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um
regime
misto,
onde
a
propriedade privada ou abamba encontrava-se lado a lado com a
propriedade comunitria ou tupamba.
S com muito esforo de imaginao se poderia encontrar nesta experincia
algo de pr- marxista, a no ser que o conceito de comunismo seja
empregado de maneira vaga e ampla. Corre-se, ento, o risco de englobar
tambm outras experincias comunitrias do passado, com as dos
mosteiros e conventos medievais.
* p.159: No caso especfico das misses religiosas americanas, a
propriedade comunal estabelecida pelas leis espanholas visava a
compensar o deficiente emprego que os indgenas faziam de suas
propriedades particulares, bem como a manter as despesas comuns com o
culto, as vivas, a compra de matrias-primas ou objetos de manufatura
europeia e o pagamento dos tributos. Entre os guaranis, ela servia tambm
para a manuteno da milcia indgena. Imposta pelas Leyes de Indias,
perfeitamente integrado ao pensamento cristo dos missionrios e bem
adaptado organizao social peculiar s tribos guaranis, o tupamba no
caracteriza, por si s, o regime de propriedade dos Trinta Povos, nos quais
os caciques continuavam a exigir de seus sditos a quota de trabalho que o
costume imemorial lhes concedia como direito.
A organizao poltica implantada nos Trinta Povos no teve como
objetivo a criao de uma sociedade igualitria no sentido marxista. Mesmo
que o cristianismo tenha como base a igualdade de todos perante Deus,
persistiram muitas desigualdades a respeito do aspecto temporal da
comunidade missionria. Melhorou sensivelmente a posio da mulher
indgena, mas ainda assim ela sempre permaneceu em segundo plano, sem
ter acesso liderana poltica dos cabildos. A prpria educao no era
igual para todos. Quanto ao produto das propriedades particulares, poderia