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Identidades II
Arte e sociedade: o contexto socioeconmico das manifestaes artsticas
Toda expresso artstica produto da sociedade.
Como vimos na aula 1, o artista expressa o seu tempo, as suas ideologias e
as marcas do meio social do qual participa.
Fazendo uma reflexo sobre o Brasil e considerando as influncias que
fazem de nosso pas um mosaico cultural, podemos identificar com certa
facilidade as consequncias da colonizao, do imperialismo, dos perodos
ditatoriais: a desorganizao social, a falta de perspectivas, a pobreza
extrema. nesse contexto que o artista tem de produzir suas obras,
expressar suas ideias, comover o pblico e envolv-lo com seus ideais.
A obra de arte decorrente da viso do artista, portanto inegvel a carga
de subjetividade (expresso do eu) nela presente; mas o eu do artista ,
em grande parte, constitudo pela coletividade em que se encontra inserido.
A delimitao das classes sociais define discursos e interesses especficos
que iro ser representados nos movimentos artsticos. No Brasil,
primeiramente, a arte seguiu o modelo europeu.
O Romantismo do sculo XIX, como verificamos na aula anterior, modificou
as feies do indgena brasileiro e atribuiu a nosso povo caractersticas
europeias. E tambm pudemos refletir sobre o silncio imposto aos nossos
artistas durante o perodo da ditadura (v. aula 2).
Mas, nos espaos reclusos e quase invisveis dos fundos de quintal, da
madrugada das ruas, das favelas, germinavam as sementes do que viria a
se consagrar como cultura popular e que se consolidaria, definitivamente,
na ps-modernidade.
O Modernismo brasileiro tendo frente os escritores Mrio de Andrade e
Oswald de Andrade, o maestro Heitor Villa-Lobos, o escultor Vitor Brecheret
e os pintores Di Cavalcanti, Candido Portinari e Tarsila do Amaral decidiu
representar a cultura popular e colocar em cena o homem brasileiro e suas
mais genunas expresses.
assim que surgem os personagens Macunama e Serafim Ponte Grande; o
Trenzinho Caipira de Villa-Lobos; os indgenas, os africanos e os mestios
das telas dos pintores. Nos anos 30, Raquel de Queirs, Graciliano Ramos e
Guimares Rosa do voz ao sertanejo, sempre calado pela excluso social e
pela fome.