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o Ilustrado ao Perseveran A rt Pay aes INSTITUTO HISTORICO E GEOGRAFICO DE ALAGOAS ABELARDO DUARTE Reena ty MACEIO — 1974 SUMARIO Pags. |ALAVRAS DO PRESIDENTE DO INSTITUTO. .. pee 7 ITRODUGAO ..... eo Hee 9 f “COLEGAO PERSEVERANGA” (Bosquejo Historic) - n MINATA. PAIS E MAES DE SANTO DO PASSADO . 18 IMENCLATURA DE ANTIGOS TERREIROS (XANGOS) DE MACEIO, AL. 5 7 ITIGOS TERREIROS DE MACEIO . oe 19 IVISAO DAS PECAS OU OBIETOS Dos XANGOS DESTRUIDOS EM 1992 HELA “S05E ee me 21 ISTRIBUIGAO 23 1) Fetiches e insignias. 2) Esculturas (ochés).. 3) _ Instrumentos musicais. 4) _Indumentéria, 5) _Paramentos (Panos usados nos cultos) 6) _Diversos DOS INFORMATIVOS tec 21 ELACAO DAS PEGAS OU OBJETOS DA “COLEGAO PERSEVERANCA”, CONFORME 0 , QUANTIDADE, NOME DO ORIXA A QUE PERTENCEM, MATERIA-PRIMA DE QUE ' (0 FEITOS . : 29 il DICE ALFABETICO .. a i] EFERENCIAS ....... INTRODUGAO A convite do DEPARTAMENTO DE ASSUNTOS CULTURAIS da Secretaria de Educacao e Cultura, deste Estado, através de sua ilustre Diretora Profa. Solange Berard Lages, dispusme a organizar este ‘Catalogo, que retine todo o material da Colegao Perseveranea (cujo resumo historico dele também consta), ‘a qual faz parte do Museu do Instituto Historic e Geografico de Alagoas. A publicacdo do Catélogo Ilustrado da Coleeéo Perseveranca — tal é 0 seu nome — vem, em tempo ‘oportuno, mostrar 20 publico a importancia consideravel do acervo do Museu do referido Instituto & realcar, do mesmo modo, o valor ea antiguidade dos objetos ou pecas que formam a Coleedo Perseveranca, pprocedentes todos de extintos Xangos de Macei6, antigos Terreiros, onde os cultos africanos eram pratica- ‘dos ainda com certa pureza religiosa, embora ja sincretizados com o catolicismo popular e as proprias seitas africanas entre si. A ancianidade desses Xangés maceioenses remonta ao séoulo XIX. Jé funcionavam regularmente nos. pprineipios do novo século, tendo sido destrufdos todos, em 1912, pelos iconoclastas de uma agremiagao pol{tico-partidéria e carbonéria, denominada Liga dos Republicanos Combatentes, com sede en Maceid. 0 Catélogo abrange a enumeracao e descri¢go dos objetos ou pecas, de acordo com suas finalidades: 1) Fetiches e Insignias; 2) Esculturas (Ochés) e Imagens; 3) Instrumentos musicais; 4) Indumentarias; 5} Paramentos (panos usados nos cultos); 6) Diversos. Releva notar, a esta altura, que o Instituto Histérico e Geogréfico de Alagoas se esforcou para recolher 20 seu Museu esse material, preservando-o da inevitével perda por falta de conservaedo ou da sua evaséo para colegdes particulares ou para méos inescrupulosas de meros exploradores. Até a aquisicao desse material por parte de estrangeiros foi, em tempo, obstada pelo Instituto, que esse modo evitou sua safda, quase certa, para fora do Brasil. ‘Com a reorganizagao porque atualmente passa 0 seu Museu, melhor enquadrado nos modlernos concei- os € métodos de Museologia, de que a publicaco deste Catélogo é prova evidente, o Instituto vem Fecilitando a comunicacdo com o piblico e estimulando, por todos os meios, a visita e a pesquisa, inclusive ‘determinando 0 seu funcionamento ininterrupto, diariamente, de 0B as 18 hs, de segunda-feira a sexta-feira, ‘nos dias titeis. No particular de sua colecdo religiosa afro-brasileira ~ a Coleco Perseveranca — uma das mais valiosas lexistentes no Brasil, ressalte-se mais uma vez, & pensamento da Casa das Alagoas ampliar 0 seu acervo com ‘material novo, de procedéncia local, dos atuais Xangos, de maneira a se ter, com isso, uma viséo completa iG contribuicdo da cultura afro:brasileira até os dias correntes. Doada ao Instituto, em 1950, a Coleco erseveranca esta perfeitamente conservada. Nestes vinte e quatro anos em que aqui permanece, e agora ‘eclassificada, corrigindo-se ligeiros sendes ou distorsdes, nenhuma peca ou objeto se perdeu. Este Catélogo insere, também, matériailustrativaligada a0 assunto, inclusive referentemente 4 Coleco Perseveranga: historia abreviada da Colecao Perseveranca, out Selo, So Bosquejo Histérico; Nomenclature aerrctgos Terreiros de Macei6 (AL); Nominata dos Pais Maes de Sarto do Passado, etc... Nntigos Tere ao dar entrada no Museu do Instituto Historico, a Colegdo Perseversnee foi classificada por mim ¢ Theo Brando, tombada e revista pelo antropologe 6 socidlogo pernambucano René Ribeiro, do Bor min @ eminente cientista, na sua estada em Maceld, pronunciou no Institute Histérico uma conferén- Cert o tema "Significado dos Estudos Afro-Brasileiros’ , posteriormente ‘estampada na Revista do mesmo cee (i), Nessa mesma ocasigo, fol franqueada ao pablico a visita a seco etnografica do Museu, onde {eStihava exposta, pela primeira vez, a Colegao Perseveranca. No focal, fo) ‘armado um Pegi pelo babalorixé Fubino e sua mulher, mde de santo do seu terreiro, Por varios dias, continuow & visitaggo pablica, Uma cena Rubino ¢ su? rouse, durante as visitas, com a presenca de um ancido, irmo de Tia Marcelina, residente em tocar ealeue muito emocionado, chorou diante dos despojos dos terreiras do passado, tGo seus conheci- os, tao velhos seus conhecidos, objetos sagrados para ele, Whudeneas de suas pecas para outros locais e armérios © a retirada dos antigo’ disticos forgaram a revisie das mesmas, levada a efeito em 1969, ainda por mim, quando se preparss’ = sede do Instituto para revisio des rcsos do seu Centenario: e completada em 1973. Nessa époce, mance 2 Diretoria do Institu: 3 presidido entdo pelo infatigével homem de letras ¢ historiadoy Prof. Jaime de Altavila, de saudosa 10, Prati cierecutar obras de reparos e pintura geral do prédio, inclusive dos ‘armérios do Museu. Substi fuiedo de forros em algumas salas do Museu, entre as quais @ om Skt ‘encontrava todo 0 material da Galego Perseverancarointura o substituigao de vidracas de seus armmarioe, ‘exigiram a remogao de estantes & Gostenejamento das pegas ou objetos que a integram e, apesar dos ‘cuidados exigidos, deu-se o extravio dos disticos. isticOs.atho de revisso contei com a ajuda de uma funciondria do Departamert® de Assuntos cul SENEC, museologa Carmem Lcia Dantas, além, eventualmente, de funciondrias do Instituto, sempre solicitas no atendimento. Te eo ciinor realce das pegas e objetos mistér se faz a aquisieo de movas esters ‘que se enquadrem, tec ses gua finelidade, uma vez que 2s oxistentes nao oferecem essa perfor fungao. A Diretoria tecnicarmente: Srente 0 seu presidente Dr. José Lages Filho, esta envidand esforgos para conseguir 0 anstyo respectivo, pois dentro da verba oreamentéria nao é possivel 2 obter. 10 Inetitale Neetanal €* Baleheee Biblivieca Amevew Amatal A“COLECAO PERSEVERANGA’ (BOSQUEJO HISTORICO) Gerta ocasido levei, em sesso plenéria, a0 conhecimento do Instituto Histérico de Alagoas, hoje stituto Historico e Geogréfico de Alagoas, entao presidido pelo saudoso e eminente alagoano Dr. Orlando ‘ajo, que um preposto de firma ou organizacao americana, estadunidense, estava interessado em adquirir do Museu da extinta Sociedade Perseveranca ¢ Auxilio dos Empregados no Comércio de Maceié, ha agremiaeao dos caixeiros, como antigamente eram chamados os comerciérios. Esse Museu foi inaugu- do em 16 de setembro de 1897 ¢ constituiase “um elemento de propaganda de indiscutivel utilidade ritica para a5 classes industrial e artistica do pais” (2). De “Museu. comercial” inicialmente, passou a seu geral também, tornando-se famosas suas colecbes numismética, s6 sobrepujada, a época, pela do Dr. inoel Ramos de Araijo Pereira, pai do antrop6logo Arthur Ramos; filatélica; de artefatos indigenas, etc. pecas visadas pelo interessado, que as desejava adauirir, certamente, a qualquer preco, eram os objetos ie haviam pertencido aos velhos Xangos de Macei6, destruidos em 1912 e {4 depositados. Dei o brado de Jerta, assim. E fiz mais. Adverti da irrecuperdvel perda que isso representaria, caso se consumasse a evasio; strei que se tratava de conjunto raro, colecdo de pecas valiosas dos cultos afro-brasileiros, como — para tar um exemplo — 0 capacete de Ogun-China, avaliado ento em 500000 mil réi A noticia da existéncia dessas pecas chegara & América do Norte, através de referéncias contidas num igo do antropélago-sociblogo Prof. Gilberto Freyre que havia visitado o Museu da Perseveranca, em igum tempo. Naquela sessao do Instituto Histdrico Ii cépia do cartéo do missivista (creio que norte-ameri ino) cedida a mim. O assunto trazido a baila despertou, como néio podia deixar de ser, a atenc&o dos meus infrades e, nessa mesma reuniao, o Presidente Orlando Arabijo, sempre zeloso, sempre digno, levando em nsideracdo a comunicacdo feita, designou-me e a0 consécio Theo Brando para, sem perda de tempo, itrarmos em entendimentos corn a direcdo da instituicdo possuidora das importantes pecas. Vale registrar aqui, que nao encontramos obstéculos; a0 contrério, fomos muito bem sucedidos na ssa missao oficial, dracas a nobreza de atitude, cavalheirismo e espiito de alagoanidade dos membros da inta Governativa do Sindicato dos Empregados no Comércio de Maceio em que se transformara a velha e Joriosa Sociedade Perseveranca e Auxilio, detentora de um passado pleno de servicos prestados a classe ixeital e 20 Estado, senhores Delarei Amaral, Agonor Prazeres e Estdcio Lourenco Medeiros, Feita a doagéio pela Junta Governativa do Sindicato foi, posteriormente, ratificada, em memoravel sssembiéia Geral da Clesse. Jd no interessava, evidentemente, ao Sindicato a citada colecio e, forcoso ¢ dizer, praticamente 0 luseu da antiga Perseveranea e Auxilio estava extinto. As pecas que restavam encontravam-se atiradas iesmo ao desprezo completo, abandonadas no pordo do prédio-sede a rua Jo%o Pessoa, onde eu e Theo randéo 28 recolhemos, pressurosos, na companhia do porteiro do Instituto, Sr. Luiz Andrade, saudoso negado funciondrio, que durante tantos anos o serviu, e montou guarda ao seu patriménio, com a esenca de membros e diretores da Junta; —e as depositamos no Museu da Casa das Alagoas. Foram as leferidas pegas incorporadas, assim, ao patrimonio do Instituto Histérico e Geogréfico de Alagoas, dan jo-se-Ihes o nome de COLEGAO PERSEVERANCA, em homenagern a instituicao doadora, que represen. fou, nao é demais que se diga, brilhante panel no meio sécio-cultural de Macei6, mantendo durante muitos Ines uma biblioteca, hemeroteca e muscu e em cuja sede eram freqiientes as reunides de cardter civico & u } Aiterdrlo w culos salbom, os art (stout 6 COnKOEOH, ‘Aquelas_ pagar KOM, poren, Pertenceram as mals antigns, casas, de oultor Ferefebre “quebra-quebra”’ da “"soberania”, om 1012, qui ‘oh Torrelro8 = oF velhon Xangés — como eram, ‘ento ainda, popularmente chamadas os referidas casas de cultos afro-b wsileiron Xangbs = gomo era remortde porsegulo sarc moamo cage selvager aos praca & 07 ost ‘cultos, sacerdotes e sacerdotisas, simpatizantes @ aderentes, A “soberania”’, para quem ‘nlio esta a par dosed assunto, era “a versdo local das salvagées” (3). ‘A Liga dos Republicanos. Combatentes, sociedade de fins pol/tico-partidérios carbondrios, destinadt a agitago popular contra 0 ‘Governo do Estado, planejou, dirigiu e executou 0 que hoje se chamarla 4 “operagao-Xango”. A Liga era presidida pelo sargento reformado Manoel Luiz da Paz, que perdera urd perna em agdo militar em Canudos e extremado oposicionista, comandante de todos 0% episddios de rue que tumultuaram a vida do Estado, especialmente da sua capital. © mével da persequicdo ¢ destruigo foi a politica: a pretexto, falso, de que o Governador do. Estado, pessoas de sua amizade, prdceres politicos & membros do Partido Republicano Conservador, ec dest Estado, “protegiam, frequientavam ou mesmo ‘tomavam parte nas sessbes de Xango”, “a soberania”’ solveu silenciar os Terreiros. A Liga diligentemente ‘encarregou-se disso, ela que fora a autora da idéia. ‘A 10- de fevereiro de 1912, ocorreu 0. fato, e essa data marca @ ‘extingdo das velhas casas de cultot afro-brasileiros de Maceié, implantando-se daf em diante, com a queda do antigo governo @ @ scence da] Partido Democrata e a influéncia da Liga dos Combatentes no novo ‘Governo, 0 terrorismo pol tico-policial contra os adeptos daqueles ‘cultos, impedindo igualmente sua reorganizagdo. Os suspeitos eram surradot barbaramente, como no tempo da Escravidao, pela policia civil em sua ‘sanha de exterminio dos Xangos. ‘Os sacerdotes e sacerdotisas mais ‘visados na nojenta campanha fugiram para ‘outros Estados, diante perseguigao tenaz, omissdo Ou conivéncia do Governo. ‘As ialorixd conhecida como Tia Marcelina, africana, dona do terrelro que sinha a2 Mente recebou nif ocaside a aebrauebre, em sua casa, um golpe de sabre na cabeca, violento dole tS deixou prostorl orasiio Jo aioe ue. Também, um outro adepto dos cultos afro-braslelros $e ‘Macel6, 0 velho Man ftartins, negro retinto, descendente de africanos puros, teve seu ‘cavanhaque “arrancado com epiderme Mra resrtie ficou renistrado, desse modo, como anterior, na imprense. Ds dois casos citados acirnt tudo sados por ozasido dos sucessivos ataques 20s Terreiros de Maceio, server pare ilustrar a ordnic See rrod guy constitulu o massacre de 1912, Representam dots exembios abaras, Fo indo tiveram conte dolorote au Ge se seguiram, nas quais ocupou saliente papel a instituigao ‘governamental das famigeroc geladeiras, nas delegacias e sub-delegacias policiais, na €po°a. Depois de andar em passeata pelas ruas de Maceid, depois de permancest & mostra na redagio a srJort at lsgoes”, ul fazia oposigg0 20 govern deca/do, a referida colegio fol oferecida pela Liga dc Ceara ee ecociedade Perseverarca e Auxitio. Porém, félo unicamente com imine depreciativo, «i Combatentes ‘ticaggo politica que falsamente Ihe emprestou. Foi providencia| essa doagao. Salvararn chacota © @ soniToe do mais importante colerdo, de pecas e objetos daqueles cbltes er chts Ny Brasll com Is80, OF feero, porem em qualidade e antiguidade, E a incorporacio, dé 80 Museu do Institut sendo em Pnogrifieo de Alagoas constituiu outra medida providencial, pois evitou-se 8 Sia ‘evasdo par ‘outros centros. rs crrye parece, multas peeas e objetos daqueles cultos fetichistas percerainse a foram desviados proposttaimente, nas batidas da “soberania’’ insignias, paramentos, ‘olchas, panos usados nos cultos fora! Rigo ‘ncinerados na via pdblica; pulsciras e braceletes de ouro © de Brats, ‘colares de coral, anéis de ourd Pee jados de pedras semi preciosas, roubados nao se sabe por quem © de aradeiro até hoje desconhecia. Tiaalinente os ilds e ingomes (atabaques) foram queimados na vid publica, numa estranha cerimon| Iqualmente. OF rando os tempos ignominiosos da Inquisi¢go, defronte da sede da ies dos Combatentes, medieval vy residencia do seu presidente, sargento reformado Manoel Luiz do Paz, na rua Pernambucdl Novo. 2 Em todos os pontos do Brasil, onde se praticam 08 cultos africanos, foi aquela a maior persegui¢8o, 20 ue se sabe, movida contra os mesmos. No apenas persequigao, mas exterminio deles, Nao se limitou a Liga dos Combatentes, aquela faganha desencadeada no ardor de sua aco ilegal; continuou, jé agora no Governo do Estado, a nova facdo politica, oficialmente, a mesma guerra, exercida sob novos moldes e idéntica mentalidade pelos esbirros policiais, 0s chamados “secretas”” entéo, aliciados intre os mais exaltados filiados da Liga dos Combatentes, de triste memoria, ‘Quaiquer denuncia recebida, implicava em pris6es, constrangimentos, sevicias, nos entigos comissaria- dos, com beneplacito ou nao dos seus chefes ou autoridades responsiveis ¢ nas enxovias da Cadela de Macelo, Nao puderam resistir ao violento impacto os adeptos dos cultos afro-brasileiros de Maceid. Silenciaram le vez 0s ili e ingomes, ‘Somente alguns anos depois, voltariam a reunir-se e articular-se os sequidores dos cultos referidos, porém a medo, sob a modalidade do que passou a chamar-se “Xango rezaco baixo”, isto é, em surdina, sem ‘05 toques estridentes dos tambores, para néo despertar a atencdo da policia e niio sofrerem os Terreiros os efeitos violentos das batidas policiais. Desaparecidas as velhas casas de cultos afro-brasileiros de Maceié, Alagoas, em 1912, com elas sepul tou-se um capitulo dramético da historia da vide religiosa, na primeira Repdblica, na vigéncia de uma Constituiggo que assequrava plenamente a liberdade religiosa. Sob a querda do Instituto Historico e Geogréfico de Alagoas e a cujo patrimOnto pertence agora, esté a Colegio Perseveranca. Sem valor para os que a retinham, essa colecéo 6, para o Instituto Historico & Goografico de Alagoas, de subida importéncia cultural. Nessas esculturas ~ estatuetas de madeira — repre: sentando alguns dos seus orixds, nesses enfeites e insignias, nesses instrumentos de mdsica, enfim, nesses ppocas @ objetos, dos mais modestos aos mais categorizados, oferece-se, quase na sua purtza nativa, a arte das Velhas tribos negro-africanas importadas durante o Tréfico, misturadas as concepcbes dos seus descendentes brasileiros. Hé, em todas essas pecas, quer as trabalhadas em madeira ou metal, quer as confeccionadas em juno, um sentido alegdrico © um sentimento religioso ou magico-religioso novo para nés, vindo das longin- ‘quas plagas da Africa, da velhissima Num(dia. Nao despojadas dos veros sentimentos nativos, de sua fosmologia, das suas concepcbes instintivas da Natureza, de suas foreas e de seus seres, essas pecas, no seu jprimitivismo e, também, na sua criatividade, exprimem um momento da vida cultural do negro no nosso pols. Guardamo:las por isso. Como hoje as recolhem os museus de toda a parte, alguns buscando até, lividamente, as de mais elevado padrao artistico, como as mascaras e elmos das dangas cerimoniais ¢ outras, Mabalhadas em bronze, ferro e madeira, NOMINATA. PAIS E MAES DE SANTO DO PASSADO. Pai Adolfo, fundador de terreiro no Poco. Pai Adridio, conhecido dono de terreiro. Pai Aurélio, Aurélio Marcelino dos Santos, dono de terreiro. Chico Foquinho, dono do terreiro da rua Pernambuco Novo. Mestre Félix, afamado babala6 com terreiro em Jaraqud. dono de terreiro no Trapiche da Barra. Jodo Funfun, fundador de terreiro na Levada. Tia Marcelina, famosissima mae de santo, dona de terreiro. Manuel Guleijé, dono de afamado terreiro no Mutange. Maria da Cruz, mée de terreiro de Ijéx4, no Frechal de Cima. ‘Manuel Martins, babalad com terreiro no Gulandim, Manoel de Lolé, pai de terreiro. Tio Salli, famoso pai nas Alagoas e Bahia. Elemento de ligagio entre Xangds e Candomblés dos dois Estados. Viajava Africa. Talvez, por intermédio dele, fossem trazidas as melhores pecas da atual Coleco Perseveranca. Era africano, 16 — NOMENCLATURA DE ANTIGOS TERREIROS (XANGOS) DE MACEIO, AL fm Maceié, capital do Estado de Alagoas, os lugares em que funcionaram antigamente e funcionam K/) 08 cultos afro-brasileiros, receberam, por metonimia, 0 nome de XANGOS, uma vez que o nome da Nc 0, festa ou cetiménia publica desses cultos, passou a ser a da sede ou casa dos mesmos, sendo menos ih) woldos, hoje, pelo nome de Terreiros, usado inicialmente. (05 Xangés constituem, tanto nas Alagoas como em Pernambuco, os grupos de cultos afro -brasileiros, jeulados a0 sistema religioso original afro-negro. Sao instituiges ou seitas (no sentido de conjunto de ions que 0 adotem) de estrutura ou constituicso complexa, com cerimonialismo proprio, variando de g/0 com as rafzes ou tradi¢Bes étnicas (tribais) dos seus grupos formadores, que se inspiraram, ipso io, com as fontes primitivas, originais dos cultos adotados. Houve a incorporacdo e reunido, na obra do ineretismo, que se sequiu, de diversas religides do negro africano, catolicismo popular, espiritismo, mitos e ios de crenga religiose do brasilindio. ‘As sedes dessas comunidades situavam se em pontos distantes do centro da cidade e, liberdade de que gozam, prevalece esse critério de localizacéo. Eram casas modestas, gerelmente de taipa, em cujos fundos ou sitio ficava o barracio — o lugar onde reolizavam as cerimonias religiosas. Esses terreiros (Xang6s) constituiam-se de grupos de cultos fetichistas que vinham do século XIX, Wecisamente da segunda metade desse século, como ficou explicado, dirigidos na sua maioria por africanos ros, legitimos, e descendentes destes, Sabe-se que. os principais grupos coevos eram. qualificados como nacdes"” Nagd, Gége, Angola, Kétu, Ijéx4, Congo, Malé; os malés néo teriam culto verdadeiramente organi- ido em Maceid; somente no Penedo, Al., dado o maior contato com a Bahia, existiu 0 culto dos Malés (4). Os lugares preferidos para 0 funcionamento dos terreiros achavamse nos pontos mais distantes — nos irros de Jaragué, Mutange, Levada, Trapiche da Barra, Reginaldo, Gulandim, até mais distante ainda, jorno no Frechal de Cima. Duas contingéncias influiriam poderosamente para @ escolha ou preferéncia do local: a) maior fecilide- le de espaco fisico para armar-se 0 barracdo e preco insignificante do aluguel; b) evitar-se que os toques jotivassem reclamagdes € fugir-se as presses dos brancos, idiosincrasia catélica e perseguicgo policial, pesar da liberdade e neutralidade oficial ‘Nao & demais insistir nesse ponto: era considerado crime qualquer pessoa filiar-se aqui a um Xango, rincipalmente em Macei6, onde se sediava a Liga dos Combatentes, alids composta, na sua quase totelida: le, de homens de cor, ¢ 6 préprio presidente homem de cor tambem. Mas havia a ignorancia completa do ntido antropolégico-cultural dos Xangos e um s6 sequer, entre os membros da Liga dos Combatentes, isiaria a altura de compreender ¢ executar um estudo sociolégico dos cultos fetichistas. E os que, fora da Liga, poderiam orientélos de alguma forma, agiam por maldade, por mé fé, a servico da “soberania”, ando até em torno do assunto, como foi o caso de certo jornalista autor da reportagem, imagindtia, “eruxaria’”, publicada no “Jornal de Alagoas, em 1912 (5), uma concepedo erronea e falsa do significado dos Xangos e contribuindo, por outro lado, para que um vulto ilustre da Antropologia Cultural no Brasil, 0 seudoso Prof. Arthur Ramos, meu companheiro de turma na antiga Faculdade de Medicina da Bahia, caisse no logro e fosse envolvido na torpe manobre da pol tica oposicionista das Alagoas, nesse caso (6). inda hoje, apesar v7 ANTIGOS TERREIROS DE MACEIO TERREIRO DE MESTRE FELIX — Situado @ rua do Amorim, n0. 11, bairro de Jaragué, funcionando mente e bastante afamado, jé em 1906. “Negro Mina de cara lanhada’’ (7) Mestre Félix manteve seu terreiro em franca atividade até o lpnciamento completo por parte da "'soberania” em 1912, de todos os terreiros de Macetd. A expresso popular negro mina serve, apenas, para mostrar que era de descendéncia africana pura ou m procedéncia (Costa da Mina). A fama do babalaé Mestre Félix espraiou-se por todos os recantos da idocie de Macei6, a velha Maceié dos comecos do século XX e provinha de muitos anos antes. Talvez fosse iprreiro de Mestre Félix o mais antigo da cidade, titulo que parece detinha o no menos célebre terreiro Tia Marcelina, por sinal a mais completa mae de santo que existiu nas Alagoas. Mestre Félix orgulhava-se dos seus conhecimentos na matéria, TERREIRO DE TIA MARCELINA — A tradico 6 que foi o mais velho terreiro de Macei6, disputan- © titulo com 0 de Mestre Félix, datando também do século XIX (segunda metade). Nos principios do século atual até 1912, quando foi destruido, localizava'se na rua da Aroeira, nominaco antiga da atual rua Dr. Costa Leite. Naqueles tempos, antes da construgio da bela Praca Euclides Matta, na administragéio municipal do tendente (que equivale hoje a Prefeito) Dr. Manuel de Sampaio Marques, e atualmente denominada inimbu, daquela érea podia'se dizer que era um ermo quase, sobressaindo:se apenas 0 antigo prédio do jartel de Policia, que o havia desocupado ja. Tia_Marcelina, africana pura “negra da Costa’’ (expresso popular), gozava de enorme respeito e ima. Era em Maceié uma espécie de Menininha do Gantois na Bahia. Fora contemplada com a coroa de acd, irmo mais moco de Xango, na liturgia africana; da Africa proviera a distinoao que a sagrara. Sobre inofensiva e querida pessoa, incorreu talvez @ maior ira da “soberania’’. No “‘quebra-quebra”” de 1912, ve “a cabeca aberta por um golpe de sabre” (8). Seus contatos com a Bahia tornaram-se frequentes ¢ jizern até que viajou & Africa (? ). TERREIRO DE MANUEL GULEIJU — Situava-se no Mutange, atual Avenida Cicero de Gois Monte’ o, estrada de Bebedouro. Ao tempo, 0 local jé por si afastado do centro da cidade, era pouco povoado, onstituido de grandes sitios. Gozava de largo prest(gio entre os seus. Muito instruido na pratica dos cultos fricanos, freqiientava candomblés baianos. TERREIRO DE MANUEL COUTINHO — Ficava localizado_na rus do Requinho, hoje denominada Dies Cabral. Possufa boa formacao religiosa. Entendido no rito nago. Os dois dltimos babalaés, Manuel Guleijd e Manuel Coutinho eram filhos de Tia Marcelina. TERREIRO DE CHICO FOGUINHO — Localizado na rua Pernambuco Novo. Logrou fama de pai de {erreiro completo. Foi um dos babalorixas mais visados e perseguidos pela “'soberania”. Pagou caro pela situago de seu terreiro na. mesma rua em que morava o presidente da Liga dos Combatentes. TERREIRO DE JOAO CATARINA — Seu campo de ago era no Trapiche da Barra, onde ficava o berracdo. Conhecidissi ito e muito freqiientado. Também, foi dono de célebre Maracatd. Bobalorixdé completo; ia 2 Bahia, e filiava se a0 candomblé de mie Pulquéria, no Gentois. 19 TBE TERREIRO DE PAI ADOLFO — Ficava situado no bairro do Poco. MEEREIRO DE MARIA DA CRUZ — Dirigido pela mde de santo Maria da Cruz, terreiro de liéxé, situava:se no Frechal de Cima, muito afastado do centro da cidade. TERREIRO DE PAI AURELIO — (Aurélio Marcelino dos Santos). Localizado no bairro da Levada, UERREIRO DE MANUEL MARTINS — Descendente de africanos puros, Manuel Martins era corheci- do babalorixé no Gulandim, onde montou seu barracio. TERREIRO DE JOAO FUNFUN — (Jodo Arestides Silva). Situava-se na Levada. JERREIRO DE MANOEL DA LOLO ~ Babalorixa, descendente de africanos, seu terreiro ficava localizado no Reginaldo, Havia outros torreiros, de menor importancia, de cuja existéncia néo se colheu informagdo segura. DIVISAO DAS PEGAS OU OBJETOS DOS XANGOS DESTRUIDOS EM 1912 PELA “SOBERANIA” As pecas ou objetos dos Xangés de Maceié destruidos pela “soberania”, em 1912, constituintes da COLECAO PERSEVERANCA, estdo englobados na Relago deste Catélogo conforme 0 n®., quantidade, jpome do orixé a que pertencem, matéria-prima de que sio feitos e foram nomeados de acordo com a seita ]ou nagdo. As denominages mais comuns citadas so usadas nos cultos de procedéncia nago, angola, congo e i (Fontes bibliogréficas e informes pessoais). © ‘critério, uniformemente adotado na divisao das pecas ou objetos, cingiu:se & questo de suas funcdes simbologia nos cultos fetichistas professados nos antigos Xangés maceioenses. Desse modo, quanto 4 sua Funcionalidade, estéo distribuidos (Distribuiedio) em seis grupos. Néo foi possivel a incluso neste Catalogo, de fotografias de todas as pegas ou objetos da COLEGAO ERSEVERANCA. As que ilustram este Catélogo, inclusive as esculturas (ochés) dos orixés venerados nes tigas casas de cultos afro-brasileiros de Macei6, dio a idéia da importéncia e valor cultural da COLECAO ERSEVERANCA. 2 ‘ DISTRIBUICAO: 1) FETICHES E INSIGNIAS ASSENTO DE EXU — Fetiche do orixé. Trabalhado em ferro batido. ASSENTS BE OGUM-TAIO — Fetiche do orixd Trakelhent om ferro batido. ABEENTODE OSSANHE — Fetiche do orixd Trakaie ge em ferro batido. ABEBE (Leaue, ventarola) de Oxum. Insignia domi Trabalhedo em latéio. ABEBE DE OGUM-TAIO — Insignia do otis Lota ABEBE DE IEMANJA — Metal pintado de Branca Insignia do orixa, ABE TE DE OXUM-EKUM — Insignia do orixd, Leta ADE (Coroa) DE ALOIA — Enfeite — instgnrede orixa. Trabalhada em metal amarelo. ADE (Goroa) DE XANGO — Enfeite — insignia ac Orixa. Trabalhada em metal pintado de vermetho, IDE (Pulseira) DE OXUM — Enfeite — instania do orixd. Trabalhada em latdo e chumbo, Atengao para a quantidade de pecas: 51, PAX ORO {Vassoura) DE OMULU — Instonia de orixa PAXORO (Vassoura) DE NANA-BURUGU Insignia do orixa. TAXORO (Vassoura) DE XANGO = Insignia de cog, Rabo de boi. Pano vermelho, MULE ARE OGUM — insignia do orixd. Trabalhons en ferro, MULETAS DE XANGO — ins/gnia do ories Trabalhada em madeira. Meia lua, e suporte. MACHADINHA DE XANGO = Insignia do orien Espécie de machado dupio, com cabo, trabathado em madeira, EQCAO DE OGUM ~ Insignia do orixd, Trabalhado em madeira, de um s6 gume, EeeADA DE IANSAN — Insignia do orixd. Trahatrocs ‘em madeira, CaPADA DE ALOIA ~ Insignia do orixa: Maven IEAPANGAS DE OXOsSI — insignia do orig, ESPADA DE OGUM ~ Insignia do orixé. Trabalhada em ferro. EGARAMENTA DE OGUM — Trabaihada em tence Insignia do orixé, CAI GARDA (miniatura) DE OXOSSI — insignis do orixd. Trabalhado em madeira, ALA lis"gnia do orixd, Trabalhado ern ferro AXARA DE OBALUAYE — Vassoura de plague eal! (foberto com pano vermelho © doze (12) bizios OXOGE) {ania dos orixds Omold e Obamaye’ IRUS ou PAXORO DE OXOSSI "Insigng ao ort, trabalhado em pano, palha da costa e rabo de boi BE FARA (Tridente) DE EXU — Insignia do Orhxd. Trabalhado em ferro, pintado de vermelho. PAXORO DE OXALA — Insignia do ortes ABE eSeoE ENGOMAR DE XANGO ~ Trabalhado em ferro pintado de vermetho. insignia do orixé. BEBES (Leques) DE OGUM — Trabathados on tose Insignias do orix 23 2)ESCULTURAS - (OCHES) OXALA — Identifica'se a Senhor do Bonfim. Trabalhada em madeira. Pescoro envolto em colares de conts ncas. OGUM-TAIO — Identifica-se a S. Pedro. 37 em. Trabalhada em madeira. Bragos articulados. Olhos de vid Trés 20 pescoco uma chave de ferro. Vestes de seda vermelha com contas pequen: brancas bordando letras. Corrente de metal amarelo envolvendo 0 bra¢o. XANGO-NILE — Identificase 2 Santo Antonio. 55 cm. Trabalhada em madeira. Carrega nos bragos jimagem de uma crianca. Semelhanga com trajes catolicos. XANGO-DADA — Identifica-se a S. Joao. Trabalhada em madeira. XANGO-BOMIM — Identifica-se a Santa Barbara. Trabalhada em madeira. OXUM-EKUM = Trabalhada em madeira. Identifica-se a N. S. dos Prazeres, OIA (Y) — Identifica-se com Santa Barbara. Trabalhada em madeira. OMULU — Identifica se com S. Sebastido. Imagem catdlica. RNANJA — identifica-se com N.S. do Rosério, Trabalhada em madeira. 23 cms, Interpretado como Sit bolo da Fecundidade também. OBABA — Identifica-se com N. S. dos Prazeres. Trabalhada em madeira, 3) INSTRUMENTOS MUSICAIS |AGOGOS DE OXUM — Instrumento de percussio. Trabalhado em ferro batide, com duas (2) campanul Usados nos Xangos. ALERI — Maraca grande. Instrumento de percusséo. Trabathado em ferro zincado. ‘ADJAS — Pequenas campas, de cabo longo, trabalhadas em cobre e zinco. Manejadas pelas maes de santo altura da cabeca das filhas para acelerar a descida do santo, 1LU— (Tambor, atabaque). Pequeno tambor. Instrumento musical feito de barril, pintado. Couro fixas por pregos, e aro. Percutido com bitros. GANZA ou CANZA™ Instrumento de misica, feito com um cilindro de folha de Flandres ou zin fechado, contendo chumbo ou pedrinhas. Pintado. MERERES — Instrumento musical de percusséo. Tipo chocalho. Dois cones soldacios pelas bases com w cabo. Trabalhado em ferro zincado PANDEIRO — Instrumento de misica. Percussio. XEGUEDE (Chocalho). 4) INDUMENTARIA. FILA (Gorro) DE XANGO — Trabalhado em pano vermelho (algoddo). Indumentériae fetiche do orixa. FILA (Goro) DE AZULEIJU — Trabalhado em pano de algodgo. FILA (Goro) DE OXALA — Trabalhado em pano de sede. FILA (Gorro) DE OGUM-TAIO — Trabathado em pano de algodao. FILA (Gorro) DE |ANSAN ~ Trabalhado em pano de algodao. FILA (Gorro) DE XANGO-BOMIM — Trabalhado em pano de algodao. FOLSA GE OGUN-DIACI — Trabalhada em pano de algodiio bordada com buzios (cawris} BO ACETE DE OXALA — Objeto de indumentaria, Trabalhado em pequenes moedas de motel amarela suporte de ferro. CAPACETE DE IEMANJA— Trabalhado em buzios (cawris) @ contas brancas, forrado de seda bra importado da Africa. 24 CAPACETE DE XANGO — Trabalhado de pano vermelho encimado com insignias. CAPACETE DE OXUM ~ Tiabalhado em biizios (cawris), importado da Africa. 19 cm CAPACETE DE OGUM-CHINA — Trabalhado em pano e recoberto de bizios (cawris). PEITORAL DE OGUM-CHINA — Trabalhado em pano e recoberto de biizios (cawris!. ‘OYA (Pente) DE OXUM ~ (cawris) Complemento da indumentéria do orixd. OYA (Pente) DE IEMANJA — Complemento da indumentéria do orixa, 5) PARAMENTOS (Panos usados nos cultos) ‘QUA (Faixa de pano} DE XANGO Usado para cobrir fetiches do orix Xang6. Pano de aljodio bordade. JA (Faixa de pano) DE OXUM. Usado para cobrir fetiches do orixa Oxum. Bordado, contas azul = braneas, |A (Faixa de pano) DO PEGI (Y). Pano de algodao. 6) DIVERSOS SQUARTINHA DE XANGO — Trabalhado em barro (cerémica). Apetrechos do orixé. XAORO (Tornozeleira) — Trabalhada em zinco. Apetrechos do culto e usado pelas filhas de santo. AMELA DE MADEIRA. COCHO DE XANGO — Trabalhada em madeira, Apetrectios do orixa Xang@ AR FOS (um de lato e outro de madeira) — Apetrechos dos cultos. (ASILHAS DE BARRO (Ceramica) PARA COMIDA DE SANTO E GUARDA DE FETICHES. UIRI ou CORRENTE DE OGUM — Trabalhado em metal (ferro). Apetrecho do orixa Ogum. FIGA DUPLA — Trabathada em madeira, PULSEIRA DE FILHA DE SANTO. VODUM-DANH-GBI. — Latdo VODUM-DANH-GBI — Sincretismo de Simbolo. Lato ~__RELACAO DAS PECAS OU OBJETOS DA “COLECAO PERSEVERANGA”, CONFORMEO — No., QUANTIDADE, NOME DO ORIXA A al UE PERTENCEM, MATERIA-PRIMA: PBN. NOME DAPEGA DIVINDADE QUANT. ESPECIFICAGAO ~ MATERIA PRIMA G1 Coroa (Ada) Alois 1 Trabalhada em metal amarelo-Latdo, P02 Coroa (ade) Xango 1 Tyabalnada ommetal pitada do vermelho 03 Obabs N.S.Prazeres 1 Escultura (0x8) trabathada em madeira. 04 Ogum-Taid Pedro 1 Escultura (Oxé) trabathada em madeira, 05 Xango. Nila 5. Antonio 1 Escultura (Ox) trabalhada em madeira, 105 Xanco.Dadé Sio Joao 1 Escultura (Ox) trabalhada em madeira, 07 Pano Peat 1 Pano de slgodio bordado. 08 Oja Oxum T Faixa de pano e contas azuis e brancas, 09 Figa dupla = 1 Madeira 10 Cepaccte Oxals 1 Enfeitensiania. Trabalhado em moeda de ‘metal dourado {islamica? ) pendentes M1 C2jado Oxalé 1 Ritualisico. Trabalhado em ferro. 2 Assento Exu 2 Ritualstico. Trabathado em-terro, 43 Espada lansin i Latdo. 4 Fila (Gorro) Ogun Taio 1 Pano vermetho com Insignies. 45 Fild (Gorro) Jansan a Veludo negro e dourado. 16 Fila (Gorro) Xangé-Bomim 1 Pano vermetho encimado. 17 la {tambor pequeno) = f Madeira (barril) e couro esticado. 48 Omulu S. Sebastifo 1 Imagem catélica com redoma de video. 19 Adamantés ou Damantéis gum u Ftiches e insignias de Orixd,trabalhado em ferro. Langa Ogum 1 Trabalhada em ferro. i Démacho (Muteta) Xango 3 Madeira Fercamenta ‘gum 1 Trabathada em ferro Insfgnia de Orixd, Revdiver Oxossr 1 Trabathado em ferro, Bebelés (Palmatérias) Oxsssi 4 Trabalhada em madeira Capangas Oxdssi § _Trabalhade em ferro, Insfgnia de Orixd Espingatde (miniatura) Ox6ssi 1 Trabathada em ferro, Vodum-Dant-Gbi Geg6-Nogo 1 Sineretismo de Stmbolo-Trabathado em ferro, Fetine tres langas e duasfoices enlogalas por uma serpente na extremidadle inferior, Bese quadrangular. Espada gum 1 Unstanias de Grixd. Trabathada er terro. Assento Ogum Taio 1 Ritualiseo, Teabothado om ferro Fetiche 0 orina. Ganza ou Gazé z 1 __Insirumento musial de percussio trabalhado em zinco. Espada Aloids 1 Ritualistico. Trabalhado em madeira Xeraré de Obaluayé mut 1 Vassoura de piaeava, Cabo coberte de pano vermelho. insignias de Omuls Facto gum 1 —_Trabalhado em madera Adjas = 6 Instrumento musical de percusséo {chocalho). Gamela = 1 Trabathada em madeira, Para comida dos “Sentos” Xereré = 2 —_Instrumento musical de percuss4o {chovalho) Oja (Faixa) Xango 4 Trabalhada em pano de algodso, ‘A046 au GE 7 Instrumento musical de percussio, Agogs & Pandeiro Insts Noctonat dn Fetelond Biblioteca Amadou Amaral ferro de bater. Instrumento musical BG28 ‘Abebés ou Bebés (leques) Abebés (leques) ‘Abebés (leques) Pulseira Abebés (Ieques) Abebés (Ieques) ‘Abebés (leques) Pente Xaoro, Abebés (Ieques) Pente ‘Aleri Maracé Grande ‘Adis Garfos Cruz Catolica Ides (pulseira) Capacete Capacete Peitoral Bolea Capacete Capacete Vassoura Oia Oral Fild (Gorro) Xango-Bomim Fila (Gorro) Coquem (galinha de Angola) Fila (Gorro) Simbolo de fecundidade File (Gorro) ‘Oxum kum Pilao Cruz Catélica Ferro de engomar Assento Xarard (Oxé-Fard (Tridente) Machadinha Elrds ou Pachorros (rabo de bot) Domaches Gajado Quartinha Assento \Vasilhas de baro ‘para comida de santo e guarda de fetiches Oxum: Temanié ‘Oxum-Ekum Vodum-Danh-Gbi ‘Ogum lemania Oxum Femani Oxum ‘Ogum-China Ogum-Diaci Ogum-China Xanga Nana-Burucu ‘St2. Barbara N.S. do Bonfim Azuielja Santa Barbara? N.S. do Amparo? Xango Xango emania Oxalé N.S. dos Prazeres Xango Xango Ext Omulu xa Xeno Xango Xango Xango Xanga Ossanhe Insfgnias. Trabalhado em lato. Insfanias. Latao (branco). Insignias, Lato. Pulseira de Filha de Santo, representando uma ‘cobra. Trabalhada em lato, cabeca e cauda. Olhos formados por contas vermelhs. Latéo. Insfgnias. Latio. Insignias. LLatfo. Insignias. Tornozeleira de zinco usada pelas inieiadas. Guizos fixadas em coure. Ins(ania. Latao. Dois em lato e um em tartaruga. ‘Trabalhado em ferro zincado. ‘Trabalhado em cobre. Um de latao e um de madeira Latio, com pedestal do mesmo. LLatio e chumbo. Algumas trabalhadas com arte. Efe rsana, Tvablhedo em bizios (caw). Enfeite, Insignia. Trabalhado em bazios (caviris) Enfeite, Ins(gnia, Trabalhado em bizios (canis). ‘Trabalhada em pano e bizios {cawris). Trabalhado em pane ¢ buzios (cawris) Pano vermelho encimado com insignias. Trabalhado em pana, contes, erinas e cawris. Escultura (Oxe) = Madeira. Escultura (Oxé) — Madeira. Trabalhedo em pano de algoda Escultura (Oxé) — Madeira Pano, vermelho, de algoda Madeira pintads. Pano vermelho e cawris. Escultura (Ox8) — Madeira, Trabalhado em pano de sed Escultura (xe) ~ Madelra ‘Madeira pintado de vermelho. LLatéo, com pedestal Ferro. Insignia do ortxé. Ritualistica, Trabalho em ferro batido. \Vassoura. Cabo coberto de pano vermelho. 12 bbzios (cays). Ferro, pintado de vermelho, Ferro pintado de vermelho, cabo de madeira. Insignias. Rabo de boi. Pano vermelho. Insignias, Trabalhado em ferro e madeira, Zinco. Berro pintadg (ceramica). Trabalhado em ferro. Barro cozido (cerémica) 20

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