Você está na página 1de 40
"Nam texto asco dena sede confrtcan, Manso Cacia pervone 3 Inia cl chide ws ds ene ing uma elena nti «eck om lo nico ete peru, oferecende dow moor setginicot deca: ps greg denature diner defini ndogimea sang¥e, ‘20 modelo epi daar rmina, um cide cj cca prgramstis+ Jew arise ea cecer inesorelmente Henle J modelo romana cidade ‘modern exes cate ee a condo de adele or moc, dee de acim ¢enconto de wn ora condo de ‘igus de cenirio de necimbio cee denon, Ma tena mec omemporines a produ eo mercado mare 0 desenvolvimento da cidade ‘ering definamerte as mars dave aes ea do eos 'No crane hoe habitmon 2 poe-metipae a ident Eembor oe ‘os corp contin 4 edanar a ecilade de api pcre pe tm geoprats que deren deparimewor pias ar orem ermpori fle ese warformam em acontecinento «nce emp ulin) y a pan ste breve texto naceu de um seminiri realizado no Centro Sant’ Apollinare de Fiesole.A gravagio dhs conte ‘éncia de Massimo Cacciari fo tanscritae etd, aps trabalho atento e demorado, por Tonino Nasuto, de segui dda revista pelo responsive do Centro, O texto conserva intencionalmente urn cert eto saladoe, exibindo, con- tudo, algumasdifculdades resultant da complexidade do tema, que por vezes parece entrar em contradicio. Deve, por iso, terse presente o que 0 autor dizia no inicio da sua ‘exposigo: Desde a sus origens a cidade &“investida” por ‘uma ordem dupla de dsejos”: desejamos a cidade como “sci, como “mie, em simaineo, como "mquina”, ‘como “instrument”; querenvo-I4“éthos”, no sentido origi ral de morada eresidénciae, a0 mesmo tempo, quereme- lum meio complexo de fungBes;pedimos-lhe seguranga “paz” e, concomitantemente, pretendemos dela gran de cfcincia, ficicia e mobildade.A cidade vive seta a ‘quests contraditorias. Querer ultrapasar esta contradito- Fiedade & mi utopia. E necessiei, 20 inv, date forma [A cidade, na sua historia, a perene experfaia de da form: 4 contradigio, 20 confit.» Polis e civitas: a raiz étnicaeo conceito dinamico de cidade ‘Uma ver que no far muito sentido falar de cidade em sen ‘ido pera, € bor comegar por faze alguns esclarecimnen= tbo ponto de vista h ‘nquanto tal nio existe. Existem diferentes e istintasfor~ ‘nas de vida urbana. Nio & por acaso que o trmo «cidade» pose ser dito de diferentes maneins. Por exemplo, em laim ‘aio © termo correspondente 20 grego polis. A ciferenga respeitante 3 origem da cidade € uma diferenca esencial ‘Quando wm grexo fala de pis pretend, antes de mais, Indieara sede, aresidéncia lagar em que um determinado sana determinada estigpe, uma gente (gns/eén) tem 1 ss eaizes. Em grego,o term pis emete de imedito fora uma iia forte de enratzamento. A pli € © higar onde Alterminada gene, espcifca no que toca a trades © ¢05- fumes, tem asta sede, reside, onde tem 0 seu proprio és i greyo, dos € um termo que indica a mesma raiz do a ‘Aciade terme latino sees e no term nenhum significado unica mente moral, como pelo conteirio o tema latina mox Os ‘mors latinos So tradigBes, costumes o hes grego — termio ‘muito anterior a qualquer costume e tradigio — &a sede, © lugar onde a minka gente tadicionalmente mora ei Ea pls & precisamente o lugar do és o lar que serve de sede a determinad gene. Bsa expecificidade ontoldgica e genealdgica do termo pis no ext presente no terme latino cts. deren radical ji que no termo latino dita reflectindo bem, se manifesta a sua provenineia do temo cic 8 dee formam um conjunto de pesioas que se euniam para dhr vida cidade Emile Benveniste, o grande linguists indo-europeu, sablinhos muito ber este aspecto hi ji bastante tempo. Nio exist, portant, madame la ill asim come no cite monsiur I cpa ox madame la tere, Civitas € um, termo que deriva de ds portant, de certo mod sarge ‘como produto dos cvs quando se reinem nam mesmo ugar e e submetem is mesmas les. No greg, a invés 2 relagioinverte-e por completo, jf que 6 termo fundam tal € poise derivado € plies, cidado. Note-s a perf ta correspondéncia entre a desinéncia de poles e de ives: :mas,no segundo ess indica a cidade, no primeino 0 cida- resutando, Jum peso monumental inico. Constroen-se cor gids, que exorvam, monovalentes. A ar {em uma aspracio, paradoxale puética, devido 20 Ao edifcio (em Berlim & possvel ver, para i da ‘specifica de cada contentr individu o iano da monumentaidade, como se quizes finer ‘Acripole ou o Parlamento americano tipico dos lo culo xvi). finguagem arquitecténica inde- dd qualidade dese ou daquele arqutecto, fntervém 3 esala urban, f-1o com uma filesofia totalmente esta tendéncia para a mobiliario ‘Quando muito fizeram-no os metres de hi algo ies, que haviam concebido eclifcios realmente tes, spassagenss. Mas sto acontece por ina rari la exigéncia de presengas fortes, sigificativas © i teritério pés-metropoitano & indicador de exgenca pscologicamente imuperivel, que todavia em eoniito com ada ubiquidade. pgs fechadosc espaconabertos ‘problema foi abordado, mas as respostas continua 2 idequadas.A exivéncia ps-mettopolitana continsa Wem espacos fechados. Ao contentorestadi- jutran-se outros, mas com a mesma lia. Os slo dispostos segundo ordens e moxivagBes thas que presidiam 3 organizagio metropolitana, mas nio deixam de ser contentores, Aumenta a ocasio- ralidade, o aparent arbitrio da sua colocag9, masa sa ‘qualidade & sempre a mesma: cada qual tem propricdades relativamente fixas, estitcas, Continua a ser um seorpor de referéncia, ou pretender sé-o (sempre com maior csforgo,ji que ma indiferenga do tervtdrio € agora impos sivelsobresair realmente). Multplica-s,entio,a nase, retirica do contentor, © quanto mais esta ament, mis resales sua pobrorasimblia. A persiténcia destes espa ‘go Fechados, resstncia que estes acorpose exercem 20 desenrola-se da vida pés-metopolitan,& cada ver mais claramente intolerivel.Espago fechado, no 6, naturalmen= tevapenas 0 edficio definido ma base de uma Fangio, ou de ‘uma nica «propriedades;é-0,¢ mais ainda, o bairo esi _dencilsespagosfechado si os parques de diversio, onde ‘© priprio divertimento se torna sernicos, come a dona nos hospitais, 2 educagio ms escobs ones campus acl (© fenémeno & partcularmente evidente na evolugio dda cidade americana, mas é-0 um poueo por todo 0 Indo. Perante a intensiicaco,talvezinsustentivel, desta ‘ida nervosa na impossibilidade de encontrar higares no expaco-tempo do terrtério, quem pode vive wna parte do seu dia nest mobilizacio univers , depois, foge para aquelas que of socidlogos americanos chamam {sted communities (cornaniades fechads),Fechamo-nos ‘hum sitio qualquer, fechamo-nos & noite, assim que 0s rendimentos o permitem, num lagar-prisio. Quanto mas fisologicamentefn-seu € a vida na cidade-territio, _mais se procurao sine-cureimposivel da emorad. Em Itlia 6 estamos no comeyo, ainda existem poucos deste fenémeno, mas nos EUA & pritica comum. abandonaram Manhattan, xo para 2 locales Jersey passam 25 noite, como num fortim. a ver Eno dia seguinte yoltam a mergulhar no trinsi~ a vida dels & asim, Esta necesidade de echadas provavelmente responde a uma e (prions da nossa psique, uma vez que nio & fie] Inobilizago univer, iver numa métrica simples- ernporal J a contradic & evidente:seo expago fechado diz, Iudo, necesidade de comunidade, por outro, diz le de pray: quer no que toca a0 estilo de vida que respeita 3 concepeio e pritia do dreto. podemos falar de cidade, tentando dar a este uma vaca comunitra, se a cidade ®ulada de direito privado? Se asim & entio é ape- ‘conjunto de pessoas que cruzam relages na base reciproco, como empreas que se relacionam fe contratos comercais.E que ateoria do dteto se estes a reir 3 forma contraal & agora, um Inevitivel. Porém,levanta um grande problema, ‘eno a nossa no & wina ps ou uma dts, mas, via Patio, uma snoguis, uma coabitagio. Somos indiferentes umas para as outras, mas que coabitam; os as nossas relages na base do direito privado, Mas ‘asin, quer dizer que nos «movemows no contento de que nos obstinamos a chamar clade, mas emoramoss, os nm condom srenios neste ponto? Hi quer diga gue aindiferenga lovin € um mal menor, ji que li onde existem fortes, simbdlicos aeabatnos sempre por entrar emt tgerra;no condomnio, no maximo, podem acontecer mers ras Na raz do condominio sexist a pluralidade, enguan- toma da cidade existe, provivelmente também poles a ‘guerra. Enfim, as guerra cvs sbo mas Requentes na cidades slo que nos condominios. Sempre & umn sinal de experana. (O territério indetinido ‘Aonule € que més habitamos, hoje? questionam-se os ‘mais perspicazes, Habitamos nas cides? Ni, habitamos cm terrtérios. Onde termina uma cidade e comega outa? As fonteiras io meramente administativas © artificiis, ino tém qualquer sentido geogritico,simbslico ou poll~ ‘ico, Habitamos em terrtéris indefinidos, as fides diseribuem-se no seu seo, para além de qualquer logiea de programagio, para i de qualquer urbanisica:loaliam-se conante os interesesespeculativos, a presio social, mas no seyundo um designio urbanitico, que, mesmo nos grandes meses da urbanstica, provinha precisimente do facto de se poder raciocinarna base daquels fangs fandamentis. Mais do que desaparecias ts fancies dlfandiram-see dsseminaram-se:a desindutriaizago, 1 fim daguela presergas produtivas com o sea carter _macigo, proshiziu no o desaparecimento da prodagio, mas 6 facto de ela jf mio estar concentrada em determinados espagos, mas por todo o lado, tenido-se disseminad, Até as fing de toca estio por todo o lado. E verdade que ainds existem polaridades neste sespaco ‘que anda existom actividades que podemos defini «cen tease e que orientam em seu redor a formas de lig, a mobildade, te Mas ets polridades cada vez mas se podem organizar por todo o lado, Os aconterimentos rxzidos plas decisis de invesimento praditiv, comet, alist ct, pons locas, agora fem teem em conta os cior tadicionas de expanso da tiade. Ox pape de certo de peifria poder subtituie- ste reiprcse inceantrnente; eta toca reiprocs ‘corte acasonalmente ot ent ocorre ra base de gas ‘mereants expec que rejitam oda qualquer sarelharpredfinid de Rings. O territrio continua cspecisina-sy mat fora de qualquer projcto global Bde fct,a more de rds a coificag dex do movi- meno moderna, do seu pensar a cidade como agregagio sucesiva de elemento, dede a habitagio ao eifco. 20 lo funcional cidade inti como scontenor de con- fetore, Ea more da tiploga abstract, Que spits to? Ses necesariamenteo in de toda fora comnts ou um proceuo de Hero dox ‘nculos ques craceravan? E una exciagio dos i= ‘ton aii do siema ou o proceso aera a inte to ger capa de recuper terreno» em formas diferentes ds do patado, ive de to 0 enrairament liga i terra, fixo? Por ors pairs, tersitrio por-metropoiana ‘a nego de tad a posbidade de lugar om € posed peti tagate ppc ted em quc'a vided doles parca ser the nea? ‘Acide ete todo 0 ado em cidade jf no exi te_J no babitamos em cidade, mas em trrtios(-me vontade de unr uma ctimologia era! Terrcrio vem de tere er edo. seni term). A propia possibile de fsa limites cade parece, hoje, inconcebvel ‘ ‘apod ou ou0) 7 ese ajo 2p app ep OLUaUULOAIDs9p C) 2yanbe soypuaaid ext 222qone res anh 0 jaugpard 9 o4t joqes apo 38 oq as Ox sHUENPE re 0d 9 apepysion un we 0d sot493H999 40d ‘opeasoutiadns wn 20d pH taza aor propo eumany ou ey © eaed onse90 ens 3 2s-toa) eusyud dau eu e-ea0249 Mopod seroedso 9 ou ef een ug) wn sounais 90 oe 9p op eANe ma somENUT=}UODE Ap eYeOae ouryjodenout-sod ouput CoP ge oss LAN ‘an sie os oeu sana sn35 SC) sHEUDIE20 anEDURAN|OE so9zt tod etai 9 F pepo soUEWY_) EARERSTNIPE oon anuounemnd oeyonb run © -heznpas oq a4 ype seeOr opSD m9 PASIOAAAT ‘2339 eaab ousiuousy ta © 25-2598 SEY “enue -ugysuad sonbjenb > ypor euop 2p 2ede ‘op anued e expert sn ouenjodansa ox oanasap n36 ‘ou "eu9pout apepi9 ep ay ru E 3 SUEMIDSIUO2E 3p ‘sieoipes srt epure so9%etaojuen op souastoud 3p] (ou sumansand is aa prpD pn sosouode! so ete ez op seed s¢ 0d wee ‘oo Temes aasoistand apepr een saooIHO9e siopod. 2 op eto9 euip ‘usu wn ep-pssaaene sa19Mb ‘2y eupsp anb e qundind upedum gf :o%eds> oF ort “oda oF a5eq a sequ09 sesou se sepor soUaZe IO uo auoure1un ext opuenb seu eDeds opmuds ond pen waa sow SOUNEOW SOK > so1491H293 OFS app! 9p see} opauDssonbyenb zej oy ‘nb agts ue. no oft 085 oHnbey a9 34219 WIRY foduuss 9 ose — cada vez menos programivel e governsvel. Quanto mas a srede nervosa se diata, mais devora 0 eritio ci cundante © mais 0 ima case torna epoderosi menos parece ser capaz de ‘ordenar-racionalizaa vida que nla se desenols.O inte- ecto metropolitan sofre uma espécie de wcrse espacial, {que é perfeiumente aniloga A que sofe o Estado Levit, 0 Estado moderno na sua soberania teritorialnente deterti- nada. Os poderes que determinam o crescimento mctropo- Titan tém cada vez mais dficuldade em se erritoriaiza, mse sencarnar» numa ordem territorial, em dar vidh 3 formas de convivéncia legiveisobserviveis no terrt6r Pede-se aos habitantes do tervtGrio que reajam co imeditismos, como um stema nervoso wsadivel ‘ariagio do estimulo,a variagio da presenga oud forma, ‘com uma Yelocdade que nio tem qualquer comparagio com outro momento da nossa civilizagio wrbana, Eno ‘entanto,continuamos a pedir oss cidade, que nos of rea lngares de acolhimento, de «estas demoradas, con se, por um lado, o nosso cértex cerebral tivese desenvol- vido estas formas de mobilidide imperuosa, violent, mas por outro, nalguma zon profi do eérebra conti exit a necesidade de casa, de protecgo: uma disociagio que, agora, diz respeito § nossa estraura Fisiologia, ‘Mas entretanta, o tempo da metrépole contrast drama- ticamente com a sua organizago espacial, com 0 spesor dos seus edificos, com a masa dos seus contentores. AS masse cla metn6pole no se tranformam em energa, pelo con tito, absorvem-na,consomem-na, Exactamente © oposto ddo que acontecia na cidade, onde exista correspondéncia entre 0s tempos das fungi, dos trabalho, das relages, 4 qualidade das arquitecturs, onde a aguitecturaenriqueci, potenciava a qualidade do conjunto Tem ‘ta correspondéncia, mas & impossivel fizé-o propondo ‘novamente uma forma urbistadicionalTemos que sitwen tar correspondéncias,analogias entre 0 erttécio pos- -metropoltano, em que vivemos,¢ edificios, lugares onde conseguir habitar; temos que sinventar» novos eiicios que sj lugares, mas lugares par a vida pox-metropolitana, Ingares que exprimam ¢ fica 0 tempo, 0 movimento. ‘Um indicador:a polvaléncia dos ediicios Vivemes obcecados por imagens e mitos de velocidade & de ubiquidade, mas 0s espagos que construimos insistem, ‘obstinadamente, em definit, delimitar, demarca, Precsanios de lugares onde habita, mas estes ndo podem ser espagos, Fechados que contradigam o tempo do teritério no qual -goste-se ou no, vivemos. Um labirina de difieuldades e de problemas! ‘© espago metropolitano ainda er, para usar uma meti- fora da fsica contemporines, tim espago de relatividade restitas 0 espago do teritério pés-metopolitano devers serum espago de arclatividade gerals.Aqu, qualquer edi- ficio deve nio apenssvaler como corpo de referencia, mas ‘0% corpos deve poder ser sde-formadoss ou transform dos durante o seu movimento, Deste modo, distribuigio dda matéria neste espago mtari constantee imprevsivel- mente. © espago global nascers da interacgo entre os seus ‘iis coxpos: listcos, sde-formuives,capazes de se ea¢o= Therems reciprocamente, de penctrrem uns nos outros, de njotos. Cada qual seri polivalente no apenas em si diferentes fangdes, eventualmente «con de novo no seu so, aprisionando-as dentro de si,mas também entrando inimamente em relagio conn & outro diferente de si, enquant capar de o reflect. Nese cspago cada parte & como uma ménada que ache em Sia globaldade do todo, que tem em sa lgica do todo: tama individvaldade universal, Nao se tata, por io, de uma operacio ideolgica de supresio dos limites: qualquer ‘corpo apresenta litte, sob pena de se anula, Nem se tata de confundir snanguicamentes as relagBes entre os dferen- tes tempos dos diferentes lugares. Tatas, sobretudo, de 3s concertar sem confundi, fazendo viver a totalidade, a forma do intro, na qualidade Jumais poderemos sentit-nos habitantes em Iogares segregidos de conjunto do trritirio; em hagareseprote- ids» acabaremos por sentit-nos ainda mais alienaos ‘numa earruagem do mettopoitano, Nao buseamos ga separades,fechados, protegdos, paca E também nio podemes morar num comboio, num auto mével, numa estiglo, nm aeroporto... Podemostalvez habitar onde o completamento formal do higar concorda, Xi onde o prdprio individual nos comunica o univers. Ser ‘com a univeridade das informacdes que nele re ‘powsivelimagini-lo? Devemos pojectar os nosso eificios cestabelecimento no anci-espgo da rede informatica, como nds da rede, polivalentes¢intercambiveis. Devemos construlos como sensores,quaseinterfices de computador. ‘Quanto mis rica © complexa fora informagio que rece- bbemos, quanto mais mével no tempo, quanto menos «radi- cadav em propriedades rigidas, mais problemas nos suscitaré i gray pe une eh ane 8 4 sn presen, mais eles responderio 3 exiginciainsuprivel do habia Mas © nowo habitar, deste tempo — do tempo do General Inte © a Mobilizagio Universal — no & nem 4 tornar, utopia do total desenraizamento do Aempo de toda a métrica espacial eda desencarnagio da no ala. Estas x gose filhas de wna f@ ingémua, melhor, de uma crenga supersiciosa no sprogresso tee eigicor. Para o 1 tbr pés-metropokitano precisamos a aritectume sicnta de ue os antigos ji flava: fpacidade de conseruir lgares adequadon 3 wtilizacio, Wares correspondentes i exigéncias © aos problemas do proprio tempo. Assim sendo, politicos © arquitectos deve i fentarulrapassr a monofuncionaliade, pensar em ate polivalentes, Masao invés ana existe 0 escola, a universidade, © muse, 0 teatro, acim 1 municipal: continua-se a projectare a intervir — tanto inyuitectonicamente, como politica e urbanisticamente [or comparsimentos estanques,criando corpos rigidos. Ji facto de dizer que o edificio deve ser multifuncional, deve serve ara diferentes wos, que deve ser usado por [Pessoa eFunges dversificadas (ovens, velhos, 0) deveria Tagar mais coerente com a forma de vida actual De resto, ji antigamente, em Florenga out em Venza, sresdéncia ndo ert apenas al, também era armazém, lj, Ibboratério.A maravilhoss mulifuncionaidade do mos- feo esta muito mais avangada do que as coias que nés hoje fizernos: era hospital albergue, higar de cult, et fo, correio, mercado, escola, universidade, tudo junto. Nés, 20 inv, como ji foi observado, tendemos a tornar tudo — selinicov: uma clinica para as obras de ate, outa para 05 estdantes, outa and ps rados de 6pera.F rado # tdrio om que ji fo exis nenhuan lugar Da parte do piblico sente-se 3 nnecesdade de dar valéncias simblicas 3 cidade e, assim, 0 poltico-administradorresponde com hospitais et, suporta com enfide 0 ‘de existente, que ocupaespago por causa das sas estrada dos seus pargues de estacionamento dos seus novos «0 rentores, pe deers dos quais ji nio existe a pesoa nem nunidade de pessoas Quando muito existem scomis- de interesse,em defes de inteesses absolutamente privados Plo contririo, um lugar assume valor simblico ‘quando existe entre as pessoas um dh come rnlo mesmo uma verdadeira mig cic Caso impossvel com E até ign. En tenham valenc ms espago p-metropoitana, E preciso, tlvez,comegar a projectar em vor basa, modes- tamente, civil, remuncia i grandes pretensdes simboli- cad instante cair no ridicule Etentar 3s, que amen nas famgBes ma construgo dos eifcos Se extn postura vi satisfizer a nossa exigéncia de lugares no se ‘© que ou si & que hoje viveros com estas contradies sritantes,com estas disociages. Capito A perspectiva gnostica: o habitar humano entre a terra eo céu os parega conviegio eterna nio conseguirmos resciir do espago externo, no esti escrito em ldo “henhum que nio 0 possmos fazer. Nao é esta, porventirs, “A aspiraglo fundamental da nose eivilieagio? Nio & por -seato que, por was subtilerashistoriogfics que x possam rervitoralizar 0s corposé ante, hoje, no projectotéenico- 0 consiste m raical deser de fate, ileologia -cbentiicn. © nos amento de toa 4 odo 0 hide: desde o dscurso de sobre a ekdade até representagio atisica abstracts 20 ep ital nn arte, manifestase 0 dese andes ME + rxdeados por orders sem enraizamento (Ondmang sem Orting, come rian Carl Schmitt ou Ernst Jinger) Esta perspectiva gndstica domi- za por todo o lado. Nio tem mada a ver com a perspeciva {indica e judaico-crsd original poném, é imposivel mio vera presenga deste pensamento no desenvolvimento da Europa e ela Critandade Com efit, a filosofia ea teolo~ gia crsts nio se podem separa, nos seus desenvolvimen= tos, do platonismo e do ncoplatonismo. Embora ni seja luaita nio hi divida que a perspectiva do patonism cristo exige 0 retorno 3 piria nio lgada 3 tera. Somos cives fui a verdadeitacidadania est no faruro, & sto que ‘Agostinho e a uadigio cris defendem. A nossa az esti no ako (arbor invraas uma irvore invertida). A nossa cidadania, a nossa pobiia esti nos céus. Exste uma reserva fundamental relativamente a todo 0 enrsizamento ligado 3 terssa toda a possildade de afrmar «a minha pia ext agus, Fe slvida radical em relago a toda a cidadanialgada cerca a rand pela qual or romanos consideravam steuse 0s jdeuse 0 crsios, pois ests recuuvam reconhccer 0 valor ds dvinddes pags, incuindo asda citar nose carter smével, geen: Os eristiosecusvam-s a restr elo 3 Cidade, porque ex cidade nio & 4 Cade celeste. (Os omanes sempre foram muito tolerates com ton cx culos. Em tod a hiria romana ndo exe qualquer sinal da mais pequena perscguigio a uma reign seraoscritos verdad que ox romans mastcraram os jdeus (em 79 Cc em 140 d.C.}:mas a rari avin do facto de ees ve terem revoltado vris vee. So Paulo, 20 inv, convid ov estos ano late conta Impéro, cm culos de perseguigio no exit um énico atentado cristo is autordadesromanas.A grande cstrata cris oi A 6 +0 Império Romano a partir de dentro, sem 2 iso politica sem nunca o combaterem no seu como, inv, Fizeram 0s judeus. Os judeus com 0 Império em nome do esperado reino messiinico ‘nacionalist;0s cristiospretenderam substcu-lo ‘uma expectatva escatoligica do rein celeste © apéstata, um caso completamente andmalo, no reaccionsrio, nid € um romano, € wm J enira em feroz polémica contra o Senado Romano, pls a eprecidades ainda como estirpe propria Jama Roma, mas Atenas, nio ama a cidade que cresce © fe, umm nosilgico das letras da polis As uo Tums utopia regresiva © no xe pode ler como reacgao 0 Gristianismo. Ji Constantino, pelo contri, Igtande romano, que procura,precisamente alien ‘om © Cristianismo uma reowatsimperi com sede em ja col parecia result: Constantino espera que © imo, tornando-se muito forte ¢ poderoso, como 26 ‘eligies,constiua um earburante novo, um alimen- novo para o grande mecanismo do direito romano. Mas Inio acontecen porque 0 univeraismo cristio € intran- Goisa asombrosa até para © patriciado romano, 0 ianisno, asin que foi plenamentelegiimado ¢ reo Jimpae pela primeira ver no ambito do Império teligiio de Estado. O conceito de eligiio de Estado & snente cristo. Roma nio o conece,em Roma exis- Inumerosos cultos. E este ficto impede a realizago do yn constaninian tal como Constantino @ aagurars, © Quando os especiaixas defendem que 0 nos destino “Wh est Higado 3 tera e que nds somos inevitavelmente cham s colonizar 0 universo todo, que a nos cs — sem enraizamento (Ondmng sem Orta, com diam Can Schmitt ou Ernst Jinger. Esta perspectiva gnéstica domi- 1a por todo o lado. Nio tem mada a ver com a perspectiva Jjudica e judaico-cris original port, € impossive no vera presenga deste pensamento no desenvolvimento da Europa e da Cristandade. Com efeito,flosfia ea teolo- sia crists no se podem separar,nos seus desenvolvimen~ tos, do platonismo e do neoplatonismeo, Embora ni seja

Você também pode gostar