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Andlise da Distorgao em Audio com 0 Osciloscopio” Certos deialhes referentes & distorcdo de um equipamento de dudio escapam ao distorcimetro. Veja como usar 0 osciloscépio nesses casos. A. ARIZMENDI mora 0 miedidor do distoredo harménica @ 0 analisador de intermodulacéo sejam os instru mentos especialmente projetados para _medir a distoreao em audio, 0 osciloscopio pode ser tembem: empregado com proveiio. Esie instrumento € per. Hicularmente indicado para identificar os tipos de distorcao nos diversos casos, podendo ser empre gado divetamente, ou junto ¢ um medidor de dis tore30 harmonica OBSERVAGAO DE ONDAS SENOIDAIS Iniciando pela abservacdo de ondas senoidais. vemos na Fig. 1 2 disposigao basica dos aparelhos para ofetuar a prova. A resisténcia de carge deve ter um valor aproximadamonte igual a0 da impadan Geraoor DE AUDIO cia de saida do amplificador © possuir, igualmente, uma capacidade de dissipagao de poténcia minima cquivalente @ poténcia de saida maxima do ampli ficador. O oscilador de audio ha de fornecer uma onda com uma porcentagem de distorcao muito menor (umas dez vezes) que a do amplificador em prova. Analogamente, 9 amplificador vertical do ose loscdpio precisa ter ume distorcdo inferior a do mplificador examinado, senao os resultados serao. ‘otalmente erroneos, j8 que mediriamos. em lugar da distorea0 do amplificador, a deformagao do ins. trumental de prova. As medigdes podem ser efetuedas 2 varios nivels de poténcia de saide, embora a prova mais requente seja executada a potencia maxima no- minal. Geralmente, 2 distoredo, em suas varias moda- lidades, manifeste-se a poténcia maxima, apesar ae existiram excecdes. Por exemplo, a distorcao de transie3o dos aparelhos transistorizados_em classe B 6 maior a baixos nivois de poténcia, polo gue as caracteristicas do amplificador nessas con: JigGes também se revestem de importancia, A distorcao pode ser apreciavel, antes de que seja odservavel pelo metodo simples da Fig. 1. Por () Raviets Exoafols de Electesniea, m9 2h FIG. 1 — Disposigso dos instrumanios ée ‘mecigto pate observer a forma do ond osciloscépio, FIG. 3 — Etta forma de onda tem 1% de distergio a mais que a da Fig. 2 FIG. 4 — Esta forma do onda, com 2% de dis forgo a mais quo a forma de onda da Fig. 2, He apresonia visuals de sun dofermagéo. (may g a g 8 0 . (mA) s 5 8 3 a er) 8 1 CORRENTE DE BASE 1, (WA) eNTRAGA t CORRENTE DE {BASE 1, (WA) FIG. 5 — Distoreo provocada por polarizecto incor nenta cs Bicone FIG. 7 — Compressto do somiciclo positive: 4) 3% de distorgho: b) $4: c) 10 Fld. 8 — Distorgle de 2 harménico © sum ralagto com 4 compresado de pice, exemplo, a Fig. 2 mostra uma onda de 1 kHz, obser. vada mediante @ ligagio do gerador de dudio dire tamente 205 terminais do amplificador vertical do sciloscépio. Conquanto tenhamos empregado nes tes exemplos instrumental de elta qualidade, sem- pre existe uma ligeira distorgao. Contudo, mesmo especialista no tera condicoes de avaliar a orgentegem de distorcao, nem identiticar 0 seu po, na onda observada em tais condigdes Uma onda de referéncia, como a da Fig. 2, deve ser examinada antes de darmos inicio 8s provas oropriamente ditas, Esta varificacéo prévia nao ape~ nas serve para termos uma idéia das condigoes dos instrumentos, como também estabelece uma norma para as observagdes subsequentes, 108 SupOr, agora, que ease sinal soja epi cade a um amplificador que produza uma distoreao harmdnica de 1%. A Fig, 3 mostra o sinal de saida Podemos ver que, embora a onda contenha i% de distorgao, & preticamente impossivel distinguir 0 menor taco de distorgao, sendo visualmente idén- ca as ondas das Figs. |, 2 e 3. Quando o ampliticador gera uma distercao har. monica de 2%. ja podemos notar uma ceria dife- ‘enca. Por exemplo, a Fig. 4 € um caso ce 2% de distorcao, ocasicnadas por compressao do pica pe- sitive do'sinal. Esta 6 uma das formas de distareao ‘te audio mais comum, sendo causada por um caracteristica de transferéncia nao linear, como indica a Fig. 5. Neste oxomplo, a polerizagao de ho € incorreta. Por cutro lado, mesmo que polarizagio seja correta, pode produsir-se compres: sao, ou recorte, em ambos us ciclos em virtude de aiguma sobrecarga, como vemos na Fig, 6. As poroentagens de distoreao mais. elevadas sao progressivamente mais faceis de observar nas FIG. ¢ — Diatorgte. eapeculer, FIG. 10 — DisposieBo do instrumental ps FIG. 11 — Figuias de Lissajous da side do ampilicador: 4) distorgdo dexprezivel FIG. 12 ~ © aumento de disioredo & cleramente visiv ‘ondas senoidaie, como domonstrado na Fig, 7. Estes representam, exemplos também de compressiio do semiciclo positive. Na Fig. 6, vemos a correlegao entre a distorgao de 2° harmonico ipressao do pico. A introdugao de um 2? harménico tem como consequencia reduzir a amptitude de um se- miciclo, reforcando o semiciclo restante, e gerando, como resultado, uma onda complexa. Em geral, podemos dizer que a distorcao assimétrica de um semiciclo, relativamente ao outro, 6 causada por parméniccs pares, enquanto a distorcén simétrica @ devida @ harmonicas de ordem impar Se bem que o cuvido tenha pouca sansibilidade pars distinguir a distorco do fase, a forma do onda resultante de uma fundementel, aeompanhada de um 2° harménice, modifice-se radicalmente com a variagae de fase, como podemos verificar facil mente ha tela do osciloscépio. Por exemplo, s@ iniroduzifmos um 2° harmoni- co numa onda Senoidel, com a relagdo de fase indicada na Fig. 9, nao se produz compressao, apa recendo a distoreéo ceracteristica ilustrade. Convem, ter presente que o medidor de distorcdo harmonica @ semelhante ao ouvide humano em sua incapaci dade de responder as relacies de fase dos harm®: ices. praticamente falanda AS FIGURAS DE LISSAJOUS ‘As poquenas porcentagens de distorcie podem ‘ser apreciadas no osciloscopio mais feciimente com @ ulilizaggo da técnica das figuras de Lissajous. Fig. 10 mostra a disposigio do instrumental de prova. Neste caso, Zo ulllizamos a deflexdo hot zontal do osciloscopia, com sua base de tempo; 0 Sinal de entrada do ampiificador é apiicado 20 canal 4B mitra de 29 harménies. cbsorvar at figuras do Liseaious ) distorede do 1%, a) 18% de distorgde; b) 2%. FIG. 13 — Figuras de Lissajous com compressio de plcos, para 3, 5 © 10% ae alstereao, FORMA 0 ONDA RESULTANTE FUNDAMENTAL resistor BE CARGA. Cacitogramas tipicos: 5) aussncis do sibrecarsa © destoce Gelassgem: 4) deslocamenta, te. fase, ‘asagem © coitames MEDIDOR_DE DIST. HARM. gem: «) duple. elamente, som ‘ictorcto de amplitude, 9) 1 datanagem © upto coifamente de. pice, ‘de pica FIG. 18 — Disposicie do instrumental para analisar prodstos de eistorcdo FIG. 16 — As duas formas do onda distorciéae so someihantes, salvo no ratorente’ bs velagBee do tase en al do osciloseépio, @ 0 sinal de saide, ao horizontal. Embora as entradas possem’ ser intercambiadas, usa-se geralmente 9 amplificador vertical para o sinal de entrada, ja que, em regra, © amplificador horizontal tem menos ganho, exigin Go, portant, um sinal de nivel mais elevado, Neste tipo de prova, o oscilador de dudio nao precisa ser de qualidade superior & do amplificadar examinado. porquanto a resultada € muito pouco afetado pela distorco gorada pelo oscitador Em contrapartida, © osciloseépio deve tor os amplifieadoros vertical e horizontal de alta quali dade, do contririo, 9 distorgao propria do oscilos. copio ira somar-se 3 do amphilicador em piova € indispensével_efetuar yma verificacdo _prévia, sem 9 amplificador da Fig. 10, aplicando aos ampli ficadores horizontal @ vertical do osciloscepio 0 sinal direto do oscilador. Se 0 osciloscopio possui ampliticadores de qualidade adequada, observare: mos uma linha reta diagonal, como ne Fig, 1 4J8 que nenhum oscilosedpio pede ser absolute mente perfeito, sempre hi uma ligeira distorgao no oscilograma da Fig. 11a, embora ela néo possa ser distinguida visuaimente. Na Fig. 1ib, vemos 0 oscilograma correspondente a um ampliflcader com 1% de distoreao harmonica. So ttagarmos uma reta Goincideme com a parte inferior da diagonal da Fig. 14b, veremos que ela nao ira coincidir com 0 ramo superior da diagonal. ai, uma reprodueso de alta fideli- dade implica distorgio harménica inforior a 1% Por consaguinte, os exemples da Fig. 12 passom s limites. "Ae medigées foram ofetuades 2 1kHz, que 6 a fregiiéncia normalizada para provas de distorgdo. A curvatura des oscilegramas € ca- racteristica da distorgao de pico, sendo essencial mente independente da freqiéncia de prova. A Fig. 13 mostra imagens similares, para porcenta- s de distorcae meiores. Podemos notar que os Oscilogramas se diferencim visivelmente nos exem- plos correspondentes a 5% © 2 10% de distoredo: isso indica deslocamento de fase. em comparacao com as figuras anteriores De modo ge fundamental ¢ seus harmon A Fig. 14 mostra os oscilogramas tipicos pra duzidos pétas figuras de Lissajous, com as corres. pondentes variagdes de amplitude e fase. Podemos ver que ceifamento dos somiciclos correspon. dentes da onda produz uma doscontinuidade abrupta na imagom. Todos os amplificadores de dudio de ecoplamento de estagio por capacitor apresentan jo de seus pontos de corte das partes alta ¢ baixa da gama de audio, deslocamentos de fase do lipo apontado. Um amplificador de audio de acopla mento direta somente oferece distorcio de fase Ss proximidades de seu ponto de corte de agudos. ja que no extremo oposto da faixa sua resposta vai até DHz Como podemos ver, a porcentagem de distorcao harmonica, devida a‘ distorcio de tran cao, aumenta quando @ poténcia de saida baixa ANALISE DOS PRODUTOS DE DISTORCAO Para examinar o¢ produtos da distorgéio hormé: nica, também 6 do utilidade 0 oacilosedpio, empre: gado com a disposicao da Fig. 15. Esta aplicagdo do exige um osciloscdpio de alta qualidade, qual quer um serve. Quendo ajustamos o medidor de distorcao para a frequencia de prova (por exemplo, kHz}, 0 osctloscopio mostra’a forma de onda re: sultante dos produtos de distoreao. Em geral, esse produto nao contém unicamente um 2? harmonico, ou_um 2’, mas uma mistura dos dois, Na_meioria dos casos, observamos uma onda com uma distor cao produzida pela mescla de harménicos pares impares. Entretanto, aparece dominante um tipo de harmdnico. por exemplo, © 2° ou 0 3. Isso. pode ser dotorminad mediante 0 emprego do osciloscs: pio para medir a freqiiéncia da onda complexa dis: torsida A frequéncia pode ser medida com facilidade quando o osciloscépio tem a sua deflexio horizontal calibrada. Por exemplo, se a freqiéncia de pro € de tkiz, e 0 periodo da onda distorcida 6 50018, 0 produto de distarcao dominante & devido 20 2 harmanieo. Por eustro lado, 56 0 osciloscépio Bo tem seus sistemas de deflexio calibrados, € possivel estabelecer uma comparacao entre um ‘ciclo completo da onda aplicada ao medidor de dis- torpao @ a que resulta, uma vez ajustado 0 distor. cimetro para rejeitar a frequencia de prova. Pode- remos observar tacilmente quantos ciclos da onda ceformada estéo compreendides na mesma exten- so da tela que era ocupada por um ciclo da onda aplicada ao distorcimetro. Por exemplo, se distin. guimos trés ciclos, 4 distorcdo dominante ¢ a do F harménico, Na maioria dos casos, as relagdes de fase en- tve os herménices carecem de importancie para a

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