,maisparticulaente dbolos. ‘A Assembléia constitufa-se no érgio de maior autoridade, com atri- ‘buigbeslegislativas, executivas ¢judiciéries. Competiam-Ihe:asrelagbes exteriores, o poder legislativo, aparte politica do poder judiciario eo controle do poder executivo, compreendendo anomeacdo eaitisealiza, _gGodosmagistrados.* No guinto século, o presidente da Assembléiaera ‘0 epistatés dos pritanes. © Consetho (boulé), composto de 500 cidados (50 para cada tribo), com idade acima de 30 anos ¢ escolhicis por sorteio a partir de candidanaca prévia, erarenovado acada ano, Fram submetidos aexame ‘moral prévio (dokimasia) pelos conselheiros antigos ea prestacdio.de contas (euthyné) no final de sua atividade. Segundo Glotz “os ambicio- © GLOTZ,Gostave.Op.cit,p.135. 86 RAQUEL DE SOUZA sos cuja vida ndo era sem macula nao ousavam apresentar-se, porque” > ‘temiam ointerrogatorio da docimasia feito pelo Conselho em poder’. A atividade no Conselho requeria dedicacao total durante um anointeiroe, embora fosse paga—cinco 6bolos por dia naépoca de Aristételes erasuficiente para um ateniense de pouca renda se dedicara tal aividade. Por meio da mediante Assembléia, o povo erao real soberano, | mas encontrava algumas dificuldades paraoexercicio continuo de sua soberania. Nao podia manter-se em sesso permanente para preparar textos e decretos para discussdo e votaco nas essembléias enem tinha trados, receber embaixadores, investigar as acusagdes de alta traigo, ‘examinar os futros conselheiros eos futuros magistrados, Os pritanesé 0 que se pore chamar de comité diretor do Conse- Iho (Boulé).Os 500 membros do Conselho eram organizadosem10gru- | pos de 50 (um grupo para cada ribo) cada grupo exercia a pritania durante um décimo do ano, O epistatés erao presidente de cada grupoe cera escolhido diariamente por sorteio e somentepodia ser escolhido uma ‘vez. Atava como presidente do Conselho e da Assembléiaetomava-se ‘o guardido das chaves dos templos onde ficavam os tesouros es arqui- vos. Os pritanes eramo elo entre o Conselho ea Assembléia, os magis- trados, os cidadiios e os embaixadores estrangeiros. Os estrategos foram instituidos em 501 a.C.,emmimerodedez, | sendo eleitos pela Assembléia, e podendo ser reeleitos indefinidamente. (foi caso de Péricles, eleito estratego 15 vezes)edevendo prestarcon- | tas no final da atividade. Como requisito, tinham de ser cidadios natos, casados legitimamente (ntio eram elegiveis ossolteiros)epossuirumapro. | priedade financeicana Atica que assegurasse alguna renda, porque a ati- vvidade nao eraremunerada. Tinham como atividades principaisocoman- | ® GLOTZ, Gustave. Op.cit,p. 151. 2 & (© DIREITO GREGO ANTICO 87 iedo quarto séaulo a. C., passaram.a evisar ¢coordenar anual- gta eis O imo arconte cra seeretéio (grammateus) (0s demais magistrados, conhecidos também pormagistrados se- ccundésios, ocupavamse de atividades como: executar as sentengas de raorte, inspecionar os mercados, os sistemas de 4gua,osistema de medi- dase demaisatividades relacionadas coma administragdo municipal. Resumindo, as instituig6cs politicas que se ocupavam do governo dacidade eram organizadas da seguinte forma:* OConselho: examina — preparaas leis —controia & Batrafdo de FAURE, Paul; GAIGNEROT, Marie-Jeanne. Guide gree antique aris: Hachette,p. 119. 4 ae i tejulgavacs casos de homicidios premeditados ou voluntétios,deincén- ~dalibera || dosedeenvenenamento, Seasmembroseram os ex-arcontes. —decide ‘ O tribunal dos Efetas era composto de quatro tribunais especiais: 0 ~dlegeejul | _pritanen,o Paléidio, o Delfinio ¢0 Frets. Bstes tribunais ram compostos states ng q de] pessoas commais de 50 anos edesignadas por sorteio.O Arespago 7 Z ; tenviavaa esses tribunais os casos de homnicidio involuntério ou desculp- ~ ednninistrama guetra (Gs (Como legttima defesa, por exemplo), conforme.a diferenciacio — distribuem os impostos. i estabelecida desde os tempos de Drécon. —dirigemapolicia ‘OsMagistrados ~instruem os processos 4 ~ocupam-sedos cultos i —exercemas funges municipais | A justiga eos tribunais i Sempre coube ao Estado o papel de administrador dajusticae | | assim temidoaténosos as consid ahéciantiga nomodelo ene | ateniense, grande oxcegiofComo detent ae jados ou pilblicos. No casode dibitros privadios estes eram escolhidos pelos ltigantes, que assim mantinham 0 Penner smo, As autnuigdes a | Beso fora dos tdbunais edo conhicimento pblico, Fancionavatambém codemn: Se ss prnaadminarsodahis ‘como sistemarépido e econtmico para asolugao deliigios entre familia- olen o ‘em duas categorias: (a) justiga criminal ¢(b) restos prosua svarnuma soluczonegociada, sem possibilidade de nt av cdo de nossos dias. No.caso de te eram escolhidos po sorceio e deviam ter mais de © a) Justiga criminal rambém nesse caso o proceso era mais répido e menos custoso, ‘OAreépago eraomnais antigo tribunalde Atenase,deacordocom entencaera impostapelo drbitro, com possibilidade de apclacdo. uma lenda, havia sido instituido pela deusa Atenaparaojulgamentode | a grande demonstrat deg ywe.0povo era soberano Orestes. De inicio eraum tribunal aristocritico, com amplos poderes, tan- tona.condigéo de corte de justica como na de conselho politico. Com as sucessivas reformas (Clistenes e Efialtes), teve seu poder esvaziado, endo vias atbuctes inclusive as polcas.Noquatoéoulo somon os cidaddos com mais de 30 anos, erao grande tribunal ateniense ondea ‘cidade serennie para jolgar. « Havia dois sorteios adicionais que operacionalizavamo sistemae Ollivro The lawcourts at Athens (Os tribunais em Atenas), de Alan Boegchold (Pinson: Ts Anan shal Casa Studs ee eeeatrcaerees procuravam dificultar as possibilidades de suborno dos jurados. O pri- ascortes ems cutegoia (aye homio(® populares i rmeiro sorteio era realizado no inicio da manha do dia do julgamentoe 90 RAQUEL DE SOUZA escolhia os jurados em nimero de 201, 301,401 membros etc., de acor- do.com anatureza ea importfincia do julgamento. O outa sorteio desig- navao local onde seria realizado o julgamento, podendo serna Agora ou no Odeon. As segGes de julgamento eram conhecidas como dikasterias, deondesesulta o nome dikasta para os jurados, que assim eram designa- dos em vez de heliastas. Os jurados recebiam o pagamento deum dbolo ppor sessZono inicio do quinto século (criado por Péricles), passando de- pois passou para trés Gbolos no seu final, aumento concedido por Creon. Finalmente, havia os jutzes dos tribunais maritimos (nautodikai), que se ocupavam dos assuntos concementes ao comércioe A marinha mercante, além das acusagGes contra os estrangeiros que usurpavamn 0 titulodecidadzo, 7. CONSDERAGOES FINAIS ‘EB famosaaméxima de John Fordno filme The man who shot liberty valance (O homem que matow o facinora): “When the legend becomes fact, printthe legend” (Quando a lenda se toma fato, imprima-se alenda). Na verdade, essa frase é uma variante do principio de que os mitos es- condem as verdades, Com relagdo ao direito grego, dois mitos tém-se perperuado em nossa cultura, distorcendo os fatos: ode que os gregos, ‘no eram fortes em direito e o da severidade das leis draconianas que ‘tudo punia com amiorte.* Este trabalho watou paricularmente do primet- roe procurou mostrar como o direito grego surgiu simultaneamente coma escritano oitavo séculoa. C,, tomando-se um sistema relativamente so- fisticado em Atenas, principalmentecomespeito parte process, Odireito grego antigo é uma das éreas dahist6ria do direitoem que podemos gatimpar e descobrir umnarica mina pouco explorada, conforme, reconheceu Kenneth Dover, e que tem sido por muitos anos telegado a0 ‘ostracismno devido2 visto mecamente filosbfica das estudiososea intluéncia romanistano direito ocidental. Além disso, ts fatores adicionais contri- butram para o direito grego nfo ocupar a importiincia que merece. Pri- * Avroveia seven side rion intone Mehl Gagarin ‘loempedradatada de 409 a.C.,e pune chomicidio involuntéciocomoexfio. © DIREITO GREGO ANTIGO oO smeiro,o desenvolvimento da eseritaea publicagéo de textos em material urivel aconteceu paralelamente A evolucao da sociedade groga.edo di- feito. Bm segundo lugar, a obstinagdo dos gregos em nfo aceitar a roissionalzaso do dreit, sendo bem apropriadas as palavas de Robert 17 Bonner. “Tivessem.os advogados sido livres para falar pelo litigante ‘comoo logdgrafoestava, Atenas teriarapidamente desenvolvidoum corpo deperitos legais compardvel a0 juris consulti romano ou aos modernos advogados”*” ‘Finalmente, devido ao tipo de material da época paraa produgao deleise textos escitos (inadeira, pedra e papiro), associado Apequena reprochgto de pas pelos escritores posteiores, mito pouco material sobrevivea para servir ao estudioso modemo do direito grego antigo. “Mesmo assim, nos tiltimos dez anos, um sem-niimero de obras sobre o direito grego antigo tem aparecido, ¢as pesquisas dos escolares tém-se jntensificado no estudo e na interpretagaio dos discursos dos oradores ticos, langando novas luzes ¢ outra visio sobre o assunto. Contrariamente ao pressuposto de que o direito comegou a ser esctitoma Grécia antiga, fo logo surgiu.a escrita, para que o povotivesse acesso As leis, os estudos publicados nos tltimos anos reconhecem na inscrigdo das primeizas leis escritas uma demonstrat de poder da cida- de (pélis) sobre 0s cidadios. A escrta 6 vista comonova tecnologia que, 20 se tomar disponfvel, foi utlizada como meio decontroleepersuasd0. forma, confirmava-se a autoridade da cidade e impunha-se aor= ( aemna vida dos cidados. Sitapio idéntica ocomreu como surgimento \Wio Estado modems. Os gregosantigos nfo 36 tiveram um direito evoluido, comoingluen- ciaramo direito romano e alguns de nosses modemos conceitos epréti- cas juridicas: ojéri popular, a figura do advogado na forma embrionéria. dologégrafo, adiferenciacii de homicidio voluntésio, involuntirioelegt- tima defesa, a mediagio ea arbitragem, a gradaco das penas de acorto coma gravidade dos delitos¢, Finalmente, aretérica eelogiiénciaforense, Essa infludncia nao foi resultado de um acaso, mas futo daatividade, do envolvimento eda genialidade de um povo que, além de sehaver destaca- dona filosofia nas artes ena literatura, destacou-se também no direito, Nahistériadeuma civilizago,adiferengamuitas vezesresidenaquito que ® BONNER, RobertJ.Op.cit,p.209.

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