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A Papisa

carta segunda, dcimo terceiro caminho - caminho


de Gimel

Essa carta representada pela letra Beth e o caminho conhecido como o caminho de Gimel (o
caminho do camelo). O ttulo da carta do baralho de Marselha A Papisa. Conta a lenda que no sculo IX,
a paixo de uma moa por um monge, levou-a ao exagero de vestir-se de homem para com ele viver.
Depois que o monge faleceu, ela foi para Roma e ali entregou-se ao sacerdcio, chegando a Cardeal e a
Papa, com o ttulo de Joo VIII. Posteriormente, ela foi desmascarada por ter dado luz nos degraus da
catedral de So Pedro. Imaginemos aquela mulher ali, a revelar seu mistrio mais sagrado: o de ser me. O
feminino revelado em seu maior segredo e em sua maior singularidade. O ttulo desta carta deve-se a esta
lenda.
A Papisa representada por uma mulher sentada, possivelmente num trono. Em contraste com a
leveza do Mago que sugere ao, h na Papisa enraizamento, submisso, passividade. Ela segura com as
duas mos um livro, smbolo do conhecimento, unindo os lados esquerdo e direito. Suas vestes cerimoniais
e a tiara da Igreja representam o poder espiritual. A pala amarela tambm une o lado esquerdo ao lado
direito: consciente ao inconsciente, unindo-os de modo prtico. Os cabelos no aparecem como smbolo de
atrao da mulher e do lugar uma tiara cravejada de jias, smbolo de uma glria alm do fsico. Atrs
dela ergue-se um vu representativo de algo que deve ficar escondido, de uma sabedoria a que nenhum
mortal tem acesso, as memrias da espcie humana e do cosmos. A cruz solar em seu peito representa a
unificao e o equilbrio. Segundo White ela seria a responsvel pela unificao de todas as crenas.
O fato que temos aqui o feminino se apresentando em toda sua profundidade atravs dos olhos
da Papisa olhos de velha sbia. Ela a Inteligncia unificadora harmonizadora dos opostos. Nem melhor
nem pior por ser a carta de nmero dois. Apenas diversa do nmero um. Apenas una em si mesma. Todos
deveramos conter em ns atributos do Mago e da Papisa. Fogo e gua, Yin e Yang, masculino e feminino,
ativo e passivo so apenas opostos e no seramos inteiros se no os trouxssemos dentro de ns. Como
mulheres deveramos resgatar nosso contato com as deusas aceitando as vazantes e as enchentes, a vida e a
morte, a natureza e seus ritmos. Como homens deveramos deixar que as deusas nos inspirassem para um
conhecimento maior de ns mesmos.
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz

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