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A iluminacaa em ambientes de trabalho A RELACAO DA LUZ COMA SAUDE E O BEM-ESTAR EM AMBIENTES CORPORATIVOS INTRODUCAG Neste mundo extremamente competitvo, existe um consenso entre as empresas a2 que o capital numano ¢ pega rundamental para o sucesso do neacia,e cuidar da satide das vessoas 6 cudar do préprio negécio. 0 atendimento das necessidades de conforto ambrental nas mstatagoes corporatvas poce concioutr postive ‘mente para a stisfacdo dos colaboradores,diminuindo oestresse, aumentando 0 entusiasmo e 0 bom humor, tomando as pessoas mals procuiwes, 0 que é ce grande Inceesse para as empresas. Ailuminacdo. seia ela natural ou artidal. 6 oarte importante neste contexo Investigaremos a possivelnterfernci, postiva ou negaiva da luminagio em ambentes de escrito descreverernos| eventuais ganhos financeiros e de produtvidade, tudo relaciona do com a satide e 0 bemvestar dos ocupantes destes ambiente. FOTORRECEPTORES D0 OLHO HUMANO IN 0 ano de 2002, acreditava-se que a retina humana tinha apenas dals tpos de fotorreceptures ullizadus para a visa: (0s cones ¢ bastonetes. No olho humano, exister cerca de sete milhes de cones ¢ s0 utlizados para a visdo diurna (com grande aculdade espacial), sero responséveis pela pereepyu das cores. Existem tréstipos de cones, cada um sensivel a um comprimente de onda, Ondas curs, azuis. Ondas médias, ve des, Onda longa, vertellas Ff 05 bastonetes somam 130 mithées e sio ullizados princ palmente para a viséo noturna, Sao capazes de distingulr, com pouca precisao, v Lamariho, «fara e v bila des objetos, mas lo conseguem perceber a cor, ou sela, a visio & monocromatica. 0 tercelro fotorracaptor, descoberta em 2002, a0 contrétio dos cones e bastonetes, ndo tem funcdo visual e 6 o princi tesponsivel pala sincronismo do rel6gio iol6gico ao dia solar S80 celulas ganglnates presences na retina, por melo de um fotovizmento chamado melatonsina, aue se encarrezam de con verter radiago eletromagnétice em sinals nervosos que chegem ao nudcleo supraquasmadco 9 hiporalamo, Fessoas funcional mente cegas, nas quais os cones e bastonetes so inativos, ainda so capazes de responder fsiologicamente a presenca de |uz (SMIRAN € ST. LOUIS, 2008). CICLO CIRCADIANO Os sere vivos da Terra s2u regidos pur um tilo relacionadas com o dia, a noite, as estagies do ano, fases da Lua © maré. (0s rtmos biolgics dos seres humanos $40 controlados por um religiofnlenny que requle v sun, e visita, @ heuuncia cara, 1 pressio arterial e © humor. Os 6rgios as cSluas tém rtmos Droprios cue precisam ser sineronizados com 0 mundo exterior. (0 ser unio tem suas fungdes reguladas pelo ciclo dieaiano, termo que vern da fuséo das palavras do latim “circa” = corca € “diana” = dla. Pouco antes de acordarmos, nossa temperatura corporal e pressZo arterial aumentam, e aproximadamente uma hora depots, o corpo produz hormdnis estimulante. Entre 2oh da manha e melo-dia astatisicamente, é o hoérfo de maior ised de ataque cardiaco, mas também é o periodo mais propcio pare 1 aprendizado, e & quando a meméria de curto prazo esta no Seu dplce. Entre melo-dia e 14h, ha o pico de producgo de aci- do no estémago, perfodo no qual se gusta tanta enersia para & producio deste cido que o corpo se sente cansado, mesmo se ‘Bo comermas neste periodo. No ico da tarde, 0 corpo acelera navamente, Por volta das =sh, a sensibilidade da dor ating seu nivel mais balxo, moment oportuno para tratamentos dentatia, tente 10m e470, obtem-se os melhores esultzd en aleivae> fiscas. em detrimento a outros horérios, e entre as x8h © 20h, um cope de cervea @ mais eficientemente digerdo. Ao escurecer, oS nos sentimos carsados, & pur vl des st da mahalo, ‘nosso como atinge uma baixa absoluta, horario em que ocorre ‘0 maior nimero de mortes naturals. ello crcadtany nus seres humans pode dures £3 eww até 26 horas. Pademos cividir estes grupos em madrugadores “cotovlas*, com ciclo acelerado em 23h e dorminnocos “cory ‘com cielo lento in bls Em ambos 05 cases, estas pessoas so- frem um confito permanente com seu regio biolégico ¢ esto ‘estatisticamente mais propensas a doencas orgaricas e a0 uso te alcool wivotina ‘Também somos influenciadas pelas estagfes do ano. No in- ‘verno mais escuto, temas difcudades de concentraclo, nossas respusles SGv mals lentas, comemos mais aumentando 0 peso corporal ¢o nivel de agdcar na sangue, ficamos mals mal humo- rados © em paises com Invernes mais rigorosos, existe um alto ive Ue desordem afetiva sazoral (SAD) Nosso ciclo de sono e vigilia varla de acordo com a ida de, Rebas e criancas so regulados por perfodos de tés 2 ‘quatro horas e 36 apds 02 cinco anos se adaptam ao cielo dia e noite. Adolescentes tendem a dormir tarde e ter um tielo de sone malar que olta horas. Entre 18 © 20 anos, este Intervalo diminui para 7 @ 8 horas. Dos 30 anos em diante, a qualidade do sono diminul, e com 70 anos, nosso corpo requer cada vez menos sono a nofie, o que faz com que nosso ciclo de sono vigilia ique cada vez mais fora de sincronia com o mundo extemo. HORMONIOS E 0 CICLO CIRCADIANO Os seres humanos sao regidos por processos bioquimicos unplenus © 99 horns regulem diversas Fungées. A melo ‘tonina retarda as fungbes corporal, faz com que a temperatura do corpo caia e reduz os niveis de atividade para faciltar 0 sui 8 noite, Ne faze de sono, © carpe aegrega horménies do crescimento para reparar as células. (0 cortisol é o horménia do estresse produzido a partir das 3h 4a manhii pela parte superior da glindula cuprarrenal na cértex suparrenal. Ele estimula 0 metabollsmo e programa o corpo para as atividades durante o dia. A primera luz estimula o terceiro fotorreceptor, uprimindo a produce de melatonna, ao mesmo tempo em que libera mals serotonina no corpo. A seratonina € um dos neurotransmissaresresponséveis pelo humor, sendo que £0 sua transmissSe estiver prejudicads, faz com que 0 indlviduo se sinta Iritad, ansioso, impaciente, mal humarado, e coma mals doces e massas para se sentir saciado. Ela nas ajuda a tor maior desempenho durante o dia. Ccomtisal e melatanina saa executados um depois do autro: 0 corpo produz cortisal de manhé, tendo seu pico as gh, decinan do durante © dia, A melatonina tem Inicio da produgzo & noite, tendo seu pico as 3h Fm resume, precisamos de luz durante o dia para estimular 1 produgSo de cortisol malatorina, de mansira que possamos ter um sono tranquilo€ revitallzador. Ao contra, a producéo de melatonina s6 & possivel na aus@ncia de luz. Caso isto nao a Figura x ~ Temperatura de cor, {htp//upload.wikimedia.org/wikiedia/commons/bjba/ PlancklanLocus.png) acontesa, dormimos mal, acordamos cansados, com falta de enerzia ¢ motivacdo. A falta de exposicio a luz do dia, print palmente durante @ outona e inverno, pode fazer, com maior Imcigencta em parses fos, com que ay pessay Ueseuvolvant a desordem afetiva sazonal (SAD). Pesquisadores americanose sugos, em 2999, fieram um estado fe chegaram & conclusao Ue que 4 tuluentla talor vu menor Je pessoas com SAD no devende da quantidade de horas de sol ‘em um dia /estaclo do ano, mas de quanto cada pessoa passa ao ar tv, mesmo eum dle de fives, Para coibir efeitos da SAD, Figuei6 (2006) recomend cam har por meia hora na parte da manhd, duas horas de exposicgo Ue tue braid 4 2500 lux ua UGieg ies ure Ue lue brarea 1 10.000 lux na c6mea, uma hora pela manha de exposicao de diodos azuis 2 30 lux € 0 uso de mascara de luz usando diodos scuis ates Ue acordar. Ailuminagio artifidal em edifcos sem janela pode provocar a Inversdo do dia peta noite, fazendo com que as pessoas estejam cada ver mals desconectadas de seu ritmo natural, 0 que per turba seu relégio interno. Cientstas denominaram esta situagéo como escurldao biolégica ILUMINACAO ARTIFICIAL COMPLEMENTAR A LUZ DO DIAE EFICAZ ‘Aluminage natural, que em um dia sem nuvens pode chegar 1 100,000 lux, ou em dias nuiblados por volta de 20.000 lux, @ essencial para regular nossos ritmos intemos, mas nem sempre std dispontvel em quantidade suficente, principelmente em ambiantes internos. A norma alema ASR A3.4 jd prove em seu Item 4 € 4.1, como obrigat6ria, a utlizacao da luz natural em ambientes Isborativas, © a proximidade sempre que possivel das estagies de trabalho com as janelas, 2 fim de propiciar a conexéo dos usuarios com o lado de fora, como uma manera Figura 2 - Temperatura de cor. (tp /etaritek.com.br)blog/wp-content/uploads/20x4/os/temp.- ‘de-cors.ipg) Ue prumover u Lemestat Jus ocupantes, espeltando, & claro, os niveis de ofuscamento insolacéo. Estudo (MARTAU, Betina Tschiedel, 2009) compara funcio- les Ue lols Ue tua de slrupplig Lene, em PurlW Alegre (RS), @ conclui que a presenca de luz natural nas lojas de rua conitibui muito mais para a sade e para o bem-estar do que de stuppling, wine & hue Hatulal Ha € presente. A fap tancia da integracdo da luz natural com a arquitetura pode ser percebida, por exemplo, nas projetos do arquteto Louis Kali 0s quals ¢ tue € v elemeniy cenbal © propnione a tegracao do mundo exterior com o interior. Em projetos em que a luz natural 6 deficiente, podemos com- plewentéla lowandy mau de sistemes mudeaos de lunioasso inémica, ue simulam o comportamento da luz natural ao longo do dla, produzindo diferentes niveis de luminosidade e tempe- raturas de coz siudando, desta forma, a estabilizar os ritmos internos. Estes sistemas complementam a luz natural e permitem economia de energia. FATORES LUMINOTECNICOS QUE INFLUENCIAM, ARELACAO DALUZ COM A SAUDE EM AMBIENTES CORPORATIVOS Influéncia da temperatura de cor Em 1933, 0 CIE “Comission Internacionalle de LEclairage” padronizou e classiicou a cor da luz emitida pelas lampadas ‘adotando 0 método de “temperatura de cor correla. Este ‘método, bascado na lei de Planck, compara a cor de um corpo negro (ga metalic) aquecido a uma determinada temperatura em Kelvin K (k=273°C) com a cor da luz emitida pela lampada, concluindo se que cata limpada emite luz com a temperatura correlata a este corpo, como mostra a Figura CConforme se aumenta 2 temperature da liga metélica, sua cor @O@O2? a= crit00 cris cro cris Figura 03 ~ IRC. ‘ntp:/wwtighing.philps.com.brfconnect/support/tag_ ‘oncetas. de_iluminacaa,wpd) acessado em malo de 2035 ‘muda sucessivamente de vermelho- = Korinkle Philips NV, 2914 ~Concetas de liminagso. Di Ponivel em chttohwvnihting philly.com brkconnectSupport Fag_conceltos de_lluminacao.vpd> |, Meer. Washington Post lun tight from electronics dis- turos sleep, especially fr teenagers, 2014, Disponivl em Mariana 6. Figusiro and Mark S. Rea ~ Lack of short-wave. length light during the school day delays dim light melatonin onset (DLMIO) in middle school students Disponivel er shit! ‘mnebinim ah govfpmcarticles/PC3349218/Rool=pubmed - MARTAL, Betina Tchiedel. tigo Revista LUME ARQUITETURA, Aluz além da visSo ~ lluminagéo ¢ sua influgncia na saiide e bem-2star 2009, Dispanivel em ehtifest.vetimum.com.bsites) vnv-voltimum.combrfflesled 28 at iluminacao_e saude.pah MARTAU, BLT. A lus além de viséo. iluminagéo © sue re lagao com a sadde e bem-estar de funcionarias de lojas de ‘ua e shopping centers em Porto Alegre. Campinas, 2009. 504 f. Tese Doutoredo em Engenharia Civil Teculdade de Engenharia Civil, Arguitetura e Urbanismo, Universidade Es tadual de Campinas. TAKAWNIWA, Midori Revita LUME ARQUITCTURA SaGde ~ Mecanismos da visa e influéncia da Luz. ~ Disponivel em chtipyfwwndluearquitetura.com bripdfeda8leda6 Aule-Rapica- Luz vizao © caude Mecanicmos da vicao ¢ infdenciaa da lueipd® = PEDROSA, |. Da cor 8 cor nexistente. 6 ed. Rlo de janeiro: Leo Christiano, Editorial, 1995, - SHIRANI, Afshin; St. LOUIS, Ek. tluminating Rationale and Uses for Light Therapy. Journal of Clinical Sleep Medicin, Vols, No. 2, USA: American Academy of Sleep Medicine, 2009, Dispo: nivel am ehtpsftwonuncb.nim.nin.goviomefadicies/PMC2670936> + SILVA, Raquel Cavalcanti da: MONTEIRO, Claudia Franco. Cro- ‘moterapia: Um Importante Recurso Terapéutico para a Terapia Ocupacional.Disponivel am chttps/ivawuinicepg.univep.br)ed) INIC_zoo6fnicinicos/Sa%FAde%ez0Inic%20Xo08. pa ‘SMOLDERS, Karin CH). BEERSMA, Domien GM, 20:2. Dispont vel em chttplightingforpeople.euwp-contentuploads/2024/03/ General-conclusions-workplace-FULLREPORT pdf ROBERTS, Dan. Atifcal Lighting and the Blue Light Hazard, 20, ispontvel em http lowsion.preventblindness.orgldally- Aiving-latifcatihting-and-he-blue-fight-hazard > nto len ian signa de prods fame pul Fouad elas tas de to Paulo ps-tadvac om Ushting Desen ple mesma acu, tro 28 aos de epaincie na read cestutua. también

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