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MANUTENCAO DE POCOS TUBULARES PROFUNDOS Walter Antonio Orsati, Almiro Cassiano Filho e Cesar Bianchi Neto' I. INTRODUCAO O trabalho visa mostrar os problemas mais freqiientes que afetam os pogos tubulares profundos com maior com maior enfase aos perfurados em sedimentos inconsolidados e consequentemente sua exploragdo, ¢ apresenta solugdes para recuperacdo dos mesmos, lembramos que suas origens sao de caracteristicas mecdnicas, hidréulicas e qufmicas. Considerando a necessidade de preservagdo desses mananciais, em funcdo da utilidade publica do mesmo no abastecimento de gua, é de informar a importdncia que devemos estar atentos a todos os fatores que interferem na sua exploraciio, a fim de mante-lo dentro das melhores condigdes operacionais e por tempo indeterminado. IL. DESCRICAO 1. OBSTRUGAO DOS FILTROS A obstrugao das segdes filtrantes reflete-se em rebaixamento progressivo do nivel dinamico, sem descenso aprecidvel do nivel estatico. Diminuig&o da vazo especifica c o incremento da perda de carga ( termo CQ), sio determinantes na deteccio do problema. Quando nao so evidentes as causas ou nao foram previstas na construgao, a dedugéo recairé em caracteristicas do pogo ou composicao quimica 2. CAUSAS DE OBSTRUCOE 2.1 Acumulo de argila, silte ou areia nos filtros e no pré-filtro - se for notado produgao deste material no bombeamento e se o perfil litol6gico indicar sua ocorréncia em trechos préximos 4s segGes filtrantes é muito provavel que a obstrucdo seja devida a este fato. 2.2 Subprodutos da corrosao que se depositam nas segdes filtrantes e no fundo do pogo - se 0 indice de agressividade da 4gua for elevado; a Agua bombeada poderd apresentar turbidez, ou presenca de residuos, 0 que confirmard a causa em processos avancados. 2.3 Produgao anormal de areia é forte indicio da corrosao. 1 SABESP Fone: (O11) 883-4261 Fax: (O11) 280-2155 Rua Pe. Jodo Manuel, 755 - Séo Paulo - SP CEP; 01411 900 X Encontro Nacional de Perfuradores de Pocos 95 2.4 Os subprodutos do metabolismo bacteriano podem, também, produzir obstrugdes: as vezes quando se trata de bactérias de Fe, esta causa pode ser identificada por mudanga na coloracdo da égua bombeada, no entanto, na maioria das vezes é necessério uma anélise especial. 3. PRODUGAO DE AREIA 3.1 Principal causa - corrosio e, por sua vez, indicador da existéncia da mesma, revelado pela produgo de pré-filtro e/ou material da Formagao. 3.2 Posstveis pontes intercaladas na coluna de pré-filtro, revelada pela produgao de material da Formagio. 3.3 Recalque do material de pré-filtro, deixando os primeiros filtros descobertos ( expostos) , revelacio produgao de material da Formagao. 3.4 Ruptura da coluna de revestimento ¢ filtros, geralmente nas juntas; revelada pela producao de material da Formagao e pré-filtro. 3.5 Se nenhuma das anteriores estiver ocorrendo poderd estar relacionada ao alargamento das aberturas dos filtros por corrosfo/abrasio. obs.: a deteceao destas rupturas pode ser feita através de endoscopia ou com 0 emprego de pistdo com caneca acoplada, a 0,50 m abaixo das borrachas por 30 min. cada segao. 4, DEFEITO NO EQUIPAMENTO Os defeitos nos equipamentos de bombeamento mascaram a verdadeira natureza do problema, induzindo a conclusao equivocadas quanto 4 existéncia de problemas no pogo. Diminuicao de vazio acompanhada de leve ascenso do nivel dinamico 4.1 Falhas mais comuns destegulagem do conjunto de motores e demais partes da bomba - causa desgaste por abrasio nos rotores, devido 4 presenga de ar ou gases na Agua (rotores “pipocando”), * furos no tubo de descarga - produzido barulho de “cachoeira”. « _perdas de submergéncia em compressores ‘« perda de sucgio nas bombas de eixo prolongado, com interrupgao na descarga. Freqiientemente estas falhas refletem-se em aquecimento anormal dos motores € consumo excessivo de energia elétrica ou combustivel. 96 X Encontro Nacional de Perfuradores de Pogos 5. QUEDA DE PRODUCAO E DIMINUICAO DA VAZAO. 5.1 Causas de Queda de Producao, * taxa de bombeamento superior 4 taxa de tecarga do aqiiifero * taxa de bombeamento superior ao limite de produgio do poco * _interferéncia provocada por pogos vizinhos * obstrugao das segies filtrantes, 5.2. Deteceaio * queda do nivel estatico progressivae permanente * queda acentuada do nivel dinamico sem queda significativa de nivel estatico, resultando em rebaixamento excessivo do pogo. Para confitmar este rebaixamento se realiza um novo teste de produgao e verifica-se o Ponto critico foi ultrapassado. * oscilagdes bruscas ¢ irregulares dos niveis da égua, durante o controle de operagao. se nenhuma das trés acima estiver ocorrendo, a investigacio deve ser voltada para possivel obstrucao dos filtros ou fundo do poco. A diminuigio de vazio sem que haja modificagio aprecivel dos nfveis da égua, 6, geralmente, causada por defeitos no equipamento de bombeamento. Pogos perfurados em rocha Cristalina: a queda de vazao, geralmente est associada Sgotamento” parcial de uma ou mais zonas agiifferas (fraturas), devido ao mecanismo restrito de circulacdo da gua no decorrer da exploragao- a detecgfio se orienta pelo exame da curva de recuperacdo, cuja conformidade é geralmente andmala, 6. Problemas de qualidade da 4gua Na explorago podem surgir problemas de corrosio ou incrustago no pogo, no agiiffero e no sistema de bombeamento geralmente causadas por mudangas nes carscens fisico-quimicas ¢ bacteriolégicas da dgua. Essas modificagdes podem estar ascociadas oc { _Influencia das condigdes de bombeamento, alterando o equiltbrio fisico-quimico. 2 expansio do cone de rebaixamento, atingindo zonas com dguas de composigao diferente, * incrementos acentuados de recarga no aqiiffero. * contaminagao produzida durante a operag%o ¢ manutengo do pogo As modificagGes nas caracteristicas fisicas da gua, podem em alguns casos ajudar 0 diagnéstico do problema: X Encontro Nacional de Perfuradores de Pogos 97 6.1 Presenca de Coloracao ‘A maioria das vezes o processo de obstrucao apresenta os seguintes caracteristicas de cores cor vermelha e ferrugem - presenga de compostos de Ferro e/ou bactérias do Ferro, indicando provavel incrustagao. © marrom e parda - presenga de bactérias redutoras ou de compostos de manganés: em regides de mangues indicam a presenga de matéria orgdnica combinada com tanatos ¢ gelatos. © guas amarelas - compostos derivados de oxido de Ferro, que podem ser produtos da corrosio . 6.2 Odor e Gosto: ‘A presenca de odor e gosto caracteristicos poderd estar ativando processos de corrosiio ou de incrustacio com indicios da presenga na agua de: © microorganismos gases dissolvidos - gés sulftirico, metano, dioxido de carbono ou oxigénio. © substancias minerais - cloretos, compostos de Ferro, carbonatos, sulfatos ¢ Fendis. 6.3 Variages de Temperatura: Nas Aguas subterraneas podem acentuar o desenvolvimento de processos de deterioracio de pocos; provocam um decréscimo da viscosidade da 4gua com incremento da difusio de O, , ativando o processo de corrosio. O aumento de temperatura entre 4 a 5°C duplica o potencial de corrosio da 4gua. 6.4 Condutividade especifica: ‘A condutividade esta relacionada diretamente ao teor de s6lidos dissolvidos(TSD) na gua, qualquer incremento é um acelerador da corrosao, se agravando quando 0 pardmetro é maior que 1000 mg/l. Esta também associado ao aumento do teor de cloretos, principalmente em areias litordneas ou semi-dridas, o que aumenta a probabilidade de corrosao. 6.5 Turbidez: © pocos antigos: problemas mecdnicos como colapso de segées filtrantes. ® pocos novos: falta de desenvolvimento. Atividades bacterianas: acarreta quase sempre problemas de incrustagao e/ou corrosaio em pogos, detectadas por andlises especificas. 98 X Encontro Nacional de Perfuradores de Pocos 6.6 Composicaio Quimica. Pode definir, mas nao é uma regra para dec corrosiva. Analise para determinagio de probabilidade de incrustagao - Dureza temporéria - Dureza permanente ~ Alcalinidade carbonato - Alcalinidade bicarbonato - Alcalinidade hidréxido -pH - calcio - sédio -magnésio -manganés - sulfato - Ferro total - cor - turbidez © Aguas muito duras, com mais de 300 mg/l de CaCO? e fortemente bicarbonatadas, com alealinidade superior a 250 mg/l de CaCO? sfo potencialmente incrustantes. De modo geral éguas com pH acima de 7.5 ou teores de Ferro e/ou manganés acima de 1 mg/l podem produzir incrustacdes. ® Aguas de baixa salinidade, baixa alcalinidade, baixa dureza, baixo pH e elevado teor de C02, so potencialmente corrosivas. Essas duas propostas nao sao regras definitivas para a definigao de corrosio ou incrustago; a investigagao deve levar em consideracio fatores associados como caracteristicas construtivas, condigdes hidraulicas ¢ o regime de bombeamento. As Aguas subterraneas movem-se no agiiifero em condigdes de fluxo laminar lento, estando normalmente saturadas de carbonato de célcio em equilfbrio com uma certa quantidade de CO, dissolvido. Qualquer mudanga nestas condigdes rompe 0 equilfbrio, dando origem 4 precipitagao pela perda de CO, Quando a égua é bombeada provoca-se rebaixamento de modo a produzir a pressdo diferencial necesséria para gerar.o fluxo do pogo. Essa diferénga de pressao favorece a liberag&io de CO, que, dependendo do ambiente, precipitaré 0 carbonato de célei nas vizinhangas do pogo, no pré-filtro e/ou nas secées filtrantes Pocos com maior rebaixamento so mais susceptfveis a incrustagilo, tanto pela libera de CO, como pelo maior trecho aerado que favorece a precipitagao de Ferro. Dependendo do ambiente pode ocorrer a corrosio. X Encontro Nacional de Perfuradores de Poros 99 7. INCRUSTAGAO QUIMICA Incrustag3o quimica consiste na precipitago e deposigfio do material nas segdes filtrantes, no pré-filtro, no proprio aqiiffero, na bomba e até nas tubulagdes; o material € ptincipalmente constituido por carbonato de célcio acompanhado de silicato de aluminio, sulfato de Ferro e outros minerais contidos no aqiiffero. Explicag&o da incrustagao pela teoria eletro-cinética: © como bombeamento o fluxo de dgua incrementa 0 fluxo de potencial elétrico que atua como catalisador nas reagoes. © se desenvolve nas superficies metélicas quando estas esto carregadas negativamente. Primeiros sintomas de incrustago; aumento de consumo de energia da bomba, com perda da eficiéncia. 8. CORROSAO QU{MICA A corrosao quimica resulta de reagao quimica ou eletroquimica da gua em contato com superficies metdlicas. Todas as éguas subterrdneas sio quimicamente ativas e tem caracteristicas de eletrOlito, tornando assim a ocorréncia deste fendmeno provavel em qualquer estrutura de extracdo de Agua subterranea ‘A corrosao de natureza quimica relacionada 4 presenga de CO,, O,, écidos organicos ¢ sulfetos de Ferro, provocam diminuigao da espessura da estrutura metélica. 8.1 Corrosio Eletroquimica A corrosio eletroquimica se produz basicamente por: corrosao seletiva - um componente da liga metdlica € removido (4nodo), deixando o outro enfraquecido (cétodo) e, por isso, eventualmente receptor dos produtos de corrosao. corrosdo bimetilica: produzida pela geragao de correntes elétricas no meio condutor em contato com dois metais diferentes; é 0 caso de pocos com filtros de material diferentes do revestimento ou soldas de metais diferentes. A identificagao de corrosdo é muito dificil antes que a situagdo se agrave. A aplicagao de fios de cobre para prender os cabos de bombas provocam corrosio seletiva (deszincificagao). ‘A turbuléncia junto a bomba e na propria bomba provocam um maior escapamento de gases, provocando corrosio mais répida e severa na bomba e tubo de descarga. 100 X Encontro Nacional de Perfuradores de Pocos Ill. METODOLOGIA 1. RECONDICIONAMENTO DOS POCOS. Obstrugao de natureza mecinica - resultado da colmatagao de filtros e deposi¢ao de materiais. Método recomendado: pistoneamento com pistdo de valvula; pode-se empregar um polifosfato 20 kg/500 I de 4gua no pogo, agitar por 3/2 horas e iniciar o pistoneamento. © Queda de vazio ou produgio: problemas de natureza hidréulica - tornar a operagéo adequada. © som caimento evidente de nivel de égua- problemas com o equipamento. 2. PREVENCAO DA INCRUSTACAO, Nao € possivel evitar por completo, mas é possivel atenuar os processos através das seguintes medid: © reduzir a vazio bombeada, com menor rebaixamento possivel ¢ aumento de tempo de operagiio. © se houver déficit de volume - perfurar outros pogos ©. efetuar limpeza e tratamento periddico 3. TRATAMENTO DA INCRUSTACAO Para se efetuar um tratamento eficaz da incrustago € necessdrio conhecer a sua composigiio , procedendo a uma anélise do material e comparando com a anilise da 4gua. O material pode ser coletado por raspagem das segées filtrantes, se 0 material contiver predominantemente carbonato de cAlcio ou magnésio e hidréxido de ferro. O tratamento mais adequado é com dcido cloridrico ou com dcido sulfamico. Se o material da amostra contiver 20% ou mais de composto de Ferro ou manganés, € provavel que ocorra um processo combinado de incrustagao e corrostio; quando a azo do hidréxido de Ferro para sulfato de Ferro é maior que 3:1, indica a existéncia de bactérias redutoras de sulfatos. Neste caso 0 tratamento se faz com alternancia de aplicagdes de acidos ede cloro, conforme a seguir sugerido. 3.1 Tratamento com dcido muriatico: (modelo proposto pelo manual DAEE) Utiliza-se uma mistura dcido + inibidor na proporgao de 100 g de inibidor para cada 100 | de dcido. Volume proposto - calcula-se o volume de agua necessario em cada seco filtrante; 0 volume necessario de acido é 0 dobro do de 4gua. Para pogos rasos: © descer uma tubulagao de PVC de 1” até a base do filtro inferior © verte-se a solugdo no tubo, por meio de um funil, em seguida ergue-se lentamente 0 tubo até a parte superior do filtro. X Encontro Nacional de Perfuradores de Pocos 101 repete-se em todas as secdes. deixa-se agir de 1 a 6 horas -depende do grau da incrustagao. pistoneia-se o pogo durante | hora ou realiza circuito fechado com ar comprimido. retirar a solucao através de bombeamento com ar comprimido até a Agua sair limpa e pH proximo ao da agua antes da acidificagio. © teste de produg&o, caso necessario repetir o proceso. eee e Para pogos profundos: © utilizar circuito fechado com emprego de bomba centrifuga ou de pistéio ou bombeamento com emprego de compressor. © Demais etapas manter as mesmas de utilizagao em pogos rasos 3.2 Acidificagiio segundo SEBEP ( Servigos Brasileiros Especializados Em Petroleo S/A) Proporgdes: 1 m3 de égua dentro do pogo - 156 1 HCl- 33% ( dcido muridtico) - 14 Kg de marilon ou polifosfato. ® densidad & 26° C= 1,045 © pHa26°=0,15 * 7,05% de HCL e marilon ou polifosfato Resultando em solugao de écido HCI 5% 3.3 Acidificagao segundo DRESSER, Proporgées para solugao:1 m3 de agua - 3751 Hel - 33% (Acido muriatico) - 5,6 Kg de Weell Clean - 4,7 kg de Inicorr 1100 (inibidor). Resultando em solugao de 4cido HCI 10% O volume de solugio é 0 dobro do volume do trecho 4 ser acidificado, neste caso considera 0 volume compreendido entre 0 topo da primeira segao filtrante até a base do ultimo filtro. 3.4 Procedimentos basicos 4 serem seguidos na utilizac4o de solugdes a base de acidos. ‘Antes de iniciar a acidificagao realizar bombeamento ou injegao de 4gua limpa, para limpeza de trecho 4 ser acidificado. Para manuseio da soluco, 0 pessoal deve observar normas de seguranca para produtos corrosivos, usando equipamentos de seguranga adequados. Toda etapa de acidificaco deve ser acompanhada por quimico habilitado, que disponha de laborat6rio para analisar os resultados das aplicag6es; 0 pH € fator determinante da operagao. O numero de acidificagées ser definido pelo resultado de cada aplicagaio e deve ser proporcional ao grau de incrustagiio existente. Injetando a solugao, deslocar com 4gua limpa e retirar a coluna. 702 X Encontro Nacional de Peifuradores de Poros Ap6s um perfodo de 6 horas retirar a solugo através de bombeamento com ar lift, ou injegdio de agua limpa; caso se execute bombeamento € possfvel avaliar o resultado da acidificacao. O tempo de contato da solugao depende diretamente, do grau de inscrustagao e porcentagem final de acido na solugao. 3.5 Tratamento com polifosfatos (modelo proposto pelo manual DAEE) © dispersam argilas, lodos, 6xidos hidréxidos de ferro e manganés. Comumente utiliza-se o dispersante com adigao de Hipoclorito . Dosagem - 20 kg de polifosfato para cada 500 I de égua no pogo. » Agitagio - por | hora e repouso por 3 horas Desenvolver através de jateamento as segGes filtrantes com emprego de bomba de pistdo de alta pressdo, com solucdo dispersante a base de hexametafosfato de s6dio ¢ Hipoclorito de sédio. Concentragdo proposta: (modelo utilizado atualmente pela SABESP) 20 a 50 kg de hexametafosfato de sédio para cada m’ de gua dentro do pogo e I litro de Hipoclorito de s6dio a cada 10 Kg de dispersante aplicado. Exemplo: Volume de Agua no pogo: 22 m3 22x 20 = 440 Kg de hexametafosfato de s6dio 1x 44 = 441de hipoclorito de sédio Na utilizacao deste processo é necessario agitagdes periddicas; apés 0 jateamento de todas as segGes filtrantes, voltar a ferramenta ao fundo e realizar agitagio a cada 4 h, com 0 emprego de bomba de lama ou ar comprimido. Apés 48 horas. bombear o pogo para retirada da solugao dispersante. Se ocorrer desenvolvimento com acentuada produgao de turbidez, repetir a operagao. Desincrustacéio de zonas fraturadas - as fraturas e outras aberturas em pogos de cristalino também esto sujeitas a incrustagao. Deve proceder a operagao semelhante a pogos com filtros, com emprego de pistoneamento vigoroso dentro do tubo de revestimento ou tubo de boca na falta de revestimento Empregar solucao dispersante ou Acido e pistonear por 20 a 30 minutos, seguidos de descanso por 1 hora, com duragao total de 8 horas e remogao do material com cagamba ou compressor. 3.6 Tratamento com Acido Citrico aditivado “EASY CLEAN/ Well Clean” Antes de iniciar 0 processo medir 0 pH ¢ os nfveis de dgua. © proporgiio 8 kg/m? de Agya no pogo « aplicar em circuito fechado com bombeamento por ar comprimido para homogeneizacao; medir o pH, que deve estar em torno de 1 a2. X Encontro Nacional de Perfuradores de Pogos 703 Deixar agir por 24:00 hs Se o pH mantiver-se o mesmo ou seja entre 1 -2 , ndo ocorreu reagao; bombear a solugio para fora Se 0 pH voltar ao normal, pH anterior, aplicar novamente ¢ baixar o pH novamente. Repetir por 24 horas 0 processo e bombear para fora Fazer um teste expedito para verificar os resultados obtidos; caso ndo sejam satisfat6rios empregar outro dispersante. © processo de aplicagio € similar ao de acidificagao. 3.7 Tratamento com cloro Eficaz para evitar crescimento bacteriano e depésitos de lamas de ferro. ‘As concentragdes devem ser altas (200 a 500 mg/l de cloro livre) - fontes: Hipoclorito de calcio ou sédio. Aplicagdo - igual a do dcido. Agitagdo por | hora e repouso por 2 horas. 4, LIMPEZA E DESINFECCAO ‘Uma vez por ano e sempre que for realizada uma troca de equipamento € necessério a execugio de uma limpeza e desinfecgio, ou seja: @ remover com cagamba ou compressor os residuos de fundo, restabelecendo a profundidade original. « pistonear com pistdo de valvula a baixa velocidade (30 batidas por minuto) durante 2 ou 3 horas e verificar os resultados com limpeza de fundo. ‘© fazer limpeza da bomba, tubos ¢ cabos. DesinfeccAo - utiliza-se comumente Hipoclorito de calcio ou s6dio; se porventura a Agua do pogo tiver teor de edileio acima de 300 mg/l deve-se utilizar apenas 0 hipoclorito de sédio. Concentragao proposta: 50 g/m3 = 50 ppm = 50 mg/l. 1 litro de hipoclorito de s6dio 10% - 100 g de cloro ativo Em casos extremos a concentracdo pode passar para - 100 mgi/. Célculo do volume de égua no pogo - férmula aproximada - V 2 h, onde: V = volume de égua em m’, d= didmetro do pogo em polegadas ¢ h=comprimento da coluna d’ gua em metros. Efctuar a desinfec¢’o com equipamento instalado. Verter a solugdo e apés 30 minutos ligar a bomba em circuito fechado, apés 2 horas, medir o teor de cloro, caso seja inferior a concentragao requerida, adicionar mais. Deixar a solugao agir por 6 horas ¢ bombear para fora. 104 X Encontro Nacional de Perfuradores de Pogos

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