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ROBERT C. BOGDAN SARI KNOPP BIKLEN Key} COLECGAO CIENCIAS DA EDUCAGAO YUASA TERESA ESTRELA ALSANO ESTRELA INVESTIGAGAO QUALITATIVA EM EDUCAGAO UMA INTRODUGAO, ATEORIA E AOS METODOS: Se ~~ RESUMO DOS CONTEUDOS By Fundamenios da investigngio qualitaiva em educagSo: uma int0dUGE0.veeenenmene 13 BD Plano de investigacéo, BD Trabalho de campo... BB Dados qusitaivos TE Resi inves. aut vest pla em ede: vag pteggj 2980 cnene 261 5 investigacdo. Por exemglo, Clifford e Marcus (1989) chamaram & sua colectinea sobre a poética e politica da etnogratia Writing Culture, Uma das principis influéncias do p6s- modemismo nas metodologias qualitativas foi a modificago no entendimento da nat stigador qualitativo como um inlérprete. Ao invés ito — textos, manuscritos, artigos ¢ livros ~ pelo seu valor 0 investigadores qualitaivos pés-modemos tomaram-no como objecto de estudo, tudes que fuzem determinada fico. Examinaremos as impli- no capitulo VI. O pés-modemismo comentae cri- CContudo, apesar das diferengas serem reais, tos qualitativos. Na seeefo seguinte procedemos a Caracterfsticas da investigagao qualitativa guns investigadores movimentam-se nas eseolas munidos de blocos de aponta- rmentos para registarem os dados. Outros recorrem ao equipamento video na sala de aula endo seriam capazes de conduzir uma investigardo sem ele, Outros ainda laboram esquemas ediagramas relativos aos padres de comunicago verbal entre alunos € professores. No entanto, todos eles t€m em comum o soguinte: o seu trabalho corres- onde & nossa definiglo de investigagio qualitativa e incide sobre diversos aspectos da sobre 0$ pontos comuns € mostrar iferencas, todas esta investigagbes caem na rubrica da investigago quali- icas. A questo do & tanto a de se determinada investigacio 6 ou no sm; trala-se sim de uma questio de grau. Como ref 1erecorrem 3 observacZo participante e & entrevista em profundidade ‘endem a ser bons exemplos video ou éudio, muitos limitam-se exclusivamente a um lapis. Contudo, mesmo quando se utiliza © equipamento, os dados so reoolhidos em situagdo ¢ complementados pela informacao que se obiém através do con- 46 a tacto directo. Além do mais, os materiais registados mecanicamente sio revistos na sua totlidade poo investigedor,sendoo entendimento que este tem deles 0 instrumento- que 0 autor fosse capaz de completar de campo: visitas, observagdes e entre- vistas a professores, alunos, directores, familias e diferentes membros da gestio escolar. tem de ser entendidos no igbes a que pertencem, Quando os dados em causa so pro- no cas0 de registos fica, os investigadores querem saber cits € que eles foram elaborados. Quais as circunstinci dando qe pene interpreta” (Gert, 1973) ecolhids sobre interaoyées na sl ula, utilizando equipa- Quer os dados fc ica, recorrendo & entre- on ainda sobre a desagregacio, eros. Os esulados eset da investiga conten tages feitas com base nos dados para ilustrar e substanciar a apresentacao. Os dados incluem transcrigdes de entrevists, notas de campo, fotografia, videos, documentos pessoais, ‘memorandos e outros registosoficisis. Na sua busca de conhecimento, os investigadores ‘qualitativos nfo reduzem as muitas péginas contend narativas e outros dados a simbolos ruméricos, Tentam analisar os dados em toda a sua riqueza, respeitando, tanto quanto 0 possfvel, a forma em que estes foram registados ou transcritos. ados por alguns autores como tentam deserever, de forma narativa, em que consiste deferminada situago ou visio do mundo. A palavra escrita ‘assume particular importéncia na abordagem qualitative, tanto para 0 registo dos dados ‘como para a disseminacdo dos resultados. ‘Ao recolher dados descritivos, 0s investigadores qualitativos abordam o mundo de forma minuciosa. Muitos de nés funcionamos com base em “pressupostos”,insensiveis 20s detalhes do meio que nos rodeiae is presungSes que nos guiam, Nao é raro passarem despercebidas coisas como os gestos, as piadas, quem participa numa conversa, a decora- Go de uma sala e aquelas palavras especiais que uilizamos es quais os que nos rodeiam vents desta mace? Porque & ue alma as eio decreas com rus ¢ joutras ndo? Por que € que determinados professores se vestem de maneira diferente dos outros? Hi alguma razio para que determinadas actividades ocorram em determinado local? Por que € que hé uma televiso na sala se nunca é uilizada?. Nada é considerado ‘como um dado adquirido © nada escapa & avaliacio. A descrigfo funciona bem ‘método de recolha de dads, quando se pretende que nenhum detalhe escape ao escrut 3. Os investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que simples- ‘tou 0 modo como as atitudes que reflectiam baixas expectativas, medos sexuaisc outros ‘stere6tipos relativamente as mulheres se traduziam no processo de contratagio que as mudangas se verificam. As estratégias qualita cexpectativas se traduzem nas actividades, procedit @ | a cxemplo partculamentesigniicativo da “profcia de auto-elizagio” numa sla de aula de um jrdim-escola é-nos dado por um estudo de observacio participante realizado com criangas afto-americanas, em St, Louis. Nos primeiros dias de aulas, as eriangas foram Aivdids em grupos estabelecidos essencilmente com base em eitris socioeconsmicos. AA professora interagia mais com o grupo de nivel mais elevado, davacthes mais Dvlégose até thes permit discplinarem o grupo ms desfavorecido, processo de a0 didria encontase detalhadamente descrito (Rist, 1970). Est tipo de estudo focase no modo como as definigGes (as definigSes que os professors tém dos alunos, as investigao qualitativa, os dados que procura encontrar esto, 2 primeira vista, acessiveis ¢ disponiveis. A titulo de exemplo, algumas sociedades hist6- e investigago, normalmente no existem res- rr vicas nfo 6 deiam os investgndores estudarem o seu material, como também disponibi- lzam @ ajuda dos seus funcionérios ou de outos servigos. Mesmo nesta -se parcialmente 0 que vistas $6 disponibilizam para certos ape 6 necesrio pra we fzer parte dessa im que testemuahe a favor do seu cardcter e da precio ter-se um padrinho. Oferecemos tés conselhos. Sea consegue 0 acess0 ¢a que no consegue | eenuadeSeie smantero a porta aberta. 120 = 121 Os primeiros dias no campo de investigagao ‘om a autorizagéo em mio (rice parado para cometer eros. Rosalie Wax, uma dist campo da educagio, mma tradigfo etropolgica, refee a sto da observagio partici. ppante em geral; “Uma pessoa que no consegue suportar sentr-se atrapalhada ou deslocada, (que se sente esmagada sempre que comete um erro — embaragoso ou rio -, que no é ‘como, parva, nfo apenas por um dia ou uma i pensar duas vezes antes de decidir ser um representativa do primero dia do investigador ou do aluno de investigagdo n0 novo local do que das experiéncias profssionsis do investigador trabalho de campo e 0s diferentes objctvos de estas espe- cificos afectam as resposts. Se voc tiver um foco mais espeifico, as suas notas podem ser mais curtase tlvez.em menor quantidade. Além disso, 2 medida que se toma mais enperiente, tenderé a desenvolver uma anise no proprio campo ea tira menos nots 20 caso ou de grande dimeasto. Normalmente os investigadorestomam notas mais extensas durante as primeiras pou- cas visitas a um novo lea. E durante este perfodo que o foco da investigngo & us « porisso o observador ainda ndo decidiu o que & importante no meio particulars, ou que vocé faz observacdes mais dirgidas para pode inverter a sua prética anterior ¢ gastar muito mais tempo a ( que voce observa afecta muitas vezes a quantidade de notas de campo que tira de uma sessio particular. Quando se estuda uma turma universiéria, por exemplo, voce no anatomia, por exemplo). Em vez disso, anotaré as quest®es que foram postas, térios que os estudantes fazem entre si, © formato geral da aula, frases-ch que 0 professor uilizou para descrever os traballios _género. Assim, uma hore de classe pode ndo dar tantas vaio de vinte- minutos depois da clase, na sala de convivio dos estudantes. ‘Num estado em que partcipémos estivamos intressados em como os médicos rest dentes interns aprendiam a falar com os pais, medida que desenvotviam 0 seu treino famos a longas reunides para iscussio de casos em que apenas um paciente era discutido, mas tomavamos poucas ppginas de notes apés cada uma das sessdes. Nao s6 a discussio era demasiado técnica para a conseguirmos seguir na sua dimenstio médica, como também o que era importante para nés ~ o facto de que se fazia muito pouca referéncia aos pais ~ poderia ser conse- guido sem muitas horas de anotaedes sobre traqueotomia, sindroma de Turner © outros assuntos semethantes, ‘Voc® tomaria provavelmente nota do contetido de uma reunit de professores da escola priméria se estivesse a estudar professores. Embora pudesse no estar interessado nas caracerfsticas exactas que diferenciam Houghton Miffin da Open Court Basal Rea- ding Series, voc® estar interessado em quem & que disige a discussdo e que informacio € sapresentada e de que maneira. Pode achar importante compreender 0 que € que no con- tefdo destas séres de base contrastanes atrai diferentes professores, Adicionalmente, 0 conteddo dos comentéios do director para os professores, emboratalvez intrinsecamente interessante, pode ser importante, pois, assim, voc€ aprende algo acerca do director ou diectora ¢ da sua relagdo com o pessoal da escola. (© PROCESO DE ESCRITA DAS NOTAS DE CAMPO. ‘oot esteve na aula do 1.* ano do ciclo bfsico perto de uma hora. Muitas coisas se esto a passar, Por duas vezes, enquanto as criangas se encontravam a trabalhar, a profes- sora foi ter consigo e explicou-the quais as suas preocupagdes acerca do que acontecerd a «estas criangas no pr6ximo ano. Ela foi muito explicita em relagio a algumas das rianges. sala de modo a ter tempo para registar as suas suas actividades para a noite. Sente-setenso do que observou. A ansiedade cresce & medida que voc8 se int tarefalaboriosa que tem & sua frente Despede-se, anda na direcedo da porta € vai direito para o seu carro, Preferiria fazer cuts cosas do que tomar notss. Pensa em para em casa de um amnigo ou em ir «uma ‘altura da Volta para o seu apartamento, Senta-se sozinho numa sala sossegada com o seu com- putador. Resiste& tentasio de telefonar a um amigo que estéa trabalhar num estudo seme- 168 169 lnante para Ihe contar 0 que aconteceu hoje, Fica frente do computador e, wabalhando a partir das tépicos, comega a reconstruir com palavras a abservagéo de uma hora que aca- ‘bow de realizar. Fé-lo de forma cranol6gica, tentando teviver os acontecimentos e as con- versas. Pensamentos acerea de eros ov de oportunidades perdidas interrompem a linha da sua reconstrucao, Estas reflexdes so escritas como parte dos comentirios do observador. ‘Voce comegou a esereer 8 uma da tarde e as ts horas olha sem saber para onde foi 0 tempo que passou, Esqueseu-se de comer, Emboratenha sido dificil forgar-se a sentar e a comecar, agora é dificil abandonar a sua cadeira, As frases desprendem-se dos seus dedos de uma forma nunca jguilada quando esté a trabalhar noutras coisas. Perdew a sua auto- conscincia acerca da esrita eas palavrasfluem. Arrepende-se de tr combinado um encon- tro para janta, Detestria deixar este trabalho sem o acabar,e no entanto desejariajé ter saab pau se vot Hive da cage de tet de Leuminélo, Thablha dusamente acaba ceva as cinco horas, deixando mesmo o tempo necessério para se aprontar para o encontro, -Enquanto toma duche continua a pensar sobre aquilo que aprendeu hoje e como € que outras coisas. Lembra-se de ter deixado a conversa com o John, o ajudante da de fora das suas notas. Assim que sai do duche volta ao computador e regista a conversa, bem como ouras ides que teve. Levanta-se pela tims vez, decidindo que & mais do que suficiente. Mantém o texto com a excepedo de uma ou dus notas que rapida- mente escreveu no guardinapo durante o jantar. Na manhii seguinte introduz essas notas ‘no conjunto que tinha completado no dia anterior. Embora nfo saibamos quo da eserita de um conjunto de notas de ese preocupa é a meméria, A meméria pode ser ‘mais imediatamente til no aproveitamento da sua istas a empregar quando se escrevem as notas de tra algumas dessas istas: faim. A pessoa da mss ito & tarefa. Nao adie. Quanto mais tempo passar entre a observ ntoduzconfusio pois pode comeser a pergntar -sesobreoque pis no papel eo que disse ao seu colega. 3, Bneonte unt lea sossegado, longe de disracges, € com equipamentoadequado par registar es etega ao taba. 4, Dedique um monant adequao de tempo para completar as suas nots. B ne- cessiiopritcn pra ular adequadamente quanto tempo leva a complet junto de nots, Especialmente para as suas primirasobservagies dé pelo me tes vezes mais tempo para escrever do que para observer 5. Comece por deitir para o pape algumas noes. Esboce um esquema com fases- -chave e acontecimentos que se passaram, Algumas pessoas deseaham um dia ama do locale ulizam-no para prcoreraexperitcia desse dia. Como o nosso amigo, gums pessoas escrevem 3s nous inedintamente depos de trem deinada o campo e mais lard trabalham a parr dessas moss. Outs escrevem esquemas completo quando se sentam ao computador. Tene sepurocuso da sesso de observago de forma cronolgic. Embora algu- mas pessoas fam a8 suas nos por tpicos, fir ature de uma cronolgia pode ser o melhor esquema organiza, Deine que a8 converts eos aconteimentos fluam da sua mente para 0 papel ‘Algoma pessoas até epetem as coneras medida qu esrevem Se, depos deter teminado uma seco de nota, pereber qu se esquecen de algo, e conch o seu conjunto de nos est lembrar de algo Jo, acescente no fm, NBo ge pucocupe em pi a da rea ver Ha sempre tempo para aconar depois. 9, Comprender toma de noes € um process aboras € penoso ma, como dia ‘um lavrador do Vermont quando falava acerca do Invemo num dia quente: “E, um sofrimento doce. E como ses pass pela Primavera.” Analisémos a escrita das notes de campo como se os investigadores as fizessem sern- pre no computador, Claro que algumas pessoas usam méquina de escrever, mas também é comum para as pessoas com experiéncia de trabalho de campo ditarem as suas notas para um ditafone ou um gravador. Pode ser uma maneiraeficaz de registar notas rapidamente, ras os observadores esquecem muita vezes que para que o material pose ser coificado registar 0 material em papel tomard mais tempo do que repisté-ls logo directamente, A. ttanscrigfo de fitas & um trabalho laborioso, o que & uma boa explicago para o alto prego te tipo de trabalho. de secretariado, o método de gravar pode resultar bastante bem. A ndo ser que o projecto que esta trabalhar soja fortemente financiado,raramente terd esse apoio de secretariado, Mesmo se tiver a sorte de ter 0 dinheiro para pagar & alguém para transcrever as notas, €normalmente muito dificil encontrar um dactilégrafo ‘com experiéncia e que faga o trabalho da forma que pretende. Os dacilégrafos nfo sio to precisos na transcrigéo das ftas como a pessoa que tomou as notas. Os investigadores _gostam de ler amide 0s conjuntos de notas depois da sesso de abservaglo em que foram Tomadas. Muito raramente os dactl6grafos profissionais acompanham 0 passo do estudo que esté a decorrer. Como pode ver, aconselhamo-lo a que dactilografe ou escreva as suas préprias nota. [Embora consumidora de tempo, a dactilografia ea escrita das notas tem vantagens, Pode ‘melhorar a sua escrta, e quando faz as suas notas aprende a conhecer melhor os seus ados, Quando est a recolher dados de deixar 0 local forca-o a concentrar-se eng linha & linha & medida que escreve a not 70 m B eee a tomar de notas encoraja oobservador a rever os acontecimentos: ver e ouvir as coisas pela © computador preserva os dados, mas a sesso de pensamento_utilizado para relembrar os tums fonte extra de dados. 1 foram escritas depois de uma sessdo de obs notas de campo também slo escritas depois de ene javersa Com um professor ‘campo rolata o telofonema estado, ‘As notas de campo devem ser detalhadas & de suposiges qu o 40 em que ela reflecte Sobre os seus anos mo parte de um estudo mais sla do sexo feminino do ensino pri- ‘gado que examinava as perspectivas que os profes tio tinkam sobre 0 seu trabalho. O formato em que as tran 2s sio dactilografadas necessério ter esse material para pesar os comentrios do priada. Quando um sujet fla por um longo periodo de tempo, corte o mondlogo em 3. Adicionalmente, deixe espago na mar- cusso acerce do registo das notas de cam; ma adequado para as transerever pode determinar sanhar alguma prtica é difcl estimar quanto é que demora uma transcrigio, i ar as sessdes de gravagdo alongarem-se, fomecendo-Ihe mais dilogo em fita do que aguele que pode possvelmenteuanscever Sos campos, mas que se centre numa érea particular. Deve aperceber-se que uma entrevista de uma hora, quando dacilografada, fica em cerca de vine a quarenta paginas de dados. Se planeartranscrever vocé préprio as fitas, isto significa centenas de horas do seu trabalho. Se for outra pessoa a dactilogafar pode significar uma grande despess para si. 7 173 B Se B Figura d.2 + TRANSCRICAO DE UMA ENTREVISTA (EXCERTO) Enrevise com Kae Bridges 9 de Fano de 1981 Kate Bridges concordou em deixar entevistl para 0 meu projet. Es de sitio pela mest vai pari deno de pooc tempo pa ou com entsaso. Tem muito die. uanto tempo ¢ gue esi? :Comecsi em 1961. Adri os primeios vite anes. Quer dizer, voc spanhow-me mesmo num pont de vrgem. 1 6pino Senta que o ensino era um chmarento. Quer dizer qu oer apenas wal em gue ea encalel, qu era bom pa conliar com o ser mee com too est. Estava em pala 44 meu dormitro no meu zresito ano e estava a oar para un belo jardin, e de repente cor: rev.me que devia ser roesor. 1Unuh ‘Bu sabia. $6 sabia. E nea houvequaluer questo na minha mente. Ainds no exist qul- «quer questo na minha ment cea de er profesor. A pergunta pra mim: posvel sr pro: fessor mas izcunstincis extents nas escols pales daqul? 1-Sin? ‘Ee tip de professor que se qur se. 1:Sim. ‘K: Quando pens nas altemativas ao ensino, nfo consign ver-me noua cari. Pots pensar um milo de eiss que pss fazer equ pens, como acosethamento fain. Teo agot «que foram pra a falmos aera ds posibilidade de o fazer em conjunt, Se ev comegasse ovo aos vite ans os in data de coisas de gue [Nem sequer estou jonarprfestores na fase de aprendizagem,J60 fz no passado Sim, ‘K:Mas 0 que eu quero realmente fazer &ensinar 0s mids de 9 nas ‘Temos algumas sugestes acerca do equipamento de gravagio (ver Ives, 1974; Wood, 1975). Um bom equipamento de gravagio & inestimavel. Nao tem de ser caro, mas deve ser ficil de operar, em bom estado, & capaz de produrir gravagdes clara. Dado que mui- tos dos gravadores caros sfo construidos de modo a gravarem misica, fazem mais do que se necessita, A qualidade tonal da fita tem pouco inteesse (a ndo ser que, por exemplo, cesta a gravar como é que um professor usa misica de flclore nas suas aulas),e um gra- vvador caro construido para gravaglo de ms ( gravador deve estar afuncionar bem. Precise de verificaro scu equipamento antes © durante a entrevista, Embora seja incomodativo, a verificago do equipamento pode ser feita de forma casual e vale a pena, Perdemos demasiadas entrevistas por causa do mau funcionamento do equipamento que ocorreu quando julgévamos que 0 equipamento cstava a funcionar, ‘Temos sido particularmente importunados por problemas com grava- ores que furcionam com pills, A frustragio de ter que dacilografar tas que mal se antecipadamente que o seu equipamento esta bem limpo ¢ em boas condigdes, ou pedinndo ‘emprestado ou comprando um novo gravador. Também vale a pena dar atencio & quali- dade das fitas que compra, Se planeia fazer a transcrigo por si proprio, fente utilizar um transeritor. (Vale a pena comprar um se conseguir juntar 0 dinheiro.) Um transcritor nao faz 0 trabalho por si mas reduz consideravelmenteo tempo que esse trabalho Ihe tomaré, Um transeritor & a pate de reprodugo de um gravador com pedsis para controlar a paragem, rebobinagem c inicio de marcha. Alguns modelos tim caracteisticas especiais que permitem tomar a voz mais Jenta ou ajustar o mimero de linhas que a méquina salta quando se cartega no pedal. Embora existam adaptadores que permitem que alguns modelos normais de gravadores possam ser uilizadas com pedais, nfo temos ido muito sucesso com eles Se alguém for fazer a transcricfo por si, deve trabalhar de perto com essa pessoa de modo a certficar-se de que o scu trabalho é exacto, Dar conta da pontuaglo que dé sen- ‘ido 2quilo que ouviu € especialmente diffi, por isso podem encontrar-s diferengs siderdveis quando duas pessoas dactilografam o mesmo manuscrito. F claro que a mais exacta do que ocorreu esté na fita, Se iver 0 dinheiro necessério para comprar fitas sufeentes, recomendamos-Ihe que guarde as fitas de maneira a poder verificar as trans- crigdes acabadas. Dado 0 imenso tempo e a despesa envolvida na transcrigio de entrevista, as pessoas ‘que trabalham sem fundos para a investigagio optam muitas vezes por atalhos. Um desses atalhos consiste em dactilografar voc as transcrides, mas deixando de fora o material preocupacées. Embora existam riscos deve possuir uma ideia melhor de qual o seu foco e ser mais selec- Aquilo que dactlografs m4 115 Os textos escritos pelos sujeitos agora consistem em materiais em que os investi s dados que discutimos ‘gadores tém um papel principal na producZo. Eles escrevem as nolas de campo € conduzem as entrevistas que se tomam transcrigBes. Embora no sejam tio utlizados, os materais que os sujei ‘como dados. Coisas como autobiografia, cartas pessoas, didi tas de encontros, boletissinformativos, documentos sobre de ética, dectaragdes de recortes, cartas ao editor, cartas “Dear Abby”, artigos de jornal,ficheiros pessosis e ividuais de estudantes ¢ processos também so incluidos. Na maior parte investigador utiliza 0 material que jé existe. Esse material encontra-se nos ficheiros des organizagées, nas gavetas das secretérias dos directores, nos sétios dos eeificios © nos arquivos das sociedades histérieas. A tarefa principal é localizar e ter acesso a0 material ‘A qualidade deste tipo de material varia. Alguns dos materiais fornecem apenas Setalhes factuais tais ccmo as datas em que ocorreram reunies, Outros servem como fontes de férteis descrisdes de como as pessoas que produziram os materiis pensam acerca do seu mundo. Ds dados produzides pelos sujeitos sio utilizados como parte dos estudos em que & ténica principal € a observacio participante ou a entrevista, ‘embora as vezes possam ser utilizados em exclusivo. ‘Vamos agora rever os diferentes tipos de dados escritos pelos sujeitos, 1984), O critrio para chamar ao material escrito docume -revelador da visio que a pessoa tem das suas experiéncias (Allport, 1942). O objectivo de recolher este tipo de materiais & de “obter provas detalhadas de como as situagSes ‘pelos seus actores e quais os significados que virios factores tm para well, 1945, p. 178). Utilzados desta forma, os documentos pessoais incluem materiis coligidos através de entrevistas,e assim muitos dos dados que analisé- :mos como sendo transcrgSes seriam considerados documentos pessoais. No entanto, aqui 6 discutimos os materiais que os prdpris sujitos escreveram. (0s documentos pestoais que 0s sujitos escreveram por si proprias sfo normalmente descobertos em ver. de serem solicitados pelo investigador. Em algumas ocasiSes os investigadores pedem as pessoas que os escrevam ou que outras pessoas 0s ajudem a pro- ducir esse tipo de material, Clifford Shaw (1966) pediu a delinquentes juvenis com quem trabelhava para passarem para o papel as suas historias de vida, que mais tarde utiizou na sua investigasio, Os professores pedem frequentemente que os alunos escrevam composi- es acerca de certas aspectos das suas vidas (por exemplo, “A minha familia” ov, mais comummente, “O que é que fiz durante o Verdo”). Embora levante algumas questies ét- cas, os professores podem ser tteis 20 dirigirem do que € que gosts menos acerca do teu pai (e mle)?. Os professorescolaboraram nesta clo fazendo estas questées a0s seus estudantes Henry, 1963). Num estudo de res para elaborarem um digrio durante um ano para dar ao investigador ~ © -no (Spencer, 1986). Alguns investigadores promoveram concursos em que davam pré- i , 1942). Uma vantagem de soli- citar composigdes & de que o investigador pode ter alguma interferéncia em ditigir 0 foco ‘conseguir que um certo nimero de pessoas esereva sobre um mesmo acontecimento ou tépico. Gostariamos de discutir revemente alguns tipos de documentos pessonis que nio sio solcitados pelo investigador. Didrios fnzimos. Como Allport (1942) declarou “o dirio fntimo e espontineo é um ‘documento pessoal por exceléncia” (p. 95). Estava-se a referir ao produto de uma pes soa que mantém uma descrigio regular e continua e um comentario reflexivo sobre 0s acontecimentos da sua vida. A imagem que Allport tem de um documento intimo é o da jovem rapariga ou mulher a escrever em detalhe sobre virios aspectos da vida adoles~ 176 a ew 77 cente que est a experienciar pela primeira vez. Embor um estere6tipo, é o reflexo de um tipo de didtio. Adi (0s investigadores educacionais nfo sig Jo. Porque um didrio € normalmente escrito debaixo da influéncia imediata de uma experiéneia, pode ser paticularmente efi- ‘caz em capturar 0 humor das pessoas ¢ os seus pensamentos mais intimos. Mas, como & iosos taribém faz com que no venham parar as mis de estranhos. 3s podem vir superficie no decurso de entrevistas ou de observagies patici- ppantes. Os sujeitos com quem deseavolveu uma relagio podem mencionar esponta- imentos Ihe ser revelado. Se lagéo com o sujeito bem como do valor pessoal do didrio para a fessoa que o escreveu. Existe uma boa oportunidade de que, se 0 documento foi mencionado por um informador, o sujito esteja a considerar a ideia de 0 ‘mostrar, por isso deve tentar @ sua sorte ‘Embora possa parece: uma sugestio ridfcula, uma das formas de Jocalizr diérios é través de um antincio nem joral ou anunciar publicamente de outras formas o seu inte- resse em ver certostipos de materiais e quais os usos que tem em mente para eles (Thomas de documentos pessoais ais varios arqui- ‘vox, bem como em caixas de ecordagdes que as pessoas guardam nos seus sétios, Para os investigadores educacionais, os didrios de professores que registam em detalhe as primei- ‘as experiéncias de ensine, problemas com os estudanes, e materais semelhantes slo des- coberis importantes Existem outros mattis semelhantes a didrios, mas muito menos fatimos, Sio 1e- gistos para um fim especial tais como os que os professores podem guardar. Planos de lio com as nota que as acompanham so interesantes, especialmente se contiverem ccomentérios individuais, Também por vezes os pais escrevem um diério de desenvolvi- ‘mento ¢ progresso das suas criancas. Alguns fazem mesmo registos semanais acerca do (que a erianga esté fazer. Este tipo de material pode ser uma importante fonte de com- preensio de como os pais percepcionam os seus fills e quais as suas expectativas acerca eles. Dirios de viagem ¢ outros tipos de registos escrito das actividades das pessoas, tembora ni intimos e reveladores como um didtio, podem dar algumas pistas acerca de como € a vida pra as pessoas que est inteessado em estudar. Cartas pess cartas pessuis entre amigos e membros da familia dlo-nos outra fonte de dados qualitativos muito ricos. Estes materia podem ser especialmente dteis para revelar as relagies entre as pessoas que se correspondem. Quando as carta repre- sentam uma tentativa do autor para parilhar os seus problemas ou experi€acias, podem ormover rovelagdes acerca das experiéncias do autor. Muitas pessoas saem de casa para jean para a escola ou viajam para conseguirem lugares em instituigdes educecionas. As cars que eserevem para casa a descrever a sua vide € a natureza das suas experiéncias

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