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MODULO 1: CRITERIOS DE DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MAQUINAS an § % ELEMENTOS DE MAQUINAS | CRITERIOS DE DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MAQUINAS Universidade Santa Cecilia - UNISANTA Departamento de Engenharia Mectnica INTRODUGAO: projeto de maquina envolve, além de outras consideragbes, o dimensionamento correto de seus elementos para que possam resistir, com seguranga, as tenses maximas induzi- das quando ele esta sujeito, separadamente, ou a uma combinagdo de esforgos de flexdo, torgao, trago ou compressa. (Os elementos manufaturados com materiais duicteis, como os agos doces, séo me~ nos resistentes ao cisalhamento e so projetados tomando-se por base a maxima tenséo ci- salhante; 08 manufaturados com materiais frageis (quebradigos), como o ferro fundido e certos ‘aos duros, so usualmente projetados tomando-se por base a maxima tensdo ou compressdo. (0 projeto de maquina, em termos gerais, deve seguir um esquema de trabalho se- methante ao apresentado abaixo: Esquema Cinematico 1? Estado des forges * Prajeto dos Elomantos vr ‘sando [P| Resistencia, Rigidez, ete [———} ‘Aparencia, Produtiiidade' Estilo [Limitagdes de] Vida [Natureza do} Peso e Espa- Esperada | | mercado 0 Depois de assentadas as especificagées gerais, deve-se estabelecer 0 arranjo ci- nematico da maquina. A etapa seguinte consiste em um estudo das forcas atuantes, estudo este ainda incompleto nos casos em que as forgas provenientes de aceleragées sejam conside- radas, porque n&o so conhecidas as massas das partes moveis. Com estas informagdes pode ser feito um anteprojeto dos componentes (ainda no muito preciso pois néo sdo conhecidas exatamente todas as forgas). Agora estamos habilitados a fazer uma analise mais exata das for- as © a completar o projeto. Alem da resistencia e da rigidez, muitos fatores afetam as decisdes finais, como sejam aparéncia, limitagdes de peso © espago, facilidade de obten¢o de matéria- prima, técnicas de fabricacdo etc. PROFESSOR RICARDO TIBERIO $G4 ELEMENTOS DE MAQUINAS | CRITERIOS DE DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MAQUINAS © exposto acima € apenas um resumo do problema mas, apesar disso, no deve ser esquecido. Todas as etapas mencionadas estao bastante interligadas; hé um continuo pro- cesso de vaivém, ilustrado pelas setas em linha tracejada conforme a figura acima, Por exemplo, depois de uma primeira tentativa de projetar os elementos de uma certa méquina, uma analise dinamica pode acusar o aparecimento de elevadas forgas de inércia € obrigar, portanto, a uma revis&o no esquema cinemético da mesma Para o dimensionamento de um elemento de maquina podem ser utiizados dife- rentes critérios: 4. Resisténcia projeto de um elemento de maquina sob 0 ponto de vista da resisténcia é um dos esté- gios necessérios a0 seu dimensionamento final. Normaimente estes estagios consistem ‘em um arranjo cinematico, uma andlise de forcas, uma escolha de matéria-prima e, final- mente, um esbogo das proporeées do elemento que se projeta. Este esboco pode ser orientado por varios fatores, quais sejam: resistencia, rigidez, velocidade critica, as- pecto, corroséo, facilidade de fabricagdo etc. A resistencia de um elemento de maquina é influenciada por varios fatores, quais sejam: concentragao de tensées, fadiga proveniente de cargas variaveis, choque, acabamento superficial e também pelo seu tamanho. ‘A concentragao de tenses pode ser causada por qualquer descontinuidade como furos, variagées bruscas.de secGes, entalhes e defeitos superficiais. Um exemplo tipico de con- centragao de tenses aparece na figura abaixo, onde podemos observar_um furo de metro d em um elemento sujeito a um esforgo de tragéo. A tenséo adquire seu valor mé- ximo em pontos muito préximos do furo. P —— ae , neta i P PROFESSOR RICARDO TIBERIO ant ant ELEMENTOS DE MAQUINAS | Cecilia - UNISANTA Resumidamente podemos dizer que: - AS pegas de maneira geral devem suportar os esforgos a que esto submetidas. = As pegas ndo devem sofrer deformacées permanentes - As peas ndo devem romper por fadiga. 2 Rigidez O projeto de um elemento de maquina deve, em alguns casos, ser feito levando-se em conta a rigidez. © elemento pode ser bastante forte para evitar a ruptura mas nao pode ser satisfatoriamente rigido para desempenhar as fungdes que Ihe sao atribuidas. [As deformagSes das pegas devem ser controladas e pré-calculadas. 3- Custo de Fabricagéo E um dos critérios que oferece ao Engenheiro de Projetos a maior dificuldade, pois a ele esto subordinados: = tipo e bitola da matéria-prima & disposi¢ao - proceso de fabricagao da pega - quantidade de pecas a serem produzidas. Outros eritérios utiizados com menor frequéncia: = Desgaste da peca - Limitagao da temperatura de trabalno ~ Corroséo, Utiizaremos no nosso curso 0 dimensionamento pelo critério da Resisténcia, o qual ser subdividido em duas partes: ‘A- Pré-calculo do elemento através da Resisténcia dos Materiais - isola-se 0 elemento a ser dimensionado. - determina-se através da mecanica geral os esforgos extemos ativos. - determina-se através da resisténcia dos materials os esforgos externos reativos. - Tragam-se os diagramas dos momentos fletores (Mf) e dos momentos torgores (Mt) - Obtém-se o momento ou tens&o equivalente das secgées criticas do elemento Me=(MptaMe ou oeg=Jortar a «= fungo do critério de resistencia utilizado no dimensionamento, PROFESSOR RICARDO TIBERIO ant $G% ELEMENTOS DE MAQUINAS | ‘ CRITERIOS DE DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MAQUINAS “Departamento de Engenharia Mecénios Universidade Santa Cecilia - UNISANTA B- Verificagao a fadiga ‘ A verificagdo & fadiga pode ser obtida por célculos e também por ensaios de la- ‘ oratorio. E considerada como sendo a maxima tens&o, proveniente de uma carga alternada, que um elemento de maquina pode resistir por um tempo inde- finido. , ‘Obs: Tensdo Limite de Fadiga (of ou Sd) Geralmente consideramos para os agos of = 0,5 Gnstue PROFESSOR RICARDO TIBERIO sit $G% ELEMENTOS DE MAQUINAS | CRITERIOS DE DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MAQUINAS idade Santa Ceclia - UNISANTA Departamento de Engenharia TIPOS DE SOLICITACOES NOS ELEMENTOS DE _MAQUINAS (BACH) ‘As cargas que atuam nos elementos de maquinas podem ser classificadas em dois gru- pos distintos = r 4- Cargas constantes (Tipo 1) 2- Cargas varidveis (Tipo Il e Tipo Ill) ( 41- Cargas Constantes: ‘ Entre as cargas constantes podemos destacar a carga estatica, que é uma carga cte € gradualmente aplicada. O fato de uma carga ser estética nao significa que ela no tenha nenhuma variagao com © tempo, isto 6, significa apenas que a variagdo se ocorter, ocorrera poucas vezes, no acarre- tando assim choques ou rupturas por fadiga. Essa carga estatica provoca uma tensdo cte, se 0 elemento ndo estiver em rotacdo. Carga Constante - Tipo! Ex: Vigas tempo 2-Cargas Variaveis: Essas cargas variam segundo um ciclo senoidal ou ondas dente de serra e podem ser: Cargas Pulsantes: séo cargas cujos valores variam periodicamente com o tempo entre um valor maximo e zero. PROFESSOR RICARDO TIBERIO ent § % ELEMENTOS DE MAQUINAS | CRITERIOS DE DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MAQUINAS. Departamento de Engenharia i Ex: dentes de engrenagem tempo Cargas Alternadas: 6 0 tipo de carga cujo valor varia periodicamente com 0 tempo, entre um valor maximo positive e um valor minimo negativo, simétricos em relagao a linha de carga zero. mpo Ex: eixos em rotagao PROFESSOR RICARDO TIBERIO 7M $G% ELEMENTOS DE MAQUINAS | CRITERIOS DE DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MAQUINAS. Universidade Santa Cecilia - UNISANTA, Departamento de Engenharia Mecdnica SOLICITAGGES COMPOSTAS - “VON - MISES” 4- Tensées Normais Devido a ago de carga normal: ry “+ N Ona 0 . rf ry Devido a agéo de um Momento Fletor (Mf): A whos ‘ ‘ 5 ad’ ‘ Para seop6es circulares macigas temos que: J == 15) ‘ Genericamente: Sn=toy toy (19) ‘ - PROFESSOR RICARDO TIBERIO ont $G% ELEMENTOS DE MAQUINAS | CRITERIOS DE DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MAQUINAS Je Santa Cecilia - UNISANTA, Univers _Departamento de Engenharia Mecénica 3 Tensao Limite de Fadiga Conforme vimos, um eixo pode sofrer ruptura mesmo quando sujeito a tensdes me- ores que a tensdo de escoamento. ‘Tomemos como exemplo um ensaio de ruptura por flexo de um corpo de prova polido com diametro de 7 mm @ solicitado por tensées do Tipo Il, desta forma teremos 0 seguinte grafico: C (ciclos) Se a tensfio for elevada, 0 corpo romper-se-a antes de iniciar a rotagdo, isto é, a ruptura sera estatica ParaC=0 ——® = Gut Sendo 0; a solicitagdo a que esté sujeito 0 corpo de prova, com C; ciclos ocorre- réaruptura, Diminuindo-se a solicitagao para oz < o2 a ruptura ocorrerd com C; ciclos que C2 > Cy Baixando-se o valor da solicitagdo sucessivamente, atingiremos um valor de tenséo Sd, valor este que, por maior que sejam os niimeros de ciclos, jamais o eixo entraré em ruptura. Esta maxima tensdio que o eixo pode resistir sem romper-se denominamos Ten- ‘sdo Limite de Fadiga. PROFESSOR RICARDO TIBERIO $64 ELEMENTOS DE MAQUINAS | (CRITERIOS DE DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MAQUINAS Universidade Santa Cecilia - UNISANTA, 4 Tensio Admissivel A tenséo admissivel caom OU trou 6 a tenséo utilizada no dimensionamento dos Elementos de Maquinas. E obtida dividindo-se a tenséio tida como "PERIGOSA” por um coeficiente de segu- ranga, ‘A escolha da “Tensdo Perigosa” para o dimensionamento de um elemento de maquina é um dos problemas mais importantes a ser resolvido pelo Engenheiro de Projetos, ao mesmo tem- po que é um dos mais dificeis. ‘O engenheiro de Projetos chega a “Tensao Perigosa”: = pela anélise meticulosa das condigSes de servigo - pela avaliacdo da resisténcia do material sob estas condigées de servico. - Pela escolha da margem de seguranca. Geralmente toma-se a tensdo limite de escoamento para materiais diicteis e cargas constan- tes, a tensdo de ruptura para materiais frageis e cargas constantes a Tensdo limite de fadiga para 0 caso de cargas dos Tipos Il Ill A tabela abaixo resume o que foi dito: CARGA MATERIAL, TENSAO PERIGOSA P Oe bUCTIL TIPO! FRAGIL or TIPO I DUCTIL Oo . RAC FRAGIL TIPO Ill Or OU Or PROFESSOR RICARDO TIBERIO 40/11 wit ¢ §G% ELEMENTOS DE MAQUINAS | om CRITERIOS DE DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE MAQUINAS Universidade Santa Cecilie - UNISANTA 5- Coeficiente de Seguranca A determinago do coeficiente de seguranga é bastante dificil, por exigir a consideragao de intimeras peculiaridades. Y Muitas vezes esse problema ndo pode ser resolvido a nao ser pela experiéncia do proje- ) tista, pela observagdo do bom ou mau comportamento das pecas em servigo, podem reunir-se um grande ntimero de dados empiricos, os quais podem ser criticados do ponto de vista cientifico, mas que so bastante titeis no projeto. ) Os fatores que influenciam fortemente no valor do coeficiente de seguranga so: = tipo de material da pega (diet, frégil, etc...) = cargas atuantes (tip |, tipo I! ou tipo Il) = perigo de vida (do operador, de elementos vizinhos) = Perigo de propriedade (custo envolvido) = classe do equipamento (grosso, fino, ...) Os dois primeiros itens servem de partida para a escolha inicial e os demais obrigam o ( ‘aumento do valor do coeficiente de seguranca Resumindo temos que: ‘ Para materiais frageis ——P n=a.b.c.d Para materiais ductes ——> n= or] c Onde: a = relagéo de elasticidade = Gr/ Op « b= fator tipo de carga = para cargas Tipo! Oo - para cargas Tipo Il. ( = para cargas Tipo til c= fator modo de aplicagao da carga Oo - Tipo I gradualmente aplicada = Tipo Il subitamente aplicada = Tipo Ile Tipo ill (choques) ¢ d= fator real de seguranca ~ materiais dacteis + materials frageis PROFESSOR RICARDO TIBERIO

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