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ENSAIOS ESPECIAIS DE RESISTENCIA E DEFORMABILIDADE DE SOLOS EM LABORATORIO SPECIAL LABORATORY TESTS FOR THE MEASUREMENT OF SOIL STRENGTH AND STIFFNESS R.F. Azevedo e $.F.J. Sayao Pontificia Universidade Catélica do Rio de Janeiro SUMARIO Neste artigo faz-se uma revis&o geral dos diferentes ensaios geo técnicos de laboratério. Inicia~se com uma breve apresentacio dos chamados ensaios de cisalhamento que visam principalmente a obtencdo da resisténcia dos solos. Em seguida, sao descritos tipos de ensaios triaxiais, dedicando-se particular atencio aos equipamentos mais mo- dernos que servem sobretudo para estudos fundamentais das caracteris- ticas de resist@ncia e deformabilidade de solos. Finalmente, o arti~ go descreve os chamados ensaios em centrifuga nos quais se tenta mode lar a obra geotécnica como um todo. SUMMARY This paper describes the different geotechnical laboratory testings. Initially, the equipment used te perform shear strength tests are & axial tests Following, the and particularly the most that damental stv stress-strain and stre: eteristics of soils. so-called trifugal tests, in which a model geotechnical structure is made, are presented. 1, Introdugdo A automatizacao de técnicas numéricas através de computadores melnorou substancialueule a capacidade de analicar problemas geotéeni ~ cos. Esta melhora, no entanto, sé se torna efetiva se as caracteris- ticas de deformabilidade e resisténcia dos materiais geotécnicos en~ volvidos no problema en quest&o forem adequadamente avaliadas. Este fato incentivou o aperfeicoamento dos ensaios de laboratério até ent to existentes, que visavam principalmente a obtenc&o das caracteris+ ticas de resisténcia. Além disso, fomentou o aparecimento de novos en saios de laboratério que fossem mais voltados para a obtengao das ca~_ racteristicas de deformabilidade dos solos. Este artigo tem por objetivo apresentar uma revisdo geral dos di versos ensaios geotécnicos de laboratério. Inicialmente sao aborda ~ dos brevemente os equipamentos utilizados nos chamados ensaios de ci salhamento que visam principalmente a obtengao da resisténcia do sol: e por este motivo serdo aqui chamados de ensaios de resisténcia. © seguida, sdo descritos os diversos tipos de ensaios triaxiais, dedicaj do-se particular atencAo aos equipamentos mais modernos que servem s\ bretudo para estudos fundamentais das caracteristicas de resisténcii e deformabilidade de solos. Finalmente, o artigo descreve os chama- dos ensaios em centrifuga que tentam modelar a obra geotécnica ao in véy de representar o comportamente de pontas isnlades da mesma. Nes= te particular, estes ensaios sio completamente diferentes dos demaié e podem ser adequados para fornecer subsidios para projetos geotécniv cos. 2. Ensaios de Resisténcia Nestes ensaios os corpos de prova sdo lateralmente confinados ¢ submetidos a uma combinacio de duas forcas, uma normal e outra de cit salhamento. Durante o ensaio a ruptura é alcancada aumentando-se forga de cisalhamento enquanto a forca normal geralmente permanect constante. Nos chamados saios de cisalhamento direto, o confinamef to lateral rigido impede a amostra e ptura @ causadé por um movimento de translagdo ou que induz o aumento das tef sdes de cisalhamento. Os cnsaios de cisalhamento simples sdo semelhag tes aos de cisalhamento direto com excecio de que neles o confinam to rigido nao impede a distorgao da amostra. A seguir descreve-se, brevemente, os diferentes tipos de equip! mentos com os quais se realizam estes ensaios. 23 2.1. Ensaios de Cisalhamento Direto 2.1.1. Por translac&o do corpo de prova A Figura 1 apresenta um esquema de uma caixa de cisalhamento di reto. O equipamento é amplamente conhecido e utilizado emnosso pais. Como se sabe, nos ensaios realizados nestes equipamentos, supde-se que a ruptura ocorre num plano no qual atuam uma tenso normal igual a P/A e uma tensdo de cisalhamento igual a T/A, onde A é a area transversal @a amostra prismatica e P e T sao, respectivamente, as forcas normal e transversal. As tensdes normal e de cisalhamento nas faces da amostra nao sao uniformemente distribuidas. A distribuicdo de tensdes é, na realida- de, desconhecida. A amostra n&o pode distorcer livremente e a ruptu- ra é forcada a ocorrer no plano correspondente & separacio entre as partes superior e inferior da caixa de cisalhamento. a Figura 1 - Caixa de Cisalhamento Direto. Por outro lado, as direydes © magnitude das tensdes principais variam a medida que se aplica a forca de cisalhamento, sem que seja possivel conhecer estas variacgSes durante oensaio. Por estes motivos, nfo @ recomendavel a utilizacdo deste ensaio para se obter curvas de tens&o-deformacao que subsidiem estudos basicos de deformabilidade de solos. Sua utilidade restringe-se, em gera. drenados de a optencdo de parametros ia correspondentes a condig&o de tens&o cisalhan te maxima (resist@ncia de pico). 2.1.2. Por torg&o do corpo de prova Nestes equipamentos, amostras cilindricas lateralmente con: das so torcidas pelo topo e pela base enquanto, simultaneamente, s carregadas por uma forga normal a estas faces. As tensdes cisalhan- tes numa secdo horizontal da amostra sdo nulas no centro e atingem um “4 valor maximo na borda. As deformacdes de tensdes tanto cisalhantes quanto normal séo, porlanutu, ndo uniformes. Da mesma forma que no equipamento de cisalhamento por transla- eo, as direcSes e magnitudes das tensdes principais sdo desconhecidas durante o ensaio, de forma que o equipamento também serve sobretudo pa xa a obtencdo de valores de resist@ncia. A Figura 2 ayresenta uma vers&o de um equipamento de cisalhamen to por tor¢ao desenvolvida no Imperial College (Bishop et al., 1971) que usa amostras cilindricas vazadas. Este equipamento é habitualmen te conhecido como anel de cisalhamento (ring shear) e, em relacao aos anteriores, apresenta a vantagem de ter uma distribuigao de tensdes bem mais uniforme, em virtude da pequena espessura da parede da amos- tra. Este equipamento, por permitir grandes deformacdes, é@ bastante conveniente para a obtencao de parametros de resisténcia residual. soro —+ ++ MESA RoTaTiva SISTEMA DE CARREGAMENTO VERTICAL 2.2. Ensains de isalhamento Simples Em qualquer um dos ensaios de cisalhamento direto mencionadog anteriormente a amostra, além de nio poder distorcer livremente, é £04 sada a romper numa secZo imposta pelo equipamento. Por causa disto, 25 algumas tentativas foram feitas no sentido de melhorar o equipamento e conseguir impor uma condi¢ao de cisalhamento puro a amostra. Kjellman (1951), Roscoe (1953) e Bjerrum e Landva (1966) procuraram, de diferen tes maneiras, contornar estes problemas utilizando paredes laterais que apesar de confinarem a amostra nao impediam a suadistorcao. Equi pamentos deste tipo sio habitualmente chamados de células de cisalha- mento simples (Figura 3). ZS PEORA POROSA O° RING .— LUVA DE BORRACHA REFORCADA COM ESPIRAIS METALICAS MWK MEDIDOR DE PRESSAO NEUTRA OU VARIACAO DE VOLUME (b) Tipo NFI. Figura 3 - Caixas de Cisalhamento Simples. Em qualquer uma destas diferentes versées, a distribuicdo de ten | sdes nas faces da amostra nao @ uniforme. Além disso, n&o se conse - gue medir as direcSes e magnitudes das tensdes principais duranteoen | saio. Desta forma, o equipamento também ndo & adequado para estudos fundamentais de 4 Sua utilizacao na pratica tem sido n¢ao de parametros de resisténci. de pico. Para esta finalidade o equipamento parece ser mais recomen- d&vel que os de cisalhamento direto (Saada and Townsend, 1981). Ensaios Triaxiais Da mesma forma que nos ensaios de resisténcia, os ensaios tria~ xiais s&0 realizados em equipamentos que procuram aplicar, de maneix controlada, sucessivos estados de tensdes uniformes numa amostra de s, lo, medindo-se em cada estAgio, as correspondentes deformagées, at se alcancar a ruptura. Mais uma vez, supde-se que a amostra de sol represente um ponto e, portanto, é necessario que a distribuicao tensdes ao longo dos diversos pontos da amostra seja razoavelmente un: forme. Como se sabe, tens&o é uma grandeza tensorial que fica definid a partir de seis grandezas escalares que podem ser, por exemplo, 48 seis componentes de tensdo ou as trés tensédes principais e as trés di recdes principais, etc.. A rigor, um ensaio triaxial para ser consi derado completo deveria ser realizado com um equipamento capaz de apli car e controlar independentemente seis destas grandezas. Tal equipa mento, no entanto, ainda n’o foi desenvolvido ‘A grande maioria dos equipamentos triaxiais desenvolvidos até momento procura controlar somente a magnitude das trés tensdes princ. pais, supondo as suas direcdes fixas. Alguns trabalham com amostra: cilindricas, sdlidas ou vazadas, ao passo que outros trabalham cor amostras prismaticas cibicas ou em forma de paralelepipedos retos. seguir, s&o apresentadus dive:sus Lipos de equipamentes triaxiais 3.1. Ensaio Axi-Simétrico 0 ensaio triaxial mais conhecido e utilizado, por isto mesmo fr, quentemente chamado de convencional, utiliza amostras cilindricas s6 lidas que sdo colocadas no interior de uma camara, dentro da qual fi cam sujeitas a um estado de tensdo axi-simétrico. A tensao principa. na direco perpendicular ao topo e base da amostra & aplicada atravé de uma haste rigida e as tensdes principais perpendiculares a superf. cic lateral do cilindro eo aplicadas através de um fluido que preen: che a cimara pressurizada. Naturalmente, os valores destas duas alt: mas tenses principais so iguais. A aplicacdo da tenséo na direca: erior da amostra &@ normalmen perpendic feita indiretamente através de uma prensa que ao se deslocar faz a ha: te rigida pressiona: vu topo da amostra. A teneSo aplicada 6, entio lida através de um anel de carga externo a camara (equipamentos mai antigos) ou através de uma célula de carga interna (preferivel, poi elimina a influéncia do atrito entre a haste e a camara no valor d tensZo medida). A pressio na camara pode ser aplicada através de ul 27 sistema de potes de merciirio ou através de ar-comprimido (Figura 4). > sarumto 04 anorres cavena > onemeow scope otro: rmessio Figuia 4 - Camara Trianial Ani-SimEtiica. Como se vé, o equipamento triaxial convencional sé controla duas componentes do estado de tensao uma vez que, forcosamente, duas das tr&s tensées principais sio obrigatoriamente iguais. As deformacSes que a amostra sofre durante o ensaio sao obtidas através do deslocamento da haste rigida e da variacgio de volume da amostra. Dispositivos de drenagem colocados no topo e na base da amostra permitem a execugdo de ensaios dronados ou a medigdo de poro-press3o em ensaios ndo-drenados. Quanto a uniformidade do estado de tensdo nos diversos pontos da amostra pode-se dizer que, como a aplicagao da tensdo no topo e na ba se da amostra 6 feita através de pegas rigidas, a distribuic§o das ten sOes uestas faces nao 6 uniforme. mais ainda, devido av inevitave: atrito entre asp: cas rigidas eo topo e a base da amostra, nestas faces aparecem forcas de cisalhamento, portanto, a direcdo perpendicular a 8 elas deixa de ser principal. Para minor: x este problema pode-se brificar estas interfaces e/ou utilizar amostras cilindricas com ra minima duas vezes maior que o diametro, desta ‘torma aproximando, com base no principio de Saint-Venant, um estado de tensdo uniforme n terco médio da altura da amostra. Por causa disso, em pesquisa, tem- -se procurado medir deformacées e poro-pressdes nesta regiado da amos- 28 tra (de Campos e Marinho, 1986). Este tipo de sistema de aplicacao de carga misto, isto é: def magio controlada no topo e base e tens&o controlada na superficie 1 teral da amostra, dificulta a execugZo de ensaios com trajetérias tens4o diferentes da convencional que consiste em aumentar a_ tens: vertical mantendo-se constante a pressdo da camara. Para contornar ta dificuldade, Bishop e Wesley (1975) desenvolveram um sistema q permite o controle direto das tensdes aplicadas no topo e na base amostra, desta forma facilitando a execugao de ensaios segundo dife rentes trajetérias de tensao (Figura 5). | _rransouro te oenseunesro | _— ctuane suremon Bs retsslo ou chusna DeEWAGEM / rma pessto 3.2. Ensaio de Deformagéo Plana sem Rotacao das Diregées Principais Nos ensaios de deformagdo plana uma amostra prismatica em form de paralelepipedo reto é ensaiada de maneira que em quatro das sei! faces laterais, duas das trés tensdes principais sdo controladas. Na 29 outras duas faces da amostra prism4tica, colocam-se anteparos de for ma a impedir deslocamentos na diregao normal a elas (em geral dire - ¢ao principal intermediaria). Idealmente, ou seja: se os anteparos impedirem completamente o movimento e 0 atrito entre eles eaamostra de solo for nulo, a amostra é ensaiada em condicdes de deformacao pla ma. Alcantarino (1986) apresenta uma revis&o bibliografica de diver sos equipamentos de deformacdo plana descritos na literatura que se- xa, em parte, resumida a seguir. Wood (1958) relatam o desenvolvimento de um equipamen to de deformacao plana que trabalha com amostras em forma de parale- lepipedo reto com, aproximadamente, 5cm de espessura, 10cm de altu xae 40cm de comprimento (5x10 x 40cm). Uma das tensdes principais @ aplicada através de uma haste fixa e uma placa rigida que agena fa ce superior da amostra, enquanto que a outra tens&o principal é apli cada através de um fluido que age diretamente sobre as faces laterais da amostra, de forma semelhante ao que é feito no ensaio triaxial con vencional. Anteparos rigidos impedem os deslocamentos da amostra na dire s&o longitudinal. Nesta direcio, a tensdo é medida através de uma cé lula de carga. Bjerrum e Kummeneji(1961) desenvolveram no Norwegian Geotechnical Institute (NGI) equipamento cemelhante ao descrito anterioruente sé que para amostras de 4x12x60cm. Devido ao maior comprimento da amostra, dispensou-se os anteparos que impediam a deformagao nas fa- ces laterais da amostra, assumindo-se que, devido ao grande compri - mento, no tergo médio da mesma ocorreria um estado de deformacdo pla na. Leussink e Wittke (1964) desenvolveram, na Technical University of Karlsruhe (TUK), um equipamento para amostras de 20 x 60 x 100 cm no qual a deformacao na direc&o longitudinal é impedida por placas fle- xiveis que eram pressurizadas na face oposta a de contacto coma amos ae forma que a deformacdo seja nula. Duncan e Seed (1966) reportam ensaios realizados na Universi dade da California em Berkeley num equipamento de deformagao para amostras de 2.8x cm no qual a tensao vertical é da mesma forma que nos equipamentos descritos anteriormente, mas a tensdo lateral é aplicada por meio de membranas de borracha pressurizadas internamente por meio de ar ou liquido. Dickey et al. (1968), no Massachusetts Institute of Technology (MIT), Campanella e Vaid (1974), na University of British Columbia ¢ 30 Medeiros (1979), na University of Alberta, desenvolveram equipamen - tos de deformagao plana semelhantes ao equipamento de Duncan e Seed (1966), porém com amostras de dimensdes diferentes. Finalmente, Alcantarino (1986) descreve o equipamento de defor mag&o plana desenvolvido na PUC/RJ para amostras de 3x5x7.5cm no qual as tensdes vertical e lateral sao aplicadas da mesma forma que os ensaios triaxiais convencionais com amostras cilindricas. As de- formagSes longitudinais sao restritas por meio de anteparos de acri- lico nes quais embutem-se células de carga para a medigao da tensao longitudinal. No topo e na base da amostra utilizam-se células de carga para medir a tenso vertical e quantificar o atrito entre as paredes e as faces longitudinais da amostra (Figura 6). (a) (b) Figura 6 - Equipamento de DeformacGes Plana da PUC/RJ (a) Vista Lateral - (b) Vista Frontal os De maneira geral a discussdo a respeito destes equipam 2 laciona-se com a uniformidade das tensdes e deformacSes nos diversos pontos da amostra. 0 atrito entre as paredes que impedem a deforma- ¢&o longitudinal e a amostra é praticamente inevitavel se as paredes forem rigidas. A solucdo ideal parece ser aumentar as dimensdes da amostra de forma a ter o seu terco médio longe da interferéncia das 31 extremidades. Neste caso, no entanto, o equipamento se torna muito grande e caro. Por outro lado, como a tensdo vertical & aplicada através de placas rigidas, elas impdem uma deformacao uniforme no to po e base da amostra e uma distribuicao de tensdes no uniforme nes tas faces. Este problema pode ser solucionado aplicando-se a tensao axial também através de membranas flexiveis. Neste caso, noentanto, se estaria praticamente diante de um tipo de equipamento triaxial, chamado verdadeiro ou cibico, que sera descrito posteriormente e que & mais versAtil do que os equipamentos de deformacao plana. Apesar destas restric6es, os equipamentos de deformac&o plana tém produzido resultados bastante satisfatérios. Sao equipamentos re lativamente simples que impdem uma condicSo de equilibrio na amostra semelhante Aquela em que o solo @ frequentemente solicitado nas obras geotécnicas. Por estas razdes, & possivel que no futuro eles venham a ser mais utilizados sobretudo para se obter caracteristicas de de- formabilidade. 3.3. Ensaio Triaxial de Deformacdo Plana com Rotaclo das Direcées Principais (Directional Shear Cell) Os equipamentos triaxiais descritos até aqui procuran aplicar tensGes principais nas diversas faces da amostra. Duas restricdes aparecem devido a este fato. Primeiro, se a amostra for anisotrépi- ca, as direcSes principais de tensdo e deformac&o n§o coincidem, que faz a mesma ter a tendéncia de distorcer durante o carregamento, © que ndo 6 possivel se as tensdes forem aplicadas através de pecas rigidas. Complica-se, assim, a uniformidade da distribuigfo de tensdes como ja foi discutido anteriormente. Portanto, estes equipa mentos servem, primordialmente, para ensaiar materiais isotr pi- cos. Em segundo lugar, na maioria dos problemas geotécnicos, os di- versos pontos da massa de solo esto sujeitos a trajetérias de ten- so nas quais as direcSes principais de tensdo rodam durante o carre gamento. Os equipamentos descritos anteriormente n&o controlam esta rotagao, consequentemente nado servem para representar este tipo de trajetéria de tensdo. aram o desenvolvimento na Universi College of (directional Shear Cell - DSc) (Arthur et al., 1977). Neste equipa- L) de um equipamento de cisalhamento direcion mento, amostras prismaticas ciibicas so ensaiadas em condigdes de de formacdo plana mas, além de tensdes normais, tensdes de cisalhamento 32 so também aplicadas nas faces do corpo de prova. As tensdes normais sao aplicadas por meio de membranas flexiveis que, pressurizadas pe- lo interior, transmitem esta presso a amostra sem praticamente im- por qualquer restrig&o ao seu deslocamento. As tensdes de cisalha- mento sao aplicadas através de uma série de tiras de borracha de si- licone que sao puxadas por uma das extremidades e coladas nas outras extremidades em diversos pontos do interior da membrana que aplica tensdes normais (Figura 7). Posteriormente, foi desenvolvido no MIT um equipamento bastante semelhante ao da UCL (Arthur et al., 1981). Além disso, Sture el al. (1987) relatam a construcdo e utilizac&o de um DSC na University of Colorado, em Boulder, EUAe, também recentemen te, Arthur (1985) apresenta as caracteristicas e resultados proveni- entes da utilizac&o de um novo equipamento DSC construido na UCL, es te completamente automatizado e com possibilidade de aplicar tensées normais e de cisalhamento mais elevadas do que nos outros equipamen- tos do mesmo tipo. Estes 4 equipamentos sdo os finicos DSC encontrados na literatu ra técnica até o presente momento. Qualquer um deles apresenta, ain da, dificuldades para a execucSo de ensaios ndo-drenados com medicao) de poro-pressio e, por este motivo tém sido mais utilizados para en- saiar amostras feitas com areia seca. Trata-se de equipamento bas- tante recente e que reconhecidamente ainda est4 na infancia do seu Processo de desenvolvimento (Budiman, 1985). Tem, no entanto, gran- des possibilidades de se desenvolver e, ultrapassados alguns obstacu los técnicos, possivelmente sero de muita utilidade para o estudo dos efeitos tanto da rotacdo das direcdes principais quanto da anisotro- pia no comportamento tensdo-deformacao e resisténcia de solos. 3.4. Ensaio Triaxial Cibico Os equipamentos descritos até aqui controlam, independentemen te, no maximo duas, das trés tensées principais. 0 desenvolvimento natural, 38 que 3 casos reais estas U:Ss compunentes variam inde- pendentemente, seria const: x equipamentos nos quais elas pudessem| ser control; as desta A estes equipamentos deu-se o nome de triaxiais verdade le & possivel um "verdadeiro" contro os, Gas trés tensSes principais, cu cfibico, j4 que as amostras prismati- eas sao cibicas. Os equipamentos triaxiais verdadeiros podem ser divididos en trés grupos. No primeiro grupo, as tensdes nas faces s&o aplicadas através de membranas flexiveis que, pressurizadas pelo interior, trans} Figura 7 - Equipamento de Cisalhamento Direcional da Universidade do Colorado (Sture et al., 1987). mitem esta pressio para a amostra, praticamente sem impor qualquer restricdo a sua deformagdo. No segundo grupo, as tensdes nas faces so aplicadas indiretamente através de placas rigidas que ao serem deslocadas, carregam as faces da amostra. No terceiro e iltimo gru- po, algumas faces sdo carregadas através de membranas pressurizadas, como no primeiro grupo, enquanto que as outras faces sao carregadas indiretamente através de placas rigidas. Ko e Scott (1967) desenvolveram o primeiro equipamento triaxial do primeiro grupo. © equipamento usava um quadro interno para evi ~ tar o contacto entre membranas adjacentes. Este quadro acabava por restringir os movimentos da amostra cibica (Green, 196 Arthur e Menzies, 1968; Bell, 1968). Por causa disto, Sture (1973), na Uni- versidade do Colorado, em boulder, EVA, aperfeiyoou o aparelho origi nal de Ko e Scott, eliminando o quadro interno e usando um quadro de reag&o no qual se fixam seis paredes nas quais se prendem as membra- nas que aplicam as tensdes. A interferéncia entre membranas adjacen tes e diminuida aumentando-se a rigidez das membranas nos bordos. Es te equipamento apresenta a vantagem de impor um estado de tenso raq~ zoavelmente uniforme na amostra e, além disso, permite ensaiar amos- tras anisotrépicas, pois as faces do cubo podem girar livremente. Es ta rotag&o pode, inclusive, ser medida desde que se use, no minimo trés medidores de deslocamento em cada face. Quase simultaneamente, Pearce (1971), construiu na Universida-~ de de Cambridge, o primeiro e dnico aparelho triaxial do segundo gru po. Comparado com os equipamentos do primeiro grupo, este equipamen to é bem mais caro, de dificil construgao e operagao. Alémdisso, 0 equipamento é inadequado para ensaiar amostras anisotrépicas, pois ndo permite a livre rotacao das faces do corpo de prova. Varios equipamentos triaxiais verdadeiros com condicgdes de con torno mistas 34 foram desenvolvidos (Bishop, 1967; Sutherland e Mesdary, 1969; Green, 1971 e Lade, 1972). Todos consistem basicamente numa adaptagdo da célula triaxial convencional de modo a se contrular ume @as tensSes principais através de um sistema de carregamento horizon nesmas razées 4 expostas anteriormente, nsGes na dire¢ao gidas para aplicacio das uma das direcdes horizontais acarreta problemas na uniformidade Gistribuicdo de tensdes no interior do corpo de prova e torna o pamento inadequado para ensaios em amostras anisotrépicas 35 Equipamentos triaxiais cibicos do primeiro grupo tem ampliado sua aceitacdo internacional especialmente a nivel de pesquisa sobre caracteristicas fundamentais do comportamento tensao-deformacao-resis téncia de solos arenosos. No Brasil, existe um equipamento deste ti po em funcionamento capaz de ensaiar amostras cibicas de 6cm de aresta em condicdes drenadas, admitindo-se pressées maximas da ordem de 700KPa (Farias e Azevedo, 1986) (Figura 8). 0 sistema automati- co de aquisicao de dados que serve a este equipamento esta descrito num outro artigo apresentado neste Simpésio (Velloso e Azevedo, 1988). Neste momento, esto sendo introduzidas modificagSes como intuito de permitir a medic&o de poro-pressées em ensaios ndo-drenados (Figura 9). Pigura 8 - Equipamento Triaxial Ciabico da PUC/RJ. o* (em Figura 9 - Medic&o de Poro-Pressées na Triaxial Cibico. 36 3.5. Ensaio em Amostra Cilindrica vazada (Hollow Cylinder) Este equipamento tem por principio o controle simuItAnen aa car ga axial (F), torque (T) em relacdo ao eixo vertical e pressdes con- finantes interna e externa (Pi e Pe), conforme ilustrado na Figura 10a. A aplicag&o do torque T introduz uma tensio cisalhante 120 no plano horizontal. Em conseqiiéncia, as tensdes oz e 00 deixamau tomaticamente de ser tensdes principais, ocorrendo uma rotacio no plano tangencial (Figuras 10b e 10c). A tensio principal restante (asualmente 02) permanece na direcio radial, pois ambas as pressées Pie Pe so aplicadas através de fluidos pressurizados. ta) (oy i) Figura 10 - Solicitagdes e Tensdes na Amostra Cilindrica vazada. A Figura 11 apresenta o HCT construido na Universidade de British Columbia. Resultados de alguns ensaios j4 realizados com este equi- Pamento sao objetos de um outro artigo apresentado neste Simpdsio (SayZo e vaid, 1988). 4 aplicacdo de diferentes magnitudes para as pressSes confinan tes Pie Pe implica na condicgfo or #09. No caso de T=0, 0 esta- do de tensdes seria ent&o comparavel ao de um ensaio triaxial cibico, onde as diregées das tensdes principais permanecem fixas (horizontal ou vertical). No caso de T=0 e Pi=Pe, a situacdo seria entio semelhante & do ensaio triaxial convencional, onde ol > o2=03. uma caracteristica favoravel do HC é 0 fato de ser o dnico equipamento atualmente disponivel para ensaios em solos com capacidade de contro jar simultaneamente 4 das 6 componentes gue definem o estado de ten- so sendo as 2 restantes consideradas nulas. Equipamentos de tor¢do para o cisalhamento de amostras cilin - aricas vazadas de solo j4 so utilizadas a quase 60 anos. Os primei ros ensaios deste tipo objetivaram medir a resisténcia de amostras de argila, confinadas lateralmente por anéis met&licos (Higgins, 1930). 37 WoT pam oesipeauoms wat 1 rama oa cara |_|. r0r car PAREDE DE PLEXIOLASS =Louanne 0€ neasio AMosTRA SE 80.0 Haste mio stho De ToRaue Imsrio ot Jroaca igura 11 - HCT da Universidade de British Columbia. Ainda na década de 30, Cooling e Smith (1936) e Norton (1938) reportaram os primeiros ensaios de torco, sem confinamento lateral, em cilindros vazados de argila (natural e remoldada, respectivamen- te). No final da década de 50, Kirkpatrick (1957) £ z uso, pela pri meira vez, de diferentes pressées interna e externa, como objetivo de ve: luéncia de o2 na resisténcia de areias. foi somen 2 em 1965 que o equipamento HC veioa ser diretamente utilizado para o estudo da influéncia da diregdo das s6es principais, ainda com énfase na resisténcia ao cisalhamento (Broms e Casbarian, 1965). Dois anos mais tarde, Saada e Baah(1967) descreviam, pela primeira vez, 0 uso de um equipamento HC para inves tigar o efeito de a no comportamento de argilas em estado de ten- 38 sdo anteriores 4 ruptura. No tentanto, as investigacdes de Saada ¢ Baah foram deliberadamente particularizadas para situacgdes onde Pi = Pe (ou or=c@), com a intencio de garantir cstedos de Leusau uniformes através da parede da amostra. Da mesma maneira, os varios estudos envolvendo rotacio de ten- sdes com equipamentos HC, durante a década de 70, ficaram limitados A condicio Pi=Pe. Esta condic&o implica que as magnitudes das 3 tensSes principais ¢ a diregéo a nao podem ser controladas indepen dentemente (ou seja, a=£(o1, 02, 03). Foi apenas recentemente que surgiu a idéia de se minimizar a ndo-uniformidade das tensSes na parede da amostra como uso de di- mensdes adequadas para o cilindro vazado (Hight et al., 1983). Em funyao destas dimensdes, ficam estabelecidos os limites considerados aceitaveis para as diferencas entre as pressées interna e externa. Com isso, foram pela primeira vez realizados ensaios onde a rotaclo a era controlada independentemente das demais componentes de tensao, 91, 02, 03 (Symes et al., 1982). £ interessante notar que cerca de 30 equipamentos, utilizando amostras cilindricas vazadas de solo, foram encontrados com descri - c&o na literatura. Destes, apenas 11 devem ser considerados do tipo HC, pois os demais nfo possibilitavam a aplicacio de estados de ten- sao com variagSes controladas na rotagio a. Mais ainda, apenas 2 foram utilizados em ensaios com o controle independente de o1, 02, 03 e@ a (Symes et al., 1982 ¢ 1984; Miura et al., 1986 e SaySoe Vaid, 1988). Em ensaios com equipamento HC, 4 solicitagdes slo impostas as superficies externas da amostra, conforme mostrado na Figura ll: F, T, Pe e Pi. Com isso, 4 componentes nfo nulas de tensao podem ser de finidas: oz, or, 09 e 129. No entanto, com excecao da tensao axi- al, que & obtida somente pela equacdo de equilibrio, a definiclo das demais componentes de tensio @ feita considerando-se 0 solo como um material elastico-linear. No caso geral, as leusdes variam através da parede da amostra, fazendo-se portanto necessaria a definiclo de valores médios que consideram todo o volume da amostra (Saydoe Vaid, 1988). Expressdes de valores médios de tensdes diferentes dos sugeri-+ dos por SaySo © Vaid (1988) sdo utilizadas por Hight et al. (1983) e Miura et al. (1986), tendo em vista diferentes hipédteses de comporta mento do solo e/ou avaliacao de valores médios através da parede, e n&o do volume da amostra. No entanto, uma comparacao entre os valo- 39 res das tensdes cr, 09 ou tz, obtidos pelas diversas expressées, mostra que as diferengas dependem das dimensdes da amostra. Para os equipamentos HCT mais recentes, com amostras com didmetro interno maior que 6cm, os valores das tensdes nao diferem em mais do que 38. Uma vez definidos os valores de oz, o® e 129, a obtenclo de ol, 03 e a, @ feita a partir de consideracdes simples no circulo de Mohr. A tensGo radial or €@ usualmente considerada como a tensdo principal intermediaria 02. Com isto, a rotagdo de ol e 03 fica confinada ao plano vertical, perpendicular 4 direc&o radial. No que se refere as deformagées, as 4 componentes nao nulas, ez, ex, €0 e yz@, s&o obtidas com base na hipOtese usual de que a amostra se deforma como um cilindro reto. os valores médios de ez e Y28 s&o obtidos com base na compatibilidade dos deslocamentos, ao Passo que os valores médios de ©r e €@ consideram uma variagio li near dos deslocamentos através da parede da amostra (Hight et al., 1983). Na definicdo de dimensdes adequadas para a amostra cilindrica vazada, deve-se levar em consideracao a futura utilizagSo do equipa- mento considerando-se, por exemplo,. tipo de solo, trajetérias de ten so a serem seguidas, etc.. Tendo em vista esta utilizagSo costuma- -se, normalmente, definir o raio interno (Ri), a espessura da parede (Re-Ri) e a altura da amostra (H) mais adequados. Em geral, pode-se afirmar que, para uma dada espessura da pare de, maiores valores do raio interno (Ri) correspondem a menores gra- dientes das tenses or, oO e 129 através daparededaamostra. Por eutro lado, valores de Ri demasiadameule yrandes implicariam em sé- vias dificuldades de ordem pratica, entre elas o controle da trajet6 ria de tensées a ser imposta na amostra. Isto porque emcilindros de grandes dimensdes, a tens4o 00 (e portanto a razdo de tensées or/ 0) se torna extremamente sensivel a variagées nas pressdes confinan tes Pie ve. Por outro lado, a selecSo da espessura da parede deve atender a eritérios de certa forma conflitantes lor de Ri Considerando-se um dado aredes nas sio desejaveis para minimizar o gradiente da tens&o cisalhante tz e o atrito radial nas extremidades da amos- tra. No entanto, maiores espessuras de parede sao desejaveis p ra minimizar os gradientes de or e o@. Alémdisto, no caso de areias, uma maior espessura de parede apresenta duas vantagens adicio nais: reduz a importancia da penetracdo das membranas interna e exter na (causada por variacdes nas presses efetivas de confinamento) e assegura um niimero representativo de graos de solo através da parede (ou seja, Re-Ri=30Dmax, onde Dmax, onde Dmax @ o diametro maximo) de gr&o de solo). Note-se ainda que, no caso de argilas deformadas, uma maior expessura de parede tende a reduzir os efeitos de amolga - mento durante a preparagao da amostra. Finalmente, a exemplo da pratica usual em ensaios triaxiais con vencionais, amostras cilindricas vazadas devem também apresentar uma razio H/D (onde D=2Re) maior que 1.8 para minimizar os efeitos de atrito radial nas extremidades da amostra. Tal valor é obtido a par} tir de estudos tedricos (Saada e Townsend, 1981) e experimentais (Fukushima e Tatsuoka, 1982). No entanto, um limite superior para a altura da amostra (H/D < 2.2) deve também ser imposto para, entre ow tros fatores, minimizar 0 efeito do peso préprio do solo (e portanto minimizar o gradiente na tenséo oz ao longo da altura). Ensaios em Centrifuga Todos os ensaios apresentados até aqui procuram simular o com- portamento de um elemento dentro do solo durante as diversas etapas) da construcao e funcionamento de uma obra geotécnica. Naturalmente, diferentes elementos ficam sujeitos a diferentes condicées de equili brio ¢ diferentes trajetériac de tencSo durante ectac otapas. Send assim, em virtude da influéncia da trajetéria de tensdo e condicées de equilibrio no comportamento de solos, umnimero frequentemente gran de de ensaios de laboratério seria normalmente necess4rio para quan- tificar o comportamento global da obra geotécnica. Os ensaios em centrifuga tem objetivo inteiramente diferente, pois procuram modelar a obra como um todo e ndo apenas o que se pas-! sa num ponto da mesma. $40, portanto, ensaios em modelo reduzido, nos quais procura-se simular no modelo os niveis de tensaoe todas as| etapas da construcao e funcionamento da obra geotécnica. Fazendo referéncia a Figura 12, percebe-se que para que as teqj sdes no modelo e no protétipo sejam iguais, é necessdrio que se au4 mente © peso especifico do material do modelo. Naturalmente, isto pd de ser feito usando-se um material diferente (mais pesado que o solo} no modelo, por exemplo: chumbo. Neste caso, obviamente, as caracte- risticas de deformagio e resisténcia do modelo ficam diferentes das do protétipo e a validade dos ensaios é puramente qualitativa. 41 PROTOTIPO MODELO (A) z ayey.2 Oe Ke. 7.2. aye ke tek fa) (b) Figura 12 - Estado de Tensdo (a) No campo {b) No modelo Para que modelo e protétipo tenham caracteristicas de deforma- a0 e resisténcia semelhantes, & necessArio que o primeiro seja fei- to com o mesmo material do segundo. Neste caso, o aumento do peso es pecifico do material do modelo pode ser conseguido através da acele- racio centrifuga. Para tal, & necessario que se coloque o modelo num equipamento capaz de gird-lo em torno de um eixo, com uma velocidade angular 2 po sicionado de tal maneira que se obtenha, com o movimento de rotacao, @ acelerac&o centrifuga correspondente ao acréscimo de peso especifit co desejado. A este equipamento dé-se o nome de centrifuga (Figura 13). 2 ans, mana rmansssio Yi monte! Jos ats mama taareusio Geme fuga da Universidade do Colorado. As relagdes de semelhancas entre protétipo e modelo centrifuga do sao, resumidas a seguir. Se se deseja que o peso especifico do modelo ym seja A ve- zes maior que o protétipo yp, tem-s ym =. yp a Mas, ypem.g (2) onde m @ a massa especifica do solo usado no modelo e protétipo ¢ g é@a aceleracao da gravidade. Colocando-se o modelo em rota¢gao, cada ponto do mesmo fica su- jeito a uma aceleracao centrifuga na diregao radial dada por: asw?.R (3) onde w @ a velocidade angular do movimento de rotacéo e R éadis) tancia do ponto ao centro de rotacao. Consequentemente, o peso especifico do modelo sera dado por: ym=mea (4) Substituindo-se (2) em (1) e considerando-se (4), conclui-se que: as deg (5) Usando (3) nesta iltima equacio, chega-se a: A = w2. R/g (6) Equagao que fornece o valor da velocidade angular necess4ria para que, numa dada centrifuga de raio R, se consiga aumentar o peso especifi- co do modelo de A. A seguir se vera que A também relaciona comprimentos no mode) lo (Lm) e no protétipo (Lp). Como se deseja que as tensdes no modelo (cm) eno protétipo (sp) sejam iguais: onde, Fme Fp vamente. Da equac&o (1) pode-se escreve: Fm. ,. —p (3) Lm? Lp? 43 Substituindo (7) nesta Gltima equacdo conclui-se que: 1 1 ——= ha (9) Lm Lp ou seja, Lp = 2d. Lm (10) Portanto, escolhida uma escala de comprimentos (\) para se cons truir o modelo, através da equac4o (6) calcula-se a velocidade angu- lar necessaria para que as tensdes no modelo sejam iguais as tensdes no protétipo. A Tabela 1 mostra a relac&o entre grandezas no modelo e prot tipo, com a escala de comprimentos (i) que o modelo @ construido. £& interessante notar que, no modelo, o tempo necessario para se atingir uma determinada porcentagem de adensamento é a* vezes menor do que o tempo necessario no prot6tipo. Este ponto torna a modela - gem em centrifuga de problemas de adensamento particularmente atrati va. A primeira sugest&o do uso da forga centrifuga para simular cor retamente as forgas de peso préprio em modelos reduzidos foi feita por Phillips (1869), que sugeriu o uso da acelerag&o centrifuga para simular corretamente o peso-préprio de vigas. Como estas forgas nor malmente nio so prepénderantes nas pecas estruturais, sua sugest&o acabou ndo sendo imediatamente seguida. A partir da década de 30, os soviéticos comecaram a utilizar ensaios em centrifuga para modelar problemas geotécnicos e, atéo ini cio dos anos 60, foram pioneiros neste tipo de ensaio (Schofie 1976). A partir dai, na Inglaterra, Franca, Estados Unidos e Japao, comegou-se a realizar ensaios geotécnicos em centrifugas construidas especialmente com este propésito. Mais recentemente foram ou estado sendo construidas centrifugas geotécnicas na Alemanha, Dinamarca, Ho landa, Italia e Canada. Os soviéticos quase sempre desenvolveram centrifugas de grande porte associadas a execugSo de uma grande obra, para fornecer subsi dios ao projeto da mesma. observacao, no entanto, nao & valida para os demais 5 almente, dedicaram seus trabalhos e ga quase que exclusivamente a pesquisa e, com excecSo da glaterra e Franca,quase todos desenvolveram centrifugas de pequeno e médio porte. Nos filtimos anos, entretanto, esta tendéncia tem sido modificada e um nimero crescente de centrifugas de grande capacidade, com cerca de metade do seu tempo de ocupag4o dedicado 4 utilizacSo co 44 mercial, tem sido ou esta em construcao. Diversos trabalhos tém sido desenvolvidos nestas centrifugas so) bre assuntos tais como: estabilidade de taludes, taneis, fundagdes, fundagdes em estacas, fundacdes de estruturas off-shore, escavacées, barragens, aterros, etc. (ASCE Convention, 1979; Graig, 1985; Corte, 1988). As principais restrigdes neste tipo de ensaio s&o, primeiro, 0 fato da acelerac&o centrifuga aumentar linearmente com a profundida- de do modelo, uma vez que o raio aumenta da mesma forma. Segundo, a direc&o da aceleracao centrifuga é radial e, portanto, sé é perpendi cular a superficie do modelo nos pontos da secdo central do mesmo, nos demais pontos aparece uma componente horizontal inexistente no prototipo. Estas duas limitacgdes podem, no entanto, ser controladas dentro de limites aceitaveis desde que se escolha dimensées para o mo delo suficientemente pequenas quando comparadas com o raio da centri fuga (Figura 14). Terceiro, ao se aumentar a velocidade angular de rotagao de zero até o valor w desejado aparece uma aceleracdo na di rec&o tangencial (aceleracdo de Coriolis) também inexistente no pro- tétipo. Esta limitac&o também pode ser controlada desde que se au- mente lentamente a velocidade angular até se atingir o valor w de- sejado. Finalmente, da Tabela 1 percebe-se que as escalas de tempo sao diferentes em problemas dindmicos e de difusio, isto cria gran- des dificuldades em modelar situacgdes nas quais estes fendmenos apa- recem simultaneamente, como em problemas de liquefag4o. e0 0¢ sotto. Figura 14 - Forgas Centrifugas no Modelo. 45 GRANDEZA PROTOTIPO shee Comprimento L 1A Area 1 1? Volume 1 pr? Tempo 7 em Termos Dinamicos 1 v7) em Casos de Difusao 1 1? Velocidade 1 1 Aceleracao 1 A Massa 1 1s Forca 1 LA? Energia 1 1? Tensao 1 1 Deformacao 1 1 Densidade 1 1 Frequéncia em Problemas Din@micos 1 a TABELA 1 Em sintese, trata-~se de um equipamento sofisticado, mas uma r4 pida revisdo hiblingrafica enbre o assunto permite verificar o erco- cimento exponencial de sua utilizag&o nos Gltimos 15 anos. £ bastan te provavel que esta tend&ncia continue tanto em trabalhos de pesqui sa quanto em trabalhos de apoio a projetos geotécnicos. 5. Conclusées Este trabalho teve como objetivo fazer uma revisSo sobre os di versos equipamentos geotécnicos disponiveis para a realizagao de en- saios que procuram avaliar as caracteristicas de resisténcia e defor mabilidade de solos. Esta revicSo rectringiu-se a condigées de car regamento quasi-estaticas e deu particular énfase aos ensaios mais novos, varios deles ainda inexistentes no Brasil. Ao longo do trabalho, varias observacées sobre as restrigées ¢ vantagens dos equipamentos j4 foram feitas de forma que neste apenas as principais conclusSec cerSo apontadas. No que diz respeito aos ensaios de resisténcia, quando se pro- cura avaliar a resisténcia residual, o equipamento de anel de cisa - lnamento (ring shear) parece ser a melhor opgao. 0 equipamento de ci 46 salhamento simples, no entanto, parece ser mais conveniente para se obter a resisténcia de pico, embora alguma controvérsia ainda exista sobre © assunto. Em comparacio com estes dois equipamentos o ensaio de cisalhamento direto parece mais limitado e sua importancia restrin ge-se & grande utilizacdo que o equipamento j4 teve e ainda tem, mas devido as suas limitagdes, sua utilizacdo deveria cingir-se a proje- tos de menor porte. Quanto aos chamados ensaios triaxiais, em projeto usuais, ape- Sar das suas restrigdes, o ensaio axi-simétrico 8, e possivelmente continuara sendo, perfeitamente aceitavel a curto e médio prazo, tan de. Num prazo mais longo, os equipamentos de deformaco plana e tria xial cibico, talvez possam, progressivamente, ocupar o lugar do equi bilidade em projetos nos quais a avaliacdo dos deslocamentos é tio importante quanto a estabilidade A ruptura da obra geotécnica. Em Projetos de grande porte, onde anisotropia e rotagSo das direcSes das tensdes principais tenham efeito preponderante, presume-se que equi- pamentos como o cilindro vazado (hollow cylinder) eo de cisalhamento direcional (directional shear cell), possam ter sua utilizacao amplia da. Mas estes equipamentos, assim como 0 triaxial cibico, deverao servir sobrotudo para estudus fundamentais sobre o comportamento de solos. Os ensaios em centrifuga, no entanto, podem, mais do que os ou] tros, servir tanto a pesquisa quanto para fornecer subsidios a proje fos geotécnicos. Neles ainda existem consideraveis limitacdes no que soncerne a instrumentacdo e interpretacao do ensaio que, possivelmen te, sero aos poucos ultrapassadas. No entanto, apesar disto, este ensaio parece ser, no momento, o mais adequado para fornecer apoio Para projetos geotécnicos de médio e grande porte. 6. 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