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Auditoria
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Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
Rodrigo Otávio das Chagas Lima
Auditoria
2012
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
L696a
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-3203-7
1. Auditoria. I. Título
Gabarito.....................................................................................................................81
Referências...............................................................................................................87
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Apresentação
O intuito desse trabalho é apresentar de forma clara
e objetiva a atividade de auditoria, as principais técnicas
necessárias para formação profissional do auditor, além de
despertar no leitor o interesse pela matéria, instigando-o
ao aprofundamento da técnica de execução de auditoria.
Isso significa dizer que se deve planejar: “voltar os olhos para o futuro, ou seja,
trata-se de definir hoje que resultados devem ser alcançados no futuro e de que forma.
A essência desse ato é a tomada de decisões” (BIO, 1988, p. 39).
Para que a empresa atinja seus objetivos organizacionais, ela deve ser eficaz em
sua gestão, sendo que para atingir tal estágio se faz necessário o desenvolvimento de
ações eficientes e eficazes.
Dessa forma, pode-se afirmar que para a empresa ser competitiva deverá ter efe-
tividade, ou seja, tanto ser eficiente como eficaz. É por meio da estratégia empresarial
adequada que se dará a criação da vantagem competitiva permitindo à empresa so-
breviver à concorrência.
Tanto a eficácia operacional como a estratégia são essenciais para o desempenho superior que, afinal,
é o objetivo primordial de todas as empresas. Uma empresa só é capaz de superar em desempenho os
concorrentes se conseguir estabelecer uma diferenciação preservável. Ela precisa proporcionar maior valor
aos clientes ou gerar valores comparáveis a um custo mais baixo, ou ambos. Daí decorre a aritmética da
rentabilidade superior, em que o fornecimento de maior valor permite à empresa cobrar preços unitários
médios mais elevados; a maior eficiência resulta em custos unitários mais baixos. (PORTER, 1996, p. 47)
“O planejamento para obter os melhores resultados deve ser flexível, permitindo estra-
tégias alternativas para substituir os planos existentes quando os desdobramentos econô-
micos e financeiros divergem dos padrões esperados” (GROPPELL; NIKBAKHT, 1998, p. 4).
Nessa senda é que se faz necessário desenvolver uma prática que permita o acom-
panhamento e identificação de possíveis distorções que possam haver no processo
empresarial, seja na área financeira, de recursos humanos, marketing ou operacional.
Objetivo da auditoria
A finalidade estabelecida para uma auditoria é a emissão de uma opinião funda-
mentada, por uma pessoa independente, porém com capacidade técnica e profissio-
nal suficiente para emiti-la. O objeto a ser examinado pode ser apresentado de diver-
sas formas, como um saldo contábil, um documento, um formulário.
No Brasil, para ser auditor reconhecido oficialmente pelo Conselho Regional de Con-
tabilidade (CRC) e auditar as demonstrações contábeis financeiras das empresas, é preciso
que o pretendente tenha formação acadêmica em Ciências Contábeis. Todavia, observa-se
cada vez mais a utilização da palavra auditoria para apontar o profissional que atua na ativi-
Introdução e desenvolvimento da auditoria
dade de examinar, verificar e controlar as mais diversas áreas e setores organizacionais.
O termo auditoria tem sido empregado para diferentes tipos de atividades, mas com a mesma finalidade,
qual seja a de um especialista em sua área de atuação com vistas à emissão de uma opinião. Essa opinião
tem de estar abalizada e ser correta, não se permitindo a emissão de uma opinião sem que tenham
sido obtidos os elementos comprobatórios que atestem a veracidade de certa afirmação. A auditoria
não pode ser alicerçada em dados não concretos e de esparsas informações, mas ser fatual, permitindo
correta e inquestionável opinião sobre o dado examinado. (ATTIE, 1998, p. 42)
Auditoria externa
Focada nos mais diversos setores e atividades, em que o objetivo é a opinião téc-
nica de um profissional apto a opinar sobre o tema em questão, sem vínculo emprega-
tício com a empresa auditada. Pode ser executada em várias áreas, tais como: auditoria
de sistemas, recursos humanos, da qualidade, das demonstrações financeiras, jurídica,
ambiental, fiscal, de gestão, de risco, auditoria externa em obras públicas.
Auditoria interna
Pode ser desenvolvida por um departamento da empresa, incumbido pela direção
de verificar e avaliar os sistemas, documentos e procedimentos de determinado setor,
objetivando diminuir a probabilidade de ocorrência de erros, fraudes ou procedimentos
ineficazes. É importante para a lisura do processo que a auditoria interna seja feita por
um departamento independente na organização que reporta-se diretamente à direção.
Histórico
O surgimento da auditoria está vinculado à necessidade da verificação, por parte
dos proprietários e investidores, quanto à capacidade econômico-financeira das em-
presas para as quais foram direcionados seus capitais.
Auditoria
A origem do termo auditor em português, muito embora perfeitamente representado pela origem
latina (aquele que ouve, o ouvinte), na realidade provém da palavra inglesa to audit (examinar, ajustar,
corrigir, certificar). Segundo se tem notícias, a atividade de auditoria é originária da Inglaterra que,
No mundo
Datas Fatos
de auditoria;
Tesouro da Inglaterra;
(Inglaterra);
Contadores Públicos;
No Brasil
Demonstrações contábeis
O simples registro dos fatos e atos empresariais, dados seu volume e sua hetero-
geneidade, não é muitas vezes suficiente em termos de informações, daí a necessidade
de reunir esses fatos em demonstrações sintéticas, que recebem o nome de demons-
trações contábeis ou ainda de demonstrações financeiras. Segue abaixo, um pequeno
resumo sobre as principais demonstrações financeiras:
É preciso que as empresas estejam atentas às regras introduzidas pela Lei 11.638,
aprovada no final de 2007, para a elaboração dos balanços. Essa lei introduz mudanças
Com fundamento nessa lei, também ficou obrigatório que os demonstrativos fi-
nanceiros deverão ser elaborados em consonância com os padrões internacionais de
contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários, como se veri-
fica no artigo 177, §2.°:
Art. 177 [...]
§2.°As disposições da lei tributária ou de legislação especial sobre atividade que constitui o objeto
da companhia que conduzam à utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou à
elaboração de outras demonstrações não elidem a obrigação de elaborar, para todos os fins desta
Lei, demonstrações financeiras em consonância com o disposto no caput deste artigo e deverão ser
alternativamente observadas mediante registro:
I – em livros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil; ou
II – no caso da elaboração das demonstrações para fins tributários, na escrituração mercantil,
desde que sejam efetuados em seguida lançamentos contábeis adicionais que assegurem a
preparação e a divulgação de demonstrações financeiras com observância do disposto no
caput deste artigo, devendo ser essas demonstrações auditadas por auditor independente
registrado na Comissão de Valores Mobiliários.
Outra mudança ocorrida no ano de 2008, é o fim do rodízio de auditorias para bancos
por parte do Conselho Monetário Nacional (CMN) assim, as instituições financeiras e demais
empresas supervisionadas pelo Banco Central (BC) não precisarão mais trocar a empresa
de auditoria após cinco anos de serviço. No entanto, é necessário que haja troca do sócio
e da equipe de auditores (com nível de gerência) responsáveis pelo trabalho a cada cinco
anos, conforme estava previsto no artigo 31 da Instrução 308/99 editada pela CMN.
1. Conceitue auditoria.
O processo de auditoria inicia-se com a análise de uma afirmação. Nessa etapa pre-
tende-se identificar o significado da afirmação, bem como os pontos básicos da audi-
toria, elaborando um plano estratégico com base nas informações, conhecimento, in-
terpretação e mapeamento dos passos a serem percorridos, buscando determinar uma
afirmação. Uma análise adequada, para a auditoria, compreende fundamentalmente três
pontos: revisão analítica que é usada para estabelecer a abrangência da auditoria e a ve-
rificação de comportamento de valores significativos com vistas à identificação de situa-
ção ou tendências atípicas. O segundo ponto é o planejamento, sendo este a base sobre
a qual o trabalho deverá ser fundamentado, é o roteiro do que deve ser feito. O terceiro
ponto é o conhecimento da empresa, suas operações, atividade, controles etc.
Análise
da Avaliação
afirmação da
afirmação
Formação
Afirmação
de
opinião
Obtenção dos
elementos
comprobatórios
Em princípio, o conhecimento do auditor deve ser contábil, visto que a auditoria é uma
especialização da contabilidade, com técnicas e procedimentos próprios, desde a coleta de
informações até a implementação de rotinas e de controles das demonstrações financeiras.
Dessa forma, pode-se afirmar que não importa qual seja a área em que a atividade de
auditoria está sendo exercida, o profissional em questão deverá possuir as competências
listadas anteriormente, bem como a técnica inerente ao objeto auditado, e desenvolver
sua atividade orientada pelos requisitos necessários (padrão, diretriz, procedimento).
Planejamento da auditoria
O planejamento da auditoria é muitas vezes denominado de plano de auditoria, ou
programa de auditoria. É a etapa na qual o auditor define o seu plano de trabalho e deta-
lhes dos procedimentos de auditoria a serem aplicados. Nessa etapa o auditor estabelece
a estratégia geral dos trabalhos a executar na empresa ou na área a ser auditada, elabo-
rando o plano a partir da contratação dos serviços, estabelecendo a natureza, a oportuni-
dade e a extensão dos exames, de modo que possa desempenhar uma auditoria eficaz.
O programa de auditoria deve ser preparado por escrito ou por outro meio de regis-
tro, o que facilita o entendimento dos procedimentos de auditoria a serem adotados e pro-
picia uma orientação mais adequada para a divisão do trabalho. Deve constar no programa
a extensão dos exames e os procedimentos a serem adotados, bem como a época em que
serão aplicados. Deve-se levar em conta o sistema contábil utilizado pela empresa, os pro-
Auditoria
A relevância em auditoria diz respeito aos fatos que precisam ser verificados pelo
auditor durante o processo de auditoria por causarem algum impacto na elaboração e
divulgação de seu parecer. Entre os pontos relevantes a serem considerados na audi-
toria pode-se citar a determinação da natureza das atividades da empresa, bem como
quais os procedimentos de auditoria mais adequados a serem aplicados, além de de-
terminar a amplitude das pesquisas e os testes mais oportunos.
Documentos de auditoria
A fim de documentar as questões consideradas importantes quando do levanta-
mento de evidências, com o objetivo de fundamentar o parecer de auditoria e compro-
var que esta foi executada mediante as normas de auditoria consagradas pelas Normas
Brasileiras de Contabilidade é que surgem os papéis de trabalho.
NBC P 1, 2 e 3.
IT – Interpretações Técnicas.
Texto complementar
1. Objetivo da auditoria
3. Escopo do trabalho
O escopo do trabalho abrange todos os aspectos que deverão ser considera-
dos para o atingimento do seu objetivo ou alvo principal.
4. Metodologia de trabalho
Trata-se de um resumo da forma empregada para a auditoria, relacionando os
tipos de levantamentos e testes que [serão realizados], qual a forma de amostra-
gem de sua verificação e de abordagem para levantamento e conhecimentos dos
dados e informações envolvidas no processo.
7. Equipe de auditoria
Aproveitando a apresentação do planejamento do trabalho à área auditada é
importante também se apresentar a equipe que atuará no trabalho, assim como a
responsabilidade e envolvimento de cada membro, para o devido esclarecimento
e entendimento que toda a equipe é importante para o sucesso do trabalho. Essa
documentação também é fator essencial para que o auditado entenda que existe
um grupo que, de forma integrada e eficiente, atuará para o sucesso do trabalho.
O objetivo final de toda auditoria é emitir uma opinião técnica sobre o tema audi-
tado por meio de um parecer no qual será relatado o que foi apurado, quais os docu-
mentos que serviram de subsídio e a confiabilidade destes, os tipos de análise e testes
empregados, e a motivação que gerou a conclusão final.
“Ao se iniciar qualquer trabalho de auditoria, este deve ser cuidadosamente pla-
nejado, tendo em vista seu objetivo. Os exames e verificação serão orientados confor-
me o alcance visado pela auditoria” (FRANCO; MARRA, 1991, p. 224).
A auditoria poderá apresentar-se de diversas formas, sendo cada uma delas com
características próprias que poderão ser assim classificadas.
auditoria permanente;
continuada;
periódica;
auditoria externa;
auditoria interna.
Dessa forma, será o auditor que irá determinar qual ou quais os procedimentos
mais adequados ao caso em questão, a fim de obter as provas necessárias.
A avaliação desses elementos fica a critério do auditor, obedecido o seguinte:
o simples registro contábil, sem outras comprovações, não constitui elemento comprobatório;
na ausência de comprovante idôneo, auxiliam na determinação da validade dos registros con-
tábeis, sua objetividade, sua tempestividade e sua correlação com outros registros contábeis ou
elementos extracontábeis;
quando a entidade nunca foi auditada, situação que requer atenção do auditor indepen-
dente, visto que ela não tem experiência anterior de um trabalho de auditoria;
quando a entidade foi auditada no período imediatamente anterior, por auditor indepen-
dente, situação que permite uma orientação sobre aquilo que é requerido pelo auditor in-
dependente; e
quando a entidade não foi auditada no período imediatamente anterior, situação que requer
atenção do auditor independente, porquanto as Demonstrações Contábeis que servirão
como base de comparação não foram auditadas.
11.4.5.2. Assim sendo, nessas circunstâncias, o auditor independente deve incluir no planejamento
de auditoria: análise dos saldos de abertura, procedimentos contábeis adotados, uniformidade dos
procedimentos contábeis, identificação de relevantes eventos subsequentes ao exercício anterior e
revisão dos papéis de trabalho do auditor anterior.
A execução dos procedimentos de auditoria deve ser realizada através de provas se-
letivas, testes e amostragens, em razão da complexidade e volume das operações, fican-
do sob a responsabilidade do auditor, com base na análise de risco de auditoria e outros
elementos de que dispuser. Assim deverá o auditor determinar a amplitude dos exames
necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo.
Nesse contexto afirma-se que as etapas da atividade de auditoria estão funda- Etapas da auditoria e exame dos registros
mentadas em testes de observância e substantivos dos fatos e atos apurados e do-
cumentados, afastando e evitando assim as suposições ou “achômetros”. A NBC T 11
conceitua os testes de observância e substantivos da seguinte maneira:
11.1.2.2 – Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedi-
mentos de controle interno, estabelecidos pela administração, estão em efetivo funcionamento e
cumprimento.
A Resolução CFC 1024/05 aprova a NBC T 11.3 que trata dos papéis de trabalho e
da documentação de auditoria.
11.3.1.1 – Esta norma estabelece procedimentos e critérios relativos à documentação mínima
obrigatória a ser gerada na realização dos trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis.
11.3.1.3 – Os papéis de trabalho constituem a documentação preparada pelo auditor ou fornecida a
este na execução da auditoria. Eles integram um processo organizado de registro de evidências da
auditoria, por intermédio de informações em papel, meios eletrônicos ou outros que assegurem o
objetivo a que se destinam.
Esses instrumentos serão utilizados pelos gestores para exercer o controle sobre
os fatos e atos ocorridos na empresa que de algum modo possam intervir no funciona-
mento ou em seu patrimônio.
Para avaliar esses instrumentos de controle, o auditor terá que aplicar testes a fim
de verificar a veracidade e qualidade destes.
11.2.6.3 – Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, efetividade e
continuidade dos controles internos.
11.2.6.4 – Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes conclusões:
[...] a auditoria faz seu trabalho através de testes e raramente executa exames integrais. Quando a
seleção de testes recomendar o exame de lançamentos contábeis, o auditor não se deve satisfazer
com a simples verificação do lançamento, mas deve ir além, examinando detidamente o documento
que justifica, ou deu origem, ao lançamento. Com a devida atenção, o auditor verificará se o
documento é legítimo e autêntico; se se refere realmente à operação escriturada; se essa operação
corresponde aos objetivos da empresa; se o documento está corretamente preenchido, inclusive
quanto a datas, destinatários, cálculos e outros dados intrínsecos. Verificará se o lançamento tem a
correspondente contrapartida e se esta é adequada. ( FRANCO; MARRA, 1991, p. 235)
É aconselhável que essas solicitações sejam enviadas por carta registrada para
garantir a confirmação do recebimento.
O trabalho do auditor pode ser importante arma na luta contra a corrupção nas
organizações.
As formas de auditoria
As formas mais conhecidas de auditoria definem-se quanto à extensão, à pro-
fundidade e à tempestividade.
Profundidade
Por revisão analítica – esta é uma das metodologias para a qual emprega-se
o conceito de Auditoria Prenunciativa, segundo o qual auditar é administrar
o risco. Opera-se com trilhas de auditoria mais curtas, para obter razoável
certeza quanto à fidedignidade das informações.
Tempestividade
Eventual – sem caráter habitual ou periodicidade definida, exige com- Etapas da auditoria e exame dos registros
pleto processo de ambientação dos auditores e de planejamento todas
as vezes em que vai ser feita.
Auditoria X corrupção
O Brasil é um dos países menos auditados do mundo. A Ernst & Young, uma
das principais e maiores empresas no ramo em todo o mundo, levantou alguns nú-
meros interessantes sobre a relação entre o número de habitantes e a quantidade
de auditores, parâmetro para medir o percentual do trabalho de auditoria em cada
país. A Argentina possui 13 205 habitantes por auditor, o Chile, 8 711. Na Alema-
nha são 4 558 habitantes por auditor, na França, 4 310 e nos Estados Unidos, 2 327.
Alguns países mostram números ainda mais significativos, como o Canadá, com 1
508 habitantes, a Inglaterra, com 1 316, ou ainda a Holanda, com 899 habitantes
por profissional.
Atividades
Auditoria
Oportunidade
A fixação da época mais apropriada para aplicação e realização dos procedimen-
tos de auditoria fará com que esses procedimentos tragam maior ou menor benefício
em decorrência de serem aplicados no momento mais oportuno. Diante disso, um pro-
cedimento não deve ser tardiamente ou antecipadamente realizado sob pena de não
gerar valor para a auditoria.
1
Conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações
contábeis auditadas, abrangendo testes de observância e testes substantivos.
Deve-se enfatizar que o grau de extensão dos testes pode ser maior para alguns
itens e menor para outros conforme a importância destes.
Evidências e informações
As evidências e informações formam a base na qual o auditor irá se apoiar para
formar seu convencimento sobre a afirmação pesquisada.
No entanto, o auditor deve ter alguns cuidados e não se permitir chegar a conclu-
sões precipitadas, seja por falta de provas sólidas ou interferência de opiniões diver-
gentes. O auditor precisa, portanto, que cada prova obtida seja pesada e os pontos de
vista analisados pelo auditor, levando em consideração a objetividade, importância,
validade e confiabilidade destas, dessa forma, as dificuldades ou custos não devem ser
impeditivos para obtenção das provas.
Provas em auditoria
A atividade de auditoria é desenvolvida por meio da aplicação de ferramentas de
trabalho com o objetivo de formar uma opinião baseada em fatos, evidências e infor-
mações materiais possíveis e necessárias.
É imperativo que o recolhimento e avaliação das provas seja impessoal e indepen- Provas em auditoria e parecer dos auditores
dente, agindo o auditor de forma criteriosa e inquestionável, isenta de qualquer vício.
Evidências de auditoria
O termo prova, em auditoria, refere-se prioritariamente ao termo evidências, uma
vez que se entende como prova tudo que indica veracidade de uma afirmação ou a
realidade de um fato. Assim, a prova indica maior precisão material ou existência física
de uma coisa, já que evidencia em sentido lato uma ideia de abstração.
Identificação – consiste em, por meio do exame visual, comprovar o item es-
pecífico a ser analisado;
existe;
Inquérito
Um dos grandes procedimentos de auditoria é a formulação de perguntas e ob-
tenção de respostas satisfatórias que constituem o inquérito. Este pode ser utilizado
em declarações formais, conversações normais ou sem compromisso, embora o audi-
tor deva checar a veracidade das respostas obtidas.
parecer sem ressalva – o parecer sem ressalva indica que o auditor está con-
vencido de que as demonstrações contábeis foram elaboradas consoantes às
normas contábeis vigentes, em todos os aspectos relevantes. O parecer sem
ressalva implica a afirmação de que, tendo havido alterações na observância,
elas tiveram seus efeitos avaliados e aceitos e estão devidamente revelados
nas demonstrações contábeis. O auditor não deve emitir parecer sem ressalva
quando existir discordância com a administração da empresa a respeito do
conteúdo e/ou forma de apresentação das demonstrações contábeis ou limi-
tação na extensão do seu trabalho que, em sua opinião, tenham efeitos rele-
vantes para as demonstrações contábeis.
2
Parecer parcial: situação em que o auditor profere um parecer somente sobre os pontos em que não há dúvidas.
Natureza dos proce- Extensão dos procedi- Profundidade dos proce- Oportunidade dos pro-
dimentos mentos dimentos cedimentos
Conclusão
Auditoria
Texto complementar
MODELO
Local e data
Assinatura
Nº do Registro no CRC
Atividades
Introdução
Muito se tem discutido a respeito de ética na atividade profissional, porém esse tema
fica, muitas vezes, apenas na retórica, sendo utilizado como foco de discursos e teses, pas-
sando longe de ser efetivamente objeto de preocupação de alguns profissionais na con-
dução de suas atividades técnicas. No entanto, fica cada vez mais latente a necessidade de
se observar esse atributo com o propósito de evitar prejuízos sociais e econômicos.
A origem da palavra ética provém da palavra grega ethos, que significa “caráter”.
Dessa forma, a ética está relacionada a questões que tratam da interação entre pessoas,
nas atividades profissionais ou extra profissionais.
Moral e ética
Moral e ética não são sinônimos, são conceitos diferentes, a moral é um conjunto
de normas compulsórias, a ética um conjunto de valores.
Já a palavra ética pode ser definida como um conjunto de valores que orientam o
comportamento do homem em sociedade, de modo a assegurar o bem estar social.
cendo o responsável hierárquico e executores das rotinas que originam essas informa-
ções (CREPALDI, 2002, p. 65).
A profissão de auditor ainda não possui um código de ética próprio, assim, exis-
tem basicamente duas fontes que orientam a postura ética do auditor: a primeira delas
é o código de ética do contabilista, estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilida-
de (CFC), através da Resolução 290/70 e posteriormente atualizada pela Resolução CFC
803/96, a que o auditor se sujeita por ser contador. E os princípios da ética profissional
editados pelo Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon).
A seguir apresentamos o artigo 5.º da Resolução CFC 803/96, que versa sobre os
deveres e proibições aplicáveis ao auditor:
Art. 5.º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá:
I - recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização
requerida;
II - abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia,
mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo;
III - abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direi-
tos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo,
mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos;
IV - considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido a sua apreciação;
V - mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito
sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso II do art. 2.º;
VI - abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido
de documentos;
VII - assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princí-
pios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC;
VIII - considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis ob-
servando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Con-
selho Federal de Contabilidade;
IX - atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de Conta-
bilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho,
relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho.
Ainda a respeito dos códigos de conduta que o auditor deve seguir, destacamos
o artigo 35, da Instrução CVM 308 de 14 de maio de 1999, que versa sobre condutas
vedadas ao auditor que atua no âmbito do mercado de valores mobiliários:
Art. 35. O Auditor Independente – Pessoa Física, o Auditor Independente – Pessoa Jurídica e os seus
responsáveis técnicos poderão ser advertidos, multados, ou ter o seu registro na Comissão de Valores
Mobiliários suspenso ou cancelado, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis, quando:
Auditoria
I - advertência;
II - multa;
III - suspensão do exercício do cargo de administrador ou de conselheiro fiscal de companhia aberta,
de entidade do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou
registro na Comissão de Valores Mobiliários; (Redação dada pela Lei 9.457, de 5.5.1997)
IV - inabilitação temporária, até o máximo de vinte anos, para o exercício dos cargos referidos
no inciso anterior; (Redação dada pela Lei 9.457, de 5.5.1997)
V - suspensão da autorização ou registro para o exercício das atividades de que trata esta Lei;
VI - cassação da autorização ou registro indicados no inciso anterior.
VII - cassação de autorização ou registro, para o exercício das atividades de que trata esta Lei;
(Redação dada pela Lei 9.457, de 5.5.1997)
VIII - proibição temporária, até o máximo de vinte anos, de praticar determinadas atividades ou
operações, para os integrantes do sistema de distribuição ou de outras entidades que de-
pendam de autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários; (Incluído pela Lei
9.457, de 5.5.1997)
IX - proibição temporária, até o máximo de dez anos, de atuar, direta ou indiretamente, em uma
ou mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários. (Incluído pela Lei
9.457, de 5.5.1997)
Resumidamente o código de conduta do profissional auditor, trata dos seguintes tópicos, desta-
cando-se:
Sigilo total das informações coletadas nos trabalhos de campo, somente divulgando-as a ter-
ceiros mediante autorização expressa da entidade, ou salvo quando houver obrigação legal.
Resumidamente o código de conduta do profissional auditor, trata dos seguintes tópicos,
destacando-se:
Sigilo total das informações coletadas nos trabalhos de campo, somente divulgando-as a ter-
ceiros mediante autorização expressa da entidade, ou salvo quando houver obrigação legal.
integridade;
idoneidade;
respeitabilidade;
caráter ilibado;
justiça e imparcialidade.
Além das condições morais de ordem geral, Franco e Marra (1992, p.148) também
relacionam exigências inerentes à ética profissional.
Para Crepaldi (2002, p. 67), deve-se adicionar aos padrões de conduta profissional,
os seguintes elementos:
autoconfiança;
capacidade prática;
meticulosidade e correção;
pesquisa permanente;
Sob a ótica profissional, a postura ética deve estar presente em todos os procedi-
mentos a serem executados pelo auditor, em qualquer atividade empresarial em que
estiver envolvido seja de registro, análise, avaliação ou opinião, principalmente nos
aspectos indicados no seu juramento profissional.
Res. 836/99 – Distinção entre FRAUDE (ato intencional) e ERRO (ato não
intencional);
Conclusão
Ao término desse capítulo, podemos concluir que a ética é parte integrante de
todas as profissões, porém no caso específico da atividade de auditoria, sua impor-
tância é significativamente maior, pois o trabalho de auditoria será utilizado por vários
segmentos da indústria empresarial, tais como: clientes, investidores, fornecedores,
governo (aspecto fiscal) bancos, analistas, sem deixar de mencionar outros grupos, tais
como sindicatos e trabalhadores que podem se utilizar do parecer de auditoria, seja
na área de gestão ou das demonstrações financeiras auditadas, como um instrumento
técnico de negociação.
Texto complementar
Introdução
[...]
[...] Winston Churchill dizia aos ingleses durante a Segunda Guerra Mundial: “Se
cada habitante inglês cumprir apenas e exclusivamente o seu dever, afundaremos
o reino”, e isso significa que não basta que cada um cumpra fielmente suas respon-
sabilidades pessoais, familiares e trabalhistas, ademais devemos fazer mais alguma
coisa para poder preservar nossa sociedade e nossos valores.
[...]
[...]
Atividades
1. As palavras moral e ética são sinônimos? Caso não sejam apresente seus con-
ceitos e diferenças.
apuradas, bem como arquivadas através dos papéis de trabalho, onde se verifi-
cará o que foi feito e como foram feitos os trabalhos.
3.
2. Relevância do fato: nem todo fato empresarial interessa ao auditor, os fatos re-
levantes são aqueles que se relacionam com os itens ou objeto auditado. De-
vem constar nos papéis de trabalho a fim de dar respaldo à opinião do auditor,
amparando as suas conclusões e recomendações. Os achados de auditoria de-
vem ser objetivos, versar sobre um determinado item específico e serem con-
vincentes aos interessados.
2.
I - subordinação hierárquica;
IV - discrição;
VI - comportamento pessoal.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
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Referências
Auditoria
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