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CVRD We tan ee ae | a a hates ULE Cyn eee SUSI cr eee he pe ecu set eee nee Cau ten Cee Le Jz Eustiquio Roméo, nesta obra primorosa e atual, i oer Creme ee Cr Gee eel meee) ol Sey tee 6 iia eas gen eee our ee Ct AVALIACAO MEL CT a ea “wert NN 8 ETAPAS DA AVALIACAO DIALOGICA “Simplesmente, no posso pensar pelos outros nem para os outros, nem sem os outros”, j6 eserevia Paulo Freire (1981: 119). Da mesma ftamento € da pesquisa da temitica ‘gefadora nos processos de alfabetizagio libertadora, assim se exprimiu: Quanto mais javestigo © pensar do povo com ele, tanto mais nos ceducamos juntos. Quanto mais nos educamos, tanto mais continuamos investigando, 101 Educagdo ¢ investigacio temitica, na concepgio problematizadora dda educagio, se tomam momentos de um mesmo proceso. ©) A tarefa do educador dialégico ¢, trabalhando em. equipe. inter isciplinar este universo temitico, recolhido na investigagio, devolvé-lo, como, problem, nio como disseriagio, aos homens de quem recebeu (Freire, op: cit: 120). Ou seja,_realizada a avaligio.da aprenidizagem, com.o aluno, (8 resultados nao‘ devem constituir uma monografia ou uma dissertagio do professor: sobre. os avangos.e iecuos do aluno, nem muito menos tina prelesio corretiva “dos. “erros cometidos”, ma uma reflexio problematizadora coletiva, a ser de cotihecimento € dos processos de, abordagem do: conhecimento. INa perspectiva dessa concepcio, podemos vislumbrar os seguintes ppaisos necessérios da avaliacdo: IP) identificagdo do que vai ser avaliado; 2) constituigdo, negociagio e estabelecimento de padrées; 39) cofstrigSo dos: insirumentos de meidida ¢ de aviliagao; 49) procedimento da medida e da avalagio, 5%) andlise dos resultados ¢ fomada de decisfo quanto aos passos seguintes no processo de aprendizagem. Cada um desses paisos merece um comentéro. 1. Identificago do que vai ser avaliado professores e “especialistas” c visam at burocréticas-do que 20 trabalho a ser desen as dimenses das unidades em que so divididos os campos do ~ conhecimento organizados em esquecido numa gaveta da burocrac ws". Como o “plano” seré professores os elaboram nas lanejamento", no. se preocupando’ muito ‘ido, mas com sua forma — geralmente enquadrada em fornecido pelos érgios -centrais.- Como: também 0 dada, a primeira preocupacdo € com. verdadciro na escola bisica brasileira, tem de’ superar, dentre ‘outros, dois problemas: isfo 0 que se pretende se iio. se determina, com a mesma preciso, 0 que se quer. © planejamento. E claro que esta “precisio” € relativa, . em funcdo das alteragGes ‘em todo e qualquer processo de relacionamento deve viver um intenso processo de planejamento, ‘membros da comunidade escolar se engajem numa 103 “universo temético” de uma época, que deve ser identficado,. pois. € dele que deverto ser destacados os “temas geradores” do planejamento das atividades,currculares (Freire, 1981: 91 e seguintes)*. Entretanto, 45, Ainda qué limitando tas reflexbes 20 ‘eixapistas preciosss para a formulag30 do plans em geal. 146, “Situago Limite” e “inéito vievel” tr Paulo Frite aa Pedogogia do cprimid (p10 ¢ segs). O pio dz rexpeho 8 104 No caso do Ensino Fundamental, a pesquisa dos temas geradores de cada aluno em particular, ajuda-nos a perceber com iis clareza as.ordenagdes seqUenciais (1972), que apresentamos:a seguir’ cada ol com 6: io ‘em seu plano’ de curso, para estabelecer uma seqiiéncia de complexidade crescente mais-adequada-e de acordo com © nivel cin que se encontram seus alunos. ‘metro, prejudicindo © aprovetmento dat boss leis 4) splicagio preciptada, ou sio desprezadas em fangSo de in pedagigic” do FEEereT EYE sionomia dos Objetvs Edveaonsis (Dominio Cognitivo) caTaconin | ase | maoceso [sumo | Omen Taieiene | seater Tt eee Si amet caeacie | ae icin | aeee| seer comer | fomenane | Mme | Soc Nano, [reat | warm | cas oe ritéros Metodologia Soot) ceartaree pe certo cagnpo: Estraturas a a singe |: Foe inten Pais ids de a — de nivel as | tnterprtagio | — Captagio de see eee frat) rns ps | a er Te Bm es exnactbacs a ‘HABILIDADES ‘Uso de ‘Temes e conceitas | woes | we. (Do \PLICAGAO | em situagies | termos e” | Predigéo de efeitos Semree | one. | ra Seana = ‘eas ‘Supasicées ‘ame ge | cre, Senet | staat teas nr ce wits [PSreeee'| asa a | Ooch _— relagies Inter-relagio rm nae or a veme | nosemaee ronal fe Boag tice atingido nos tivos previstos (as vezes, nem estavim previstos na programacao). 2. Construgiio, négociagio e estabelécimento'de padres” Como. vimos anteriormente, ém qualquer. processo. de avaliagao {da aprendizagem ocorrerd, fatalmente, a comparagio de determinado desempenho ‘com determinado(s) padrio(6es)..Mesmo na chamada “avaliagio, construtivista”, os avangés dos. alunos’ em relaglo.a. seus. desempenhos ou posigSes anteriores impli Titativa, uma vez que, para determinar avangos, € necessirio determinar seu sentido. O deslocamenio do aluno em relagéo com- peténcia revelada anteriormente pode ser em vérios sentido: ive, no da negagio da posigdo alcancada anteriormente. Para designar-am iho .de saber. em-“diteco a qué”, o que: me obriga. a determinar um horizonte, um padrio desejave. © estabelecimento de padres dese} ‘mesmo: O° mal esté'nasua imposigo Se eles so referenciados ou cons dos: riumos negociados wiando falamos. do: sonho. ‘estamios sempre nos referindo a horizonies desejéveis para portanto, falando de padrbes de. estruturagio € Fambém na programaca de uma determinada retornat a0 plano dé curso e, coletivamente, construir. os padres: especificos- a serem. medidos’ © avaliados..na ‘oportunidade em questo. J chamamos a.atengio para o fato de nossas escolas trabalharem quise que exclusivamente no desenvolvimento da érea cognitiva dos alunos ¢ da hegemonia absoluta das provas como instrimentos de >. Como estamos convencidos de que no se trata de condenar +0 dominio cognitivo nem as provas, de que-a transformagio das'praxes: avaliadoras nio ocorrerd.de uma hora para ouitra e, finalmente, de que 08 préprios profes ina Histéria a unidade Moderno em Estado que, no plano da unidade, pré-burgueses'e burgueses; de ‘conéeitos, @ conhecimento histérico sobre. as sas ocorridas no mundo A, formagéo. do Estado dg Ensino ‘Fundamental, Imaginemos -ainda: que iremos constrvir € aplicar wina prova escrita para 0 registro dos desémpenhos equivalentes 0 primeiro bimestre da série mencionada, Chegamos ao momento de cestabelecer os paidrOes.e-trata-se-de uma escola.inserida numa-estrutura educacional que. adota © sistema de promogao, com escala de notas de zero a dez. Tériamos, entio, nesta avaliagio especifica, os seguintes padroes: . 1) nota’ de “Ia 4, para quem resolver todas as questdes: de memorizagio; 2) nota de 4 a 8 para quem resolver’ todas as questdes de compreensio; 3) nota de.8 a 9, pata quem resolver a questio de aplicagio; 4) 10, para quem resolver tudo. ‘Como se pode depreender da constrigdo dos padres especificos * para a situagio descrita, tivos, com nitida predominé aspectos quantitativos ¢ partir do que foi previsto no planejamento, desenvolvido em gi, de acordo com os procedimentos didético-pedagégicos adotados (mais ou menos dialégicas), ‘A. panticipicio do aluno na aragdo da avaliagdo & também fundamental, porque, mesmo que ele tenha participado da formulagao do planejamento, esta participagio no garante que o desenvolvimento da unidade tenha se dado de acordo com o planejado. Os padres 109 fixados ‘unilateralmente pelo professor, mesmo que correspondam a0 ‘b) construiremos uma prova esérta, com quesides de resposta ‘que foi originalmente previsto quanto as metas e objetivos do plano ey 05 alunos, no dominio cognitive, apenas até 10S da.taxionomia de. Bloom; ‘oportunidade tinica de, revisio.e replanejamento de suas. atividades subseqilentes. 3 de aulas semanais para um’ndmero também excessivo de alunos, € ~ necessirio- que se tenha um minimo-de cuidado na elaboragio das 3, Constructo dos instrurientos de medida e de avaliagio aquestdes, para que a prova permit, além de medit adequadamente.o ‘que se pretende, uma corregéo mais precisa € mais répida. Ora, sé 0 objetivo “conhecimento” vale de 1 a 4, construiremos «quatro: questoes de conhecimento, valendo' um ponto cada uma. Cabe aqui uma série de constatagGes. Primeiramente, a$ questBes de conhe- cimento. deve. abranger todo 0 contetdo da ustidade”desenvolvida, téncia prévia de uma referéncia para a ¢ Fundamental; seqilente (“compreensio") nfo podem valer, isoladamente, menos do 110 ys que 4, porque “eompr. forma, as ques a 8. Continuando i ygencia das ‘questdes em relacdo. a6. contetido desenvolvido até 0. momento. da avaliagio, 4, Procedimento da medida e da avaliagio “Procedimento’ aqui significa. medir avaliar. —.no exemplo dado, significa aplicar a prova e corrgi-la, regi ‘Nos. varios cursos que senvol discussio desses passos: da avaliagio, te solicitido a colaboragiio dos professores-cursistas, no sentido d butrem ‘notas. aos: alunos cujos desempenhos fossem os segi 4) acertaram todas as. questées; ) info. acertarain.nenbuma ituagdes. de desempentio poderiam ser levantadas, como © acerto parcial (apenas algumas do conjunto das questé mesmo nivel ou classe. Até hoje, em todas as obtém-se um certo consenso quanto as notas“a serem © estabeleidos, ia ser banido das foram avaliados, desde sua escolarizagio inicial. Para detnos: com: “A ‘aluno € sua percepgdo do préprio processo de avali sua nota'9”: : 5. Andilise dos resultados Na praxe das. avaliagSes correntes, 0 processo ‘se conelui’ na resultados de qualquer avatiagao se transforma num momento importante de revisio de todo o planejamento do trabalho previsto e executado até 0 momento. Se\a_maioria dos alunios de uma determinada turma “no esté ‘conseguindo ~acompan! de acordo com 0 que ficou demonstrado na avali de nada-adianta 0 professor téria. de 0 professor ter. de ridade- da burocracia: Nao € 0 sobre o'esgotamento do qué foi planejado a seus superiores, oii, antes, tem de prestar contas a sociedade sobre a aprendizagem das criangas e adolescenies que Ihe foram confiados? Retomando a definigao sobre avaliagdo de Luckesi, mais importante do que constatar resultados é tomar decisdes a respeito do que deverd ser feito a seguir. B comum em nossas escolas basicas 0 desprezo pelos resultados, apés seu registro-em boletim ou. ficha individual. claro que a sobrecarga ‘de trabalho. dos professores e as exigncias. do. sistema bburocrético acabam desviando sua atencdo do essencial neste particular. Os poncos Fi educacional nizagao Social e Politica do Bi quicamente dirigida, sobre a pecialistas” em generalidades, no tinham 0 menor prepairo, da 50. E sua fungio tem sido mito questionada em alguns sistemas estaduis, como & © «aso de Perambsco. 14 ‘Ainda que tenham conseguido algum respeito junto aos professores do primeiro segmento do Ensino Fundamental, por causa da “supe- rioridade” de sua titulagdo — a maioria dos docentes desse nivel tinha apenas o segundo grau —, encontraram séria resisténcia dos docentes também formados em nivel. superior Recuperar 0 papel. desses profi vitima do-que algoz — é uma tarefa chat taba, anamce lgumessugentfen, or entendermbs que an dos’ professores, a. escola. brasileira contempordnes necessita. de outros profissionais do.ensino, dadas’ as tarefas cada véz mais complexas a pedagégico leva tempo, além das reformulagées curriculares nos cursos 115 superiores, as agéncias formadoras de recursos hurnanos para a educagao tém de se transformar profundamente. Nesse interim, as escolas bisicas poderiam criar um esquema em que os professores mais experientes tivessem em seu regime de. trabalho um tempo, para. orientar0s igo seriam os conselhos de: classe, para os quais abriremos um capitulo especial 16 Posfacio' ‘A tentativa de levantar os conceitos de’ avaliagio ‘que circulam nna literatura especifica certamienté esbarrard ein’ tantos quantos. so seis formuladores. Tal fenémeno deriva néo’s6 da necessidade civel- que cada escritor tem de atrair 0 Ieitor com a originalidade, mas também porque cada manifestagao indivi reago pessoal exprestiva a enorme variedade de_situagées. concretas dos contextos especificos. Contudo, essa variedade, conceptual festa-se mais na forma do. que na substincia, porque, nesta, éItima, ‘grupos que se fundam em inteesses econ6micos comuns, mas os que sformago ou manutencio da ‘dentidade consolidada dependem nao ‘mas também de suas posigdes especificas nas relagSes de produgio © de suas projegses politicas de sentido conservador ou revolucionstio. ‘Acrescentemos somente que as visbes de wiundo, sendo a expressio ‘psiquica da relagio entre certos grupos humanos © seu meio social € ‘natural, seu niimero 6, por um longo periodo histGrico, necessariamente 1: Publicado, originalmente, como artigo na Revista Eecos (v4, 0.1, Sto Paulo, jun, 2002) do Centro Universita Nove de Julbo (Uninove). 2. Segundo Lucien Goldman, 20 longo de toda sua obra e, mais especificamene, cm Le Diew Caché (1999: 13 ¢ sguites) BL limitado. (..) Por mais miéltiplas ¢ variadas que sejam as situagies historcas concretas, as visGes de mundo nio exprimem mais que a ‘eaglo de um grupo de seresrelativamente constants aestamultiplicidade de situagdes reais. (Goldmann, 1959: 29-30). Nesta perspectiva analitica, se formalmente os conceitos traduzem formulagdes pessoas, provocadas em contextos especificos, substan- cialmente eles exprimem as reprodugées simbélicas homélogas’ da consciéricia da classe social a. que. peftencem seus. formuladores. No.caso do conceito de'avaliagio educacional, a visio de mundo fem_niémero reduzido e, neste sentido, permitem agrupamentos. das varias eoncepgées de avaliag3o em poucos grupos. “Sem queier cairo. maniquefsmo tio frequente A conjunto das obras que tatami de avaliagdo educacional.ente.nés,oscilando. entre (atrasada’ ou. ‘conservadora'), festa de lembrar as dutsperspectvas sob as quais 0 fendme em determinado desempenho humano, ‘buscando sua superagio, pois, neste caso, visa A incluso do agente e Dune seus respectvor agentes, conirmando sua tecolgia excludes 3 Tap de 1B Romi, 4. tambon Laces Goldman gun fz apt diigo oe“ ‘omlog. A rine opera pr rel; stud, pe wee. upeesinr, o que ocore nos niveis hfe estuturs. Fete pe etece escent tii 8 Wh bh donnie Prodan fo hana cmos apo isin 132 ‘como instrumento de inclusio ou de exclusio; como canal de ascensi0 ou como -critério de discriminagio. Contudo,.seja em que versio for, ela sempre carrega consigo uma dimensio classifcatéria: mesmo que se compare a qualidade do desempenbo de aga on de uma instituigZo em momentos diferentes de sua trajet6ria, sem compari-la com as trajetérias de outrem. Para as verificagées voltadas para a idemtificagio © exclusio dos ‘menos . ‘alee 6. Trai desse apecio mais dtalhadamente em Avalopto dialgica, especialmente ‘0 captulo 4 (p. 55 ¢ segsines) O mal do. manigutsmo So esti em perceber dus concepges de avaliaio, mas en compl raticalmente, como mutuamenteexchudents, ‘onforme tentamos demoastar nessa mesma cba 7. nspiro-me aqui, ma ica exposigio que Cipriano Luckesi fez na mes» redonda, de que também pticpamos, no HU Forum Nocional de Educa; realizado em Sto Lats (MA), em 13 de junio de 2002 133 © 2 avaliagio:do rendimento.escolar IL avaliagio de desempenho; TIL avaliagio institucional, A primeira, por longos ain ‘mico, ora porque..era .considerad: compreen: Por: parte dos. prof: das Some Roce © a pe ‘esmagadorament avaliados em se educacional. Em outras palavi 8 Conformed lemons em Avalagio dale Tnodugto, . 15:24 ing dialégica (6p. cit), especiatmente em sua 134 centendida como processo de verificagio da satisfagdo dos agentes internos ¢ do sucesso dos egressos de uma unidade escolar’. Muito se tem escrito sobre a modalidade “avaliagio do rendimento escolar” nos éltimos anos; por um lado; por outro, também recentemente, tem-se importado uma razodvel literatura’® ‘sobre-o tema. professores das avalisgdes ‘08 diagnésticos — afinal, nfo hi que se classificar 6 alimo com. tanta Para a série subseqiiente a que se encontra —, acabaram forte resisténcid: Certamente as razies da resiséncia sto 4questionamentos’a sua legitimidade cientifica e politica, porque quase sempre € percebida como ameaga de discriminagio ¢ de exclusio. A. avaliagdo da aprendizagem diz. tespeito a verificagio dos desempenhos discentes, como se apenas eles fossem os-aprendentes TO. As veues de discutivel qualidade. Baitoresbrasileros tém publicado a supiros de escritres que, muitas vers, so completamente desconhecidos em sus ples de orgem —- (2001), defendida no Programa de Mestrado em Elucago do Cenro Univrsitio Nove 4e Julho (UNINOVE), 20 examinar a qustio em escolas palistanas. 135 irreversiveis sobre seu desempenho escolar, jf. no ni que 0s alunos so preparados para, profissionalmente, ida de vérias outras pessoas, a avaliacio no reprova. 12. Numa pepetva iin, 0 ao de emsnar 6, snuea ¢ escacimenic -sprendizagem também © vice-versa. coma a Ennio se pense que aqui cla seJa menos classificatGria e mais diagnéstica: a distensio da avaliagdo af ocore por cumplicidades dodiscentes", que banalizam as relagGes académicas e abastardam o rigor cientifico. linghisticamente, a unidade indisocivel enue 0 ato de aprender € 0 de entna. 15. Uso as maidseulas por entender que os gras de ensino, prevstos na leisagio brasileira, ganharam denominagbes especficas que devem ser grafadas com substalivos — ‘ 137 de avaliagio seletiva, reagem com desconfianga da escola, julgando is ensina, porque promove, com o sistema de ciclos, Tanto esta reagio desconfiada quanto aquela astuciosa de. longos' anos. de disseminagao dé uma cultura da avaliaglo Sancionadora de prémios ¢ castigos. Com certa dose’ de boa vontade, podemos admitir que os erros de aplicagio devem ser debitados nna conta da vontade precipitada de mudainga, sem a devida dose estratégica de paciéncia hist6rica dos formuladores e gestores do sistema de ciclos. ‘Tomada.em seu sentido amplo, -expressio ‘avaliagio de-desein- penho’ € aplicével-a qualquer processo de avai Na sia ctimologia, .a palavra’ desempeniho, .inicialmente, no recomenda muito. Ela. surge da jungdo do prefixo. ‘des ao: verbo “empenhar’," para construir 0: sentido, contrério deste: resgatar ‘0 que se. dera como penhor, livrar-se' de divida, cumprir aquilo. que. se s.de exercer interpretar (um Na primeira. acepgio, no faz muito sentido avaliar-desempenho, Porque seria diagnosticar ou.atribuir valor a libertagio de: alguém de determinada divida pelo resgaje do penhor. Resta o significado de verificagio do exercicio ou da execuso de uma fungio ou cargo, ot, finalmente, da interpretagio de determinado ator. Tnteressa-nos a dis- 4 verificago da. performance do professor no exercicio do magistério nia escola formal. Como afirmamos neste trabalho, sob qualquer de suas concepyies, 4 avaliagio de desémpenho tem encontrado sérias resisténcias dos avalia constantemente taneamente, resista to bravamente ao mesmo procedimento. a principal. motivagao dessa resisténcia fanda-se no temor das perseguigSes, tio comuns em 16, Segundo Now dcondrio Audio da Lingus Portuguesa (196) 138 apresentam diante de determiniado desafio performati Vale a pena relombrar, aqui, wna’ experién aplicada; previa’ séries de estas, por sua vez, desdobravamse’em graus. Assim, a série’de classes, Tapio ele ire i dla, pars, 18. Exprigoia realizada no sistema municipal de educagao de Juiz de Fora (MG), administra 1983798, 139 ‘na progressio horizontal. As docentes ¢ os docentes éram avaliados ‘em virios tens, seja nos relativos ao desempenho da fungdes especificas deverd estar com todos os profissionais docentes do sistema educacional brasileiro habilitados em licenciatura plena, data-limite para que os 19. Somente de 1995 a 1997 foram editados onze dispsitivos legais vols pa a avaliago. E esta profasio obedece muito mais a uma Kigiea de controle do que 3 uma rrcionalidade diagndsicae ‘curative’ da difculdades encotradss pelos avalidos. 140 professores da educagio infantile do primeiro segmento do ensino nem uma cosa nem oulfa, mas uma altemativa racional para ete verdadeiro impasse do sistema [As saidas desse dilema deveriam apontar, entre outras, as seguintes diregoes: a) flexibilizagio do “credenciamento” de cursos de pés-graduagio stricto sensu, sem renéncia ao rigor cientifico-académico; 20, Lanteo a xg de oem car dower pr a cue seu funcionamento foi idas —, aunentando cota de investimentos necessétios & da avaliagio dos mesmos. ‘Como destacava'-Paulo Freire ‘ao longo de sua. obra ce, ‘mais em contraposigao 3 essencialmente peda incessantemente, a0 ato peda completa sozinho, mas — parafraseando Paulo Freire — s6 se completa fem comunhio com os outros, mediatizado pelo mundo. E € ai que 142 tolégica: a liberdade. ‘Somente no pensamento e/a necessidade hist6rica, 0 objeto, o presente € 0 futuro, com ele se. imbrica na percepgl0 critica do mundo; o futuro no é a anulagio do presente, representa a arquitetura que © toma como ‘base; controle que, de certa forma, impGe barteiras nos canais de inclusio, formalmente abertos a todos. A incluso € admitda, gera 21, Basta atetar, por exemplo, para os discusos das autordades da Repiblica que atibuem ace propios Wabalhadoes 2 culpa de estarem na coodigio de “inimpregives', om base no argumento de que nBo cuidaram de sua requalficagio para se mancerem “competitvos’ no mercado de wabalho 143 __No momento em que concluimos este artigo, deparamo-nos com ° ito tenhamos subido. dois: pontos na_escala -dos 173 paises. classificados Peli ONU, com base no indice a —— Humano (IDH), ist dextavontvels 2 solidariedade; Contingent, porque rverive Referéncias bibliograficas ALTHUSSER, Louis. 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