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Ementário Forense

(Votos que, em matéria criminal, proferiu o Desembargador


Carlos Biasotti, do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo. Veja a íntegra dos votos no Portal do Tribunal de
Justiça: http://www.tj.sp.gov.br).

• Tribunal do Júri
(Art. 406 e segs. do Cód. Proc. Penal)

Pronúncia
(Art. 408, atual 413, do Cód. Proc. Penal)

Voto nº 7825

Recurso em Sentido Estrito nº 481.919-3/4-00


Arts. 121, “caput”, do Cód. Penal; art. 408 do Cód. Proc. Penal;
art. 463, nº I, do Cód. Proc. Civil

–“É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não
arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de
ofício” (Súmula nº 160 do STF).
– Pode o Tribunal, por aplicação analógica do art. 463, nº I, do Cód. Proc.
Civil, emendar erro material da pronúncia, que não faz menção
expressa de circunstância qualificativa do homicídio.
–“O projeto não deixa respiradouro para o frívolo curialismo, que se
compraz em espiolhar nulidades. É consagrado o princípio geral de que
nenhuma nulidade ocorre se não há prejuízo para a acusação ou a
defesa” (Francisco Campos, Exposição de Motivos do Código de
Processo Penal, nº XVII).
– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a
julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).

Voto nº 7893

Recurso em Sentido Estrito nº 913.624-3/0-00


Arts. 121, § 2º, ns. III e IV, do Cód. Penal;
arts. 3º e 408 do Cód. Proc. Penal; art. 501 do Cód. Proc. Civil;
art. 5º, nº XXXVIII, letra d, da Const. Fed.

– Salvo se comprovada a existência de causa objetiva de exclusão de


crime que lhe autorize a absolvição, o acusado de homicídio doloso
deve ser julgado pelo Tribunal do Júri, seu juiz natural e competente
(art. 5º, nº XXXVIII, letra d, da Const. Fed.).
– A retratação singela de confissão extrajudicial não serve para embasar
decreto de impronúncia de acusado de homicídio, se outros indícios
prestigiam a imputação. Para a pronúncia não há mister certeza de
autoria, basta-lhe a alta probabilidade (art. 408 do Cód. Proc. Penal).
– Reza o art. 501 do Cód. Proc. Civil (aplicável ao processo penal por
força do preceito do art. 3º do Cód. Proc. Penal) que “o recorrente
poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso”; pelo que, negócio jurídico unilateral,
não há que opor ao pedido de desistência de agravo em execução,
subscrito pela parte e seu advogado.

Voto nº 5506

Apelação Criminal nº 434.538.3/6


Art. 121, § 2º, ns. I e IV, do Cód. Penal;
art. 121, § 1º, do Cód. Penal;
art. 2º, nº I, da Lei nº 8.072/90

– Salvo se em frontal divergência com a prova dos autos, não se anula


decisão do Júri, que tem por si o preceito constitucional da soberania
de seus veredictos (art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.).
Somente se diz contrária à prova dos autos a decisão que de todo se
afaste da realidade do processo ou das leis da razão, sendo, pois, mais
que extravagante, absurda.
– Torpe é o motivo moralmente reprovável, abjeto e desprezível,
indicativo de depravação espiritual do sujeito (cf. Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 9a. ed., p. 368).
– Configura-se a qualificadora da surpresa (art. 121, § 2º, nº IV, do Cód.
Penal), se o agente, ao encontrar a vítima, desfere-lhe de inopino tiros
de revólver em região nobre, impossibilitada toda a defesa.
– O autor de homicídio qualificado, crime do número dos hediondos,
deve cumprir sua pena sob o regime prisional integralmente fechado,
por força do disposto no art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.

Voto nº 9585

Recurso em Sentido Estrito nº 1.121.393-3/8-00


Arts. 121, § 2º, ns. I e III, e 14, nº II do Cód. Penal;
arts. 23, nº II, e 73 do Cód. Penal;
arts. 408 e 411 do Cód. Proc. Penal

– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a


julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Não é ao Juiz da pronúncia, mas ao Tribunal Popular, juiz natural da
causa, que compete desclassificar tentativa de homicídio para lesões
corporais, se não afastada de plano a hipótese de haver o réu obrado
com intenção homicida ao ferir a vítima em região nobre do corpo.
– Ainda que, em tese, possa absolver o réu com fundamento na legítima
defesa, ao Juiz da pronúncia não é lícito fazê-lo senão quando
comprovada a descriminante legal acima de toda a dúvida razoável (art.
23, nº II, do Cód. Penal).
– Na dúvida sobre a desclassificação do crime para outro da
competência do Juiz singular, deve o Magistrado pronunciar o réu, na
forma do art. 408, “caput”, do Cód. Proc. Penal.
– É doutrina consagrada nos Tribunais que não se deve excluir
qualificadora articulada na denúncia, salvo se manifestamente
improcedente.
Voto nº 9789

“Habeas Corpus” nº 1.175.586-3/9-00


Arts. 121, § 2º, ns. II e IV, e 14, nº II, do Cód. Penal;
arts. 581, nº IV, e 647 do Cód. Proc. Penal;
arts. 5º, nº LXVIII, e 93, nº IX, da Const. Fed.

– Condição fundamental da concessão da ordem de “habeas corpus”, a


liquidez e certeza do direito alegado pelo paciente devem estar
comprovadas nos autos (art. 647 do Cód. Proc. Penal).
– Ainda que instrumento processual de dignidade constitucional, próprio a
tutelar a liberdade do indivíduo, não pode o “habeas corpus” substituir
o recurso ordinário, máxime quando a “causa petendi” respeita a
questões de alta indagação.
– Não é o “habeas corpus” — mas o recurso em sentido estrito (art. 581,
nº IV, do Cód. Proc. Penal) — o remédio jurídico idôneo para impugnar
decisão que pronuncia o réu para julgamento pelo Tribunal do Júri.
– À luz da melhor orientação pretoriana, o prolator “da sentença de
pronúncia deve exarar sua decisão em termos sóbrios e comedidos, a
fim de não exercer qualquer influência no ânimo dos jurados” (Rev.
Tribs., vol. 522, p. 361; apud Damásio E. Jesus, Código de Processo
Penal Anotado, 22a. ed., p. 338).
– A sentença de pronúncia que, mediante justificação em termos sóbrios
e comedidos, admite a qualificadora articulada na denúncia não incorre
na tacha de nulidade, antes atende ao preceito da Constituição Federal,
que determina sejam “fundamentadas todas as decisões” (art. 93, nº
IX).

Voto nº 9915

Recurso em Sentido Estrito nº 1.171.963-3/0-00


Arts. 121, § 2º, ns. II e IV, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 408 do Cód. Proc. Penal; art. 93, nº IX, Const. Fed.

– A linguagem do Magistrado, ao proferir sentença de pronúncia, não


deve ser tão profunda e prolixa, que pareça ferir o mérito da causa, nem
tão sutil e etérea, que não dê a conhecer as razões que o induziram a
mandar o réu a júri.
– O julgador que, de modo sucinto e com sobriedade, discorre das
qualificadoras do homicídio articuladas na denúncia contra o réu, para
afastá-las ou acolher, não infringe a lei nem conculca direito de terceiro,
antes atende a critério de legalidade estrita, a saber: art. 408 do Cód.
Proc. Penal e art. 93, nº IX, da Constituição da República.
– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a
julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– As qualificadoras articuladas na denúncia apenas podem ser excluídas
quando manifesta sua inocorrência; do contrário, são os Jurados os que
sobre elas se devem pronunciar, porque matéria de sua competência.

Voto nº 9974

Recurso em Sentido Estrito nº 1.172.727-3/1-00


Arts. 121, § 2º, nº II, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 129 do Cód. Penal; art. 408 do Cód. Proc. Penal

– O justo cai sete vezes por dia (“justus septies in die cadit”).
– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a
julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Não é ao Juiz da pronúncia, mas ao Tribunal Popular, juiz natural da
causa, que compete desclassificar tentativa de homicídio para lesões
corporais, se não afastada de plano a hipótese de haver o réu obrado
com intenção homicida ao ferir a vítima em região nobre do corpo.
– Na dúvida sobre a desclassificação do crime para outro da
competência do Juiz singular, deve o Magistrado pronunciar o réu, na
forma do art. 408, “caput”, do Cód. Proc. Penal.
– É doutrina consagrada nos Tribunais que não se deve excluir
qualificadora articulada na denúncia, salvo se manifestamente
improcedente.
Voto nº 10.160

“Habeas Corpus” nº 1.198.968-3/0-00


Art. 121 do Cód. Penal;
art. 408, § 2º, do Cód. Proc. Penal

– Não tem direito de aguardar solto seu julgamento pelo Tribunal do Júri o
réu que, pronunciado como incurso nas penas do art. 121 do Cód.
Penal, não comprovou possuir mérito pessoal que lhe justificasse a
outorga do benefício (art. 408, § 2º, do Cód. Proc. Penal).
–“Pronunciado o réu, fica superada a alegação de constrangimento ilegal
da prisão por excesso de prazo na instrução” (Súmula nº 21, do STJ).

Voto nº 10.310

Recurso em Sentido Estrito nº 993.08.033327-0


Arts. 121, § 2º, nº IV, e 29 do Cód. Penal;
art. 408 do Cód. Proc. Penal

– Para a pronúncia do acusado, segundo a generalidade dos autores de boa


nota, a jurisprudência dominante em nossos Tribunais e o teor mesmo da
lei, basta que se convença o Juiz da “existência do crime e de indícios
de que o réu seja o seu autor”.
– Muito de notar é o magistral escólio de Bento de Faria: “A frequentes
naufrágios se arriscaria a Justiça, se a lei fizesse depender de
convicção, quer dizer, de prova plena, o ato provisório da pronúncia”
(Código de Processo Penal, 1960, vol. II, pp. 124-125).
– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a
julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Salvo se manifesta sua inocorrência, não é de bom exemplo afastar,
desde logo, na fase da pronúncia, as qualificadoras do homicídio; ao
Tribunal do Júri, como a seu Juiz natural, é que, em princípio, cabe
apreciá-lo (art. 121, § 2º, nº IV, do Cód. Penal).

Voto nº 10.911

Recurso em Sentido Estrito nº 990.08.075279-0


Arts. 121, § 2º, ns. II e IV, e 29 do Cód. Penal;
art. 409, parág. único, do Cód. Proc. Penal

– Para submeter alguém a julgamento perante o Tribunal do Júri, não


bastam rumores ou conjecturas, é mister a existência de indícios
veementes ou alta probabilidade da autoria de crime doloso contra a
vida.
– A falta de indícios suficientes da autoria do crime que lhe é imputado
obriga à impronúncia do réu (art. 409 do Cód. Proc. Penal).
– Enquanto não extinta sua punibilidade, poderá “ser instaurado processo
contra o réu, se houver novas provas” (art. 409, parág. único, do Cód.
Proc. Penal).

Voto nº 11.069

Recurso em Sentido Estrito nº 990.08.108032-0


Arts. 121, § 2º, nº IV; 155, § 4º, nº IV, e 29 do Cód. Penal;
arts. 79 e 408 do Cód. Proc. Penal;
art. 93, nº IX, Const. Fed.

– A linguagem do Magistrado, ao proferir sentença de pronúncia, não


deve ser tão profunda e prolixa, que pareça ferir o mérito da causa, nem
tão sutil e etérea, que não dê a conhecer as razões que o induziram a
mandar o réu a júri.
– O julgador que, de modo sucinto e com sobriedade, discorre das
qualificadoras do homicídio articuladas na denúncia contra o réu, para
afastá-las ou acolher, não infringe a lei nem conculca direito de terceiro,
antes atende a critério de legalidade estrita, a saber: art. 408 do Cód.
Proc. Penal e art. 93, nº IX, Constituição da República.
– Segundo a comum opinião dos doutores, para a pronúncia não é mister
mais que a prova da realidade do crime e indícios da responsabilidade
do réu (art. 408 do Cód. Proc. Penal).
– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a
julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– As qualificadoras articuladas na denúncia apenas podem ser excluídas
quando manifesta sua inocorrência; do contrário, são os Jurados os que
sobre elas se devem pronunciar, porque matéria de sua competência.
– A conexão importa unidade de processo e julgamento (art. 79 do Cód.
Proc. Penal).

Voto nº 11.514

Recurso em Sentido Estrito nº 990.08.195189-4


Arts. 121, § 2º, ns. II e IV, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 23, nº II, do Cód. Penal;
arts. 408 e 413,“caput”, do Cód. Proc. Penal

– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a


julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Ainda que, em tese, possa absolver o réu com fundamento na legítima
defesa, ao Juiz da pronúncia não é lícito fazê-lo senão quando
comprovada a descriminante legal acima de toda a dúvida razoável (art.
23, nº II, do Cód. Penal).
– Salvo se manifesta sua inocorrência, não é de bom exemplo afastar,
desde logo, na fase da pronúncia, as qualificadoras do homicídio; ao
Tribunal do Júri, como a seu Juiz natural, é que, em princípio, cabe
apreciá-lo (art. 121, § 2º, ns. II e IV, do Cód. Penal).
–“Nos processos da competência do Júri o Juiz sumariante só deve arredar
as qualificadoras articuladas na denúncia quando for manifesta sua
inocorrência” (Rev. Tribs., vol. 577, p. 348; rel. Cunha Camargo).

Voto nº 11.923
Recurso em Sentido Estrito nº 990.09.059523-0
Arts. 121, § 2º, nº I, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 413, “caput”, do Cód. Proc. Penal

– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a


julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 413 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Segundo a comum opinião dos doutores, para a pronúncia não é mister
mais que a prova da realidade do crime e indícios da responsabilidade
do réu (art. 413 do Cód. Proc. Penal).
– Salvo se manifesta sua inocorrência, não é de bom exemplo afastar,
desde logo, na fase da pronúncia, as qualificadoras do homicídio; ao
Tribunal do Júri, como a seu Juiz natural, é que, em princípio, cabe
apreciá-lo (art. 121, § 2º, nº I, e art. 14, nº II, do Cód. Penal).

Voto nº 12.095

Recurso em Sentido Estrito nº 990.09.034556-0


Arts. 121, § 2º, nº I, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 413, “caput”, do Cód. Proc. Penal

– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a


julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 413 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Segundo a comum opinião dos doutores, para a pronúncia não é mister
mais que a prova da realidade do crime e indícios da responsabilidade
do réu (art. 413 do Cód. Proc. Penal).
– Salvo se manifesta sua inocorrência, não é de bom exemplo afastar,
desde logo, na fase da pronúncia, as qualificadoras do homicídio; ao
Tribunal do Júri, como a seu Juiz natural, é que, em princípio, cabe
apreciá-lo (art. 121, § 2º, nº I, e art. 14, nº II, do Cód. Penal).
–“Na dúvida razoável sobre o não-reconhecimento das circunstâncias
elementares, preferível será deixar para o Tribunal do Júri a decisão
sobre a matéria, porque é este, por força de mandamento consti-
tucional, o juiz natural da lide” (José Frederico Marques, Elementos
de Direito Processual Penal, 1a. ed., vol. III, p. 200).

Voto nº 12.209

Recurso em Sentido Estrito nº 990.08.094647-1


Arts. 121, § 2º, ns. II e IV, e 23, nº II, do Cód. Penal;
arts. 79, 408 e 413, “caput”, do Cód. Proc. Penal;
art. 14 da Lei nº 10.826/03

– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a


julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Ainda que, em tese, possa absolver o réu com fundamento na legítima
defesa, ao Juiz da pronúncia não é lícito fazê-lo senão quando
comprovada a descriminante legal acima de toda a dúvida razoável (art.
23, nº II, do Cód. Penal).
– Salvo se manifesta sua inocorrência, não é de bom exemplo afastar,
desde logo, na fase da pronúncia, as qualificadoras do homicídio; ao
Tribunal do Júri, como a seu Juiz natural, é que, em princípio, cabe
apreciá-lo (art. 121, § 2º, ns. II e IV, do Cód. Penal).
–“Nos processos da competência do Júri o Juiz sumariante só deve arredar
as qualificadoras articuladas na denúncia quando for manifesta sua
inocorrência” (Rev. Tribs., vol. 577, p. 348; rel. Cunha Camargo).
– A conexão importa unidade de processo e julgamento (art. 79 do Cód.
Proc. Penal).

Voto nº 12.323

Recurso em Sentido Estrito nº 990.08.142038-4


Arts. 121, § 2º, nº II, e 14, nº II; 129, § 2º, nº IV, do Cód. Penal;
arts. 107, nº IV; 109, nº IV, e 117, nº II, do Cód. Penal;
Súmula nº 191 do STJ

–“A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal


do Júri venha a desclassificar o crime” (Súmula nº 191 do STJ).
–“Pronúncia: havendo desclassificação da infração penal pelo Tribunal
do Júri (ex.: de tentativa de homicídio para lesões dolosas), a decisão
de pronúncia continua sendo marco interruptivo da prescrição”
(Guilherme de Souza Nucci, Código Penal Comentado, 5a. ed., pp.
478-479).

Uso de Algemas no Plenário do Júri


(Súmula Vínculante nº 11 do STF)

Voto nº 10.933

“Habeas Corpus” nº 990.08.081956-9


Art. 121, § 2º, ns. II e IV, do Cód. Penal;
arts. 497, nº I, e 563 do Cód. Proc. Penal;
art. 105, nº I, alíneas a e c, da Const. Fed.

– É ao Colendo Superior Tribunal de Justiça que compete julgar


“habeas corpus” impetrado contra ato do Tribunal de Justiça,
conforme o preceito do art. 105, nº I, alíneas a e c, da Constituição
Federal, explicitado pela Emenda Constitucional nº 22, de 18 de março
de 1999 (cf. HC nº 78.069-9/MG; 2a. Turma; rel. Min. Marco Aurélio;
DJU 14.5.99).
– A arguição de nulidade do julgamento, por ter sido o réu obrigado ao
uso de algemas no plenário do Júri — o que influíra no ânimo dos
jurados —, não pode ser de plano acolhida, já que está subordinada ao
regime legal da prova do prejuízo (art. 563 do Cód. Proc. Penal).
– A admitir-se que o uso de algemas fosse poderoso para inculcar a
culpabilidade do réu, nenhum sairia absolvido da barra do Júri e, “a
contrario sensu”, todos os que, sem elas, se apresentassem perante os
jurados alcançariam sempre absolvição. A lição da experiência vulgar
refuta, porém, semelhante argumento.
– Se o Juiz-Presidente do Tribunal do Júri não autorizou ficasse o réu sem
algemas, é de presumir que o não aconselhavam as circunstâncias do
caso, ou pela periculosidade do agente, ou pela necessidade de
preservar a incolumidade das pessoas presentes à sessão de julgamento.
– A Súmula Vinculante nº 11, editada pelo Colendo Supremo Tribunal
Federal, apenas veda o uso de algemas nos casos em que de todo o
ponto desnecessárias, segundo o prudente arbítrio do Juiz-Presidente do
Tribunal do Júri, a quem compete “regular a polícia das sessões” (art.
497, nº I, do Cód. Proc. Penal).

Voto nº 10.956

“Habeas Corpus” nº 990.08.077898-6


Arts. 497, nº I, e 563 do Cód. Proc. Penal;
art. 199 da Lei de Execução Penal;
art. 105, nº I, alíneas a e c, da Const. Fed.

– É ao Colendo Superior Tribunal de Justiça que compete julgar


“habeas corpus” impetrado contra ato do Tribunal de Justiça,
conforme o preceito do art. 105, nº I, alíneas a e c, da Constituição
Federal, explicitado pela Emenda Constitucional nº 22, de 18 de março
de 1999 (cf. HC nº 78.069-9/MG; 2a. Turma; rel. Min. Marco Aurélio;
DJU 14.5.99).
– A arguição de nulidade do julgamento, por ter sido o réu obrigado ao
uso de algemas no plenário do Júri — o que influíra no ânimo dos
jurados —, não pode ser de plano acolhida, já que está subordinada ao
regime legal da prova do prejuízo (art. 563 do Cód. Proc. Penal).
– A admitir-se que o uso de algemas fosse poderoso para inculcar a
culpabilidade do réu, nenhum sairia absolvido da barra do Júri e, “a
contrario sensu”, todos os que, sem elas, se apresentassem perante os
jurados alcançariam sempre absolvição. A lição da experiência vulgar
refuta, porém, semelhante argumento.
– Se o Juiz-Presidente do Tribunal do Júri não autorizou ficasse o réu sem
algemas, é de presumir que o não aconselhavam as circunstâncias do
caso, ou pela periculosidade do agente, ou pela necessidade de
preservar a incolumidade das pessoas presentes à sessão de julgamento.
– A Súmula Vinculante nº 11, editada pelo Colendo Supremo Tribunal
Federal, apenas veda o uso de algemas nos casos em que de todo o
ponto desnecessárias, segundo o prudente arbítrio do Juiz-Presidente do
Tribunal do Júri, a quem compete “regular a polícia das sessões” (art.
497, nº I, do Cód. Proc. Penal).
Desaforamento
(Art. 427 do Cód. Proc. Penal)

Voto nº 6291

Desaforamento nº 839.860-3/8-00
Art. 121, § 2º, ns. IV e V, do Cód. Penal;
arts. 121, § 2º, ns. IV e V, 14, nº II, e 69 do Cód. Penal;
art. 424 do Cód. Proc. Penal

– No interesse da ordem pública, ameaçada pela comoção social


decorrente de crime da última hediondez, e em razão de fortes dúvidas
acerca da segurança pessoal dos jurados, vítimas e testemunhas e da
imparcialidade do júri, é força deferir pedido, formulado pelo Juiz de
Direito da Comarca, de desaforamento do julgamento pelo Tribunal do
Júri (art. 424 do Cód. Proc. Penal).
– A decisão soberana dos jurados, tomada “ex informata conscientia”,
mostra-se inconciliável com a possibilidade de tráfico de influência de
sujeitos poderosos e de ameaças àqueles que haverão de integrar o
Conselho de Sentença.

Voto nº 6350

Desaforamento nº 856.525-3/4-00
Art. 121, § 2º, ns. I e IV, do Cód. Penal;
art. 424 do Cód. Proc. Penal

– Com ser derrogação do princípio geral da competência pelo lugar da


infração, o desaforamento de julgamento pelo Tribunal do Júri somente
se admite em casos excepcionais, à vista de razões de grande peso e
tomo, previstas em lei (art. 424 do Cód. Proc. Penal); não no autorizam
meras conjecturas, sem apoio em fatos reais capazes de influir no ânimo
dos jurados e inibi-los de decidir de acordo cm a “consciência e os
ditames da justiça”.
– A condição de policial, por si só, não justifica o desaforamento do
processo, pois não faz contra o réu; aliás, registram os fastos forenses
exemplos copiosos em que tal circunstância depôs muito a favor de
indivíduos que a souberam honrar no desempenho de suas funções, por
seu nobre e generoso caráter.

Voto nº 7743

Recurso em Sentido Estrito nº 491.773-3/5-00


Art. 121, § 2º, ns. I e IV, do Cód. Penal;
arts. 366, 408, 424 e 570 do Cód. Proc. Penal

–“A falta ou nulidade da citação (...) estará sanada, desde que o


interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare
que o faz para o único fim de argui-la” (art. 570 do Cód. Proc. Penal).
– Segundo a comum opinião dos doutores, para a pronúncia não é mister
mais que a prova da realidade do crime e indícios da responsabilidade
do réu (art. 408 do Cód. Proc. Penal).
– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a
julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Na fase do “judicium accusationis” não podem ser excluídas as
qualificadoras, exceto se reputadas incompatíveis com as circuns-
tâncias do fato criminoso. Ao Conselho de Sentença, como a quem é o
juiz da causa, competirá afirmar se, no caso sujeito, concorrem ou não
qualificadoras.
– Com ser derrogação do princípio geral da competência pelo lugar da
infração, o desaforamento de julgamento pelo Tribunal do Júri somente
se admite em casos excepcionais, à vista de razões de grande peso e
tomo, previstas em lei (art. 424 do Cód. Proc. Penal); não no autorizam
meras conjecturas, sem apoio em fatos reais capazes de influir no ânimo
dos jurados e inibi-los de decidir de acordo com a “consciência e os
ditames da justiça”.
Voto nº 5993

Desaforamento nº 474.521-3/1-00
Arts. 121, § 2º, ns. III e V; 213 e 214 do Cód. Penal;
art. 424 do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº LV, da Const. Fed.

– No interesse da ordem pública, ameaçada pela comoção social


decorrente de crime da última hediondez, e em razão de fortes dúvidas
acerca da segurança pessoal do réu e da imparcialidade do júri, é força
deferir pedido, formulado de ofício pelo Juiz de Direito da Comarca, de
desaforamento do julgamento pelo Tribunal do Júri (art. 424 do Cód.
Proc. Penal).
– Pelo que respeita à dificuldade em achar advogado que proceda à defesa
em plenário de réu de crime atroz e repugnante, cabe advertir que ainda
o mais vil dos homens não decai nunca da proteção da lei. Excelen-
temente, Rui: “A defesa não quer o panegírico da culpa, ou do
culpado, sua função consiste em ser, ao lado do acusado, inocente ou
criminoso, a voz de seus direitos legais” (Obras Completas, vol.
XXXVIII, t. II, p. 10).

Voto nº 1976

Conflito de Jurisdição e Competência nº 1.173.763/3


Art. 70 do Cód. Proc. Penal (competência)

– Reza o art. 70 do Cód. Proc. Penal que a competência será, de regra,


determinada pelo lugar em que se consumar a infração.
–“No direito brasileiro, o foro comum ou geral, na justiça criminal, é o do
lugar da infração, isto é, o denominado forum delicti comissi” (José
Frederico Marques, Elementos de Direito Processual Penal, 1a. ed.,
vol. I, p. 237).
–“No homicídio culposo, o momento consumativo é aquele em que se
verifica a morte da vítima” (Damásio E. de Jesus, Código de Processo
Penal Anotado, 13a. ed., p. 88).
– Se incompetente (“ratione loci”) o Juízo suscitante, ainda que
antecedera ao Juízo suscitado na prática de algum ato do processo ou de
medida a este relativa (art. 83 do Cód. Proc. Penal), seu despacho de
arquivamento de inquérito policial não é apto a prevenir-lhe a
competência.

Voto nº 12.467

Desaforamento nº 990.09.214623-8
Art. 70 do Cód. Proc. Penal (competência);
art. 424 do Cód. Proc. Penal

– “Justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”


(Rui Barbosa, Oração aos Moços, 1a. ed., p. 42).
– Desaforar o julgamento de processo da competência do Júri é ferir de rosto
o princípio do Juiz Natural. Donde haver opinado Rafael Magalhães que
só tem lugar desde que “as circunstâncias especiais do caso manifestem um
aspecto de acentuada anormalidade, capazes de escusar as
inconveniências do desaforamento” (apud José Frederico Marques, A
Instituição do Júri, 1963, p. 154).
– O desaforamento constitui “derrogação da regra fundamental de que o
réu deve ser julgado no distrito da culpa” (RTJ, vol. 51, p. 671), e certa
demora na realização do julgamento, estando o réu solto, não lhe implica,
pelo comum, prejuízo irreparável, tampouco ofende a majestade da Justiça.
– O Magistrado, com o arbítrio e diligência do bom varão, dará as provi-
dências que lhe estejam nas mãos para abreviar, se possível, o tempo de
espera do julgamento do réu pelo Júri; se não, é resignar-se ao império
inexorável da conjuntura adversa. “Nemo tenetur ad impossibilia”!

Decisão dos Jurados


(Veredicto)

Voto nº 6384

Apelação Criminal nº 481.248-3/1-00


Arts. 121, § 2º, nº IV, e 14, nº II, do Cód. Penal;
Art. 593, nº III, § 3º, do Cód. Proc. Penal;
Art. 36 do Código Criminal do Império do Brasil

– Infração grave da verdade sabida, não pode prevalecer veredicto do


Conselho de Sentença proferido contra a conclusão expressa do laudo de
exame de corpo de delito. Em tal caso, será força, portanto, submeter o
réu a novo julgamento pelo Tribunal do Júri, que só este poderá reparar a
injustiça de sua decisão (art. 593, nº III, § 3º, do Cód. Proc. Penal).
–“Melhor será que a sentença não erre. Mas, se cair em erro, o pior é que
se não corrija” (Rui, Oração aos Moços, 1a. ed., p. 46).
– É de notável circunspecção o parecer da Procuradoria Geral de Justiça
que, à conta da extrema precariedade da prova reunida no processado,
propõe seja o réu submetido a novo julgamento pelo Tribunal do Júri,
pois unicamente na certeza deve assentar o decreto condenatório.
–“Nenhuma presunção, por mais veemente que seja, dará motivo para
imposição de pena” (art. 36 do Código Criminal do Império do Brasil).

Voto nº 5513

Apelação Criminal nº 428.017.3/0


Art. 121, § 2º, nº IV, do Cód. Penal;
art. 2º, nº I, da Lei nº 8.072/90; art. 563 do Cód. Proc. Penal

– A observância da forma é, em muitos casos, a pedra angular do edifício


que assegura a validade do ato jurídico. Anular, entretanto, um ato ou
todo o processo, pela postergação de formalidade que não influiu na
apuração dos fatos ou na decisão da causa, será render exagerado preito
de vassalagem à lei e imolar na ara do “frívolo curialismo”. Donde o
haver disposto o art. 563 do Cód. Proc. Penal: “Nenhum ato será
declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou
para a defesa”.
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri (proferidas
“ex informata conscientia”) somente se anulam quando em total rebeldia
com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada corrupção ou
prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.).

Voto nº 6385

Embargos Infringentes nº 463.268-3/2-01


Arts. 121, § 2º, nº IV, e 29 do Cód. Penal;
art. 609, parág. único, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.

– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a evidência


dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da soberania
dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art. 5º, nº
XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à prova
dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento algum,
constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da realidade
processual.
– Conforme tradicional concepção do Tribunal do Júri, os juízes leigos
julgam “secundum conscientiam”, ou seja, de acordo com o princípio da
convicção íntima. Salvo o caso de afronta à evidência dos autos ou
corrupção dos jurados, suas decisões não admitem reforma.
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a decisão
dos jurados se tem um mínimo de fundamento na prova; que tal decisão
já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
–“O voto vencido não é uma rebeldia, é uma semente” (Eliézer Rosa, A
Voz da Toga, 2a. ed., p. 50). “Um bom acórdão é o que traz um voto
vencido” (Idem, ibidem, p. 51).

Voto nº 8468

Apelação Criminal nº 467.257-3/0-00

Art. 121, § 2º, ns. I e IV, do Cód. Penal;


arts. 209 e 417, § 2º, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.

– Embora a busca da verdade real seja a alma e o escopo do processo,


não pode a Acusação ouvir, no plenário do Júri, testemunha cujo
nome não constou do rol apresentado com o libelo, salvo se o admitir o
Magistrado, o qual lhe tomará depoimento como a testemunha do Juízo
(art. 209 do Cód. Proc. Penal).
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a
evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova; que
tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
–“Se existem duas versões do fato e o júri aceita uma, que não se mostra
evidentemente falsa, não é possível reconhecer que a decisão tenha sido
manifestamente contrária à prova dos autos” (Rev. Forense, vol. 167,
p. 412).

Voto nº 5496

Apelação Criminal nº 435.961.3/3


Art. 121, § 2º, ns. I e III, do Cód. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri (proferidas


“ex informata conscientia”) somente se anulam quando em franca
rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada corrupção
ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const.
Fed.).
– Torpe é o motivo moralmente reprovável, abjeto e desprezível,
indicativo de depravação espiritual do sujeito (cf. Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 9a. ed., p. 368).
– A dificuldade ou impossibilidade de defesa da vítima não entende com
suas condições pessoais, mas com o “modus operandi” do agente (art.
121, § 2º, nº IV, do Cód. Penal).

Voto nº 5512

Apelação Criminal nº 425.168.3/6


Art. 121, § 2º, ns. I e IV, do Cód. Penal;
art. 2º, § 1º , da Lei nº 8.072/90

– Em face da soberania constitucional de suas decisões, os veredictos do


Júri não se anulam, exceto se em contradição manifesta com a prova
dos autos, ou em caso de corrupção ou prevaricação dos jurados.
Contrária à prova dos autos é somente aquela decisão que neles não
depara fundamento algum.
– Torpe é o motivo moralmente reprovável, abjeto e desprezível,
indicativo de depravação espiritual do sujeito (cf. Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 9a. ed., p. 368).
– Configura-se a qualificadora da surpresa (art. 121, § 2º, nº IV, do Cód.
Penal), se o agente, arma em punho, interpela a vítima e no mesmo
ponto lhe desfere tiros na cabeça, impossibilitando-lhe toda defesa.
Voto nº 5517

Recurso em Sentido Estrito nº 299.649.3/0


Art. 121, “caput”, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 129, § 1º, nº I, do Cód. Penal

– Não é ao Juiz da pronúncia, mas ao Tribunal Popular, juiz natural da


causa, que compete desclassificar tentativa de homicídio para lesões
corporais, se não afastada de plano a hipótese de haver o réu obrado
com intenção homicida ao golpear a vítima com arma branca em região
nobre do corpo.
– Na dúvida sobre a desclassificação do crime para outro da
competência do Juiz singular, deve o Magistrado pronunciar o réu, na
forma do art. 408, “caput”, do Cód. Proc. Penal.
– O autor de homicídio qualificado, crime do número de hediondos, deve
cumprir sua pena sob o regime prisional integralmente fechado, por
força do disposto no art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.

Voto nº 5518

Recurso em Sentido Estrito nº 300.097.3/0


Art. 121, § 2º, ns. II e IV, do Cód. Penal;
art. 411 do Cód. Proc. Penal

– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a


julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Ainda que, em tese, possa absolver o réu com fundamento na legítima
defesa, ao Juiz da pronúncia não é lícito fazê-lo senão quando
comprovada a descriminante legal acima de toda a dúvida razoável (art.
23, nº II, do Cód. Penal).
Voto nº 5519

Apelação Criminal nº 303.133.3/7


Art. 121, § 2º, ns. III e IV, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 65, ns. I e III, letra d, do Cód. Penal

– Máxime quando produzida perante o Magistrado, “nada traz mais


certeza da autoria de um delito do que uma confissão livre, clara,
sincera, sem qualquer vício” (Hélio Tornaghi, Curso de Processo
Penal, 1980, vol. I, p. 381).
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a
evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.

Voto nº 5535

Recurso em Sentido Estrito nº 310.212.3/4


Art. 121, “caput”, do Cód. Penal;
art. 408 do Cód. Proc. Penal

– Salvo se comprovada a existência de causa objetiva de exclusão de


crime que lhe autorize a absolvição, o acusado de homicídio doloso
deve ser julgado pelo Tribunal do Júri, seu juiz natural e competente
(art. 5º, nº XXXVIII, letra d, da Const. Fed.).
– A retratação singela de confissão extrajudicial não serve para embasar
decreto de impronúncia de acusado de homicídio, se outros indícios
prestigiam a imputação. Para a pronúncia não há mister certeza de
autoria, basta-lhe a alta probabilidade (art. 408 do Cód. Proc. Penal).

Voto nº 5538

Recurso em Sentido Estrito nº 304.462.3/5


Art. 121, “caput”, do Cód. Penal; art. 23 do Cód. Penal;
art. 408 do Cód. Proc. Penal

– Segundo a comum opinião dos doutores, para a pronúncia não é mister


mais que a prova da realidade do crime e indícios da responsabilidade
do réu (art. 408 do Cód.Proc. Penal).
– Não é ao Juiz da pronúncia, mas ao Tribunal Popular, juiz natural da
causa, que compete julgar réu de homicídio, exceto na hipótese de ter
obrado sob a égide de descriminante legal (art. 23 do Cód. Penal).
– Ainda que, em tese, possa absolver o réu com fundamento na legítima
defesa, ao Juiz da pronúncia não é lícito fazê-lo senão quando
comprovada a descriminante legal acima de toda a dúvida razoável (art.
23, nº II, do Cód. Penal).
– Na dúvida sobre a desclassificação do crime para outro da compe-
tência do Juiz singular, deve o Magistrado pronunciar o réu, na forma do
art. 408, “caput”, do Cód. Proc. Penal.

Voto nº 5954

Apelação Criminal nº 453.289-3/8-00


Art. 121, “caput”, do Cód. Penal;
arts. 26, parág. único, e 28, nº II, do Cód. Penal;
art. 593, nº III, letra c, e § 2º, do Cód. Proc. Penal

– O argumento da embriaguez não aproveita ao infrator, exceto se


completa e involuntária. A embriaguez voluntária, dispõe a lei que não
elide a responsabilidade criminal do agente porque não lhe exclui a
imputabilidade (art. 28, nº II, do Cód. Penal). Também não lhe autoriza
a atenuação da pena privativa de liberdade, por não ser hipótese de
responsabilidade diminuída (art. 26, parág. único).
– Nada obsta que a 2a. Instância conceda ao réu mais do que pleiteou em
seu recurso. É que, sobre favorecê-lo, isso não causa dano à sociedade,
empenhada também na realização da justiça, que se resume na fórmula
“dar a cada um o que lhe corresponde em direito” (“jus suum cuique
tribuere”).
– Ao apreciar o mérito da apelação interposta pelo réu contra decisão do
Júri, pode o Tribunal — à luz de jurisprudência consagrada pelo
Excelso Pretório — excluir qualificadora do homicídio, se não
caracterizada (cf. RTJSTF, vol. 103, p. 697; rel. Min. Soares Muñoz).
– A embriaguez, mesmo incompleta, exclui a futilidade da motivação na
prática de homicídio (art. 121, § 2º, nº II, do Cód. Penal).
– Não se configura a qualificadora da surpresa, no caso de ter sido
praticado o homicídio durante discussão entre réu e vítima (art. 121, §
2º, nº IV, do Cód. Penal).

Voto nº 10.092

Apelação Criminal nº 1.185.839-3/2-00

Art. 121, § 2º, nº IV, do Cód. Penal; art. 23, nº II, do Cód. Penal;
arts. 156, 563, 566 e 593, nº III, alínea d, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– Nulidade de ato processual somente se declara em face de prova plena e


incontroversa de prejuízo das partes, ou se “houver influído na
apuração da verdade substancial ou na decisão da causa” (arts. 563 e
566 do Cód. Proc. Penal).
– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e
exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente
para não cair em erro crasso.
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri
(proferidas “ex informata conscientia”) somente se anulam quando em
franca rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada
corrupção ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da
Const. Fed.).

Voto nº 10.116

Apelação Criminal nº 895.032-3/0-00


Art. 121, § 2º, ns. I e IV, do Cód. Penal;
art. 593, nº III, alínea d, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– Em face da soberania constitucional de suas decisões, os veredictos do


júri não se anulam, exceto se em contradição manifesta com a prova dos
autos, ou em caso de corrupção ou prevaricação dos jurados. Contrária
à prova dos autos é somente aquela decisão que neles não depara
fundamento algum.
– Torpe é o motivo moralmente reprovável, abjeto e desprezível,
indicativo de depravação espiritual do sujeito (cf. Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 406).
– A Lei nº 11.464, de 28.3.2007, atenuou o rigor da Lei dos Crimes
hediondos (Lei nº 8.072/90), no que respeita à progressão no regime
prisional de cumprimento de pena. Se o sentenciado primário tiver dela
descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e conspiram os mais
requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).

Voto nº 10.362

Apelação Criminal nº 993.08.028360-5


Art. 121, § 2º, ns. I e IV, do Cód. Penal; art. 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 593, nº III, alínea d, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, ns. XXXVIII, alínea c, LXIII, da Const. Fed.

– Ainda que direito seu, consagrado pelo texto constitucional (art. 5º, nº
LXIII), causa perplexidade isto de não querer defender-se o réu como
fazem as pessoas inocentes, segundo lhes ensinou a voz da Natureza,
pela palavra e até pela força. Donde o prolóquio: “qui tacet, consentire
videtur” (quem cala, consente).
– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e
exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente
para não cair em erro crasso.
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri (proferidas
“ex informata conscientia”) somente se anulam quando em franca
rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada corrupção
ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const.
Fed.).

Voto nº 10.479

Apelação Criminal nº 993.08.012285-7


Art. 121, § 2º, ns. I, III e IV, do Cód. Penal;
art. 155 do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a
evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
– Embora já pertença à arqueologia jurídica — Deus seja louvado! — o
argumento de que a Polícia costuma extrair a confissão a infelizes
juntamente com suas fibras musculares, “a confissão perante a
autoridade policial normalmente é repelida, pela suspeita de coação”
(Rev. Forense, vol. 226, p. 362).
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova;
que tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
–“Se existem duas versões do fato e o júri aceita uma, que não se mostra
evidentemente falsa, não é possível reconhecer que a decisão tenha sido
manifestamente contrária à prova dos autos” (Rev. Forense, vol. 167,
p. 412).

Voto nº 10.490

Apelação Criminal nº 993.08.033754-3


Art. 121, § 2º, nº III, do Cód. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.

– Máxime quando produzida perante o Magistrado, “nada traz mais


certeza da autoria de um delito do que uma confissão livre, clara,
sincera, sem qualquer vício” (Hélio Tornaghi, Curso de Processo
Penal, 1980, vol. I, p. 381).
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a
evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova; que
tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
– Considera-se qualificado pelo motivo cruel o homicídio praticado por
agente que, após atrair a vítima a lugar ermo, cose-a a facadas e, entre
sofrimentos atrozes, põe-lhe termo à vida (art. 121, § 2º, nº III, do Cód.
Penal).
– Emboscada é “a espera, por parte do agente, da passagem ou chegada
da vítima descuidada, para feri-la de improviso” (Julio Fabbrini
Mirabete, Manual de Direito Penal, 9a. ed., vol. II, p. 73).

Voto nº 10.556

Apelação Criminal nº 993.08.034641-0


Art. 121, “caput”, do Cód. Penal; art. 25 do Cód. Penal;
art. 593, nº III, alínea d, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e


exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente
para não cair em erro crasso.
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri (proferidas
“ex informata conscientia”) somente se anulam quando em franca
rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada corrupção
ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const.
Fed.).
– Àquele que invoca a descriminante legal de legítima defesa cabe
demonstrá-la acima de toda a dúvida, pois aqui a falta de prova faz as
vezes de confissão do crime (art. 25 do Cód. Penal).
– Não é contrária à evidência dos autos decisão condenatória apoiada em
laudo pericial e nas palavras de testemunhas presenciais idôneas, antes
se reputa bem fundamentada, pois tem por si prova excelente.
Voto nº 10.641

Apelação Criminal nº 993.07.053727-2


Art. 121, § 2º, nº IV, do Cód. Penal; art. 25 do Cód. Penal;
art. 593, nº III, § 3º, do Cód. Proc. Penal

– Infração grave da verdade sabida, não pode prevalecer veredicto do


Conselho de Sentença proferido contra prova testemunhal segura e
convincente. Nesse caso, cumprirá submeter o réu a novo julgamento
pelo Tribunal do Júri, que só este poderá reparar a injustiça de sua
decisão (art. 593, nº III, § 3º, do Cód. Proc. Penal).
–“Melhor será que a sentença não erre. Mas, se cair em erro, o pior é que
se não corrija” (Rui, Oração aos Moços, 1a. ed., p. 46).
– É de notável circunspecção o parecer da Procuradoria Geral de Justiça
que, à vista de incorreta aferição da prova, propõe seja o réu submetido
a novo julgamento pelo Tribunal do Júri, pois unicamente na certeza
deve assentar o decreto condenatório.

Voto nº 10.707

“Habeas Corpus” nº 990.08.050654-4


Art. 121, “caput”, do Cód. Penal;
art. 408, § 2º, do Cód. Proc. Penal

– Não tem direito de aguardar solto seu julgamento pelo Tribunal do Júri o
réu que, pronunciado como incurso nas penas do art. 121 do Cód.
Penal, não comprovou possuir mérito pessoal que lhe justificasse a
outorga do benefício (art. 408, § 2º, do Cód. Proc. Penal).
–“Pronunciado o réu, fica superada a alegação de constrangimento ilegal
da prisão por excesso de prazo na instrução” (Súmula nº 21, do STJ).

Voto nº 10.755

Apelação Criminal nº 990.08.056311-4


Art. 121, § 2º, nº I, do Cód. Penal;
arts. 417, § 2º, e 421, parág. único, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e


exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente
para não cair em erro crasso.
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri
(proferidas “ex informata conscientia”) somente se anulam quando em
franca rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada
corrupção ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da
Const. Fed.).
– Pratica homicídio por motivo torpe o sujeito que mata a vítima para
disputar-lhe a mulher, com quem passa a fazer vida (art. 121, § 2º, nº I,
do Cód. Penal).
–“Torpe é o motivo que mais vivamente ofende a moralidade média ou o
sentimento ético-social comum. É o motivo abjeto, ignóbil, repugnante,
que imprime ao crime um caráter de extrema vileza ou imoralidade”
(Nélson Hungria, Comentários ao Código Penal, 6a. ed., vol. V, p.
163).
– Não há desentranhar dos autos documento de caráter lícito e apto a
ilustrar a causa, mandado juntar por despacho do Juízo a requerimento
da Promotoria de Justiça, feito em tempo e forma regular, já que a
pesquisa da verdade real é a alma e o escopo de todo o processo (art.
417, § 2º, do Cód. Proc. Penal).

Voto nº 10.824

Apelação Criminal nº 993.06.000632-0


Arts. 121, § 2º, ns. I e IV, e 29 do Cód. Penal;
art. 593, nº III, alínea d, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– Em face da soberania constitucional de suas decisões, os veredictos do


Júri não se anulam, exceto se em contradição manifesta com a prova
dos autos, ou em caso de corrupção ou prevaricação dos jurados.
Contrária à prova dos autos é somente aquela decisão que neles não
depara fundamento algum.
– Torpe é o motivo moralmente reprovável, abjeto e desprezível,
indicativo de depravação espiritual do sujeito (cf. Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 406).
– Configura-se a qualificadora da surpresa (art. 121, § 2º, nº IV, do Cód.
Penal), se o agente, ao encontrar a vítima, desfere-lhe de inopino tiros
de revólver em região nobre, impossibilitada toda a defesa.
– A Lei nº 11.464, de 28.3.2007, atenuou o rigor da Lei dos Crimes
hediondos (Lei nº 8.072/90), no que respeita à progressão no regime
prisional de cumprimento de pena. Se o sentenciado primário tiver dela
descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e conspiram os mais
requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).
Voto nº 11.056

Revisão Criminal nº 993.05.071371-7


Arts. 121, § 2º, nº IV, e 14, nº II, do Cód. Penal;
arts. 571, nº VIII, e 621 do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.

– As nulidades do julgamento em plenário devem ser arguidas “logo


depois de ocorrerem” (art. 571, nº VIII, do Cód. Proc. Penal), sob pena
de preclusão.
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a
evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
–“Tem-se por improcedente a revisão criminal, quando não ocorre a
alegada contradição entre a sentença e a evidência dos autos” (Rev.
Forense, vol. 166, p. 317).
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova;
que tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
– A Lei nº 11.464, de 28.3.2007, atenuou o rigor da Lei dos Crimes
hediondos (Lei nº 8.072/90) no que respeita à progressão no regime
prisional de cumprimento de pena. Se o sentenciado primário tiver dela
descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e conspiram os mais
requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).

Voto nº 11.330

Apelação Criminal nº 990.08.145865-9


Arts. 121, § 2º, nº II, e 129 do Cód. Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e


exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente
para não cair em erro crasso.
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do Júri
(proferidas “ex informata conscientia”) somente se anulam quando em
franca rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada
corrupção ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da
Const. Fed.).
– Pratica homicídio por motivo fútil o sujeito que, por questão de
somenos, tira a vida a outrem (art. 121, § 2º, nº II, do Cód. Penal).
– O regime fechado, no início, para o autor de homicídio qualificado
(art. 121, § 2º, ns. II e IV, do Cód. Penal), crime da classe dos
hediondos, decorre da vontade expressa da lei (art. 2º, § 1º, da Lei nº
8.072/90).

Voto nº 11.445

Apelação Criminal nº 990.08.102965-0


Art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.

– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a


evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova; que
tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
–“Se existem duas versões do fato e o júri aceita uma, que não se mostra
evidentemente falsa, não é possível reconhecer que a decisão tenha sido
manifestamente contrária à prova dos autos” (Rev. Forense, vol. 167,
p. 412).

Voto nº 11.460

Apelação Criminal nº 990.08.041113-6


Art. 121, § 2º, nº I, do Cód. Penal;
art. 593, nº III, alínea d, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– Em face da soberania constitucional de suas decisões, os veredictos do


Júri não se anulam, exceto se em contradição manifesta com a prova
dos autos, ou em caso de corrupção ou prevaricação dos jurados.
Contrária à prova dos autos é somente aquela decisão que neles não
depara fundamento algum.
– Torpe é o motivo moralmente reprovável, abjeto e desprezível,
indicativo de depravação espiritual do sujeito (cf. Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 406).

Voto nº 11.514

Recurso em Sentido Estrito nº 990.08.195189-4


Arts. 121, § 2º, ns. II e IV, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 23, nº II, do Cód. Penal;
arts. 408 e 413,“caput”, do Cód. Proc. Penal

– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a


julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo declara-
tório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta seja
decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual Penal,
2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Ainda que, em tese, possa absolver o réu com fundamento na legítima
defesa, ao Juiz da pronúncia não é lícito fazê-lo senão quando
comprovada a descriminante legal acima de toda a dúvida razoável (art.
23, nº II, do Cód. Penal).
– Salvo se manifesta sua inocorrência, não é de bom exemplo afastar,
desde logo, na fase da pronúncia, as qualificadoras do homicídio; ao
Tribunal do Júri, como a seu Juiz natural, é que, em princípio, cabe
apreciá-lo (art. 121, § 2º, ns. II e IV, do Cód. Penal).
–“Nos processos da competência do Júri o Juiz sumariante só deve arredar
as qualificadoras articuladas na denúncia quando for manifesta sua
inocorrência” (Rev. Tribs., vol. 577, p. 348; rel. Cunha Camargo).

Voto nº 11.568
Apelação Criminal nº 993.05.023481-9
Art. 121, § 2º, ns. I, III e IV, do Cód. Penal;
art. 593, nº III, alínea d, do Cód. Proc. Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– A confissão extrajudicial do réu, exceto se provar que a fez sob coação,


é valiosa para aferir-lhe a culpabilidade, sobretudo se em harmonia com
os mais elementos do processo, e pode legitimar decreto condenatório.
– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e
exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente
para não cair em erro crasso.
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri (proferidas
“ex informata conscientia”) somente se anulam quando em franca
rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada corrupção
ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const.
Fed.).
– A lição de Ary Franco, glória da instituição do Júri, tem ainda prestígio
e atualidade: “Sempre que o fato se apresente suscetível de ser divisado
à luz de critérios divergentes, capazes de lhe emprestarem diversa
fisionomia moral ou jurídica, qualquer que seja a orientação
vencedora, refletida na decisão do Tribunal, não poderá ser havida
como manifestamente contrária à prova” (O Júri e a Constituição
Federal de 1946, 1956, p. 262).
– O autor de homicídio qualificado (art. 121, § 2º, ns. I, III e IV, do Cód.
Penal), crime da classe dos hediondos, deve cumprir sua pena sob o
regime inicial fechado, por força do preceito do art. 2º, § 1º, da Lei nº
8.072/90.

Voto nº 11.586

Apelação Criminal nº 993.08.017471-7


Art. 121, § 2º, nº IV, do Cód. Penal;
arts. 489 e 490 do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.

– Por evitar contradição ou incoerência entre as respostas aos quesitos


propostos aos jurados, o presidente do Tribunal do Júri mandará
proceder a outra votação, em ordem a que seja preservada a inteireza
dos atos praticados na esfera da Justiça (art. 490 do Cód. Proc. Penal).
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a
evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova;
que tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
–“Se existem duas versões do fato e o júri aceita uma, que não se mostra
evidentemente falsa, não é possível reconhecer que a decisão tenha sido
manifestamente contrária à prova dos autos” (Rev. Forense, vol. 167,
p. 412).

Voto nº 11.956

Apelação Criminal Nº 993.06.050620-0


Art. 121, § 2º, nº II, do Cód. Penal;
art. 2º, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.072/90;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e


exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente
para não cair em erro crasso.
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do Júri
(proferidas “ex informata conscientia”) somente se anulam quando em
franca rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada
corrupção ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da
Const. Fed.).
– Pratica homicídio por motivo fútil o sujeito que, por questão de
somenos, tira a vida a outrem (art. 121, § 2º, nº II, do Cód. Penal).
– Em face da soberania constitucional de suas decisões, os veredictos do
Júri não se anulam, exceto se em contradição manifesta com a prova
dos autos, ou em caso de corrupção ou prevaricação dos jurados.
Contrária à prova dos autos é somente aquela decisão que neles não
depara fundamento algum.
– A Lei nº 11.464, de 28.3.2007, atenuou o rigor da Lei dos Crimes
hediondos (Lei nº 8.072/90), no que respeita à progressão no regime
prisional de cumprimento de pena. Se o sentenciado primário tiver dela
descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e conspiram os mais
requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).

Voto nº 11.976

Apelação Criminal nº 993.03.054462-6


Arts. 121, “caput”, e 14, nº II, do Cód. Penal;
arts. 107, nº IV, 109, nº V, e 110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal;

– Máxime quando produzida perante o Magistrado, “nada traz mais


certeza da autoria de um delito do que uma confissão livre, clara,
sincera, sem qualquer vício” (Hélio Tornaghi, Curso de Processo
Penal, 1980, vol. I, p. 381).
– Configura tentativa de homicídio, e não lesões corporais, o proceder
de quem desfere golpe de arma branca em região nobre do corpo da
vítima, provocando-lhe ferimentos de natureza grave, com perigo de
vida (arts. 121, “caput”, e 14, nº II, do Cód. Penal).
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a
evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova; que
tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
– O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade
do exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código
Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui
forma de prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a
própria sentença condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal
Anotado, 18a. ed., p. 358).

Voto nº 11.997
Apelação Criminal nº 993.01.078155-0
Art. 121, § 2º, nº IV, do Cód. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.

– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a


evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova;
que tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
–“Se existem duas versões do fato e o júri aceita uma, que não se mostra
evidentemente falsa, não é possível reconhecer que a decisão tenha sido
manifestamente contrária à prova dos autos” (Rev. Forense, vol. 167,
p. 412).

Voto nº 12.021

Apelação Criminal nº 993.03.052301-7


Arts. 121, § 2º, ns. II e IV, e 14, nº II, do Cód. Penal;
arts. 132 e 110, § 1º, do Cód. Penal;
arts. 490, parág. único, e 492, § 1º, do Cód. Proc. Penal;
art. 10, § 1º, nº III, da Lei nº 9.437/97

– Por evitar contradição ou incoerência entre as respostas aos quesitos


propostos aos jurados, o presidente do Tribunal do Júri mandará
proceder a outra votação, em ordem a que seja preservada a inteireza
dos atos praticados na esfera da Justiça (art. 490 do Cód. Proc. Penal).
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a
evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova;
que tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
–“Se existem duas versões do fato e o júri aceita uma, que não se mostra
evidentemente falsa, não é possível reconhecer que a decisão tenha sido
manifestamente contrária à prova dos autos” (Rev. Forense, vol. 167,
p. 412).
– Comete o crime do art. 132 do Cód. Penal (perigo para a vida ou
saúde de outrem) o sujeito que, não levando em paciência manobra
irregular efetuada por outro motorista na via pública, dispara-lhe no
veículo tiros de arma de fogo.
– Se o réu não inculcou a intenção de matar — elemento subjetivo do
tipo definido no art. 121 do Cód. Penal —, anda acertadamente o
Magistrado que lhe desclassifica a infração para outra da competência
do Juízo singular, nos termos do art. 410 (atual 492, § 1º) do Cód. Proc.
Penal.
–“Tendo possibilidade de persistir na agressão, mas dela desistindo
voluntariamente, não age o acusado com animus necandi, que é
requisito essencial da tentativa de homicídio” (Rev. Tribs., vol. 566, p.
304; rel. Onei Raphael).
– O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade
do exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código
Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui
forma de prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a
própria sentença condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal
Anotado, 18a. ed., p. 358).

Voto nº 12.320

Apelação Criminal nº 993.03.083378-4


Arts. 121, “caput”, e 20, § 1º, do Cód. Penal;
art. 483, nº III, do Cód. Proc. Penal
– É de notável circunspecção o parecer da Procuradoria Geral de Justiça
que, à vista de equívoco na formulação dos quesitos, propõe seja o réu
submetido a novo julgamento pelo Tribunal do Júri, pois aqui a
observância da forma é pedra-de-toque da realização da justiça.
–“Sempre que negada a necessidade dos meios empregados na defesa
deverá ser indagada a natureza dolosa ou culposa do excesso” (Rev.
Tribs., vol. 599, p. 327; rel. Álvaro Cury).

Voto nº 5970

“Habeas Corpus” nº 474.415-3/8-00


Arts. 121, § 2º, ns. I e IV, e 14, nº II, do Cód. Penal;
arts. 408 e 416 do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº LXIII, da Const. Fed.; Súmula nº 21 do STJ

– Contra o parecer de notáveis juristas, que sustentam não ser o “habeas


corpus” meio apropriado a impugnar decisão de que caiba recurso
ordinário, mostra-se de bom exemplo conhecer da impetração, porque,
em tese, passa pelo remédio jurídico-processual mais célere e eficaz
para conjurar abusos e ilegalidades contra o direito à liberdade de
locomoção do indivíduo (art. 5º, nº LXVIII, da Const. Fed.).
– Na fase da pronúncia, o Magistrado afastará as circunstâncias
qualificativas do crime somente se convicto de sua inexistência, não no
autorizando a mera dúvida (art. 416 do Cód. Proc. Penal).
–“Pronunciado o réu, fica superada a alegação de constrangimento ilegal
da prisão por excesso de prazo na instrução” (Súmula nº 21, do STJ).

Voto nº 5978

Apelação Criminal nº 447.950-3/6-00


Arts. 121, § 2º, ns. I, III e IV, e 159 do Cód. Penal;
art. 571, nº VIII, do Cód. Proc. Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos)

– As nulidades do julgamento em plenário devem ser arguidas “logo


depois de ocorrerem” (art. 571, nº VIII, do Cód. Proc. Penal), sob pena
de preclusão.
– Em face da soberania constitucional de suas decisões, os veredictos do
Júri não se anulam, exceto se em contradição manifesta com a prova
dos autos, ou em caso de corrupção ou prevaricação dos jurados.
Contrária à prova dos autos é somente aquela decisão que neles não
depara fundamento algum.
– Nos termos do art. 70 do Cód. Penal, a unidade de conduta e a
duplicidade de vítimas caracterizam o concurso formal, antes que o
material.
– O autor de homicídio qualificado, crime do número de hediondos, deve
cumprir sua pena sob o regime prisional integralmente fechado, por
força do disposto no art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.

Voto nº 5988

Embargos Infringentes nº 411.364-3/5-01


Arts. 121, § 1º, e 71, parág. único, do Cód. Penal;
art. 593, nº III, do Cód. Proc. Penal

– Nisto de apelação de decisão do Júri, prevalece a regra “tantum


devolutum quantum appellatum”: o conhecimento da Segunda Instân-
cia fica, por força, restrito aos motivos alegados pelo apelante no ato de
interposição do recurso (art. 593, nº III, do Cód. Proc. Penal).
– A pena imposta ao réu pelo Juiz-Presidente do Tribunal do Júri somente
pode ser majorada em caso de erro ou injustiça, cuja prova cabe à
Acusação.
– O aumento de pena, em razão do crime continuado específico (art. 71,
parág. único, do Cód. Penal), será de 1/6 até o triplo, conforme a
personalidade do agente, os motivos, as circunstâncias e o número das
infrações penais.

Voto nº 6326

Apelação Criminal nº 479.727-3/8-00


Arts. 121, § 2º, nº III, e 211 do Cód. Penal;
arts. 26, 28, § 1º, e 65, nº III, alínea d, do Cód. Proc. Penal

– Máxime quando produzida perante o Magistrado, “nada traz mais


certeza da autoria de um delito do que uma confissão livre, clara,
sincera, sem qualquer vício” (Hélio Tornaghi, Curso de Processo
Penal, 1980, vol. I, p. 381).
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a
evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova;
que tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.
– O argumento da embriaguez não aproveita ao infrator, exceto se
completa e involuntária. A embriaguez voluntária, dispõe a lei que não
elide a responsabilidade criminal do agente, porque não lhe exclui a
imputabilidade (art. 28, nº II, do Cód. Penal). Também não lhe autoriza
a atenuação da pena privativa de liberdade, por não ser hipótese de
responsabilidade diminuída (art. 26, parág. único).
– O autor de homicídio qualificado, crime do número dos hediondos,
deve cumprir sua pena sob o regime prisional integralmente fechado,
por força do disposto no art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.

Voto nº 6444

Revisão Criminal nº 364.533-3/9-00


Arts. 121, § 2º, ns. I e IV, do Cód. Penal;
art. 622, parág. único, do Cód. Proc. Penal

– Não configura nulidade simples erro material na formulação dos


quesitos do Júri, perceptível “prima facie” e sem reflexo na apuração
da verdade substancial ou na decisão da causa. Trata-se de consequência
forçosa da “falibilidade humana, cujos estigmas ninguém evita neste
mundo” (Rui, Obras Completas, vol. XXIX, t. II, p. 49).
– As nulidades do julgamento em plenário devem ser arguidas “logo
depois de ocorrerem” (art. 571, nº VIII, do Cód. Proc. Penal), sob pena
de preclusão.
–“Não será admissível a reiteração do pedido (de revisão criminal), salvo
se fundado em novas provas” (art. 622, parág. único, do Cód. Proc.
Penal).

Voto nº 6445
Revisão Criminal nº 445.509-3/0-00
Art. 121, § 2º, ns. I e IV, do Cód. Penal;
art. 621, nº I, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº LXVIII, da Const. Fed.

– O silêncio do acusado, embora conte com o beneplácito da


Constituição da República (art. 5º, nº LXIII), é indício eloquente de
culpabilidade porque em contradição com o natural instinto de defesa,
que impõe ao homem inocente a obrigação de protestar sempre contra
injusta acusação.
– Sentido, os que se extremam em prestigiar o silêncio, para esta página
imortal do profundo Vieira:“É cousa tão natural o responder, que até
os penhascos duros respondem, e para as vozes têm ecos. Pelo
contrário, é tão grande violência não responder, que aos que
nasceram mudos fez a natureza também surdos, porque se ouvissem,
e não pudessem responder, rebentariam de dor” (Cartas, 1971, t. III,
p. 680).
– Contrária à evidência é somente aquela decisão que está em absoluto
antagonismo com a prova dos autos (art. 621, nº I, do Cód. Proc.
Penal).

Voto nº 7093

Revisão Criminal nº 441.009-3/9-00


Arts. 121, § 2º, ns. I e IV, e 23 nº II, do Cód. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.

– Máxime quando produzida perante o Magistrado, “nada traz mais


certeza da autoria de um delito do que uma confissão livre, clara,
sincera, sem qualquer vício” (Hélio Tornaghi, Curso de Processo
Penal, 1980, vol. I, p. 381).
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a
evidência dos autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da
soberania dos veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art.
5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à
prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento
algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da
realidade processual.
– É antiga nos Tribunais a inteligência de que a reação tardia a uma
agressão não configura legítima defesa, senão vingança, inimiga
ingente do Direito (art. 23, nº II, do Cód. Penal).
– Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a
decisão dos jurados se depara um mínimo de fundamento na prova; que
tal decisão já não será manifestamente contrária à prova dos autos.

Homicídio Doloso
(Art. 121 e segs. do Cód. Penal)

Voto nº 9473

Recurso em Sentido Estrito nº 1.131.124-3/0-00


Art. 121, § 2º, nº IV, do Cód. Penal;
art. 408 do Cód. Proc. Penal

– Segundo a comum opinião dos doutores, para a pronúncia não é mister


mais que a prova da realidade do crime e indícios da responsabilidade
do réu (art. 408 do Cód. Proc. Penal).
– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a
julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– As qualificadoras articuladas na denúncia apenas podem ser excluídas
quando manifesta sua inocorrência; do contrário, são os Jurados os que
sobre elas se devem pronunciar, porque matéria de sua competência.

Voto nº 10.245

Apelação Criminal nº 993.08.023596-1


Art. 157, § 2º, ns. I e II, § 3º, 2a. parte, do Cód. Penal

– A reiteração de disparos de arma de fogo à mão-tenente, em região


nobre da vítima, descobre para logo o intuito homicida do agente
(“animus necandi vel occidendi”).
–“Quem dispara arma em direção do ofendido demonstra vontade de
produzir o resultado morte, ou assume o risco de produzi-la” (Rev.
Tribs., vol. 404, p. 100; rel. Chiaradia Netto).
–“Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não
realiza o agente a subtração de bens da vítima” (Súmula nº 610 do
STF).
–“A incidência de circunstância atenuante não pode conduzir à redução da
pena abaixo do mínimo legal” (Súmula nº 231 do STJ).

Voto nº 10.626

Mandado de Segurança nº 993.08.030224-3


Arts. 74, § 1º; 421, parág. único, e 423 do Cód. Proc. Penal;
arts. 87 e 151 do Cód. Proc. Civil

– Nos processos por crimes dolosos contra a vida, não é o princípio da


“perpetuatio jurisdictionis” (art. 87 do Cód. Proc. Civil) o que deve
prevalecer, na hipótese de superveniência de nova divisão judiciária,
senão o do foro do delito, em obséquio ao postulado capital da
instituição do Júri, do julgamento do réu por seus pares (art. 74, § 1º,
do Cód. Proc. Penal).
– “Desdobrada a área geográfica de um certo Tribunal do Júri, criando-se
outro, para este devem ser remetidos os processos em curso, pouco
importando a fase em que se encontrem (...)” (STF; HC nº 71.810/DF;
2a. T.; rel. Min. Marco Aurélio; DJU 25.11.94, p. 32.302).
– “Perde o objeto o mandado de segurança quando a própria autoridade
revoga o ato atacado” (STJ; MS nº 6.377/MG; rel. Min. Carlos
Alberto Menezes Direito; j. 15.10.96).

Voto nº 10.641

Apelação Criminal nº 993.07.053727-2


Arts. 121, § 2º, nº IV, e 25 do Cód. Penal;
art. 593, nº III, § 3º, do Cód. Proc. Penal

– Infração grave da verdade sabida, não pode prevalecer veredicto do


Conselho de Sentença proferido contra prova testemunhal segura e
convincente. Nesse caso, cumprirá submeter o réu a novo julgamento
pelo Tribunal do Júri, que só este poderá reparar a injustiça de sua
decisão (art. 593, nº III, § 3º, do Cód. Proc. Penal).
–“Melhor será que a sentença não erre. Mas, se cair em erro, o pior é que
se não corrija” (Rui, Oração aos Moços, 1a. ed., p. 46).
– É de notável circunspecção o parecer da Procuradoria Geral de Justiça
que, à vista de incorreta aferição da prova, propõe seja o réu submetido
a novo julgamento pelo Tribunal do Júri, pois unicamente na certeza
deve assentar o decreto condenatório.

Voto nº 11.566

Apelação Criminal nº 993.03.055868-6


Arts. 121, § 2º, nº IV, e 121, § 1º, do Cód. Penal;
arts. 107, nº IV; 109, nº IV; 110, § 1º, e 115 do Cód. Penal;
arts. 593, nº III, alínea d, do Cód. Proc. Penal

–“Se o júri, por exemplo, reconhecer o homicídio privilegiado, não


indagará o juiz sobre circunstâncias qualificadoras do mesmo crime”
(José Frederico Marques, O Júri no Direito Brasileiro, 2a. ed., p. 184).
–“Admitido o homicídio privilegiado, prejudicados devem ser considerados
os quesitos relativos ao motivo torpe e à surpresa, sob pena de nulidade
do julgamento do Júri” (Rev. Tribs., vol. 575, p. 361; rel. Cunha
Bueno).
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri (proferidas
“ex informata conscientia”) somente se anulam quando em franca
rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada corrupção
ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const.
Fed.).
– O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade
do exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código
Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui
forma de prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a
própria sentença condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal
Anotado, 18a. ed., p. 358).

Voto nº 11.568

Apelação Criminal nº 993.05.023481-9


Art. 121, § 2º, ns. I, III e IV, do Cód. Penal;
art. 593, nº III, alínea d, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– A confissão extrajudicial do réu, exceto se provar que a fez sob coação,


é valiosa para aferir-lhe a culpabilidade, sobretudo se em harmonia com
os mais elementos do processo, e pode legitimar decreto condenatório.
– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e
exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente
para não cair em erro crasso.
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri (proferidas
“ex informata conscientia”) somente se anulam quando em franca
rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada corrupção
ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const.
Fed.).
– A lição de Ary Franco, glória da instituição do Júri, tem ainda prestígio
e atualidade: “Sempre que o fato se apresente suscetível de ser divisado
à luz de critérios divergentes, capazes de lhe emprestarem diversa
fisionomia moral ou jurídica, qualquer que seja a orientação
vencedora, refletida na decisão do Tribunal, não poderá ser havida
como manifestamente contrária à prova” (O Júri e a Constituição
Federal de 1946, 1956, p. 262).
– O autor de homicídio qualificado (art. 121, § 2º, ns. I, III e IV, do Cód.
Penal), crime da classe dos hediondos, deve cumprir sua pena sob o
regime inicial fechado, por força do preceito do art. 2º, § 1º, da Lei nº
8.072/90.

Voto nº 11.700

“Habeas Corpus” nº 990.09.051909-6


Arts. 121, § 2º, nº II, e 14, nº II, do Cód. Penal;
arts. 1º, nº I, e 2º, nº II, da Lei nº 8.072/90;
art. 408, § 2º, do Cód. Proc. Penal; Súmula nº 21 do STJ
– O crime de tentativa de homicídio qualificado a lei considera hediondo
e, pois, em princípio, insuscetível de liberdade provisória (cf. arts. 1º,
nº I, e 2º, nº II, da Lei nº 8.072/90).
– Não tem direito de aguardar solto seu julgamento pelo Tribunal do Júri o
réu que, pronunciado como incurso nas penas do art. 121, § 2º, nº II, do
Cód. Penal, não comprovou possuir mérito pessoal que lhe justificasse a
outorga do benefício.
–“Pronunciado o réu, fica superada a alegação de constrangimento ilegal
da prisão por excesso de prazo na instrução” (Súmula nº 21 do STJ).

Voto nº 11.874

Apelação Criminal nº 993.02.013698-3


Arts. 121 e 14, nº II, do Cód. Penal

–“Quanto mais o sujeito se aproxima da consumação, menor deve ser a


diminuição da pena (um terço); quanto menos ele se aproxima da
consumação, maior deve ser a atenuação (dois terços)” (Damásio E.
de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 55).
– A pedra-de-toque, na redução da pena pela tentativa de homicídio, é a
maior ou menor aproximação da consumação do crime, e não o
exaurimento da conduta do agente (arts. 121 e 14, nº II, do Cód. Penal).
– Tratando-se de tentativa branca de homicídio, é razoável a redução da
pena em seu grau máximo de 2/3 (cf. Rev. Tribs., vol. 503, p. 327; rel.
Hoeppner Dutra).

Voto nº 11.875

Apelação Criminal nº 993.01.083153-0


Arts. 121 e 129, § 2º, nº III, do Cód. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.;
arts. 107, nº IV; 109, nº IV, e 110, § 1º, do Cód. Penal

– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri


(proferidas “ex informata conscientia”) somente se anulam quando em
franca rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada
corrupção ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da
Const. Fed.).
– Se o réu não inculcou a intenção de matar — elemento subjetivo do
tipo definido no art. 121 do Cód. Penal —, anda acertadamente o
Magistrado que lhe desclassifica a infração para outra da competência
do Juízo singular, nos termos do art. 410 (atual 492, § 1º) do Cód. Proc.
Penal.
–“Tendo possibilidade de persistir na agressão, mas dela desistindo
voluntariamente, não age o acusado com animus necandi, que é
requisito essencial da tentativa de homicídio” (Rev. Tribs., vol. 566, p.
304; rel. Onei Raphael).
– O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade
do exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código
Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui
forma de prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a
própria sentença condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal
Anotado, 18a. ed., p. 358).

Voto nº 11.956

Apelação Criminal nº 993.06.050620-0


Art. 121, § 2º, nº II, do Cód. Penal;
art. 2º, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.072/90;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.

– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e


exuberante, bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente
para não cair em erro crasso.
– Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri (proferidas
“ex informata conscientia”) somente se anulam quando em franca
rebeldia com a prova dos autos, ou nos casos de comprovada corrupção
ou prevaricação dos jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const.
Fed.).
– Pratica homicídio por motivo fútil o sujeito que, por questão de
somenos, tira a vida a outrem (art. 121, § 2º, nº II, do Cód. Penal).
– Em face da soberania constitucional de suas decisões, os veredictos do
Júri não se anulam, exceto se em contradição manifesta com a prova
dos autos, ou em caso de corrupção ou prevaricação dos jurados.
Contrária à prova dos autos é somente aquela decisão que neles não
depara fundamento algum.
– A Lei nº 11.464, de 28.3.2007, atenuou o rigor da Lei dos Crimes
hediondos (Lei nº 8.072/90), no que respeita à progressão no regime
prisional de cumprimento de pena. Se o sentenciado primário tiver dela
descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e conspiram os mais
requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).

Voto nº 12.150

Recurso em Sentido Estrito nº 990.09.105540-9


Arts. 121, §§ 1º e 2º, ns. II e IV, e 14, nº II, do Cód. Penal;
arts. 408 e 413, “caput”, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, Const. Fed.

– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a


julgamento pelo Júri o acusado da prática de crime doloso contra a vida
(art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde veio a dizer José Frederico
Marques: “A pronúncia é sentença processual de conteúdo decla-
ratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual
Penal, 2a. ed., vol. III, p. 217; Millennium Editora).
– Salvo se manifesta sua inocorrência, não é de bom exemplo afastar,
desde logo, na fase da pronúncia, as qualificadoras do homicídio; ao
Tribunal do Júri, como a seu Juiz natural, é que, em princípio, cabe
apreciá-lo (art. 121, § 2º, ns. II e IV, do Cód. Penal).
– Apreciar a tese do homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, do Cód.
Penal) é atribuição dos Jurados, competentes “para o julgamento dos
crimes dolosos contra a vida” (art. 5º, nº XXXVIII da Const. Fed.), não
do Juiz da pronúncia, a quem toca somente capitular o crime na sua
forma simples ou qualificada.
–“Nos processos da competência do Júri o Juiz sumariante só deve arredar
as qualificadoras articuladas na denúncia quando for manifesta sua
inocorrência” (Rev. Tribs., vol. 577, p. 348; rel. Cunha Camargo).
Voto nº 12.188

Recurso de Ofício nº 990.09.081418-7


Arts. 121, § 2º, nº III; 23, nº II; 25 e 29 do Cód. Penal;
art. 415, nº IV, do Cód. Proc. Penal

– É maior de toda a censura a decisão que, reconhecendo a existência de


causa excludente de antijuridicidade — legítima defesa (art. 23, nº II,
do Código Penal) —, absolve o acusado nos termos da lei (art. 415, nº
IV, do Cód. Proc. Penal). Em verdade, é lícito repelir a força com a
força: “vim vi repellere licet” (Ulpiano).
–“A justiça concede a todos repelir a força com a força” (Manuel
Bernardes, Nova Floresta, 1726, t. IV, p. 207).
– Todo aquele que for injustamente agredido (ou estiver na iminência de
sê-lo), poderá afastar o ofensor, mesmo com violência, que o autoriza a
lei. É a clara dicção do art. 23, nº II, do Cód. Penal. Matar, para não
morrer, não é crime!
–“A defesa individual contra um ataque violento e sério é um direito, é
mesmo um dever, porque cada um tem não somente o direito, mas
também o dever de velar pela sua própria conservação” (Antônio
Lemos Sobrinho, Legítima Defesa, 1925, p. 28).
–“Na minha casa, sem a minha autorização, só entra o Sol e ninguém
mais!” (Velho brocardo).
Voto nº 12.467

Desaforamento nº 990.09.214623-8
Arts. 121, “caput”, e 14, nº II, do Cód. Penal;
art. 424, parág. único do Cód. Proc. Penal

–“Justiça atrasada não é justiça senão injustiça qualificada e manifesta”


(Rui Barbosa, Oração aos Moços, 1a. ed., p. 42).
– Desaforar o julgamento de processo da competência do Júri é ferir de
rosto o princípio do Juiz Natural. Donde haver opinado Rafael
Magalhães que só tem lugar desde que “as circunstâncias especiais do
caso manifestem um aspecto de acentuada anormalidade, capazes de
escusar as inconveniências do desaforamento” (apud José Frederico
Marques, A Instituição do Júri, 1963, p. 154).
– O desaforamento constitui “derrogação da regra fundamental de que o
réu deve ser julgado no distrito da culpa” (RTJ, vol. 51, p. 671), e certa
demora na realização do julgamento, estando o réu solto, não lhe
implica, pelo comum, prejuízo irreparável, tampouco ofende a
majestade da Justiça.
– O Magistrado, com o arbítrio e diligência do bom varão, dará as
providências que lhe estejam nas mãos para abreviar, se possível, o
tempo de espera do julgamento do réu pelo Júri; se não, é resignar-se ao
império inexorável da conjuntura adversa. “Nemo tenetur ad impossi-
bilia”!

Homicídio Culposo
(Art. 121, § 3º, do Cód. Penal)

Voto nº 2770

Apelação Criminal nº 1.230.961/8


Art. 121, § 3º, do Cód. Penal

– A arguição de nulidade por falta de apreciação de teses da Defesa não


prevalece contra sentença cuja conclusão se mostre com elas inconciliável.
É que a “sentença precisa ser lida como discurso lógico” (STF; REsp nº
47.474/RS; 6a. Turma; rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro; DJU
24.10.94, p. 28.790).
– A responsabilidade criminal é independente da civil, administrativa ou
disciplinar (art. 1.526 do Cód. Civil); destarte, o julgamento de mérito de
causa-crime não está condicionado a prévia decisão da controvérsia por
outra esfera de jurisdição: à Justiça Criminal é que cedem o passo outras
áreas do Direito. Assim, a apuração da responsabilidade criminal de médico
por homicídio culposo prescinde da verificação de sua culpa no âmbito
disciplinar do órgão de classe.
– O sujeito que, médico de profissão, faz pelo paciente quanto lhe está nas
posses por atalhar o curso de moléstia pertinaz e de sombrio diagnóstico,
não é obrigado a mais. Já o proclamava, com efeito, a Antiguidade: “Nemo
tenetur ad impossibilia” (o que, traduzido em vulgar, soa: ninguém é
obrigado a fazer o impossível).
– Para a condenação de médico acusado da morte de paciente por culpa, na
modalidade de negligência por omissão, é mister se prove cabalmente que
a ação omitida impediria o êxito letal; a dúvida, no caso, resolve-se em prol
do réu.
–“Deve, para haver condenação nos crimes, ser a prova mais clara que a luz
do meio-dia” (Alexandre Caetano Gomes, Manual Prático Judicial, 1820,
p. 247).
–“Nenhuma presunção, por mais veemente que seja, dará motivo para
imposição de pena” (art. 36 do Código Criminal do Império do Brasil).

Voto nº 2849

Apelação Criminal nº 1.240.305/2


Art. 121, §§ 3º e 4º, do Cód. Penal

– Responde por homicídio culposo (art. 121, §§ 3º e 4º, do Cód. Penal), por
negligência, o encarregado de obras que, ao realizar escavação com
profundidade superior a 1,25m, não faz o escoramento das paredes do
imóvel que, por isso, desmoronam e soterram operários, causando-lhes a
morte.
– Em caso de acidente com morte de operário, não se exime de culpa o
empreiteiro negligente, antes lhe quadram aqueles versos do imortal Épico:
“jamais louvarei o capitão que diga não cuidei” (Os Lusíadas, VIII, 89).

Voto nº 3117

Apelação Criminal nº 1.254.451/6


Art. 121, § 3º, do Cód. Penal

– Incorre nas penas do homicídio culposo (art. 121, § 3º, do Cód. Penal), por
sua manifesta negligência, o agente que, na condição de engenheiro
responsável pela execução de obra em prédio comercial, não provê à
instalação de dispositivo de bloqueio na torre de elevador de material e,
pois, permite que operário, ao transpor-lhe a cancela, despenhe-se no poço
e tenha morte instantânea.
– O acidente fatal poderia ter sido evitado se o profissional a quem incumbia
fiscalizar a construção obedecesse, com rigor, à legislação específica: a
Norma Regulamentadora 18 prescreve que as torres do elevador “devem
ser equipadas com dispositivo de segurança que impeça a abertura da
barreira (cancela), quando o elevador não estiver no nível do pavimento”.
– Negligência “é a forma passiva de culpa, ou seja, assumir uma atitude
passiva, inerte material e psiquicamente, por descuido ou desatenção,
justamente quando o dever de cuidado objetivo determina de modo
contrário” (Guilherme de Souza Nucci, Código Penal Comentado, 2000,
p. 79).

Voto nº 3153

Apelação Criminal nº 1.260.253/0


Art. 302 do Cód. de Trânsito

– Atua com manifesta imprudência o motorista que, ao efetuar manobra que


implique deslocamento lateral de seu veículo, não a precede de sinalização
nem se certifica de que pode executá-la sem perigo para os mais usuários da
rodovia.
– Responde por homicídio culposo no trânsito o agente que, faltando à
atenção ordinária a que estava obrigado, faz conversão à esquerda, sem as
cautelas de praxe, e colide seu carro com outro, provocando acidente fatal
(art. 302 do Cód. de Trânsito).
– Nunca se demasia a advertência de que, nas mãos de pessoa irresponsável, é
o automóvel arma perigosíssima.

Voto nº 3414

Apelação Criminal nº 1.257.089/8


Art. 121, § 3º, do Cód. Penal

– Destinatário da prova, pode o Juiz, sempre com prudente arbítrio, indeferir


a produção daquelas que, ao parecer, não influam na apuração da verdade
(que é a alma e o escopo do processo) nem importem para a decisão da
causa.
– Responde por homicídio culposo, por negligência, o médico que, embora
informado que o paciente apresentava rigidez na nuca e dificuldade de
flexão da perna — sintomas clássicos da meningite — , prescreve-lhe
apenas soro com antitérmico, permitindo a agravação do mal, que desfecha
em óbito (art. 121, § 3º, do Cód. Penal).
– Negligência “é a ausência de precaução e indiferença em relação ao ato
realizado” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 9a. ed., p. 63).
– De todos os princípios que regem o processo penal, nenhum há mais
benemérito de aceitação que este: Condenação exige certeza da
culpabilidade do réu.
Voto nº 3561

Apelação Criminal nº 1.289.091/1


Art. 121, § 3º, do Cód. Penal

– É norma respeitabílissima de trânsito que o motorista que pretenda efetuar


manobra não deve meter em risco a segurança alheia.
– Atua com assinalada culpa o motorista que, trafegando em alta velocidade
e sob a influência do álcool, invade contramão de direção e colide seu
veículo com motocicleta, provocando desastre com morte de pessoas. Tal é
sua imprudência, que a culpa como que toca as raias do dolo (art. 121, §
3º, do Cód. Penal).

Voto nº 3767

Embargos de Declaração nº 1.290.583/5 1


Art. 302 do Cód. Trânsito;
art. 619 do Cód. Proc. Penal

– Nos casos de homicídio culposo de trânsito (art. 302 do Cód. Trânsito), o


empenho de trazer a vítima à barra da Justiça, para julgamento moral
póstumo, depara óbice de monta não apenas em boa razão de Direito —
impossibilidade de compensação de culpas em matéria penal — , senão
ainda em argumento retórico: “Só os vermes atacam os mortos!” (Plínio, o
Antigo).
– Os embargos de declaração não rendem ensejo a reapreciação de matéria
já decidida, pois não têm caráter infringente; armam só ao fim de desfazer
ambiguidade, contradição ou obscuridade do acórdão (art. 619 do Cód.
Proc. Penal).
Voto nº 518

Apelação Criminal nº 1.057.637/0


Art. 121, §§ 3º e 4º, do Cód. Penal

– Responde por homicídio culposo o médico que, ao ministrar ao paciente


dose excessiva de anestésico, provoca-lhe a morte por parada cardiorres-
piratória. Como o evento letal resultou de falta de observância de regra
técnica de profissão, incide a circunstância agravante de pena (art. 121, §§
3º e 4º, do Cód. Penal).

Voto nº 719

Apelação Criminal nº 1.081.207/6


Arts. 121, § 3º, e 70 do Cód. Penal

– Uma vez conspirem os requisitos legais (art. 89 da Lei nº 9.099/95), pode o


juiz conceder ao autor do fato, ainda que em discordância com o órgão do
Ministério Público, o benefício da suspensão condicional da pena. Embora
advogado da lei e fiscal de sua execução, não é do Promotor de Justiça
impedir pratique o Magistrado o ato precípuo de seu ofício: dispensar
justiça.
– Não há recorrer, por analogia, ao teor literal do art. 28 do Cód. Proc. Penal,
que versa precisamente situação oposta, isto é, “a de não exercer o
Ministério Público o direito de ação penal” (cf. Julio Fabbrini Mirabete,
Juizados Especiais Criminais, 1997, p. 155).
– É possível a concessão do benefício do art. 89 da Lei dos Juizados
Especiais Criminais ainda nos casos de concurso formal de crimes. O a
que se deve atender é não exceda a pena mínima cominada a cada um deles
o limite de 1 ano.
– É a Justiça Criminal instituição de cunho social a serviço do homem e de
um mundo melhor. O ofício de Juiz não se exerce verdadeiramente senão
com justiça, grandeza e bondade (cf. João Baptista Herkenhoff, Uma
Porta para o Homem no Direito Criminal, 2a. ed., p. 126).

Voto nº 868

Apelação Criminal nº 1.089.123/7


Arts. 121, § 3º, do Cód. Penal;
arts. 13 § 1º, e 129, § 6º, do Cód. Penal;
art. 78, nº III, do Cód. Proc. Penal

–“Se o Ministério Público apela da sentença absolutória, incabível é o


recurso do assistente visando ao mesmo efeito” (STF; DJU 2.12.77, p.
8.750).
– Não há conexão instrumental se a prova de uma infração em nada influi
na prova da outra (cf. art. 78, nº III, do Cód. Proc. Penal).
– Culpa, conforme a comum opinião dos juristas, não se presume; é mister
se prove cumpridamente.
– O farol que deve orientar o Juiz na decisão da causa são as provas dos
autos. Se elas não indicam com segurança a culpa do réu, será força
pronunciar o “non liquet” e absolvê-lo.
–“Nenhuma presunção, por mais veemente que seja, dará motivo para
imposição de pena” (art. 36 do Código Criminal do Império).

Voto nº 917

Apelação Criminal nº 1.095.335/8


Arts. 121, §§ 3º e 4º, e 129, §§ 6º e 7º, do Cód. Penal

– A sentença absolutória não tem efeito interruptivo da prescrição.


– Não se desabraça dos preceitos da Lei nem ofende o zelo da Justiça o
Magistrado que, em face das circunstâncias peculiares do caso concreto,
defere ao réu aquilo que, de ordinário, lhe devia negar.
– Nisto de reforma de decisão, cumpre ter sempre tento, porque — escreveu-
o com sabedoria e elegância o clássico Matias Aires — “muitas vezes na
emenda é que está o erro” (Reflexões sobre a Vaidade dos Homens, 1752,
p. 308).
– O Juiz da causa, como é o que trata diretamente com o réu, esse deveras
acrescenta ao conjunto das provas novo e inestimável argumento: o
argumento da autoridade judicante. De tal sorte que, se decidiu em prol do
réu, é de presumir que se orientou pelas leis da razão e da prudência, o que
o abroquela dos tiros da crítica, ainda que nobre e discreta.
–“Na alta prosápia de sua originária semântica, sentenciar e sentir era uma
só e mesma coisa” (Eliézer Rosa, Dicionário de Processo Penal, 1975, p.
221).

Voto nº 1613

Apelação Criminal nº 1.149.467/1


Art. 121, § 3º, do Cód. Penal

– Dentre todas, é a lógica a melhor prova: se, com o impacto, a vítima foi
arremessada a distância, avulta a certeza de que ao menos um dos veículos
trafegava em alta velocidade.
– Obra com culpa, na modalidade de imprudência, o motorista que, dirigindo
em alta velocidade seu veículo, colide-o com bicicleta e provoca ferimentos
letais em seu ocupante.

Voto nº 1976

Conflito de Jurisdição e Competência nº 1.173.763/3


Art. 70 do Cód. Proc. Penal (competência)

– Reza o art. 70 do Cód. Proc. Penal que a competência será, de regra,


determinada pelo lugar em que se consumar a infração.
–“No direito brasileiro, o foro comum ou geral, na justiça criminal, é o do
lugar da infração, isto é, o denominado forum delicti comissi” (José
Frederico Marques, Elementos de Direito Processual Penal, 1a. ed., vol. I,
p. 237).
–“No homicídio culposo, o momento consumativo é aquele em que se verifica
a morte da vítima” (Damásio E. de Jesus, Código de Processo Penal
Anotado, 13a. ed., p. 88).
– Se incompetente (“ratione loci”) o Juízo suscitante, ainda que antecedera
ao Juízo suscitado na prática de algum ato do processo ou de medida a este
relativa (art. 83 do Cód. Proc. Penal), seu despacho de arquivamento de
inquérito policial não é apto a prevenir-lhe a competência.

Crime Continuado
(Art. 71 do Cód. Penal)

Voto nº 10.524

Apelação Criminal nº 993.08.021192-2


Arts.121 e 71 Cód. Penal

–“Quanto mais o sujeito se aproxima da consumação menor deve ser a


diminuição da pena (1/3); quanto menos ele se aproxima da
consumação maior deve ser a atenuação (2/3)” (Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 55).
–“Instituto jurídico nascido da equidade”, na frase de José Frederico
Marques, “é o crime continuado uma fictio juris destinada a evitar o
cúmulo material de penas” (Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p.
354).
– Segundo a jurisprudência do STF, o art. 71 do Cód. Penal admite a
aplicação da teoria da ficção jurídica (ou continuidade delitiva) aos
crimes dolosos contra a vida; pelo que, homicídios praticados nas
mesmas circunstâncias de tempo, lugar e “modus operandi” impõem a
pena de um só deles, aumentada até o triplo (cf. Rev. Tribs., vol. 788, p.
515; 813/535 e 763/549).
–“Para a configuração do crime continuado não é suficiente a satisfação
das circunstâncias objetivas homogêneas, sendo de exigir-se, além
disso, que os delitos tenham sido praticados pelo sujeito aproveitando-
se das mesmas relações e oportunidades ou com a utilização de
ocasiões nascidas da primitiva situação” (Damásio E. de Jesus, op.
cit., p. 260).

Voto nº 6063

Revisão Criminal nº 364.238-3/2-00

Arts. 121, § 2º, ns. I e IV, e 155, “caput”, do Cód. Penal;


art. 71 do Cód. Penal; Súmula nº 273 do STJ;
arts. 563 e 626 do Cód. Proc. Penal

–“Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se


desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado”
(Súmula nº 273 do STJ).
– A confissão do réu, na Polícia, corroborada por outros valiosos
elementos de convicção (v.g.: reconhecimento pela vítima, depoimento
de testemunha presencial, etc.), autoriza a edição de decreto
condenatório. Com efeito, exceto se comprovado ter sido obra de
violência, a confissão do réu passa por prova excelente, “pois que é
contrário à natureza alguém afirmar contra si fato que não seja
verdadeiro” (Mário Guimarães, O Juiz e a Função Jurisdicional,
1958, p. 309).
–“Instituto jurídico nascido da equidade”, na frase de José Frederico
Marques, “é o crime continuado uma fictio juris destinada a evitar o
cúmulo material de penas” (Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p.
354).
– Segundo a jurisprudência do STF, o art. 71 do Cód. Penal admite a
aplicação da teoria da ficção jurídica (ou continuidade delitiva) aos
crimes dolosos contra a vida; pelo que, homicídios praticados nas
mesmas circunstâncias de tempo, lugar e “modus operandi” impõem a
pena de um só deles, aumentada até o triplo (cf. Rev. Tribs., vol. 788, p.
515; 813/535 e 763/549).
–“Ao mesmo Demônio se deve fazer justiça, quando ele a tiver” (Antônio
Vieira, Sermões, 1959, t. III, p. 329).

(Em breve, novas ementas).

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