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SOB O SOL

Sob o sol em meu leito aps a gua Sob o sol e sob o reflexo enorme do sol sobre o mar,
Sob a janela,
Sob os reflexos e os reflexos dos reflexos
Do sol e dos sis sobre o mar
Nos vidros,
Aps o banho, o caf, as ideias,
Nu sob o sol em meu leito todo iluminado
Nu - s - louco Eu!
(traduo: Augusto de Campos)
A ADORMECIDA
Que segredo incandesces no peito, minha amiga,
Alma por doce mscara aspirando a flor?
De que alimentos vos teu cndido calor
Gera essa irradiao: mulher adormecida?
Sopro, sonhos, silncio, invencvel quebranto,
Tu triunfas, paz mais potente que um pranto,
Quando de um pleno sono a onda grave e estendida
Conspira sobre o seio de tal inimiga
Dorme, dourada soma: sombras e abandono.
De tais dons cumulou-se esse temvel sono,
Cora languidamente longa alm do lao,
Que embora a alma ausente, em luta nos desertos,
Tua forma ao ventre puro, que veste um fluido brao,
Vela, Tua forma vela, e meus olhos: abertos.
(traduo: Augusto de Campos)
MORTE FALSA
Humilde, terno, numa tumba encantadora,
No monumento insensvel,
Tanto de sombras, de abandonos, e de amores desperdiados,
Que j se fazem em sua graa cansada,
Eu morro, eu morro em voc, me caio e eu caio,
Mas dificilmente fico abatido embaixo do sepulcro,
Do qual a extenso das cinzas me convidam fundir-me,
Este bvio morto, desses que ainda voltam a vida,
Tremores, dos olhos ativos, iluminados que mordam,
E sempre puxando-me para uma nova morte
Mais preciosa que vida.
(traduo: Eric Ponty

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