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HISTRIA SOCIAL
Campinas - SP
NO 7
275-280
2000
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RESENHAS
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Bolvar Lamounier entende a ideologia do Estado autoritrio como no mobilizadora, enquanto Paranhos considera que a perspectiva de mobilizao est
posta, ao menos potencialmente, na ideologia de Estado, tal como esta se expressa durante a ditadura estado-novista.
Por outro lado, o entendimento de que o populismo como projeto no
estava dado no incio do movimento de 1930, leva Paranhos a enfatizar que
apenas nos anos 1942-45 que se verificar o primeiro balo de ensaio de
mobilizao populista no Brasil da era Vargas. Mesmo que no desenvolvido no livro, historicamente foi notria a defesa do corporativismo pelos tenentes e principais aliados de Vargas em 1930, como Osvaldo Aranha, Francisco Campos e Lindolpho Collor ver os programas das Legies Revolucionrias e do Clube 3 de Outubro , Paranhos contrape-se convincentemente
(aqui a influncia das teses de ngela Maria Carneiro Arajo em Construindo
o consentimento - corporativismo e trabalhadores no Brasil dos anos 30
evidente) queles que detectam o populismo desde o incio da constituio do
poder das oligarquias dissidentes em outubro de 1930. A considerao acima,
por outra dimenso, contrape-se s teses a-histricas (como a de Boris Fausto
em Trabalho urbano e conflito social) de que os sindicalistas amarelos da
Repblica Velha seriam o embrio do trabalhismo getulista, o que representa mais um mrito do trabalho de Paranhos. O nico seno uma falta de esclarecimento maior na nota 4 do Captulo II, quando o autor no diferencia a
posio de Boris Fausto daquela de Cludio Batalha, que em sua tese de doutoramento, Le syndicalisme Amarelo a Rio de Janeiro (1906-1930), no
prope que o reformismo dos amarelos foi a gnese do trabalhismo varguista.
A linha argumentativa de Adalberto Paranhos, resultado de criteriosa
construo terica, ganha pontos tambm quando, sem ignorar a importncia
da obra de ngela de Castro Gomes (com destaque para Burguesia e trabalho
- poltica e legislao social no Brasil - 1917-1937 e A inveno do trabalhismo, referncias obrigatrias para o estudo do perodo), aponta para os seus
limites. Aqui destaca-se a crtica viso da autora que no v relao entre a
represso do Estado varguista entre 1935 a 1942 e a construo e implementao do projeto trabalhista, no Captulo II. J no captulo seguinte, enquanto
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