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7 Circular écnica Tondrina, PR Setembro, 2007 Caixa Postal, 231 16001-9709, Lonarina, PR falvares@onpso.embrapa br Gedi Jorge Sfredo 1° Agrénomo, Br mirapa Soja Caixa Postal, 231 .86001-970, Lonerina, PR falvares@enpso.ombrapa br Gésar de Castro 19° Agrénomo, Dr Embrapa Soja Caixa Postal, 231 £86001-970, Lonarina, PR falvares@enpso.embrapa be Dircou Klepker 1° Agrénom, Dr Embrapa Soja Caixa Posta, 231 .65800-000, Balsas, MA ircouggerbrapabalsas.com br EnlGpa Issn 1516-7860 Fertilidade do solo e nutrigdo da soja Aaptidao agricola das terras 6 altamente dependente da capacidade de fomecimento de nutrientes pelo solo. Essa capacidade pode apresentar-se naturalmente elevada, mas pode também ser construlda ou recuperada através de agdes de manejo da fertilidade do solo, ‘Aexploragao agricola promove uma série de alteragdes nas propriedades quimicas dos solos, desde o aumento da atividade biolégica e ciclagem de materiais organicos, a acidificacao do ambiente e a modificagao na capacidade de retencao de nutrientes pelo solo. O principal fator dessas transformages deve-se 4 absorgao de nutrientes do solo. a sua exportacao através dos produtos da colhelta das culturas. Como resultado da atividade agricola, ha uma reducdo progressiva da fertilidade do solo, determinando a necessidade de manejo por meio de praticas de calagem e de adubagao para evitar 0 processo de esgotamento do solo e redugao da capacidade produtiva. Amanutengdo da fertilidade do solo é essencial para a sustentabilidade dos sistemas de produgao agricola, As tecnologias de manejo da fertilidade devem ser utiizadas de maneira racional, baseadas em andlises quimicas do solo e de tecido vegetal realizadas ‘em intervalos de 1 a 3 anos, com objetivo de garantir o nivel adequado da fertiidade do solo e promover um estado de maior equilibrio nutricional que possibilite a obtencao de produtividades elevadas com maior eficiéncia técnica e econémica. Avaliagao da fertilidade do solo A anélise de solo é a principal ferramenta de avaliagao da fertiidade do solo que Possibilita a tomada de decisao para a pratica da calagem ou para a recomendacao da adubagao. A amostragem de solo para fins de indicacdo de ferllizantes podera ser feita logo apés a malurago fisiolégica da cultura anterior a soja. A profundidade de amostragom do solo corresponde a camada aravel que, normalmente, 6 a mais intensamente alterada, pelo manejo do solo, seja pela adicao de corretivos, fertiizantes ourestos culturais. ‘As recomendagées de adubacao baseiam-se nas classes de disponibilidades dos Nutrientes, indicadas pelas faixas de teores obtidos pela analise de solo, determinadas ‘emestudos de calibragdo e de resposta a adubacdo. Para que a amostra seja representativa das condigdes quimicas do solo, a propriedade deve ser dividida em glebas homogéneas, quanto ao tipo de solo (cor, textura, M.O.), topografia (plano, declive, baixada) e histérico de cultivo, produtividade e adubagao. As. reas deve ser identificadas e localizadas em um mapa da propriedade, e amostradas isoladamente. E recomendavel constituir um banco de informagdes (histérico) sobre o manejo de culturas e de fertilidade do solo ao longo dos anos. Em cada uma das areas, deve-se coletar de 10 a 20 subamostras, para se obter uma mostra composta representativa de toda a area. As amostras deverao ser coletadas ‘em pontos aleatérios, caminhando-se em zigue-zague na area, evitando-se, contudo, linhas de semeadura e a proximidade de depésitos de adubos e corretivos, cupins & formigas, touceiras ou carreadores. Inicialmente em cada ponto, deve-se remover da superficie os detritos e restos de cultura. Com auxilio da ferramenta de amostragem ((rado, sonda, pa, enxaddo, elc), coleta-se quantidades proporcionais de solo em cada Ponto, mantendo-se a profundidade de 0 a 20 om. Cada subamostra deverd ser transferida para um balde ou recipiente limpo, repetindo-se a operagao em cada ponto da area homogénea. Ao final, as subamostras devem ser homogeneizadas para, a seguir, acondicionar-se uma quantidade aproximada de 500 g (amostra composta) em saco plastico identificado. No sistema de plantio direto estabelecido, sempre que possivel, a amostragem deve ser realizada em duas profundidades (0 a 10 e 10 a 20 cm), com 0 objetivo principal de se avaliar a disponibilidade de calcio, magnésio e a variagao da acidez entre as duas profundidades. Para analise de avaliagao da acidez subsuperficial e da disponibilidade de enxofre deve-se, também, coletar profundidade de 20 a 40 cm, 2lFertiidade do solo ¢ nutiéo da soja Corregao da acidez ‘As concentragdes de nutrientes e de aluminio, em formas disponiveis as plantas, so influenciadas pela acidez do solo, uma vez que a solubilidade dos compostos minerais © a capacidade de troca de cations do solo (CTC) esto diretamente relacionadas & atividade dos fons de hidrogénio na solugéo do solo (Figura 1). Em solos cidos, a limitagao ao desenvolvimento das plantas decorre, principalmente, dos efeitos indiretos do pH, como 0 aumento da disponibilidade de aluminio e de manganés a niveis téxicos ou a indusao de deficiéncias de Ca, Mg, P ou Mo, que prevalecem sobre os efeitos diretos do H’ (Marschnor, 1995). Por essas razées, a eficiéncia de utilizagao de fertlizantes menor em solos Acidos e, portant, a calagem deve ser a primeira atividade para a correc da fertlidade dos solos, Fe, cu. Mne Zn Maecl Lsponteidade ap 88 70 30 44 54 59 84 14 paemH pH em cach, Figura 1- Relagdo entre pH e disponibildade de elementos no solo (Adaptado de Malavotta, 2006). A calagem, além de corrigir a acidez do solo promove a diminuigéo dos teores disponiveis no solo de aluminio, ferro, manganés, zinco e cobre mas, por outro lado, aumenta a disponibilidade da maioria dos nutrientes, de maneira que os valores de pH dentro de uma faixa de ligeira acidez determinam um ambiente mais equilibrado nutricionalmente. Esta faixa, em geral, varia de pH (CaCl,) 5,2. 6,0, dependendo do material de origem e do estado de intemperizagao do solo. ‘Acalagem deve ser realizada com um intervalo minimo de {rés meses antes da semeadura da safra de verdo, para possibilitar a reagao do calcario e a elevagao do pH ( célculo da recomendagao de calagem 6 determinado ‘com base na anélise quimica do solo, utllizando-se trés. metodologias basicas para a corregao da camada superficial (0a20 cm): a) Neutralizago do Al” e suprimento de Ca” e Mg” Este método considera, em sua formula de célculo, a necessidade de neutralizagdo do Al” e a elevagdo ¢ 0 suprimento de Ca™ e de Mg". O cdlculo da necessidade de calagem (NC) éfeito através da seguinte formula: NC (tha’)= AN" x2 + [2- (Ca” + Mg") xf onde: 1 = fator de corregdo do PRNT do calcario = 100/PRNT Quando se tratar de solos arenosos (teor de argila menor que 20%), a quantidade de caleario a ser utiizada (NC) & dada pelo maior valor encontrado de uma destas duas férmulas: NC(tha")=(AP"x2)xf NC (tha') =[2-(Ca" + Mg")xf onde: f = fatorde correcao do PRNT do calcario = 100/PRNT b) Saturagao por bases do solo Adeterminacao da quantidade de calcério a ser aplicada ‘em uma drea é obtida através do método da elevagao da saturagdo por bases, que se fundamenta na correlagao positiva existente entre os valores de pH e a saturacao porbases, ‘O calculo da necessidade de caleario (NC) é feito através da seguinte formula: NC (tha") = [(V,-V)xT] xf 7100 onde’ V, = valor da saturagdo por bases trocaveis do solo, em porcentagem, antes da corregao. (V, = 100 S/CTC) sendo: S = Ca” +Mg"+K' (cmol,dm’) V, = valor da saturacao por bases trocaveis do solo, adequada a soja; T= capacidade de troca de cations, CTC (cmol.dm*); f fator de corregdo do PRNT do caledrio 400/PRNT + [HEAP] (valor adequado da saturagao por bases é varidvel para cada regiéo, de acordo com as propriedades quimicas dos solos predominantes e que determinam os maiores rendimentos econémicos. Nas areas tradicionais de cultivo de soja no Estado do Parana, uliliza-se V, igual a 70%, para os Estados de Sao Paulo (Mascarenhas & Tanaka, 1997) e do Mato Grosso do Sul, o valor é de 60%. Na regiao do arenito Caiud no noroeste do PR (Corregao..., 2006), ¢ nos demais Estados da Regido Central, com predominancia de solos formados sob vegetagao de Cerrados e ricos em éxidos de Fe e de Al (Sousa & Lobato, 2002), 0 valor adequado de saturacdo 6 de 50%. Esta diferenciagao esta diretamente relacionada a CTC dos solos que determina a relagao pH xV% (Ralj, 1991) e também a limitagao da produtividade da cultura por deficiéncias dos micronutrientes Zn, Cue Fe e, principalmente, Mn, induzida pela elevacao do pH do solo e comum nas areas Cerrados (Sousa & Lobato, 2002). ©) Indice de pH SMP As quantidades de corretivo so dependentes do indice do pH SMP e esto indicadas na Tabela 1 Quando essa quantidade 6 aplicada integraimente, efeito residual da calagem perdura por cerca de cinco anos, dependendo de falores como manejo do solo, quantidade de N aplicada nas diversas culturas, erosdo hidrica e outros fatores. Apés esse periodo, indica-se realizar nova andlise de solo para quantificar a dose de corretivo, ‘Tabeta 1. Indicagdes de calcadrio (PRNT 100%) em fungao do pH ‘SMP para correeao da acidez dos solos do Rio Grande do Sul ede Santa Catarina, visando elevar 0 pH do solo em agua para5,5 0u6,0. Preferencialmente, pelo menos 3 meses antes de iniciar 0 primeiro cultivo no sistema de semeadura direta, indica-se Cortigir integralmente a acidez do solo, sendo esta etapa fundamental para a adequagao a esse sistema. Assim, inicialmente, 0 corretivo deve ser incorporado, uniformemente, na camada aravel do solo, ou soja, até 20 cm de profundidade. Essa situacao é preferencialmente recomendada em areas sob pastagens cultivadas sem registro de aplicagdo anterior de caleario, ou quando as disponibilidades de calcio e magnésio forem muito reduzidas e a concentragao de aluminio trocavel for elevada. Quando a recomendagdo de calcario for superior a2 tha’, deve-se proceder a incorporacdo em duas etapas, aplicando-se metade anteriormente @ aragao metade anteriormente a gradagem. ‘Apés a implementagao da semeadura direta, os processos de acidificac4o do solo irao ocorrer © serd necessario, depois de algum tempo, a corregao da acidez. Para a identificagao da necessidade de calagem, o solo deve ser amostrado na profundidade de 0 a 20 cm, podendo-se aplicar até 1/3 da quantidade necesséria Para os solos que ja receberam caleario na superficie, a amostragem deve ser realizada de 0.a 10 e 10a 20 cm de profundidade. Portanto, sugere-se que, para o célculo da recalagem, sejam utiizados os valores médios das duas profundidades, aplicando-se até 1/3 da quantidade indicada, evitando-se aplicar doses superiores a 2tha Na auséncia de impedimentos fisicos, como compactagao, erosao, cupins, trilhas ou tocos, que indiquem a necessidade de sistematizagao da area, e também de elevadas concentracdes de aluminio trocavel na camada de 10 a 20 cm, a aplicacao de caleario podera ser realizada_superficialmente, seguindo a mesma recomendagao das areas de semeadura direta implementada, preservando, assim, a cobertura morta € diminuindo a velocidade de decomposicao da matéria orgénica. Fertilidade do solo e nutri de sojal 3 Corregdo da acidez subsuperficial (Os solos do Brasil Central podem apresentar problemas de acidez subsuperficial, uma vez que nem sempre & viavel a incorporagao do calcario. Assim, camadas mais, profundas do solo (abaixo de 20 cm) podem continuar ‘com excesso de aluminio t6xico, mesmo quando tenha sido efetuada uma calagem considerada adequada. Essa condigao limita 0 desenvolvimento do sistema radicular da soja em profundidade, que é uma caracteristica determinante para diminuir a tolerancia & seca e a promocao da ciclagem de nutrientes. A aplicagao de gesso agricola diminui a toxidez por aluminio e aumenta a disponibilidade de célcio e de ‘enxofre, resultando num ambiente menos limitante para (© desenvolvimento do sistema radicular das plantas (Pavan & Volkweiss, 1986), © gesso deve ser utilizado em areas onde a analise de solo, na profundidade de 20 a 40 cm, indicar a saturagao de aluminio maior que 10% ou quando o nivel de calcio for inferior a 0,5 cmol, dm’. Para evitar a lixiviagao de K e de Mg por excesso de aplicagao, a recomendagao de gesso agricola deve considerar a classificagao textural do solo, aplicando-se a lango, 700, 1200, 2200 e 3200 kg ha’ para solos de textura arenosa (< 15% de argila), média (15 a 35% de argila), argilosa (35 a 65% de argila) e muito argilosa (> 65% de argila), respectivamente. Exigéncias minerais e avaliagao do estado nutricional A exigéncia nutricional da soja e o potencial de ‘exportagao da cultura sao caracteristicas determinadas por fatores genéticos, porém influenciados por fatores climaticos, pela fertilidade do solo e pelo manejo cultural (Tabela 2). Estas informagdes sao fundamentais para a indicagao de adubagao da cultura, pois quantificam as necessidades nutricionais que devem ser ‘complementadas ao solo previamente a cada cultivo para a manutengao da fertlidade e garantia do potencial produtivo da cultura. ‘Tabela 2. Quantidade absorvida e exportagao de nutrientes pela cultura da soja, nn 0 a oa 000 Sur eras ene ee een eo ee ote Saree eee) Diagnose foliar ‘A quantidade de nutrientes absorvida pelas plantas guarda relagao direta com a capacidade de produgao e, assim, a anélise quimica de folhas, ou diagnose foliar, pode ser utilizada como ferramenta complementar para avaliar a disponibilidade de nutrientes no solo, auxiliando. no diagnéstico nutricional e na deciséo sobre a «4 Feritdade do solo © nutri de soja recomendagao de adubagao, micronutrientes. principalmente para ‘Aamostragem de folhas, a exemplo da andlise de solo, dove obedecer a crtérios que identificam areas uniformes. quanto a fertiidade do solo, cultura e ao manejo adotado. As folhas devem ser coletadas em um numero de plantas suficientes, amplamente distribuidas na lavoura, para compor uma amostra representativa do estado nutricional. Para a correta utlliza¢ao da andlise foliar, um aspecto importante é a época de amostragem e aescolha do tecido a ser colhido. A época recomendada & quando 50 % das plantas do talhao se apresentar em inicio do florescimento (fase de desenvolvimento R1), que ‘ocorre com 0 aparecimento de uma flor aberla em qualquer né da haste principal. Deve-se colher, portalhao, em tomo de 35 folhas trifolioladas recém-maduras, sem pecfolo, que, de modo geral, correspondem a terceira ou quarta folha a partir do apice da haste principal (Figura 2). Quando necessério, para evitar a contaminagao com poeira de solo nas folhas, mergulhé-las em agua e em seguida secar 4 sombra, acondicionar em sacos de papel e enviar rapidamente ao laboratério. Figura 2. Folha recém-madura, no inicio do florescimento (R1). AA interpretagao dos resultados da anélise quimica de folhas 6 realizada por comparagao com a tabela indicativa das faixas de suficiéncia de nutrientes para a cultura da soja (Tabela 3), ou através do Sistema Integrado de Diagnose e Recomendagéo (DRIS), atualmente disponivel para o Estado do Parana (Embrapa Soja, 2007) ‘Tabela 3. Concentragées de nutrientes usadas na interpretac3o dos resultados das andlises de folhas de soja do terco superior no inicio do florescimento (Estadio R11) B 2 RE “ Adubagao Em fungao da elevada variabilidade na disponibilidade de nutrientes nos solos, a necessidade de corrego ou manutengdo da fertiidade de uma area deve ser determinada com base nas informagées das andlises uimicas do solo e das folhas e no histérico de uso da terra, considerando o sistema de cultivo e rotagao de culturas, 0 manejo da fertilidade, os possiveis registros. de ocorréncia de sintomas de desequilibrio nutricional e as produtividades nos cultivos anteriores, Os problemas nutricionais sao reflexos do manejo da fertilidade dos. solos, mas influenciados diretamente pelas condigdes. de desenvolvimento das plantas, que envolvem os falores climaticos, as praticas culturais e a ocorréncia de plantas daninhas, pragas ou doencas. ‘Arecomendagao de adubagao para a cultura da soja baseia-se na fertiidade atual do solo, que identifica 0 Potencial de resposta aos nutrientes para cada ecossistema, por um sistema de classes de interpretacao da disponibilidade. Assim, os nutrientes so aplicados de maneira varidvel, de acordo como grau de limitagao de sua disponibilidade no solo. Nos solos com teores baixos e muito baixos, é necessaria a adubagao de corregao para clevar a disponibilidade, enquanto que nos solos com teores médios a altos, devem ser aplicadas apenas as quantidades suficientes para repor as perdas com a exportagdo dos graos. © nitrogénio (N) 6 © nutriente requerido em maior quantidade pela cultura da soja. Estima-se que para produzir 1000 kg de grdos sdo necessarios 83 kg de N. Basicamente, as fontes de N disponiveis para a cultura da soja sdo os fertiizantes nitrogenados e a fixa¢ao biolégica do nitragénio (FBN) (Hungria et al,, 2001). Contudo, a fixagao biolégica do nitrogénio (FN) é a principal fonte de N para a cultura da soja, nao havendo necessidade de se utllizar este nutriente na adubagao. Bactérias do género Bradyrhizobium, quando em contato com as raizes da soja, infectam as raizes, via pélos radiculares, formando 0s nédulos. A eficiéncia deste proceso depende da utllizago correta de inoculantes contendo bactérias especificas para a FBN coma soja. E indispensavel o fornecimento de 2a 3 g ha" de cobalto (Co) @ de 12 a 30g ha" de molibdénio (Mo) que so nutrientes essenciais para a FBN e, também, o Mo é essencial para a redugao de nitrato a aménio na planta (Sfredo et al., 1997). A aplicagao destes micronutrientes ode serrealizada via semente ou via foliar, nos estadios de desenvolvimento V3 a VS. Arecomendagao de adubagao com fésforo e potassio & fungao da exigéncia da cultura, da textura do solo e da disponibilidade dos nutrientesnos solos. Para atender as particularidades regionais, a recomendagao de adubagao PK 6 apresentada por Estado/Regiao, com base em estudos de calibragao e de resposta a adubago. Assim, tabelas especificas so indicadas para os solos do Estado de Minas Gerais (Tabelas 4 5), solos com teores de argila maiores que 400 g kg" do Estado do Parana (Tabela 6) e, para solos do Estado de ‘Sao Paulo(Tabela 7). Tabela 4. Classes de interpretagao da disponibilidade para {6sforo de acordo com tear de argila do solo ou com © valor de fésforo remanescente (P-rem) e para potassio, etn Tabela 5.Indicago de adubagao com fésforo e potéssio para a sojano estado de Minas Gerais(1) Tabela6. Indicagao de adubacao com fésforo e potassio para a Fertilidade do solo e nutrgéo de sojal 6 {Tabelas 8 e 10). Em casos de disponibilidade muito baixa ou baixa, ha a necessidade de correcdo da fertilidade, realizada de maneira total ou, especificamente para 0 fésforo, de forma gradual por intermédio de aplicagées anuais no sulco de semeadura (Tabelas 9 10). Quando os niveis de Pe de K no solo forem clasificados como Médio ou Bom, recomenda-se somente a utiizago da adubagdo de manutengdo, baseada na exportagao de P e de K pela soja e na eficiéncia de utiizacdo do fertiizante pela cultura. A adubacao de manutengo corresponde a 20kg de P,O, e 20kg de K,O, Para cada tonelada de graos. Assim, considerando-se uma produtividade média de 3000 kg ha’, devem ser aplicados 60 kg ha" de P,O, ede K,O. Tabela 8. Classes de interpretagéo da disponibilidade de {sforo para solos de Cerrados, de acordo com os. teores de argila, mn Tabela 8. indcagio de. adubagéo fosfatada coraiva © soja no Estado do Parand em sols com teares de ‘slubagéo fostalada conetiva pradal pare solos arglamatores que 400 9K de Corados, de_acordo tom a. cleste. de Teor na ool _Quantdece » aplcar disponibilidade de P ¢ os teores de argila. == =a cara a fosiz —ozaot 93 Tabela 10. Indicagdo de adubagao corretiva de potéssio para Tabela 7. Indicagao de adubagao mineral de semeadura para a soja no Estado de Sao Paulo, Para os solos da regio dos Cerrados e também para os solos com teores de argila menores que 400 g kg" do Estado do Parana, o manejo da adubagao PK diferencia- ‘se de acordo com a disponibilidade dos nutrientes no solo ‘solos de Cerrados com teores de argila maiores que 200 g kg”, de acordo com a classe de disponibilidade de K. Os resultados de pesquisa com fontes de fésforo indicam que a recomendagao deve ser calculada com base nos teores de P,O, soliiveis em agua + citrato neutro de aménio (fosfatos acidulados) ou Acido citrico a 2% (termofosfatos © fosfatos naturais reativos), respectivamente, ‘Aadubagao com potassio pode ser realizada totalmente alango antes da semeadura. Quando a aplicagao de KCI for realizada no sulco de semeadura, deve-se considerar a necessidade de parcelamento e cobertura, nos casos 6 Fertiidade do solo ¢ nuticéo da soja de recomendagao de doses superiores a 50 kg ha" de KO, para reduzir os riscos de efeito salino sobre a germinacao das sementes, em condicdes de estresse hidrico. Esta altermativa também deve ser sempre utilizada em solos com textura média a arenosa (< 200 g kg’ de argila) para evitar as perdas do nutriente por lixiviagdo no perfil do solo. Nesses casos, deve-se aplicar 11/3 da quantidade total indicada na semeadura e 2/3 em cobertura, 30 dias apés a semeadura, No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, as quantidades de fertiizantes contendo P e K a aplicar variam em fungo dos teores desses nutrientes no solo e da classe textural do solo (Tabelas 11 e 12). limite superior do teor *Médio", é considerado o nivel critico de P e de K no solo, a partir do qual é esperado pouco incremento no rendimento com a aplicacdo de fertiizante contendo esses nutrientes. Tabela 11. Interpretagio dos teores de fésforo e de potassio no solo- RSISC. 2007. Tabela 12. Doses de fésforo e de potassio para a cultura de soja noRSISC. soseng [pat Bem pieigot © enxofre (S), geralmente fornecido na forma do ion sulfato (SO,"), € um nulriente que devido a sua mobilidade, tende a se acumular na subsuperficie do solo. Assim, a avaliagao da disponibilidade correta de enxofre no solo, deve considerar a andlise de solo em duas_profundidades, 0 a 20 cm © 20 a 40 cm, classificando-se a sua disponibilidade de acordo com a textura do solo, Os niveis criticos de S so 10mg dm’ e 35 mg dm" para solos com teor de argila maior que 400g kg ¢ 3 mg dm* e 9 mg dm’ para solos com teor de argila menor ou igual a 400g kg", respectivamente nas profundidades 0 a 20 cm © 20'a 40 cm (Sfredo et al 2003). Considerando a absorcao e a exportagao do nutriente, a adubagdo de manutengao corresponde a 10 kg de S para cada 1.000 kg de produgao de gros esperada (Tabela 13). Aadubagao adicional com enxofre deve estar fundamentada na caréncia desse elemento, ‘comprovada por resultados de andlises de solo e foliar. Tabela 13. Indicagéo de adubacio de correcéo e de manutengao com enxofre (S) para a soja no Brasil, de acordo com a classe de disponibilidade de S, em fungao da profundidade no perfil © dos toores de argila do solo. 2*aproximagao, a angus deagla<4i0ghg erg ne area es agin api Ca POs, 06 NC ownage TaRaae 2 Wacom eign ci tb ccc ar A soja apresenta reduzida resposta a adubagao com micronutrientes. A disponibilidade dos micronutrientes para as plantas é mais precisamente identificada pela andlise de solo (Tabelas 14 e 15) em conjunto com a diagnose foliar (Tabela 3). Nessas situagdes, o nutriente limitante deve ser aplicado de acordo com a disponibilidade no solo (Tabela 16), a lango em pré- semeadura, obtendo-se efeito residual de até 5 anos. A corregao também pode ser realizada através de formulagdes contendo micronutrientes, aplicadas no sulco de semeadura, utllizando-se por trés safras consecutivas, 1/3 da dose recomendada para aplicagao a lango. A deficiéncia de manganés, constatada através da diagnose visual nos estddios iniciais de desenvolvimento, pode ser corrigida pela aplicagao foliar de 350 g ha’ de Mn (1,5 kg de MnSO,) diluido em 200 litros de agua com 0,5% de uréia. Contudo, essa pratica nao € indicada ‘a outros macronutrientes ou micronutrientes para a cultura da soja, Tabela 14. Limites para a interpretagdo dos teores de micronutrientes no solo, extraidos por dois métodos de andlise, para culturas anuais, nos solos dos Cerrados. come Tea, 7 fara Tabela 15. Limites para a interpretagdo dos teores de rmicronutrientes no solo, extraidos por dois ‘métodos de andlise, para culturas anuais, nos solos do Parana, ‘Tabela 16. Indicagao da aplicagao de doses de micronutrientes nosolo, paraa cultura da soa. com z — = PeancsmarengsSanies ear Ge Referéncias BORKERT , C.M.: KLEPKER, D.; OLIVEIRA, FA. de: SFREDO, GJ.; CASTRO, C.'de.” Estimativa do nivel ritico de zinco trocavel_em solos do Parana. 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Patrocinio’ ADRIANA Vigor que Marca GY MILENIA Solugdes que valorizam a vida Circular Geemlares desta ao podem sor adqudos ne '85007-70-Londina, PR Fone: (G8) 3871-8000 - Fox 3871-8100 Homa page: htp:iwaw-enpsomorapa be ‘emaltsac@enpso.embrapabr isto ‘Imptessso (2007): ragem 600 oxarpares insted Aarcatura, Peas Ap (Ae J Bea UBYFOL / Indispensével na cultura da soja Comité Presidente: Merce Cals Basso de Publicagoes Secretar Executive: Regina Mara ies Bee do Campos Lote Membres: Antonio Reande Paniz), Claudine Dina ‘Saree Seis, Francamar Cans Mecano, Wan Carlos Corso, Joes Miguel Siva, Mara Cina Neves de (ive, Faao! Morar Soares, Reads Viel Absenoor Expediente superviste editorial: Osion Forete Saraiva Normaligte bibliogries: Adem Benoa Aves de ime Edhtragdo eetnica: Danio Estovdo CGPE 6383,

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