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Distingdes ¢ contrastes conceituais bdsicos — 97 as utiliza indiferentemente e confunde-as arbitrariamente. preciso que alyumas notas preliminares ol 6 — Comunidade e sociedade como entidades t{pico-ideais trarfo, o_homem se encontra em comunidade com_os seus desde onatcimento, unido a eles tanto no bem como no mal. Entrase nna sociedade como em terra estrangeira, Advertese 0 adolescente contra a ma sociedade, mas 2 expresso “mi comunidade” soa como uma contradigio. Os juristas falam, é verdade, de sociedade DETERMINAGAO GERAL doméstica, mas o fato é que cles retém apenas 0 conceito social ‘DOS CONCEITOS PRINCIPAIS da relagio. | 1 — Relagtes entre as Comunidade ¢ Sociee singe oem < e382 azo, os noivos sal 5 dade na linguager. Yodc, que entram no casamento como numa plena comunidade de vida (communio totius vitae). Uma sociedade de vida ¢ uma expresso _ contraditéria em seus prdprios termos. Permanecese em compa - nnhig, mas ninguém pode permanecer em comunidade com outzo. Ferpranp Tents (*) won L commu is ides religiosas « stem _unicamente como as outras associagSes, em vista de um fim qualquer, para o Estado, encontrsse As sociedades comerciais so, desse ponto de vista, particular. a mente significativas; mesmo devendo existir conflanga © com nidade entre os membros, \eomumidadeyeomereial) A associacio dos ee de acto, seria intolerav <1 phitasante ahinaceomunidede de pre, wpiledadestdeyemmposjbosques/pastagenssjA comunidade de bens entre os esposos no sera chamada sociedade de bens. Por isso = 01 € que sio estabelecidas muitas distincSes. Emyumiventidongeral) | eccate Den god a —————— ee ‘andlogo da lingua alem%, mas, até o presente, a terminologia eru- ¢ : y Por outro lado, quando se trata, em um i (oj Festool, cial cd a done per: sentido erudito, da sociedade de um pais por oposigio ao Estado, cts por JL PUF, 1544 pp. 5, 1, 1025, S81, 4547, 4998, Trade eo 20 Estado ace pode-se acctar en termo, 0 qual encontraré entiéo sua signif ~ 98 — Comunidade ¢ sociedade caglo apenas com relagio a comunidade do povo. Come coisa 10 nome, comunidade & velho, sociedade & novo. Um autor rudou, de todos os pontos de vista, as disciplinas politicas, reconheceu isso sem ser necessério aprofundar-se muito: “Toda iddia de sociedade, em seu sentido social ¢ politico”, diz Blunt- schli (Staatswérterbuch, IV), “encontra wm fundamento natural nos costumes e nas consideragdes do Terceiro Estado, Na reali- dade, nio € um conceito popular, mas sempre um conceito do Terceiro Estado. axiecoio gio pensive! O pais, enrtanto, conheceos RIA DA COMUNID: 1 Formas embriondrias. se dedux, (mamas, ce ue, apesamde uma ‘HBA fonte_comum dessas relacies é a vida_vegetativa, que ‘comeca com o nascimento. um fato que as vontades humanas slo_¢ permanecem unidas, ou assim se tornam necestariamense, na_medida em que cada um corresponde a_uma_ disposi ir poral que resulta de sua origem ou do sexo. Esta_associacao, con- « siderada como uma afirmacio imediata ¢ reciproca, apresenta-e, a maneiza mais vigorgsa, nas irés espécies de relagdes seguintes: e seu filho; julher, enquanto esposos, relagao Distingdes ¢ conérastes conceituais bésicos — 99 que _deve ser compreendida num sentido natural ou, comu- 8) a relagio entre irmios ¢ irmis, isto ¢, entre filhos que_se reconhecem como descendentes de uma mesma mae. Quando, bilidadessdesdesenvolvimientoldolgerme Entretanto, cada um de uma maneira particular: AA ction \mtomommmoupeazersanesse caso, ¢ possivel aprender a passagem de uma associacio corporal e espiritual a uma astociacio pura- mente espiritual, e esta ditima leva tanto mais aquela quanto ‘mais proxima estiver de sua origem. Esta relacio exige um longo tempo durante o qual a mic an remo. Mas, durante ese tempo de progresso, a mesma relacio perde em necessidade fe chega a um ponto de separacio cada vez mais provavel; to- davia, esta ltima tendéncia pode ser suprimida ou combatida ‘por outros elementos, em particular pelo hébito de viver em conjumto, pela lembranca_das_alegrias ocorridas ©, sobretudo, quando o filho reconhece 2 os cuidados maternal 3) humyelura¥@l. De inicio, ele conduz menos facilmente para uma ‘alianga reciproca do que para uma sujeicio da mulher, a qual, devido a sua fraqueza natural, pode tornarse objeto de uma pura possesstio ou verse rebaixada & escravidio, # por essa razdo que as relagdes entre esposos, consideradas como independentes dos 100 — Comunidade ¢ sociedade lagos de parentesco € como contendo todas forgas sociais, deve set conservadas pelo _habito de viver junto. para_transformarse numa _zelacio durdvel ¢ num muituo acordo, A isso se juntam, j ‘bem entendido, os outros fatores de consolidacio jé citados, par- | ticularmente a relagfo para com os filhos gerados como proprie- dade comum e, em seguida, uma relagio geral para com os bens comuns € para com 0 governo da casa G) Nao existe, entre irmaos ¢ irmis, harmonia tio espontinea, ‘to, instintiva e conhecimento intimo tio natural como entre mie e filho, ou como entre seres unitos de sexos diferentes, ainda que ‘ste tltimo caso possa coincidir com 0 dos irmios e irmis, pois rndo faltam razdes para crer que essa_harmonia_se_apresentou numerosas vezes, em muitas ragas, numa época primitiva da hue manidade. A’ esse propéxito, é preciso lembrar que, naquela época, a descendéncia era contada do lado materno ¢ que nome € sentimento fraternais se encontravam espalhados no mesmo grau que o parentesco de primos, ¢ isso de maneira tio geral qué 0 sentido estrito, como em muitos outros casos, 36 se tornou © sentido proprio a partir de uma concepio mais tardia, Entre- tanto, devido a um desenvolvimento regular nos agrupamentos dos povos mais importantes, o casamento ¢ as relacbes entre irmios ¢ inmis ¢, posteriormente (na pritica exética), no 2 alianca ¢ 0 lage de sangue, mas a alianca eo parentesco de dg, s¢ exduem com rigor absoluto. Assim, o amor fraternal, jundamenca Jago do_sangue, pode ser apresentado como.a mais hu- lagées entre os homens. Observase também, compa- randowse as outras duas formas de relagdes, que onde o instinto € mais fraco, a reflexio parece cooperar mais fortemente para a « génese, conservagio € consolidagio dos lagos do coragio. Pois, se foi provado que os fillos da mesma mae, pelo fato de viverem € permanecerem com ela ¢ juntos, associam necessariamente em sua lembranga @ pessoa e a vida dos outros a todas impresses de acontecimentos agradaveis, com excegio das razdes de hosti- dade capazes de entravar estas tendéncias, entdo esse grupo é constituido mais cedo, mais forte € mais estreitamente, ¢ isso tam- bém na medida em que for ameacado pelo exterior € pelas cir ‘cunstdncias que contribuem para tornar mais unida a comunidade ainda Worieds f 4 Distingdes € contrastes conceituais bdsicos — 101 de luta ede agdo, Em seguida, 0 hibito torna_ewsa vida ainda mais faci] ¢ atraente. De irmfos podese esperar,. portanto, no mais alto grau_possivel, uniformidade de existéncia e de forgas, Ga qual podem resultar, em seguida, as diferencas de inteligin. de experigs se DIGNIDADE E ENCARGO — A DESIGUALDADE E SEUS LIMITES Toda \tigiieaate) enquanto} Assim, ela tem por obi enquanto liberdade ¢ honra particulares mais restritas. Toda dignidade pode ser considerada como encargo ¢ todo encargo como dignidade, ao menos numa certa medida. ‘no interior da comunidade, tanto pelat obrigagdes © pelos direitos amplos ¢ restritos, como. pela, prépria vontade da com 1 nidade. No entanto, elas podem estender-se-somente até um de- terminado limice, pois além desse limite cessa a existéncia da co- ado limite, pois além dese limite cessa a existéncia da c munidade enquanto_unidade das diferencas: de um lado (para ! cima), porque a forca do_direito pessoal tornase muito grande \. ¢ conseqiientemente, sua ligagio. com a forca do direito geral ! tomase indiferente e sem valor; de outro lado (para baixo), porque a_forca propria tornase muito pequena e sua ligact irreal ¢ sem valor. Desse modo, existem ¢ nascem desigualdades 102 — Comunidade ¢ sociedade dade é tanto maior quanto menos dependente, quanto_menos experimentada pela vontade pessoal previamente determinada ¢ quando, conseqiientemente, essa vontade menos depender de uma vontade comunitiria qualquer. Pois, para a natureza e formacio de qualquer habito individual ou de qualquer maneira de sen- tir, existe, enquanto fator importante fora das forcas ¢ das tendéncias congénitas, alguma voniade comum, educadora ¢ dire- rig; essa vontade pode ser, em patticilero espirito de familia, ou_também qualquer espirito semelhante ao espirito_de familia ou que age & sua_maneira. VONTADE COMUM — COMPREENSAO — DIREITO NATURAL — LINGUA = LINGUA MATERNA — CONCORDIA ‘consenss)_sentimentos reciptocos .comut enquanto_vontade prépria de uma comunidad. compneenlteprsentaiaorere aisimpatat E, pelo fato de toda tendéncia do homem a razio ¢ supor as disposigées da_lingua, mnseqientemente, entre o progenitor seu fitho, por exemplo, ela existe apenas na medida em que 0 filho € dotado da lingua e de uma vontade razodvel. eet pie corresponder & sua verdadeira natureza ¢ as suas forgas, na me- dida em que 0 gozo € 0 trabalho forem distintos ¢, sobretudo, na medida em que de um Indo existir 0 mando ¢, de outro, a obediéncia, ese direito € um direito natural, Distingdes ¢ contrastes conceituais bdsicos ~ 103 ! ‘quanto mais se assemelharema as constituigées ¢ as experiéncias, ou quanto mais 0 natural, 0 cariter ea maneiras de pensar forem da mesma natureza, ou ! de natureza_homogénea, O yerdadeiro_digio_da_compreensio, onde ¢ snvolve e forma sua existincia, € a propria Mngua, ..j- em_sua_expressio_comunicad »ptiva de_gestos ¢ de sons aque traduzem_a dor e 0 prazer, 0 medo ¢.0 desejo © todos os outros sentimentos ou emogées. Como se sabe, a lingua nfo foi ‘ inventada & maneira de um objeto, nem convencionada como um meio para se fazer compreender, mas ela ¢ uma harmonia viva por seu conteido € por sua forma, Semelhante a todos os outros meios de exteriorizagio conhecidos, sua expresso é consequéncia involuntiria de sentimentos profundos ¢ de pensamentos predo- ‘minantes, ¢ nfio vem de uma intengio de se comunicar, como no caso de um meio artificial que se bascasse numa incompreensio natural, mesmo se a lingua fosse, entre aqueles que a compreen- dem, utilizada como um simples sistema de sinais ou 4 mancira de outros sinais convencionais. Sem diivida, todas essas demons. tragSes podem também se apresentar como manifestagGes de sen- timentos hostis ou benevolentes. Isto ¢ tio verdadeizo que se é tentado a formular a seguinte propesicfo geral: os sentimentos ‘ou inclinagées hostis ou benevolentes so submetidos as mesmas condigées ou a condigSes andlogas. Mas é preciso distinguir total- mente aqui a inimizade proveniente da ruptura ou do relaxa- mento de ligagies que existem naturalmente, dessa espécie de inimizade que se funda no desconhecimento, na incompreensio € na desconfianga. Todas as duas slo instintivas, mas a primeira & natural da célera, do édio © do despeito, a segunda € natural do medo, da aversio, da repulsa; a primeira é aguda, a segunda crOnice. Seguramente, a lingua, como todas outras mediagées da alma, néo se orig:nou nem de uma nem de outra inimizade, que sio apenas estados extraordinérios ¢ patol6gicos, mas sim da. fangs, da profundidade do sentimento, do amor e, sobretudo, f 5 104 — Comunidade € sociedade . dessa relagio profunda entre mie e filho:_a lingua macerna deve senvolverse d2 maneira mais ficil e viva. ‘De dato, a unidade ¢ a possibilidade de uma comunidade das ==" seals = humanas se spree. em prmico lugar ede maneira ‘nos lagos do sangue; em segundo lugar, na aproxi ¢, finalmente, para os homens, na aproximacio ESTRUTURA DAS UNIDADES NATURAIS Resulta do que precede que simples =m acordo técito, como também podese chamar, no que concemne as obrigacées © aos direitos, 20 bem e a0 mal, pode ser comparado a uma convengio, a um pacto, mas somente para fazerse ressaltar com maior vigor o contraste. Podese dizer, da ei loti, Distingdes e contrastes conceituais bdsicos — 105 ‘mesma maneira, que o sentido das palavras seja 0 mesmo que 0 dos sinais convencionais ¢ reflexos; no entanto, € o contrério, Con- yengio ou pacto é uma unidade fabricada, decidida, promessa reciproca que supée, em conseqiiéncia, a lingua assim como uma visio e aceitagio reciprocas de ages futuras propostas, as quais devem ser expressas em conceitos clatos, Tal acordo, quando a propria ago € determinada implicitamente, pode também ser implicito, isto & como se fosse obtido; pode entao, por acidente, ser ticito, Mas, a compreensio € muda por natureza, pois seu contetido & inexprimivel, infinito, incompreensivel. Assim como ‘2 lingua nao é convencionada, se bem que, por ela, numerosos sistemas de sinais possam ser fixados como conceitos, sto sempre precedidos nfo somente de fatos semelliantes que os condicionam ¢ os criam, mas também de fatos gerais neles con- tidos ¢ na maneira como se apresentam. Essa comunidade de vontade existe também nos maiores grupamentos como expresso psicolégica da ligaglo do sangue, embora mais dissimulada e apa recendo entre os individuos apenas sob a forma orginica. Como a4 geueralidade de uma lingua comum aproxima © une os seuth mentos humanos enquanto possibilidade real de compreensio da palavra, da mesma forma existe um espirito comum, ¢ mais ainda, suas manifestagGes mais altas, costumes e fé comuns, que penetram nos membros de um povo, simbolos de sua unidade e da con. cérdia de sua vida, embora sem certeza, mas que nele ¢ dele se ‘estendem com crescente intensidade ¢ alcancam plenamente todas as divisées ¢ ramos de uma raga; ¢, sobretudo, de maneira mais pperfeita, as famflias cujo parentesco remonta A formagio primi- tiva e importante de uma associagio orginica dos seres, pelo sangue ou por alianga, que a familia é antes de ser a familia, ‘momento em que ela jé possui uma realidade semelhante & sua. ‘Mas, a partir desses grupos, e por cima deles, formam-se, como 106 — Comunidade € sociedade suas modificagées, 0s complexos determinades pelo solo que nds istinguimos segundo a seguinte classficagio geral: a) 0 pais; B) a regio ou provincia, a representagio mais intima desses complexos; c) a aldeia, A cidade se desenvolve em parte fora € fem parte ao lado da aldeia, encontra sen acabamento no nos objetos naturais, mas num espirito comum que Ihe mantém a coesio; segundo su2 aparéncia exterior, ela é apenas uma grande aldeia, uma pluralidade de aldeias vizinhas ou uma aldeia cer- cada com muros, mas que reina como um todo sobre a regio circunvizinha ¢ que forma, em associagio com esta, uma nova organizagio da provincia com uma extensio maior no pais, que transforma uma estirpe, um pova, Entretanto, no interior da cidade se formam, como seus produtos e frutos préprios, a associagio do trabalho, a corpotagio ou corpo de oficio, a asso- ciagio do culto, a confraria e a comunidade religiosa; esta comu- nidade religiosa ¢, a0 mesmo tempo, a ultima e mais alta mani festagdo da qual a idéia de comunidade é capaz. Mas também, de mancira semelhante, qualquer cidade, aldeia, povo, estirpe, ‘getacdo ou familia, pode ser representado ou compreendido como uma espécie particular de corporagio ou de comunidade religiosa. Inversamente, todas estas diferentes formagies estio contidas ou provém da idéia de familia, enquanto expressio geral da reali- dade comunitiria (..). TEORIA E SOGIEDADE - Fundamento negativo — Igualdade de valor — O julgamento objetivo. Segundo a teoria da sociedade, esta ¢ um grupo de homens que, vivendo e permanecendo_de dos out unidade, no estio_organica- mente_unidos mas spatieanent separados; enquanto que na e_toda separagio, na sociedade 1. Nao_existem aqui ativie pelo individuo, exprimem nele a vontade e 0 espirito € » maneira_pacifica uns -\ ia; as quais, portanto, na medida em que sio 5 Distingdes e contrastes conceituais bésicos — 107 dessa unidade, realizandose pois para aqueles que estio associa: dos como para si mesmo. Aqui, cada um ¢ para si e esté em um estado_de tensfio em face de todos os outros. Os dominios da / atividade ¢ do poder est relagio ;. 0s outros, de tal maneira que cada um os defende diante do outro, 0 contato € a entrada que sio considerados como acio inimiga. Tal conduta_negativa normal e € 0 fui ito. da posigio. desses “‘sujeitosforgas" uns _com_relaglo_a0s_outros, a sociedade no estado de paz Ninguém fard alguma coisa_pat ninguém_desejard_conceder ou dar alguma’) coisa 20 outro, a ndo ser em troca de um servico ou de um dom extimado pelo menos como equivalente ao seu. E € mesmo neces. © sério que © dom ou servico Ihe sejam mals utes que o que ele i, pois somente o recebimento de alguma coisa que Ihe parecay melhor o decidiré a fazer 0 bem. Mas, se cada qual tiver essa ~ vontade, é evidente que a coisa a para o sujeito B pode ser melhor que a coisa b; do mesmo modo, a coisa 6 para o sujeito A pode ser melhor que a cofsa a. Mas, segundo essas relag6es, a mio pode’. ser melhor que 8, nem 6 melhor que @ a0 mesmo tempo. Assim se coloca o problema: em que sentido, em geral, pode-se falar de, ‘bem ou de valor de coisas que dependem de tais relagbes? A isso * na representagHo aqui dada, todgs 9s bens so supostos. separados, como seus sujeitos; o que alguém possui ¢ do qual desfruta, ele 0 £ sma maneira exclusiva com relaio 44 todos 9s outros; na realidade, ndo existe aqui bem comum. Tal bem pode existir por ficco dos sujeitos; entretanto, essa ficglo 6 é possivel pela construcio de um sujeito comum com uma von: tade imaginada, ao qual deve relacionarse esse valor comum. Entretanto, tais fiegGes mio sio inventadas sem uma razio suli- ciente, Essa razio ja existe no simples ato da doagio ow recebi- mento de um objeto, na medida em que ocorrer assim, um con- tato € a constituigio de um dominio comum desejado pelos dois sujeitos, dominio que persiste durante o tempo da este tempo pode ser considerado como muito curto, ou igual a zero, mas pode ser também representado como prolongado & vontade. Durante esse tempo, tal parte que se destaca, por exem- plo, do dominio de A, cessou inteiramente de estar sujeita & sua se pode responder: 108 — Comunidade ¢ sociedade vontade e poder; ela no comerou ainda a estar inteiramente sujeita & vontade ¢ ao poder de B: est ainda sob o dominio parcial de 4 e ja sob o dominio parcial de B. Essa parte € de- pendente dos dois sujeitos na medida em que suas yontades esti vyerem igualmente cirigidas por ela, como € 0 caso enquanto dura a vontade de dar e receber, Ela é um bem comum, um valor social. A vontade comum em relagdo com ese ato € que a ele se encontra unida pode ser considerada agora como um todo, que exige ser completada por cada um até 0 término do ato duplo, Ela deve ser considerada como uma unidade enquanto for compreendida como sujeito ou enquanto se Ihe atribuir um sujeito; pois € a mesma coisa pensar algo como existente ou objeto € pensilo como unidade. Entretanto, devemos distinguir aqui, com cuidado, se tal ens-fictivum existe apenas para a teoria, por quanto tempo, ou entio se existe também no pensamento de seus proprios sujeitos para um determinado fim (0 que supde, alids, 0 fato de eles ja serem capazes de uma vontade acio comuns); pois € ainda outra coisa quando eles sfo representados como participantes da causalidade de tudo que ¢ objetivo no sentido cientifico (na medida em que ele é aqui, 0 que todos devem pensar nas condigées dadas). Sem diivida, é preciso com- preender que cada ato da doacio e do recebimento, da maneira indicada, deve conter implicitamente uma vontade social. Por outro Iado, essa agio nfo é concebivel sem seu fundamento ou fim. isto a contrapartida suposta e conseqiientemente o recebimen- 0; mas jd que esta tiltime acio estd por sua vex condicionada da mesma maneira, nenhuma pode preceder a outra, elas devem coincidir no tempo, exprimir de maneira diferente o mesmo pen- samento: o recebimento é igual ao abandono de determinada quantidade; de modo que, a propria troca, como ato parade, opens. £ s4o_equivalentes. Seu ji gumento é expresio pela equivaléncia; ele ¢ vilido para os dois sujeitos na medida em que eles o fixarem em seu acordo ¢, conseqiientemente, é valido também unicamente enquanto durar Distingdes e contrastes conceituais basicos — 109 salmente vilido, ele deve aparecer como um julgamento feito por tados, E todos devem ter essa vontade tinica; a vontade de troca se generaliza; codos participam do ato particular e 0 confirmam, ¢ ele se torna absolutamente plblico, Pelo contririo, a generali- dade pode também recusar esse ato particular: ela declara que no € igual a B, mas sim menor ou maior que B, isto é que 0s objetos nfo sio trocados segundo seu valor real. O valor zeal existe com relagio a todos, pensado como um bem social comum, = ¢ € consiatado quando ninguém faz uma apteciagéo positiva ou negativa de um dos objetos com relagdo a0 outro, Ele é razoivel, justo, real, € todos esto de acordo com ele, nao por acaso, mas de maneira necesséria; portanto, todos concordam com ele ¢ po- dem se considerar como associados na pessoa do juiz que julga, que pesa e que sabe, que torna o julgamento objetivo. Todos devem reconhecer esse julgamento objetivo ¢ dirigirse segundo ~ na medida em que tiverem uma raxfo e um pensamento objetivo, empregando em conseqiiéncia a mesma medida e pesando com a mesma balanga (.). © CONTRATO — DIVIDA E EXIGENCIA — VO PARTILHA DA PROPRIEDADE ‘A yontade comum em cada troca, na medida em que esta x o término_da_troca, pede © exige 08 dois atos que constituem esa troca, mas cada um desses atos pode decomporse numa série de atos parciais. Como cle se relaciona sempre a atos possiveis, esvaziase de seu conteido € cessa assim que esses atos se esgotam ou se tornam impossiveis: o primeiro caso representa o término, 0 segundo a ruptura do contrato. A yontade particular que entra no contrato se relaciona ou a sua agio presente e-real — como na doagio de mercadoria ou de dinheiro —, ou & sua agio furura ou possivel, mesmo que se trate de um excedente que é pensado, em sua totalidade, como pre- > commidede oe 110 — Comunidade e sociedade sente, conseqilentemente como contendo algo da doagéo ou do resto de mercadoria ou de dinheiro, ou que toda essa agio, com seu inicio, seja projetada para um momento distante (0 prazo); de modo que, seja para a parte, seja para o todo, a pura vontade deva ser dada e aceita. A pura vontade pode também ser evi= dente de outras maneiras, porém somente seri certa quando for expressa em palawa, Dase entio a palavra no lugar da coisa Ela tem, para aquele que recebe, o valor da coisa na medida fem que a asociagio da palavra e da coisa ¢ necessiria, portanto na medida em que para ele a reclamacio desta altima ¢ certa, Ela no tem valor como “penhor”, pois nfo se pode desirutar dela € nem vendéla como coisa. Mas equivale ao abandono ideal a préxima coisa; 0 contratante, a0 qual esta coisa deve voltar, reoebeu pleno dircito sobre ela, © unico direito que ele pode ‘obter por sua propria vontade (¢ cujo poder atual equivaleria 20 fundo natural da propriedade real), precisamente pela vontade sgeral social. A sociedade, incapaz de examinar cada caso, presume no que concerne ao abandono condicionado pela troca, € a roca de objetos equivalentes. Isso significa apenas que, na sociedade bem compreendida, nfo somente a situagfo atual de cada um, mas também cada troca ¢ conseqitentemente cada promessa so confor- mies & vontade de todos, isto é, so consideradas como legais, por- tanto como geradoras de obrigaglo, Mas isso exige primeiramente @ acordo do credor, pois somente por sua vontade uma coisa que Ihe pertence (unicamente segundo a base da uoca) pode permane. cer em mos de outro, Seu acordo pole ser considerado como a romessa real que ele consente que o objeto ali permanega ¢ de onde no retirard antes do prazo, Mas, em geral, quando cada pro- messa € considerada como uma doagéo futura de um objeto de troca, esta troca é entio semelhante a uma doacio presente, para um tempo determinado, de uma propriedade condicionada apenas Pela vontade do contrato, e que, como “divida” do proprietirio com relagio a seu “credor”, representa uma propriedade negat'va, Precisamente a necessidade de ceder 0 devido por um prazo de- terminado. A propriedade positiva, no sentido social, &, a0 con taro, a liberdade absoluta (no compromissada) de dispor de ~ Distingdes € contrastes conceituais bisicos — 111 seu_bem com relacéo a cada_um durante tempo devido € também uma propriedade real para o devedor com re- lagio a cada terceiro, mesmo apés 0 prazo de vencimento (¢ nisso se baseia a protegao abstrata da possessio no sistema social do direito), e, do mesmo modo, com relagio 20 credor até esse prazo. E pot isso que ele € limitado apenas com relagio 20 prazo © somente pela necessidade do pagamento, isto é, termina com este ltimo, Do mesmo modo, a propriedade do credor sobre 0 mesmo objeto, a qual, a partir do prazo, é absoluta contra todos, en- contrase até af negada com todas suas conseqiiéncias pelo direito do devedor; assim limitada ela se chama “crédito” com relacio 20 devedor, como liberdade ou direito de obrigi-lo a pagar a partir do prazo de vencimento, Conseqiientemente, ela € uma propriedade comum ¢ partilhada durante o intervalo, enquanto que a plena possessio pertence 20 credor, excetuando-se a dispo- sigio proviséria que pertence 20 devettor(..). A ATIVIDADE NA PROMESSA ~ O DIREITO DE EXIGELA — ASSOCIAGAO — DIREITO NATURAL — CONVENGKO Mas, em cada troca, um objeto eventual pode ser substituido por uma atividade. A prépria atividade ¢ dada ¢ aceita como ‘um servigo, Como um objeto, ela deve ser util ou agradavel Aquele que a recebe. Entio essa atividade ¢ considerada como uma mercadoria cuja produgio e consumo coincidem tempora- riamente, Enquanto um servic nfo for prestado, mas somente prometido (por oposigao & coisa néo dada mas somente prome- tida), a agio é feita de maneira correspondente. Ela pertence de direito a0 credor; apds o prazo, ele pode obrigar legalmente o promitente a realizar o servigo, como pode obrigar legalmente 0 devedor ou um terceiro proprietério a entregar uma coisa devida ou toméla por forga. Um servigo devido s6 pode ser obtido por obrigagao. Entretanto, a promessa de um servigo pode ser tanto bilateral como unilateral, ¢ resultard daf um direito de obrigagio 112 — Comunidade ¢ sociedade conforme, Em conseqiiéncia, nesse sentido, vitias pessoas podem se unir exteriormente pot um servigo igual onde cada qual des fruta do servico real do outro como de uma ajuda. Finalmente, vvirias pessoas podem entrar ein acordo para considerar sua asso. ciagio como um ser existente € independente, de natureza indi- vidual semelhante & sua, € para atribuir a esa pessoa ficticia uma vontade particular ¢ a capacidade de comércio, capacidade de concluir contratos e obtigagées. Essa pessoa, como todas os ‘outros contetidos possiveis de contratos, sé pode entretanto ser considerada como realmente objetiva na medida em que a socie- Gade parece participar dela e, em conseqiiéncia, confirmar nela sua existéncia, Somente assim ela se torna um sujeito da ordem Jegal da coletividade e chama-se uma sociedade, uma associagio ow qualquer outro nome semelhante. O conteiido natural de tal ordem pode ser resumido nesta {érmula nica: paca esse obser- vanda, isto é, 0s contratos devem ser observados, 0 que supée implicitamente umalsituagio de esferas ou de dominios de von. tades separadas, cujo contorno real é aceito ou garantido, de modo que uma mudanga accita e, conseqiientemente legal, de cada esfera, 86 pode ocorrer seja a favor, seja contra 0 arbitrio de dominios situados fora do sistema, ou ainda no interior do sistema, apenas por contratos, isto ¢, com 0 acordo de todos. Tal unanimidade de vontades é segundo sua natureza, momencinea, limitada, de modo que a mudanca, como viraser da nova si- tuagio, nfo deve ter dusayio. Assim, a regra superior que per mite a cada um agir no interior de seu dominio como quiser, mas nio fora dele, nfo sofreu modificagio. Mas, onde existe um dominio comum, como na obtigagio durdvel e na sociedade, a propria liberdade, como contetido dos direitos, deve ser parti Ihada a fim de corresponder a eses direitos, ou entio deve ser criada uma nova liberdade artificial ¢ ficticia. A forma simples da vontade social comum, na medida em que estabelece esse direito natural, eu a chamo convencdo, Determinagdes positivas © regras de todas espécies podem ser reconhecidas como conven- cionais, as quais, segundo sua origem, sio de estilo totalmente diferente, se bem que “convenio" & compreendida muitas vezes Distingdes ¢ contrastes conceituais bdsicos — 113 como sinénimo de usos ¢ costumes, Mas tudo 0 que ¢ conforme 20 uso € costume é convencional ma medida em que é desejado € recebido como sendo de utilidade geral ¢ na medida em que a utilidade geral € desejada e recebida por cada um como sua utilidade propria. Nao € mais aceito nem desejado por causa da tradicSo, como heranga sagrada dos antepassados. Portanto, os nomes, costumes © usos nfo so mais apropriados, A SOCIEDADE CIVIL ~ 0 HOMEM GOMO COMERCIANTE — CONCORRENGIA GERAL — A SOCIEDADE EM SEU SENTIDO MORAL portanto, pela convengfo ¢. pelo direito de um individuos naturais A sociedade,_ _entretanto, independentes dos 2 xeciproca, Aqui se situa por- tanto a desericho ger dade civil” ou “‘sociedade mer- cantil”, cuja economia politica ¢ aplicada para conhecer a natu vera ¢ 28 acées, um estado no qual, segundo a expressfo de Adam Smith, “cada_um ¢ um comerciante”. Em conseqiiéncia, onde individuos_propriamente comerciantes, negécios ou sociedades ‘companhias se opdem uns ao: outros no trdfico comercial ¢ finan- ceiro internacional ou nacional, a natureza da sociedade se apre- senta como num exirato, refletese como num espelho céncavo. Pois a generalidade desse estado nfo é de nenhuma maneira como 0 imaginara 0 célebre Schotte, a decorréncia direta e ver dadeira no novo fato de o trabalho ser dividido © 06 produtos trocados. Ela é, antes de tudo, um fim longinquo, com relagio 20 qual o desenvolvimento da sociedade deve ser compreendido; €, em nosso sentido, a existéncia de uma sociedade, em um deter- minado momento, é real na medida em que esse fim é atingido. Portanto, esta existéncia é sempre algo que evolui, que deve ser considerado como 0 sujeito da vontade ou da raaio geral; ¢,.a0 mesmo tempo (como sabemos), como um sujeito ficticio e nomi- 114 — Comunidade e sociedade nal, que flutua no ar tal como saiu das cabecas de seus suportes conscientes, que estendem 2s mios por cima de todas distincias, fronteiras e idéias, desejosos de troca, e que consideram essa per feigho expeculativa como o tinico pais, a nica cidade, onde todos cavaleiros de industria e aventureiros merchant adventurers tém um real interesse comum, Assim, a generalidade social & representada, comip a ficcio do dinheiro o.é pelo metal ou pelo papel, por toda terra ou por um territério delimitado de qual- quer maneira; pois, nessa compreensio, ¢ preciso fazer abstragio de todas as relagSes primitivas e naturais dos homens uns com relagio aos outros. A, possibilidade de_uma_relagio_social_ sup3e apenas_uma pluralidade_de_pessoas,_capazes_de_produzire, em onsegiiéncia, de prometer. A sociedade como coletividade, sobre qual deve estenderse, um sistema convencional de regras, é, segundo sua idéia, ilimitada: ela ultrapassa_continuamente suas fronteiras reais ou fortuitas. E como cada pessoa procura nela sua vanlagem propria e aprova as outras somente na medida ¢ pelo lesejam a mesma vantagem que ela propria, a ara_com todos, antes ¢ fora da convencio, ¢ também antes e fora de cada contrato particular, pode ser compreendida como uma hostilidade em poténda ou como uma guerma_latente, excetuando-se_os_acordos_das_vontades, como também os pacios eos tratados de pax. E nisso reside a nica concepgfo adequada de todas as realidades do trifico ¢ do comér- cio, onde todos os direitos e obrigagées podem se relacionar a puras determinagées de bens ¢ de valores e sobre a qual, em conseqitén- ia, deve repousar qualquer teoria do puro direito privado ou (compreendido no sentido social) do direito natural, mesmo que a teoria ignore esse direito natural. Compradores ¢ vendedores, em seus_diversos_aspectos, situamse_ sempre _uns_com_relagio. aos outgs de tal_m que cada um deseja e tenta dar o menos possivel de seu proprio bem, e obter 0 mais possivel o bem, do ‘outro, E os verdadeiros comerciantes ¢ negociantes percorzem diversos caminhos e, durante esse percurso, cada um procura ul trapassar o outro ¢, se possivel, classificarse em primeiro Iugar: procuram obter a colocagio de sua mercadoria e a maior quan- Distingdes € contrastes conceituais bdsicos — 115 tidade possivel dessa mercadoria; em conseqiiéncia, eles procuram repelirse mutuamente ¢ fazer com que 0 outro caia, e a perda de um ¢ a0 mesmo tempo o ganho do outro, como em cada troca particular, na medida em que os proprietétios nfo troquem var lores realmente iguais. Isso € @ concorréncia geral, que ocorre em muitos outros dominios, mas em nenhuma outra parte tio clara € conscientemente como no comércio, ao qual em conseqiiéncia limita-se 0 emprego da palavra, ¢ que mumerosos derrotistas ja descreveram como a ilustracéo da guerra de todos contra todos, € que um grande pensador considerou como sendo o estado na- tural e geral da natureza humana, Mas a concorréncia leva tam- ‘bém em si, como todas as formas dessa guerra, a possibilidade de seu fim, Também esses inimigos, ainda que dificilmente, decidem fem certas situacSes como sendo vantajoso aumentarem, permane+ cerem trangiiflos ou mesmo se associarem em vista de um fim comum (em primeiro Iugar ¢, no mais das vezs, contra um rival comum). Assim, a concorréncia é limitada e transformada em alianca. E, por analogia com essas relagSes que se baseiam na troca de valores materiais, pode-se compreender qualquer socia- bilidade convencional cuja regra superior € a cortesia: uma troca de palavras ¢ de favores na qual cada um parece estar no lugar de todos ¢ onde todos parecem estimar cada um como seu seme- Thante, mas onde, na realidade, cada um pensa em si mesmo € se preocupa, 20 contririo, em fazer triunfar entre os outros seu ponto de vista e suas vantagens. Tudo o que um mostra de agradivel ao outro, ele espera € mesmo exige 20 menos um equi valente ¢, em conseqiiéncia, pesa exatamente seus servicos, lison- jas, presentes, etc, como se fossem determinar os efeitos desejados. Contratos nfo formais desse género sto consiantemente conclui- dos e muitos slo incessantemente rejeitados nessa sucesso pelo pequeno niimero dos felizes ¢ poderosos, Como, em geral, todas as condig6es sociais se fundamentam ma comparacio de servigos possiveis ou propostes, aparece claramente aqui porque as rela- gfes referentes a objetos visiveis ¢ materiais ¢ porque atividades puras ¢ palavras sé podem ser impropriamente 0 fundamento desa comparagio. Por oposigio, a comunidade,_como.ligagéo de 116 — Comunidade e sociedade “sangue”, ¢ primelramente.a relacio dos corpes que se.exprimem fem acbes_¢_palavras; as relagies comuns com relacio aos objetos so de natureza secunditia, nfo sendo esses objetos tio comer- cializados quanto possuidos ¢ utlizados em comum. A sociedade no sentido que podemos chamar moral, condicionada comple tamente por suas relagSes com o Estado, o qual, até o momento, no ¢ objeto do_presente estudo, pois a sociedade econdmica deve ser considerada como precedendo-o. 7 — Comunidade ¢ sociedade como niveis de organizacio da vida social R. M, Maclvar & Guanes H. Pace (+) © que queremos dizer por sociedade, O primeiro, e 9 mais geral de nossos termos, € a prdpria sociedade. Os seres sociais — os homens — expressam sua natureza criando ou recriando uma organizagio que guia e controla o seu comportamento de imi- ‘meras maneiras. Essa organizagio — a sociedade — liberta e limita as atividades dos homens, estabclece padrées que eles devem se- guir e manter: quaisquer que tenham sido as imperieicées ¢ tiranias que ela tem mostrado na historia humana, 6 uma con- Giglo necesséria a toda realizacio da vida. A sociedade é um sis tema de costumes ¢ processos, de autoridade e auxilio mituo, de muitos agrupamentos ¢ divisoes, de controles de comporta- mento humano e das Hiberdades, Esse sistema complexo, que esté sempre sofrendo modificagées, chamamos sociedade. ¥ a tein das relagbes sociais, E estd sempre mudando. Condicdo psiquica das relacées sociais. A sociedade, conforme issemos, € 0 padrdo de relagées sociais em mutagio constante, Que queremos dizer com a expressio “relagdes sociais"? Podemos abordar a resposta estabelecendo 0 contraste entre as de ordem social ¢ as de ordem fisica, Hi uma relacio entre uma méquina de escrever uma mesa, entre a terra e 0 sol, entre o fogo e a fumaga, entre dois elementos quimicos. Cada um deles € afetado pela existéncia do outro, mas nfo representa uma relagio social Falta a condigio psiquica, Em nenhum sentido inteligivel a mi quina de escrever ea mesa estio cénscias da presenca de uma () RM. Maciver © Charles 1. Poge, Society: am intioductory Amelie, pp.£15, Macmillan, Londres, 1955, Traducto de Lebnidas Gontijo de Carvalho

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