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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
O CUIDADO NO PROCESSO DE VIVER HUMANO II

UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA


PROCESSO DE ENFERMAGEM

THAYS BERGER

FLORIANÓPOLIS
2008
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THAYS BERGER

UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA


PROCESSO DE ENFERMAGEM

Trabalho de graduação da disciplina O


Cuidado no Processo de Viver Humano II, da
5ª fase do Curso de Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Catarina

PROFESSORAS: ANA MARIA FARIAS


PATRÍCIA KUERTEN

FLORIANÓPOLIS
2008
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I. DADOS INICIAIS DA CRIANÇA

Nome: C.S.
Número do prontuário: 0019538
Data de nascimento: 28.07.2008
Sexo: masculino

II. HISTÓRICO DA MANIFESTAÇÃO DA CONDIÇÃO CLÍNICA DA


CRIANÇA

Ao nascer foi verificado provável Síndrome de Down, cardiopatias congênitas e


risco para síndrome da angustia respiratória por isso permaneceu na UTI do Hospital
Regional de São José- HRSJ por dois dias e depois permaneceu mais nove dias no berçário.
Teve alta hospitalar no dia 09/08/2008. A.A.S. trabalhava na lavoura com seu marido e seu
filho mais velho freqüentava e escola no período vespertino. Com o nascimento de seu
filho, agora fica em casa e cuida das tarefas domesticas. Faz acompanhamento pediátrico
no HRSJ quinzenalmente, utiliza o transporte da prefeitura para ir às consultas e utiliza de
alguns serviços do posto de saúde da cidade vizinha.
C.S. internou no Hospital Infantil Joana de Gusmão no dia 23/10/08 às 3:45 da tarde
porque estava cansando-se muito ao mamar no seio e para aumentar o ganho ponderal para
realizar a cirúrgica cardíaca.
Diagnóstico Médico: Síndrome de Down, Comunicação Interventricular subaórtica
(CIV) moderada. Repercussão com hipertensão pulmonar e sinais de insuficiência cardíaca.
Monilha

III. REPERCUSSÕES DA CONDIÇÃO CLÍNICA SOBRE NECESSIDADES DE


SAÚDE DA CRIANÇA

Apresentou-se choroso a manipulação do braço esquerdo porém ativo e sorridente


eventualmente. Mãe refere que é ativo e bem humorado em casa.
Devido idade cronológica da criança apresenta-se dependente para o auto cuidado.
O desenvolvimento cognitivo e afetivo encontram se respaldados através da relação
do sujeito com o meio, pois para Galvão (1995), os aspectos físicos, dos espaços, as
pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios a cada cultura formam o
contexto do desenvolvimento.
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As crianças quando nascem em seu primeiro estágio de vida, no qual Piaget


denomina como Sensório-motor correspondente à idade entre zero e os dois anos. Nesta
fase, a inteligência se caracteriza de maneira empírica, exploratória, não verbal, no qual
criança aprende pela experiência, examinando e experimentando os objetos ao seu alcance.
Somando conhecimentos e estabelecendo uma relação entre ela e o social. Mas, para os
sindrômicos esta fase, especificamente, se difere muito das crianças sem síndrome, pois sua
formação física não lhes oportuniza em responder espontaneamente ou de maneira
semelhantes aos estímulos motores e sociais.
Dês da internação a mãe relatou que a criança acorda mais assustada, dorme a noite
toda, só acorda para mamar. Durante a manhã tem um sono meio agitado, acordando varias
vezes devido à rotina do HIJG. Dorme tranqüilo por duas/três horas seguidas durante a
tarde, a criança dorme com o leito em semi-fowler e em decúbito lateral, ora D, ora E.
Dorme sem o uso de chupeta. Quando em casa, dorme bem durante a noite e por quase toda
a manhã, mantêm o hábito de só acordar para mamar.
Em casa mantinha alimentação orientada pela sua médica, relatou que ofertava a
criança de 3/3horas o leite com formula especial (NAN I, Dextrol e TCM, 60ml) e
complementava com o leite materno, que no inicio ela retirava do seio e colocava na
mamadeira e logo depois a criança começou a mamar no seio. No hospital continua com a
mesma alimentação porem com maior freqüência.
Apresenta urina clara de odor característico, várias vezes ao dia e em média uma
evacuação a cada dois/três dias, mantêm a mesma freqüência de casa no hospital.
Vacinação:
Data Vacina Realizadas Avaliação
29/07 Hepatite B1 dose Correta em relação ao calendário vacinal, ao nascer.
Poliomielite 1 dose Campanha
- Adiada primeira dose da BCG. Recomenda-se adiar a
vacinação em crianças com peso inferior a 2.000g, existem
outras indicações, porem não vem ao caso.
29/8 - Referente ao calendário de vacinação falta a segunda dose da
vacina contra hepatite B.
7/10 BCG Correto, C.S. pesa agora 2.700g.
Hepatite B2 dose Correta em relação ao calendário vacinal, ao 2nd mês de vida.
Poliomielite 2 dose Correta em relação ao calendário vacinal, ao 2nd mês de vida.
Rotavírus 1 dose Correta em relação ao calendário vacinal, ao 2nd mês de vida.
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DPT acelular Variação da Tetravalente, sem a Hib, preconizada ao 2nd mês


de vida, menos reatogênica e com alta eficácia.
1 dose
Hib Indicado para imunização ativa a partir do 2nd mês de vida,
contra a doença causada por Haemophilus influenzae tipo b.
Completa a DPT acelular compondo a tetravalente.
1 dose
Pneumococos Indicada a partir dos 2nd meses de idade com doença
cardiovascular crônica, existem outras indicações, porem não
vem ao caso.
*Dados retirados da caderneta de vacinação da criança.
Peso do nascimento: ???? Idade gestacional: 33semanas
Estatura do nascimento: 47cm

IV. REPERCUSSÕES DA CONDIÇÃO CLÍNICA SOBRE A SAÚDE DA


CRIANÇA VERIFICADAS A PARTIR DO EXAME FÍSICO

3.1. Fácies: Criança chorosa a manipulação, e sem expressão de dor ou sofrimento


3.2. Aparência geral: ativo, alerta, proporcionalmente a sua síndrome, e receptivo
aos estímulos e aos procedimentos técnicos.
3.3 Condições da pele: Pele íntegra, hidratada, apresenta discreta palidez, 1/4+.
3.4. Estado nutricional:
Peso – 2.950g Verificado dia 23/10/208
Peso – 3.252g Verificado dia 4/11/2008
Peso – 3.250g Verificado dia 5/11/2008

Em casa mantém alimentação orientada pela sua médica, relatou que ofertava a
criança o leite com formula especial e complementava com o leite materno, que no inicio
ela retirava do seio e colocava na mamadeira e logo depois C. começou a mamar no seio.
No hospital continua com a mesma alimentação porem com maior freqüência.
Condições do tecido adiposo bem distribuído em quantidade pequena, massa
muscular bem distribuída apresenta tonicidade diminuída característica de sua síndrome.

Avaliação do aluno a cerca do estado nutricional:


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De acordo com a curva de crescimento NCHS 2000 e com a classificação de Gomez


o lactente encontra-se desnutrido com grau II. Porem devemos levar em conta que o
lactente tem síndrome de Down (SD) e é cardiopata.
Os indivíduos portadores de Síndrome de Down habitualmente já
apresentam uma deficiência ponderoestatural pré-natal que continua até por
volta dos 5 anos permanecendo no grau dois de uma DEP com relação aos
não-portadores de Síndrome de Down. (Cronk, 1978).

Alem do padrão de altura e peso dos indivíduos com SD serem menores do que o
normal, eles ainda apresentam freqüentemente o palato estreito e curto e hipotonia facial
extra e intra-oral contribuindo para uma oclusão labial pobre, sucção fraca, pobre controle
dos movimentos da língua e dificuldades com a mandíbula, podendo resultar em déficit nas
habilidades motoras e orais.
A criança com cardiopatia congênita normalmente apresenta um perfil nutricional
de desnutrição. Isso se deve, muitas vezes, à taxa de metabolismo basal elevada, devido a
um aumento do trabalho cardíaco e respiratório dessas crianças. Observamos isto durante a
sucção, que representa um esforço muscular considerável, onde ocorre o aumento
momentaneamente do consumo de oxigênio e induz ao agravamento da IC.
Verificamos que a maioria dos casos de crianças com cardiopatias
congênitas internadas no IC-FUC em 2006, apresentaram um perfil
nutricional de desnutrição. Na classificação de Gomes e Waterlow o
percentual de crianças desnutridas é bem inferior ao resultado observado
com o método de escore-z – Programa Anthro (OMS / 2006), sendo este o
mais atual e aproximado com a realidade desta Instituição. (VIAN, ET all
em 2006)

A amamentação é a via de alimentação mais eficiente para que se estimule


corretamente o processo da deglutição em crianças com SD, entretanto a cardiopatia
congênita é um obstáculo presente dês do nascimento para C.S. que trouxe o agravamento
de sua desnutrição.
C.S. tem apenas 3 meses, e deveria estar se alimentando de leite materno
exclusivamente. Neste caso em especial a inclusão de uma suplementação com fórmulas
infantis não é visto como um problema, pois o leite materno contém 0,67 kcal/ml, o que
não supre suas necessidades calóricas e protéicas, por ser uma criança cardiopata, que têm
um elevado metabolismo. As propriedades imunológicas e nutricionais de alto valor
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biológico contidas no leite materno C.S. continua absorvendo pois utiliza de uma dieta
dupla.
No dia da avaliação o lactente apresentou-se desnutrido porem com este quadro em
reversão. Seu ganho ponderal mantém-se em média 30/40gr por dia, que é o ganho
ponderal que se espera para uma criança sem síndrome de Down e cardiopatia. Este ganho
calórico foi um dos grandes motivos para o paciente receber alta hospitalar. C.S. ira esperar
em casa o dia da cirurgia.

3.5. Estado de hidratação


Ao exame físico apresentou: fontanela bregmática normotensa e plana, conjuntiva
corada, olhos brilhosos, mucosas e língua úmidas e coradas, presença de sialorréia, turgor
da pele mantido e frauda com diurese.
Apresenta urina clara de odor característico, várias vezes ao dia e em média uma
evacuação a cada dois/três dias.

Avaliação do aluno a cerca do estado de hidratação:


A desidratação é um distúrbio comum dos líquidos corporais em lactentes e crianças
e ocorre toda vez que a eliminação total de líquido ultrapassa sua ingestão total. Segundo o
Ministério da Saúde em 1993 a criança que apresenta mais de um dos sintomas que serão
citados pode ser diagnosticada com desidratação. Sintomas e sinais; olhos fundos,
depressão da fontanela, ausência/diminuição de lagrimas, pele seca, demasiada sede, saliva
espessa, e a criança para de babar, pulso débil, ausência de lagrimas, oligúria ou anúria,
turgor da pele diminuído, diurese comprometida e etc.
Como observado ao exame físico de C.S. a criança não apresenta estes sinais, logo
seu estado pode ser considerado como hidratado.

3.6. Sinais vitais

Pressão arterial: 72/56 mmHg; verificados dia 5/11/07


Freqüência cardíaca: 111 bpm; verificados dia 5/11/07
Freqüência respiratória: 72 mrpm; verificados dia 5/11/07
Temperatura axilar: 36,7°C verificados dia 5/11/07
Saturação O2: 88%

Avaliação do aluno a cerca das condições dos sinais vitais:


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De acordo com SCHMITZ et AL a freqüência respiratória igual ou superior a


60mpm, em repouso, é anormal mesmo em recém-nascido. Como a criança em questão
apresenta freqüência respiratória de 72mprm, podemos considerar que a criança está
taquipnéica.
ZIEGLER refere à freqüência cardíaca média esperada para lactentes de 1 a 3 meses
sendo 161bpm, na aferição C.S. apresentou 111bpm, que esta ligeiramente abaixo da
mínima esperada, que é 115bpm.
A baixa saturação de oxigênio apresentada pela criança em questão é causada pela
sua patologia, CIV com hiperfluxo pulmonar. Esta patologia influencia no aparecimento da
IC, onde um dos sinais esperados é a baixa saturação de oxigênio.
A pressão arterial e a temperatura axilar apresentaram-se dentro dos valores normais
para esta faixa etária.
Uma em cada vinte crianças que nascem com defeito cardíaco
tem trissomia do cromossomo 21, comparado com 0,3 % do evento
em crianças sem cromossomopatia. A má formação cardiovascular
encontra-se presente em cerca de 40% das crianças afetadas com esta
síndrome. Sendo que 32% destes cardiopatas sofrem de comunicação
interventricular. (SOCIEDADE AMERICANA DO CORAÇÃO-
AHS)

Considerando que a criança sofre de CIV e que nesta cardiopatia o esforço


respiratório é nítido com freqüência respiratória alta e acompanhada de tiragem subcostal
com amplitude respiratória diminuída. Que há o aumento da freqüência cardíaca que tem
por objetivo manter o débito cardíaco em níveis eficazes, e que a cianose da cardiopatia
congênita deve-se a um "shunt" direita-esquerda. E que a criança esta em terapêutica
medicamentosa com digoxina, que é um digitálico, e pode causar ligeira redução da
freqüência cardíaca.
Podemos concluir que as alterações de seus sinais vitais são esperados e
considerados normais para sua patologia.

3.7 Cabeça
Crânio: sem alterações ou deformidades evidentes. O occipital é chato e o crânio é
não. Cabelos finos e escassos, porém sedosos. Mantém a cabeça em rotação lateral direita.
Face: face redonda e achatada.
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Couro cabeludo: íntegro e sem lesões, apresenta hipocorado 1/4+, cabelos limpos,
brilhantes e hidratados.
Orelhas: são pequenas com lóbulo pequeno, ápice implantado ligeiramente acima
da linha media ocular.
Ouvido externo: ausência de cerúmen.
Olhos: olhos azuis, fissura palpebral oblíquas, integridade mantida, conjuntivas
coradas, esclerótica branca e íris íntegra. Sobrancelhas ausentes bilateralmente, cílios
escassos e ausência de secreção.
Nariz: curto com a ponta achatada coanas pérvias, ausência de secreção.
Boca/dentes: pequena, apresenta um idade, coloração rósea e ausência de ferimento
ou lesões na superfície externa e interna. Freqüentemente mantida aberta, com língua
protrusa e ausência de dentes.
Orofaringe: ausência de hiperemia, tumefação e placas.

3.8 Pescoço
Curto e largo, com excesso de pele no aspecto posterior. Sem alterações
ganglionares.

3.9. Tórax
Formato regular, mamilos simétricos, parede torácica delgada com pouca
musculatura.
Respiração superficial e taquipneica, utiliza a musculatura acessória, respiração
diafragmática e tiragem subcostal.
Ausculta pulmonar normal, sem presença de sibilos ou estertores, apenas
murmúrios vesiculares.
Ausculta cardíaca: bulhas regulares, normofonéticas em dois tempos presença de
sopro sistólico 3/6+.

Avaliação do aluno a cerca das condições cardiorespiratória:


A taquipnéia (FR acima de 60 mrpm no recém nascido prematuro, > 35 no lactente),
com a presença de esforço respiratório, e a taquicardia (FC >130 até um ano) é muito
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freqüente nos lactentes cardiopatas. Portanto podemos considerar estes valores


apresentados acima como normal.
O sopro encontrado na ausculta cardíaca deve-se a um "shunt" direita-esquerda da
cardiopatia congênita. Este sopro corresponde apenas ao som do sangue percorrendo o
espaço de comunicação entre a parede interventricular. O lactente possui um shunt que é
considerado médio, indicado pelo sistema de cruzes encontrado a cima e confirmado pelo
exame ecográfico que descreve a abertura em 5mm.
Na ausculta pulmonar não foram evidenciados sinais de anormalidade.

3.10. Abdomem
Pele íntegra, sem rugas ou pregas, ausência de cicatrizes. Abdômen discretamente
globoso em decúbito dorsal apresenta ruídos hidroaéreo e com percussão dentro dos
parâmetros de normalidade.
Ausência de dor ou massa endurecida à palpação superficial e profunda. Umbigo
com boa higiene.

Avaliação do aluno a cerca das condições abdomem:


De acordo com as descrições acima, o paciente apresenta um abdome ligeiramente
globoso, o qual pode estar relacionado com a patologia específica do C.S, Síndrome de
Down.

3.11. Genitais
Hiperemia 1/4+ em corpo anterior peniano localizada e despigmentação em bolsa
escrotal, meato uretral estreito. Períneo com boas condições de higiene e sem sinais de
violência. Faz uso de fralda descartável.
Eliminações de 04/11, intestinais ausentes e urinárias escassas durante a manha,
5grs de urina às 9hs, e normais durante o resto do dia.
Eliminações de 5/11, intestinais ausentes e urinárias normais, 25gr as 8hs e 60grs as
11hs. Urina em ambos os dias com coloração amarelo claro e odor característico.

Avaliação do aluno a cerca das condições dos genitais:


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Apresenta períneo alterado devido à monília, fungo saprophyte, o qual torna-se


patogênico somente sob circunstâncias favoráveis como: umidade, calor e a resistência
imune abaixa. Esta queda na imunidade pode ser observada em decorrência do estado
nutricional prejudicado, como avaliado no item 3.4 acima.
As eliminações urinárias encontram-se diminuídas, porem com características
normais, o que pode ser resultado da estenose do meato uretral, que é o estreitamento do
orifício que se localiza na glande. Para confirmação necessita-se de mais dias observando a
freqüência urinária deste lactente.
As ausência de eliminações intestinais apresentam-se alteradas. De acordo com
Dàcampora em lactentes acima de 3 meses pode-se esperar freqüência de eliminações
intestinais diminuída, sendo, este período de ausência, fisiológico até 3 dias. Observando o
fato de que o lactente encontra-se desnutrido, o que diminui o conteúdo e a freqüência
eliminatória. Alem de sua mãe relatar que a característica e o odor se mantêm normais. Esta
ausência provavelmente não é patológica, porem deve-se manter atenta, a freqüência e as
características, para uma melhor avaliação do quadro.

3.12. Dorso
Apresenta eritema espalhado por todo o dorso. Não apresenta má formações
palpáveis da coluna vertebral.

Avaliação do aluno a cerca das condições do dorso:


É relatada uma deficiência de imunidade celular e da resposta da IgG nas crianças
com Síndrome de Down. Essa alteração imunológica provavelmente está ligada à
susceptibilidade que as crianças Down apresentam às ectoparasitoses e às infecções de pele,
sejam elas bacterianas, fúngicas ou virais.
Visto isso, pode-se dizer que as crianças Down estão predispostas a terem
problemas dermatológicos. Ou seja, as mesmas necessitam de cuidados específicos devido
à dermatite atópica; considerando que as infecções de pele podem abrir porta para infecções
invasivas, como pneumonia, endocardite bacteriana e meningite. As dermatites podem
ocorrer por vários motivos como, sabonete utilizado no banho, tecido da roupinha que o
lactente veste, o fato de ele ficar deitado muito tempo em uma mesma posição e transpirar
causando um local propício ao desenvolvimento destes organismos.
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O eritema dorsal do paciente provavelmente pode ser justificada pela imunidade


baixa afirmada acima, o que o suscetibiliza a outras infecções da dermato.

3.13. Membros
Mãos curtas, dedos largos e presença de pregas palmares normais, unhas das mãos
curtas e limpas. Nos pés apresenta afastamento e prega profunda entre o hálux e o segundo
artelho. Membros superiores e inferiores simétricos e móveis. Boa perfusão periférica,
menor que 2s, rede venosa bem distribuída, com boa vascularização.
Edema 1/3+ e hiperemia 1/3+ em membro superior esquerdo (MSE) no músculo
deltóide, local da vacinação de BCG.
Reflexos
Tipos Respostas comportamentais esperadas Comportamentos encontrados
Babinski O toque na parte externa da região plantar Esse reflexo foi observado
do pé a partir do calcanhar faz com que os quando foram feitas cócegas nas
dedos sofram hiperextensão e o polegar plantas dos pés. Os dedos abrem
dorsiflexão. em leque e o pé vira para dentro.
Preensão Tocar as regiões palmares próximas as bases O reflexo não está presente, foi
palmar dos dedos, provoca a flexão das mãos. observado quando tocado a
região palmar das mãos; nesse
momento a criança não fez um
movimento em forma de garra.
Preensão Tocar as regiões plantarem próximas as O reflexo está presente, foi
plantar bases dos dedos, provoca a flexão dos pés. observado quando tocado a
região plantar dos pés; nesse
momento a criança fletiu os
dedos dos pés.
Moro A mudança súbita no equilíbrio provoca a O reflexo não esta presente, a
súbita extensão e abdução dos membros e criança não respondeu a este
abertura dos dedos em forma de leque com o estimulo.
polegar e o indicador formando um C,
seguido pela flexão e adução dos membros.
As pernas podem flexionar-se fracamente.
Sucção Fortes movimentos de sucção da área Visível a sucção enquanto a
perioral em resposta à estimulação, persiste criança toma mamadeira.
por toda a vida.
Marcha Ao suspender a criança no ar na posição O reflexo está presente,
vertical e encostar levemente com os pés da observado durante o banho, ao
criança em uma superfície plana ela fará os colocar a criança na banheira.
movimentos de passos no “ar”.
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Avaliação do aluno a cerca das condições dos membros:


Em membro superior esquerdo ocorre o inicio do processo inflamatório decorrente a
imunização BCG. Característica esperada para processo imunológico.
Na 1ª à 2ª semana: mácula avermelhada com enduração de 5 a 15 mm de
diâmetro. Na 3ª à 4ª semana: pústula que se forma com o amolecimento do centro da
lesão, seguida pelo aparecimento de crosta. Na 4ª à 5ª semana: úlcera com 4 a 10
mm de diâmetro. Na 6ª à 12ª semana: cicatriz com 4 a 7 mm de diâmetro,
encontrada em cerca de 95% dos vacinados. O tempo dessa evolução é de seis a
doze semanas, podendo prolongar-se raramente até a 24ª semana. Eventualmente
pode haver recorrência da lesão, mesmo depois de ter ocorrido completa
cicatrização. (Ministério da Saúde)
A idade cronológica referida com estágios ou fases, necessariamente, não serão as
mesmas para as crianças com Síndrome de Down.
Algumas restrições intrínsecas das crianças com síndrome de Down, como
hipotonia muscular e hipermobilidade articular contribuem para o atraso no
desenvolvimento motor.
Segundo Pereira, além disso, desordem no crescimento, como a desnutrição, pode
alterar o desenvolvimento motor por prejudicar a maturação do sistema nervoso central.
Porem diante de todos os fatores que levam ao atraso motor da criança, é importante
salientar que a seqüência da aquisição motoras fundamentais é a mesma das crianças
típicas.
Como Pereira refere a trajetória do desenvolvimento motor é a mesma, mas a
aquisição das habilidades motoras das crianças com síndrome de Down é mais lenta.
C.S. apresenta desenvolvimento motor de acordo com o esperado para sua
patologia.
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V. EXAMES E RESULTADOS SIGNIFICATIVOS

Cariótipo realizado 30/7/2008

Numero de células avaliadas: 30


Material: Sangue periférico
Técnica: Bandas G

Conclusão: O estudo citogenético realizado através de sangue periférico, em


cultura por 72h apresentou alteração numérica importante. Com Bandas G foi
evidenciado em todas as células estudadas, a presença de um cromossomo extra de
numero 21, ou seja, XY + 21. Sugere-se aconselhamento genético.

O Cariótipo é o exame que permite confirmar o diagnóstico pela constatação de um


cromossomo extra no par 21. Este cromossomo provém de um erro na divisão do material
genético no início da formação do feto, que é suficiente para modificar definitivamente
todo o desenvolvimento embrionário.
Neste caso o lactente apresenta em todas as suas células 47 cromossomas e não 46,
e o cromossoma extra é do par 21. O que se chama de trissomia livre do cromossoma 21.
Isto ocorre por acidente genético e em mais de 80% dos casos se deve a uma não
disjunção cromossómica na meiose materna. O factor de risco conhecido que mais se
associa a este acidente é a idade materna elevada (idade maior que 35 anos). No entanto,
como o número de mulheres jovens que têm filhos é muito maior, a maioria dos pacientes
Down com trissomia livre são filhos de mães jovens. Como se deve a um acidente genético,
não é familiar e o risco de recorrência em futuras gravidezes do casal é de 1 a 2% .
Segundo D`Acampora este cariótipo é encontrado em aproximadamente 92% dos
casos de Síndrome de Down.

Ecografia realizada 9/9/2008

O eco-cardiograma tem se tornado no exame indispensável no diagnóstico das


cardiopatias congênitas, pois sendo um método diagnóstico não invasivo permite o estudo
da anatomia e fisiologia do coração sucessivas vezes sem provocar estresses e traumas nas
crianças.
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Conclusão: CIV mede 5mm de diâmetro em câmera cardíaca balanceada.


Sinais de hipertensão pulmonar persistentes no Doppler de artéria pulmonar. Shunt
bidirecional pela CIV.

O eco-cardiograma realizado por C.S. indicou a existência de uma patologia


chamada comunicação interventricular (CIV), que é a lesão cardíaca mais comumente
encontrada, se excluirmos a válvula aórtica bicúspide. Aproximadamente 20% dos
pacientes nos registros de cardiopatias congênitas são portadores de CIV como uma lesão
solitária.

Avaliação do aluno a cerca das alterações, queixas, dificuldades para a


saúde da criança verificadas nos resultados dos exames realizados:
Observada os sinais e sintomas de ambas patologias confirmadas nos exames
laboratoriais acima, conclui-se que esta criança ira demandar cuidados especiais a vida
inteira.
A criança com Síndrome de Down tem maior probabilidade de apresentar um
comprometimento da saúde em virtude de alterações congênitas e predisposições
características da síndrome. Este comprometimento pode afetar o coração, os pulmões, a
coluna cervical, a produção de hormônios, a visão e a audição. Podemos somar também o
padrão de oxigenação diminuído pela condição cardíaca, que limitar ainda mais a
estimulação motora deste lactente.
Por isto é importante frisar que um ambiente amoroso e estimulante, intervenção
precoce e esforços integrados de educação irão sempre influenciar positivamente o
desenvolvimento desta criança.
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FISIOPATOLOGIA DA CARDIOPATIA APRESENTADA

O coração é um órgão muscular oco, situado entre os dois pulmões, com a


função de dar movimento ao sangue, distribuindo-o por todo o corpo. Ele é dividido
em parte direita e esquerda, sendo que para cada lado possui um átrio (cavidade
superior) e um ventrículo que é a cavidade inferior. O conjunto de átrio e ventrículo
do lado direito do coração é separado do conjunto do lado esquerdo pelos chamados
septos, que possuem a função de impedir que o sangue venoso se misture com o
sangue arterial. (BRAUNWALD, 1999)

O lado esquerdo do coração é responsável pela grande circulação, sendo que através
dele é que o sangue é distribuído para o corpo. Já o lado direito proporciona a pequena
circulação, que é o fluxo de sangue entre coração e pulmão.
A veia cava superior e cava inferior conduzem o sangue venoso, constituído
por impurezas absorvidas pelo intestino e de substâncias produzidas pelos tecidos,
com baixa porcentagem de oxigênio e alta de gás carbônico, de volta para o átrio
direito. A válvula tricúspide impulsiona este sangue para o ventrículo. Onde através
da válvula pulmonar o sangue fluirá para a artéria pulmonar. (BRAUNWALD,
1999)

No pulmão o sangue se torna oxigenado e retorna ao coração através das veias


pulmonares chegando ao átrio esquerdo e pela válvula mitral no ventrículo esquerdo. Com
a contração do ventrículo esquerdo (VE), o sangue é expelido através da veia aórtica para a
artéria aorta, responsável pela distribuição do sangue que foi reoxigenado, arterial, para
todos os vasos sangüíneos e tecidos do corpo.
Quando fetos temos uma circulação diferente, a placenta é o “pulmão fetal”. Que
contém pequenos ramos de duas artérias e uma veia umbilical que se projetam para o
interior da porção materna.
A maior parte do sangue oxigenado que chega ao coração do feto pela veia
umbilical e pela veia cava inferior é desviada através do forame oval e bombeada da
aorta para a cabeça, ao passo que a maior parte do sangue desoxigenado que retorna
pela veia cava superior é bombeada, através da artéria pulmonar e do ducto arterial,
para os pés e para as artérias umbilicais. Esta circulação possui 3 shunts: Ducto
Venoso, Forame Oval e Ducto Arterial. (MERCONDES, 1995)
No feto, em razão da perviedade do ducto arterial e do forame oval, o coração E e o
D bombeiam em paralelo e não em série como no adulto. Porem ao nascimento, a
circulação placentária é interrompida e a resistência periférica se eleva subitamente, e o
recém-nascido apresenta uma asfixia progressiva. Por fim, o lactente realiza vários
movimentos respiratórios vigorosos e os pulmões se expandem. Uma vez expandidos os
pulmões, a resistência vascular pulmonar cai para menos de 20% do valor intra-uterino
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aumentando o fluxo sanguíneo pulmonar. O sangue que retorna dos pulmões eleva a
pressão no AE, fechando o forame oval quando a válvula que guarnece esse orifício é
empurrada de encontro a septo interatrial.
Quando este fechamento fisiológico não acontece espera-se que o fechamento
anatômico acontece até um ano de vida. Então quando o forame oval localizado no septo
interventricular não se fecha totalmente este orifício, que pode ser pequeno ou grande,
põem em comunicação os dois ventrículos, permitindo uma fuga do sangue do VE (com
pressões mais elevadas) para o VD (com pressões mais baixas).
A esta anomalia chamamos CIV, que ao exame clínico mostrará os seguintes sinais:
sopro cardíaco; respiração rápida e curta que piora com a sucção alimentar; sudorese
excessiva; anormalidades nos pulsos periféricos; cianose central (periorbital e
periorbicular) e cianose de extremidades; prostração, apatia, palidez cutânea sinais e
sintomas de Insuficiência Cardíaca; alterações do tamanho do coração ao Rx.
Esta carga de trabalho aumentada afeta a circulação ventricular direita e causa um
aumento de pressão no fluxo das artérias pulmonares (hipertensão pulmonar).
Esta sobrecarga de volume e pós-carga do ventrículo com a redução no débito
cardíaco pode leva a progressão da insuficiência cardíaca (IC). Os sinais de IC são:
fraqueza, fadiga, intolerância aos esforços, dispnéia, ortopnéia, nictúria, dispnéia
paroxística noturna, edema pulmonar agudo, edema dos membros inferiores,
hepatomegalia, ascite, anorexia e náuseas.
18

FISIOPATOLOGIA DA TRISSOMIA DO CROMOSSOMO 21

A trissomia do cromossomo 21 foi a primeira anomalia cromossômica detectada na


espécie humana, sob o nome de idiotia mongólica,por causa da fácies mongolóide dos
pacientes caucasóides. Tal designação, entretanto, há muito tempo não é usada para indicar
essa anomalia, atualmente ela foi substituída pelas denominações síndrome de Down e
síndrome da trissomia do cromossomo 21.
A síndrome de Down geralmente pode ser diagnosticada ao nascimento ou logo
depois, por suas características dismórficas, que variam de paciente, mas, apesar disso
produzem um fenótipo distinto. Além da deficiência mental, a estatura dos pacientes
portadores desta síndrome é baixa e o crânio apresenta braquicefalia, as orelhas são de
implantação baixa e de uma aparência dobrada típica e em sua face achatada e arredondada
os olhos mostram fendas palpebrais, pregas epicânticas em quase todos os casos. Em cerca
de 70% dos casos o nariz é curto e achatado, a boca é pequena e geralmente entreaberta,
mostrando a língua fissurada é protrusa.
Aproximadamente a metade dos pacientes apresenta pescoço curto e grosso. No
exame do precárdio é conveniente investigar a ocorrência de cardiopatias, visto que mais de
40% dos pacientes com síndrome de Down mostram defeitos septais, bem como tetralogia
de Fallot, comunicação interventricular, hipertrofia do ventrículo direito, estenose pulmonar
e dextroposição da aorta.
Os membros que, geralmente, são curtos apresentam muitos sinais associados à
síndrome, sendo eles mãos curtas e largas e em cerca de 60% deles o quinto dedo está
curvado (clinodactilia) e é muito pequeno. Na palma das mãos pode-se encontrar uni ou
bilateralmente uma prega transversal única. Os pés mostram um amplo espaço entre o
primeiro e segundo dedos, com sulco estendendo-se proximalmente na face plantar.
Com relação a sobrevida dos portadores da síndrome de Down, devemos assinalar
que cerca de três quartos dos conceptos perdem-se por aborto no primeiro trimestre. Os
pacientes com menores chances de vida são aqueles com cardiopatias e metade dos
pacientes sobrevive mais de 50 anos apesar da senilidade prematura. Reporta-se a
ocorrência de doença cardíaca congênita em 30-60% de crianças com SD. Defeitos do septo
ventricular e defeitos septais atrioventriculares completos estão entre os mais comuns.
19

VI. FAMÍLIA

Local de moradia da família: Imbuia- SC


Estrutura:
Nome dos Idade Sexo Posição Escolaridade Condições de Atividade/trabalho/
membros na família saúde observações
A.A.S. 37 a F Mãe 1°grau Sem queixas Do lar. Agricultora
incompleto
J.S. 39 a M Pai 1°grau Não Agricultor
completo mencionou.
M.J.S. 10 a M Filho 7ofase- Saudável Estudante
2°grau
incompleto
C.S. 3m M Filho - Cliente -
internado

Condições de moradia e contexto ambiental


Residem em casa de alvenaria com aproximadamente 5 cômodos, sendo eles dois
quarto, uma sala, um banheiro e uma cozinha, possuem água encanada que vem direto da
fonte, fossa séptica feita com cimento, tijolo e brita que esta localizada a mais ou menos 4
metros da casa. Possuem serviço coleta de lixo, dispõe de eletricidade, banheiro com vaso
sanitário e chuveiro elétrico.

Parecer da acadêmica sobre as condições gerais da família


A família aparenta ser saudável e não ter maiores problemas ou situações de doença,
caso tenham não foi mencionado durante a entrevista.
Demonstram conhecer os princípios de saneamento básico, pois possuem fossas
sépticas, que são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas
a separação e transformação da matéria sólida contida no esgoto.
Elas são fundamentais no combate a doenças, verminoses e endemias, pois evitam o
lançamentos dos dejetos humanos diretamente em rios, lagos, nascente ou mesmo na
superfície do solo. O seu uso é essencial para a melhoria das condições de higiene das
populações rurais.
Creio que seja uma família de classe média baixa, pois os pais da criança são
agricultores, a casa é de material, ambos os pais possuem celular, eles puderam realizar um
dos exames de ultrasson durante a gravidez da criança particular.
20

Problemas de saúde/doença na família:


Membro Tipo de problema Tratamento Observações
Parente da Avó Infarto fulminante - Falecido
paterna

Quando falamos de CIV de acordo com a Dra. Maria da Glória Cruvinel Horta,
presidente do Comitê de Cardiologia Pediátrica da Sociedade Mineira de Cardiologia,
podemos considerar uma etiologia multifatorial, incluindo fatores ambientais, genéticos,
uso de medicamentos e drogas, doença materna como os diabetes, o lúpus e infecções como
a rubéola e a sífilis que possam agir no momento de formação do coração fetal, que ocorre
nas primeiras oito semanas de gravidez.
Ao analisar a arvore genealógica de C.S. vemos que ele possui um parente que
sofreu de cardiopatia, o que provavelmente pode ser uma predisponibilidade a cardiopatias
relacionada ao fator genético.
21

VII. OUTROS SUBSÍDIOS PARA COMPREENDER O PROCESSO


VIVENCIADO PELA FAMÍLIA

Como a criança esta vivenciando a hospitalização?


A criança esta com o padrão de sono alterado. Ao toque, acorda assustada.

Como os membros da sua família estão vivenciando a doença e a hospitalização da


criança?
Mãe relata que quando recebeu o diagnóstico não sabia o que SD significava. Com
o tempo a medica foi lhe explicando e quando então foi para casa recebeu muitos textos
para ler sobre a patologia.
C.S. faz acompanhamento quinzenal com a pediatra e iniciou o acompanhamento da
APAE.
Foi explicado para mãe que muitas vezes este defeito fecha sozinho, e pode
acontecer até quando a criança possui um ano. Deixando assim todos os membros da
família esperançosos.

Que necessidades de saúde a família está requerendo?


Apesar de todo situação apresentada, a mãe é grata pelo que tem e diz não precisar
de nada.

A família possui serviços de saúde e outros que podem apoiá-la frente ao


problema vivenciado?
Mãe mencionou que não possui plano de saúde, porem refere que seu filho esta
sendo acompanhando pelo médico que fez o seu parto. Também possuem parentes no qual
trabalham junto na agricultura, quem podem para uma eventual nescessidade.

Parecer da acadêmica de enfermagem sobre o comportamento da criança e do


familiar frente às condições vivenciadas:
As rotinas são estabelecidas para satisfazer as necessidades da equipe do hospital,
em vez das necessidades do lactente, o que pode levar a uma desconfiança da parte da
22

criança para com o profissional de enfermagem. A criança pode aumentar o seu estado de
vigília e irritabilidade, bem como alterar o padrão da sua alimentação.
Dormir bem é fundamental, restaura as energias e aumenta a capacidade de
aprendizado. Além disso, é durante o sono que o corpo produz o hormônio do crescimento
e ocorrem vários processos metabólicos que, se alterados, podem afetar o equilíbrio de
todo o organismo a curto, médio e, mesmo, a longo prazo. Estudos provam que quem
dorme menos do que o necessário tem menor vigor físico, está mais propenso a infecções, à
obesidade, à hipertensão e ao diabetes.
A pesar da mãe não saber da condição de saúde/doença de seu filho durante a
gestação, demonstrou-se muito interessada, cuidadosa, carinhosa e preocupada com seu
bebê. Mantém uma relação estável com o marido e tem o suporte dos familiares, estes
ligavam varias vezes durante a manhã para saberem noticias do novo membro da família.
Menciona que todos os familiares principalmente ela encontram-se esperançosos a
espera da cirurgia e dos resultados frente as suas condições de dispnéia.

EVOLUÇÃO DO PACIENTE 05.11.08

S- Mãe relatou que a criança dormiu bem à noite apenas acordando para mamar.
O- Criança alerta, ativa apenas chorosa a manipulação do braço D. Permanece na
companhia da mãe. T: 36,6°C. Pele com turgor com prega negativa, hipocorado 1/3+,
mucosa oral úmida, cabelos finos e sedosos. Olhos brilhantes, capacidade de alcance do
campo visual diminuído. Na ausculta cardíaca bulhas regulares, normofonéticas em dois
tempos presença de sopro sistólico 3/6+. P: 126bpm. Ausculta pulmonar com murmúrios
vesiculares presentes. FR: 64mpm, com tiragem subcostal. Edema 2/3+ e hiperemia 2/3+
em membro superior esquerdo (MSE) no músculo deltóide. Alimentação oral via
mamadeira de 2/2horas, 60 ml. Aceitou 40 ml da mamadeira das 8:00am e 50 ml da
mamadeira das 10:00am. Pesa 3.250 gramas. Durante medicação realizada as dez não
deglutiu maior parte do Protovit, pois jogava pra fora da boca. Diminuição da hiperemia em
corpo peniano anterior e da área despigmentada em bolsa escrotal. Apresentou dois
episódios de eliminação vesical amarelo-clara pela manhã pesando 60gr e 95gr, não houve
episódio de eliminação intestinal pela manhã. P.A. 82/45mmHg e Saturação 94%.
23

A- Criança hidratada. Pupilas isocóricas e fotorreagentes. Afebril, taquicardío e


taquipnéico com utilização da musculatura acessória. Sinais vitais estáveis para patologia
apresentada. Ligeira melhora da colocação cutânea. Inflamação do MSE provavelmente
por imunização. Aceitação parcial da alimentação durante a manhã. Não aceitou a maior
parte da medicação administrada as dez. Melhora do fungo na região sacral. Criança de alta
hospitalar.
24

LISTA DE SITUAÇÃO SAÚDE-DOENÇA

1. Diagnóstico Médico: Síndrome de Down, Comunicação Interventricular subaórtica


(CIV) moderada. Repercussão com hipertensão pulmonar e sinais de insuficiência
cardíaca. Monilha;
2. Pescoço em rotação lateral direita;
3. Língua protrusa;
4. Hipocorado 1/4+;
5. Baixa saturação de oxigênio;
6. Batimentos cardíacos aumentados;
7. Cansando ao mamar no seio;
8. Baixo peso;
9. Uso de fralda descartável;
10. Fungo na região perineal;
11. Meato uretral parcialmente obstruída;
12. Ausência de evacuação durante 3 dias;
13. Eritema 1/3+ no dorso;
14. Edema 1/3+ e hiperemia 1/3+ em membro superior esquerdo
15. Noites de sono interrompidas;
16. Hipotonia muscular;
17. Desenvolvimento cognitivo afetado
18. Mãe não sabia do diagnostico quando estava grávida.
19. Mãe apresenta-se ansiosa;
20. Não trabalha mais na lavoura, fica em casa;
25

VIII. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM

De acordo com Smeltzer e Bare (2006) e Benedet e Bub (2001), vários diagnósticos
e prescrições podem ser realizados para o paciente A. H., a saber:

1. Intolerância à atividade, caracterizado por dispneia de esforço, hipotonia muscular,


taquicardia e taquipnéia, relacionada comunicacao intraventricular.

2. Risco para diminuição do débito cardíaco, relacionada a cardiopatia congênitas


da criança em questão.

3. Alteracao da Nutricao: menor do que o corpo necessita, caracterizado pela


baixo peso corporal e imunidade deficiente, relacionda exigencias calóricas
aumentadas.

4. Padrão ineficaz de alimentação infantil, caracterizado por incapacidade de manter


uma sucção efetiva, relacionado a alteração anatômica da cavidade oral e dispnéia.

5. Alteração do crescimento e desenvolvimento, caracterizados por altura não está


de acordo com idade do bebê, preconizado pela Wong, relacionados com a
Síndrome de Down.

6. Risco para prejuízo da integridade da pele, relacionado ao uso de fralda higiênica


descartável e desnutrição.

7. Integridade tissular prejudicada, caracterizado por edema e hiperemia no MSE,


eritema no dorso e hiperemia na região sacral, relacionado com imunização BCG,
mobilidade prejudicada, estrutura frágil do corpo e fungo.

8. Padrão respiratório ineficaz, caracterizado por utilização dos músculos acessórios,


relacionado à cardiopatia congênita.
26

9. Troca de gases prejudicada, caracterizado por dispnéia ao esforço e hipertensão


pulmonar, relacionado desequilíbrio na relação ventilação-perfusão.

21. Padrão de eliminação urinário alterado, caracterizado volume urinário abaixo do


normal, relacionado a obstrução parcial do meato uretral.

10. Distúrbio no padrão de sono caracterizado por relato de sono interrompido


durante a noite, relacionado a rotinas hospitalares diferentes do habitual.

11. Mobilidade física prejudicada, caracterizada por manutenção do pescoço em


rotação lateral direita, relacionada dano musculo esquelético e Síndrome de Down.

12. Processos familiares alterados, frente à crise situacional/maturação do bebê com


síndrome, não soube do diagnostico durante a gestação, interrupção do
relacionamento com os pais.

13. Falta de conhecimento, caracterizado por conhecimento inadequado da patologia


de bebê, relacionado a falta de acesso a informação.

14. Ansiedade, caracterizado por preocupação e medo do desconhecido, relacionado

15. Manutenção do lar alterada, caracterizado por permanência da mãe em casa,


relacionado à diminuição da Mao de obra ativa, e da renda da família.
27

IX. PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM

Monitorar e documentar a freqüência e os sons da respiração.


J: O aumento da freqüência respiratória pode indicar que o paciente está compensando a
hipoxia tissular.

Manter leito em Semi-Fowler.


J: Esta posição reduz a pressão que o conteúdo abdominal faz sobre o diafragma, facilita o
movimento do mesmo e permite uma melhor expansão pulmonar, realizando trocas gasosas
mais eficientes. Também porque essa posição reduz a chance do conteúdo gástrico ser
regurgitado e broncoaspirado, o que pode causar complicações pulmonares, podendo até
mesmo levar a morte súbita da criança

Orientar os pais a fazerem a limpeza do nariz da criança com a haste flexível, colocando-a
na entrada do nariz e não inserir por completo ou usar uma seringa com enxágüe da boca
com água após a alimentação.

J: A diminuição do tônus muscular compromete a expansão respiratória, sendo que o nariz


fica constantemente congestionado e isso força a criança respirar pela boca, o que resseca
as mucosas orofaríngeas, aumentando a suscetibilidade a infecções respiratórias.

Responder imediatamente ao choro ou a outras manifestações de estresse.

J: a criança estressada faz com que aumente a demanda de oxigênio, e com isso, o esforço
da criança será maior para respirar e manter o débito cardíaco adequado.

Administrar digoxina conforme necessário, usando-se as precauções estabelecidas.

J: para evitar intoxicação digitálica.


28

Ensinar os pais a reconhecer os sinais de complicações de toxicidade pela digoxina:


vômitos, náusea, anorexia, bradicardia, arritmias. Aumento dos esforços respiratórios:
retração, roncos, tosse, cianose. Hipoxemia: cianose, inquietação. Colapso cardiovascular:
palidez, cianose, hipotonia.

J: Para que os pais possam ter um cuidado mais específico e que posso intervir caso a
criança tenha alguma alteração.

Permitir períodos freqüentes de repouso e períodos ininterruptos de sono.

J: para manter níveis de energia adequados de energia sem estresses adicionais.

Ajudar os pais a selecionar atividades apropriadas para a idade, condições a capacidade.

J: para manter níveis de energia adequados de energia sem estresses adicionais.

Evitar extremos de temperatura ambiente.

J: A hipotermia aumenta a necessidade de oxigênio.

Implementar medidas que reduzam a ansiedade.

J: A ansiedade altera seu estado funcional biológico, aumentando a necessidade de


oxigênio, o que diminui capacidade cardíaca também.

Monitorar o volume dos líquidos IV, hemoderivados; diminuir o volume dos medicamentos
IV, quando possível.
J: Ajuda a verificar o balanço hídrico correto.
29

Pesar o paciente antes do desjejum, quando possível e monitorar os sinais de retenção.


J: para obter leituras consistentes e avaliar se existe retenção hídrica.

Aconselhar os pais a colocar o bico da mamadeira na parte posterior e lateral da boca.


J: pois a criança apresenta língua protrusa e que se o alimento for jogado fora deve ser
recolocado, pois não é uma indicação de recusa do alimento, mas uma resposta fisiológica.

Verificar sinais vitais 4/4 horas.


J: A fim de detectar alterações da perfusão e distúrbios hidreletrolíticos.

Monitorar a resposta do diurético.


J: Para haver um controle da eficácia do tratamento medicamentoso. Medindo a ingesta e
débito hídrico, em intervalos regulares estabelecidos pela instituição, é possível identificar
a retenção ou a perda excessiva de líquidos e eletrólitos. Esse controle é muito importante
em pacientes cardíacos, pois, já em fase avançada, podem vir a desenvolver uma congestão
pulmonar.

Promover a interação pais/filhos.


J: Essencial para o crescimento e desenvolvimento normais.

Oferecer estimulação adequada de acordo com a idade e as restrições psicomotoras da


criança.
J: promove um aumento na capacidade psicomotora do bebê com a estimulação freqüente.

Oferecer uma dieta balanceada e altamente nutritiva.

J: para que haja um crescimento adequado.

Monitorizar a altura e o peso; Anotar no gráficos de crescimento.


30

J: para determinar a tendência do crescimento e para que o lactente possa realizar a cirurgia
cardíaca, necessita de seis quilos e setecentos gramas para poder realizar a cirurgia.

Priorizar as informações sobre a saúde da criança e os cuidados com a mesma.


J: para ajudar os pais a compreender os aspectos mais importantes dos cuidados, sinais de
melhora ou de deterioração nas condições da criança com uma síndrome e cardiopatias.

Incentivar os pais a fazerem perguntas acerca das condições da criança.


J: para dar liberdade de expressão aos pais e aliviar as angústias, medo e ansiedade frente à
situação doença do lactente.

Responder às perguntas, facilitar a expressão de preocupação acerca dos cuidados e do


prognóstico; ser honesta ao responder as perguntas.
J: Estabelecer um vínculo de confiança entre profissionais da saúde e familiares.
31

Ressaltar os aspectos positivos das condições da criança com Sindrome de Down e


cardiopatias.
J: para incentivar o sentido de esperança.

Incentivar a família a participar nos cuidados à criança durante a hospitalização.

J: para facilitar o melhor enfrentamento em casa.

Incentivar a família a incluir outras pessoas nos cuidados com a criança.

J: Para evitar a própria exaustão física, emocional.

Ensinar habilidades necessárias para os cuidados domiciliares: administração de


medicamentos; técnicas de alimentação; intervenções para a conservação de energia e
aquelas direcionadas para o alívio de sintomas assustadores; sinais que indicam
complicações; onde e quem contatar para ajuda e orientação; antecipar a necessidade de
maiores informações e apoio.

J: para que a família possa cuidar da criança em casa sem receio, com pouca ansiedade.

Instituir medidas que promovam o relaxamento, tais como manter um ambiente escuro,
com temperatura satisfatória, e quieto, providenciar um ritual regular para a hora de dormir
e fechar a porta do quarto, se desejado.
J: O sono é difícil sem o devido relaxamento, sendo que o ambiente hospitalar
desconhecido propício a impedir este relaxamento.

Organizar os procedimentos de forma a minimizar as vezes que o cliente tenha de ser


acordado durante a noite; conforme o possível, planejar ao menos duas horas de sono
ininterrupto, que é o tempo médio de cada ciclo intercalar de sono REM - sono NREM.
32

J: Isso possibilita a assistência de enfermagem consistente e, ao mesmo tempo, proporciona


ao paciente, períodos ininterruptos de sono. Para sentir-se repousada, a pessoa deve
completar em média, quatro ou cinco ciclos.

Avaliar o estado psíquico do paciente.


J: pode apresentar distúrbios emocionais que o fazem permanecer no estado de sono leve.

Realizar a troca de fralda, sempre, que a criança urinar ou evacuar;


J: para evitar dermatite amoniacal.

Os cuidados com a pele envolvem o uso de uma quantidade mínima de sabão e aplicação de
lubrificantes.
J: durante a lactância, a pele da criança é flexível e macia, entretanto torna-se áspera e seca
e é propensa a rachaduras e infecção.

Atividades físicas fortalecem os músculos abdominais, diminuindo os esforços realizados


durante a evacuação.
J: A massagem no sentido horário soma-se ao movimento peristáltico, anatomicamente,
favorecendo o percurso realizado pelo bolo fecal.

Orientar o aleitamento materno há ser realizado com a criança semi-sentada no colo da


mãe.
J: Pois nesta posição ela deglute e respira com mais facilidade.

Alargar o buraco do bico da mamadeira.


J: A fim de evitar esforços desnecessário na sucção.

Oferecer a alimentação da criança em maior freqüência e menor quantidade.


33

J: Visto que a criança cardiopata se cansa muito ao sugar a mamadeira, fazendo episódios
de taquipneia.

Realizar higiene bucal pelo menos 2 vezes ao dia, pela manhã e principalmente à noite,
após a última mamada, mesmo antes da erupção dental. Como gaze ou fralda umedecida
em água filtrada ou fervida, procede-se à higienização das gengivas, rebordos e língua da
criança.
J: A fim de remover o leite estagnado e, também, acostumar o lactente à manipulação da
boca

Orientar os pais a brincarem com a criança, oferecerem brinquedos coloridos e sonoros,


contar historias a criança.
J: Através do brincar, a criança pode desenvolver sua coordenação motora, suas habilidades
visuais e auditivas, seu raciocínio criativo e inteligência. Está comprovado que a criança
que não tem grandes oportunidades de brincar e com quem os pais raramente brincam
sofrem bloqueios e rupturas em seus processos mentais.

Estimular o vinculo pais e filho, em casos de cardiopatia congênita.


J: Sabe-se que a interação pais e filhos têm um papel importante no desenvolvimento do
bebê. Com a internação precoce, o estabelecimento pode se alterar, pois ocorre à perda do
convívio dos primeiros dias, cai o bebe imaginário perfeito e descobre-se a criança
cardiopata, é inserido maquinas e pessoas entre o convívio mãe e filho e etc.

Ajudar os pais há determinar métodos disciplinares apropriados para as crianças.


J: Muitas vezes os pais de filhos com doenças congênitas se sentem culpados e acabam
sendo permissivos de mais na educação da criança.
34

X. PRESCRIÇÃO MÉDICA

Medicação Dosagem Via Horário Observações


Protovit - VO 24/24 horas 10gts
Furosemida 10mg/ml VO 12/12 horas 0,3ml
Digoxina 5mcg/ml VO 12/12 horas 0,3ml
Espironolactona 5mg/ml VO 16 22 04 10 0,6ml
Captopril 2,5mg/ml VO 6/6 horas 0,6ml
Sulfato ferroso - VO 24/24 horas 5 gts

MEDICAMENTOS

1. RANITIDINA (Antak): antiúlcera pe´ptica, anti-histamínico H2.

Propriedades: inibe a secreção basal ou estimulada, do suco gástrico através da redução do


volume da secreção e de seu conteúdo em ácido e pepsina.

Prescrições de Enfermagem
• A medicação deve ser administrada conforme recomendado e não interromper o
tratamento, sem o conhecimento médico, ainda que melhore.

2. FUROSEMIDA

Diurético do grupo dos saluréticos. Atua em todas as regiões do néfron, com exceção do
túbulo distal, com predomínio de ação no segmento ascendente da alça de henle. A
furosemida é um diurético da alça de que produz um efeito diurético potente de ação rápida
e de curta duração.
Farmacocinética: Usos VO, IM e IV.
35

Indicações: Tratamento de edema devido a ICC e distúrbios hepáticos ou renais; tratamento


de hipertensão arterial e hipercalemia maligna.
Reações adversas: hipotensão, fotossensibilidade, rash, hiperglicemia, aumentos de BUN,
constipação, diarréia, boca seca, dispepsia, náusea, vômito, poliúria, discrasias sangüíneas,
hiperuricemia, desidratação, hipocloremia, hipocalemia, hipomagnesia, hiponatremia,
hipovolemia, alcalose metabólica, atralgia, cãibras musculares, mialgia, perda de audição,
zumbido, tontura, encefalopatia, cefaléia, insônia, nervosismo.

Prescrições de Enfermagem
• Informar aos pais as reações adversas mais freqüentemente relacionadas ao uso da
medicação e que, diante a ocorrência de qualquer uma delas, principalmente aquelas
incomuns ou intoleráveis, o médico deverá ser consultado.
• Recomendar que os pais mude a criança de posição para minimizar a hipotensão
postural, durante a terapia.
• Recomendar aos pais que protejam a criança o com protetor solar e com roupas mais
adequadas para prevenir reações de fotossensibilidade, durante a terapia.
• Manter boa higiene oral podem minimizar este efeito de boca seca.
• Monitorar durante a terapia o balanço hídrico, o peso (diariamente), a hidratação e a
função hepática, sinais de hipocalemia (fraqueza e cãibras).
.

3. DIGOXINA
Cardiotônico digitálico disponível em comprimidos 0,25 mg e elixir 0,05 mg/ml.
Aumenta a força de contração do miocárdio, prolonga o período refratário do
nódulo átrio-ventrículo (AV) e diminui a condução através dos nódulos sinoatrial
(SA) e AV. Aumenta o débito cardíaco; redução da velocidade da taxa cardíaca.

Prescrições de Enfermagem
• Orientar aos pais sobre a ação e a dose da medicação, a técnica correta para
verificar, anteriormente à sua administração, o pulso e os sinais de intoxicação.
36

• Recomendar aos pais do paciente a ingestão de alimentos ricos em potássio durante


a terapia.
• Orientar aos pais para evitar que o bebê fique sozinho, pode causar visão turva,
cefaléia ou desmaio.
• Orientar aos pais que evite o uso de qualquer outro medicamento sem o
conhecimento médico, alto risco de interação medicamentosa.

4. ESPIRONOLACTONA
Diurético poupador de potássio disponível em comprimido 25 mg ou 40 mg.
Promove a perda de bicarbonato de sódio e cálcio ao mesmo tempo em que preserva
os íons de potássio e de hidrogênio. Enfraquecimento das respostas diurética e anti-
hipertensiva e conservação de potássio.

Prescrições de Enfermagem
• Informar ao pais sobre as reações adversas (cãibras musculares, fadiga ou náusea
severa, vômito ou diarréia) e que o médico deve ser avisado imediatamente.
• Recomendar aos pais que o evite o uso dos substitutos do sal e de alimentos que
contêm altas concentrações de potássio ou sódio, devido ao risco potencial de
aumento da PA durante a terapia.

6.CAPTOPRIL
Hipotensor arterial inibe a conversão de angiotensina I em angiotensina II, um
vasodilatador potente. Reduz a formação de angiotensina II, diminuindo a resistência
arterial periférica. Reduz as retenções de sódio e água, diminuindo a PA.

Prescrições de Enfermagem
• Ofertar líquidos a criança.
• Monitorar PA de 4/4 horas.
37

REFERÊNCIAS

BENEDET, Silvana Alves; BUB, Bettina Camargo. Manual de Diagnóstico de


Enfermagem: Uma Abordagem Baseada na Teoria das Necessidades Humanas
Básicas e na Classificação Diagnóstica da NANDA. Florianópolis: Bernúncia Editora,
1998/2001, 2ª edição. ISBN 85-87444-03-4

BRUNNER, L.S. & SUDDARTH. D.S. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 9°


ed. Rio de Janeiro, Guanabara, Vol 4,. 2002.

Diagnóstico de enfermagem da NANDA e classificação- 1999-2000/ organizado por


North American Nursing Association; trad Jeanne Liliane Marlene Michel.- Porto Alegre:
Artes Médicas Sul, 2000.

WHALEY & WONG, Enfermagem Pediátrica-Elementos Essencial á Intervenção


Efetiva. 5°ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1999.

MARCONDES, E. Pediatria Básica. 8ªed. São Paulo: Sarvier, 1995.

BRAUNWALD,E. Tratado de Medicina Cardiovascular. 5ªed. São Paulo: Roca, vol 2,


1999.

Bissoto, M. L. (2005). O desenvolvimento cognitivo e o processo de aprendizagem do


portador de Síndrome de Down: revendo concepções e perspectivas educacionais.
Ciências & Cognição; Ano 02, Vol 04, mar/2005. Disponível em
www.cienciasecognicao.org

VIAN I, DILLENBURG D, BOPP M, REIS C, SILVA L, SILVEIRA N. Perfil nutricional de


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instituto de cardiologia do rio grande do sul. Instituto de Cardiologia do Rio Grande do
Sul/Fuc Disponivel em: http://congresso.cardiol.br/sbc-rs/2007/pdf/TL-NUTRI/id02.pdf
Acessado em 16/11/08

PEIXOTO. A.; Cardiopatia congênita e suas repercussões emocionais. PUC-RJ


38

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