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Capitulo II DE CONVENCIMENTO jariamente, através dos meios de comunicagao, principal Es do veiculadas as mais diversas inform mas dentre elas adas para servir de introdugaio a que Em 1988% ndo-foi uma nem duas vezes, noticiou-se a presenga de “Urutus” nas ruas ¢ portas de fabricas. Personagens da vida pi- blica brasileira fizeram alusio ao possivel uso de tal meio de con encimento. Durante a greve dos professores no Parana (ago. | 0 go- verno estadual distribui nota & imprensa, a guisa de esclarecimen- to, divulgando os “ganhos e aumentos salariais” concedidos aos professores, a0 mesmo m 9 retorno as aula que convocava a populagiio para indices de estatistica so frequentemente utilizados com a fi- nalidade de se alterar a legislagdo, Como exemplo, 0 fato de que: comete, no Brasil, anualmente, um certo nimero de abortos clan- destinos, legitimaria a mogdo para a sua legalizagao, Ha alguns anos atras, no polémico julgamento de Raul “Doca’ Street, 0 advogado de defesa, em nome da “legitima def honra”, ataca a vida moral da vitima, que por sinal nao podia mai de m delito semelhante, a defesa apela para a psico gratia de Chico Xavier para inocentar o réu Quando dos debates sobre © mandato de governo e o regim na Constituinte, muito se ouviu falar que aqueles que no concor- davam com seis ou cinco anos, que no concordavam porque, na verdad, tratava-se de uma perseguigio pessoal, sem outro funda junto que niio o da subversio da ordem; ou ainda valia-se de tal impasse para ineficientes do governo na solugao do grande problema social, No dia 27 de margo de 1989, ano da eleigdo presidencial, ao fazer um comentitio oficial sobre as dificuldades do Plano Veras. Perante um indice de inflagio superior a 6% (seis pot vento), Poria-voz da presidéncia faz a seguinte adverténcia, mais ou me ‘OS nesses termos: “uma hiperinflagao ameaga as institu Se em risco o processo de transi¢do democritiea. a ponte de se ‘er que adiar as eleigdes presidenciais” Existem diversas maneiras de dos de “convencimento”, em uma linguagem mais teenies cop Ghamados de argumentos, dentre os quais alguns sao correigs ng leeitimos e outros slo incorretos ou ilegtimos. Os meios de eon, ammento citados os pardgrafos anteriores pertencem cat {i4,des incorretos e prineipalmenteilegitimos, porque fazer “ifubear”. Tais argumentos tém como taizetimoloi 8 palavra sfalo (do grego) e fallere (do latim), que termo facia ‘onvencer alguém, Tais mo- origem ao, Sofismas ou falicias sio raciocinios que pretendem dh ‘monstrar como verdadeiros os argumentos que logicamente sio falsos. Sua eficiéneia consiste em transferir a argument plano légico para 0 psicolégico ou lingu linguags iio do stico, servindo-se da que pode ser usada tanto de um modo expressive como de modo informativo, visando assim de: sentimentos que dio anuéneia vencem logicamente. ertar emogdes ¢ 4 uma concluso, mas ndo con- 3.1. Tipos de sofisn As falicias podem ser reunidas em dois grandes grupos, um {inguistico ¢ outro psicoldgico. Convém lembrar que mune dete eram nomes latinos, que sto mantidos por fazerem parte te dicionalmente, da linguagem logica BLL. Grupo para o plano = Conclu duz a argum no, que nao ‘algo que “nic dé porintelig. interlocutor. | dos nas justifi futuro incerte emergenciais ‘mento a saide Outra situ utilizada para horror do deli possa haver er Petigao. Be como cert clusdo a que le sendo que 0 qt onto de partid na filosofia, m: quando adult crianga, di de ‘erianga pede ilo existisse ve Aw tal contrato que Fhomens que aine deria yerardeve ~ Cireulo vi conclusao, caree ‘tro, formando as contrado na expl G08, corrdi 0 por LLL Grupo psicolégico: esta relacionado com a transferéncia para o plano psicol6gico. Conclusdo irrelevante (Ignoratio elenchi) — Quando se con- uz 2 argumentacdo para uma conclusio, intencionalmente tio, que nao ¢ garantida pelas consideracdes em questo, Conelul algo que “nao tem nada a ver” com o contexto em questi. I) 5° déporinteligéncia confusa, ou com prévia intengio de confundir 0 interlocutor. Exemplos de tal argumentagao podem ser encontra- ddos nas justificativas poiticas que se do em pro! de um prosresso ature incerto, para obras piblicas, em detrimento de questdes tmengenciais como: alimentagio escolar, ensino pablico atendi- mento A saiide, habitagao. COutra sivuagio que ilustra este tipo de falicia & a que pode ser utiliznda pata incriminaralguém, tatando-se demoradamente do horror do delito sem considerar os atenuantes € as exeegdes que possa haver em determinadgs casos. Petigan de principio Petto Prinipi) ~ Quando se press pee como certo o que se deveria ter demonsrado, ou sea cane ree og leva um raciocini & exraida de um ponto de partida, care qo gue se quer provar € exatament a veracidade deste verde paid. Fstetipa de facia & encontrado frequenemente ror oa, mas nao detxa de fazer parte da vida cotiiana, como me ide ovat, fave enbaracado dante da perguna de uma sr“ de antemng como certo aquilo mesmo sobre o GUE 2 cranes Sede explicagio. Exempla: A cegonha exist? — Or, Na filosofia pode ser lembrada a explicagdo que Rousseau apresenta para a origem da sociedade. Segundo ele, 2 sociedade apiete em virtude de umn contrato social, de onde surgem os deve~ ceociais A petigio esta no fato de se pressupor a existincia de fel contrato que gera obrigagio, sem demonstrar a coligasio de homens que ainda nao viviam em sociedade e como o contrato Po- devin gerar deveres, se antes no havia a obrigaglo de respeité-los Cireulo vicioso ~ Neste caso ambos, o ponto de partida ¢ a conclusio, carecem de demonstragio. Um é demonstrado pelo ou- tro, formando assim um circulo, Um exemplo desta facia € fontrado na explicagio: a inflago, aumento generalizado de pre= fos, corrdio poder aquisitivo dos saléirios, que precisam ser a mentados. Este aumento de sal de de se elev para 0 pag Falsa hoe) ~ Cons ‘causa ou coneluir como sendo sa causa esti rekacionada com fator ‘ar os pregos dos produtos (c mento dos mesmos sakarios. causa (Non causa tecedcu. Muitas vezes a fal ideologicos ‘ou miticos integrados & pode chamar de pensamento SUPT ficiais e nfo naturais, oque se ticioso; espelho au coruja sobre simpatia” gato preto ou passar debaixo Por outro lado, no € erro Jo que é mera suce: ‘ico do pais com o argumen tect passeatas, distirbios; ou, sil ha, durante tantos dias, Cur fruto da liberalizagaio sexual ¢ 6 Jores, Nos tr casos, a0 verificar que Uf apos outro, concicse que ° tro apoio que nijo a mera su Causa comum ~ Quando dois centre si i ambos so causados por um terceir vray de televisio causam a decad ve tanto a programaciio como os Pro 0s pro} de, valores m em levar em conta qu rai si frutos de outros fatores, eresses economic jebrado caus ‘a soleira da casa € pressagio antir a realizagao dk Jrios, por sua v r 4 pro causa ~ Pr fate no sofisma de atribuir a um causa dele aqui vltura, je anos de de escadas da o incomum tal como justificar © ma que isto passou a ac porque os sindicatos se organizaran promovendo gre nto que afi implesmente, t0 0 estriado: 0 jorrespondente primeiro é caus Jo tomados um como causa do oul ficas, disputa de poder, in sho considerados, vendo-se a de magao ou que a programacio € ci ~ Generalizagao apressada (enumera iio vieiosa)~ Acontes tama part caso tipico, esta passa que a excegiio considert-se como re e. Vert ‘comumente nos preconceit quando se atribui a a-se quando, a partir det aserestendida tos, em que 06 26 -o. Ecomum a afirmas a casos atipicos. Eo ‘Exemplo disto encontra-se Jez, geraanceesside teristica da inflag30). yost hoc ergo propt fendmeno uma fal ilo que somente oan ‘azar; 0 pipilar de ur de morte; fazer azar. atribuir causalidade iq ‘aos politico omar um determin: ou ainda qui n determinado fato s: do segundo, sem ot: acontecimentos relacion’ riando relagoes arti- fe um desejo; cruzar com un gui- Jecadéncia dos va ados iro, sem considerar que \éncia moral da soc fais como ideias fi vdéncia como a causa da pr usa da degradagao moral agio imperfeita ou no todo o que € print jo de que ‘eda prio los -o-politicos, que nie indw: rio de rma observagao sobre um somportamient© €XC deste ou daquele i ‘grupo ouclasse dicularizados, att ses, padres, sor: ‘cometeram este ¢ duos pertencente = Acidente ~ evando em con ino se aplicaria gerais, io levar aregra inaplicav prever 0 compo: ‘mento que am normas gerai ‘especiais, ema! ‘uma regra cont ~Contrao psig ou afin em atacar dire! ‘cunstincia esp, licia porque @ go independe ‘soa. Este meio fem campanha: lidade das pro ‘ques pessouis, do levantamer plo: quando s« fato de estar ¢ ‘metendo o at visa a Jado, quando Tho gags”, er porque, neste = Recurs usa de forga tentativa de« ‘exemplo, © deste ou daquele individuo toma-se a regra discriminatéria de todo ‘ogrupo ou classe a que ele pertence. Com base nesta fakicia sfo ri dicularizados, através de piadas, grupos como: negros, portu s, padres, sogras, médicos... Porque um ou alguns. fizeram ou cometeram este ou aquele ato, nao se que 0s outros indivi duos pertencentes a tal grupo ajam da mesm: Acidente ~ Acontece quando se recorre a regras levando em consideragio as es as quais a re no se aplicaria, Trata-se de atribuir a um caso particular regras erais, nfo levando em conta circunstancias acidentais, que tomam aaregra inaplicavel. Incorre-se neste erro quando se julga ou tenta-se prever 0 comportamento de um individuo com base no comporta mento que a maioria teve a dada situagdo. Assim basta lembrar as rhormas gerais: no matar; no furtar. Ha casos, em circunstanciat especiais, em que tais regras ndo se aplicam ou até mesmo exigem uma regra contritia, mninem) ~ Utilizado para ref posigio ou affrmagao de alguém. A estratégia, neste caso, consiste fm atacar diretamente a pessoa em questio ou ataci-la pela cit- cunstancia especial em que ela se encontra, Constitui-se como fi licia porque a verdade ou a falsidade de uma posigao ou afirma go independe do cariter ou situagio circunstancial de uma pes- imento & encontrado, de modo evidente eitorais, onde, ao invés de demonstrar a inviabi- Tidade das propostas ou projetos dos opositores, parte-se para at {ques pessoais, visando destruira imagem do outro candidato, fazen do levantamento acerca de seu comportamento “irregular”. Exem- plo: quando se inviabiliza a candidatura de alguém, apoiando-s fato de estar com idade avancada ou ter satide precaria, esta metendo o argumento contra © homem chamado circunstancial, porque visa a situaglo e no diretamente a pessoa dele. Por outro fado, quando a pessoa em questio é chamada de “mimia” ou tho gagé”, entao tem-se o argumento contra o homem, ofensivo 0 homem foi atingido diretamente ~ Recurso & forca (Ad baculum) ~ Incorre nesta falicia quem usa de forga ou, sutilmente, recorre & ameaga do uso da forea na tentativa de convencer a alguém, Em uma negociagao salarial, por exemplo, 0 patraio pode lembrar sutilmente que existem muitas pessoas desempregadas, que trabalhariam de bom grado por tal lirio; ou ainda o professor que diante de uma situagao dificil lem- bra a data da prova. Em linguagem mais clara, trata-se da “Iei do velho oeste”: ganha quem saca primeiro. {pelo d ignordncia (Ad ignorantiam) ~ Baseia-se na suposi- co de que uma tese € verdadei nda mio sed monstrou claramente a sua contriria, Na jurisprudéncia, existe o beneficio da diivida, que garante a inocéneia de um réu até prova em contririo. Tal principio e fundamenta-se nos direitos humanos e na indo assim uma e} razoivel supor que a ignordncia acerea de um fato, que por uma investigagdo rigorosa poderia se deseobrir e se mantém ignorado, seria considerado como prova em seu favor. No entanto, ¢falacio 50 ou sofistico usar da ignoraneia do outro para sustentar uma tese como, por exemplo, afirmar que: “Como nao ha conhecimento ¢ registro de transmissio de AIDS em consultorio dentirio, se con- clui que nio ha perigo de contaminagio, pois embora a saliva con- tenha virus, sua concentragao é baixa, o que nio representa peri- 20” (declaragio efetuada por ocasiZo de um Congresso de Odor: em 1989), {pelo a piedade (Ad misericordiam) ~ Ea utilizagio de chantagem emocional, nem sempre claramente percey forgar a adesdo de alguém a certo ponto. E induzir a compaixdo para conseguir o intento que se pretende, dirigindo-se a um inter- gcutor bem especifico. F a forma de convencimento favorito de alguns pais. que para demover opinides ou atitudes dos filhos pro- yroduzir neles um senti jo dizer: “pode ccuram, consciente ou inconscientemente, mento de culpa em relagao a tal opiniao ou atitude viajar, nao tem problema, talvez. vocé nao me encontre vivo quan- do voltar sa pod Em um tribunal, o advogado de de! pelar, por exem: plo, para 0 fato de que os filhos do réu ficario desprotegidos ¢ abandonados caso ele seja condenado. Neste caso, além do apelo a misericérdia, incorre-se na faldcia de elenco irrelevante, pois 0 as- sunto em foco é deixado de lado, uma vez que se passa a tratar dos sentimentos que se seguiriio a sentenga, —Populismo ( um interlocutor en amassa. Busca co intenta, valendo-s« falsa causa, apelo ‘gando com a vaide autoestima, status Basta lembrar dos em vésperas dk a simpatia da mult as campanhas pub sobre as qualidade io psicolégica cor mo ¢ outros subter Apelo & aut para sustentar ume que se constitui co po do conhecimen Ter-se do testemun sdeterminado camp dade, para apoiar p cometer a falicia 6 E “normal” enc tas garantem as pr o-se de sua tam solugdes nos n na, psicologi — Pergunta con guntas em uma s6, prevenido, se apre: ber que, em verdad que no podem ser Um homem, por ex temente por um rep ante da insisténcia sim’, dando ocas pulismo (Ad populum) ~ Enquanto o apelo a piedade visa um interlocutor em especifico, a falicia do populismo tenta atingir a massa, Busca conseguir a concordancia da multidio para que intenta, valendo-se de outras fakicias como o elenco irrelevante, falsa causa, apelo piedade, causa comum... principalmente jo- gando com a vaidade, sentimentos de patriotismo (ou bairrismo), autoestima, Basta lembrar 0 resultado de pesquisas divulgadas por part dos em vésperas de eleigdes, que tém a firme intengdo de angariar a simpatia da multidao para um candidato determinado; ou entio as campanhas publicitarias que tentam convencer o consumidor sobre as qualidades deste ou daquele produto através de asso gio psicologica com as cores nacionais, liberdade, status, esnobis. mo ¢ outros subterfiigio Apelo d autoridade (Ad verecundiam) ~ E eritério vilido para sustentar uma posigao apelar para o testemunho de alguém, {que se constituitomo autoridade reconhecida no especitico cam: po do conhecimento a que tal posi re. No entanto, va ler-se do testemunho de outrem, reconhecida autoridade em um determinado campo do saber, pelo simples fato de ser uma autori dade, para apoiar posigdes que estio fora de sua especializag cometer a falicia do recurso a autoridad E “normal” encontrar comerciais em que artistas ou desportis. tas garantem as propriedades fabulosas do produto em questio, re em. muitas outras n programas de televisio, onde os participan: les Sfo jornalistas, artistas, donas de casa, politicos, que apresen- tam solugdes nos mais diversos campos da cigneia como: medici: na, psicologia, sociologia ta complexa ~ Pela combinagaio de duas ou mais per ‘guntas em uma s6, procura-se confundir o interlocutor, que, des- prevenido, se apressa em responder rapidamente, sem se aperce ber que, em verdade, tal pergunta admite duas respostas distintas, que nao podem ser resolvidas com um simples “sim” ou “niio Um homem, por exemplo, acusado de roubo, é inquirido insisten: temente por um reporter: "Voe@ esti arrependido do que fez?" Di- ante da insisténcia do reporter, 0 acusado acaba por responder im”, dando ocasitio para que o reporter complemente: “entio voce confessa que cometeu o roubo!” Em uma situagdo como ase ‘melhat pre é perceptivel a intengaio maliciosa de quem faz a pergunta. A formulagio da pergunta jé pressupunha a con- fissio do acusado, e, portanto, qualquer resposta direta através de um “sim” ou um “no” s6 faria confirmar o que a propria pergunta induzia como resposta. No caso, se 0 acusado respondesse com um “nao”, “Entao quer dizer que vocé nao ad mite 0 delito e nem ao menos se arrepende?” A formulagdo de questées em forma de pergunta complexa no ¢ utilizada somente por repOrteres, mas também é uma estrat ia comum de promotores e advogados de defesa, que nio me esforgos para induzir seus interlocutores a dizer querem que seja dito. ilo que eles 3.1.2. Grupo linguistico: trata-se da transferéneia do plano logico para o plano das fungGes dial6gicas da linguagem. Lembra Edward Li pes, em sua obra Fundamentos da linguistica contempordnea, que na comunicagiio entram fatores ~ segundo Jacobson, seis ~ que po- dem servir para transmitir um conteiido intelectual, exprimir ou ‘ocultar emogdes e desejos, para hostilizar ou atrair pessoas, incenti var ou inibir Gontatos e ainda para, simplesmente, evitar o silencio, Resulta dai que a atribuigdo de sentido a uma mensagem depende te para qual dos fatores ou fungdes ela se desti- tui sofisma ou fakicia é 0 servir-se erroneamente de saber previamn nna, O que cor estas fungdes para o convencimento de alg Equivoco ~ Trata-se da utilizagao de uma mesma palavra, que tem sentidos totalmente diferentes para coisas diferentes. Em lingu gem logica, a palavra chama-se “termo oral”, 0 que quer dizer 1a) Termo — Indica o fim de um processo. O processo de apreender mentalmente alguma coisa, Nao basta ter imagens mentais act cea das coisas, é necessario poder expressar esta representagio aos outros. através de signos lin: isto, em b) Oral — A expressio se dé, por conver guisticos, que se manifestam oralm: ligica, chama-se termo oral ou escrito a expresso dos concei- tos que representam intelectualmente as coisas. 0 equivoco consiste em utilizar-se de um termo que, por ser polivalente, pode provocar no ouvinte, intencionalmente, uma re~ 30 presentago ment poderd tentar cor neiro no pode a neiro, ele nao ten ‘mente aquele qu Naexpressic vocos: liberdade da nas acepses — Anfibologi textos diferentes eonstrugio gram nea, Em outro: falsa impressio + O oriculo dt ‘quem 0 consulta’ is suas m ‘consulta 0 0 éadvertida: “De tho...” Alguns m na (Coorte de me ‘comandante vai: préstimo, que, p« ailha € saquead: temendo 0 “calo ORei Creso recebe a seguim vera a destruicaic eé vencido. Aoc pplicagdo: 0 gran pode ser usada p intimidar ou init Presentacio mental diversa, levando-o a concluirfalsamente. Alguém Poder tentar convencer a outrem da seguinte verdade: Um prisio- neiro nao pode agir contra a lei, porque, pelo fato de ja ser prisio. nciro, ele ndo tem liberdade; e quem & privado de liberdade ¢ juste, mente aquele que nao pode agir. Na expressio desta verdade, existem os seguintes termos equi- vocos: liberdade, tomada na acepgao fisica e juridica; agao, toma. da nas acepgdes fisica e juridica, {nfibologia ~ Trata-se nio mais de termos aplicaveis a con- fextos diferentes, mas de frases ou proposigies, que, por terem Construcao gramatical ambigua, induzem a uma interpretagao er ronea. Em outros termos, trata-se de um jogo de palavras que dé a falsa impressio de estar no contexto correto, 0 oriculo de Delfos é famoso pelas respostas apresentadas a quem 0 consultava: Syphnos era uma itha grega bastante préspera, {gragas és suas minas de ouro ¢ prata. Quando uma delegagio desta itha consulta o driculo a respeito da duragio de sua prosperidade. E advertida: “Desconfiai da coorte de madeira e do arauto verme. tho...” Alguns meses depois, a ilha é visitada por uma frota sauria ha (coorte de madeira). Os navios estao pintados de vermelho. O ‘comandante vai até a terra (arauto vermelho), em busca de um em- réstimo, que, por descontfianga, the é negado. Diante da neativa aitha € saqueada. A interpretagao dos ilhéus foi errénea porque temendo o “calote”, acabaram por ser saqueados. O Rei Creso, antes de atacar Ciro (rei da Pérsia), por sua ve recebe a seguinte resposta: “Se Creso declarar guerra a Pérsia verd a destruigdo de um grande exército...” Creso declara a guerra €€ vencido, Ao queixar-se ao oriculo, Creso obtém a seguinte ex plicagao: 0 grande exército que seria destruido er Enfase ~ Dentre as fungdes dialégicas da linguagem, as que interessam a logica sio: fungao referencial, emotiva e conativa A funcio referencial diz respeito a mensagem que se refere a um Contexto, transmitindo um significado e fazendo surgir ideias ¢ €onceitos no interlocutor. Por outro lado, a mesma mensagem Pode ser usada para acentuar o estado emocional de quem fala ou intimidar ou inibir 0 o em com intengdes emocionais, ela passa a srusada com a intengaio de cantatéria. Ao seusara lingua; ter fungo conotativa ou emotiva e, a0 coibir, ela tem fungdo conativa ou et lo de Ao utilizar-se da linguagem, alguém pod maneiras diferentes: uma mensagem pode ser usada para simples: mente veicular um contexto, que para ser entendido pressupde so: ‘mente a competéneia linguistica dos membros falantes. No entan- to,a mesma mensagem pode ser acentuada em alguma ou algumas de suas palavras para produzir no receptor uma compreensio so: bre o estado psicologico de quem fala (emissor), que deste modo tenta angariar a anuéncia dos outros para o seu objetivo. A palavra ou palavras acentuadas visam intimidar sutilmente o receptor, & semelhanga do argumento ad baculum. Composigdo — Trata-se de um conflito verbal entre as pro: priedades de classes diferentes, que podem ser atribuidas sucessi vamente ¢ nao simultaneamente. Ignorar tal distingao ¢ cometer a faldcia de composigao, A fali yor exemplo, ao se atribuir ao todo ¢ as partes propriedades simultineas. O fato de fotografia das cenas de um filme ser perfeita nao autoriza classifi car todo o filme como perfeito. No entanto, embora exista 0 todo e Ihe falte uma sequéncia inteligivel, a atribuigo de perfeito valeria as partes ¢ ao todo sucessivamente, mas no simultaneamente, 6 cometida, Divisdo ~ fo proceso inverso da composigao. Trata- atribuir a uma classe dois predicados que Ihe cabem simultanea mente, mas nao sucessivamente, Por exemplo, ao afin homens estdo desaparecendo porque os indios esto desaparecen do e sfio homens, comete-se a falicia de divisdo, pois os predica- dos indios ¢ homens so simultineos e no sucessivos. EXERCICIOS IDENTIFICAR E EXPLICAR OS § 1. Quem ¢ livre no pode se sujeitar a nenhuma autoridade, Como o homem pode ser definido por sua liberdade. )FISMAS 2. Gorgias (483-375 aC), na sua obra Sobre o ndo ser, nega a realidade das coisas. Resumidamente: a, Nada existe:

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