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ARTIGOS E TEXTOS
TÍTULO PÁG
001- A educação física escolar nas escolas públicas e os seus conteúdos........................ 03
002- Cultura corporal em movimento....................................................................................... 04
003- Em busca de uma educação acolhedora para crianças de comunidades populares. 05
004- Mais que atletas, formar intelectos................................................................................... 08
005- Jogos e brincadeiras: desafios e descobertas................................................................ 10
006- O brincar e aprendizagem................................................................................................. 11
007- O lúdico na educação........................................................................................................ 12
008- A educação e a fábrica de corpos: a dança na escola................................................... 15
009- Conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais na educação física.................. 17
010- O professor Gestor – por onde começar......................................................................... 20
011- Gestão de sala de aula....................................................................................................... 23
012- Nós sabemos mesmo trabalhar em equipe?................................................................... 25
013- O funcionamento do cérebro no processo de aprendizagem........................................ 28
014- As nossas necessidades e os nossos desejos............................................................... 30
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ESPORTES
JOGOS LUTAS
ATIV. RÍTMICAS E
GINÁSTICA EXPRESSIVAS
CONHECIMENTO
ÉTICA
SOBRE O CORPO
VALORES E
SAÚDE
CONCEITO
Interdisciplinariedade
Ação
Integração
PLURARIDADE
MEIO AMBIENTE
CULTURAL
TRABALHO E ORIENTAÇÃO
CONSUMO CULTURAL
INCLUSÃO DIVERSIDADE
MÍDIA E
CIDADANIA
CULTURA
AUTOMATISMO
E ATENÇÃO
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<http://www.cds.ufsc.br/pet/doc/A_EDUCACAO_FISICA_ESCOLAR_NAS_ESCOLAS_PUBLICAS.doc>
Juliano Silveira 2
RESUMO
1-PARTICIPAÇÃO E AFETIVIDADE
http://www.tvebrasil.com.br/salto/cronograma2003/ccm/ccmtxt1.htm
2- RECREAÇÃO DIVERSIFICADA
http://www.tvebrasil.com.br/salto/cronograma2003/ccm/ccmtxt2.htm
4- CONHECIMENTO DO CORPO
http://www.tvebrasil.com.br/salto/cronograma2003/ccm/ccmtxt4.htm
5- NEGOCIANDO A AVALIAÇÃO
http://www.tvebrasil.com.br/salto/cronograma2003/ccm/ccmtxt5.htm
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JORNAL UNICAMP
<http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/abril2006/ju319pag4.html>
Na opinião de Marcos Neira, ao longo do século 20, a escola estruturou sua ação a partir das referências culturais dos
privilegiados e isso se fez através do currículo. “Sabemos que o currículo forma identidades. Por isso, ao prestigiar
determinados saberes e negar outros, a escola contempla uns e discrimina a outros. Esse fenômeno é constatado em
todos os componentes curriculares e especialmente na educação física, pois ao prestigiar uma cultura corporal euro-
americana, esta disciplina nega a cultura corporal das comunidades nortistas e nordestinas, por exemplo, bem como
as urbanas, rurais, dos happers, skatistas, dos que brincam na rua”, observa.
Mas não se tratava apenas de oferecer lazer. O trabalho foi acompanhado de muita reflexão em torno das atividades
propostas, a partir da visão pós-crítica da educação transposta para o currículo de educação física escolar, sustentada
por uma pesquisa bibliográfica em que se procurou rever a literatura sobre a teorização curricular mais ampla
confrontada com as propostas curriculares comumente utilizadas nas escolas. “Também fizemos observações do
entorno da escola, reuniões informais com os outros educadores e com a professora regente de classe, além da
elaboração do currículo e da intervenção pedagógica ao longo do ano letivo”, informa. Marcos Neira ainda se muniu de
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entrevistas com alunos, filmagens das aulas, registros em diário de campo e avaliação dos materiais produzidos
pelas crianças.
O educador acrescenta que a ginástica, embora atualmente associada ao condicionamento físico, apresenta
intersecções com a arte e com mobilizações sociais européias no decorrer dos séculos 18 e 19. Assim, o saltar, girar e
dar cambalhotas, por exemplo, podem fazer parte de coreografias elaboradas pelos alunos e que expressem suas
idéias e sentimentos sobre os temas sociais mais relevantes. Danças folclóricas, por sua vez, devem ser valorizadas
como patrimônio de cada grupo e não inseridas na escola à mercê de modismos, como geralmente ocorre.
Currículo ginástico
A educação física, até os anos 1920, voltava sua preocupação para a ortopedia como arte da correção das
deformações que assombravam setores privilegiados da sociedade. A concepção dominante no início foi calcada no
higienismo, abrangendo hábitos de higiene e saúde, valorizando o desenvolvimento físico e moral a partir do exercício.
Surgem os métodos ginásticos e as propostas para valorizar a imagem da ginástica na escola. Visava-se à formação
de uma geração capaz de suportar o trabalho extenuante, sendo importante selecionar os indivíduos “perfeitos”
fisicamente e excluir os incapacitados.
Currículo esportivo
Por volta dos anos 30, começou a inserção dos jogos no currículo, dado que a época requeria homens de iniciativa,
vivos e criteriosos. A prática de esportes ensinaria o homem a viver da melhor maneira possível e seus hábitos
contribuiriam para o aumento de sua eficácia. O fenômeno se distingue das antigas formas de exercitação,
prevalecendo a especialização, competição, cientifização, rendimento, quantificação, recordes e racionalização do
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treinamento. No Brasil coube à ditadura militar fazer a apologia da educação física em nome da modernização, do
controle social e da formação moral.
Currículo globalizante
Nos últimos anos da década de 70, por influência do discurso educacional globalizante, surgiu o método psicocinético,
também chamado de educação psicomotora ou psicomotricidade. No currículo, a preocupação com o desenvolvimento
da criança, com o ato de aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores, buscando garantir a
formação integral do aluno. Essa concepção concebia a educação física como disciplina que extrapolava os limites
biológicos de rendimento corporal e incluía conhecimentos de origem psicológica.
Currículo motor
Ainda na década de 1980 consolidou-se um novo modelo curricular tecnocrático, uma tentativa de caracterizar a
progressão normal do crescimento físico e do desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo-social a partir de
teorias que caracterizavam as fases do desenvolvimento humano. O currículo propunha a organização dos conteúdos
de ensino que considerassem as características do comportamento motor dos alunos, visando a conquista de
habilidades motoras do nível mais alto, especializado. Foi estabelecida uma classificação hierárquica dos movimentos
dos seres humanos, desde a fase pré-natal até o surgimento dos movimentos culturalmente determinados.
Currículo saudável
Mais recentemente surgiu uma nova proposta para a educação física, baseada na educação para a saúde. Tendo como
paradigma o apelo neoliberal de uma vida saudável através de iniciativas individuais, os objetivos são: informar,
mudar atitudes e promover a prática sistemática de exercícios físicos com a finalidade de favorecer um estilo de vida
ativo. As estratégias sugeridas para as aulas propõem a alternância entre o ensino de conceitos oriundos da fisiologia,
anatomia, medidas de avaliação, treinamento desportivo e nutrição, alternadas com vivências práticas de situações
onde as capacidades físicas que compõem a aptidão física sejam experimentadas pelos alunos.
Currículo sóciocultural
A partir dos anos 80, estudiosos da educação física recolocam o componente na escola a partir de referenciais das
ciências humanas: sociologia, antropologia, história, política e semiótica. Nesta visão, os professores devem
proporcionar o estudo das manifestações da cultura corporal – jogo, esporte, dança, ginástica e lutas – visando
promover junto aos alunos um posicionamento crítico tanto no que se refere ao entendimento dos contextos de
produção e significado de cada um desses produtos culturais, quanto às possibilidades de modificação desses
elementos pelos próprios alunos, o que reflete a dinâmica de transformação dos produtos culturais. Como exemplo,
pode-se problematizar o esporte, a dança e a luta na escola, compreendê-los como manifestações de grupos
específicos que permanecem abertos às modificações que outros grupos (no caso os alunos) possam fazer para deles
desfrutar plenamente. Basta verificarmos a trajetória histórica de grande parte dos produtos culturais: as formas de
transporte, de comunicação, as religiões, as relações trabalhistas, as relações familiares etc.
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JORNAL DA UNICAMP
< http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/abril2006/ju319pag3.html>
Professor explica porque a FEF é a melhor faculdade do país na área e critica formação de
profissionais só para o mercado
Na FEF o currículo é de 3.200 horas e boa parte dos alunos segue na pós-
graduação, com pesquisas importantes tanto nas áreas do treinamento como da
educação. “Dentre as 500 escolas brasileiras, 490 deveriam ser denunciadas ao
Procon. Estão enganando os estudantes e a sociedade, com um currículo
comprimido em até três anos. E este aluno que acredita estar se tornando
professor, acaba negando a própria formação profissional, pois recebe o título de
licenciatura para exercer funções bem diferentes. A educação física no Brasil prima
pelo mercado, confundindo a educação como bem de consumo quando ela é um
bem de serviço”, critica.
Parece que esse espírito que Jorge Gallardo trouxe de sua terra natal só poderia
encarnar na FEF. Contratado bastante jovem pela Universidade de Chile (sede de
Osorno) em 1971, nos anos seguintes já havia ajudado a desenvolver uma nova
pedagogia em educação física no sul do país, reestruturando o currículo para as
reais necessidades daquela região carente. “Paralelamente à atividade acadêmica,
eu participava do Balé Folclórico Nacional, onde tínhamos que ir a campo
pesquisar, sobretudo os costumes do povo, a fim de representá-los no palco. Esta
experiência na pesquisa nos permitiu resgatar a rica cultura local, tomando-a
como base para a expansão e diversificação do conhecimento”, recorda. O
trabalho foi tão relevante que, no golpe militar de Pinochet, a própria população
defendeu a manutenção do curso de educação física. “E nenhum dos professores foi perseguido, apesar de eu guardar
a carteira do Partido Comunista até hoje”, ironiza.
Visão multicultural – Como seu trabalho era eminentemente experimental e de aplicação, Gallardo decidiu vir ao Brasil
para o mestrado na USP, atrás de maior base teórica. Encontrou inicialmente a fundamentação desenvolvimentista,
que não prioriza o ser humano como agente sócio-cultural, mas buscou no doutorado uma visão crítica da cultura
produzida e consumida pelas crianças na escola. Abrindo um parêntese, o professor explica que depois esta visão
passaria a ser chamada de visão pós-crítica, com o objetivo, no sentido mais amplo, de analisar a função originária
das instituições responsáveis pela difusão do conhecimento.
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Assim, à universidade cabe recopilar e armazenar todo o conhecimento universalmente produzido, seja da cultura
tradicional ou da erudita, com o intuito de analisá-la, amplificá-la e distribuí-la por meio de suas três grandes funções:
ensino, pesquisa e extensão. Descendo a visão pós-crítica ao nível das licenciaturas, a educação física tem a
responsabilidade de socializar todo o conhecimento produzido pela cultura corporal: jogos, brincadeiras, esportes,
danças, lutas e elementos das artes cênicas, artes musicais e artes cênicas, tudo sob a denominação de ginásticas.
“Caracteriza-se, então, a atuação do profissional de educação física no âmbito escolar como multicultural”, associa.
Jorge Gallardo fez doutorado em psicologia experimental (ou etologia), que estuda as mudanças biológicas ocorridas
durante o processo evolutivo com suas respectivas mudanças comportamentais. “Baseio quase todos os meus livros
nesse enfoque filosófico e acadêmico”, explica. Segundo ele, o melhor exemplo deste paralelo está no livro do qual é
um dos autores, Didática da Educação Física, que traz um subtítulo: A criança em movimento – Jogo, prazer e
transformação. “Nele sugiro que a educação física infantil ocorra num espaço muito similar à da família estendida –
com cerca de 30 indivíduos entre pais, irmãos, primos, tios, avós. Mais de 80% do que aprendemos na vida vem da
educação informal, do que estamos observando no meio ambiente”, observa.
Cultura de cada idade – Dentro dessa concepção, Gallardo considera fundamental que na educação infantil sejam
mantidas relações entre as várias faixas etárias, na hora do lanche e das brincadeiras, facilitando a troca. “A partir daí,
cabe estudar a cultura específica de cada idade, visto que canção de ninar é para os pequenos e os jogos mais
dinâmicos para adolescentes. Eqüalizar esses conhecimentos, em cada um dos âmbitos, é a proposta de outro livro
por mim organizado – Educação física escolar do berçário ao ensino médio –, que trata das características da criança e
da cultura de seu grupo social conforme a idade”, acrescenta.
A proposta é que o professor de 1ª série do ensino fundamental promova a socialização das informações sobre a
cultura corporal, no caso dos jogos com os alunos ensinando regras, particularidades e procedências (se aprenderam
de pais, avós, bisavós). “As crianças vão fazer conexões com a cultura de seu dia-a-dia e, portanto, perceber o seu
valor e sua importância para a cidadania”, pondera. Trabalhar com manifestações culturais trazidas pelos próprios
alunos, contudo, exige planejamento, sem que se priorize uma atividade ou outra. “Elaborar a programação é um
dilema, mas um recorte facilita as coisas: por exemplo, o estudo da cultura local na 1ª série, e das culturas regional,
nacional e da América Latina da 2ª à 4ª série”, recomenda.
No segundo ciclo do ensino fundamental (de 5ª a 8ª série) seriam observadas as culturas contemporâneas em todos
os níveis, incluindo os valores agregados à cultura contemporânea, mas priorizando a discussão. “Creio que assim
promoveremos o resgate da cultura patrimonial, cujos elementos são constitutivos da história de vida de cada um e de
sua família”, afirma.
Corpo e mente – Jorge Gallardo acha que no Brasil o professor de educação física tem a legitimidade, mas não a
legalidade para atuar na educação infantil e no primeiro ciclo do ensino fundamental, transformando as aulas que as
crianças recebem hoje. No ensino fundamental, faz apenas dois anos que se permitiu este acesso. “Ainda predomina a
visão esportivista do americano e do europeu, uma influência terrivelmente ruim, pois esse tipo de cultura é visto
apenas em sua forma de expressão prática, sem contextualização ou análise. A preocupação é com a técnica de
execução e com a condição física necessária para atingir um bom desempenho em determinada modalidade. As aulas
transformaram-se em mero passatempo”, constata.
Gallardo ressalta, porém, que a própria lei considera a educação física uma disciplina, ou seja: um corpo organizado
de conhecimento acadêmico sobre um objeto de estudo, objeto que no caso é a cultura corporal. “Há tantas
informações que podemos oferecer ao aluno durante a própria atividade, que a educação física poderia se transformar
numa disciplina altamente poderosa no âmbito escolar. O professor de educação física não é apenas um caminho para
que se resgate a riqueza cultural com a comunidade, é o caminho. Esta é uma preocupação dos alunos da FEF, que
não aprendem apenas técnicas de movimento. A dicotomia entre corpo e mente, em que o professor de educação
física se ocupa do corpo enquanto outro professor se ocupa da mente, para nós está totalmente superada”.
Ginástica é cultura
O professor Jorge Gallardo é um dos diretores do Grupo de Ginástica da Unicamp, que
conquistou reconhecimento nacional e internacional graças justamente à proposta pedagógica
aplicada aos alunos que o compõem. “A proposta é de que os estudantes devem manipular seu
próprio conhecimento, transformá-lo e apresentá-lo à comunidade na forma de composições
coreográficas. Nessas composições está a interpretação de uma cultura, em que cada aluno
utiliza o seu elemento para expressar uma idéia, sentimentos e emoções”, diz o professor da
FEF.
Que lugar foi ocupado pela criança nos diversos momentos históricos? A história da infância no
Brasil tem contornos próprios pela maneira como se deu sua construção. São as formas de organização da
sociedade e as condições de existência e de inserção da criança em cada contexto social, econômico,
político e cultural que vão delineando as diferentes concepções de infância e as diferentes formas de ser
criança. Portanto, nas histórias individuais e coletivas das crianças brasileiras não tivemos e não temos uma
resposta única às perguntas: o que significa ser criança? Quando deixamos de ser crianças e nos tornamos
adultos?
O BRINCAR E APRENDIZAGEM
• Segundo Silva, “ qualquer jogo empregado pela escola aparece como um recurso educativo e, ao
mesmo tempo, é um elemento indispensável ao desenvolvimento infantil, desde que a natureza lúdica
seja respeitada”
• Para Maluf, o professor deve “organizar suas atividades de aula, selecionando aquelas mais
significativas para seus alunos. Em seguida, o professor deve criar condições para que estas atividades
significativas sejam realizadas. Destaca-se a importância dos alunos trabalharem na sala e aula em
grupos, interagindo uns com outros, e este trabalho coletivo facilitará o desenvolvimento individual.
Cabe ao professor em sala de aula estabelecer metodologias e condições para desenvolver e facilitar
este tipo de trabalho”
• Segundo Moyles, “o elemento brincar é muitas vezes esquecido e inclusive desprezado por muitos
professores”
• Para Stevens (apud Moyles), o brincar “é necessário e vital para o desenvolvimento normal do
organismo, para o seu amadurecimento como ser social, pois o brincar está presente em todas as
culturas e, muitas vezes, serve como uma linguagem universal”.
• Segundo Almqvist, “qualquer brinquedo pode estimular a aprendizagem, uma vez que o brinquedo é um
desafio para explorar e que a criança sente que há algo para aprender com isso. A dificuldade aqui está
em aceitar e entender que a criança aprende também nas brincadeiras livres e não somente nas
brincadeiras educativas. O fato de as brincadeiras livres não servirem a um propósito pedagógico a
priori, não elimina a possibilidade de haver aprendizagem com essas brincadeiras”.
• Como afirma Moyles, “o brincar aberto, aquele que poderíamos chamar de a verdadeira situação de
brincar, apresenta uma esfera de possibilidades para a criança, satisfazendo suas necessidades de
aprendizagem e tornando mais clara a sua aprendizagem explícita. Parte da tarefa do professor é
proporcionar situações de brincar livre e dirigido que tentem atender às necessidades de aprendizagem
das crianças e, neste papel, o professor poderia ser chamado de um iniciador e mediador da
aprendizagem”.
• Brougère (apud Silva): “Assim, na escola, por trás do jogo surge uma dupla ação: de um lado se propõe
às crianças jogos dirigidos e coletivos. De outro, é dado aos exercícios um caráter divertido e atraente
para aproximá-los do jogo, os jogos educativos. Os brinquedos, os jogos e o brincar como atividades
livres da criança, parecem excluídos da escola”.
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O LÚDICO NA EDUCAÇÃO
(Texto muito interessante)
<http://www.editorainformal.com.br> LUDOEDUCAÇÃO
Todos os educadores afirmam que o jogo é importante para a educação, pois todos
reconhecem, mesmo aqueles que habitualmente não lidam com crianças, que o “brincar” é parte
integrante do dia-a-dia delas.
A diferença entre os educadores é que para alguns o jogo, a brincadeira fica muito bem
quando a “parte séria” acaba, o que quer dizer: vamos estudar, fazer as tarefas e quando tudo
estiver pronto, vocês estarão “livres para brincar!”. E para outros educadores o jogo mescla-se
dentro do processo de ensino-aprendizagem, isso quer dizer que o jogo é parte integrante da ação
educadora. É sob este aspecto que iremos discorrer: como brincar na sala de aula e
aprender do mesmo jeito, ou até, aprender melhor e mais.
Outra questão muito comum é a fase na qual o jogo é aceito nas salas de aulas. Quando
falamos em educação infantil o assunto é natural e procurado. Já nas primeiras séries do
ensino fundamental começa a polêmica: brincar ajuda ou distrai? E quando falamos nas
demais séries, no segundo e terceiro grau o lúdico fica absolutamente esquecido, pois agora
todos têm que trabalhar muito seriamente!
O curioso é que, nos dias de hoje e nos países mais adiantados do mundo, os melhores
cursos para executivos exploram as atividades lúdicas para a apreensão de conceitos e de atitudes
como: formação de liderança, cooperação e, até, reflexão sobre valores.
Será que o brincar tão bem aceito para trabalhar com os pequenos, tem uma fase de
impedimento para as crianças mais velhas, adolescentes e jovens para retornar na idade adulta? E
por que? Porque os adultos sabem melhor diferenciar o trabalho sério da brincadeira? Certamente
que não, o uso do lúdico explica-se em programas de treinamento avançados porque é a
melhore forma de transmissão de conhecimentos, auxilia no interesse, motivação,
engajamento, avaliação e fixação.
O uso do lúdico na educação prevê, principalmente a utilização de metodologias agradáveis
e adequadas às crianças que façam com que o aprendizado aconteça dentro do “seu mundo”, das
coisas que lhes são importantes e naturais de se fazer, que respeitam as características próprias das
crianças, seus interesse e esquemas de raciocínio próprio. E haveria outras coisas que as
interessassem mais do que a brincadeira?
Assim, quando falamos em lúdico e no brincar não estamos falando em algo fútil e
superficial, mas de uma ação que a criança faz de forma autônoma e espontânea, sem o domínio
direcionador do adulto. Entendemos que utilizar metodologia lúdica, do tipo de jogos, histórias,
dramatização e manifestações artísticas, atraia e motiva a criança a participar. Esta participação
espontânea faz com que ela se torne uma “pesquisadora” consciente do objeto de ensino, objeto que
nós educadores colocamos ao seu alcance. Desta forma gerenciamos o aprendizado à medida que
escolhemos o que colocamos à disposição desta pesquisa, o conteúdo que julgamos ser importante e
estar no momento adequado para o aluno aprender.
Esta forma de interação contraria as metodologias passivas, onde o aluno é tido como um
mero receptáculo do saber e a certeza da absorção do conhecimento fica meio nebulosa.
Segundo o Johan Huizinga, um dos mais importantes filósofos que escreveu sobre as questões
lúdicas, jogo é: “Uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados
limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente
obrigatórias, dentro de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e
de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”. [1]
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Esta definição apresenta quatro elementos:
1 – É livre, não está ligado à noção de dever, obrigatoriedade.
2 –Têm objetivos e regras próprias.
3 – Tem uma limitação de tempo e de espaço e é jogado até o fim dentro desses limites.
4 - É uma evasão temporária da vida real para uma atividade temporária.
A obra de Huizinga se destina a estudar o papel do lúdico de forma ampla e aplicada ao ser
humano independentemente de idade ou cultura. E também em manifestações que vão além do jogo
propriamente dito como a dança, a música, o teatro e até certos ritos tribais.
Porém se analisarmos um jogo de criança ele guarda todas os elementos citados por
Huizinga.
Vamos pensar em um grupo de crianças reunidas para uma “pelada”. É voluntário, todas
estão lá porque querem e gostam. Acontece em um lugar determinado e tem hora para começar e
acabar (mesmo que este término seja marcado pela obtenção de algum objetivo, quem primeiro
fizer três gols, por exemplo) O jogo tem seus objetivos (quem faz mais gols) e suas regras próprias,
muitas vezes estabelecidas por eles mesmos e diferentes das tradicionais. E finalmente é uma
evasão da realidade, quando todos estão lá envolvidos abre-se uma lacuna no tempo e espaço. E isto
é muito importante, pois neste momento próprio deste grupo, tudo é controlável, previsível e
seguro, e isto dá prazer.
Brincar com bonecas não é diferente, tem presente os mesmos elementos.
Desta forma se garantirmos a presença destes quatro elementos estaremos perante uma
atividade lúdica, que dá prazer. Como isto se aplicaria à sala de aula?
A adesão voluntária é o primeiro ponto, os alunos precisam querer brincar, pois se os
obrigarmos, perderemos a característica de voluntariado e, conseqüentemente, todo o processo.
Como cativá-los? Com jogos de qualidade. O fato de termos uma participação espontânea está
diretamente ligada à atividade ser atraente, adequada à faixa etária, desafiante.
Com relação aos objetivos e regras próprias é o fato da criança sentir com domínio da
situação, mesmo considerando-se que é o adulto (professor) que está liderando. Ela precisa saber
quais são as regras, o que se espera dela, de forma que ela consiga prever a relação de causa e efeito
de seus atos. Ela precisa acompanhar a evolução da atividade e perceber, por seus próprios meios,
quando se obteve o desejado. Em uma atividade competitiva, mais importante do que ganhar é
conseguir acompanhar e avaliar o desempenho de todos os participantes. Isso se explica na prática
pelo alto senso de justiça encontrado nas crianças na participação em um jogo, elas entenderão as
regras, submetendo-se a elas e querem que todos tenham o mesmo comportamento, pois só assim é
que poderão alcançar o objetivo do jogo, que é ver quem realmente “é o melhor”.
Em relação à forma que as crianças se relacionam com as regras em um jogo, Piaget no livro
Juízo moral da criança (Piaget, 1994) demonstrou que o jogo proporciona relações sociais
completas, onde a pequena comunidade age sob o domínio de regras que aprenderam ou que ela
mesma desenvolveu: “Os jogos infantis constituem admiráveis instituições sociais. O jogo de
bolinhas, entre os meninos, comporta, por exemplo, um sistema muito complexo de regras, isto é,
todo um código e toda uma jurisprudência” [2]
O terceiro e o quarto elemento se completam, pois quando o professor nomeia que “agora
iremos fazer um jogo” ou “agora irei contar uma história para vocês” ele já estabelece que será
dedicado um tempo determinado para isso e automaticamente todos percebem que farão uma
“evasão da realidade”.
Posto que o professor adotando estes elementos irá trazer o lúdico para dentro da sala de
aula, resta perguntar que vantagens isto trará? E o aprender como é que fica?
Respondendo primeiro a última pergunta, ou seja, como é que o aluno irá aprender com isso,
vamos responder que é introduzindo conteúdos que desejamos passar no escopo da brincadeira. É a
história que precisa de algumas contas simples para se desenrolar, é o jogo de memória que em
lugar de figuras usa sinônimos, é a corrida onde cada estado persegue a sua capital, e assim por
diante.
No Brasil começam a surgir bons livros que orientam para esta nova ferramenta educacional,
mas “montar” uma atividade assim, não é tão difícil como pode parecer em um primeiro momento.
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O que precisa é que o educador esteja realmente convencido de que está é uma ferramenta útil e
que ele terá vantagens em aplicar, precisa ser aquele educador “meio menino” que também se
diverte com isso, que conhece as preferências da faixa etária que trabalha.
E que vantagens isto trará? Trará muitas, porque além da transmissão de conteúdos os jogos
podem colaborar na formação do indivíduo de forma ampla, proporcionando o desenvolvimento em
outros aspectos, como físico, intelectual, social, afetivo, ético, artístico. Este desenvolvimento pode
ser obtido através de situações comuns decorrentes da aplicação de jogos como o exercício da
vivência em equipe, da criatividade, imaginação, oportunidades de autoconhecimento, de
descobertas de potencialidade, formação da auto-estima e exercícios de relacionamento social.
Esta forma de ver o papel da educação esta de acordo com o conteúdo dos Parâmetros
Curriculares Nacionais, especialmente no tocante aos Temas Transversais, para o ensino
fundamental. Estes parâmetros dirigem o seu foco principal para a cidadania e a formação do
indivíduo de forma globalizada, ou seja, o aluno não deve somente absorver conteúdos, mas
necessita desenvolver habilidades, atitudes, formas de expressão e de relacionamento. Para que isto
seja possível os PCNs contemplam, além das disciplinas tradicionais, assuntos como ética,
pluralidade cultural, saúde, meio ambiente e educação sexual.
Estes novos parâmetros têm também como principal preocupação que esta gama de assuntos
seja transmitida de forma transversal. O jogo e as atividades lúdicas, em geral, podem ser o
principal veículo para atender estas propostas, isto porque as diferentes combinações que um jogo
pode encerrar, o uso de elementos desafiantes e externos, as interações entre os alunos em
diferentes combinações em equipes facilitam a abordagem em diferentes temas, de forma
interdisciplinar e, sobretudo, com maior adesão e participação dos meninos e meninas.
Em uma época em que se fala muito das inteligências múltiplas e que se valoriza nos alunos,
e no ser humano em geral, aspectos como a criatividade, a cooperação, o senso crítico e o espírito
empreendedor os jogos aparecem para, de forma hábil, proporcionarem o desenvolvimento de
múltiplas capacidades, capazes de descortinar potencialidades e minimizar limitações. Facilitador
da autodescoberta e a auto-avaliação, de valorização dos demais e convívio com as diferenças,
motivando uma postura de desafio para novas conquistas e aprendizagem.
E se às vezes nos assustamos com as crianças manejando tecnologias para nós
incompreensíveis, temendo pelo fim da inocência, devemos lembrar que criança é somente um ser
pequeno e doce, trazendo sempre um inconfundível brilho no olhar ao pular amarelinha, construir
uma pipa ou ouvir uma história. Isto foi e sempre será dessa maneira, as crianças não mudaram, nós
que às vezes nos atrapalhamos com teorias complicadas e esquecemos de oferecer a elas as coisas
mais simples, as coisas de crianças...
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[1] Huizinga, J. Homo Ludens, p. 33.
[2] Piaget, J.. O juízo moral na criança. P. 23.
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RESUMO: O movimento corporal sempre foi, dentro do espaço escolar, uma moeda de troca. A
imobilidade física funciona como punição e a liberdade de se movimentar como prêmio. Essas
atitudes evidenciam que o movimento é sinônimo de prazer e a imobilidade, de desconforto. Mas se
é através do movimento que o indivíduo se manifesta, que indivíduos iremos formar se impedimos
sua expressão? O presente texto abordará a questão da introdução da dança no espaço escolar,
relatando e refletindo sobre o trabalho que é desenvolvido no curso de Licenciatura em Dança da
Unicamp e partilhando das experiências de professores da rede de ensino que fizeram o curso de
"atividades corporais artísticas para professores da educação formal" em Tupã (SP).
Palavras-chave: dança, corpo, educação, formação professor, arte-educação
O indivíduo age no mundo através de seu corpo, mais especificamente através do movimento. É o
movimento corporal que possibilita às pessoas se comunicarem, trabalharem, aprenderem, sentirem
o mundo e serem sentidos. No entanto, há um preconceito contra o movimento. Solange Arruda, na
introdução de seu livro Arte do movimento, afirma que "é mais chic, educado, correto, civilizado e
intelectual permanecer rígido. Os adultos, em sua maioria, não se movimentam e reprimem a soltura
das crianças."Isso começa em casa e se prolonga na escola”.
Embora conscientes de que o corpo é o veículo através do qual o indivíduo se expressa, o
movimento corporal humano acaba ficando dentro da escola, restrito a momentos precisos, como as
aulas de educação física e o horário do recreio. Nas demais atividades em sala, a criança deve
permanecer sentada em sua cadeira, em silêncio e olhando para a frente. Ciro Giordano Bruni
afirmava a esse respeito que "virou quase regra estabelecer entre a arte e a ciência uma lastimável
distinção: a primeira se aprende como uma atividade lúdica e a segunda, de uma maneira séria e
constrangedora. Sua crítica não se fixa apenas na questão da ausência do lúdico nas disciplinas
científicas da escola, mas também na ausência de seriedade nas disciplinas artísticas,
comportamento que tende a acentuar a visão de que o ensino de arte é supérfluo.
A noção de disciplina na escola sempre foi entendida como "não-movimento". As crianças
educadas e comportadas eram aquelas que simplesmente não se moviam. O modelo escolar-militar
da primeira metade do século XX era aplicado desde o momento em que a criança chegava à escola.
As filas por ordem de tamanho para se dirigirem às salas de aula, o levantar-se cada vez que o
diretor ou supervisor de ensino entrava na sala etc. Atualmente, são raros os estabelecimentos
escolares que mantêm este tipo de atitude, encontrado ainda apenas em escolas de cunho religioso e
em algumas escolas públicas de cidades pequenas do interior do estado. Nas escolas da rede pública
das grandes cidades, esta realidade já não existe. Apesar da ausência destas atitudes disciplinares, a
idéia do não-movimento como conceito de bom-comportamento prevalece. Muitas escolas aboliram
as filas e os demais símbolos de respeito a diretores e professores; no entanto, foram criadas outras
maneiras de se limitar o corpo.
O movimento corporal sempre funcionou como uma moeda de troca. Se observarmos brevemente
as atitudes disciplinares que continuam sendo utilizadas hoje em dia nas escolas, percebemos que
não nos diferenciamos muito das famosas "palmatórias" da época de nossos avós. Professores e
diretores lançam mão da imobilidade física como punição e da liberdade de se movimentar como
prêmio. Constantemente, os alunos indisciplinados (lembrando que muitas vezes o que define uma
criança indisciplinada é exatamente o seu excesso de movimento) são impedidos de realizar
atividades no pátio, seja através da proibição de usufruir do horário do recreio, seja através do
impedimento de participar da aula de educação física, enquanto que aquele que se comporta pode ir
ao pátio mais cedo para brincar. Estas atitudes evidenciam que o movimento é sinônimo de prazer e
a imobilidade, de desconforto.
16
Os cursos de Educação Artística, cujo caráter "menos formal" poderiam possibilitar uma maior
mobilidade das crianças em sala de aula, tendem a priorizar os trabalhos em artes plásticas
(desenho, pintura e algumas vezes escultura), atividades em que o aluno acaba tendo de permanecer
sentado. Embora a LDB 9394/96 garanta o ensino de Arte como componente curricular obrigatório
da Educação Básica representada por várias linguagens – música, dança, teatro e artes visuais –,
raramente a dança, a expressão corporal, a mímica, a música e o teatro são abordados, seja pela falta
de especialistas da área nas escolas, seja pelo despreparo do professor.
Apesar destas atitudes estarem muito presentes, algumas experiências (que caminham exatamente
no sentido oposto) têm nos mostrado o quanto o movimento pode contribuir para se criar no espaço
escolar um outro ambiente. A introdução de atividades corporais artísticas na escola, ou seja, a
realização de trabalhos de dança-educativa ou dança-expressiva, como são comumente chamadas
(embora não goste muito destes nomes, afinal, toda dança é educativa e expressiva), tem mudado
significativamente as atitudes de crianças e professores na escola. A dança no espaço escolar busca
o desenvolvimento não apenas das capacidades motoras das crianças e adolescentes, como de suas
capacidades imaginativas e criativas. As atividades de dança se diferenciam daquelas normalmente
propostas pela educação física, pois não caracterizam o corpo da criança como um apanhado de
alavancas e articulações do tecnicismo esportivo, nem apresentam um caráter competitivo,
comumente presente nos jogos desportivos. Ao contrário, o corpo expressa suas emoções e estas
podem ser compartilhadas com outras crianças que participam de uma coreografia de grupo.
17
CONTEÚDOS CONCEITUAIS, PROCEDIMENTAIS E ATITUDINAIS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Tani (1991) aponta que o papel da Educação Física refere-se à aprendizagem do movimento
e sobre o movimento, sendo que este último refere-se à aquisição formal de conceitos e de
princípios que explicam o que é o movimento e sobre como ele é organizado. O domínio dos
princípios e conceitos sobre o movimento humano, segundo Manuel (1999), é tido como objetivo
primordial da Educação Física, devendo ser difundidos conhecimentos usando tarefas
eminentemente intelectuais. Enquanto não se tiver essa compreensão, a atuação dos profissionais
em Educação Física se reduzirá a simplesmente mensurar, observar, cronometrar performances
físicas por meio de testes físicos e motores.De acordo com Mohr (1971), a Educação Física deve ser
concebida para além dos objetivos físicos e motores, visando a alcançar também objetivos
intelectuais, estéticos e sociais. Assim, os objetivos da Educação Física transcendem a simples
aquisição da aptidão física. Há em seus objetivos uma série de conceitos, procedimentos e atitudes
específicos que possibilita que o indivíduo seja educado fisicamente. Para propor nosso modelo
pedagógico, partiu-se da definição de Mariz de Oliveira (1999), que diz que o papel da Educação
Física está relacionado ao ensino e aprendizagem de conhecimentos de fatos, conceitos, princípios,
procedimentos, normas, valores e atitudes referentes ao movimento humano, possibilitando ao ser
humano mover-se de modo genérico e específico, harmoniosa e eficazmente, no trabalho e no lazer,
permitindo-lhe integrar, controlar, interagir e transformar o ambiente físico e social.
Para a consecução dos objetivos da Educação Física, o mesmo autor propõe que os
programas sejam estruturados por três blocos temáticos:
I – O ser humano é estruturado para mover-se: sistema músculo esquelético, fisiologia,
biomecânica, sistema neural.
II – Movimento humano: possibilidades, capacidades e habilidades locomotoras e não-
locomotoras; capacidades físicas e motoras.
III – Movimento humano: relacionamento com o ambiente;
a) o movimento afeta o meio ambiente;
b) o movimento é afetado pelo meio ambiente;
c) o ser humano movimenta-se para controlar o ambiente;
d) o ser humano movimenta-se para adaptar-se ao ambiente;
e) o ser humano movimenta-se para relacionar-se com os outros.
Com base nesse modelo, deu-se nossa ação pedagógica.
De acordo com Coll e colaboradores (1998, p. 12), os conteúdos são “um conjunto de
conhecimentos ou formas culturais, cuja assimilação e apropriação pelos alunos é considerada
essencial para seu desenvolvimento e socialização”, sendo o professor um facilitador/orientador
desse processo. São subdivididos em conceituais, procedimentais e atitudinais.
Os conteúdos conceituais designam o que o indivíduo deve saber. Eles podem ser
subdivididos em fatos, conceitos e princípios. Os fatos possuem caráter concreto e decisivo e são
apreendidos de forma memorística (ZABALA, 1998), ou seja, não é necessário nenhum esforço
para integrar os novos conhecimentos com os já existentes na estrutura cognitiva. Porém, as
condições para sua aprendizagem estão relacionadas ao material, quantidade de informação e grau
de organização interna; as relacionadas ao aluno(a) como idade (capacidade de memória e uso que
fazem da memória) e a predisposição que fazem para a aprendizagem memorística (POZO, 1998).
67
Como exemplos de fatos, é possível citar: a localização do coração, a definição de músculo,
a estrutura da articulação etc. Quando se estabelecem relações significativas entre os fatos, obtêm-
se conceitos e princípios. Sua aprendizagem é significativa, ou seja: “trata-se de um processo no
qual o que aprendemos é o produto da informação nova interpretada à luz daquilo que sabemos”
(POZO, 1998, p. 32). De acordo com Zabala (1999), a aprendizagem significativa não é uma
18
aprendizagem acabada, pois envolve a contribuição daquele que aprende, seu interesse, os
conhecimentos prévios e sua experiência pessoal.
Como exemplo de conceitos, é possível citar o funcionamento do sistema cardiovascular;
como se dá a produção de movimento; os princípios da prescrição de treinamento da capacidade
aeróbia.
Os conteúdos procedimentais são conjuntos de “ações ou decisões que compõem a
elaboração ou a participação” (COLL; VALLS, 1998, p. 77) orientadas para a consecução de uma
meta. Em outras palavras, seria o que se deve saber fazer, sem se restringir apenas à execução de
atividades, mas procedendo também uma reflexão de como realizá-las. São exemplos desse tipo de
conteúdo: selecionar e criar exercícios adequados ao desenvolvimento da capacidade aeróbia;
executar exercícios de alongamento de acordo com a prescrição de treinamento e posturas
adequadas; associar os princípios da prescrição de treinamento da flexibilidade em atividades
diversas.
Os conteúdos atitudinais são a intenção ou a predisposição para a ação, o que se deve ser.
Sarabia (1998, p. 122) a define como “tendências ou disposições adquiridas e relativamente
duradouras a avaliar de um modo determinado um objeto, pessoa, acontecimento ou situação e atuar
de acordo com essa avaliação”. Doganis e Theodorakis (1995) consideram que a atitude possui três
elementos, os quais são interligados: o componente cognitivo (conhecimentos e crenças), afetivo
(sentimentos e preferências) e de conduta (ações manifestas e declarações de intenção). Como
exemplos de atitudes, é possível citar a valorização da ativação das capacidades físicas como meio
de melhorar a realização das atividades da vida diária; a reformulação de crenças e de conceitos
sobre o envelhecimento; a autoconfiança para enfrentar dificuldades, reconhecer potencialidades e
aceitar e superar limites.
A aprendizagem dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais não é realizada
nem se efetiva separadamente, mas por inter-relações (COLL, 1998). Por exemplo: como objetivo
final, espera-se que o aluno adote a prática sistemática e consciente de atividade física no cotidiano
e tenha atitudes críticas diante dos programas oferecidos pelo mercado. Para isso, os professores
ensinam a forma correta de estimular determinada capacidade física (conteúdo procedimental),
como essa capacidade é influenciada pelo envelhecimento, pelo desenvolvimento, por componentes
genéticos e pela prática da atividade física (conteúdo factual e conceitual). A preocupação do aluno
no engajamento em outras atividades e a análise de se a atividade apresentada é conveniente ou não
a suas características e necessidades levam a uma aprendizagem atitudinal.
Uma das primeiras avaliações que se deve realizar antes da introdução dos conhecimentos
aos alunos é a avaliação diagnóstica ou inicial.
Ela é realizada com finalidade prognóstica, com intenção de obter conhecimentos dos
alunos a respeito de um conteúdo da aprendizagem (MIRAS, 1996; SOLÉ, 1996). As atividades de
avaliação devem ser coerentes com aquelas que se realizaram durante o processo de ensino-
aprendizagem e também devem possibilitar informações sobre as dificuldades que estão ocorrendo
(POZO, 1998).
Para obtenção desse tipo de informação, realiza-se a avaliação formativa, exercida durante o
processo ensino-aprendizagem, a fim de que o professor possa ajustá-lo progressivamente. Quando
da finalização do bloco temático, realiza-se a avaliação somativa, cuja função é verificar qual foi a
retenção de conhecimentos por parte dos alunos sobre o conteúdo estudado (MIRAS, 1996; SOLÉ,
1996).
68
A avaliação de fatos apresenta menos dificuldades do que a avaliação da compreensão
conceitual, visto que ela é realizada por meio de respostas corretas (recupera-se de forma adequada
a informação na memória) ou incorretas (não se recuperam ou recuperam-se erradamente as
informações- POZO, 1998). Como exemplo desse tipo de avaliação, pode-se citar: qual sua
freqüência de treinamento para a capacidade aeróbia?, ou ainda, cite os componentes do sistema
19
cardiovascular-respiratório. Já a avaliação de conceitos refere-se a verificar qual é a
compreensão dos alunos sobre determinado conteúdo. Pozo (1998) relata algumas técnicas que
podem contribuir para a avaliação deste tipo de conhecimento conceitual: a) a definição do
significado; b) reconhecimento da definição; c) exposição temática: relacionar conceitos de modo
significativo; d) identificação e categorização de exemplos: mediante técnicas de evocação ou
reconhecimento, o aluno deve identificar exemplos ou situações relacionadas com um exemplo; e)
aplicação à solução de problemas: apresentar ao aluno situações problemas cuja solução exija a
ativação de um conceito aprendido anteriormente.
Para as técnicas a e b, o autor adverte que é importante não valorizar a reprodução literal,
mas o uso que os alunos fazem das próprias palavras. Para ele, a avaliação mais completa é a que
recorre a diversos critérios ou métodos. Assim, “o mais conveniente é avaliar o conhecimento
conceitual no desenvolvimento das próprias atividades de aprendizagem que podem incluir todas ou
algumas das técnicas mencionadas” (POZO, 1998, p. 68). Como exemplo de avaliação de conceitos,
pode-se questionar o aluno sobre: como o corpo produz o movimento?
Segundo Coll e Valls (1998), a avaliação de procedimentos trata de comprovar sua
funcionalidade, verificando até que ponto o aluno é capaz de usar o procedimento em outras
situações. Partindo dessa idéia, a avaliação dos procedimentos deve girar, de acordo com os autores,
em torno dos eixos:
• avaliar se o aluno possui conhecimentos suficientes relativos aos procedimentos (saber
quais as ações ou decisões que os compõem, em que ordem devem ocorrer, sob que condições etc.).
• avaliar o uso e a aplicação que o aluno faz desses conhecimentos em situações específicas.
Como exemplo da avaliação de procedimentos, pode-se pedir ao aluno que elabore uma
sessão de exercícios de força ou que explique como esse exercício é realizado. Nesse caso, é
verificado se o exercício é realmente de força, se o número de séries, as repetições e a postura para
a execução do movimento são adequados, se o aluno consegue identificar qual é o músculo
trabalhado durante a ação motora.Na execução do movimento, bem como a postura adequada para
sua realização, a avaliação procedimental tem ênfase na ação motora. Já na elaboração de uma
prescrição de exercícios de força, a avaliação procedimental tem ênfase no aspecto cognitivo.
A avaliação da atitude está centrada na observação, uma vez que são construtos hipotéticos
criados pelos psicólogos (SARABIA, 1998). Dessa forma, segundo o mesmo autor, infere-se a
mudança de atitudes pelas respostas dos sujeitos diante do objeto, pessoa ou situação da qual é
realizada a avaliação subjetiva. As ferramentas mais eficazes para avaliar as atitudes são a
linguagem (como relatos espontâneos) e as ações manifestas. Alguns indicadores não-verbais
também podem auxiliar na avaliação como: gestos faciais e corporais, silêncios, olhares. Assim, se
infere que houve aprendizagem atitudinal de conduta quando o aluno ingressa em um programa de
atividades físicas com base em informações mencionadas em uma palestra, por exemplo.
20
O professor Gestor - por onde começar.
Thereza Bordoni
http://www.profissaomestre.com.br
"O educador não é mais aquele que vende seu tempo para a escola, mas sim um detentor de
competências que agregam valor para o alcance dos objetivos institucionais" (Marcelo Freitas).
Neste texto, vamos discutir um pouco sobre o porquê deste novo professor,
contextualizando sua formação a partir da sociedade atual e suas características
como gestor da sala de aula. Vivemos em um mundo de transformações, um mundo acelerado, com
características diferentes da sociedade ou época em que uma grande maioria, dos professores atuais,
foi formada. Em conseqüência este professor trabalha com um aluno com valores, características e
ações bem diferentes daqueles para qual ele foi preparado para trabalhar. Em muitas rodas de
professores o discurso comum é sobre alunos desinteressados, que não querem nada com os
estudos, que não respeitam mais a escola.
Para mudar este quadro, os professores viram-se diante de um grande desafio: revalidar o
seu diploma, a sua formação, para acompanhar as transformações deste aluno e conseqüentemente,
desta sociedade. Mas que sociedade é esta?
Vivemos na sociedade do consumo e do hedonismo, onde a individualidade é maior a cada dia e
temos menos espaços de convivência dos membros da família (estamos trocando a sala pelo
quarto), onde o certo e o errado se confundem. Onde as crianças e jovens aprendem principalmente
a partir da TV, dominam e utilizam com facilidade as tecnologias, são egocêntricas (primeiro o eu),
possuem pouco contato com a frustração e apresentam uma adolescência precoce.
Nossa sociedade está em processo de mudança e como em todo processo de mudança, nos
aponta dois caminhos: o da oportunidade e o do perigo...E o professor, como se adaptou a este
cenário atual, que caminho escolheu? O que mudou na sua prática docente (a organização dos
horários e do espaço, a metodologia, os procedimentos de agrupamento e de avaliação, a relação
com a família e aluno)?
Lidar com esta sociedade e com este perfil de alunos exige novas habilidades para novas
competências. Em nossa formação de professores não fomos treinados para lidar com o
planejamento de nossa própria carreira ou com a definição de metas e não temos, muitas vezes, os
mais simples conceitos de administração, de custos, marketing, fidelização e captação de alunos.
Até pouco tempo para ser um bom professor bastava ter uma boa didática e conhecimento da
sua matéria, dar a sua aula e pronto. O resto era responsabilidade da direção da escola ou da família
do aluno. No cenário atual, este é o caminho do perigo: tornar esta visão da profissão a única visão
disponível ao educador.
O professor que escolheu o caminho das oportunidades, incorporou as habilidades e
competências para a gestão de mudanças e de processos. E para isto, revalidou o seu diploma
acrescentando novos elementos para sua atuação com este aluno vindo da sociedade descrita acima,
buscando novas metodologias e novas experiências em áreas diversas.
Além dos saberes técnicos advindos de seu curso de formação, o professor gestor deve
possuir uma base sólida e ir além dos saberes cognitivos, buscando conhecimento em: Legislações;
Teorias Educacionais / de Aprendizagem / do Conhecimento; Conhecimentos Específicos
(aperfeiçoamento na sua área)/ Português / Inglês / Filosofia / Informática / Saúde; Planejamento;
Administração; Metodologia; Novas Tecnologias; Avaliação; Relações Interpessoais; Liderança;
Marketing; Criatividade e Auto-estima. Sem esquecer que não se pode "formar-se" professor sem
fazer uma escolha ideológica (formam-se técnicos mas, não educadores, formam-se gestores mas,
não professores gestores.). Este é o grande diferencial da nossa profissão.
21
Este novo perfil de professor ainda nos proporcionará muitos debates, conflitos e
confrontos, para os quais precisamos estar preparados. Pare um pouco, agora, e faça este pequeno
exercício: busque estratégias visando o equilíbrio entre: Debates ideológicos (acredito que) X
Conflitos de interesses (a escola necessita de); Pedagogia da necessidade (trabalho) X Pedagogia da
liberdade (gostar).
Fica claro que o professor gestor necessita de uma visão ampliada da Escola, percebendo sua
importância para além da sala de aula, percebendo-se como peça chave de conjunto maior,
consciente de que cada ação sua irá influenciar diretamente em todo o andamento da escola.
O professor gestor tem a competência para a gestão da sala de aula e tem também a visão do
gestor educacional, percebendo a escola como um todo.
GESTOR
E na sala de aula:....
Contextualiza o ensino.
Gerencia o tempo e os processos.
Possuiu uma postura transdisciplinar.
Trabalha pautado na realidade e na sociedade que temos.
Adota metodologia de pesquisa e separa a idéia de competência de conteúdos.
Promove o trabalho em grupo e com projetos.
Não traz para os alunos respostas para perguntas que eles não fizeram, e sim formula com eles
novas perguntas, incentivando novas descobertas.
Valoriza os alunos. Sabe que até os "com mais dificuldades" têm características positivas que
podem suscitar o recebimento de elogios que melhoram a sua auto-estima.
Promove a colaboração. Sabe que não é detentor único do saber.
Reconhece nos conflitos uma oportunidade para o crescimento e amadurecimento da turma.
Utiliza os meios burocráticos e tradicionais do ensino para facilitar, não para constranger.
O Professor Gestor, acima de tudo, tem coragem de ousar, inovar sem se distanciar de sua
missão de educar para um novo mundo possível! Cada uma destas considerações não deve ser vista
isoladamente. O Professor Gestor terá de construir um quadro mental que integre a totalidade das
22
considerações aqui feitas. Seria um erro pensar que a adoção de uma cartilha transformaria o
Professor em Gestor.
Citações:
Bloom, B. S., Engelhart, M. D., Frost, E. J., Hill, W. H., & Krathwohl, D. R. (1956).
Taxonomy of educational objectives. Handbook I: Cognitive domain. New York: McKay.
Canter, L. (1979, January). Competency-based approach to discipline – it’s assertive. Thrust
for Educational Leadership, 8, 11-13.
Froyen, L. A., & Iverson, A. M. (1999). Schoolwide and classroom management. The
reflective educator-leader. (3rd ed.). Upper Saddle River, NJ: Prentice-Hall.
Glasser, W. (1977). Ten steps to good discipline. Today’s Education, 66 (4), 61-63.
Kagan, D. M. (1992). Professional growth among preservice and beginning teachers.
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Kerman, S., & Martin, M. (1980). Teacher expectations and student achievement: Teacher
handbook. Bloomington, IN: Phi Delta Kappa.
Redl, F., & Wattenberg, W. (1959). Mental hygiene in teaching. New York: Harcourt,
Brace, & World.
Rich, J. M. (1988). Punishment and classroom control. The Clearing House, 61 (6), 261-
264.
Sprick, R. S. (1985). Discipline in the secondary classroom: A problem-by-problem survival
guide. West Nyack, NY: Center for Applied Research in Education.
Sprick, R., Sprick, M., & Garrison, M. (1993). Interventions: Collaborative planning for
students at risk. Longmont, CO: Sopris West.
25
NÓS SABEMOS MESMO TRABALHAR EM EQUIPE?
por Laila Aninger
“Trabalho em equipe. É essa a resposta. Quase sem exceção, as pessoas de sucesso salientam a
importância do trabalho em equipe. Isso começa na cúpula.” - (Robert Waterman Jr.)
São muitos os ditos populares que traduzem o conceito e a força da equipe: “A união faz a força”...
“Um por todos e todos por um”... “Duas cabeças pensam melhor do que uma”... E quando isso não
está acontecendo, é porque as pessoas estão trabalhando em grupo e não em equipe. Trabalhar em
grupo é bem diferente de trabalhar em equipe. Os grupos sempre existiram nas organizações; as
equipes são cada vez mais valorizadas.
Grupo X Equipe
Um conjunto de pessoas trabalhando juntas é apenas um grupo.
Um pequeno número de pessoas com habilidades e qualificações complementares, comprometidas
com um propósito comum, com metas específicas de desempenho, com um mesmo método de
trabalho, responsabilidade mútua e objetivos comuns é uma equipe.
Em geral, as equipes superam o desempenho daqueles que trabalham sozinhos, especialmente em
situações em que se exige multiplicidade de habilidades e experiências. Onde há equipes
trabalhando, verifica-se maior criatividade, rapidez e comprometimento na resolução dos
problemas.
Pesquisas sugerem que equipes de alto desempenho reúnem um conjunto de características que se
destacam e se fortalecem no seu processo evolutivo.
Para refletir: Os nossos professores formam realmente uma equipe? Ou seria apenas um grupo de
professores? Nossos funcionários estão envolvidos e são participativos? Ou são individualistas e
não se preocupam com o que acontece no restante da escola? Nossos coordenadores fazem apenas o
“arroz com feijão” ou estão buscando alternativas e aprimorando o processo de ensino?
Atualmente, o mercado altamente competitivo tem estimulado muitas escolas a repensarem o
funcionamento de suas estruturas internas na busca de um diferencial. A maioria dos gestores
concorda que a boa atuação de uma equipe interfere positivamente no alcance desse diferencial.
“Sobre Gansos e Equipes”
Quando você vê gansos voando em “V”, deve ficar curioso quanto às razões pelas quais eles
escolhem voar assim. Veja, a seguir, algumas descobertas interessantes feitas por cientistas:
1º: À medida que cada ave bate suas asas, ela cria uma sustentação para a ave seguinte. Voando em
“V”, o grupo inteiro consegue voar pelo menos 71% a mais do que se cada ave voasse
isoladamente.
Verdade: Pessoas que compartilham uma direção comum e um senso de equipe, chegam ao seu
destino mais depressa e facilmente porque se apóiam na confiança umas das outras.
2º: Sempre que um ganso sai da formação, sente a resistência e o arrasto de tentar voar só, e de
imediato retorna à formação para tirar vantagem do poder de sustentação da ave à sua frente.
Verdade: Existe força, poder e segurança quando se viaja na mesma direção com pessoas que
compartilham um objetivo comum.
3º: Quando o ganso líder se cansa, ele reveza, indo para a traseira do “V”, enquanto um outro
assume a ponta.
Verdade: É necessário o revezamento quando se necessita fazer um trabalho árduo.
4º: Os gansos de trás grasnam para encorajar os da frente a manterem o ritmo e a velocidade.
Verdade: Todos necessitam receber o apoio ativo e o encorajamento dos companheiros.
5º: Quando um ganso adoece ou se fere e deixa o grupo, dois outros gansos saem da formação e o
seguem para ajudá-lo e protegê-lo. Eles o acompanham até a solução do problema e, então,
reiniciam a jornada os três, ou juntam-se a outra formação até encontrarem o seu grupo original.
Verdade: A solidariedade nas dificuldades é imprescindível.
Para o bem do grupo, é fundamental ser um ganso voando em “V”. Vamos procurar nos lembrar
mais freqüentemente de dar um “grasnado” de encorajamento e nos apoiar uns nos outros com
amizade.
26
Sites Visitados:
Aprendizagem e Mudanças no Cérebro.
SILVA, Helena Cardoso; Renato M. E. Saldatini.
Neurologia e Aprendizagem.
Associação Brasileira de Psicopedagogia. www.abpp.com.br
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Maslow construiu uma teoria na qual as necessidades humanas podem ser hierarquizadas,
mostrando inclusive, com essa hierarquia, no que somos diferentes dos animais, que não teriam
uma hierarquia com tantos níveis como nós, os humanos.
Segundo a Teoria de Maslow, as necessidades humanas podem ser agrupadas em cinco níveis:
1. Necessidades fisiológicas
Estas são as necessidades mais básicas, mais físicas (água, comida, ar, sexo, etc).
Quando não temos estas necessidades satisfeitas ficamos mal, com desconforto, irritação, medo,
doentes. Estes sentimentos e emoções nos conduzem à ação na tentativa de diminuí-las ou aliviá-
las rapidamente para estabelecer o nosso equilíbrio interno. Uma vez satisfeitas estas
necessidades nós abandonamos estas preocupações e passamos a nos preocupar com outras
coisas.
2. Necessidades de segurança
No mundo conturbado em que vivemos procuramos fugir dos perigos, buscamos por
abrigo, segurança, proteção, estabilidade e continuidade. A busca da religião, de uma crença deve
ser colocada neste nível da hierarquia.
3. Necessidades sociais
O ser humano precisa amar e pertencer. O ser humano tem a necessidade de ser amado,
querido por outros, de ser aceito por outros. Nós queremos nos sentir necessário a outras
pessoas ou grupos de pessoas. Esse agrupamento de pessoas pode ser a antiga tribo, ou a tribo
(grupo) atual, no seu local de trabalho, na sua igreja, na sua família, no seu clube ou na sua
torcida. Todos estes agrupamentos fazem com que tenhamos a sensação de pertencer a um
grupo, ou a uma "tribo". Política, religião e torcida são as tribos modernas.
O ser humano busca ser competente, alcançar objetivos, obter aprovação e ganhar
reconhecimento. Há dois tipos de estima: a auto-estima e a hetero-estima. A auto-estima é
derivada da proficiência e competência em ser a pessoa que se é, é gostar de si, é acreditar em si
e dar valor a si próprio. Já a hetero-estima é o reconhecimento e a atenção que se recebe das
outras pessoas.
5. Necessidade de auto-realização
O ser humano busca a sua realização como pessoa, a demonstração prática da realização
permitida e alavancada pelo seu potencial único. O ser humano pode buscar conhecimento,
experiências estéticas e metafísicas, ou mesmo a busca de Deus.
31
Um detalhe muito importante da Teoria de Maslow é que ela diz que a pessoa tem que ter
a sua necessidade do nível inferior satisfeita, ou quase integralmente satisfeita, para sentir a
necessidade do nível superior. Ou seja: a pessoa que não tem suas necessidades de segurança
satisfeitas não sente ainda necessidades sociais. E assim por diante.
Uma conseqüência desse fato, para a administração de pessoas, é que uma pessoa com
necessidades prementes de segurança, por exemplo, não é motivada pela possibilidade de
satisfação de suas necessidades de "status" ou estima.
Já para o marketing, uma aplicação é que não adianta querer vender canetas de luxo ou
automóveis para pessoas que estão tentando satisfazer suas necessidades de segurança, ou
seja, a hierarquia das necessidades de Maslow entrega, pronta, uma segmentação psicológica
baseada nas necessidades e desejos das pessoas.
Outro exemplo dessa possível aplicação em marketing: não adianta tentar vender produtos
orgânicos - só com adubação natural - para um segmento que está com fome. Esta necessidade
de produtos orgânicos está no topo das necessidades de segurança.
E para a sua empresa, você vê aplicações na sua administração que possam utilizar a
hierarquia das necessidades de Maslow?
A sua empresa precisa entender quais necessidades e desejos do cliente ela satisfaz
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instituições ou empresas que manifestaram o interesse em recebê-lo. Este Boletim Eletrônico
Semanal aborda temas que ajudam as pessoas, as empresas e as instituições a aprimorar: a
obtenção de mais e melhores clientes certos, a conformidade do que produzem ou fazem à
demanda do seu mercado, a aproximação de interesses convergentes entre a demanda e a
oferta, dentro da área de serviços. É nosso intuito promover o desenvolvimento pessoal e
aprimorar as relações comerciais do mercado.
.Este Boletim Eletrônico Semanal pode ser impresso, repassado ou copiado, no todo ou em
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2º - divulgado o autor e