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DIRETORIA COLECAO ARTHUR RAMOS INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA AS CULTURAS NEGRAS LIVRARIA - EDITORA VOLUME IIL DA | CASA DO ESTUDANTE bo BRASIL Praga Anna Amelia 9 4° andar | RIO DE JANEIRO GUANABARA RIO DE JANEIRO GUANABARA COLECAO ARTHUR RAMOS ACAO BRAS rorewe PREFACIO ARTHUR RAMOS E 0 NEGRO BRASILEIRO Casa do Estudante ne pal brew obra do e) partieipante do Ci ate antropologis mico de Medicis lidade, talento e j gia Social, Antropologia e outros temas da cultura wa ional, voLume v1 De fase w INTRODUCAD A PSICO ides e coutato ao vi santos ¢ orixis baianos, Tudo PSIQUIATRIA E PSICANALISE Spir ¢ ien dos FDUCACAO E PSI 0 COLECKO ARTHUR RAMOS de Macedo Soares, as ¢ Jodo Ribeiro A28 fase, a de ribuigdes line que iria depois ser adotado p noos do Negro: 0 ofricanas ¢ das s no Brasil. pés-Nina Rodrigues, um periodo ue d sua morte.em 1906", pralonganto-s@ ao periodo red. 1971, Introducao a Antropologia Bra- a, As Culturas Indigcnas, pags. 23/25). Menciona ainda tigho dos Congressos Afro-Brasileiros do Recife ¢ da Bahia, que reuniram trabathos preciosos de tantos mestres inclusive Gilberto Preyre ¢ Carneiro, além de jovens africandlogos, entre os quais 0 Signatdrio déste Prefacio, As Culturas Negras no Novo uir os ensinamentos do método historia cultural (pag. 45), corr evolucionista zado em mi © préprio de seus capit tes: A 1. versa sib rais; a 2.4 ¢ 3.2 pv neqras ocupa-se do Neg pano-amer' ‘résse parn areas ctivamente as eulturas 4." parte janas e nox paises his 108: a 5." parte — certamente ad os no Brasil, atrav ¢ fanti-ashanti, nearo-maometanos, v amplo panorama baseado em sélida € erudita literatura, O volume f Mundo, n avafia — fiel ao sew imposta @ carta de ie ¢ por vézes ingé- trodutério como wi taxada de dogm A esquema jarcar — poderé ve m certas afi Montandon, entre outros, vais da Africa, destacan- Entre os padroes sil sol Ketu, Ibadan, Yebu), pelos 97 ie Fate Anhanit da Costa aurBuro, formando os Minas, nportados do forte de Elmira ete. ca Tus: Mandingas © ira veram pave a Babes om age encal. itra-Costa (pig. 149). “ia. na. nossa linguagem foi muit sivel (alistei mais de 400 afr A influén lore, em siea popular ¢ izes procura nr VAfriqui des Noirs a, vifet, attribuer e cultes syne jn et Te wodu haitien, cadre nom 5 COLECAO ARTHUR RAMOS @ vixima da sobre- 4 0 nosso Carnaval ia da coreografi rosas alege Tas de Samba".A noite raduz no triunfo re do Bomfim, Xango Sto Jorye (io); Yemanja a Nossa S si aS. Jorge, Oxum, a Nossa Senhora da @S. Cosme'e Damido, Exu ao diabo ara, 0 eOfupé, 0 OxOXO, (nig. 78) Os trabathos de eseultura de as Colegies ‘em Burlington Gardens — doves na arte da madeira. Geralmente © Dahomey tem co) de Kotoni com Spit ¢ Mar Br: muitos neqros esera- 4 COLEGAO ARTHUR RAMOS cos arianos, fudios guaranis, negros do grupo bantu e stigos ¢ ete. 16 Varnhagem ¢ Joao Ribé se referiram es do Congo e de Mf ‘ainé, ao lato dos proced Nina R guolas e Macias de Moga: ‘do 08 negros angold-cong os prin valor na Bahia, Nina Rodrigues 1: a presenga dos Negros do Suddo em todo o Brasil prézo do contingente bantu. importante assinalar as conclusdes do Professor C. , em seu extraordindrio estudo The Golden Age of Bra- pig. 175) sob Mineiros preferred both because th powers of discovering gold. Dr. that they were also much more cor disease.” “When they do finally ad are already half dead, ax T hav wether for still pre- rais. In those for the years 1714-1740 ed, Minas appeared to be the ‘ed by slaves from “Angola and Bengala”. Alude o ilustre historiador ainda @ participacdo dos Luango, Congo Reis, Crioulo'do Rio. A pro va exeessivamente eursorily us, closely sepor Whydah (ow Ajuda), devido ds guerras ligadas @ queda, de Ardra ¢ wo apogen do Dak eram evider g6x © Géges, Ashanti. 0 pal axsim esboca Arthur Ri lorga escala dax proporeaes das ragas africanas. dos Unidos combecido é 0 epis \é sagt graat wo Brest ye a comunidade al que encontrara em uma de suas quia suas ‘apitao-Ger O episidio traduz 0 quadro da A obra de Arthur Ramos — scholar — poderd apresentar na sua investigacdo h clareira na floresta, de modo a p raior vdo. E preciso levar em conside fundamentais 0 Negro Bra: a presente — que merece uma caila no México pelo Fondo de Cultura Ei contribuiram para um levantamento 6 westigacdo sébre as origens, a assimilaca eulturas africanas no Novo M Brasil. Tive a satisfacdo de voltar a en 0 apogeu de sua carreira de Profess jentador de muitos jovens pesquisadore ‘culo XVIII. Os Mi igens. Ao manife Zea pelo fato, teve a sabia resposta: *Pois wm 1 podia td ser mulato? Tinka sido ¢ deirara de westa e segura, de ter aberto a grand compradi Brosil fica 4 como negar que «a dosagen certa mar weiedad lo Bra 0, especialmente no estimulando ¢ RENATO De MI Na, AS CULTURAS NEGRAS. Carireto 1 O NEGRO NA AFRICA E NO NOVO MUNDO. Ao iniciarem a colonizagao do Novo Mundo, trouxeram 6s europeus, para auxilié-los na tarefa imensa que tinham diante déles, os Negros africanos. A vinda déstes dltimos niio foi uma Yiagem espontinea de exploragio e conguista:, foi, ao revés, uma migracdo passiva, uma migracio forcada captura e escravidéo, 0 maior movimento migratério issivo da histéria, Assim, para se compreender 0 Negro do Novo Mundo, e conseqiientemente do Bri tarefas preliminares es ntropélogo. A primeira delas é o estudo das poptt- Ingdes origindrias do continente afrieano, para o trabalho de‘comparacio com as culturas sobreviventés no Nove Mundo. ‘A segunda ¢ a do papel deformador do regime da escravidio. ixaremos para os terceiro e quarto volumes desta obra a ‘© porque Mole an ecayaaaieoen Processo acultur: se pode estudar a mudanea cultural do Negro sem 0 exame das regime da eseravidio. Abordemos a primeira daquelas tarefas advoga~ » seu tempo, o prof. Nina Rodrigues, quando acenava, us dos seus trabalhos, a necessidade de o estudioso das negras do Bras © em aspectos de sobrevivéncia. Silvio Romero féz 20 COLECRO ARTHUR RAMOS no seu ensaio “O Brasil Social” publicado Este método deu, como ja tenho mostrado em varios tra- pois permitiu aos estudiosos bra- ies, recon 105 étnicos e as euituras negras, que vieram ao Brasil, corrigindo as de- fieiéncias do método histérico — método que foi posterior- mente empregado pelos estudiosos de outras partes do Novo Mundo. Na realidade, nl € s6 a Africa o habitat dos povos de raca oriental da raga negra, compreen- is lo Papuas, Melanésios, Dravidianos, e outros grupos ne- rdides, mas ésses grupos néo interessam ao Novo Mundo, Inois nfo foram trazidos para ef, pelo trafico de eseravos. s de nos voltar na in- Negros io vivem no continente iterraneo, os grupos aral norte, até as populagées litoraneas de extragio euro 10 por algumas pou- cas viagens de origens mediterraneas que etiopes. A obra d ss rabes ficou muito tempo desconhecida da ‘ia. A grande aventura de por- tuguéses, espanhii ingleses, alemiies, franei ses... revelou a Africa. Fundaram-se na Europa associa- cées para a exploracHo comercial e cientifiea do continente negro. As grandes bacias hidrograficas do Nilo, do Congo, Senegal, do Zambeze, do .-- foram exploradas e ‘Ai estiio og nomes de Mungo Park, Clapperton, lié, Barth, Vogel. A expedicio bonapartiana ao Ive muitas incdgnitas do vale do Nilo e dos de ww 1GKO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA at interiores da Afriea densa e misteriosa, Alo desvendados por Livingstone e Stanley. Os portuguéses Serpa Pinto, Capello e Ivens, Paiva de Andrade penetram no vale do Zambeze ¢ atravessam a 4 austral, de costa a costa, Até um corto ponto, e: di imento ficou prej lo trafico de esers lextudo das populagies africanas revelando a Afriea miste- iosa aos olhos curiosos dos antropdlog 0 problema das origens do Homo Afer ainda esté sujeito a uma série de davidas e incertezas. Em primeiro lugar, a ntologia humana e a paleo-etnologia da Africa s6 agora iam. Como se sabe, 2 arqueclogia e a paleontologis sio cléncias essencialmente européias; os fésseis, as estagies siio baseadas em pesqu Nas outras partes de se’ rever o quadro ‘ido, da paleontologia humana e da indo lugar, nao ha © Homo Afer como unidade antropolé- As popullagies africanas te no pode servir de {Gira a arqueologia do resto da. Atviea Nao ha divida, por , que 0 homem e as juissimos. Instrumentos do leste (Egito), mousterianas foram enc ca do Norte, no Egito 1 também na Africa do Sul; os arquedlogos, de fato, 2 COLECKO ARTHUR RAMOS . enxiders-lo como um representante do neandertaliano na 1.0 Homo prinigenivs prematuramente desaperecido i Afriea do Sul é hoje & que na Africa houv ij wetais;o Homem. de. Neandertal lust Tomo sapie is de grande estatura, de afinidades nex jue parece ter povoado tida a Afri-| a; e uma pequena raga compardvel aos Pigmeuis atu Quando se comeca a delinear o qu ‘traram as semelhangas d: las estatuetas do paleol inscrigées rupestres do Saara superior, com idénticas mani- |, continuadas pelos atuais Boschi- , porém, nfo foram acom las dos seis. Tudo leva a crer que o represen- ite humano jsse 0 mesmo na Africa a do Sul; ndo ha provas arqueologicas, presenea no send. Mas reeentemente, 08 muitos: humanos, mas hé diividas quanto & sua idade geolégica. Alguns erdnios foram deseri- tos como pertencenda ao niv jaciano, em Elmenteita. Acha Leakey 8 grupos humanos na raga grande e forte, jgmeus atuais, Em 1914, Hans Reek, descrevou um esqueleto, de idade ciesconhecida encontrado em Oldoway, na entfo Africa Orien- tal Alemi. Ha duvidas sdbre se dle pertence ao paleolitico recente, como querem Mollison e Giescler, tratando-se de uma ‘Ad Facial do neolitico nus ou Negrithos atticanos no centro e 0s Boschimanos. no u-8e, em tempo indeter- de origem caucaséide, que se pure com os Berberes, , dando origem a ésse fenotipo sélido aamada raga etiopiana, que parece formar 0 subs- trato racial dos antigos egipeios. Continuo a ulterior infil- tragio de Berberes ¢ Etiopes, entre a massa negra, até os tempos atuais, produzindo as mais variadas misturas, dess populagdes que margeam 0 sul do deserto do Sara. Dep Gos Hamitas vievam os Semitas que se infiltraram provavel- ; | mente desde o ni , modificando por sua, vex o funda f6seil humano, acha~ "das populagées 'As populagdes negras comeguram a ser recalcadas para 0 oeste e para 0 sul, onde misturaram com os Pigmeus e os, Hotentote:Baschimanos, ‘a essa enorme massa que se agrupa hoje na ia lingiiistiea Bantu. Os Pigmeus e Boschimanox je nao foram assimiladé®"PIESAFam a constituir ésses pe- 10s grupos de “poves recaleados”, vivendo até hoje em xrau de relativa pureza, em eertas regides do centro e do sul Africa, A primeira onda invasora de ia com a invasio dos io comegado no 1.° icocéfalo, apresenta: de Elmenteita. ‘Também em 1914 foi deserito outi em 1913, em Boskop, no Transva lo as mesmas afinidades Semitas no deve em 1921. Nos trabalhos de mina, trumentos de pedra, foram en- um eranio humano. Mare ns, que foram to poder’ advento slam. Podem-se ainda citar, como exemplos, de influén- Homem de Neandertal. A tondéncia 6 hoje a do Ey COLEGAO ARTHUR RAMOS cias extra-africanas, a migrago malaio-indonésia, em Ma- dagascar ¢ 2 colonizagéo européia iniciada no séeulo XVII ¢ se estendendo até os nossos dias, A divisio étniea da Africa, de acd: os Arabo-Berberes ou S ‘uchito-Camitas; 3° os Fi Pigmeus; 5° os ‘Nigri .° os Bantus; 7.0 os Hotentotes-Raechimanos. feagio pode ser cindida numa di de Seligman, geralment2 tomada como base para as subdivisdes tas; 2 — Semitas; 8 — Negros (Suda 4a — Boschimanos; 4b — Hotentotes (chamadox mente Khoisans) ; 5 — Negrilhos. Fay |Hinco Bronco A Fores teyn Fret Afvica Branea e Africa Negra s linguas africanas, Schlegel, Hovelacque até as mais recentes de Delafosse, Alice Werner, Selism: Westermann, Struck, Meinhof, Trombetti... ‘Todas esses sificagdes se enquadram, porém, no quadro geral, ja r2- ve 3), Hotentotes Analisa- “remos, nos capitulos especiais, das sobrevivencias afri 10 Brasil, as caracteristicas lingaisticas mais importantes los diversos grupos. Desde as mais antigas classificagdes raciais, 0 tipo Negro ‘upa um lugar definido. Nos afrescos dos tiimulos reais, de Biban-cl-Muluk, j4 08 Egipeios inelutram os Etiopes e Negros no terceiro dos quatro grupos raciais em que éles dividiam a humanidade ento conhecida; eram aquéles tipos de pele pre- ta, cabelos enearapinhados, nariz achatado, labios grosso: rognatismo. Herddoto referia-se aos “et ie Xerxes, como os “orientais de eabelos encarapinhados' Jepois déle, gregos e romanos povos da Quando se iniciaram as classifieagées antropologicas do. século XVIII, 0 Negro, e principalmente 0 Negro afri entrou como chave obrigatéria (Bernier, 1722; Virez, vte.). Na classificagio de Lineu, © Negro é 0 Homo niger, colocado ao lado do Europaeus albu: ridus edo Americanua rufus. Ble vi 1 de Blumenbach, os Negros e Hotentotes Negro de Cuvier ¢ de Quatrefages, o grupo etiépico de Hilaire, 0 Homo melanodermus (Briocomi e lophoco Haeckel, ete. Késios) e afrieanos (Negrilhos, Boschimanos e Hotent Negros propriamente ditos, Nilétieos e Negroides). As classificagdes mais recentes lancam mio dos critérios inados de caracteristicas deseritivas de cor de pele, 2% COLECAO ARTHUR RAMOS caracteres mensuraveis, como atur ete. Nao 6 possivel darmos tdas esas classificagdes. 'Resumiremos as principals, te que se refere ao Negro. Deniker, por exemplo, i$ Tagas negras na chave A: cal idos em quatro grupos: pequena estatura, dol gas Hotentote e Boschimana) avermelhada, equena, sub- Negrito (sub-ragas ature ica). A raga Etio- tra na chave B, de Deniker, de cabelos ondulados, Juntamente com a Australiana e a Dravidian A classificagdio de Deniker tem servido de base para as ssifieagdes modernas, principalmente da escola francest. Montandon considera os grupos Negros grand’ races", 4 Pigméide e a Negréide. Pi A Grande Raga side é subdividida em Raca esteatopigiana (Boschima © Hotentotes) e Raga Pigmeana (Pigmeus Negrilhos © Pizmeus Negritos). Por sua vez, a Grande Raga Negréide € subdividida em Raga Tasmaniana (extinta) ; sana (Papua ou Ni f a Homo 3, niloticus (Nilotide), (Kafride fritker Bantuide), 9 Homo s. Pa. saride) ; C — Homines s, alfuri ou Ostne- variedades, 0 Homo s. Papuensis (Neo mela- de), 0 Homo 3. melaninus (Paldmelaneside), 0 Hom : Quanto aos demais grupos Negri IA BRASILEIRA a eustralasicus (Australide) ; D — Homines s. Pygmaci on jomide com duas variedades, o Homo s, akkalis ou Bambu- e.0 Homo 8. negrito ou Negritide (Aetide, Semargide Déste quadro geral Negride pertencem & ide, 08 Westuegride e 03 Pygmide afri- iekstedt; a sub-raga iegride; a sub-raga Nilo-chariana africana i Kafride; a sub-raca Sudaniana a a. 4 Btiopide cmogéneo, pois no é0 da chamada raga nigricia opulagdes da Guiné e do Sudao, As p jiTagoes banitus se apresentany Como o resultado d ntigas mesticagens com ragas hamiticas e boschimanas ‘os Pigmeus, Hotentotes Boschimanos, Etiopes, sao ou grupos muito pr tragoes talver diferentes das da race do de mestigagens processadas desde tempos imemoriais, ‘raga etiopiana”. -verdadeiros Negro: mo no caso da chamada As caracteristi pouco, unidade cultural, no continente afri- xo seu quadro lingti Jigico-fisico deixa adivinhar. Nada de mais falso do retrato que a antropologia dos séculos passados nos sobre as populagdes africanas, conseqtiéneia dos ‘eitos evolucionistas da cultura, Do ponto de vista e 8 . COLECAO A ‘ano foi deserito como ocupando as etapas mais da coleta, passando pela caca e pastoreio, poucos fase da agricultura. Nao haveria organiz a promiscuidade seria a ordas € apenas apresentando 1 (Du culte des dieux fétiches, Paris, 1760). Do mt de grande complexidade. Os istérico-culturalistas, de um lado, desde os trabalhos precursores de Frobenius até a ten- tativa de sistematizagio de Ankermamn, e os estudos mono. e lI — Um ‘estudo tec oath eka no livro de préxima pi 1937, caps. IT acha-se em ‘preparo, Os métodas em Etnologiey 24 de um grande precursor . ‘5 inteiramente uem afirmagoes suas que a dese! for da religiéo africana t ‘opéia”; e que a descoherta do “! riaedo européia para justi (Kulturgeschichte Afrikas, 193 A primeira tentativa de del deve-se realmente a Frobenius. hos ( na Nos seus primeiros Der Westafrikanische Kulturkrets, Peter. lungen, t. 43-44, 1897-1899), havia Frobeni a uma cultura da regido guineano-congolesa qui éle chamou malaio-nigritica, para mostrar a sua conexio com # Indonésia-Papudsia; a esta cultura se contrapunham as demais culturas do continente africano, Posteriormente (Der Berlim, 1898, ¢ tr: 's), propos Frobenius & seguinte distribui nos de cultura: a) Cultura etidpica (ithio- ‘autéetone, no eixo do contifiente Sul-Norte, igos do Nilo e di re uma certa extensio do Este-Oeste; b) Cultura ica (hamitische Kultur} eixos mencionados; ¢) Cu e cobrindo jica; d) Cultura sirtica (syr- ‘has, e que penetrou na Africa iterraneo ocidental & Alta Guiné; e) Cultu- ra_atldntica (atlantische Kultur), vinda do Mediterraneo Oriental contornande a costa atlantica da Africa e ocupando uma parte da Costa da Guiné e do Congo. A cultura etidpica 6 caracterizada pela “planta”; sio as colheitas, as estacdes do ano, os vegulam téda a vida social. Regime pat privada onhecida. Profundo sentido"rettgioso da vida. O “senti- 10 de espago” na cultura etiope, caracterizado beqrenzte), tem uma tendéncia centrifuga, 0 que mostra Jo seu grau de éxpansio, A cultura hamética 6 condicionada imal, de caga ou doméstico. O “sentimento tem limites precisos, 6 centripeto: parte das fronteiras para jo interior. As formas econémicas oscilam entre a caga e a riagdo, Clans matrilineares. O “estilo de vida" da cultura ica 6 combate, Sentimento profano da vida. sirtica ¢ atlintica, penetram «LU .. Destas vieram a cultura do t As transformagies espirituais mais pr africana foram operadas pelas culturas mitolégicos, a “eriacdo” espi jtura mate (vide mais cultura yo A corres} ielos de cl te, no capitulo correspondente, a descrigio ba, por cxemplo) jondéncia dos ciclos de culturas africanas com -a da Oceania, jé delimitados por Groebner COLECAO ARTHUR RAMS ida por Ankermann, em 1905 (P, Anker- und Kulturschichten in Afrika”, Zeits chrift fiir Ethnologie, 1905, pags. 8% e segs.): 1 — Ciel primitive, que corresponde a0 ciclo tasmaniano de Grocbnei II — Ciclo negritico, que corresponde ao ciclo do Bumeran de Groebner e Foy; III — Cielo africano oriental, que responde ao ciclo papua ocidental de Groebner e a0 ci témico de Foy; IV — Ciclo africano ocidental, que corres- ponde aos ciclos IV e V (Papua oriental ¢ melan Groebner; ciclo das duas classes e ciclo do are V — Ciclo Sudanés, que corresponde ao VI ci de Groebner mitivos, admite iti ho-hamitico, no Si ia para a ilha de Madagase: lo de cultura africana ocident A sucesso dos estratos culturais afrieanos nfo pode ser estabelecida com preciso. Acredita-se geralmente que os Pigmeus representem os povos primitivos da Africa, fis outros tracos de sua cultura se apresentem bem. que tem analogias com \diantados, como 0 monoteismo, de acdrdo com as pesquisas lo Padre Schmidt. Os Boschimanos reprosentariam uma eta- pa intermediéria. Viriam em seguida os Negros representan- tes dos ciclos IT a V, em sucessivas camadas, vindos das culturas ocefinicas, segundo os histSrico-culturalistas, As mi- gracées mais recentes estendem-se desde os Proto-hamitas, Bantus e Hamitas, até os Semitas, Néo-Semitas e Néo-Ma- laios. As culturas peculiares a cada area afrieana serio estu dadas com detathes, as que tém importancia para a compre! sio do Negro no Brasil. Destacaremos, porém, de modo geral, a tentativa de divisio da Africa em areas culturais, realizada 0 prof. Herskovits, segundo a metodologia da escola nor- imbora essa divisio se apresente em algumas e sujeita ar s ulteriores, ela é util proporciona uma visdo de conjunto s6bre a dis I dos principais poves e culturas da Africa. a yidental; IV — Area do Congo; IVa — Sub-drea da Costa judao Ocidental; VIII — Area do deserto; IX — Area do Egito. Sa) ma Fre 2 Areas de cultura da Africa (Herskovits) COLECAO ARTHUR RaMos A primeira drea ¢ a dos Hotentote, povo gregério, euja cultura muito se aproxima da dos Boschimano, 0 gado de. foempentn granie eral ‘aspectos, os tragas de Boschimano: status itos, magia e adivinhacao. A segunda fea, dos Boschimano caracteriza-se pela ex- tema pobreza da. sua cultura. material em contrasce com um notavel floreseimento da arte e do folk-lore. Nao conhe- gas em colmei Familia natural em si Crengas em corpos cel magica. Pinturas rupestres curl quand eshocamos, a historia argu igica da Africa, Rico Peculiaridade fonética do “click”, 0 curioso estalido igua com que entremeiam a prontincia de palavras, drea oriental do gado é muito extensa, compreendendo duas ou trés regides diferentes, cuja unidade cultural é asse. fos pelo “complexo do gad Jarea. Populagdes de sul e linguas nil6ticas homem da drea oriental is. O gado néo prové ape- rigatéria nas ceriménias mé- ado se superpds a uma neia historiea an- a vida econdmica esses p ssegurada pela agricultura, visto que o gado Then importancia que se poderia chamar “mégica”. ‘Tra- Jbatios a ferro; vida econdmica bem complexa; propriedade véves retangular: ‘ las. Sibs patrilineares, havendo porém iinearidade na seccao central da érea, Poligumia; 0 nie mero de mulheres que o homem do com a sua riqueza em gado. Vida politica bem organizada. Culto dos antepassados deificados; praticas mégicas. Uma subdi- Aa OGIA BRASILEIRA 2 Isio ocidental dessa direa inclui algumas tribos bantus, como Ovaherero, Orambo @ Ovimbundo, <érea do gilfo da Guiné devem do seu estudo ‘Mundo. Falaremos detidamente das culturas nos capitulos corresponden- ‘Desde ja, destaquemos, porém, os sets tragos comuns, ricultura a base da vida econdmica désses\ povos. Vi- Fem em aldeias compostas de_casas_retangulares, de _barro palha. No Si Na 6s “castelos” de forma conica. rte-algodaie € tecidas com fibras de certas arvores. Ce- simica e trabalhos de ferro; fabricagao de utensilios domésti- Hens c armas de guerre, eaca © pesca. Objetos conhecidos como Gravterizando a “arte africana”: figuras de madeira, més- ', objetos decorativos, com representagées humanas ¢ de- ‘Tambores de troneos de arvores; “li 0 seu maior apogeu entre ésses povos ial © social atinge lanés. Trabalhos em bronze (os bronze de tipicos de stock s ura atlantica de Frobenius) As restantes direas caracterizam-se pela influéncia deci- ‘2 cultura maometana em contato com os varios grupos ponta oriental ou do “horn ngua hamitiea, tem afinidades culturais e lin- totes: estruturas gramaticais equiva~ social patrilinear.—. ‘A drea do Siulio oriental, que compreende uma parte do é const ida de nm povo némade, de origens 5 que adaptou sua cultura as exigéneias da t6ria influéncia mugulmana, Complexo st OLE MUR RAMOS {ODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA, 36 Mas 0 Negro do Novo Mundo teve amputada a sua per- chegou até ef, nfio como um repre- grupo de cultura, mas como Negro tudo da eseravidilo, como processo mutilador, tanto indispensavel, mesmo Negro no Novo Mundo. O seu estudi ito nos terceiro e quarto volumes des ita ordens as varias tribos. Vestes de pano. ‘Tendas, tambem pano, facilmente desmontavei maometana, com tracos das rel ii camelo, Patrilinearidade. 0 chefe politico é 0 sheik, qu ‘mero de povos que sofreram a infh grande contingente jegvo-maometana, cujo estudo pormenorizado faremos no lugar corresponder a de cultura tipicamer seculares entre a ci genes. Em muitos os padrdes culturais origi que sofreram a influéneia berb do séeulo XIX. Povos agricultores e past bra e a sua historia 1 ser contada em trabalho ulterior sobre “Negros c- os”. Desta vez, limitaremos os dados histéricos e psico-sociais minimo indispensdvel ao estudo da migracho passiva dos e em geral nos paises do Novo Mundo, (0 0 trafico de escravos nas costas da Africa, como agro. “Av tas rerlptoss entre Cestios ¢ mento dos primelros eserav foram levados para Ftugués Antonio Gonzales eapturou "moun iro, mas ale hoje se discute a que nagdo cabe a prioridade trafico de eseravos, se a Portugal ou Espanha, Antes trafieo para o Novo Mundo, Sevilha 4 era conhecida como unde emaporio do comércio de eseravos na Europa; os me ores eevilhanos compravam ouro em pO € eseravos. na josta ocidental da Africa. magia e adivinhagio, As restantes areas — a do deserto ¢ « egipeia — de refletem a dupla influéneia marsi- Os portuguéses instalaram-se na Costa do Ouro, onde wtruiram o forte de Sao Jorge da Mina ou de KI Mina, que tornou o grande centro de coméreio de escravos. na.Costa tal africana. Os primeiros escravos parecem ter sido idos no Novo Mundo, em 1502, em virtude de da Expanha & Hispa ss, para categorias das culturas africa hilas, influéncias eg Como se vé, as populagée: sentarem uma unidade c\ Je selvagens.antropétagns, fa promiscuidade da outta viados e complexes, se mistur em combinagdes imprevistas. B 6 por isso que, quand damos 0 Negro no Novo Mundo, devemos ab velha opiniiio estereotipada de 86 ver o “nesro da Costa”, “pega da Guiné” ou a “peca da Africa”, mas, como antto- pélogos, devemos recompor @ personalidade cultural dos re presentantes de stocks raciais e culturais, varios e com ti e Sio Domingos) negros salhos de mineraco. wendo © Padre Bartholomeu de Las mms resultados” campos, incitou a coroa Negros, AtE 1517, poucos eseravos foram introduzidos as devido aos escripulos do rei Ferdinando, quando los V concedeu a um nobre flamengo 0 monop. 36 COLEGRO ARTHUR RAMOS exportar anualmente quatro mil negros afrieanos para a Es- paniola, Cuba, Jamaica e Porto Rico. A historia do trafico negro na América Espanhola é contada, com detalhes, nas obras dos historiadores hispano-americanos, principalmente na Historia de la Esclavitud de la raza africana en el Nuevo Mundo y en especial en los paises Americo-Hispanos, de José Antonio Saco (nova edi¢do de Fernando Ortiz, 4 tomos, Ha- vana, 1938). Das Antilhas, os Negros foram redistribuidos para os 's pontos da América Espanhola. Cortés levou para 0 -0 Negros escravos, que trouxe de Cuba, em 1518. J4 em encontravam-se na Nova Espanha muitos Negros, fu- vos 0 México e pai desde os dos Negros es séeulo XVI foram conduzi- 105 nas expedigdes dos capitiies de Cortés, A entrada de Negros escravos nos paises hispano-ameri- ‘os da América do Sul, esta ligada a histé vengas a particulares irme. Com 0 firaifico dos portuguéses, no século XVII, Martin de Guzman nteve em 1692 para prover de escravos a Vene- nte cinco anos. Depois, com 0 monopélio inglés, pelo tratado de Utrecht, a admitir em nualmente, No Peru, os interessantes trabalhos de Fernando Rome- ro nos informam que desde os primeiros tempos chegaram Negros escravos com os conquistadores. Presume-se que Pe- dro de Candia desembarcou em Tumbes acompanhado de um galo e de um servo negro. O décimo nono otrosi da Capitu- iio de Toledo autorizou a introdugao, no Peru, de “cingiienta os trabalhos de mineragao e agricul E durante os séculos seguintes, os navios negreiros es- ‘am a sua carga em terra peruana, onde foram distri- los principalmente na faixa litordnea, INTRODUGAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA ” Negros. Mais adiante, outra fonte subs aquela: a de ‘A influéncia do Negro no CI ‘aproveitado apenas o tr: pS, ao norte do pais! 10s varios dados dd» la Prata (vide exp, Montevidéu, 1941). A o trifieo negro em Buenos Aires é s ‘os eseravos na Banda Oriental, segundo Valdés, foram provavelmente introduzidos pelos por- tuguéses que fundaram a Colonia do Sacramento, em Janeiro de 1680. A primeira carga negreira regular, que chegou a Montevidéu, procedente de Angola é de data muito poste- tug: comegou a introduzir Negros nas suas colénias americanas, vem assinalar, porém, qué os primeiros Negros chegados ‘Virginia, em 1619 ou 1620, foram trazidos por um navio holandés, ¢ néio eram propriamente escravos, porém, traba- dos pelos plantadores da regio, que verteram aquela servidao, de transit 1 wos para os Estados Uni ‘Africa, ou indiretamente das Antilhas, continuou até 1808, indo foi proibido pela Constituicao. Companhias portuguésas, espanholas, inglésas, france- sas, holandesas... inundaram de escravos os varios portos COLECAO ARTHUR RAMOS da Tierra Firme, das Guianas, de onde forain redistebuos para as plantagies te 6, de algediio, de fomo.... para os trabalhos de No Brasil, Negros escravos Nilo se os no Novo Mi mas é inegavel que o seu ntime Enciclopédia Ca mero de eseravos importa iam de autor para autor, mnta por milhes, A am importados para 2s stados Unidos do uma estima para as colonias in ano de 1776, segundo Bancroft. Tucker e: a mil o niimero de eser? f Sa época da americana, Os eal rimeros para 6 p de. Morel estabelecem 666-1800 (Cf. Hersk« oe. city pis 236) — Beeravos. importados s6 peo para as coldnias inglésa, francesa ¢ espanhol vere (um quarto de mil Ly 160-1786 1752-1762 — $6 Jamaica 1159-1762 — $6 Guadclupe import 40.000 covers saeco a queses, 2.000) ae INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA ” Os Negros aportavam, no Novo Mundo, as varias cidades -amexcados de escraas: Guianas, da América do Norte, da ‘de onde cram redistribuidos para o: os rurais 00 urbanos. neia desta grande massa de eseravos é ainda Parece que os Negros tenham provindo praticamente indo 86 da Africa Ocidental, como da Oriental e mesmo Madagascar, nfo. ex- indo Africa do Norte. No ha documentos exatos sdbre os foces de captura de eseravos, na Africa. Mas tudo indica Mmaioria provelo de pontos definidos da C dental, como verernos, 0 trafico inglés parece ter escolhido a Serra Leoa como foco prineipal de procedéncia d os, gmbokaso-ae7DT yne—vieramr de ttitos pontos da Costa Oeidental, do Alto ger, da regido dos desertos saarianos, do Senegal, do Lago had, do Sudoeste Africano, do delta do Zambeze, da Costa Sudeste ‘As origens tribais dos Negros escravos foram discutidas por varios autores, & luz dos documentos histéricos (vide Herskovits, loc. cif. e “On the proveniense of New World jegroes”, Social Forces, vol. XII, 1983). O missionario ale- io Ollendorp achou que 08 escravos vindos para o Novo Mundo pertenciam a tribos que se estendiam do rio Gambia iger. Os nomes tribais dos escravos da Jamai- tigados por Bryan Edwards, um historiador Ble achou que éstes escravos 'As pesquisas mais recentes de Klisabeth Donnan revela- ‘dados interessantes sobre as procedéncias tribais dos jortados. aos Analisando os do- tos dos navios neyreiros que trouxeram escravos para no periodo 1710-1769, ¢ para a Carolina do Sul, 1752-1808, encontrou E. Donnan as seguintes re igen Africa”; Gambit ‘Ouro, Castelo de Cabocorso, Bande, Wha Bance, ¢ Barlavento) ; Calabar (Velho Calabar, Novo Cala- Angola; Congo; Madagascar; Africa Oriental 0 COLECAO ARTHUR RAMOS outros dados como Ocidentais e alguns pontos norte-at 3 documentos guéses (como verem ontos como procedés ‘zal, 0 pais de Gi n € 0 cabo Formosa Costas de Loanzo e de Foi entio utilizado um novo método de estudo pel 1a do Negro no Novo mento dos padrdes.de culturas, ¢ 40s Tatroduzidos no hemisfério ocidental. [og africanismos apresenta-se assim como Go antropologo, a qual devers ser completada necessiriamente com 0 estudo das transformacées i das ao trabalho da aculturack is lo Senegal e do Congo. Os Negros eseravos, repres se distribuiam uniformemente em firea que éles povoaram foi uma f de em forma de S, na orla atlant ‘América do Norte, abrangendo grande parte do vale do gélfo do México, estendendo-se As Indias Oc ianas e ao litoral da Tierra F lo Nove Mundo. ai ue se est Pea Mercado de cs eseravos na Costa Ocidentat ‘no século XVI. a 2 COLEGAO ARTHUR RAMOS pendo-se um poueo para desde 0 Maranhao até 0 Rio de entrag gros foram redistribuidos pelo algodao, de cana de agiicar, thos de’ min quase tada a ntinuar nas costas brasileiras, terior, para os campos de af, de cacau, para os traba- :. Os pontos extremos das Américas e ‘Mundo fiearam pontos ‘a. Os escravos ai introduzid séculos seguin- tes. oe gro nao foi considerado, pelo tuguésa e Espanhol s os tém incluido no vas dos Negros do de 1931-32) 0 to largo, iegro”, ai inelui ‘aneos que postuam uma lon- de “colored” mais . 0 que faz com que as "as americanas nao sirvam de base aos estudos demo- tuigdo dos padres culturais negros no Novo é facil, pois nao podemos distribuir esas sobre- em rais, como na Africa, Vérios fatdres dificultam dades desiguai dores de cultura (culture carriers), 0 que torna difi tudo da difusio cultural; migracoes do Novo Mundo, com as re igdes jA as trabalho dos contatos de cultura e os res JDUCAD A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 2s da eseravidao, alterando e por fim, a ago deformado e cultural do Negro em impleto o comportamento s« do Novo Mundo. las earacte- podemos considerar, am} Herskovits, trés padrdes culturais do Negro no primeiros tempos da Unidos, prineipalmen- negra Eguti-Ashanti). Haiti 6 originaria da b) Na A entre os Negros fins do século XVIII, a de elementos do cultura Yoruba), a0 lado das influéncias bantus, intima- jente amalgamadas com aquela. Alguns pontos de Novo Mundo apresentam quase inta- tos os seus padres aft ‘omo no caso do chamado Negro das gros, revoltanclo-se nos séeulos XVI e XVII, nas o Surinam, onde se mantiveram pleto isolamento, por i iginais. O exemp! . je procura assimilar cada vez mais os pi branea, Entre os dois extremos, esto os Negros tes partes do Novo Mundo. rrizado désses varios Nao sabemos exatamente em que data foram introduzi- Brasil os primeiros escravos africanos, Quando 0 “ IR RAMOS tréfico jé era intenso nas fndias Ocidentais, nio possu nenhum documento seguro provando a entrada de Ne eseravos no Brasil. Nos primeiros engenhos de ca car da Capitania de Sao Vicente trabalharam Neg: nos, conforme a opiniao de varios historiad outres que a caravela encontrada por Martim Afons i Buhia, em 1531, ja se dedicava ‘et lue escravos (v III volume, Rio, 1941). Com o desenvolvimento da cu ‘Metropole concedeu a cada introdugio de esera S. Tomé, em que féz nas Indias Ocidents a0 Superior do seu Colé gro africano na inci Nai iente povoagao ésito entrar em debates na parte ticular (com: e Pandid eras, Catenion do. Imperi © Geogr. Brus, parte 2%, Ilo, 1087 & ia ‘) Basta saber, para 0 momento, enso, do séeulo XVI 40 XIX. Os N Guiné, de Cabo Verde, de tong a Luis do Maranhio, désses portos se distribuindo pa pontos do pais, area ett de Branson © Negros Metropole, em leis-especiais das Ordenactes Ato culo XV), Manuelina (combed do-séeulo XVI) ¢ Filipina tem 1603). Durante os séculos XVI, XVTP-e-S¥HL, eompanhias virtsportuguésas, espanholas, inglésas veram su INTRODUGRO A AN 18a 8 cessivamente 0 moncpélio, para a introdugao de Negros craves, no Brasil. Apesar de varias restrigdes a0 triifico, Geto continuou até a lei Euscbio de Queiroz, promulgada a 4 de Setembro de 1850, que proibiu definitivamente a importa- do de Negros eseravos. Naio se sabe eraves introdu imprecisos os dados a respeito da seadis em documentos histéricos. que sfio as mesmas para as yartes do Novo Mundo. Mas no Brasi e tordos os documentos da escra- dos navios ne; venda de eseravos, papéis de p ordenada por um decreto de 14 de De- stro Rui Barbosa, © exe- restantes p: de 13 de M , as estimativas do niimero de Negros 1s no Brasil variam de quatro. adesoito milhoes, Calégeras_caleulou a entrada, abual ‘FSA mil Negros, o que ‘ou dezoito milhdes para s foram julgados exagerados por ‘Afonso de Taunay’, ‘zmente niio puderam contra~ 5 sequras, O cileulo de & baseado na utilizagio ‘as maiores eulturas 0.000 escravos para ‘culos XVII, XVII e XIX. menos imprecisos S20 0s Brasil, desde os primeiros tempos Pretende-se que em 1798, para uma po} 0 habitantes, 0 mimero de Negros eo de eseravos ascendia a 1.582.000, se 1.361.000 Negros, s nia, Na estatistica of era de 3.817.000 com 585.000 1.930.000 escravos, dos quais Para 1819, 0 caleulo foi COLECAO ARTHUR RAMOS para um total de 4.396.132 habitant. ‘livres e 1.107.889 escravos (CE. Perdigts Moke op. eit. pigs ~ 3-14), como se segue (Ioe. et, pase. 330) Provinces Loree Eseravon Toul 5 de 12.210 6.00 19.350 “sta. oo.a01 5000) azs.so 66.068 ate a0 900 eae sa ats “en.ra8 S09 16.701 S469 sont aa sii 3100 “oan 3s ns wim teas ire mae Sess ott ass 0.004 ge ims Sim 23 hae Bs 300.649 147.263 477.912, 38 32.578 poe “Bee rt wasn 8.e60 stow 100.650 Trot Bas 398 ‘25 Wi 9. 3.889 oa a4 am 3.907 223 tao 3 ees abt ‘308 25.800 “ea.t68 Baw ite St 308 auadeo se verifien que a percent 4 pereentagem 10 no Maranhao, com B6 i: 1 ha mineragao wuriferas a 38 6 829%. em Alagoas, Os minhmos ache doer 138 médias das demais provinclay os oe a Na estatistien dos 210 de 38 de Sel 1885 e Regulament FOV: Bi de Novembro do mesmo ayo" (Pumasns eeacs th arrolados, Ministério dos Negi ¢ Obras Pablicas, impr, OF tes mimeros, nam total ae 1 : de 1 (Penulagéo eserava e libertos INTRODUGAO A ANTROFOLOGIA BRASILEIRA, a jibertos: Minas Gerais, 191.952 eseravos ¢ 4.121 Rio de Janeiro, 162.421 eseravos e 9.496 libertos; Sao Paul 107.329 escravos e 2.558 libertos; Bahia, 76.888 eseravos e 1 001 libertos; Maranhéio, 33.446 eseravos e 452 libertos; Sergi- pe, 16.875 escravos ¢ 204 libertos; Alagoas, 15.269 escravos & 202 libertos; Pard, 10.585 escravos e 26 libertos; as demais provincias apresentavam niimeros inferiores a 10.000, sendo © menor niimero encontrado no Ceara, com 108 escravos apenas, Cotejando ésses ntimeros com o quadro do Consi Veloso, verifica-se que as zonas onde havia maior nim de Negros eseravos eram: Minas Gerais, Bio de Janeixa, Sao Paulo, Bahia, Pernambuco, Maranhdo, seguindo-se.os.demais Estado; es. Fademos consierar como focos principais 4 mtara, ou centros de redistribuigio para as resides cir- cunvizinhas, os seguintes: 1 — Bahia, com irradiagio a Sergipe, one, os Negros seravos foram disttibilidos para os campos.e plantagdes de foana te acticar, PMN, CACAO € Ser Vicos domést -banos, & posteriormente aos sevigos de mineragio da z6 2 — Rio de Janciro e Sio onde os Negros foram encaminhados aos trabalhos das fazendas agueareiras © ¢3- Teeiras da baixada fluminense, ¢ servigos urbano 3 — Pernambuco, Alagoas e Paraiba, focos de onde ir- radiou uma enorme atividade nas plantagoes de cana de agti- car e algodio no nordeste; 4 — Maranhio com irradiagio ao Pari, foco onde pre- dominou a cultura do algodio: com irradiaglo para Mato Grosso & ineragio do século XVIII. oifis nos trabalhos de Nexto desapareceu das estatisticas. E so indiretamente temos ‘« edleulos, Citamos duas dessas estimativas: a do C re num exame de trinta mil soldados do 8 ‘70s puros ho Bras COLECAO ARTHUR RAMOS aa Bahia (doe. do )PUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 0 dria, ja la vor N nte em cumular com 0 sobrevivéncias negro-br: , ybre as origens triba mas faltam as distri- Py COLEGAO ARTHUR KAMOS eas que esto sendo continuadas hoje por téda uma séri investigadores, & minhas préprias observacdes e pesal Nordeste, 1930- 1933; Rio, 1983 —...) apresento o seguinte quadro dos pa droes de culturas negras sobrevive! i CarituLo TI A CULTURA YORUBA A grande densidade de populagao da Nigéria, superfiele de 877.000 kn os tem| Ia Gi ‘stem em estado pu As nparativo, as querras os 2 COLECAO ARTHUR RAMOS 1885, ti 0 Niger so proclamados sob a esfera de influéneia inglésa. Comecam as expedi¢des militares para consolidarem a posse. Numa destas, a nin foi tomada de ass to (1896), deportado o r vézes secular. de Bel atingido a um grande es- pode ver na colegio de objetos de arte, que cem hoje os museus europeus; desde as estatuetas da "a are ‘08 maravilhosos trabalhos de bronze e de marfim aras, estatuetas, grupos dos séeulos XVI e XVIL. Além do reino de Benin, muitos Sige ia do Si de Arogangan, nos grupos, que se Luerreavam entre si. Abeo- (08 anos de 1825 e 1838, dos eseravos fus gidos. 4 se essa reviravolta produzi Os Yoruba, constituem um grande nimero de grupos , dos quais sfio Egba (Buda), de Abeo 1m (Tje-bu-ode) ; 08 Keti Thole, os Bk n outrora to« ‘osta dos Escravos e 0 par os Ija (Idz0), os Calabar. e montanhosa, os [gbera e os Jga s para dentro, j Pi COLEGAO ARTHUR RAMOS Os Yoruba sio racialmente Negros, isto 6, pertencem ao outros metais Quanto 1760) empregou a expressio fe che tiga (de fac mag outros). 0 e feitigar termedidria entre o chamado ateivmo inieial eo na INIKODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 58 ligido. is, no séeulo passado, e depois ram mostrar um pantedo sendlo objeto esp 3s homens, de seria a reprodug: aquele povo, em que o rei 1» fé-lo derivar de asha, ceriménia, religio esha, “escolher”, Py COLECRO ARTHUR RAMOS Embora no seja propriamente um indades, If deve ser_considerad Nigéria, quem decide qual consagrado. Precliz os tempos de fon @ indica os deuses que foram ofendi oferecer os sacrificios. Ha varios mitos sdbre a origem de Ife dos orizds que nio nasceram do ventre déles diz que Ifa veio diretamente de justamente um Um feitos e foi deificado depois de morto. E uma dessas historias evhemé ie 6 contada O mito mais importante, segundo Farrow, 6, porém, mando, quando havia Drungan, o chefe. Saiu Ifa & procura que consentiu em Ihe dar as nozes. Como meiras fossem muito altas, os cOcos foram colhidos por ma- cacos que do alto os atiravam para Orishabi, a mulher de Orungax. Das mios de Orisha 80; iridos a Orungan. & por i © adivinho de 1/4, comega o seu cer nial, pela invocagao: Orungay Orishabi, @ juba “Orungan, nos te respeitamos! Orishabi, nés te respeitamos INTRODUCAO A ANTHOFOLOGIA BRASILEIRA ot especial. Bles ‘0 pai que tem o se- . Estes Os sacerdotes de Ifé constituem uma fF mados Dabalarvos. (baba-li-arro, m cabo tabuinhas de escrever, dos Muculmanos. Bsta ti mada Opon-Ifé. O babalao vai entio atirando as ni uma mao para outra, e ws anotagdes no O} processo 6 com por ésse meio c seuem penelrar os ‘ao, As mulheres fe serem bem sucedidas Hele Ifé. Sacri por ano por um é Na mitologia yoruba, como nos lis (The Yoruba-spet transmitido por A. 9 peoples of the Slave Coast of cada ver mais se afas- B entéo apa Obataté sis fi-ala), ou ainda 0 us origens sio aceitas pelo mission: centar que outro titulo seu ou da pureza” (oba- (oba-tisnta). Ambas Bowen. Convém a Orvsha-nta, éste orixd faz 0 papel de guardiao civieo. © protetor das cidades e dos templos e é representado nas turas como um cavaleiro com uma langa. Seus fidis usam s COLEGAO ARTHUR RAMOS Oduiua, a Terra, tem também um nome de origens con- troversas. Para uns seria e-wiva “existéneia” de Obatalé, isto dua tem as Entre os Y que esta & contem deus do mar: Niger; Oxw “50 A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 59 Embora Ellis, a quem se deve a relag&o désses orixis, éstes niio silo considerados hoje do. De da no lugar 6 pereebe e comeca casa do pescador Ii fa perseguir nie pede a ést as tornou-se ‘am mais suport m as suas mulheres srotado © COLECAO ARTHUR RAMOS € teve de fugir de noite para Tapa, a terra de sua mii panhado de uma das suas mulher‘ donou-o logo apés, e Xangé viu-se ape no meio de uma terrivel floresta. Ai, do escravo, enforeou-se num gal Nao mais o encontraram, poré da terra, de ade um pavoroso temporal, com trovoes ¢ te mito diz que Xangé era um mo um_homem-m ’ porém, que é deposto por panhado pelas tré ero de vassalos a deusa do rio Niger. corpo de X De Encheram do-as sobre entre os hab rej enforcou. amigos rep nao se enforeou”, E acrese nou-se um orird ¢ vai castigar um sacrifieio votivo: bo Até hoje “Oba biais que evocai taram ou nfo, “rei se tinha : Xango tem sacerdotes especiais para o seu ct chamados Oni-Xangd ou Oducu-Xangs (0% Os sacerdotes principais recebem » nome de J 1A BRASILEIRA st INTRODUGAO A ANTROPO .ecbo"), porque séio éles que recebem as mensa- ‘a de Xango” é o fetiche principal, como ‘Xango vive acom- em tempos, bi trovao, me vez em quan devotado um passaro impreender, como se Oyé é mencionada como a ¢ yoruba do rio Niger, uando Xangé morreu, ela chorou tio co- grimas formaram 0 rio Niger. A se -e-deusa do pequeno rio do |. Da mesma forma, a terceira perto de 18 guerreiros e cagado- de ferro, E represen- de ferro ou de ped jos do ventre fecundo de Yeman- rvores que The devem COLECAO ARTHUR RAM! dlos missiondrias cat uma poderosa entidade, dotada de poderes ficos especiais, embora os negros africanos lhe prestem ¢ as outros orizds. E chamado também Elegbara, Bley) as (légba) le nio malévolo. Representam-no onde ine de pau, e am Um dia, quando SILEIRA 83 INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRA numa grande festa em que todos di tomar parte nas dangas, mas devi pecou e caiu. Fe De qua! Ibeji tem um a COLEGAO ARTHUR RAMOS dos orivds néo para ai. Seu nim inge a centenas, nsidera ‘omo ja Destaquemos alguns que se po- ente. Ha varias 1a Nigéria, com templos armados a Oké. O mais no- s € a rocha sagrada Olumd, em Abeokuta, Oké wsiderado a ivindade secundaria eseeu de impor- ha floresta e ajuda os a. PFotere Tambam os representado sob a armado com arco ¢ flecha, is da riqueza, emblema é 0 cavrie grande. Hi fer mulheres Olosd. Olo (de 0 "do mar acompanha com um &% hist manidade e r dagio da terra. Jé tinha ng truir os homens, provocando a it = if Z - INTRODUCA A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA co conseguido parte do seu intento, quando interveio Obatald, salvando o resto e obrigando Olokun a voltar para o seu pa- lécio, no fundo das &guas. E éste um dos muitos mitos do dilivio, de origem negra. Olokun tem. 's, mas uma das mais impor- tantes 6 Olosd, a que fiea perto de Lagos. ‘Tem as mesmas propriedades que as outras deusas das 4ycuas. sco, chamado Olarosa, divindade tutelar das casa: us cidades, representado por um montieulo artificial ‘A série dos orizés, esta longe de cherrar ao térmo. Seu niimero, como jf assinalamos, conta-se por centenas. Os Yo- ruba distingiom, além dos orirds propriamente ditos, um certo niimero de “espiritos dos mortos”, como Ivo, Oro, Egun, Equngun, Eleko, Autores como Dennett, asseguram que éles ne tornaram agora orizds. Mas o certo 6 que seu culto, e prin- Imente as sociedades secretas a que do lugar, tém aspec- ‘bem diferentes do culto dos verdadeiros orirds. Voltare- ‘a0 assunto mais adiante, Sho complexos 0 culto e ritual dos Yoruba. A comecar pela divisio dos sacerdotes do culto. Ellis eonsiderou trés ns distintas dos sacerdotes yorubas, + A primeira ordem, a mais importante, 6 a dos babalareos, fou sacerdotes de If. Hi-os de varios graus: 0 oluwo, que € 0 Ichefe, obedecido pelos demais; o ajigbona, o chefe assistente; » odofin, que age na auséncia do oluwo; 0 avo, que ver logo is do precedente; 0 asare pawo, o mensageiro que chama s para a ceriménia; 0 Asawo, espécie de delegado do axare pawo. A mulher do babalawo toma geralmente ¢ nome « apetebi ou awayo, Ha ainda a distingiir o awaro, sacer- devotado a um orizd particular e a quem cabia outrora 0 ver de dar a morte a vitima de um saerifieio humano. Uma segunda categoria da primeira ordem engloba os 10s dos orizds euradores, como Osanyin e Aroni. Ha Ja uma terceira da primeira ordem: a dos sacerdotes de Ide Odudua. Todos éles trazem vestes braneas, exceto m A segunda ordem, ainda segundo meira categoria os sacerdotes de Xa’ Xango ou Magbas. Trazem um colar de contas pretas, ve! melhas e brancas. Os colares de contas apenas vermelhas braneas silo usados pelos figis de Xangé. Uma segunda goria compreende os sacerdotes de todos 08 ori Orixaké. Cada orird tem os seus simbolos caracte: Ogun, bracelete de ferro no brago ssquerdo; Onn, de bronze e colares de contas transparentes, da cor de am- bar, ete. A te Orizake © 08 s E interessante assinalar que, a nfo ser no caso das sacerd tisas de Orirakd, os deveres do culto sfo atributos essen mente masculinos. Os sacerdotes vrai inhagio © a. medicina, oferecem os sacrificios aos rigem os demais atos do ritual yoruba, As p parigas ded das ao culto dos so mais comuns no Daomei. Veremos no capitulo seguinte, co de i 08 sacerdotes e sacerdotisa: guias ¢ decanis dever descri¢ao de idénticas prati vamente conservadas em alguns candomblés da Bahia, veremos adiante. Toda a vida social dos Yoruba es da de aspectos religigos. A eomegar pel INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA, a hor A semana tro dias, e eada dia 6 consagra- do a um ori |, como se segue: Awo — dia de If Ogun — dia de Ogun; Jakeuta— de Obatald. Os oriz iste na oferenda dos saerificios de animais, misiea e d ea, ete. Os rituais funeravios estio a cargo das que evocam os espiritos dos mortos. A mais freqliente, em lamentagées feitas em altos brados parentes e amigos do morto. O corp. jamente, os eahelos raspados ¢ em se; com suas melhores roupas. Amigos e vizinhos sio conv para a guarda do corpo, durante tda a noite, provisdes de comida Um funeral é sempre um acontecimento espetacular ¢ lispendioso. No caso de pessoas cle lade Ogboni que se encarrega © estudo mais units among the West Afr f Doctoral Dissertations, Northwestern Uni June-August, 1939, pags. 43-47 ¢ “The prin ial structure of the Yoruba”, Amer. (agb6 ile)’ vivem trés classes de pi e COLEGAO ARTHUR RAMOS as esposas dos membros masc\ nome de as “esposas da easa” (aya ilé); os estr (alej6) que recebem a hospitalidade dos membros do sib e pastam a ser considerados como membros do agbs ilé. © por sua ver é di- vidido em sub-grupos, cujos membros trazem 0 mesmo nome de familia, Ha uma 1 estreita entre éste sib patrilinear eos gr sim, @ crianga quase sempre recebe o ori le receber um orixd, atra- jinha de parentesco. A poligamia é.axegra entre os Yoruba, Além do térmo ral para espésa, oya, os Yoruba possuem dois outros: a sposa mais velha” (iyalé) @ a “espdsa mais jovem™ (iya- ). Convém acrescentar que tédas as mulheres casadas do sid sao conhecidas pelo nome geral de espisa (ova), com as distingoes para os easos da “espdsa mais velha” e da “espésa mais nova”. Os homens referem-se a elas, mesmo quando ‘ao sao suas mulheres, como “minha espdsa”. A mesma coisa acontece com. os homens easados, conhecidos pelo nome geral de “maridos” (ok6). ‘A idade 6 importante para determinar o status social dos meno que Bascom chama seniority. os mais velhos tém os melhores lugares e recebem as mel porgdes de comida e bebida, As expressdes babd (pai) e iyd (mie) sio sempre provas de respeito aos membros idosos, mascul ¢ femininos, do sib, Nos casos comuns, 0s membros do grupo sio clasificados como pertencendo acs grupos dos “mais jo- } Nomes individ nos casos de mem! mam-se reciprocamente pelos nomes indi em que tenham filhos, 6 uma prova de respeito ou afeto, diri- girem-se um ao outro, reeiprocamente, como “pai (ou mie) de fulani Intro UCAO A ANTROPOL BRASILEIRA Outras formas de tratamento ¢ parentesco sio explana- das no trabalho de Bascom (“The principle of seniority, ete.”, loc. cit.), mas todas elas esto ligadas fundamentalmente & {mportancia da idade, e ao fato de pertencerem ao grupo “mais jovem” ou “mais velho”. Associagées importantes, entre os Yoruba, sao as socie- dades secretas. Atualmente ha quatro grupos principais desta Inatureza: as sociedades de Ogboni, de Egungun, de Oro e de gemo. Outras ainda podem ser encontradas, como as de WBluku ou Eleko, Eyo, Gelede, ete. Convém notar inicialmente que @sses nomes sio dados ‘0s espiritos dos mortos, como ja referimos, e nao devem ser confundides com os orirds verdadeiros. Oro & 0 supremo poder no culto dos mortos, entre os Egha, em Abeokuta. & chamado pelos feiticeiros através do fom produzide pelo “berre-boi”. 0 culto € proibide as mu- Iheres. Egungun, contraido as vézes em Egun, significa “oso” ‘esqueleto”. 1 0 espirito de uma pessoa morta que volta wrra, Os Egungun, dizem os negros, costumam voltar & terra, em forma humana, As vézes de dia, em grupos, andan- do ¢ dancando de maneira grotesca, falando de forma esqui- ita, como ventriloquos, aterrorizando as pessoas. Egungun 6 especialmente poderose em Ibadan. Em Junho de cada ano, hi uma grande festival de sete dias, verdadeiro dia dos mor- tos dos Yoruba, Eluku € outro espirito dos mortos do pais Tjebu. Sua forma materializada toma o nome de Agemo, espirito dos antepassados. Abikw 6 o espirito das eriancas; é também uma ise de espiritos maus que provocam a morte das crianeas. 10 a mortalidade infantil 6 grande na Nigéria, compreen- ea importineia do culto de Abiku. Todos ésses espiritos dos mortos recrutam membros para 3 respectivas “soeiedade secretas”. Os membros da so- Ogboni formam um tribunal importante, cujas deci- rodeadas de grande segrédo. Os sécios da sociedade aparecem em travesti que escondem completamente identidade, 0 COLECAO ARTHUR RAMOS Os membros dessas sociedades so escolhidos pelos pro- ima protec reefproca para os s que ocorre nas sociedades do tipo da dos paises europeus. mas sociedades seeretas, fora da Nigéria, parecem extar com casos de destrui¢io de vidas humanas. Vi exemplo, as soviedades do “Leopardo”, do “Crot da Serra Leoa e de outras partes. Entre os Yoruba, nao pa rece haver, porém, i em que os’ moder Restam e tabus jeses trouxeram para de marfim ou NERODLCAD A. AN A Jlegées (vide especialmente as obras de Frobenius, sa arte africana, com magnifieas reprodugées di de arte dos Yoruba; entre outras, a Kuli , Zisrich, 1 gs. 459-628) - So imag \S @ privadas, ‘oruba procura figurar os deuses ou pes- re protanas. Hi uma quantidade enorme destas estatuetas ., muitas delas sobreviventes, como sa dos Negros baianos. A mesma coi 18 objetos do culto, insignias dos oriar is, instrumentos de m parte dos quais ainda sobrevive na cultura ‘grupos dos Negros brasilei Carirozo IIL © GRUPO NAGO: A CULTURA YORUBA NO BRASIL Nao se sabe exatamente quando comegaram a entrar es- eravos Yoruba no Brasil 'S que o trafico de escravos vindos da Nigéria foi relativamente recente. Jé ixamos assinalado que 86 nos ¢¢ séeulo XIX, 0 po- jeroso reino de Yoruba se torn ido dos europeus. INo entanto, ja em fins do século XVIII foram introduzidos gho Brasil escravos Yoruba, que aqui chegaram juntamente fom outros negros sudaneses, Isto se explica facilmente, uando sabemos que no comaco do século XVIII, as tribos yruba foram expelidas para a regiéo costeira pelos povos que inva regidio do atual Daome hos. No comégo do séeulo XIX, 0 reino do Daomei dominava toda a Costa dos Eseravos, ¢ S. Joao de Ajuda (Whydah) se tornou 0 grande emporio de comércio de eseravos na Afriea Ocidental. Foram intensas, como veremos, as relagbes comer- ciais entre Whydah ¢ a Bahia. Bs: ‘que penhou o mestico brasileiro Félix de Souza, de parceria com Domingos Martins na organizagio deste tréfico. que aqui cl 15 do Daomei e da Costa do Ouro. deixamos iwenérica Minas, para todos os escr: 1s Eseravos, do Daomei, e da Cos quando em. jear reservada apenas COLECAO aw do Ouro (Fanti-Ashan tes, trabalhadores, de melhor i xios, Antropologicamente, ofereciam tos, como destacou Nina Rodrigues (Os Af? , cit., pag. 160): “Nuns a cor é negra care; -entuadlos, dolicoeéfalos, progna- endentes, nariz chato, eabelo bem cara- poueo desenvolvidos. or muito tempo, meso depots em 1831 ee A grande massa de negros Keomba_toi preferéncia na Bahia, ¢ li tomaram ésses Negros so gerade Nags, (8M GUE Be Frwmeeses dave nente, latos 5, DO8- jem os caracteres da raga negra, embora sem a exuberancia yresentam os primeiros™. as do trabalho de Manuel Querino (Cost Brasil) podemos ver algumas caracteristi- jas tribos Yoruba no Brasil, distingao impossivel nos hoje. Os nagds usavam tatuagens sendo a marea mais freqiiente trés riseos horizon- “ee ’bé ou guineano de Haveloca: tes sinonim Alguns nomes trib viram para d la corregiio pintar a . Nao tatuavam a face a ra inferior com uma tinta azul m os Liéris (Lies de que ‘ambém aportaram povos do Niger infi como os Ibo (Igbo, Ibo), os Boi a leste dos Yorub Calabari, ete, is que encontraram no Brasi los do sineretismo, nos % COLECAO Ant FUR RAMOS Ha, porém, alguns aspectos que devem de logo ser con- siderados: so as sobrevivéncias diretas, o que resultou da heranca cultural original do Negro no novo habitat. £ o que vamos fazer com relagao a cultura yoruba, como o faremos com relagdo as culturas de outras procedéncias. Aqui ocorre outro fendmeno interessante. No exame désses residuos cul- turais no Brasil, verificumos que, eriquanto que os tragos ma. teriais de cultura quase se apagaram completamente, apenas sobrevivendo em alguns aspectos que vamos examinar, os tracos néio-materiais, principalmente relacionados com a cul. tura religiosa, se mantiveram em alguns pontos com uma pt. reza quase absoluta. Isto tem impressionado todos os africanistas brasileiros, desde Nina Rodrigues. E é uma das razées por que os estudos africanolégicos, no Brasil, se referem com maior insisteneia aos aspectos da cultura religiosa dos Negros, suas crendices € priticas migicas. Mesmo outros aspectos das culturas ne- gras, 0 seu folk-lore, suas sobrevivencias c sociais, ¢ até os varios tragos da cultura material, como fabrieagio de instrumentos de misica, esculturas, indumentaria ¢ orna mentagio. .. esto tao ligados as suas priticas religiosas, Aquéles tragos nfo podem, em rigor, ser estudados mente. A mesma coisa aconteceu com os africanistas de outros paises do Novo Mundo, como Ortiz, em Cuba, Price. Haiti, Herskovits e outros, que a0 estudo de africanismos no Novo Mundo, destacaram espe- cialmente os aspectos religiosos dessas sobrevivencias cul. turais. tuldade que 0 etnélogo pode descrever hoje de cultura, pois ésses se vio pi mente esbatendo aos contatos sucess jase nada vamos encontrar no eapit m yoruba. A grande mi ada na dr oportunidade de transportar 8 taco. Nos ‘gros tiveram que imente . De a construgao de alg nos terrei stados da capital |aiana, sdbre que volts mos mais adiante. Se hé alguma coisa a estudar no capitulo LOGIA BRASILEIRA a INIRODUGSO A ANTRO! oor referencia a habitagao dos Negros Bantu, ea ‘oportunidades como no caso dos quilombos de Imat ‘brincos, colares, micangas, paoecaae as :, balangangans...) completam: a ornament. Muitos dos ornatos das mulheres negr spectos religiosos ou magic tas de varias céres, insignias dos “guias” i essantes Ituras negras Um dos aspectos mais interessantes das cul . de procedéncia sudanesaé.4-culinétia Foi o Negro sudants, ipalmente 0 nagé que introduziu no Brasil o azeit isis), 0 camaro séco, a pimenta i portuguesa. O assum pessos, corinha indigena © a Portagu : te sido largamente estudado, a Satan a escola bs Tete hae eealinkvin neste! ss a” in Arthur Ramos, S$. Paulo, 1942 pas. 162 © A aculturagéo negra no Brasil fens). © que é interessante 6 assinalar mais uma vez certas \exdes religiosas e magricas neste capftulo da culindria. O ndio do inhame, por exemplo, veto das eerim- 8 da Costa dos Escravos e do Daomei. Também le dendé tem um sigmifieado religioso especial, no das “‘comidas do santo”. Junto com objetos de culto tempo, os negtos importavam da Costa obi € oro Africa, certos artigos como noz de kola | de dendé, ao lado de panos e sabao da Costa, ete. COLEGAO ARTHUR RAMOS ,, no seu tempo, conseguitt entre os Negros ins do século pasado 6 era ainda falado pelos velhos ai a diversa da Costa gros Yoruba a sua Nina Rodrig legros baianos. hor Unt ex! capital bai pelo negro, influéneias sineréticas; 0 éf6; 0 aca Romulucu (mi i rtiineia com o yoruba, principalmente como lingua escrita 0 eéfufd; 0 edfunf pelos Negré Muitos déstes preparados et Imente as cerimonias religiosas © magi bode, 0 carneiro. O sai thes out A iniciagio dos destina-se 20 preparo da: As Jo dos negros e nos templos do seu culto, Na cerimOnias r , os cdnticos, f6rmulas, eonversagées eram todos em Até hoje, as formulas ¢ 03 ednticos de terreire sio i ,, embora 34 deturpados pelo tempo. 0 nagé tornou-se uma lingua popular, na Bahia, faci- {tudo pelo comércio direto que por muito tempo, os Negros lepois a vida familia, ¢ modificada pelo contato com outros processos, dle procedéncias varias, se incorporou ao patriménio asi A culinaria de t6 hoje se po principalmente derivados indria, do folk-lore, Este vocabulario vai Iingua hacional, operando-se um fendmeno tugues ¢ a i jao ussunto (N. Rodrigues, ¢ outros) de que procurarei resumir aqui Foi o mestre baiano quem, empregando pela mparacao das sobreviver ultos africanos, pode miirieas dos Negros baianos com jor parte déles. Pesquisas pulos, Os © cultural yoruba nte signifieava ‘0. Convém destacar, porém, que co! os Negros niger ura relat intada, éles se puderam adaptar no Bi 0 COLECKO ARTHUR RAMOS “danca” e instrumento de misica e por extensio, passou a designar-a-propria cerimonta religiosa dos Negros. No nor- deste, a expresso xavigs €também empregada com o mesmo sentido, A maior parte dos candomblés baianos e alguns zangés do nordeste conservam as tradigbes sudanesas, Néles vamos encontrar as sobreviven yorubas, que examinamos no capitulo anterior. '0 dos orizds é conservado, desde as formas quase uras de alguns velhos candomblés da Bahia até as i das macumbas cariocas, em graus de sinere- remos no lugar competente. Na série dos orizds, Olorwn foi esquecido no Brasil. No tempo de Nina Rodrigues, ainda os Negros baianos se referiam a Olorun, como Deus do céu, e num agougue da Baixa dos Sapateiros ainda pode o mestre baiano ler a seguinte inscrigio: Ko si oba Kan ofi Olorun, que the foi traduzida: Nao hi um rei co- ‘mo Deus, ou igual a Deus, acreditando Nina Rodrigues ter ha- vido forte influéneia eristi e muculmana nesta inscrigio de Olorun. Em minhas pesquisas rdeste consegui ainda ouvir de uma velha informante que “Olorun (que ela pronun- ciava oldro e olélo) 6 0 Deus do céu, 0 Padre Eterno”. De outro descendente de afrieano, ouvi as formulas “Olorun e “Olorun didé” que me foram traduzidas como “Deus te proteja” e “Deus seja contigo”. (Para maiores de- senvolvimentos, vide A. Ramos, 0 Negro Brasileiro, 28. ed., pag. 41). Na realidade, porém, Olorun foi esquecido, bem como aquelas muitas outras divindades do panteao yoruba. O culto é rendido a série dos orids intermedidrios dos quais o mais importante ¢ Obatalé ou Orizalé, também chamado no Br: E invocado também sob as denominagées de e Gunocé, Obatalé & representado, na Bahia, ies e limo verde dentro de um cireulo de chumbo. Para Nina Rodrigues, éste fetiche simbo- lizaria a riqueza © a fecundidade. Seus enfeites sio todos brancos: colares, vestes dos “filhos de santo”, ete. O dia do culto de Obatald 6 sexta-feira. A éle, sacri © 0 pombo. Distingtiem ainda os Negros baianos duas moda- Jidades de Obatalé: 0 “velho" (Ozodiyan) € 0 “mogo” (Ox0- lufan). RODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA a ‘on maghés que se enearregavam de manter vo na terra o seu culto, depois que Xango passou a ser um Jorird, numa daquelas peripécias evhemérieas dos seus mitos. © fetiche natural de /6, nos candomblés baianos & ava do raio, pela suposicao popular de que a queda de teorite esteja ligada aos raios ¢ trovoes. Esta pedra Xangé) varia de tamanho e é cultuada com seus em- mas, contas braneas ¢ vermelhas, langa e pequeno bor- ‘Xangé é festejado nas quarlas-feiras e seus alimentos ios sA0 0 galo e 0 carneiro; nos pegis, contudo, 0 omalé omida de Xangd costuma ser caruru com angu de arroz, Um orizé poderoso & Ex, que os Negros assimilaram ‘arinha com azcite de dendé, che de Haw na Bahia 6 como na Afriea, uma massa em que os Negros modelam uma eabega, cujos olhos w COLECAO ARTHUR RAMOS € béea silo rep por inerustadas no bar: fragmentos de ferro e outros ornamentos preparados. Seu do indispensavel ao pros- , 0 seu despacho I fhamado em alguns, candon “aAK?) e Ogun Begé a ponto de Ni persistem lagbes estreitas © trabalho 1s Cosme e Da ou a obra. \CRO A ANIROFOLOGIA BRASILEIRA nos dio como inseparavel de Bxw. . Suas eres AS seg 8 at COLECAO ARTHUR RAMOS origens européias ¢ as yaras amerindias, Na Bahia, Yemanjé. com seus varios nomes: Sereia do Mar, Rainha do Mc ecsa do Mar, Dona Janaina, Janai nomes de Oxun-aparé e ‘Tanto o fetiche de Yomansé, quant © de Oxwr sto uma pedra marinha. Os dio leques, pos de arroz, sabonetes, pen- tes, vidros de perfume Esses simbolos, juntamente com potes de agua e adas de fitas e flores, constituem ainda 0” vrentes baianos vo anualmente levar em Os simbolos de Oxrun sfio: 0 leque lés), as contas amarelas © aparé, “quando brinea com leque Ao Indo désses orinds das Aguas, ha ainda Yansan, tam- ém chamado na Bahia Oyd (embora na Africa, como vimos, Oud seja a deusa do rio Niger), orizd dos ventos e das tem. pestades, mulher de Xango; Ozun-manré ou Oxrumaré, o ar- nan) que os hegros jeram “a mais velha das maes d’agua” buruen seria a incorporacio feita pelos Negros Bahia, do culto daomeiano de Nana-Buluku, como veremos itros orirés de procedén- -saparecimento ou trans- brasileiros. Podemos ainda anotar nossiis proprias pesquisas, ou de referéncias tores: Bi Ino de Xangé, embora guns Nesrros, Br ovixé, mas um espirito Ossonhe, registado por ues e que sio uma de- gé-chaluga (Aje- » Ajd, que se tornaram na Bahia ‘mie da bexiga” é (Oke), deus ss na Africa, de quase apagada na Bahia, tendo-o porém registad drigues, no s {ODUGKO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 85 gros baianos consagravam o tiltimo domingo de Obalufan, quem os mbro; Ogodé, Ayacd, Byn-l (Orixaké?), Orieé- ‘patho do sineretismo que examinarem: Wveio completar a obra. praticas do ndo-se na si eelebradas em templos esp de ferreiros. As deno eumbas, rangos e cati Snicialmente designariam os festejos rel passaram a significar os préprios lugar ‘ou centros onde que existem na Nig 7 uma categoria dniea, no Brasi babalaé (Bahia), babé ou babalozi (Rio), babalorizd (nov- deste), ainda chamado eandomblezciro © macumbeiro. Nos terreiros, éste sacerdote toma o nome de pai de santo (tradu- gho literal de babalorizd) e ainda pegi-gan, 0 dono ou senhor altar. Ha também sacerdotisas, as mae y no nordeste). Na Africa, como vimos, a mulher nao pi ‘sempenhar a8 mesmas fung6es religiosas do babalaw ineipio dos seus senhores, no tempo da eserav is da policia, os cultos religiosos degeneraram muitas vézes 86 COLECAO ARTHUR RAMOS -xaustivamen Nina Rodrigues. 4 parede do altar, tendo ao lado pratos com acagd e outros adivinhacio de A filha de (vide O Ne se Depois fegros baianos dao 0 a eas faces da i . Chega afinal o dia ama na cabeca da iniciada sangue de animal wra uma festa solene de consagracao da se chamar feita. Fi na Bahia 0 nome de quitanda da nav ‘santo conduzida por um yrande cortéjo & casa do "com quem passa a viver de entiio em di netendo-se porém, @ cumprir suas obrigacdes do pai ou mée de santo, nao faltando dia aprazado do culto. me o le branco & tas inteiramente brancos; tas braneas 8 COLEGAO ARTHUR RAMOS azul e rosa ¢ colares de contas brancas trans- 1 por diante, 08 dignitarios dos candomi fio deve ser conf € uma espécie de protetor de terrziro, pessoa influente, iagiio e se compromete a '@ as despesas do candomblé ¢ a cumprir outras sm destacar O onan és so chamadas festas fui entao aos terreiros de canto reanem as filhas as cerimonias. Sacrificam-se animais como o galo, a galinha, o carneiro, conforme 0 orird feste- Jado, ao som dos tambores ou atabaques. Dispostos todos para a festa, na sala pi » terreiro — as filhus de santo em eixeulo, 0 pe; de santo no centro, os tocadores de atabaques ao lad em lugar dest: eh as in na outra metade =o pegi-gan © padé, ou despacho de Exu. O: ques © 0 agogs dio o sinal into’ inician cdnticos, comecando pela pelos outros. Cada “santo” @ revere go “oké!”. ‘Os toques ¢ os ednticns ¥ © registo, déstes eat mente consultado nos nossos propries livros e nas obras dos autores que se tém dedicado ao assunto. Nas dangas ao santo, chega um momento em que o oid “penetra” na cabeca da filha de santo, Quando 0 manifesta numa pessoa, diz-se que o santo subin @ eabeen, €.a ésse estado especial chamam os Negros eair no santa, A filha de terreiro feita é 0 cavalo do santo, isto 6, 0 instrumen, ara as suas manifestagées, ex. ada na Bahia, desde o tempo de M. Qu nario da Africa, como demonstramos (O Brasileiro, cit., pags. 250 e ses.) Nos candomblés, “queda no santo” é relativamente freqiente. A filha de sonto fiea animada de movimentos con torsivos que se agravam progressivamente, até nuada ao solo, Retiram-na para a sua cam: de santo a veste com as insignias do “santo” a que pert Volta entdo a sala, onde recomege as dancas, agora reve. e continuando iado com a exclama- UICKO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA * & um estado psicologico chamadas de” 1a danca, a fadiga motiva- ai damente "desde os simples is violentas explosdes motor Indes. Nos grandes ea! jo festejados na sex ymuna yoruba de quatro “santos” ow e ordem, que se afasta muit gue jt fizemos referén: Sextacfeira Sibsdo Domingo Yemanjd ¢ Ozun = Todos o8 orixés Nao é de regra, porém, esta ordem: muitos fer festejados nte, num 86 dia e um determi- do num dia diferente do da ordem sn yoruba, sho cham fem Cuba, derivada segundo Ortiz, de lima dae trGs palayras yorubas: ebé, saeriicto religlo fortilgios ou ighd, tambm sncrfielo. Cf, Orn, Low Frajon, Made, 1906, s Inament despises eneralio mo Bra, Ob eee as regras a mayia imitative stpation, S aoe iais (A. Ramos, O Negro : es invéluero de vasilha de barro, caixa de madeira ou simples invél yapel ou pano content galinha morta (ov outro animal: COLECAO ARTHUR RAMOS ‘ansmitido & pessoa que p examini-lo, {CAO A ANTROPO TA BRASILEIRA, o Negros (refere-s> especialmente sem outras fo atatide 8 familia tem adquiri rio, Manda-se entéo dizer uma a que comparecem todos os membros do terreiro, pa- mhecidos. nesta se tenha encontrado Africanos, seus descen- ‘Um pai de terreiro afama 1s, havia p 2 COLECAO ARTHUR RAMOS FRODUCAO A ANTROPOLOGIA DRASILEIRA * santos fésse langada num rio préximo. Depois de um r candomblé funerario, alta noite, foram os seus di filhos de santo satisfazer-Ihe a Gltima vontade”. fendmeno de ordem.geondmica, com bases no re ‘0 mesmo fendmeno da promiscuidade ecidas de cualquer sociedade. is dos Negros nays, hé a des- or M. Querino, Eram grupos de iam em varios pontos is, onde se sentavam em tripegas e se preferidas, de origens africa- uro, escultura dos Costa em tornos de ma- Glasses menos fav! Entre os costumes 804 eur 0 do canto, dese’ de ferro a que se ies um eabo do mesmo metal com uns vinte por trés digita: € tantos ce 0, escolhido por eleigao. por um chefe ou cap Nos cantos, os velhos nagés entretinham-se numa espé- a sociedades secretas, como terior. Apenas Nina a referencia a uma espécie de magi as mulheres nao podiam tomar parte, e onde a alma dos ri tos podia aparecer e passear 4 vontade, Achou Nina Ri gues que isso fosse talvez a associagdo Ogboni dos Y! Costa do Ouro (Cf. Herskovits, , Journ, of the Royal Anthrop. Ins- e, vol. I, 12, 1982, pags. 23 e seps.). -léricas de fontes y0- porém, até s ‘a téeniea yoruba, como sr nas colegées até aqui colhidas. E também nos .@ outros metais, de madeira, a & notdria. ‘A danga ¢ a miisica sairam dos candomblés, constitui- 1m as festas profanas ou afochés e se espalharam em todos des tiveram assim de vida criadas (Vid do Negro Brasileiré 8. Paulo, 1942, pi ar competente, B08 que a frouxidio de la 0 Negro no Novo Mundo, em geral, é ranga direta da instituicdo da poligamia nas terras problema tem que ser, porém, examinado aqui a n¢ zes. A poligamia, ou melhor, a “mancebia” entre os Negtos {THODUCAO A ANTROPOLOGIA BRAS RA 95 narragio, com interpolacdes, acompanha) de tambor, ete. © akpalé tem r Fanti-Ashanti 96 COLECAO ARTHUR RAMOS ee Se orizas, ares na boca dos Negros e dos membros de todas as capas da sociedade brasileira. A maior pa Os no- das, sobreviv CarituLo IV A CULTURA DAOMEIANA E 0 GRUPO GEGE NO BRASIL sta TFancesa de fins do século passado, sfo rros d> Dalzel, Burton, Fi o das tradiges orais rec is recentemente entre os daomeianos por Herskovits (Da- ‘An Ancient West African Kingdom, 2 vols., Nova 938), conseguimos surpreender que foi a esplendo- tura désses povos. As tradiedes dos reis wo as cOrtes européias. 0 is egundo nos nta Poa. A cidade de Whydah (Sao Joao da Ajudé dos uguéses) era 0 pérto principal dos daomeianos, um im- par sropeus com o Daomei comega em fins do ‘as obras daqueles historiadores citados ha 1k relagio dos varios reis que se vieram sucedendo até hoje. Os reis daomeianos progressivamente alargaram seus domi- Em 1724 0 exéreito daomeiano capturou o reino conhe- , cuja capital 6 a cidade atual de Allada. iginou muitos conflitos com na dominagao francesa am Whydak (Ouidah, beleceram um p franeeses % cOLECAO Al rado no reino de Porto-Novo em 1861, Sucessivament protetorado fr © o Daomei do Whydah, Cotonu, nos, de acdrdo com ésses Herskovits, afosse inclui sta, entre o Volta e 0 te; 0 mina (ge, veg! da Grande Popo, ¢ dido com as linguas do grupo T pelos Krepis e 0 grupo dos Ana, de Atakpameé. 7 Por esta enumeragio se ve ai fpassaram a ser conhecidos os ¢ s_djedji ou gége do gr jiderem a expressior iade do grupo étnico e linet é de preferéneia usada, entre os antropélogos dernos para designar 0 grupo dialetal ehoué ou INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA ® mo nfo erraram seus suces- empregaram a expressfio gége como sinénimo ma-se contudo Guing. Estatur Daomei chegam a ul e fundarien cortanie as ar xadas, O trab minantemente mogos, uja funean é heredité servigo. Od chefe dos grupos mando a que nos re Possuem conexdo com bem uma atividade const peciais de homens sob « ordem de um chefe, chamado dega, eseolhido eada ano. de argi COLEGSO ART 1s trabalhos sio feito= Hoje © algodéo, Pm idos de uma varas ou ripas t las e cobertas com folhas de palmeira, a econémica @ social do poder € absoluto. ia_pelos escravos, que eguind pes, izagdo social, a fami Ela vive num grup deado por um simples muro. O suas esposas, cada uma delas viv ‘ou no seu proprio quarto com seus vam ainda os f A pompa ext i¢dio. mondirquica am chamado a atencao dos primeiros viaji icamente, a sociedade daomelana era con: formavam a base da_piramide ies OS trabalhadores do campo e 08 arte- de pequenas casas (comport Daomei gira em to le mau O monarea oeupa o vértice ia € a unidade fundamen- ), ro. fe da fat re com ndo na sua prépria casa, lhos. No compound mo- is do chefe, a (TROBUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA, a1 A poligamia entre os daomeianos tem assim uma impor- Logo acima desta extended family, vem os sibs patrili- neares (xen), cujos membros se espalharam por todo 0 Dao- mei, Seu chef wga, é 0 homem mais velho do grupo, o.um elo entre os vivos € os mortos. Seu € absoluto e & ajudado por um conselho dos homens e velhos do sib. 1embros do sib esto ligados por uma sé igagdes. Neste sentido, discutem os antro stad da existéneia do totemism sm déste ante anima des essenciais do totemi Os eatalog nomes dos sibs e suas ivas j4 vinham sendo feitos desd ias respee- Hers- que se tor! possui um certo IGKO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 10s ne COLEGAO ARTHUR RAMOS caterori 1s: easamentos em 4 pertence ao pai; e aquéles em que éste con- ‘Os daomeianos caracterizam- ida desde tepasands igo , desde os pi é zo tam festas anuaise sadn ‘ “1S cor is © “primeiro enterramen- se o morto é homem, de uma peciais. O cory 0 recebe e af o cova apenas pela metade. e pertencem os pais. 108 COLEGAO ARTHUR RAM tui-lo por alguém que o representa e que é levado através da aldeia, & casa do melhor amigo, dos sets parentes. Prove. de-se em seguida & destruigfo de Fi, que guiou o destine homem ai ua vida, e de Legbd, que erigiu diant cuidar déle. Feito uw sua repr: do de volta a sepultura e provede-se inal, com seus presente: eanticos, jogos de sem o batido de tambores. até o rito final de “ci © que torna possiv: (Para mai 387 @ sews.) A religiao d ba. Na sér imente Maw lo, a referéneia a um nem Lisa, Era Nana-Bu dos Yoruba, wow Nanan) eclipse da lua. € Lisa tiveram qu fihos,oxtros tants dew ses ou voduns do pantedio daom a. foi enviado para g ticas co) INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA, 105 propricdades de castigar pela terrivel doenga da. variola, Sagbata 6 também considerado como um_vodun_da_yarials, mv yoruba (de onde a9 frafias Sai pata, Sapatan). No Daomei, porém, Sagbata é mais propr dos raios, dos ‘os em geral. provam os seus motiv pantefio que éle governs, Os pantedes d ‘tuem os grandes dun, dos antepassados a que ja fizemos referén Uma terce foreas e almas do homem. lem primeiro lugar Fa, 0d Imeianos esta ligado a praticas di lentre os Yoruba, E dat to wrigem nigeriana, tendo Associado ao culto de Fé, vem 0 Blegba, Elegbara, shu dos ¥ derado um mensageiro dos deuses, Entre as almas ou espiritos tigtin que o “grande Se”, uma partieula de J COLEGAO ARTHUR RAMOS as 4 tem os seus cultos e os seus ‘a0 servico de cada v um destaque es- a Herskovits, varios mese Dé ¢ 0 prin. 08 canticos e propria vida, O culto da righo p Herskovits, op. nado Dan, Dank, Dang- nto, é preciso distingrlir o culto de aniilogas se chama bd, e corresps e variedade désses hd, para fini terra e 0 que vive no cé reo-iris, cordao ‘alquer objeto de forma tom sido . Os contos do pécins mitolégicas e a séres sobrenaturais; os que se referem acs feitos hi s jos de animais a Ihosos desenhos, uma grande varier de 1s Negros ‘0s que os franceses chi Bseravos que evem Ge de esera. inhos rao Brasil av ial dos peque 108 COLECAO ARTHUR RAMOS de Ajuda, j mais tarde quando plantou 0 Da’ mei. Alguns Negros gézes conhecem 0 térmo gen ja prontincia melhor se representaria acrescenta lavra francesa Koués forma Bhués”, sobre os demais povos «to golfo da G de Ajudé dos portugudses, eseravos. Dai e da Nigéria. Foram os negros que no Rio, toma nominagao geral-deALivas, os mesmos_“negros da outros pontos. INTRODUGAO A ANTHON IA BRASILENRA, 100 propésitos ¢ eolocar no seu conseguiu 0 monopdlic do do rei Gezo iar o rei Gezo. Félix de Souza 3s em Whydah, re- de Ajuda”. 1ou_por longo tempo, . Tal foi a rida em 1840, oferecidos, no Daomei de Whydah com ‘eram tio fre hegaram a recebe trou is do governo . reproduzindo 0 em- goes diplomaticas exis ei, como 0 prova 0 caso daquel le Whydah enviou, em 1795, ao vice- vieram para o Brasil, foram in- de na Bahia, Mas, embor: ntenso, como relativamente pequeno, em relacio aos no tempo de Nina Rodrigues, era extremamente mero de negros Gége. iano alguns do litoral do Daomei, de ile e Pequeno Popo, de Agbomi, de Cotonu. Dos Negros do Daomei central, existiam na Bahia os Efan que seriam os mesmos Fon) ou “eara queimada”, mados porque tinham como tatuagem ou marca 1a fronte; e 0s Maki do norte do fas na Bahia, em fins do inaptos para os trabalhos agricolas, fa tocatas e a dangas”, como observou Manuel Queri- He. Outros, como os Bf am ferozes e turbulentos. Alguns historiadores, como Calégeras e Braz do Amaral, descreveram como grupos separados os Géges, os Daomeianos Os Géges tinham a cor azeitonada. Alguns grupos eram fracos e indolente Naa no COLECAO ARTHUR RAMOS quando sabemos hoj em ao mesmo agrupamento foi pequeno, nunca h zadas, como no Haiti, por exemplo. ompletamente absorvida pela cultura y na Rodrigues ja n Nina Rodrigues ainda r cangoes tiradas de ‘uns contos populares de procedéneia daomeiana, como ox seguintes um (longasae), tart Guiando-se_ pelo peoples of West Africa), 0 Nina Rodrigues c: Maki (Os Afric nomes de divindades sobreviventes 1 siio sem dtivida de procedéncia fon. matical do gége é identica & do que aquela Iingua foi totalm yoruba dos Nes \¢do inter-tribal. Mawn seria o corresp Rodrigues ainda chegou que se Ihe sucederar Xang yeu completamente 0 seu correspondente gege. Li mesmo I7dco dos nagés. Antes de conhecer os trabalhos i COLECAO ARTHUR RAMOS a Rodrigues que o nome de Loco, por éle encontrado entre os Negros baia- nos ni do que uma corruptela de Iréco, verifi- sme real do santo dao- Os Negros da Bahia ainda nhecem. - mumente Senhor Leba, 0 “homem das encrwi Any- ré dos nagos. Os gémeos (Ibejt) ges: sho 0s Hoho, ian ou Omolu dos 4 Olo Pa fegrros nagés da Bahia, 60 deus daomeia tou outras divindades géges, correspondente ao Olokun nago; Dso, ogo; inhas; Ba, deus dos guerrei ina Rodrigues ¢ que o culto daomeiano de Dan ou Dang- fie, a serpente sagrad ia base do culto vodun do Haiti, nao existiu no Brasil, pelo menos de forma rio térmo vodun, la vodu ainda ni sgistados no Br: © motivo por que o culto daomeian raizes no Brasil est na suprema ral dos nagés que impuseram aos crengas. Mesmo assim, Nina Rodi No terreiro de Livaldina, por a haste ou antes uma lamina \qilenta centimetros de comprimento, ondulagdes de uma cobra e terminando nas duas ex- tremidades em cauda e cabeca de serpente” (op, 347). A mie de terreiro supunha-o uma figura ou i CAO A AN ‘OLOGIA BRASILEIRA 2 em 1927, notei o seguinte. Uma das pul” santo tema forma de uma cobra dobrada pria cauda; outro objeto de me- 1a espada de 2 etros de ermina 1a de cabeca de cobra e apresenta d ‘mente daomeianos. ‘Tud cobra e do culto de Sao Bento e Sao Caetano! \s littirgieas e magieas dos géges foram com- vidas pelas dos nagos. Nao é mais possivel cas de origem. Nos festejos dos ternos e 1s parece haver algumas sobreviven m daomeiana. Ja ws em sibs patril dem ser reconhecidos. P ms COLEGAO ARTHUR RAMOS Bahia tém muita semelhanca com a organizagao totémi (Para maiores deseny Negro do Brasil, Rio, 1935, pags. 80 e segs.) pulares por muito tempo correntes entre os Negros Nina Roi contos géges, com “Adjnaci (0 elefante e a tartaruga), ea cachorra” (com sineretismo bantu), éfan, ete. (Vide segs.) 0s eontos e' contram sua correspondéncia géges. basta isso para explic gio dos tracos de cultura fon, no B at oz6, a tartarug: uma vez, @ assim pela cultura yoru! guns easos especi como Hoje 0 traba turacio mais v se impossivel res A CULTURA FAN’ ASHANTI: OS NEGROS MINA 1s Negros do agri i so conheeidos de do Golfo da Guiné, conhee ist dos colonizadores ing! 2, firma imina, por isso chama Mas a primeira companhia regular entre a Africa ¢ a E atual Elmi jundaneia de . Joao HI, alguns anos depois, construir um ‘© mesmo nome de Forte ou Castelo de Si que se tornou, entio, 0 empério principal da ina caiu nas mos dos holan- yenfeitorias até 1868. Desde us COLEGAO ARTHUR RAMOS es que nao lograram rest do século XIX, a sua conquista ficou definitivamente con- solidada. A guerra contra os Ashanti comeca em 1871 e termi 1as nao se extinguiu de todo, até \da metade do século XIX. (Para uma historia da con- ista da Costa do Ouro, vide Richard F. Burton e Verney L, Cameron, To the Gold Coast for gold, 2 vols., Londres, 1883). Os povos do grupi Ashanti, geralmente chi os Ashanti propriamente ditos dansé, os Assint (Assin ida por Delafosse no grupo de: a) 0 Fan , Wasa, © Fanti p mente dito ou Amina, falado nas provineias de EI b) © Tshi ou Tehi, propriamente dito (também chamado T'i, K%, Odji, Okin ou Ashe lico que 95 nos 90 nas mi ram uma grande homo- geneidade do tipo fisico, o que seria devido, como no caso dos outros povos do Golfo da Guiné, a sun relativa segrera- i ‘a, entre o mar e a grande floresta, o que teria was do norte ra material dos povos Fanti-Ashanti é muito se- te & dos outros povos, seus vizinhos, A indumentéria ¢ ornamentacio, habitagHo, os trabalhos em madeira e metal, INTHODUGAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA, ut entre os Negros das selvas e outros instrum micas giram em torno mes” a que nos Os povos de lingua tshi acham- exogamos, aos. e ‘rico do animal, que se co1 sib 6 nana (avo), tormo de respeito, que era dir hém ao rei dos Ashinti, Sko varios o3 animal © gato do mato, © GOFVG, a serpente, o lepa tém um certo po, para figurar o animal. A mesma coisa fazem 0 do morto, com médo que jo entanto, nfo é raro que ao morrer, no animal protetor. wrganizacéo politica segue os monira outros povos do Gélfo da Guiné. O rei é 0 s euja antoridade se exerce sobre os chefes ernam os sub-chefes e os chefes la chefe de provineia tem ‘gozando assim de relativa auto- igidamente hierarquizada, ocupando ox iase da piramide social. O rei 6 controlado até olutos, inclusive 0 da condenagio 4 morte. Ra 19 se mais 0 culto mitre os Negros a 1a do Ouro. Obia ou wisi ifica objetos Ito dos denses, corimoni todos os ritos é aql inhame: las e a festa 's. Nos primeiros tempos ‘em honra do rei, quando Ihe eram ofer- Os espiritos e 0 ret 1s inhames, antes £ um ritual lie 1 mortos, e bem festa exigia em ao cull espirito do seu ua propria sede ou trono sa- sua cadeira da de fuli- que 0 espirito do morte derivado de r novamente 0 seu assento, para por oca- agricola, im evocados ao som de eanticos especiais clamam os atributos, e Ihes solicitam fa ‘giao dos F No panteio religioso ugar Nyame ou Nyame 0, que tem. jésses povos |-herdi que s .s peripécias chegat ri dos Negros da "da Jamaica e outras Antilhas ‘inhas, provérbios... enchem 0 - ea série dos deuses nome genéri Imente em varios s Inglésas e foram os que no Brasil provavel- 1 COLECAO ARTHUR RAMOS INTKODUCAO A ANTROFOLOGIA BRASILEIRA ma que, no Ri da Guiné. Podemos concluir, que separando d eravos que no Rio e em Minas Gerais, nacho geral, restam os dois grupos dos chamados Mivias- eee Popis, da regiao do Grande Popo, no Daome , eorruptela de Minas-Ashar 8 Minas da tradieao baiana. ina ou de S. Jorge da Mina, que, se tornou o princi ortuguéses. M existentes nesta regio da Afriea Ocidental, por conheeida como Costa da Mina, no trafico, A denominac&o de Negros Min hoje, a mu sempre foi esta: Negros do Ouro. Mas no sul do ps Negros Minas sempre fora rrescentar que os chat cavessaram, na Afri- merando as nagdes neg aos Minas, Mina Como i desta denominagdes pare- temos Minas e com referir-se do Ouro e dos nagas, géges, etc. M: ravos, Min géges de procedén- ros Minas, propriamente ditos, os provenientes d eia Maki, ao passo que Minas-Néqd parecem ser os mes Suro parecem se ter loc ‘de prefel bela finas, da Costa do Ow \s XVI, XVII ¢ me Muitas vézes, nos antigos documento: vinha precedendo’a origem cada, que no per: vinham de Ajudi minas, Para aumentar a ebirneo-daomeiano de Dela: gegbe ou watsi do Gi contudo dos Fanti, pois foram que vieram se freduzidos em ntimer ‘tre baiano pode apena Na Bahia, os afrieanos aind negros dessa procedéneis -gidio do Daomei. Assim en- ys Nossos eseritores do Minas. iio de Fantis, a existéncia dé Conde dos Arcos” (Os Afr 1 ed., pas 164) © 208 Minas e Fanties. Também 0) siste no mesmo engano e enumera os Mi dos Ashantis, E até Gilberto Freyre j mente, que os Minas fossem se explica 1 COLECSO ARTHUR RAMOS as de aversio reeiproc asceraim, ¢ que todavi tena eommom arnte mi lo Brasil, pois que se uma se esquecerem total- , € entio os 3, 08 Géges com la raiva com q\ Agomé vierem a ser Irma os Aussiis, os 1 Sentys, e Bi Este documento pentios que ex- dem, no moment: S sos propsitos: sobre esta curiosa africanos de um grupo homogéneo Negros procedentes da e sfio um pouco mais delicados do que os outros africanos sao inteligentes, porém preguigosos, dados aos vicios e pro Tessa 0 fetichismo”, ram conhecidas pela libidinage e mulheres mizas, eram porém, “nao s6 geralment wre DRASILEIRA a ‘Os pretos minas sem as mesmas tendéneias dos ango Eram, porém, laboriosos, fi eravos, e dos mais valo1 negras importadas, loc. cit Bs pigs. 676) Quanto aos Calégeras vepete essas observagdes. Descreve os Ashan- tis junto com os Daom como sendo “valentes e viris, Os Minas-Fanti' mostravam teriam de comum com lores urbanos, inteligentes por divertimentos e’ac 7 0, op. cit. pag. 300) que reproduzem talv mento foram as pri servagio. Nao tivemos no Bra servo de So FRODUCAO » ANTROPOLOGIA BRASILEIRA, bs 124 COLECAO ARTHUR RAMOS € costumes dos negros Saranacés”. Este speedo do nosso destacamento ic Oiapoque, estéve em contato com os habitan- ‘Tampaca, aldeia da Guiana Francesa, situada 4 mar- € distante poucos quilémetros da , sede do nosso continente militar. refere-se ao chefe do grupo, papa dos de tanga e pano a tira-colo, de colares e is perderam. , to apr como temos rep inguas tshi e fanti_perderam-se completa Deviam ter sido largamente faladas nos séculos uando os escravos pinas Mas depois foram absorvi passaram a falar. Nina Rod tancia de os eseravos ie, tocavam 0 solo, ite: compleigao fens nas magas do Da mitologia fanti-ashanti nada ficou no Bras ser, como lembrou Nina Rodrigues, o térmo Bos: afilado, pe Desereve ainda o autor um festim funerario, umo de aguar- que 10 dos altos lamentos, © 0 cortejo fh is parecem uivos de ani destinam-se Oiapoque, i —e 6 uma pergunta qu ro” — 0 térmo boz6, « em viaggens que duram meses, tragos de cul- om relagio aos Negros, pro demos, também, hé a pensar ainda nos 1s de Negros sel no extremo norte do Brasil nas fronteiras con iais tém feito referencias litares do Si tido, num einema, metragem, onde pi teira com’a Guiana Hol: ‘osta do Ouro, icos que vive, Guianas, @ Infelizmente ni gros. Mas tudo leva a erer que sejam da mesma procedéneia que os negros do vale do Su se pelas sel cando terras brasil A hipétese de que seguem adivinhar os ‘com tracos gs 287 e segs.) yossivel pois que seu habitat ini norte seriam sua major sobre os quais ha referé Negros cujas origens ,, na Costa do Ouro. B um Africa, euj erde. Negros P6, ja deve Negros Zemba de algumas r 1 ou Zemas, oS que vieram em nti A area de captura de escravos foi to extensa que pi Si m Negros para o Bi outros, de importaneia: 0 grupo y manos e os grupos men uuba, 0 grupo 8 ge tura maometa 0 assunto, em rigor, teria que ser estudado 4 aculturacho, porque temo jedicados negros islami agui sofreram em contatos ps leull; varios Uolof, os Serere, os Mandinga, rhnsi, © muitos outros do Seni éeulo IV da era cris 18. O mais impor dent TarewSnur oBsenoU, (somone 9p opera) TAX o7ags op sosounypns sorspdua Bout CAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA ogo domi los Mandi ‘dos Malini . ha muito tem; ier, e sObre que voltarem: io resistiram agentes de sses Negros ma imados, no seu conjunto, Mugulni ou Mali A origem do térmo je de uma corruptela d marabu (doutor, 1 Jodo do Rio: trat sueerdate” p 0 religioso, como acontec expressdi (macumba) em vex de xangé (orivé). Quanto ao térmo mal maral f@-lo derivar de md lei (isto 6; os que nao seguem 130 COLECAO ARTHUR RAMOS ofensiva ou deprime opinifo, considerando o térm ‘Mellé, Mali ou Malal que “era o n\ fe afamados impérios em que, senvolveu todo o brilho da civ: do Niger” (0: Foi Ni porque Mal © térmo malé tinha, para os verdadei icagio pejorativa, o que explien uma ne sont pas ments su t gres du Sudan, 1851, pag. 12). Is esté ainda de acdrdo com uma observacdo do Prof. Luiz L venére de Alagoas, que me refere ter ouvido o térmo Mal como expressiio injuriosu, na frase usada pelos velhos nazos: malé 0066, Fica assim provade que malé néo é mais do que pequena modifieacao dos térmos » it, melal e que 0s semitas e drabes davam aox povos Malinke, 0 qui ‘passot depois a signifiear ox Negros que na Africa sofrersim ‘6 contato com o islamismo. JOU BRASILEIRA 131 ltnre-carriers, Mas mente a expressiio um homem o a designarem os P’ Hata (pelos Kanuri a2 COLEGAO ARTHUR RAMOS também vindos de Futa-To s Pehl do pais Habbé; Parece ter havido dois movi désses povos. Uma primei je para oeste provavel iente da Abissinia até o Senegal. atério pode ser acompanha icas do século VIIE a0 séeulo nestigos de Pevil e Malinke; os Foulanké, mistura também d porém com uma percentagem maior de sangue ne e 08 Ouass 6 (Vass vente hl também com Malinke dos pontos mais discutidos em etnologia ¢ 0 da o bsurdas que dao os Pek? como aparentados aos Tziganos, aos Pelasgos, aos Gauleses, aos Romanos, ete. Ta cute exaustivamente todas jo moderna da antropol autores modernos, desde Verneau ¢ Deniker, admitem a ori- gem hamitica para os Pevhl, néo 86 do ponto de vista lingitis- imeiros representariam, segun- 108 mais puros do elemento hamitico na Pronunciadas, como os ca- mo. Ambos os grupos tem icoeéfalos. Ha grupos, no FRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA, 133, como mostra Tauxier, que apresentam estaturas siio 08 Peuhl sedentérios, tém tracos negréides, mando os habitos trac $ os puros fisicamente, embora mais atrasados do ponto de cultural, Hoje, a g1 rande m: ea, se est mbora J apresenta 14 couecae ha os Futa-Fula eos Fula ou a origem rruptel Arabes ue Thes foram dados pri inhos, de cujo contato os jd referidos. Mi ,, sufixo indicative OIA BRASILEIRA is Haddon a considerar essa variagio bra- slam @ os is da publicagio da série de jestaca 0 famoso Tariklt t disseram-nos p. ex. Henri Lal 1934). Parece ter as: um Mali set varias dinasti Jada pelo naimero de “guerras povos refratirios, 186 COLEGAO ARTHUR RAMOS INTRODUGKO A ANTROFOLOGIA BRASILEIRA ry i 08 outros Mandinga, a circuncisao dos rapazes (e também a tinham vindo A Bahia, como marinheiros dum navio inglés, a exeisio do clitéris da menina) e em muitos aspectos da sua nilo so propriamente Mandingas. Os Krus (Krou ou Krou. vida social tenham adaptado a civilizagio maometana, éles mon) so Negros pertencentes a varias tribos costeiras da lingua Krow, Excelentes lade nos navios euro- ntos antigos a ne- conservam suas velhas crengas. Posstiem um eulto bem com Gung, ao sul dos Vai, e que falam plicado dos antepassados eda alma dos mortos, em ger trabathadores, engajam-se com embora vamos eneontrar aqui e alla influénelaislaenica tus. Hd também referéncias, nos docu 6 dar um exemp! (guia, a fros Bambara (Bambara) i dyina) com que, é e que na 0 térmo suse apar ao que uma transerigde ds palaven Seabe dlies yee ertos cantos populares ‘igues. E Homero Pires Tauxier, no seu Livro stou a seguinte quadra: almas e espiritos d 80, a orga Suscu sossegue papel dos ai nante entre Gles te categorias i el ‘ou dizedores de coisas ocul- wuletos; 0s Wvenenadores; Numa antiga s de Mandinga étai como destaca Selig- Haussd, Negros Mandinga ao B a Delafosse inclui o grupo hanssé - igero-tchadiano, jun! ok a tram eonservar a c é haussd & também chamada af 4 nite ditos, como . maraba fi s coma os Sussus. Quanto i COLECAO ARTHUR RAMOS mais adiantado do pais. embora haja um grande ea, do mesmo género Islam: a study in non- of Doctoral Disserta- fern Univ., vol. VIII, June-August, 1940 & “Some aspects of Negro-Mohammedan culture-contact among. the Hausa”, Amerie ol, 43 9 1). Ble mostra como as praticas maometanas foram amalgamadas aos cultos e eren is Hausa 0 culto primitivo dos espiritos r in ki) foi influenciado pela evenca tica dos jinn ou (em Haussd, adjan). A mesma coisa que Tauxier re- entre os Bambara, Apesar de todos os esforgos dos * (Mata ‘ssi, dles n&o consegti , que 6 eonside- mo magia negra. , Ussd, Ued) entr dos Hausa 1827, 1828, as e de conquista, s nexros islamizados do Ox Africanos, cit., pigs. 88 segs. is ao fendmeno de “movimento contr: io de déstacar nos Soputnte ) fas os préprios Negros que nao q novimento, O inquérito exemplo, apurou que “0 COLECAO ARTHUR RAMOS riam “no intuito de reunir-se 20 maioral Arrumé ow Ale- ‘mé... junto aos negros da cidade, tomariam conta da terra, matando os br cabras e negros crioulos, bem como os (op. cit., pag. 79). escritos em earacteres f los do Corao, palavrs a) Outros negros com os Haussé e os Nagé vieram menor niimero, como os Tapa, os Bor parentes dus Gi dos Haus, com a maometat ia de Zaria, no norte da iéria. na capil embora, como outros, falas Junto aos Haussd, foram e ativa nas Os Negros que Nina Ri com o nome de Bornii ou Adamawi ri), mestigados de negros e hamil Bahi {ODUERO A AN ina, Mi me como silo tratados os estudantes idades do Cairo, e ¢ ésse 0 nome ra na Bahia, yntanhosa onde residem ‘Nina Rodrigues por que eram Aude também os ainda conse eRros Os G a Bahia, Peuthl, dos Son ie se tratava de Negros da regio da Serra Leoa nome de Gallinas, corruptela Jia, Exam Negros que ocupavam osteira. No entanto, margens do afirmaram os Neg 2 regidio centr: davam o nome de griinei e grinzi, ¢ dai supor Nina Ro gues tratar-se dos Gi referidos acima, A sup interessante mas nio expliea a procedéneia do nome G indo-se aos Galinka, afirmou qu tradugio portuguésa de Poule ou Poulard, ma francesa de Pent (“A politica exterior do Imps Inst. Hist. e G 10 especial, Rio, 19: hl @ Poul ou Phoul, como ja vimos, | grafia erronea Poule que os Portusué ma de atencao é essa hi es ee a2 COLEGAO ARTHUR RAMOS 03 Papel (P. 08 Binfada © seu sub-gru jare, Fada) ; Bijags (Bo assimilado, (Vide p. sa), 2.8 ed., pay. 90). um cantico de Ogun de gro Brasileiro, Macei6, jornai ae is, 08 malés vio desaparecendo na Bahia alguns vel pidamente. 3 Negros netos Veritica, Tinham habitos de INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA an ir estritamente os segui identifiear como sen e fragmentos de ve vado das praticas re uu no proprio Si Olorun-ulug (sincretis Mariana (a mie de Deus). pouco, em alguns terreiros da Bahi a Ald, Acreditando num deus superior, imagens ou idolos como os outros Ne tanto, nfo se separavam dos seus ta sempre foram tidos como feiticeiros ou ingas © ‘as, Bsses — “4 COLECAO ARTHUR RAMOS mans eram na maior parte fragmentos ou versetos Cordo, eseritos em earacteres arabes, num pedaco de pap ot outros objetos que guardavam como grit ismo, os malés nio do idanas e chamavam aligenw praticas de feitig 1a de made ‘A gua que ser magieas em lote toma elas de El iman). ipremo, sethor das pratieas dos cultos e dos segredos das mandingas. Nas ceriménias é assistido por um acélito, 0 la dane ou ladano. Hi Iheiros e juizes, os zerifes, geralmente pessoas so ‘procurados pelos males, atos, com! A oracdo’ou salah corrente entre vézes por dia, werino (Costumes 111) a primeira salah era As qua Dep s_ indispensa tiam o abadd e o gorro de borla caida ar no tecebd, de pé, sdbre uma pele de ear- homens & frente, mulheres atras. Ao rezarem pelas menores do rosirio, sentavam-se, levantando-se quan- ssavam as maiores, © tecebé tinha trés séries, de trinta e trés contas cada - Como informa Etienne Brazil (“Os Males”, Rev. do nst, Hist. e Geogr, Bras. t. LXXII, parte 2.4, 1909, pag. 85) “do com as obse1 fricanos no Brasil INTRODUCKO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 44s vézes a seguinte me de Deus”) nndis titat (al hamdour it rezam: Allah akabarn (Allah ekber A primeira salah, is 6 grand madrugada, tem Brazil) ; a seg ssa a chamar-se Ali-man- noite, chama-se Adird (Querino) ou vitri e lixari (E. Brazil) lah publica, o lemano reza, em nome de todos 0 lat (bissimi Allah, “em nome'de Deus"). E é fre- ite a expresso: Lé-ild, ila-lau, mamabi-aragu-lu-lai, A chamada “missa dos malés” ou sard, a que se referiu Querino nfo é mais do que uma salah piblica, rezada nos grandes dias solenes. Era ainda o lemano quem dit Tezas com o seu tecebé, no decurso das quais fi gestos litdrgicos enquanto que as mulheres pronui tempos em tempos: Bissimil A circuncisio ou Kola er: ‘maté atingia a dez anos di coincidia com a festa do Esp téda uma lunagao, seguido de dendé, arroz_pisado com agua e agticar e leite & Ihas. “As refeigdes eram tomadas as quatt drugada e as ito horas da noite. O jejum term grande festa, em que trocavam presentes ou sal. grinagio a Meca devia seguir-se ao encerramento, ‘Mas impossibilitados de cumprirem ésse p © substituiam pela celebragao do bairam, quar um carneiro terminando a ceriménia por A vida social dos malés era a continuagio dos seus ha- hitos em terras africanas. Reservados e austeros, eram in- a6 COLECAO ARTHUR RAMOS LOGIA BRASILEIRA at As mulheres pinta feriores com uma wresentes, orar. Passava-se entao & terceira e funerari indo ncavam e cantavam, ao Som As sobre tieas ¢ cultos blés do neias malés acham-se hoje diluidas nas pri- nagos ou bantus, das ia e outros pontox do Bi so co1 chamadas “linhas” de Mucurumim, Mucury- man, Mugur evidentes corruptelas de mi pais de santo destas linhas ainda se chamam alufi tomam 0 nome de Pai Ali Alufd, N do informacio do p: tia palmas, recitava uma 6 centro da sala, wa ao seu lugar. da mulher era inferior. A menor fal A mulher que faltava aos deveres conju Permitiam-lhe upen: ada por pessi © status adivinha a aossé musulmi. Os Malés esto quase desaparce’ algamaram As outras cult Arios, hoje desaparecidos, foram a tipico dos malés. Ao morrer um Negr: vestiam-se de modo earacteristico, no caixao, segundo “a lei dos braneos”. A CariruLo VIL AS CULTURAS BANTU Os Bantu constituem um enorme conglomerado lin; tico, que ocupa os dois tercos meridionais da Afriea Negra, Ao norte, ha confluéncias freqlientes com as linguas sudane- sas, mas a linha limite dos povos Bantu pode ser estabel de uma maneira aproximada, como se segue (ef, Seligmat Les races de UV Afrique, cit., pag. 158) ; “Partindo a costa maritima, na embocadura do rio del Rey (que a Nigéria do Sul do Camerum), a linha marcha para deste ao longo da fronteira, depois para o sul ¢ para o leste irregularmente, até o angulo sudeste do Camerum, para leste através do Congo francé: ao sul do rio Uellé, para a berto. Atravessa o lago Kioga, p: para seguir a parte posterior da regiae orie toria até seu angulo sudeste, Dai, atraves: gular o Territério de Tanganyika, dirige-se para 0 norte A parte posterior de Mombassa, de onde uma longa e estreita cunha aponta para 0 noroeste, para 0 Monte Kénia, atraves © rio Tana, dirigindo-se para o Norte, para a foz do ‘Djuba, ocupando entre ésses dois rios uma estreita 1 overtop A unidade dos povos Bantu 6 puramente lin; “Os Bantu — esereve ainda Sel nidos... como sendo todos os Negros que se servem de a ma maneira da raiz ntu, para qualificar os séres om @ prefixo do plural da ba-ntu (Bantu), isto homens (da tribo)”, e & por esta palavra que todo o g1 150 COLEGAO ARTHUR RAMOS spo humano em questo fot designado na literatura ant Pologica”. 0 prefixo singular é ct quer dizer “um home As linguas b nda visa la pela divisiio dos homes em classes, ia de género para d ‘exo, ete., sendo que a sua earacteristiea pri lesde Meinhof, de prefixes, d Para Meinhof, lementos de idéias ou objetos originado de rova a existéneia de s", entre outras um certo ponto, sudanesas ¢ ha- 0 contrario, que as linguas anes dorian do Dente pia tribuem- H tataticas m Isto vem provar que os Bantu estio lon Bantu estio longe de apresentar Lum tipo fisiea cultural homogeneo, Do ponts de wists aie ropoligico-fisico,éles apresentam tina grande Yagi tipos, com o eruzamento so norte, com antigos stocks honk, 8 povestealeon Rlobstn (Hotentses 6 }e um modo geral, porém, 0 tipo primitive Bantu, distingite-se do > Sdlo, por sua estatura uum peo. menor, d menos pronuiada, menor Prognatismo, nariz menos achatado. » we 2 Nio hi, tio pouco, unida P . , onidad oF Isso, 0 melhor € vidi as trios Bandy, de aed com as suas viins car. ristcas linguistias, culturats e historieas, e lovando-se em a) Grupo Meridional. Comega é I. Comecaremos por éste grupo, Por ser talvez aquéle que menos interésse oferece ao trifico de escravos para a América Portuguésa, a néo ser nos INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA, st tes norte, com Angola, a oeste e Mocambique a leste. Alguns autores incluem, entre os Bantu meridionais, os Cafre-Zulus, a leste, e os grupos dos Be-tehuano no centro ¢ dos Herero- este. Outros ampliam 0 quadro e fazem incluir no Ao norte, esto os povos da Rodésia do Sul e da Africa Oriental portugué is6es lingilistieas e tribais dos Barotsé, Makoré-koré, Ua- tawara, Uazezuru, Uabudjga, Vamari, Uakaranga, Vandaii. A leste, esté o grande grupo dos Zulu-Xosa, ou Cafres- mpreendem os Cafres (Ama-rosa, Amatembu, i) da Colonia do Cabo; os Zulus juntar Bo-Ronga e Varios sub-grupos d tram-se ainda ao norte do Z os Al ma-zul No centro, estilo os Suto- ‘ehuand, que mostram uma certa mestigasgem hotentote, Sao separados dos Zulus pelos montes Drakenberg Bechuanaland e do Transvaal; os Ba- ‘ do Basutoland; e os Ba-pedi e os Ba-Venda, Os Bantu meridionais de oeste so os Herero-Ovambo, ue vivem na metade norte do Sudoeste africano e no Sul de ngola. Dividem-se em: Ova-Herero (Damara), pastores las planicies do oeste e do sul; os Ovambo (Ova-Mbo, Ovam- po), agricultores do sul de Angola e os Ovimbundu e Bailun- do, dos distritos de Benguela ¢ ao sul de Angola. 5 COLECAO ARTHUR RAMOS ‘Todos éses povos vivem hoje divididos em inimeras tribos, pequenos conglomerados tos ao governo de chefes locai comegos do XIX houve, porém, reino Zulu, nome derivado de uma d minagio do famoso chefe Djaka ou uutros, até as populages storia agitada de gu pela conquista dos ing! dos impérios negros. baixo Congo. Foi uma as, que 86 terminou de 1885, que destruiu maie um bd) Gruvo Ocidental. % o mais importante de tods do Ponto de vista étnico.e.cultural, e do ponto de vista aa co significagio ‘para o Negro.do Novo Mundo. A vasta drea désse grupo engloba o Camerum, 0 Rio Muni, 0 Gaba: »O Congo Francés e 0 Congo Belga, Angola, a Ro da Africa Oriental Portuguésa ao norte d¢ da bacia do Congo, o “coragao da £fticn certos autores, onde existem os Negros ti i neontram 0 seu simile nas na de Do norte para o sul, a comecar pelo Camerum, encontra- mos: os Duala, uma parte dos quais povoou a itha de Fereace do PO; os Ba-Kunda, os Ba-Koko e seus vizinhos do nonar, te, os Ba-Ngweé, os Ba-Nyang, os Ba-Long, todos misturedes £m clementos sudaneses. Ainda no Camerum, vivem o. Ba ‘Swa ¢ os Ba-Kwiri, ao redor dos Duala, Os Negros do Gabi sio os conhecidos pelo nome sené- rico de Fang (M’Fan ou Pahuin), Tornaramse. tatvons como canibais e pelas narracdes fantasiosas de que { alvo. Parecem ter vindo do oeste, da i Aguas Congo-1 Gabio, como os Mpongué (M'Pongué), os Kembé, Be-Shegé ou Bulu, ete. Falando o Mpongué hé ainda inane. ras tribos no interior do Gabao, As populagdes ao norte do Rio Congo e do Ubangi sio numerosas, Assim temos os Ma-Yombé, os Li os Ba- Binda, 08 Ba-Sundo, os Ba-Congo (Ba-Fiot, Fiotes), ‘os constituindo uma populagdo numerosa que se est 1A BRASILEIRA, 185 (Ba-Kunghe) oa Ba-Kamba, os Ba-Bembi, ox BecBucnt il vi ae até a fox do (B'Ubanghi, Ba-Pfuru). Entre o Congo e 0 Uhanghi, 10 altamente organizados como os do Congo, da Lu semen Sh es Sa Os autores portuguéses que se tem dedicado ao estud a grafia do Autor) bala, Bailundo, An ), Bieno, Hambo, Sambe conda, Quiaca, constituindo essas ie en 2° — Grupo Am COLEGAO ARTHUR RAMOS © 0 Cunene, e conhecidas pelo nome geral de Angolas ou An- goleses, pertencem a varios povos, alguns dos quais mui misturados. Uns tem crigens meridionais, como os Ba-Rotsé, bantus orientais emi- habitam os Muchi-Congo, os Kiamba, os Ba-Ndombi Mais para 0 centro, estiio os Ganguela, habeis ferreiros nhos, os Ambocla (Ambuela), imbandé, @ os Ba-Kioko, Ba-Diok, éstes dltimos. ue tém percorrido todo o pais com suas reino do Muati-anvua, € eonstituido ies ocidentais do Alto Zambeze. Sio, por exem- 0s Ba-Lunda, os Lobalé e intimeras outras. 0s Ba-Luba, ou Luba- Uemba constituem um grupo nu meroso, que apresenta certas analogias com os Liu ponto de ido 2 bacia do Alto Congo. A éste grupo pertencem os Bachilanghé (Backilonghe), os AVemba (plural: Ba-Bemba), 03 Ba-Bissa, os Benalulua, os Ba-Songhé, os Ba-Rua. Ao norty das tribos Ba-Luba vivem os Ba-Kuba, que falam uma lingua diferente, sio sedentarios © fazem negocios com os Pigmeus que vivem entre é A leste do Loango, vive o grande conglomerado das tribos Ba-Kongo, Ba-Chilelé e Buchongo, Sao tribos que sempre se opuseram ao contato com os europeus e bem conhecidas pela sua habilidade na arte da eseultura em madeira. Os Buchon- go sho os mais Foram éles que organizaram os giram 0 seu apogeu no comégo do ‘e Chamba-Balongongo. O nome de Buchongo derive-se de uma arma especial de arremésso, tam- bém conhecida pelo nome ‘he. A oeste dos Bu- chongo estao as varias t inda mal estudadas, dos Ba- Pendé, dos Ba-Pindji, dos Ba-Bonda. . O grupo dos Ba-Sango (Ba songo-Mer lguns viajantes como antropéfagos. Os Ba-Sango constituem um agrupamento he- terogéneo, mas que se distingiiem por varios tragos lingiiisti- cos e culturais comuns. A leste dos Ba-Sango estio os Ba- Nkutu e os Ba-Tetela, cmeoneemenagrne INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 155 ‘A oeste do Kassaf esto as varias tribo: Samba e dos Ba-Ngongo, que foram recalcadas para as sas pelos Ba-Yake, vindos de oeste, pelos Ba-Yanzi 1s Ba-Pe ‘A estas migragdes su- formadas dos Bo-M’bala, dos Ba-Huané zo vivem as varias tribos dos Ba-Lolo, dos M’On Tela (Bwela), dos Ba-Nza..- dos Ba-Noala, muito numerosos e vivendo da pesca e da cul- tura da mandioca. Thuito tempos assim se. chamaram: Deus —~ do Congo, imbungo, Cacongo, Ne Gant, senhor dos Ambundos, de Ngota, : Matha, Mupilo, ¢ Musueo, e dos Anglos, e da conaui Djaga, também de origem © reino de Angola provelo da iragmentagio dos reinos Nedongo ¢ de Matamba, que pertenciam ao império con- teids Umm dos chefes invasores Djoga tinha 0 nome de NGola Ginga e doou o reino de Ndongo ao seu filho Ngota Nba. O nome de Ginga passou a caracterizar a dinastia dos Ginges, que assim se estabelecia no pais, agora chamado Angola (de- rivado de NGola). Hai uma série de peripécias que acompa- nham a dinastia dos Gingas até a famosa rainha Ginga, que 156 se converteu ao eatolic em 1622, O nome de Ginga tornou-se tao popi a0 folk-lore em varios autos populares (Vide, p. ex, A. Ramos, 0 Folk-lore Negro do Brasil, pags. 56 ¢ segs.) ©) Grupo oriental. ste grupo, muito heter {de inimeras populagdes misturadas ¢ Htende-se da costa oriental afi . Alguns autores estudam do dos Bantu lacustres e depois os Bantu do Nordes Viantu de Leste. Os alemies distingtiem os Bantu imigrados do sul, dos Bantu moderios, vit Os Bantu lacustres assim cham: nas margens dos lagos Vi Yados, que se constituiram outrora em varios reinos co de Baganda, Banioro, Karagué derivados de um troneo bantu prin: kondjo. Suas tribos, numerosas, so conhecidas pelos prefi. xos Ua, Va, além do pretixo geral Ra. As tribos mais impor tantes sio os Da-Ganda, os Ba-Nioro (Ba-Kitivi), os Uae Ruanda (Ba-Ruanda), os U si kuma, os Va-Niamuesi, 08 Ba-N Os Bantu de nordeste e de leste distingiiem-se também Hingiisticamente pela freqiiéncia do prefixo Ua nos sens homes tribais. As tribos do ticas, raciais e culturais com os Mass hamiticos. Blas sto: Os Pokombo), os Ua-Takocko, 0s (Va-Kambo), os Akikuyu, 08 Ua-Taita (Va-Taita), os Ua-Tehaga. Ao sul destas tribos, estilo os Bantu mais puros se conservaram imunes de contatos raciais mo, tomando o nome de Ana de Souza, a regiao dos grandes icialmente o grupo chama- Me po fala o Ki-suaheli, um dialeto bantu, eonside ca ou lingua gerald 2 Gogo, os Ua-Hehé, os 08 Ma-Kondé, os Ua-Macua. GAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA No contro, na Rodésia do Norte, parte ocidental da Afri- oa Oriental Portuauasa e a0 retor do lago, Nasu, site as Iga, Asena e Atchena; os i-Macwa e muitas outtas, riental Portuguésa, a importante cold1 forneceu 20 tréfico de escravos Negros, apresenta uma grande pertencentes ds divisoes dos . “Assim, numa tentativa de classi Ba-Shope, ocupam os distritos de Lourengo Marques, a fas pelos distritos de Manica, Sofala, Quelimane e Tet Fe algumas delas localizam-se ao sul do Zambeze. Os eee wr que so geralmente mais conhecidas as tribox dos diferentes grupos enu- mga ou Landim, radlos S80 08 seguintes: Entre os Ba-Ronga ou Land Contamae os Teme, os Kotet, os Shengane (Mabuingel), Machéngua, os Makuakua, o§ Tsua. Os Ba-Tonga sao tai bém conheeidos pelos nomes de Bato me. E Senga, contamse as tribos seguintes: Pauara (Me Tango, Atonga), Makanga, Manin, Massingire, Borore, Mo garga, Os Makua dividem-se om Marave, Lomué, Makonde, Mavia e Macua propriamente ditos ou Mogambiques No interior do pais, nas regides I (Os nomes tribai ‘trofes do Zam! inda mal estudadas. $40 os Maing 30s Anguro que sio os mest’ Atanda; os Alolo ou Make mba, descen di e cem ao grupo Ya 158 COLECAO ARTHUR RAMOS (Mankianja) provindos das regides cireunvizinhas do Iago Niasa. Ainda no Alto Rovuma, ha os indigenas eon pelo nome de Majanguares, que provém sores zulus. Nio hi ainda estudos sistemat des gr Thonga apresentam lado lembrando 0 fala. A estatura é Os Bantu ocidentais apresentam as “negras” mais pronunciadas, caracteristicas ‘new 2 embora mostrando grande va- Tiago. Assim, mesmo entre alguns Bantu do Congo, vanes encontrar tipos menos negros, de ldbios m; menos achatado, que os das outras tribos. ‘$i cocéfalos, embora se e1 guns grupos, A estatura média finos @ nari ‘ar entre 0 ides se atenuam em varios gru A dolicocefalia 6 a regra e a estatura 6, em médi Cultura, Nun dos pov qu: Assim, de nimero I a LY, Hot comuns A parte m aqui. Sfo as INTRODUCAO A AN! OGIA DRASILEIRA 150 idades_interes- néio-material apresente algumas_ partici santes, ‘A rea TIT, chamada a direa oriental do gado, com um excisio cl so, ou por extrac Costume ite 3 da mio. Hstas p esto em passage 2 A fs cabanas quonas af tagio varia, desde a choga em cole slondis aftn onion Os Negros vivem em ch i posto de certo ntimer fr Novcontro dap désses grupos é chamado kraal, em forma ¢i de chocas, dispost estiio 0 gado, os car! jurante 4 noite Alguns grupos organizadi este, 20 contrario, si as tribos do sib. Bo antepassa ‘os membros do sib. io com 0 seboko, nome de um 180 COLECAO ARTHUR RAMOS josa tem como base g culto dos antepassadas. de linha masculina, quando torre torna. se dedicam varias ceriménias fune1 prinetp lada uma verdad ua correspondéneia, eomo fos nomes do “deus eriador” das Afriea do Sul Os Bantu orientais apresentam tragos culturais diversos, mntos comuns que se seguem: pratica de eircuncisio; lentarias; o complexe econdmico do gado, numa grande parte di si trabalhos em ferro; chogas eénicas 20 sul, retangulares ao norte, de paredes de addbe e tele de sage politica e religiosa gi- gado, 'S irupos podem ser destaca- , segundo a descri¢ao de Seligman, Os Uanyika di Parecendo to- feos alguns. Prati iam carneiros ¢ qibtas. Adoram o grande deus Mulungu, cuja uniao cons a ‘Terra produziu tddas as coisas déste mundo. de idade ia domina a cena, Os Akikuyu dividem-se em sibs pate: série de deveres e restrigées tabus, Imente agri- de riqueza. Tam- empenha aqui wm papel importan. reto da serpente, ritos funerarios é O deus © uma série de. pra ‘pal, N los males desta v Os Vatchagga organizam-se em numerosos sibs pat neares, Sao agricultoes, Govérno despético de um chefe, ino: Negro eariocs (foto do Autor INTRODUCKO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 1 ‘embora hoje parti que sao chefes locai queza, Pratiea de Ritos funerdrios complexos 0 ser supremo é Riwwa, que é também o nome do sol. Mas 0 culto dos antepassados domina hoje a cena. Os Suaheli, jé destacados pela sta lingua fo como ficou acentuado, um povo misturado, de tragos turais maometanos. Os Yao, matrilineares, rendem culto a0 deus supremo Mulngru. Os'Aniania muito misturados com os Yao, distingiiem-se por serem hébeis guerreiros. Possuem ritos funerarios euriosos e eréem em Mulungu, também cha- mado Mpambé. Os Bantu ocidentais sio os que apresentam os tragos de cultura “negra” mais caracteristica: a cultura do vale do Congo, a “area hileana” de alguns autores. Do ponto de vista, leconomic ldo gado. A vida econdmiea 6 esse itagdo € tipica da grande floresta: casas retangulares de jparedes de adobe e tetos de edlmo. As vestes sfo feitas fibra de ra/fia. Utilizam também para ésse mister idas de cortas arvores, processo que lembra o iguns autores consideram c ipicamente “negra” da Africa, — que os objetos que os colecionaiores elassifieam e “arte africana”: as estatuetas religiosas ou profal mente matril A organizacao pol famosas monarquias ‘Um dos exemplos 18 de mi jmam também parte duas rma es. Vem dey ' v derada superior 4 do rei. O poder re outros tempos, passou a ser cont pela opinido pibliea, Em algum: imaginacao Na est ligiosa, encontra-se 0 culto dos antepassa- dos, como nas outras areas bantu. Préticas magicas e ceri- Culto do Zambi, que toma varios nomes, como Como, desta area ocidental, foram os povos do Congo e de Angola, os que forneceram maior nimero ao trifiea de es cravos, convém examina alguns aspectos particulares da sua cultura, Infelizmente, nao hi ainda estudos sistematizados dologico. Encontram-se, no entanto, fartas referén obras dos viajantes e exploradores portuguéses e outros, como Dias de Carvalho, Serpa Pinto, Capello e Ivens, ¢ nax obras de varios escritores portuguéses mais recentes. De acérdo com as informagées de Luiz Figueira (Africa Bantr: — Ragas ¢ tribos de Angola, op. cit. pig. 87) a esta- tura dos Ambundo de Angola varia de 1m63 a Im70. Sao bem proporeionados e resistentes. Usam carapinha espéssa. barba rala, rosto largo, nariz chato dois incisivos superiores centrais. face e no corpo. INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 163 Quanto 20 vestudrio e ornamentagio, os homens vivem em semi-nudez, trazendo uma pele & cintura. Os j& envergando os chefes tri- res, ow sobr. ae fraqu éses. O corpo é untado de dleo palma ou pente de mad Do pescogo ou da cor, que atam a cabeca, |, ferro e osso, braceletes, micangas, amuletos.".. completam a ornamentacao, A habitagéo — a eubata dos indigenas de Ani coniea ou quadrangular, constr 08 abrigos chamados munzuo, eu fombo, ow acampamento. As hi tomam o nome de chiewm! mutala e mucumbe, Hi varios outr crigdo, seu arranjo em qui estudo da mussumba ou c ux excelentes paginas de Dias Historia tradicional dos povos da Li ia, Lisboa, 1890, pags, ‘Ao lado da habitacdo esta 0 curral para os animais do- ‘sticos. Os utensilios de casa so varios: o pilio (tchine), de um s6 tronco de arvore; a peneira (sali) feita 08 cestos varios, de canigo tecido (ongélo, om quinda) ; 0 alguid: Fo, Outros utensilios da vida econdmiea dos Angola sio: os ‘trumentos de pesea, as eanoas (dongo) feitas de tronco de e escavada; os pratos, colheres, espéitulas de madeira; 164 COLEGAD ARTHUR RAMOS 9s baneos ¢ cadeiras; os comprido: escullpidos; os f outros objetos de bi ss de pele e lo e outros jacas, ma) tos de ferro, ete, (Para uma descriedo dos objetos de cult mes originais, entre os povos da Lun 0, op. cit., caps. Ve VI). los, setas, laneas, anzdis e outros instrumen ‘a material, ¢ seus ide Dias de Cary: destacando-se de tambores, tais como: os grandes tambores cilindrieos, de tronco escavado, chamados ngomba ou ongoma, e na Lunda angoma, com na id mucamba, angoma ié calengi, a © tambor de chamada, 0 drum-language dos povos do Congo; a puita, tambor de frieclo; as de chocalho (mussamba, luzenze, jiudua. se percutem com os dedos; os varios 1e que corresponde ao agogé dos icungo, arco musical dos Angola e , os varios instrumentos de spro da Lunda, (nizia, , ditonio, mizezele, dilele, chinanana) Nao ha estudos especiais sdbre a organizagdo social dos povos de Angola. O homem exeres © poder social e pol . B ale o dono da chocas que compdem a aldeia, No « Theres — porque a p mesmo eli tribo. A mulher obedece inteiramente & ordem dos chefes mas inos: aos pais, aos maridos. Os pais entregam a filha a0 pretendente que pague o maior alambamento, isto é 0 prego que surge assim como a unidade INTRODUCAO > ANTROPOLOGIA BRASILEIRA, 165 festas. O nascimento do fill raques, libacdes, cacadas, © numero de mulheres ¢ eseravos que ola possui, era considerado outrora indice de riqueza e status |. Hoje 0 costume poligimieo vem sendo muito atenua- © homem que possui varias mulheres escolhe certos dias da semana para cada uma del lumbo respective. A mulher, fora dos ito em frente da tribo esta em ilhos que ela possui. 0 poder politico ¢ exereido pelos sobas regionals, de as- gendéncia quase absoluta sobre os sous siiditos. Dirigem « ‘Vra-eonomtex “Ga tribo, cobram os impostos, aplicam ax sangées penais, ete. Periddicamente reunem-se em conselho, quando ha assuntos graves a resolver. Hoje os sobas nada mais sdo do que agentes do Estatuto Indigena, regido pelas Jeis portuguésas. Na religifo, hé 0 culto de uma divindade suprema, como j4 0 vimos para os povos Bantu em geral. Em Angola, o deus supremo tem o nome de Nzambi ou Zambi e no Congo Nzam hiampungu oa Zambi-ampunga. Algumas tribos de Angol falam em Ngana Zambi (o senhor deus). Mas nao fazem déle uma nogio exata. A. Capello e Ivens, exploradores que itaram ésses povos em 1877-1880, apenas souberam res- ponder que Ngana Zambi — a quem adoravam em T’chiboeo, na forma de um curioso objeto onde se destacava um homem com os bragos encimades por uma figurinha menor com a forma de um pequeno passaro — Ihes fora trazido do ealunga mar) por um ambaquista. Assim adoraram Zambi na forma je qualquer objeto. Com a eatequese dos missionérios caté- icos, deram aos cruxifixos o nome de Zambi, que ora traziam pendurados ao peseogo como iteque (amuleto), ora 0 guar- | lavam em lugar especial em suas easas. Um negro Bengala declarou certa vez a Dias de Carv. — Na minha terra (Cassange) os pais ensinam a ter respeito pelo Zambi que nes ve € ouve, sem que 166, COLEGAO ARTHUR RAMOS nds 0 possamos ver, e que tem a sua morada 14 em cima (apontando para 0 eéu). Quando estamos aflitos, a éle pedi- ie venha em nosso auxilio e nos ajude a livrar-nos de que proteja as boas pessoas e castigue os criminosos (e pos as méos em atitude de adoragao olhando para cima). & éle quem pode dar felicidade as pessoas e as terras. Na fazemos como os Lundas, que trazem 0 Zimbi (crucifixo) Suspenso ao pescogo; nao senhor, seguimos o uso das terras zem de propésito uma sobre baeta ie cada tum pode arranjai la cubata de cada um, mas em ressuardi (H, A. Dias de Carvalho, Ethno- ‘tao na parede di gvafia ¢ Historia tradicional dos povos Lunda, Lisboa, 1890, pig. 517) © registos de papel, a que negociantes sal, agticar e jim- bolo (bolacha ou pao), para o seu Zambi, wumbo, em Muvangi ¢ Owar e Karunga, em Angola; Katond Zangue-Leza, no Congo b INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 18 Entre as divindades de Angola merece um destaque especial Calunga (Kalunga, Karunga, Karuga), primitiva- mente o War “Hel Chatelain assinalou, contudo, varias sig- nifieagses para essa misteriosa palavra que aparece freqiien- temente nas (Folk-tales of Angola, 1 274 @ 294): 1. 22 pers A do “rei do mundo infer oceano 4° interjeigio de iado a um chefe ¢, le alguma importancia é um pequeno boneco, e daf o no geralmente a um mos. jor on espiito au em Angol, os da geracio, gestagio, nascimento ¢ in- wadivingade €-0-Neumbl, Zumbé ow Cazumbi, que nao deve ser confundido com o grande deus Zambi. No Congo ¢ em Angola, o Zumbi ou Cazumbi & um rome genérico para os espiritos malfazejos que tiram o juizo ‘quem se apossam. Outras véree, sfio deuses Tares caseiros que rodeiam as pessoas, intervindo até Lemba € um deus inf Hé uma multidio de deuses inferiores, de espiritos b © maus, chamados Ma-bamba em Angola e Kilulu no Congo. Os negros angola-congoleses possuem um verdadeiro culto dos antepassados. Acreditam na orn fe vo dar a luz e neste ci jd referido, Cal ivazzi (Istorica Deserittione de 168 ECAO ARTHUR RAMOS ato da vida, espirito, Ima tendéneia désses povos a criar mais um dos mortos e dos antepassados, varios. Nao existe 0 pomposo -fetich Olcaneernescms eee et mesmo tempo medic, adivinho™e felticcho’ ier Acsoke favem os Negros a distingao entre o Rumbas Ren dine 0 verdadelrg chamador su invocador Gos ceniitas a Banda Kia Kusake, ow tlicetve ace Geral reg lee ucfA ilar fetaris oe cunastoeete entre o Nganga, Ganga ou Onganga e 0 Quimbanda ou Qi Wanda, Para uns, 0 Ganga € 0 felticelre, malétioe, on fo Congo, Genga' tina idolos, conforme nos informa o padre Cavazzi. O sacerdote principal no, Congo ra chamad ou Quilon do mistondaie ‘egni: Congo, Matumba Wl Angola, Milano, MDCK, wig 60)" Em Angoli inhador tema o nome especial de Gchiumbor eb fltceee dos Hoes ¢ eatsurerto Borie Os'nomes generis shor porcin Qiaebon 6 es finda sempre acompanedo don sets iegaas ea ea Moltas vezes osen sbjetos magices sto carreea ges oe dante © constam de pajvenes © tosses boneeeatae Bee 8 sementes de plantas, pelagos de barto encore’ eas céres, unhas de animais, pedagos de peles, ete. Para a comunieagao com os eapritos ato que em Angola € chamado éeutéha, 0 Quir nda mistura aquéles varios sit balos num prato de macteira ou muna pelea eee Jon. Em soguida repos tao ae objet na oe aereseentando tna mistura de tensa brane ele eae Pelo modo como on cbjetes sultans; ci ere Saad © Quimbanda diz adivinhar quais os espiritos associados ao Sout da const, Naura me doengas e nas varias praticas magicas, para bem, os processos seguem a mesma orientaca INTRODUCAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA 19 descrita, A praga, o esconjuro magico chama-se ondiongo e a doenga eausada pelo feitico toma o nome de vdulunga. Os ritos funerdrios em Angola sio chamados itambi ou nambe. & uma grande festa, com batuques, comes e bebes, que duram varios ssereveu Ladislau Ba- stitui para uns outros © para }onia em que se, dao- mente dangam, pande- Forrivel costume do eve bandama pertence a certos fu Quando um dos cénjuges falece, o sobrevivente tem de dermir A posigio do cadaver nuns lugaré 0 Quimbanda organiza 0 i enumerando em seguida, os ortos e vives. Quando me pronunciado, éste a0 COLECKO ARTHUR RAMOS rante varios dias, as mulheres depositam comida ao pé da Sepultura que naturalmente devorada pelas feras, e por isso renovada constantemente. A arte — pintura, escultura, misica, danga, — na Area Angola-congolesa apresenta-se com aquéies aspectos tipicos, que se pode considerar leira, objetox de ferro, instrumentos, » jd foram assina- Tados nos lugares compete: Entre os povos de Angola e do Congo, hé uma rica va- riedade de coriménias, onde intervém a dana e am No antigo Congo, segundo o testemunho do missionario Ca. \s suas duncas 0 nome ge *s prineipais: 0 maquin em honra dos monareas, © 0 mampombo, espi Inga esti ada aos ritos sexua ompanhadas de dangas ¢ dancas guerreiras é a cufui- de luta, onde um dancarino faz piruetas om uma grande faca desembainhada, sob 0 aplat- so dos assistentes que berram e assobiam, em roda, animan. Cuissamba é a danea guerreira dos feiticeiros e uianga ima danga cerimonial de caga. de Angola, & © quizomba, , preco da virgindade zomba — desereve Ladis- ses, Lisboa, 1890, pig. 50 tema obrigado for a hora em que sto, sempre se ouve aq a cantoria uma roda, m no largo, dois a dois, s honras danga cantam em cro a qi os fatos conhe- 8 (...) Aquen- INTRODUGAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA i dente eo movimento ‘ta-os pela noite adiante a aguard: movimento voluptuoso, agitado, com ten bilo!” © nome genérico das dangas profanas de tm circu, executam passos *sapatendos com, palings e instrumentos de percussao. Segui erica de Alfa Sarmenta (CE, Macedo Soares tn Lingua Port”, 18880, palavra Balun outres distrtag de Angola, "0, babigue. cons mam treuloformado pels dngadores mo para 01 pret ou uma preta, que, depos de exeeutar vos pas Yuma embigada,a que ehamam semba, nt pe formagao do batu Quanto la-congoleses j frases melodicas so simples, como se colhidas por Dias de res desenvolvimente pags. 151 e segs.) colegdes de Callow os Bassuto, ‘As coletdneas mais citadas de Ang in (Folk-tales of mm COLECKO ARTHUR RAMOS A fundagao de S: Angola o pi do nos in Paulo de 5 tio im- O mercado de escravos bantu continuon pelos guintes, recrutando Negros de Angola, do Con; Costa. Sobre o trafico da Contra Ci e com concentraciio em Quel as meios indi portadas. Na sua “Viagem pel . em _port. de Licia .), Spix e Martius de’ Portugal — es- jm muitos prineipes do inte- do por intimeros portuguéses, por mes origem portuguésa e por negros nascidos nas coldnias portu- guésas, no sé da costa, porém até das do fundo Cita entio, a'cidade de Sio Felipe de Benguela e os presidios de Caconda, Ambaca, Canjango, ete., centros do trafico de onde partiam os portuguéses para as suas incur- sdes a0 interior africano, e atravessando 0 continente até tingirem Mocambique. Os escravos, ainda segundo as informagdes de § Martius, cram embareados em Sio Felipe de Benguela, Novo Redondo e Sdo Paulo de Loanda. Os escravos procedentes destas regides receberam o nome geral de Angolas. Ao norte destas regides, os traficantes iam buscar escravos go — em Loango, Ca © nos portos dos rios Z: Congo. Os Negros dai sio chamados geralmente Cabindas e Congos, Finalmente da costa oriental africana, ou Contra Costa, so trazidos Negros apanhados em tada a regio orie mesmo do interior, embareados em Mogambique ou em pelo interior para os portos da Costa Ocidental, ja referi INTRODUGAO A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA, 15, Achou Martius que éles pertenciam As nagdes dos Macuas dos Angicos. Sem_conhecimento especializado da etnologia african: Spix e Martius esereveram um ta Negros de Benguela pertenciam as sehés © Schingas (sie) no o1 ‘leméio) ; e que os exeravos entrados em Angola eram Ausages, Pimbas Schingas e Tem- bas (sic). Algumas destas tribos sAo evidentemente sudane- que nada mais sto és Permanece de pé, no entanto, 0 e is de que os Negros bantu entrados no Brasil pertencem aj is grupos gerais: os Angolas, Cabindas e Congos da Costa idental e os Macuas e Angicos da Contra Costa. Completando as indicagdes de Spix e Martius, Ni drigues assinalou as seguintes procedéncias de Negros (Os Africanos, cit. pag. 178): “a) negros de Angola Ambundas, dentre os quais se destacam nas tradigoes di nossos afrieanos os Cassanges, Br que talvez og modernos Dembos sejam os Tembas de 5b) os negros Congos ou estudio do Zaire; e) os negros de Benguela, de nhecemos esta designacio regional e nenhum ; d) os negro: contro vestigios dos que éles chamam An Os exatos nomes tribais dos Ni enumeracio foi feita no capitulo nomes em nomes varios si versas, etc. Vide, p. ex Congo e’Angola e de Mogambique, 98 e299). Africa, ou dese povos de procedl historiadores seguiram a mesma orientaglo ¢ imos cada qual a fazer a sua enumeragio, a apresen- 5 de nomes, vefa prévia da sua waco étniea e cults mes com a lista de distribu dada no capitulo anterior. aqui essas varias que os negros ban repetiremos Convem a tomaram des mo Congos, Resumindo os estudos sobre as procedéncias dos negros Bantu no Brasil, podemos dizer que éles pertencem a dois grupos gerais: a) Negros angola-congoleses e b) Negros d Contra Costa. Para os Negros do primeiro grupo podemos tomar a Angola Portuguésa atual como centro de referéncia com representantes dos povos Ambundo, Congo, e aé Cafres e Hotentotes, éstes iiltimos entrados no Brasil em ni- mero insignifieante. Para os do segundo grupo podemos re conhecer Mogambiqui entro étnieo, com as dist goes tribais j4 enumeradas “uns trés escentando apenas saber “que guns negros aus trais em pea izinhaneas da cidade, em Bro- 174). B estranhavel essa afir- mos hoje que entraram, Loanda e os out © Brasil eseravos Ai canos enviaram par dass em enorme diretas da su OLOGIA BRASILEIRA a {TRODUCAO A ANT Ungua, nos costumes, que chamaram a aten¢do ao proprio Nina Rodrigues, embora om dedicado ao seu fextudo 0 mesmo cuidado que obrevivéncias su Estudando o quilombo de Palmares, Nina Rodrigues jcou sobreviveneias bantu, nos nomes © nas institui- § predominancia de Neg Feomo no caso dos festejos de reis cong IB devocio de N.S. do Rosario (op. cit., Qui 10 referiu-se a alguns grupos bantu da Cambinda (sic), Angola, Massam! nes Africanos, ed. da Bibl. de Div. Os negros Congo foram dados px 1s ¢ trabalhadores, ao lado d se insinuantes; por isso chegaram a confudir-se com mulas elegantes” (op. cit., pig. 99). “O Angola — e reve ainda — deu 0 tipo do capadéeio engracado, o intro- dutor da capoeira” (pag. 39). E em outro lugar: “O Angola era, em geral, pernéstico, exeessivamente loquaz, de sestos ‘aneirados, tipo completo e acabado do capadéeio e 0 intro. ‘or da capoeiragem, na Bahia” (pig. 270). ‘As informagses de Braz do Amaral so interessantes neste particular (Ioe. cit., pags. 675-676) : veis porgées de eseravos desembarearam nos vindos de Angola, e os elementos étni te povo ai estéo em miiltiplos tipos de gente do noss« ‘Altos, mais delgados do que os outros africa cos fisieamente, parece déles descenderem |, na Bahia, no Rio de Janeiro © 1m 0 nome de capadée “Consider s tinham defeitos que nao sio afrieanos, mas que sio muito freqiiente: «© mestigos. no Negro 10 08 constos 184 COLECAO ARTHUR RAMOS leiras, como re personificaca: mar tivesse ficado esquecida, no Brasil, contudo ha certa ligagdo do seu nome com o culio das aguas. lunga passou ao uso popular para designal boneco, o que é facilmente exp! tiche’ ou iteque ser na Africa uma figuril fine oj, nog maracntus do nordeste 0 Net ma boneca, a “boneca dos Maracatu: A erenga no zumbi & muito difw popular, a que vagueia altas horas da noite. Nao deve ser confundido c 0 Zambi, 1880 zumbi seria, assim, muito semelh te ao zombie, haitiano, fantasma com aparéncia de vida. Outros espiritos e deuses inferiores passaram ainda ao Brasil, esquecendo a sua significacdo primitiva. Cal por exemplo, vem do Kalundu ou Kilundw angolense. com os sens calundus “6 uma espécie de spleen e de neuraste- plebéia, que do povo negro passou aos brancos”, anoto: beiro (A lingua nacional, Rio, 1983, pig. 117). © griio sacerdote de Angola, 0 Quimbanda passou ao Brasil com os nomes de Quibanda, Quimbanda, wmban embanda e banda (do mesmo radical mbanda), significado ora feiticeiro ou sacerdote, ora lugar de macumba ou o pro prio processo ritual, A palavra Umbanda, que é derivada de rece um registo especit signific: geral da propria religigo dos Negros no Rio de Jane “Linha de Umbanda”, dizem os Negros e mestigos cariocas quando se referem as suas priticas r hoje muito fusionadas com o espiritismo como veremos, quando estudarmos os processos de sincretismo, No en em Angola, Heli Chatelain spirits; objetos materiais ou feti :m 0 contato entre os espiritos e 0 mun tales of Angola, op. cit., pag. 268, nota 180) {THODUCAO A ANTROFOLOGIA BRASILEIRA as a Tungio 1 ou acdlito, 0 € ‘or influéncia dos cultos gége-nagés, o Bi lehamado pai de santo ¢ os ini ‘Em algumas macumbs madas médias (sic) por int gége-nagos, Na Bahi bém o nome de rundembo e o santudrio ou al barquice. Quase sempre o terreiro toma o nome protetor ou do espirito familiar que é te por varias geragoes de pa A disposiclo mais freqiiente désse terrei ‘ardar os objetos ido em varios compartimenti to, ete, O com- do culto, outro para as “eonsultas” do pai partimento maior é a sala das ceriméni filhas e filhos de santo e os mtisicos. O altar, ou fica no fundo da sala, ou est arrumado numa saleta menor, ao lado da sala grande. que caracteriza a macumba de inf! espiritos familiares que sur e que sao a sobrevivéncia dos cultos dos ant Angola e do Congo. Ha grupos de santos © © surgem em falanges, Estas pertencem a var linkas. Tanto mais poderoso € 0 188 COLEGAO ARTHUR RAMOS puramente angola-congolesas nas macum| de out de transformagdes continua e rapidas. {sunto quando tratarmos do sineretismo 1 Dbrasileiros. As praticas magic etc, acham-se dil nesas e incorporadas ao folk- +, curandeivismo, ritos funerarios, logas de origens suda" love espalhadas pelos Estados do Bra: cit., pigs. 42 e segs.), exprimem uma sobrevivencia histo ca ‘de antigas epopéias angola-congolesas, onde podemos identificar os seguintes temas: 2) ceriménias de coroagio de antigos monarcas do Congo; b) lutas destas monarquias, umas contra as outras; c) lutas contra o portugués invasor ; ) episédios histéricos varios, como trocas de embaixadas, ordculos de feiticeiros, ete. As referéncias nestes autos, a r mente & rainha Ginga, a Suena ou Su ia_as orl ¢ rainhas, principal. tia dos Gingas que termina na famosa D. Ana de Souza; da corte de Muatiinoua na Lunda, ete. Alguns déstes autos sédios brasileiros, como o b as cenas de Palmares (O Folk sgs.). Ja fizemos referéne! giosas dos negros Congo: - do Rosirio outros santos na Afr ui reforgados com: defesa contra o regime da eseravidio. E é por isso que muit autos das Congadas se terminam por um festejo processi nal em honra do santo padroeiro, geralmente N.S, do R sirio ou So Benedito. Esse motivo das “embaixadas”, das pmo om outros Estados (A. Ramos, pigs. 92 ¢ segs.) Os autos popu tervém 0 boi como figura dominante, e de que hi versdes, reconhecem origens diversas reunidas num sinere- tismo final, mas a contribuicdo bantu é relevante como ja de amos, visto a importancia do gado entre alguns povos incipalmente orientais. Convém mais uma vez des- e dangas, por ocasifio das colheitas Na danga e na musica, ja aludimos aos instrumentos principais de origens bantu.’ O batuque angolense passou 20 Brasil, e aqui sofreu varias transformagées, desde o batus primitivo, passando por formas intermedidrias, até as va fermas atuais do samba brasileiro, urbano e rural. “Ci — jd 0 eserevi no “O Folk-lore Negro”, pag. ter havido trés épocas ou etapas, em que se uma tendéneia & fixagao de uma forma geral gro-brasileira. Numa primeira fase, vat forma genérica batuque ou samba, com execucdes indiv suenses, Uma segi ize, danga bras que aprovs batuques incorporando-o a e curopéias (polka) . Negro africano eo Nogeo de todas, a8 Américas . Nao sabemos ainda qual a sua A miisica instrumental dos Negros bantu ai strumentos de pereussde, como o igon de barriga, etc., jf descritos, Associada & m jd diluida e incorporada a outras experiéni negros de origens sul-afrieanas é parte 18 conjuntos musicais das macumbas, dos festejos reli a cuca, BIBLIOGRAFIA O NEGRO NA AFRICA, OBRAS ( Harvard Univ. — BAUDIN, R. P., Fi York, 1885 — BEARDSLYEV, G., 1923 — BLEEK, Gesellech, f. 8, Londres, 1869 — BEIDEN, E. W,, 7 BREUIL, H., L'Ajrique pr LL, BJ, Afrikaniacke ornament, Leyden, * DAWSON, POSSE, M. ris, 186 — S"DOWD, JN 198 COLECAD ARTHUR RAMS 20 vol, Nova York, 1631 — DUBOIS, W. E. B. 7 1915 — EI Berlim, 1912 4921-1980; Td, Das le, 7 vols, 1925-1929 (OBERVILLE. 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