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COESÃO TEXTUAL
O QUE É COESÃO?

• Coesão é a propriedade pela qual se cria e sinaliza toda espécie de ligação, de laço, que dá ao texto
unidade de sentido ou unidade temática.
• A função da coesão é promover a continuidade do texto, a seqüência interligada de suas partes, para que
não se perca o fio da unidade que garante a sua interpretabilidade.
(Irandé Antunes. Lutar com palavras: coesão e coerência)

COESÃO

REFERENCIAL SEQÜENCIAL

2.1 Coesão Referencial


Texto 1

Certa vez um soldado disse ao seu tenente:

– Meu amigo não voltou do campo de batalha, senhor. Solicito permissão para ir buscá-lo.

– Permissão negada – replicou o oficial. Não quero que arrisque a sua vida por um homem que
provavelmente está morto.

O soldado, ignorando a proibição, saiu, e uma hora mais tarde regressou, mortalmente ferido, transportando
o cadáver de seu amigo. O oficial estava furioso:

– Eu tinha dito que ele já estava morto!!! Agora eu perdi dois homens! Diga-me, valeu a pena trazer um
cadáver?

E o soldado, cuja vida o abandonava, respondeu:

– Claro que sim, senhor! Quando o encontrei, ele ainda estava vivo e me disse: “Tinha certeza que você
viria!”

Texto 2
Certa vez um soldado disse ao seu tenente:
2

– Meu amigo não voltou do campo de batalha, senhor. Solicito permissão para ir buscá-lo.

– Permissão negada – replicou o oficial. Não quero que arrisque a sua vida por um homem que
provavelmente está morto.

O soldado, ignorando a proibição, saiu, e uma hora mais tarde regressou, mortalmente ferido, transportando
o cadáver de seu amigo. O oficial estava furioso:

– Eu tinha dito que ele já estava morto!!! Agora eu perdi dois homens! Diga-me, valeu a pena trazer um
cadáver?

E o soldado, cuja vida o abandonava, respondeu:

– Claro que sim, senhor! Quando o encontrei, ele ainda estava vivo e me disse: “Tinha certeza que você
viria!”

Texto 3
Certa vez um soldado disse ao seu tenente:

– Meu amigo não voltou do campo de batalha, senhor. Solicito permissão para ir buscá-lo.

– Permissão negada – replicou o oficial. Não quero que arrisque a sua vida por um homem que
provavelmente está morto.

O soldado, ignorando a proibição, saiu, e uma hora mais tarde regressou, mortalmente ferido, transportando
o cadáver de seu amigo. O oficial estava furioso:

– Eu tinha dito que ele já estava morto!!! Agora eu perdi dois homens! Diga-me, valeu a pena trazer um
cadáver?

E o soldado, cuja vida o abandonava, respondeu:

– Claro que sim, senhor! Quando o encontrei, ele ainda estava vivo e me disse: “Tinha certeza que você
viria!”

Coesão Referencial nos textos

Texto 1
NÓS E OS LIVROS
Marcos Rolim*

A vida moderna seria insuportável sem os livros. Neles repousa uma das raras oportunidades que temos de
transcendência, de superação da realidade que nos cerca. Entre todas as experiências de fruição, talvez apenas a
grande música possa produzir efeito semelhante ao da leitura. A música nos transporta para uma dimensão etérea só
habitada por nossos sentimentos mais radicais. (Para os que tiveram alguma dúvida sugiro que ouçam, em uma sala
escura, “A Paixão Segundo São João”, de Bach. O resultado é atordoante. Penso que foi por conta desse efeito que a
filosofia de Nietzsche foi concebida a partir da seguinte questão: - “Como viver quando não estamos ouvindo
música”?) Já leitura nos conduz para um diálogo conosco mesmo e permite, pelo caminho da abstração, que
tenhamos acesso aos conceitos. Quando não dispomos de conceitos, seguimos presos ao mundo e àquilo que dele
percebemos como realidade imediata, sensível. Nessa prisão cultiva-se o conformismo e promove-se a obediência.
Nem sempre esse são os resultados, mas sem conceitos, mesmo a revolta é impotente, cega e, assim, não pode
ultrapassar o desespero.
Por isso, preocupa-me o fato de encontrarmos cada vez menos espaço para a leitura. Milhões de brasileiros,
especialmente jovens, lêem pouco ou nada. Livros são caros e estão fora do alcance da maioria. Nossas bibliotecas
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são, em regra, poucas e pobres. E, sobretudo, as sociedades contemporâneas parecem não estimular o hábito da
leitura.
Quando penso em minha própria relação com os livros, me dou conta do que eles me fizeram. Comecei a
ler muito cedo em uma época onde a TV ainda não possuía as pessoas. Praticamente todos os livros que li na
infância e na adolescência foram emprestados. Eu não podia comprá-los, mas também não precisava tê-los. Primeiro
foi minha mãe que me trazia livros da biblioteca; depois o Adelminho me apresentou à aventura do pensamento e da
“Revolução”. Lia à noite, durante a madrugada, apenas com a luz da cabeceira para que meus pais não percebessem
que eu estava acordado. Aos 11 anos, tinha lido quase todo Jorge Amado, incluindo os proibidos “Subterrâneos da
Liberdade”; aos 12, descobri Voltaire e fiquei fascinado; aos 15 li “O Que Fazer? De Lênin. Aí já não tinha mais
jeito. Minhas opções posteriores, todas as relevantes, pelo menos, estiveram vinculadas àquelas leituras. Desde
então, para mim, ter pouco tempo para ler é o equivalente a uma punição.
A leitura. Sim, esse é o tema importante sobre o qual deveríamos inquirir os candidatos à presidência e aos
governos dos Estados. O que pretendem fazer para que o povo tenha acesso à leitura e para que as edições sejam
mais baratas? Em síntese, quais os seus planos para que as pessoas prefiram um bom livro ao “Big Brother”, por
exemplo?
A Razão, 23/07/02

Texto 2
RISCO DE VIDA

Um educado leitor escreve para estranhar que este jornal utilize a expressão risco de vida, alegando que um
professor de renome já corrigiu este equívoco de uma vez por todas: “É risco de morte, pois só pode correr risco de
vida um morto que está em condições de ressuscitar”. Sinto dizer-te, meu polido leitor, mas não é bem assim que
funciona. A experiência me ensinou a suspeitar, de antemão, de tais “descobertas” adventícias, feitas por essas
autoridades que aparecem para me anunciar, com aquele olhar esgazeado do homem que viu a bomba, que eu estive
cego e surdo todo esse tempo. Talvez não saibas, mas o Brasil assiste agora a uma nova safra desses Antônios
Conselheiros da gramática: volta e meia, aparece um maluco disposto a reinventar a roda e a encontrar “erros” no
Português que já era falado pela avó da minha bisavó e pelos demais antepassados – incultos, cultos ou cultíssimos.
O que esses fanáticos não sabem (até porque, em sua grande maioria, pouco estudo têm de Lingüística e de
Gramática) é que, mesmo que a forma que eles defendem seja aceitável, a outra, que eles condenam, já existia muito
antes do dia em que eles próprios vieram a este mundo para nos incomodar.
Os falantes de Português sempre interpretaram esta expressão como a forma elíptica de “risco de perder a
vida”. Ao longo dos séculos, todos os que a empregaram e todos os que a ouviram sabiam exatamente do que se
tratava: pôr a vida em risco, arriscar a vida. Assim aparece na Corte na Aldeia, de Francisco Rodrigues Lobo; nas
Décadas, de João de Barros; em Machado (“Salvar uma criança com risco da própria vida...”, Quincas Borba); em
Joaquim Nabuco; em Alencar; em Coelho Neto; em Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós; na Bíblia, traduzida
por João Ferreira de Almeida no século 17 (“Ainda que cometesse mentira a risco de minha vida, nem por isso coisa
nenhuma se esconderia ao rei”, II Samuel 18:13); e assim por diante. Além disso, nossas leis falam em “gratificação
por risco de vida”, o Código de Ética Médico fala de “iminente risco de vida” e o dicionário do Houaiss, no verbete
“risco”, exemplifica com risco de vida. E agora, meu caro leitor? Achas mesmo que o teu renomado professor, se
pudesse entrar em contato com o espírito de Machado ou Eça, teria a coragem de dizer-lhes nas barbas que eles
tinham errado durante toda a sua vida literária – e que ele estava só esperando a oportunidade para dizer o mesmo
para Camilo Castelo Branco, Joaquim Nabuco e outros escritores que não tinham tido a sorte de estudar na mesma
gramática em que ele estudou?
Nota, porém, que a defesa que faço do risco de vida não implica a condenação do risco de morte, que
também tem seus adeptos – entre eles, o padre Manuel Bernardes e o mesmo Camilo Castelo Branco, que, nesta
questão, acendia uma vela ao santo e outra ao diabo. Na maioria das vezes, seu emprego parece obedecer a um
critério sutilmente diferente, pois esta forma vem freqüentemente adjetivada (risco de morte súbita, de morte
precoce, de morte indigna) ou sugere uma estrutura verbal subjacente (risco de morte por afogamento, de morte por
parada respiratória, de morte no 1° ano de vida, etc.) – ficando evidente a impossibilidade de optar por risco de vida
nessas duas situações. Como se vê, somos obrigados a reconhecer que também é moeda boa, de livre curso no país,
a única a ser usada em determinadas construções – mas não é um substituto obrigatório do consagradíssimo risco de
vida. Aliás, a disputa entre as duas formas não é privilégio nosso, pois ocorre também no Inglês (risk of life, risk of
death), no Espanhol (riesgo de vida, riesgo de muerte) e no Francês (risque de vie, risque de mort).
O equívoco da renomada (famigerada?) autoridade que mencionas, prezado leitor, foi acreditar
ingenuamente que a nossa língua existe para expressar nosso pensamento, devendo, portanto, obedecer aos critérios
da lógica – teoria que andou muito em voga lá pelo final do século 18 e que foi abandonada junto com a tabaqueira
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de rapé e o chapéu de três bicos. Por este raciocínio, se enterro um prego na madeira e enfio a linha na agulha, não
poderia enterrar o chapéu na cabeça e enfiar o sapato no pé (e sim a cabeça no chapéu e o pé no sapato); um líquido
ótimo para baratas deveria deixá-las alegres e robustas, e não matá-las. A língua não pode estar submetida à lógica
porque é incomensuravelmente maior do que ela, já que lhe cabe também exprimir as emoções, as fantasias, as
incertezas e as ambigüidades que recheiam o animal humano. O Português atual, portanto, é o produto dessa
riquíssima mistura, sedimentada ao longo de séculos de uso e aprovada por esse plebiscito gigantesco de 900 anos,
que deve ser ouvido com respeito e não pode ser alterado por deduções arrogantes e superficiais.

Cláudio Moreno – Professor, doutor em Letras


Fonte: Caderno Cultura. Seção O prazer das palavras. Zero Hora, 27 de novembro de 2004.

VAI FALTAR ÁGUA?

As águas ocupam cerca de 71% da superfície do planeta, mas apenas 2,5% de toda a água do planeta é doce,
desses, dois terços estão confinadas nas calotas polares e nas altas montanhas. Sobram então, os rios, lagos (águas
superficiais) e as águas subterrâneas que têm uma reserva cem vezes maior que as superficiais.
Muitas pessoas desconhecem a realidade preocupante de uma possível crise de água potável. Alguns autores
e até a Organização das Nações Unidas (ONU) estão prevendo que, em aproximadamente 20 anos, duas a cada três
pessoas sofrerão com a falta de água de boa qualidade.
Os rios e lagos, em alguns casos, já se encontram poluídos. E, se não cuidarmos, as águas subterrâneas
terão o mesmo destino que é mais agravante porque não podem ser despoluídas, pois os custos são elevadíssimos e
não se consegue eliminar completamente os agentes poluidores.
Você sabia que estamos sobre a maior reserva de água subterrânea do mundo, chamada Sistema Aqüífero
Guarani, com cerca de 54,2 mil quilômetros cúbicos de água em uma área de aproximadamente 1,2 milhões de
quilômetros quadrados abrangendo quatro países da América do Sul (Brasil, Uruguai, Argentina, e Paraguai) e oito
estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso e Goiás)?
È difícil imaginarmos que existe muito mais água no subsolo! Somos privilegiados por termos esta
abundância de água.
Os postos de gasolina, os lixões e até as fossas sépticas são grandes poluidores em potencial. Se não houver
fiscalização rígida, eles podem comprometer a potabilidade das águas subterrâneas.
A prevenção é a melhor medida para combater a poluição das águas subterrâneas. Ela também é melhor do
ponto de vista econômico e ecológico.
Preservar a qualidade das águas subterrâneas pressupõe a mudança de comportamento de inúmeros fatores
sociais, exige esforços dos consumidores da água e, talvez ainda mais, de todos os ocupantes do solo, públicos ou
privados, que precisam tornar-se mais conscientes de que a água é finita.
Posso assegurar que se não cuidarmos de nossas reservas com certeza irá faltar água! Ajude a preservá-la!
Saulo Vichara Berro - Jornal Diário de Santa Maria – 03/06/2004

Outros recursos – pronomes, elipses, vocabulário expressivo

1) Sob um sol escaldante, ele chega impecável (...) ao acampamento dos guerrilheiros (...) no Camboja, território
minado e onde nenhum diplomata havia pisado antes. Como prova de confiança, os guerrilheiros pedem que ele
nade num rio. Sem titubear, ele entra na água. Era o ano de 1992. Negociava-se diplomaticamente a intrincada e
difícil tarefa de repatriar 370 cambojanos, muitos vivendo na vizinha Tailândia. A repatriação aconteceu sem
nenhuma única vítima. Esse é apenas um dos tantos méritos de Sérgio Vieira de Mello, Comissário de Direitos
Humanos da ONU, que morreu em 19 de agosto de 2003. (
Fonte: Isto É, 23 set. 2003.)

2) Mosca mutante passa bem com pouco sono


Cientistas da Universidade de Wisconsin, nos EUA, descobriram um gene que pode ajudar a determinar
quais pessoas são capazes de dormir apenas três ou quatro horas por dia sem adoecer.
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O achado explicaria por que a capacidade de dormir pouco aparece em algumas famílias, que carregam
uma mutação que perturba os padrões normais de sono. O gene em questão controla canais de íons de potássio nas
áreas do cérebro envolvidas no sono.
A descoberta, relatada hoje na revista “Nature”, é fruto de um trabalho de quatro anos, que estudou os genes
de 9.000 moscas-da-fruta e poderá, no futuro, resultar em drogas contra distúrbios do sono.(
Fonte: Folha de S.Paulo, 19 abr. 2005)

3) O Imperador D. Pedro II sempre se empenhou em mudar a imagem externa do Brasil e em transmitir seu
“verdadeiro” aspecto civilizado. Ele visitou pessoalmente a Exposição Universal da Filadélfia (1876). Lá teria
conhecido Alexander Grham Bell, que lhe apresentou sua mais nova invenção, o telefone. Ao testá-lo, o Imperador
teria dito ao inventor americano que, estando disponível no mercado, o Brasil seria o seu primeiro comprador.

O Imperador D. Pedro II sempre se empenhou em mudar a imagem externa do Brasil e em transmitir seu
“verdadeiro” aspecto civilizado. Ele visitou pessoalmente a Exposição Universal da Filadélfia (1876). Lá teria
conhecido Alexander Grham Bell, que lhe apresentou sua mais nova invenção, o telefone. Ao testá-lo, o Imperador
teria dito ao inventor americano que, estando disponível no mercado, o Brasil seria o seu primeiro comprador.
(Fonte: Folha de S.Paulo, 19 nov. 2000)

4) Numa sociedade onde ninguém quer engordar, o crescimento dos supermercados é um tanto contraditório. A
febre de emagrecimento deveria beneficiar o desenvolvimento de pequenas quitandas e não desses monstruosos
templos de consumo.
(Fonte: Carlos Eduardo Novaes, 1974, p. 123)

5) É com indignação que vejo o sucesso dos Mamonas Assassinas. Tal fato demonstra o baixíssimo nível cultural do
povo brasileiro, que, além de engolir sem digerir a futilidade de sertanejos, pagodes, raps e outras idiotices,
incorpora a seu cardápio terceiro-mundista a mediocridade desses estelionatários da arte.
(Fonte: Veja, 1995)
EXERCÍCIO:

Questão 1 – Julgue as afirmações sobre os elementos de coesão referencial no texto abaixo.

Com o objetivo de lutar para que o ensino do português escrito fique mais fácil, esta coluna vem publicando
alguns artificialismos da gramática tradicional que continuam sendo ensinados nas escolas, numa dissociação
gritante entre escola e realidade lingüística.
A distância entre a língua falada e a escrita sempre existirá, porque esta é mais conservadora, enquanto
aquela é o motor das mudanças. Mas não é mais possível tolerar essa distância quilométrica no português, que
dificulta sobremaneira o trabalho do professor em sala de aula no processo de alfabetização, fazendo que sejamos
bilíngües, conquanto falemos e escrevamos uma só língua.
Fonte: Hélio Consolaro (com adaptações)
a) O pronome demonstrativo “esta” (l. 1) remete à instância de quem escreve o texto.
b) O pronome relativo “que” (l. 2) remete, por catáfora, a “alguns artificialismos da gramática tradicional” (l. 2).
c) O pronome demonstrativo “esta” (l. 4) retoma “língua falada” (l. 4).
d) “A distância entre a língua falada e a escrita” (l. 4) é retomada por “essa distância quilométrica no português” (l.
5-6).
e) Na linha 6, “que” é pronome relativo por se referir a “fazendo” (l. 6).
2.2 Coesão Seqüencial

1) Sejam palavras bonitas ou sejam palavras feias; sejam mentira ou verdade, ou sejam verdades meias; são sempre
muito importantes as coisas que a gente fala.
Fonte: Ruth Rocha.

2) Não há forma mais sublime de pertencer-se a um povo do que escrever em sua língua, uma vez que há uma
estreita relação entre língua escrita e nacionalidade.
Fonte: Agostinho D. Carneiro, 2001. p. 10

3) Respeito e ética numa sociedade são tão importantes quanto água e alimento a um náufrago.
6
Fonte: Mario Perini, 2004, p. 22.

4) A Educação Básica é a grande prioridade nacional, mas o tema que ocupa os jornais é o ensino superior.

Embora a Educação Básica seja a grande prioridade nacional, o tema que ocupa os jornais é o ensino superior.
Fonte: Isto É, 13 abr. 2005.
5) Pedro é um bom funcionário, mas costuma chegar atrasado. (-)
Pedro é um bom funcionário, embora costume chegar atrasado. (+)

6) Acho que as escolas terão realizado sua missão se forem capazes de desenvolver nos alunos o prazer pela leitura.
Fonte: Rubem Alves, Folha de S.Paulo, 24 mar.1995.
7
) Todos podem se tornar escritores, contanto que sejam mais leitores que escritores.
Fonte: Leonardo Silva, médico e escritor de miniconto

8) Segundo revelou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em nenhum lugar do mundo se desmata
tanto quanto na Amazônia – o equivalente a um campo de futebol por segundo.
Fonte: Terra, dez. 1999.

9) A matança criminosa de focas é conhecida no mundo inteiro. Atualmente, já existem certas medidas de proteção
à fauna, para que tais caçadas não se repitam.
Fonte: Conhecer nosso tempo, 1974.

10) A gíria tornou-se um recurso disponível a fim de que as pessoas pudessem de comunicar a se entender de forma
mais direta, mais simples, mais ousada e mais permissiva, também.Fonte: Lourenço Cazarré. Reportagem do
boletim

EXERCÍCIOS

Questão 1 – Julgue as afirmações sobre os elementos de coesão seqüencial no texto abaixo.

Com o objetivo de lutar para que o ensino do português escrito fique mais fácil, esta coluna vem publicando
alguns artificialismos da gramática tradicional que continuam sendo ensinados nas escolas, numa dissociação
gritante entre escola e realidade lingüística.
A distância entre a língua falada e a escrita sempre existirá, porque esta é mais conservadora, enquanto aquela é
o motor das mudanças. Mas não é mais possível tolerar essa distância quilométrica no português, que dificulta
sobremaneira o trabalho do professor em sala de aula no processo de alfabetização, fazendo que sejamos bilíngües,
conquanto falemos e escrevamos uma só língua.
Fonte: Hélio Consolaro (com adaptações)

a) No primeiro parágrafo, pode-se dizer que é expressa uma relação de finalidade da luta que o colunista afirma
empreender no contexto de ensino da língua portuguesa.
b) No segundo parágrafo, são explicitados motivos para as diferenças existentes entre a língua falada e a escrita.
c) No segundo parágrafo, a conjunção “Mas” (l. 5) poderia ser substituído por “Todavia”, seguido de vírgula,
ressaltando o posicionamento favorável do autor à distância entre o português falado e o escrito
d) Na linha 6, a forma nominal do verbo “fazendo” permite inferir-se uma relação de conseqüência para a
dificuldade do processo de alfabetização.
e) Na linha 7, “conquanto” poderia ser substituído por enquanto sem alteração do sentido original.

Questão 2 – Reescreva as frases a seguir, utilizando um conector que estabeleça a relação de sentido indicada entre
parênteses. Faça as alterações sintáticas que se fizerem necessárias.
A- Os preços dos cereais se elevarão.
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B- A seca foi grande no Rio Grande do Sul.
(B causa de A)
A- Ser aprovado num concurso público é difícil.
B- Tenho confiança em meu potencial.
(B oposição a A)
A- Conseguir uma boa classificação no concurso.
B- É preciso ser disciplinado e persistente nos estudos.
(A finalidade de B)
A- Não respeitaram a decisão do grupo.
B- A decisão parecia justa.
(B concessão de A)
A- A prova foi complicada
B- Apenas dois candidatos gabaritaram a prova.
(B conseqüência de A)

ELEMENTOS DE COESÃO SEQÜENCIAL (ARTICULADORES / NEXOS ORACIONAIS)

Relação de Articulador
e, nem, também, ainda além de outrossim
não só... mas também além disso ademais
não somente... mas também além do mais
ADIÇÃO
não apenas.... como também além do que
tanto... quanto como se não bastasse
tanto... como outro (problema, modo...)
8
ALTERNÂNCIA ou, ou ... ou, ora ... ora, seja ... seja, quer ... quer.

CAUSA / que, porque, pois, como, por causa de, já que, uma vez que, porquanto,
EXPLICAÇÃO na medida em que, visto que.

como, mais... que, menos... que, tão... quanto, em contraste, já, do mesmo
COMPARAÇÃO
modo, da mesma forma, da mesma maneira, diferentemente, igualmente.

embora, mesmo que, apesar de que, ainda que, conquanto, se bem que, posto
CONCESSÃO
que, nem que, a despeito de

portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo, dessa/desta


CONCLUSÃO maneira, dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo,
destarte ou dessarte.

se, caso, se acaso, a não ser que, salvo se, a menos que, desde que, contanto
CONDIÇÃO
que.
como, conforme, segundo, de acordo com, em conformidade com, consoante,
CONFORMIDADE
para.
tão ... que, tanto ... que, tamanha(o)... que, tal ... que..., decorrente de, em
CONSEQÜÊNCIA
decorrência de, conseqüentemente, com isso.
FINALIDADE para que, a fim de que, com a finalidade de.

OPOSIÇÃO /
mas, porém, entretanto, contudo, no entanto, todavia, não obstante
ADVERSIDADE
PROPORCIONALIDAD
à medida que, à proporção que
E
TEMPO /
quando, assim que, logo que, no momento em que, depois que, antes que
TEMPORALIDA
enquanto, ao mesmo tempo em que.
DE
Bibliografia
COSTA VAL, Maria das Graças. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes. 1999.
FIGUEIREDO, Luís Carlos. A redação pelo parágrafo. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1995.
FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1997.
KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
_____. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989
_____. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 1997
KOCH, Ingedore G. Villaça & TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1990.
PILAR, Jandira. A redação de vestibular: um apanhado sobre o texto considerado satisfatório. Santa Maria, Gráfica
Pallotti. 2001.
SACCONI. L. A. Nossa gramática: teoria e prática. 22. ed. São Paulo: Atual. 1994.
VARGAS, Cristiane Fuzer. As regularidades e as possibilidades de progressão temática nos textos de popularização
científica. Dissertação (Mestrado em Letras), Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2002.
VIANA, Antonio Carlos et al. Roteiro de redação: lendo e argumentando. São Paulo: Scipione, 1998.

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