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E PROJETO Hf Esplanada Sustentavel = Coleta Seletiva Solidaria (Decreto 5.940/06) @asP & ems Gz. HISTORICO DO MARCO LEGAL A criagao do Forum Nacional Lixo e Cidadania (FL&C), em 1998, impulsionou uma mudanga de paradigma na gest&o dos residuos sdlidos ao mesmo tempo, marcaram os primeiros momentos de didlogo entre 0 Governo Federal e os Catadores de Materiais Reciclaveis. A partir dal, 0 gerenciamento eficiente dos residuos sélidos passou a ser uma questao de cidadania, 0 que conferiu maior visibilidade ao catador de materiais reciclaveis. Ao longo dos ultimos dez anos, 0 Governo Federal vem dando respostas efetivas em relagao as demandas apresentadas pelos catadores de matefiais recicléveis, principalmente aquelas apresentadas pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclaveis - MNCR, didlogo que trouxe mudangas significativas na legislagao pertinente ao tema. Seguem alguns exemplos para nossa contextualizagao. Em 2002, 0 Ministério do Trabalho e Emprego reconheceu a categoria profissional “Catador de Material Reciclavel’, no Cédigo Brasileiro de Ocupagdes — CBO, e em setembro do ano seguinte foi criado 0 Comité interministerial da Incluséo Social de Catadores de Lixo,com o objetivo de efetivar politicas pUblicas de insergao social e econémica da categoria. O Comité foi reestruturado em dezembro de 2010, pelo Decreto 7.405 © teve o seu nome alterado para: Comité Interministerial para Inclus&o Social e Econémica dos Catadores de Materiais Reutilizéveis Recicléveis — CISC, cujos coordenadores sao os ministérios do Meio Ambiente - MMA e 0 de Desenvolvimento Social ¢ Combate 4 Fome — MDS, ¢ as alividades de secretaria executiva so exercidas pelo MDS. Paralelamente, e em grande parte, impulsionados pelo FL&C, os catadores construiram uma identidade coletiva e ganharam maior nivel de organizagao, tendo promovido desde entao diversos encontros regionais, nacionais e internacionais. Com a criagao do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicléveis (MNCR), a categoria passou a ganhar mais espaco e expresso politica e a participar efetivamente das discussées sobre as politicas publicas voltadas para a categoria. Em outubro de 2006 foi assinado 0 Decreto 5.940, que implementa a Coleta Seletiva Solidéria nos prédios da administragdo publica federal direta e indireta, na fonte geradora e destina os residuos reciclévels para as © associagées de catadores de materiais recicléveis. Esta ago foi posteriormente citada como medida indutora de melhoria das condiges econémicas da categoria dos catadores, no artigo n° 80, paragrafo Ill, da Politica Nacional de Residuos Sélidos, conforme transerito abaixo: Art, 80. As iniciativas previstas no art. 42 de Lei n® 12.305, de 2010, seréo fomentadas por melo das seguintes medidas indutoras “il- destinagéo dos residuos reciclaveis descartados pelos drgaos @ entidades da administragao piibiica federal as associagdes © cooperativas dos catadores de materiais recicléveis, nos termos do Decreto no 6.940, de 25 de outubro de 2006; Em 2007, uma outra grande oportunidade aberta no pais para uma mudanga de melhoria na condigao de vida dos catadores, possibilitando sua integragao a programas de manejo de residuos sdlidos dos municipios, veio com a aprovagéo da Lei de Saneamento (Lei no 11.445/2007)8, que modifica 0 inciso XXVII do caput do art. 24 da Lei de Licitagdes (Lei n° 8666/93). A nova redagdo amplia a possibilidade de participagao de cooperativas e associagées de catadores na prestagéio de servigos ligados a coleta e ao beneficiamento de material reciclaveis, como transcrito a seguir: Art. 24 E dispensdvel @ licitagdo: XXVII - na contratagéo da coleta, processamento e comercializacéo de residuos solidos urbanos reciclaveis ou reutilzaveis, em areas com sistema de colete a Serr Coleta Seetiva Soldati Sustentavel seletiva de lixo, efetuados por associagdes ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas fisicas de baixa renda reconhecidas pelo poder publico como catadores de materiais reciolavels, com 0 uso de equipamentos compativeis com as normas técnicas, ambientais e de sadide pdblica. (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo aplicado a residuos sélidos — Agregando valor social e ambiental” - 2007). Em janeiro de 2010, foi langada a Instrugao Normativa n°01, que "Dispée sobre os critérios de sustentabilidade ambiental na aquisico de bens, contratagéo de servigos ou obras pela Administragao Publica Federal direta, autérquica e fundacional’. A instrugéo tras 0 seu capitulo terceiro, que trata dos bens e services, no artigo 6°, incisos 5 e 6, referéncias sobre procedimentos e cita textualmente o decreto da Coleta Seletiva Solidatia. Atl. 6° Os editais para a contratagao de servigos deverdo prever que as empresas contratadas adotardo as seguintes praticas de sustentabilidade na execugao dos servigas, quando couber: V - realize um programa interno de treinamento de seus emprogados, nos trés primeiros meses de execugao contratual, para reducao de consumo de energia elétrica, de consumo de agua e redugao de produgéo de residuos sélidos, observadas as normas ambientais vigentes; Vi - realize a separagao dos residuos reciclévels descartados pelos érgdos entidades da Administragao Pablica Federal direta, autérquica fundacional, na fonte geradora, e a sua destinagao as associagdes © cooperativas dos catadores de materiais recioléveis, que seré procedida pela coleta seletiva do papel para reciclagem, quando couber, nos termos da IN/MARE n° 6, de 3 de novembro de 1995 © do Decreto n° 5.940, de 25 de outubro de 2006; Em agosto de 2010 foi assinada a Lei 12.305, Politica Nacional de Residuos Sdlidos - PNRS e em dezembro do mesmo ano a sua regulamentagao por meio do Decreto 7.404 de 23 de dezembro- de 2010. A PNRS, torna-se entéo um marco na construgéo de uma nova relagdo da sociedade brasileira com a questo dos Residuos Sélidos ao definir conceitos com Responsabilidade Compartilhada e Logistica Reversa. A Responsabilidade Compartilhada 6 um principio segundo 0 qual geradores, importadores, distribuidores, consumidores, prefeituras e toda a sociedade s4o responsaveis pela destinagao correta dos residuos produzidos. J4 a Logistica Reversa diz respeito a estrutura que deve ser montada pelas empresas que langam seus produtos no mercado: de forma a garantir o recolhimento de produtos e residuos no pés-consumo, por exemplo: embalagens, lampadas fluorescentes, baterias, celulares, etc. Na PNRS, os Catadores de Materiais Reciclaveis so reconhecidos como trabalhadores importantes no fluxo dos residuos, e sua participagdo esta prevista no “Titulo V’, da regulamentagao da PNRS, conforme transcrito abaixo: DA PARTICIPAGAO DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLAVEIS E REUTILIZAVEIS Art. 40. O sistema de coleta seletiva de residuos sélidos e a logistica reversa priorizaréo a participagdo de cooperativas ou de outras formas de associagao de catadores de materiais reutilizaveis 6 reciclévels constituidas por pessoas fisicas de baixa rende. Art. 41. Os planos municipais de gestéo integrada de residuos sdlidos definiréo programas ¢ agées para a participagao dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associagao de catadores de materiais reutilizéveis e reciclévels formadas por pessoas fisicas de baixa renda. Art. 42. As acdes desenvolvidas polas cooperativas ou outras formas de associacao de catadores de materials reutilizavels @ reciciéveis no ambito do gerenciamento de residuos solidos das atividades relacionadas no art, 20 da Lei n° 12.305, de 2010, deveréo estar deseritas, quando couber, nos respectivos planos de gerenciamento de residuos sélidos. & Coleta Seetiva Soria -PROJETO Esplanada Sustentavel Art. 43. A Unio deveré criar, por meio de regulamento especifico, programa com a finalidade de melhorar as condigées de trabalho & as oportunidades de incluso social e econémica dos catadores de materiais reutilizaveis @ recicléveis, Art. 44. As politicas pilblicas voltadas aos catadores de materiais reutilzaveis @ reciclaveis devergo observer: 1a possibilidade de dispensa de licitagao, nos termos do jnciso XXVII do art_ 24 da Lei n° 8.666, de 21 do junho de 1993, para a contratagao de cooperativas ou associagdes de catadores de materiais reutilizaveis ¢ reciclévels; 1-0 estimulo & cepacitagao, a incubagao e ao fortalecimento institucional de cooperativas, bem como @ pesquisa voltada para sua integracdo nas agdes que envolvam a rosponsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; JiI- a melhoria das condig6es do trabalho dos catadores. Pardgrafo unico. Para 0 atendimento do disposto nos incisos 1 @ Ill do caput, poderéo ser celebrados contratos, convénios ou outros instrumentos de colaboragao com pessoas juridicas de direito iiblico ou privado, que atuem na criagao @ no desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associagdo de catadores de materiais reutilizveis e recicléveis, observada a legislagéo vigente, No Decreto 7.405 de 23 de dezembro 2010, que deu novo nome e estrutura para o CIISC, foi criado © Programa Pré-Catador “com a finalidade de integrar e articular as agdes do Governo Federal voltadas ao apoio e ao fomento a organizagao produtiva dos catadores de materiais reutilizéveis e recicléveis, & melhoria das condi¢des de trabalho, 4 ampliagao das oportunidades de incluso social e econémica e a expanséo da coleta seletiva de residuos sélidos, da reutilizacao e da reciclagem por meio da atuagao desse segmento’, Ao longo do ano de 2011, vimos 0 langamento do Plano Brasil Sem Miséria, programa do Governo Federal direcionado ao atendimento de 16,2 milhdes de pessoas com renda per capta de até RS 70,00 @ a consolidagao do Plano Nacional de Residuos Sélidos. Em ambas as agdes estéo previstas a incluséio de 280 mil catadores nos préximos quatro anos. Ainda tivemos a assinatura do Decreto 7.619 de 21 de novembro de 2011 que “Regulamenta a concessdo de crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados ~ IP! na aquisicao de residuos reciclaveis adquiridos pelas industrias diretamente das cooperativas e associagées de catadores de materiais reutilizaveis e reciclaveis. @ ano Coleta Seletiva Solidaria / Sustentdvel COLETA SELETIVA SOLIDARIA (Decreto 5.940 de 25 de outubro de 2006) Mudanga de habitos e atitudes A publicaggo do Decreto 5940/06 corrobora para que a Coleta Seletiva Solidéria passe a ser uma agéo de Responsabilidade Sécio-ambiental do Governo Federal, promovendo a geragao de trabalho e renda para os catadores de materiais reciclaveis, ao instituir a separagao dos residuos reciclaveis descartados pelos érgéos e entidades da administragdo publica federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinagao as associagées e cooperativas dos catadores de materiais reciclaveis. ‘A implementagao da Coleta Seletiva Solidéria tem produzido mudangas e beneficios nos grupos de catadores tais como: + Aumento da renda dos catadores; * Criago de novos postos de trabalho nos processos de coleta, triagem, beneficiamento reciclagem; + Melhoria das condigdes de trabalho dos catadores; + Fortalecimento das organizagdes de catadores; + Redugao dos residuos encaminhados aos aterros sanitarios; + Fomento as atividades produtivas de reciclagem; + Fortalecimento de agées integradas com vistas a cidadania ¢ Amudanga de habitos e atitudes dos servidores puiblicos em relagao a descarte dos residuos. ‘A mudanga de habitos e atitudes esta diretamente ligada a uma maior sensibilizagao da importancia da agao ambiental de separar corretamente os residuos no ambiente de trabalho e a corisciéncia da importancia dos residuos para a melhoria de vida dos grupos de catadores de materiais reciclaveis. O contato com os grupos de catadores tem mudado o cotidiano dos servidores piblicos federais ao trazer para a pauta de discussao a realidade desses trabalhadores. Quem sao e como vivem, como estao estruturados, qual o grau de instrugao dos cooperados, sdo perguntas a serem respondidas pelas comissdes junto com as cooperativas de forma a fazer com que este contato va para além da simples destinacdo dos materials e alcance uma dimensao mais humana, além de permitir a composicaio de mapeamento sécio econémico, permitindo ao Governo Federal a definigao de estratégias para a implementagao de politicas publicas. E dentro dessa realidade que precisamos pensar a nossa aco como servidores e como cidadaos. A comisséo da coleta seletiva, por ser responsavel pela implementagao, superviséo 2 apresentagao do relatério semestral para o Comité Interministerial de Incluséo dos Catares ¢ 0 ponto de contato entre o Governo Federal e as Cooperativas e por isso tem papel fundamental na criagao de meios que permitam as transformagdes necessarias para a construgao de um pals que, de fato, garanta igualdade de oportunidades para todos. Outro aspecto importante a ser observado 6 que érgéos ligados ao legislativo € ao judicidrio, bem como estados e municipios tem replicado 0 Decreto 5.940/06, visando a implementagao de agdes de coleta seletiva solidaria nas suas respectivas esferas. a —— ColetaSeletiva Solidétia Sustentavel PRINCIPAIS ETAPAS PARA A IMPLEMETAGAO DA COLETA SELETIVA SOLIDARIA. Realizar um programa de coleta seletiva néo é tarefa dificil, porém pode ser trabalhosa pois exige dedicagao e empenho. Serao apresentadas a seguir as diretrizes para a implementacao do Coleta Seletiva Solidéria, que estao englobadas em trés etapas: PLANEJAMENTO, IMPLANTAGAO e OPERAGAO. O primeiro movimento da implementagao 6 apresentar para a diregao do érgao as Diretrizes para implementagao do Decreto N° 5940/06 e A3P - Agenda Ambiental da Administragéo Publica Federal e definir internamente, a qual secretaria a Comissdo da Coleta Seletiva estara vinculada para interlocug4o direta e acompanhamento das ages. Esta definigdo 6 a base para a consolidagao dos trabalhos e o comprometimento das chefias. O segundo movimento é verificar a existéncia de pessoas interessadas em realizar esse trabalho. Uma pessoa sozinha nao conseguiré arcar com tudo por muito tempo, e uma das principais raz6es para 0 sucesso de projetos desse tipo ¢ 0 envolvimento das pessoas. Identificados alguns interessados, o proximo passo é reuni-los em um grupo, que sera o responsdvel pelas trés etapas. COMISSAO DA COLETA SELETIVA SOLIDARIA Art. 5° Sora constituida uma Comissdo para a Coleta Seletiva Solidaria, no ambito de cada 6rgao e entidade da administragao Plblica federal direita e indireta, no prazo de noventa dias, a contar da publicagao deste Decreto. § 1° A Comissio para a Coleta Seletiva Solidaria sera composta por, no minimo, trés servidores designados pelos respectivos titulares de 6rgaos e entidades publicas. § 2° AComissao para a Coleta Selotiva Solidaria devera implantar supervisionar a separagao dos residuos reciclaveis descartados, na fonte sgeradora, bem como a sua destinagdo para as associagées © cooperativas de catadores de materiais reciclaveis, conforme dispée este Decreto. § 3° A Comissao para a Coleta Seletiva Solidaria de cada orgéo ou entidade da administragao péblica federal direita e indireta apresentara, semestraimente, 20 Comité Interministerial da Incluséo Social de Catadores de Lixo, criado pelo Decreto de_11 de setembro de 2003. avaliagao do processo de separacao dos residuos reciclaveis descartados, na fonte geradora, e a sua destinagdo as associagoes e cooperativas dos catadores de materiais reciclaveis A Formagao da Comissdo para a Coleta Seletiva Solidéria, de acordo com o Decreto 5.940/2006, © a mobilizagao do publico alvo é o primeiro passo no Projeto da Coleta Seletiva Solidaria e um passo muito importante, ja que é o comprometimento dessa comissao que ira garantir 0 sucesso da implantagéo da coleta seletiva no érgao. Os membros da comissao so responsaveis pelo planejamento, implantagdo e monitoramento da Coleta Seletiva Solidaria e também atuarao como interlocutores do projeto junto as organizagdes de catadores. E importante, desde 0 inicio e durante todo processo, inclusive para formagéio da comisséo informar aos atores envolvidos (servidores, colaboradores, entre outros) sobre os passos que sero dados e sempre convida-los para participar, utilizando-se das formas costumeiras de organizagao e comunicagéo do érgao (reuniées, e-mails, intranet, entre outros), objetivando sensibilizar e identificar as pessoas que poderao contribuir de forma efetiva nas etapas do projeto. @ PET ada 2 Goleta Seletiva Solidéia Sustentavel Alguns perfis de funcionarios que deverao ser convidados para formar a comissao: + Pessoas que tenham boa relacéo com todos os funcionrios do érgao; + Pessoas que tenham perfil de lideranca; + Pessoas sensiveis as causas ambientais e sociais e que se interessam por temas correlatos; + Pessoas que tenha participagdo em diversas areas @ setores do orgao, ou que tenha interface com diferentes areas do setor; + A comissao devera, sempre que possivel, ser composta por pessoas de todas as éreas do 6rgao; Ainda no primeiro passo, ou seja, na formagao da comissao sugere-se a sensibilizagéo dos gestores e um ntimero determinado de membros para compor a comissao, abaixo esses itens S40 mais bem explicados: Sensi izagdo dos gestores E importante que os gestores responsaveis pela tomada de deciséo dentro do érgao estejam conscientes da obrigatoriedade e importancia da implantago coleta seletiva solidaria no érgao Caso esses gestores no participem das atividades de mobilizagao e formagéo da comissao, ou seja, ndo estejam envolvidos diretamente no processo, cabe a comissao avaliar uma forma de apresentar o decreto ¢ os trabalhos que serao desenvolvidos. © apoio e aval dos gestores sao fundamentais para que os trabalhos sejam desenvolvidos com mais facilidade e para que todos os servidores contribuam com a coleta seletiva solidéria principalmente por se tratar de agenda de Governo que necessita de estruturagao de agdes que garantam a implementagao nos orgdos-sede e nos orgdos vinculados no Pais. Avaliagao da quantidade de pessoas Na definicéo da comissao que sera responsdvel pela coleta seletiva no érgéio devera ser observado © que consta no Decreto quanto & quantidade de pessoas que ir compor a mesma, Minimo de 3 pessoas, que possam discutir as decisdes a serem tomadas, e no caso de alguém se ausentar ter outras pessoas que possam assumir os trabalhos nesse periodo. Porém ha de ser avaliada a necessidade de a Comissao ser compostas por muitas pessoas, por exemplo, mais de 10. Corre-se 0 risco das dificuldades de comunicagao e de acerto de agendas. Em fungdo disso, sugere-se que a comissdo deverd ter no minimo 3 e no maximo até 10 pessoas. Para a implantagdo da coleta seletiva o érgdo devera entender sua abrangéncia para definir a estratégia de implantagdo da coleta seletiva. Identificago do érgao a serem implementadas as ag6es estratégicas, considerando: + Se 0 prédio onde 0 érgao esté instalado sé possui funcionarios do citado érgo; + Se no prédio tem outros érgaos instalados; + Se parte da equipe citado no érgao esta instalado em outros prédios; Consideracée: 1. Se 0 6rgo tiver mais de 30 funcionarios, agendar reunides setoriais (As reunides setoriais deverdo ser agendadas com turmas até 30 pessoas; Eleger nessas reunides as pessoas que irao compor a comissao); 2. Com as comissdes estabelecidas, criar uma rede nacional para agdes de planejamento acompanhamento do projeto de coleta seletiva solidaria. 3. Caso no prédio existam outros érgaos, faz-se necessério que haja uma integrago das agdes existentes no bloco a fim de que os trabalhos acontegam em sintonia e contribuam para a eficacia dos resultados. Em alguns casos, 0 érgéo que detém a fungao de administragéo do prédio (Condominio) pode assinar o Termo de Compromisso com a(S) cooperativa (as) e os demais : pRosEro Zy Ht Esplanada Goleta Seletiva Solitaria — Sustentavel representantes (presidente) das comissées de coleta seletiva daquele prédio, podem assinar 0 Termo como testemunhas de tal forma que cada drgao tenha assegurada a sua participagdo no processo e assim, enviar 0 seu Relatorio de Avaliagéio Semestral 4 Secretaria Executiva do CISC. PLANEJAMENTO 1. Diagnéstico © primeiro passo no Planejamento ¢ realizar um levantamento de dados sobre a situagéo da gestao dos residuos, buscando conhecer todos os tipos e quantidades de residuos gerados no 6rgao. Um dos principais objetivos do diagnéstico é auxiliar na definigao da logistica interna e no dimensionamento dos recipientes que serao utilizados para o acondicionamento nas salas ou de forma centralizada © inclusive, sinalizar sobre a necessidade de redimensionar recipientes utilizados para a coleta dos residuos no prédio. Devera ser identificado 0 fluxo e a destinagao de todos os residuos gerados nos érgdos @ levantar as informagdes sobre a situagao atual da logistica existente e da estrutura fisica, da organizagao. A comissao devera elaborar um levantamento detalhado com os dados disponiveis sobre a situago atual da rotina da coleta de residuo no érgao. 1.1 Proposta Metodolégica: diagnéstico RAPIDO E PARTICIPATIVO A proposta metodoldgica para o diagnéstico sobre o potencial para a implantagao de coleta de materiais reciclaveis nos érgao do Governo Federal 6 uma adaptaco do Diagnéstico Rapido e Participative (DRP) de BOVE 2001. Para a realizacdo do DRP, a Comissao para Coleta Seletiva Solidaria deve esta formada de acordo com 0 Decreto 5.940/2006. Os membros da comisso S40 responsaveis pelo planejamento, implantagao e monitoramento da Coleta Seletiva Solidaria também atuarao como interiocutores do projeto junto as organizagGes de catadores. © DRP para o Projeto da Coleta Seletiva Solidaria tem como objetivo conhecer a realidade do 6rgéo no que diz respeito a Gestéo dos Residuos, identificando problemas, demandas e potenciais para a implementagao do projeto. O diagnéstico deve ser realizado pelos membros que compéem a comissao e discutido com demais atores envolvidos: servidores, agentes de limpeza e catadores. O DRP visa garantir a parlicipagao efetiva dos atores envolvidos no planejamento, implementagao € manutengao do Projeto da Coleta Seletiva Solidéria, visando a sustentabilidade do Projeto. E um meétodo fundamentado na participagéio direta de grupos e pessoas, a partir de seu ponto de vista. Utilizado no levantamento de informacées sobre a realidade, o diagndstico oria as oportunidades da vivéncia democratica, produz conhecimento de forma coletiva e estimula a tomada de decisdes da comunidade. BOVE, 2001 Caracteristicas do DRP De acordo com BOVE 2001, 0 DRP tem as seguintes caracteristicas: Pratico: visa a elaboragao de um programa de intervengées a partir do conhecimento da realidade local; Flexivel: leva em conta a experiéncia de vida e valores dos sujeitos envolvidos, adaptando-se as particularidades de cada contexto; Participativo: os atores envolvidos so agentes do diagnéstico. Atuam como objeto da pesquisa e pesquisadores na produgao do conhecimento, pois sao a principal fonte das informagdes; Dinamico: as analises partem da jun¢ao de dois saberes: 0 conhecimento vindo de outras fontes e@ BF 2 adn Goleta Seletiva Solidéria Sustentével e 0 conhecimento derivado das vivencias dos atores envolvidos, resultando numa abordagem mais ampla e din&mica; Educativo: une as experiéncias de vida dos atores envolvidos e de outras fontes com a sistematizagao de solugdes, capacitando todos os envolvidos para a percepgao e transformagao da realidade social na qual estdo inseridos. Tipos de DRP Para BOVE 2001, o DRP possibilita a elaboracao de diferentes tipos de diagnésticos, a saber: Exploratorio: aborda todos os temas que compdem o universo de uma determinada localidade; Tematico: aborda temas especificos de forma detalnada e focalizada (exemplos: questées de género, satide, trabalho, cultura etc); Avaliativo: aborda os processos, intervengGes, politicas piblicas e a atuago de organizagées locais, entre outros, de forma qualitativa e quantitativa, 1.2 Etapas do Diagnéstico Rapido Participativo Para a realizagao do DRP deve ser feito um trabalho de pesquisa e levantamento de dados que analisados constituirao 0 diagnéstico da situago atual da gestao dos residuos no orgao. Deverao ser abordados os aspectos legais, estrutura administrativa, estrutura operacional, aspectos sociais, educago ambiental © habitos dos atores envolvidos (servidores, agentes de limpeza e catadores). O diagnéstico deve, preferencialmente, ser realizado de forma participativa com os demais atores que tenham interface com o item diagnosticado. Devera ser identificado o fluxo e a destinagao de todos os residuos gerados no érgao e levantar as informagoes sobre a situagao atual da logistica existente e da estrutura fisica, da organizagao. a) Caracterizagao do local Devem ser informagao sintética dos aspectos fisicos, burocratico e de infraestrutura do érgo. Para identificar as caracteristicas do local onde sera implantado o projeto, é recomendado conhecer: + InstalagGes fisicas (local para armazenagem, locais intermediarios); + Recursos materiais existentes (tambores, lat6es ¢ outros que possam ser reut + Quem faz a limpeza e a coleta normal do residuo (quantas pessoas), + Rotina da limpeza: como é feita a limpeza e a coleta (freqliéncia, hor: + Como 6 feita @ capacitagao e sensibilizagao da equipe de limpeza. Sugere-se dividir 0 érgao por setores. Um setor pode ser formado por blocos, salas, prédios, essa formacdo vai depender do érgao, salienta-se que essa divisdo 6 para faciltar 0 levantamento de informagées, a visualizacdo espacial e o planejamento das atividades, desta forma, um critério que pode ser levado em consideragao para a formagao do setor é a proximidade das éreas. -ados); Propomos a elaboracéo de um croqui do érgao, com finalidade de demonstrar a localizagao dos setores e facilitar a visualizagao das informages levantadas, no croqui pode ser colocada informagées como localizagao dos recipientes onde so depositados os residuos coletados nos diversos setores, e desta forma analisar a localizagao, e caso necessario sugerir alteragdes. A figura 1 é um exemplo de croqui. RESiDUOS RECICLAVEIS segundo 0 Decreto N° 5940/2006 E importante que todos tenham conhecimento de quais s4o os materiais potencialmente reciclavels. Pols esses so os materiais que deverdo ser acondicionados nos recipientes a BF aa Coleta Seetiva Solitaria Sustentavel destinados a coleta seletiva solidéria. A comisséo deverd repassar essa informagao para todos os servidores do 6rgdo. + De quai fragdes 0 residuo 6 composto e porcentagens de cada um (papel, aluminio, plastico, vidro, organicos, infectante, etc.); +O caminho do residuo: desde onde ¢ gerado até onde 6 acumulado para a coleta; + Identificar se alguns materiais j4 so coletados separadamente e, em caso positivo, para onde so encaminhados. Setor 4 Area Livre © Decreto N° 5940/20006, Art. 2° - Inciso II define Residuos Reciclaveis descartados como: materiais passiveis de retorno ao seu ciclo produtivo, rejeitados pelos drgaos e entidades da administragao publica federal direta e indireta. Papéis Papel sulfite; folhetos; formularios continuos; envelopes; cartolinas; jomais; revistas; embalagens; papeldo; cartazes; caixinha longa vida). Obs: Nao se deve esquecer de retirar clips, grampos, adesivos e fitas crepe, do material que sera separado como reciclavel. Plasticos Copos descartaveis de agua e café; embalagens de agua e refrigerante (PET); embalagens de plastico mole; frascos de shampoo e detergent; vasilhas; embalagens de margarina; brinquedos; tampas; tubos de cano PVC e isopor. Metais Latas (de alimentos) de aluminio @ ago; panelas; fios; arames; chapas metalicas; tampas de garrafa; embalagens metalicas de congelados; restos de usinagem; pregos; canos e demais sucatas da construgdo civil. Vidros Garrafas; copos; cacos; recipientes em geral. Alguns outros tipos de materiais podem ser reciclaveis, mas 6 importante conhecer os tipos de materiais negociados pelos catadores na Regio, e dai avaliar se os mesmos deverao ser coletados separados ou nao. 11 Quantidade de residuos gerados A quantificagéo dos residuos gerados possibilitaré a identificagéo da geragdo per capita de residuos (kg/servidoridia), essa contribui para o dimensionamento correto dos acondicionadores de residuos. Para tanto 6 necessario identificar: ‘© Numero de participantes (servidores, colaboradores, entre outros); © Quantidade diaria do residuo gerado (pode ser em peso ou numero de sacos de lixo). Devido @ dificuldade de se fazer uma caracterizagao convencional, ja que as metodologias em geral foram desenvolvidas para residuos domiciliar, sugere-se entdo, que a comissao instrua os Tesponsaveis da coleta, para que por um dia, recolha os residuos no final do dia, e utilize um ecipiente de volume conhecido para dimensionar a produgao didria de material reciclado no 6rgao. Caso seja possivel, é importante identificar os quantitativos por fragao de residuos. Essa informagao poderé contribuir para avaliar as estratégias de acondicionamento e transporte desses ae Sores Goleta Seletiva Solara Sustentavel residuos. Caso 0 6rgao produza algum tipo de res{duos em quantidade muito superior aos demais, deve ser avaliado se o mesmo deve ser acondicionado ou transportado de forma diferenciada Apresentamos uma proposta simplificada para uma caracterizagéo dos residuos gerados nos 6rgaos: 1 Aquisi¢ao de uma balanga de tendal (Figura 1) com divisées em 250g, e para peso maximo de 12 kg. O gancho na parte inferior da balanga permite pesar os residuos no proprio saco. Quando da aquisico da balanga ¢ importante aferiros pesos, pois esta néo é uma balanga de alta precisdio, mas oferecera dados mais préximos da realidade que o simples estimativa, Figura 1 — Exemplo de Balanga de tendal 2 Articular com os agentes de limpeza (responsdveis pela coleta) a preparago para pesagem dos residuos gerados. 2.1 Para pesagem dos residuos coletados juntos Determinar 0 local e horario da pesagem; © Apesagem deve ser durante uma semana (todos os dias) para © identificar possiveis variagdes; e Anotar a pesagem de todos os dias, Para calcular a geragao per capita de residuos (kg/servidoridia) 2.2 Para pesagem dos residuos coletados separadamente ‘© Definir quais as fragdes devem ser pesadas; © Apesagem pode ser trés vezes na semana, mas em dias alternados; © Definir hordario e local para pesagem; © Identificar os sacos conforme a fragéo que sera armazenada nele. ¢) Aspectos Legais N° total de pessoas fixas do érgao (hab) Geragao per capita = Média do total coletado diariamente (kgidia) © diagnéstico 6 participativo, durante todo o processo 0 dialogo entre os atores que tenham interface com o item diagnosticado deve ser cultivado. Levaniamento e andlise das disposigées legais existentes (normas, regulamentagées), incluindo contratos de execugao de servigos por terceiros sobre a limpeza no érgao. @ BP re Coleta Seletiva Soliddria Sustentavel d) Estrutura Administrativa Identificagao da estrutura organizacional atual dos servigos de limpeza e respectivos recursos humanos (especificando numero de funcionarios por fungao por fungao), e) Estrutura Operacional Identificagao e anélise da atual estrutura operacional do sistema, a partir de: ¢ Identificagéo dos acondicionadores das areas internas (salas de trabalho) e externas; @ Identificagao da freqléncia e horarios da coleta interna; © Identificagao do responsavel pela coleta extema dos residuos (empresa e ou municipalidade e ou cooperativas de catadores, entre outros); Averiguagao da freqiiéncia e horérios da coleta externa dos residuos; Levantamento da existéncia de servigo de coleta seletiva, informando a forma de coleta, se a separa¢ao dos residuos ocorre na fonte geradora (em Pontos de Entregas, nas salas de trabalho, outros) ou em unidades de triagem de residuos, tipos de residuos selecionados, se realizado por catadores; servigos de coleta especial (cacambas estacionarias, residuos perigosos, de servigo satide e outros que houver); © Identificagao do tipo de transporte utilizado para a coleta externa. f) Aspectos Sociais Formas de participagao social existentes nos servigos de limpeza, sindicos, reuniées, a empresa promove alguma capacitacéo para a execugao de atividades e envolvimento em programas educativos. Levantamento das informagdes com relagdo @ existéncia de catadores na regio (quantidade de familias, associagbes ou cooperativas, intermediarios, entre outros). 9) Educagao Ambiental e Mobilizagao Social Situagao dos programas ou ages de educagao ambiental e de mobilizacdo social em desenvolvimento no érgao, relacionados ao tema (meio ambiente, educagao ambiental, coleta seletiva, entre outros). h) Propostas Existentes Levantamento das propostas € projetos existentes ou em elaboragao, relativos ao tema (implementaco da ASP, entre outras), inclusive programas do érgao que enfoca a tematica dos Catadores de Materiais Reciclveis. Vencidas as etapas do DRP e com todos os dados obtidos até esse ponto (as quantidades geradas de residuo por tipo de material, as possibilidades de estocagem no local, os recursos humanos existentes, etc.), esta na hora de comegar a planejar como sera todo o esquema. As decis6es devem ser participativas, ou seja, comisséo de coleta seletiva e catadores devem dialogar durante todo processo, E hora de decidir: + Se a coleta sera de todos os materiais ou s6 dos mais faceis de serem comercializados; + Se a armazenagem dos reciclaveis sera em um lugar s6 ou com pontos intermediarios; + Quem fara a coleta; + Onde sera estocado o material; + Para qual cooperativa/ associacao sera destinado; + Como sera o caminho dos recicléveis, desde o local onde é gerado até o local da estocagem; + Como sera o recolhimento dos materiais, inclusive freqiiéncia. © Anexo | apresenta uma proposta de roteiro para realizagao do diagnéstico, DRP. a Pile, Goleta Seltiva Solidéria Uma vez disposto em legislagao especifica que os iméveis comerciais e industriais com geragao didria de residuos solidos superior a determinado volume sao considerados grandes geradores, 6 necessario adequar a destinagao as condigdes do Decreto N° §.940/2006. 2. Logistica a) Coleta e Transporte dos Materiais Reciclaveis procedente da Coleta Seletiva Solidaria A logistica é 0 segundo passo do planejamento, é organizar e determinar como ser a Coleta 0 Transporte dos Residuos procedentes da Coleta Seletiva Si e para onde © como serd destinado o material coletado. Para a Coleta Seletiva Solidéria, coletar os residuos significa recolher os reciclévels acondicionados pelos servidores publicos federais para encaminhé-los, mediante transporte adequado, a uma cooperativa ou associa¢ao de catadores de materiais reciclaveis. Para operacionalizar a coleta sugere-se 0 seguinte roteiro: © Estabelecer a regularidade da coleta na area (sala) de trabalho (geralmente os agentes de limpeza t8m essa freqiiéncia estabelecida, basta divulgar) A coleta dos materiais reciclaveis deve ser efetuada em cada érea (sala), sempre nos mesmos dias e horérios, regulamente. Somente assim os servidores habituar-se-o a dispor os reciclaveis nos acondionadores adequados Para facilitar 4 operacionalizagao do servigo de coleta as decisées devem ser participativas, ou seja, comissao de coleta seletiva, agentes de limpeza e catadores devem dialogar durante todo processo, Em conseqiiéncia o servidor nao jogaré reciclavel em qualquer local, evitando prejuizos as cooperativas/associagées de materiais reciclaveis, responsaveis pela coleta no érgao. © Estabelecer a regularidade da coleta nos érgaos e entidades da administra¢do publica federal direta e indireta; A coleta dos materiais recicléveis deve ser efetuada, sempre nos mesmos dias e hordrios, regularmente. Somente assim os agentes da limpeza habituar-se-40 © serao condicionados a colocar os acondicionadores, no local adequado da coleta, sempre nos dias e hordrios em que o veiculo coletor ird passar. Em conseqiiéncia, os recicléveis nao ficaréo expostos, a néo ser pelo tempo necessério a execugao da coleta. Regularidade da coleta é, portanto, um importante atributo da Coleta Seletiva Solidaria. A ocorréncia de pontos de acumulagéo de residuos nos érgéos e um némero elevado de reclamacées apontam claramente qualquer irregularidade da coleta. O ideal, portanto, no sistema de coleta, é estabelecer um recolhimento com dias e horarios determinados, de pleno conhecimento dos atores envolvidos, através de comunicagées individuais a cada responsdvel e de placas indicativas nas areas e rgaos. Os afores envolvidos devem adquirir confianga de que a coleta nao vai falhar e assim ira prestar sua colaboracdo, nao dispondo os residuos em locais impréprios, acondicionando adequadamente, nos dias @ horarios am aetna Coleta Seletiva Solidéria Sustentavel marcados, com grandes beneficios para a Coleta Seletiva Solidaria, © Definir a freqiiéncia da coleta na rea (sala) de trabalho O ideal 6 que a freqiéncia seja estabelecida conforme a quantidade de recicléveis gerados na rea e tamanho do acondionador disponivel na sala. A frequéncia minima de coleta sugerida por sala de trés vezes por semana, em fungao de contribuir para o aspecto estético da sala. © Definir a freqléncia da coleta nos érgaos e entidades da administragao piiblica federal direta ¢ indireta © tempo de acondionamento ate a coleta néo deve exceder uma semana. O tempo de permanéncia dos materiais recicléveis coletados nos érgéos pibblico 6 um assunto que merece especial atengao, em fungao da credibilidade dos servigos de coleta das cooperativas/associagées de materiais reciclaveis e, também dos aspectos estéticos, emisséo de odores e atraco de vetores. Considerando a capacidade de armazenamento dos residuos nos érgéios é conveniente estabelecer a coleta nos érgéos com freqiléncia diaria. © Horarios de coleta ‘Sempre que possivel a coleta dos materiais reciclaveis, realizada pelas cooperativas/associages de catadores de materiais recicléveis deve ser efetuada em horérios que nao provoque transtornos na rotina dos érgaos, inclusive nos servigos de coleta regular do municipio. Dicas para operacionalizacao da Coleta e transporte: Estabelecer 0 fluxo, forma e freqiiéncia de recolhimento interno dos materiais reciclaveis; @ Prever a forma ¢ local de armazenamento do material reciclavel até que seja coletado; @ Definir locais para disposigao de coletores para recolhimento de materiais, como por exemplo, mesas de trabalho, ilhas de impressao, maquinas copiadoras, recepgao e copa, dentre outros locais geradores de materiais reciclaveis e fluxo de pessoas; © Estabelecer tarefas especificas e rolinas necessarias nas diversas etapas da operacionalizagao do projeto — recolhimento interno, armazenamento, pesagem, controles, entrega dos materiais ¢ coleta dos reciclaveis. b) Acondicionamento Acondicionar os residuos sdlidos significa preparéos para a coleta de forma sanitariamente adequada, como ainda compativel com o tipo e a quantidade de residuos. Para escolher 0 tipo de recipiente mais adequado deve-se considerar: © As caracteristicas do residuo; Ageragao do residuo; Afregiiéncia da coleta; O tipo de edificagao; O prego do recipiente. Os recipientes adequados para acondicionar os residuos dever ter algumas caracteristicas para no interferir negativamente na coleta intema, transporte disposi¢ao até a coleta final pela cooperativa ou associagao de catadores. A Figura 2 apresenta exemplos de recipientes utlizados para acondicionamento de residuos. PROLETO Esplanada Sustentével a ColetaSeletivaSoiaria BREE Pi Figura 2 ~ Modelos de recipientes para acondicionamento de residues. Caracteristicas dos recipientes para acondicionamento: Peso maximo de 30 kg, incluindo a carga, para coleta manual; De facil deslocamento no imével até o local de coleta; Serem herméticos, para evitar derramamento ou exposigao dos residuos; Serem seguros, para evitar que residuo cortante ou perfurante possa acidentar os usuarios ou os trabalhadores da coleta; Serem econdmicos, de maneira que possam ser facilmente adquiridos e nao inviabilizem o projeto; Nao produzir ruidos excessivos ao serem manejados; Possam ser esvaziados facilmente sem deixar residuos no fundo. Figura3 - Modelos de contéineres ¢) Definigéo da Cooperativa ou Associagao de Catadores beneficiada A coleta seletiva solidéria além de contribuir com a questao ambiental, tem como grande diferencial promover a incluso social, j4 que obrigaloriamente 6 feita porcooperativas de catadores.A proposta da coleta seletiva solidaria incentiva a organizagao dessas cooperalivas, baseada na recomendago do decreto que as mesmas se organizem para que possam participar de forma efetiva do projeto. Um dos pontos importantes para implantacao da coleta seletiva solidéria & a identificagao das possiveis cooperativas que poderdo coletar os residuos reciclaveis do érgao em questo. Para identificar a cooperativa que sera benoficiada e que seré responsdvel pela colota, a comissao devera buscar conhecer a situago dos catadores Goleta Seletiva Soidéria Sustentavel da sua cidade e fazer a selegao da organizagao beneficiada Na etapa de identificago das cooperativas é importante que as comissGes procurem as entidades apoiadoras de catadores, associagdes de bairros ou outras entidades que desenvolva agdes na rea social ou de meio-ambiente. Na fase de identificagéo das cooperativas, a comissao sugere-se os seguintes itens a serem considerados: © Estudo das relagdes © condigdes de trabalho das cooperativas e seu processo de comercializagao dos materiais reciclaveis; Levantamento das informagées sobre a situagao atual da logfstica ¢ da capacidade, por Parte de cooperativas de catadores porventura existente como beneficiaria dos residuos do prédio, para receber o material reciclavel e comercializé-lo; © Identificagéo do volume de materiais recebidos pelas cooperativas potencialmente beneficiarias; @ Identificagao do potencial de comercializagdo das cooperativas e venda de material pelas mesmas; © Considerar os tipos de residuos, quantificagdo das fragdes secas dos residuos reciclaveis gerados. A comissao deve identificar quais as cooperativas ou associagbes tém interesse e capacidade de coletar os materiais selecionados. O contato com as organizagées de catadores ajuda a identificar Quais 0s tipos de materiais recicléveis que poderdo ser absorvidos pelo mercado local. A identificagéo das cooperativas ou associagées deverd realizada considerando os critérios de habilitagdo das cooperativas e associacdes de catadores estabelecidos pelo Decreto n° 5940, de 25 de outubro de 2006, conforme descrito abaixo: |. Estar formal e exclusivamente constituldas por catadores de materiais reciclaveis que tenham a catagdo como tinica fonte de renda; II. Nao possuir fins lucrativos; ll Possuir infra-estrutura para realizar a triagem e a classificagdo dos residuos reciclaveis descartados; e IV. Possuir sistema de rateio entre os associados e cooperados. Apés a identificagao, deverd iniciar a fase de habilitagdo, nessa fase as organizagdes devem comprovar a situagao de regularidade e atendimento dos itens | e Il, apresentando o estatuto ou contrato social e dos incisos Ill e IV, por meio de declaragao das respectivas associages € cooperativas. ‘As associagdes © cooperativas habilitadas poderdo fimar acordo para a partilha dos residuos recicléveis descartados e se néo houver consenso, a Comissao realizara sorteio, em sesso publica, entre as respectivas associagdes © cooperativas devidamente habilitadas, que firmarao termo de compromisso com 0 érgao ou entidade para realizar a coleta dos residuos reciclaveis descartados regularmente. 3. Sensibilizagao Esta parte é fundamental para o projeto dar certo: integra todas as atividades de informagao, sensibilizagao e mobilizacao de todos os envolvidos © Oprimeiro passo consiste em listar os diferentes segmentos envolvidos, Ex: funcionrios da drea administrativa e da limpeza, etc; © O segundo passo ¢ pensar que tipo de informagao cada segmento deve receber. pRosero Esplanada Sustentdvel Goleta SeltivaSoltia © O terceiro passo 6: pensando em cada segmento e nas informagées que se quer passar, PLANEJAR quais alividades propor para cada segment, visando atingir com mais sucesso 0 objetivo. Entre as atividades usadas, sugerimos utilizagao de materiais educativos e de comunicagao para os servidores, além de atividades educativas tais como: mostras de videos, depoimentos de catadores e de funcionarios de outros érgaos com experiéncia na coleta seletiva, visitas a cooperativas de catadores e a aterros sanitérios, concursos culturais e palestras sobre o tema Como estratégia de sensibilizagao, recomenda-se apresentar os resultados do diagnéstico aos servidores e funcionarios, reforgando a importancia da implementagao da Coleta Seletiva Solidaria, buscando a patticipagao de todos. fundamental envolver os servidores, funcionarios da limpeza e prestadores de servigo, mostrando a importancia de seu trabalho para o sucesso da Coleta Seletiva Solidaria. Também é importante avaliar 0 efeito da coleta seletiva como economia para 0 érgao e incentivar os 5Rs. A mobilizagéo deve ser permanente e continua, pois a mudanga de hdbitos depende do envolvimento de cada individuo. IMPLANTAGAO Sugerimos que a implantago seja dividida em dois momentos, conforme abaixo: 1. Preparagao: etapa decisiva, que contribui muito para o sucesso do projeto Uma vez iniciado 0 proceso, adaptages sempre serao necessérias, mas é importante manter seu controle. Diviséo dos trabalhos: para garantir a realizagao das varias tarefas € contatos planejados - é a estratégia mais eficiente. O grupo responsavel (comissao), ou um grupo ampliado para essa fase, devera tomar as providéncias acertadas + Compras, se necessario; + Confecedo de placas sinalizadoras, cartazes, etc,; + Instalagao dos equipamentos (acondicionadores); + Treinamento dos funcionérios responsaveis pela coleta nas salas, estagdes de trabalho; + Elaboragdo e distribuigao de folhetos informativos (horatios, frequéncias, etc.) Acertos finais: normalmente com uma ou duas reunides se resolve o que esta pendente e pode- se, finalmente, partir para a inauguragao. . Inauguracao do projeto Na implantagao da Coleta Seletiva Solidéria, recomenda-se realizar um evento de langamento, com atividades lidicas e artisticas. Deve ser um momento festivo do qual participem todos os servidores, funciondrios e prestadores de servigo. A diregao do dérgdo também deve ser envolvida para demonstrar a importancia da iniciativa. A distribuigao dos cestos coletores de materiais recicléveis deve ser feita no dia do langamento. OPERAGAO Apés a implantagao, devem ser feitas vistorias periédicas para verificagdo do cumprimento das rotinas estabelecidas para a selegao, coleta e destinacdo dos materiais, observando os procedimentos requeridos para garantir 0 sigilo dos documentos e também verificando eventu: focos de desperdicios e também para obter os resultados do projeto e determinar a efetividade ou importncia do mesmo, avaliando-o em relagéo aos critérios estabelecidos, para assim, gerar recomendagées para melhoraria continuada do projeto. a BP aan Coleta Seletiva Saliria Sustentavel 1. Acompanhamento/Monitoramento Nesta etapa ¢ realizado o acompanhamento e gerenciamento da coleta, do armazenamento, e da destinagao as cooperativa/associagdes de catadores que recebem os materiais. Na implantagéo de Programa de monitoramento pode-se deparar com dificuldades adicionals: 0 programa pode ser interpretado como uma forma de fiscalizac4o ou controle, mas o programa deve transcender essas dificuldades e demonstrar que a idéia central do proceso de monitoramento pode ajudar os envolvidos a encontrar seus préprios caminhos de aprendizagem e desenvolvimento. A fase inicial para o monitoramento do Projeto de Coleta Seletiva Solidaria é o seu planejamento, Nessa fase deve-se realizar um estudo de viabilidade do projeto; esclarecer os objetivos do monitoramento e definir 0s dados a serem coletados. Estudo da viabilidade O primeiro ponto para definir 0 estudo de viabilidade é identificar os interessados e o responsavel pelo monitoramento do Projeto. Para 0 caso do monitoramento interno o mesmo devera ser realizado pela comissao, com base nos indicadores estabelecidos. ‘Aimplantagdo de um proceso eficiente de monitoramento 6 que poderé garantir a continuidade do Projeto de Coleta Seletiva Solidaria e 0 alcance das metas de médio e longo prazo estabelecidas. Na implantagao do monitoramento, sugere-se a preparagao de instrumentos de acompanhamento que possam trazer informagées importantes, porém nao em excesso, de modo a facilitar a elaboracéo dos relatorios semestrais e operacionalizagao da avaliagao. Os instrumentos devem apresentar os dados minimos de identificagéo com as informagdes do 6rgaio, o enderego do prédio, informagées da comissao e responsavel pelo relatorio. Esse deve apresentar também as informagdes da cooperativa/associagao, tais como: enderego, numero de cooperados/associados, capacidade de coleta, quantidade e tipos de reciclaveis comercializados. © Anexo Il apresenta uma sugestao de instrumento para o monitoramento, elaborado pela secretaria executiva do comité interministerial de inclusdo dos catadores. O Anexo Ill apresenta outra sugestéo para o monitoramento, essa foi uma proposta feita na oportunidade da implantacao das agdes da Coleta Seletiva Solidaria nos érgaos da Esplanada dos Ministérios, em Brasilia/DF. 2. Avaliagéo A implantagao do programa de avaliagao do projeto deve ter como objetivo avaliar 0 desempenho do programa tendo como base a data de implantag&o do Projeto. O desempenho do Projeto deve ser avaliado considerando o impacto social, ambiental, econdmico ¢ politico, que deve ser medidos baseados nos indicadores ou comparados a outras experiéncias que possam ser utilizadas como referéncia. Os objetivos do Projeto devern estar bem claros, para repassar para todos os colaboradores, uma vez que esses podem contribuir para sensibilizagao das pessoas que deverao fornecer os dados. As avaliagdes devem ser periédicas, considerando os prazos para a entrega dos dados para 0 a BF 28 ain Goleta Seletiva Solidéria Sustentavel

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