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Auditoria

Auditoria Rodrigo Otávio das Chagas Lima

Auditoria
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Rodrigo Otávio das Chagas Lima

Auditoria
2012

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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

L696a

Lima, Rodrigo Otávio das Chagas


Auditoria / Rodrigo Otávio das Chagas Lima. – Curitiba, PR: IESDE, 2012.
92 p.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-3203-7

1. Auditoria. I. Título

09-2028. CDD: 657.45


CDU: 657.6

Capa: IESDE Brasil S.A.


Imagem da capa: Jupiter Images/DPI Images

Todos os direitos reservados.

IESDE Brasil S.A.


Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200
Batel – Curitiba – PR
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Rodrigo Otávio das Chagas Lima
Mestre em Engenharia de Produção pela Universi-
dade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em
Administração Financeira pelo Instituto Superior de Pós-
-Graduação (ISPG). Graduado em Administração de Empre-
sas pela Faculdade De Plácido e Silva (FADEPS). Graduando
em Direito pela Faculdade Dom Bosco. Técnico em Mecâni-
ca pela Escola Técnica Federal de Santa Catarina (ETF-SC).
É professor de graduação nas seguintes áreas: Adminis-
tração, com ênfase em Administração de Empresas; Teoria
Geral da Administração; Matemática Financeira; Adminis-
tração Financeira e Orçamentária; Administração da Pro-
dução, Mercado de Capitais. Professor de Pós-Graduação
em Gestão Financeira, Mercado de Capitais, Análise de Ba-
lanço. Consultor na área administrativa e jurídica com foco
na gestão financeira, contratos, crédito e tributos.

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Sumário
Introdução e desenvolvimento da auditoria.................................................9
A relevância da auditoria para as empresas...................................................................................... 9
Fundamentos e objetivos de auditoria.............................................................................................10
Histórico........................................................................................................................................................12
Noções e importância das demonstrações financeiras...............................................................15

Processos, normas e práticas usuais de auditoria......................................23


Competências profissionais do auditor............................................................................................24
Planejamento da auditoria....................................................................................................................26
Relevância e risco de auditoria.............................................................................................................29
Aplicação dos procedimentos de auditoria.....................................................................................30
Normas Brasileiras de Contabilidade utilizadas pelo auditor...................................................31

Etapas da auditoria e exame dos registros...................................................39


Objetivo e planejamento da auditoria(etapa inicial do processo)..........................................39
Determinações da abrangência do trabalho..................................................................................41
Procedimento da primeira auditoria..................................................................................................42
Tempo estimado, referência e indicação dos exames.................................................................46

Provas em auditoria e parecer dos auditores.................................................... 55


Oportunidades, extensão dos trabalhos, evidências e informações......................................55
Provas em auditoria..................................................................................................................................56
Exame físico – documentos e escrituração......................................................................................58
Inquérito.......................................................................................................................................................59
Parecer dos auditores..................................................................................................................................59
Do planejamento à emissão da opinião técnica............................................................................61
Conclusão.....................................................................................................................................................62

Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor.........67


Introdução...................................................................................................................................................67
Moral e ética................................................................................................................................................68
Condições morais e padrão de conduta do auditor.....................................................................72
Principais normas e regulamentos.....................................................................................................73
Questões que envolvem a ética em auditoria................................................................................75
Conclusão.....................................................................................................................................................75

Gabarito.....................................................................................................................81
Referências...............................................................................................................87
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Apresentação
O intuito desse trabalho é apresentar de forma clara
e objetiva a atividade de auditoria, as principais técnicas
necessárias para formação profissional do auditor, além de
despertar no leitor o interesse pela matéria, instigando-o
ao aprofundamento da técnica de execução de auditoria.

O desenrolar da história tem apresentado a intensifi-


cação do comércio e o surgimento e crescimento de em-
presas, tornando-se cada vez mais importante o estudo
da auditoria. Essa atividade desenvolveu-se em virtude da
expansão dos países conquistadores, com a instalação de
ramificações de suas organizações mercantis nas novas
terras. Em que pese os estudos de auditoria terem avan-
çado com a expansão do comércio, a auditoria de nossos
dias pouco se relaciona com as técnicas iniciais, visto que
com o aperfeiçoamento e desenvolvimento das empresas
foi necessária a evolução dessa ciência, a fim de atender às
necessidades das organizações contemporâneas.

No início era apenas necessário um instrumento


para verificar e monitorar as transações mercantilistas que
fossem além da contabilidade, que se incumbia de regis-
trar os fatos e atos empresariais. Assim, essa nova ferra-
menta deveria permitir verificar e avaliar essa técnica de
registro, resultando em uma verificação. O que se tem hoje
em dia é uma auditoria muito mais técnica e em alguns
casos até obrigatória, como nas empresas de sociedades
anônimas, cujo resultado final é um parecer técnico sobre
as contas verificadas.

A essência da atividade de auditoria, que se perpetua


desde o início de sua aplicação até hoje, é evitar ou minimi-
zar possíveis fraudes, desvios ou mesmo simulações dos ne-
gócios, para que gestores, investidores, governo e funcioná-
rios tomem decisões pautadas em informações confiáveis.
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Sendo assim, trataremos neste livro o conceito de au-
ditoria, as técnicas e procedimentos fundamentados nas
normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade
e de outros órgãos que regem a atividade dos auditores
independentes, além de apresentar os instrumentos de
prova e de trabalho do auditor. Após enumerar os princi-
pais passos que devem ser dados para uma boa prestação
do serviço de auditoria, apresentaremos os tipos de pare-
cer proferidos ao final da auditoria. Outro ponto de extre-
ma relevância que será abordado neste livro é a questão
ética que o profissional de auditoria deve observar em
suas atividades.

Acreditamos que teremos alcançado o objetivo desse


trabalho se ao final da leitura deste livro tenhamos conse-
guido provocar no leitor a curiosidade e posterior apro-
fundamento da pesquisa sobre a auditoria.

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Introdução e desenvolvimento
da auditoria

A relevância da auditoria para as empresas


É por meio do conhecimento da auditoria que se pode formar uma visão mais
crítica do funcionamento da empresa ou de um determinado setor, permitindo que se
responda a uma série de questões que envolvem os aspectos operacionais ou finan-
ceiros da organização.

A sociedade e as empresas passam por profundas transformações, provocadas


pelo avanço tecnológico e a quebra de antigos paradigmas, numa constante siner-
gia entre a necessidade de consumo do homem e a produção gerada pelas empresas,
criando novos ambientes e orientações. Neste cenário, nunca antes vivido pelos atuais
gestores, deve-se promover pragmaticamente aos colaboradores, internos e externos,
bem como aos clientes e à sociedade, qual o objetivo da organização e suas metas.

Isso significa dizer que se deve planejar: “voltar os olhos para o futuro, ou seja,
trata-se de definir hoje que resultados devem ser alcançados no futuro e de que forma.
A essência desse ato é a tomada de decisões” (BIO, 1988, p. 39).

Este processo, de se preparar hoje para o futuro, sofre interferências de diversas


forças do mercado, criando novas orientações que forçam a empresa a realizar per-
manentemente adaptações e ajustes, a fim de concretizar sua missão e atingir seus
objetivos. Dessa forma, as empresas devem elaborar e rever constantemente seu pla-
nejamento, seja estratégico ou operacional.

O planejamento estratégico “É o planejamento mais básico e de maior alcance


que os gerentes fazem para uma empresa. Os resultados do planejamento estratégico
incluem objetivos organizacionais” (HAMPTON, 1983, p. 164).

Para que a empresa atinja seus objetivos organizacionais, ela deve ser eficaz em
sua gestão, sendo que para atingir tal estágio se faz necessário o desenvolvimento de
ações eficientes e eficazes.

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A eficiência operacional, que é produzir maximizando a utilização dos recursos internos pro-
porcionando maior produtividade, não é o único requisito necessário para que a empresa seja
competitiva. A eficácia operacional é um pressuposto, visto que, se a empresa não possuir um
mínimo de eficácia operacional, que é ter seus produtos e serviços valorizados pelos clientes, não
será competitiva e estará sucumbindo diante da concorrência. (CHAGAS LIMA, 2000, p. 8)

Dessa forma, pode-se afirmar que para a empresa ser competitiva deverá ter efe-
tividade, ou seja, tanto ser eficiente como eficaz. É por meio da estratégia empresarial
adequada que se dará a criação da vantagem competitiva permitindo à empresa so-
breviver à concorrência.
Tanto a eficácia operacional como a estratégia são essenciais para o desempenho superior que, afinal,
é o objetivo primordial de todas as empresas. Uma empresa só é capaz de superar em desempenho os
concorrentes se conseguir estabelecer uma diferenciação preservável. Ela precisa proporcionar maior valor
aos clientes ou gerar valores comparáveis a um custo mais baixo, ou ambos. Daí decorre a aritmética da
rentabilidade superior, em que o fornecimento de maior valor permite à empresa cobrar preços unitários
médios mais elevados; a maior eficiência resulta em custos unitários mais baixos. (PORTER, 1996, p. 47)

Os desafios que os executivos e administradores enfrentam devem ser traduzidos


em desenvolver boas estratégias que permitam criar, produzir e distribuir produtos
com rapidez e inovação, obrigando-os a formularem planos e processos que sejam
adequados às novas realidades. Para que se possa identificar essas mudanças, faz-se
necessário um constante controle por meio de ferramentas que mensurem se o que foi
planejado está sendo ou não realizado.

“O planejamento para obter os melhores resultados deve ser flexível, permitindo estra-
tégias alternativas para substituir os planos existentes quando os desdobramentos econô-
micos e financeiros divergem dos padrões esperados” (GROPPELL; NIKBAKHT, 1998, p. 4).

Nessa senda é que se faz necessário desenvolver uma prática que permita o acom-
panhamento e identificação de possíveis distorções que possam haver no processo
empresarial, seja na área financeira, de recursos humanos, marketing ou operacional.

A opinião técnica independente adequada para a verificação dos fatos e atos


empresariais é a auditoria, prática que permite verificar, por meio de um minucioso
e sistemático exame, se os objetivos e alterações patrimoniais têm ocorrido de forma
eficiente, eficaz e adequada ao planejado e aos objetivos da organização.

Fundamentos e objetivos de auditoria


‘’A auditoria tanto na área pública quanto na área privada é uma especialização
contábil voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial, com o objetivo
de atestar sua validade sobre determinado dado’’ (ATTIE, 2000, p. 25).
Auditoria

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A Contabilidade foi a primeira disciplina desenvolvida para auxiliar e informar ao
administrador, sob a ótica estática e dinâmica, a evolução do seu patrimônio. Ela tem
como finalidade registrar através de técnica própria os fatos e atos empresariais e for-
necer uma série de dados ocorridos na gestão que possam causar variações no patri-
mônio da empresa. Dessa forma pode-se afirmar que a metodologia aplicada consiste
na captação, classificação, registro, segundo princípios contábeis a fim de promover
informações e controle, a qualquer tempo, dando total visibilidade das ações dos ad-
ministradores para fins legais, fiscais e outros.
Para mensurar a adequação e confiabilidade dos registros e das demonstrações contábeis, a Contabilidade
utiliza-se também de uma técnica que lhe é própria, chamada auditoria, que consiste no exame de
documentos, livros e registros, inspeções, obtenção de informações e confirmações internas e externas,
obedecendo a normas apropriadas de procedimento, objetivando verificar se as demonstrações contábeis
representam adequadamente a situação nelas demonstrada, de acordo com princípios fundamentais e
normas de contabilidade, aplicados de maneira uniforme. (FRANCO; MARRA, 1991, p. 20)

Objetivo da auditoria
A finalidade estabelecida para uma auditoria é a emissão de uma opinião funda-
mentada, por uma pessoa independente, porém com capacidade técnica e profissio-
nal suficiente para emiti-la. O objeto a ser examinado pode ser apresentado de diver-
sas formas, como um saldo contábil, um documento, um formulário.

Como dissemos, a auditoria é uma especialização da contabilidade, todavia,


tem-se utilizado esse termo também para definir a atividade de inspeção, verificação,
exame e comprovação em outras áreas além da matéria supra mencionada, tais como,
áreas operacional, gerencial, ambiental entre outras. Mas sempre com o objetivo de
oferecer uma opinião técnica sobre a área auditada.

No Brasil, para ser auditor reconhecido oficialmente pelo Conselho Regional de Con-
tabilidade (CRC) e auditar as demonstrações contábeis financeiras das empresas, é preciso
que o pretendente tenha formação acadêmica em Ciências Contábeis. Todavia, observa-se
cada vez mais a utilização da palavra auditoria para apontar o profissional que atua na ativi-
Introdução e desenvolvimento da auditoria
dade de examinar, verificar e controlar as mais diversas áreas e setores organizacionais.
O termo auditoria tem sido empregado para diferentes tipos de atividades, mas com a mesma finalidade,
qual seja a de um especialista em sua área de atuação com vistas à emissão de uma opinião. Essa opinião
tem de estar abalizada e ser correta, não se permitindo a emissão de uma opinião sem que tenham
sido obtidos os elementos comprobatórios que atestem a veracidade de certa afirmação. A auditoria
não pode ser alicerçada em dados não concretos e de esparsas informações, mas ser fatual, permitindo
correta e inquestionável opinião sobre o dado examinado. (ATTIE, 1998, p. 42)

Os exames de auditoria obedecem a normas próprias que incluem procedimentos


de comprovação de dados em estudo, à verificação de documentos, livros e registros, à
obtenção de evidências de informações interna e externa que se relacionem com o con-
trole do patrimônio e à exatidão dos registros e das demonstrações deles decorrentes.

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Classificação
A classificação mais utilizada para diferenciar os tipos de auditoria é dividi-la em
interna e externa.

Auditoria externa
Focada nos mais diversos setores e atividades, em que o objetivo é a opinião téc-
nica de um profissional apto a opinar sobre o tema em questão, sem vínculo emprega-
tício com a empresa auditada. Pode ser executada em várias áreas, tais como: auditoria
de sistemas, recursos humanos, da qualidade, das demonstrações financeiras, jurídica,
ambiental, fiscal, de gestão, de risco, auditoria externa em obras públicas.

Os profissionais de auditoria de demonstrações financeiras são certificados e


devem seguir rigorosas normas profissionais no Brasil e em outros países.

Auditoria interna
Pode ser desenvolvida por um departamento da empresa, incumbido pela direção
de verificar e avaliar os sistemas, documentos e procedimentos de determinado setor,
objetivando diminuir a probabilidade de ocorrência de erros, fraudes ou procedimentos
ineficazes. É importante para a lisura do processo que a auditoria interna seja feita por
um departamento independente na organização que reporta-se diretamente à direção.

Almeida (1996, p. 30), destaca os principais objetivos do auditor interno:

verificar se as normas internas estão sendo seguidas;

verificar a necessidade de aprimorar as normas internas vigentes;

verificar a necessidade de novas normas internas;

efetuar auditoria das diversas áreas das demonstrações contábeis e em áreas


operacionais.

Histórico
O surgimento da auditoria está vinculado à necessidade da verificação, por parte
dos proprietários e investidores, quanto à capacidade econômico-financeira das em-
presas para as quais foram direcionados seus capitais.
Auditoria

A origem do termo auditor em português, muito embora perfeitamente representado pela origem
latina (aquele que ouve, o ouvinte), na realidade provém da palavra inglesa to audit (examinar, ajustar,
corrigir, certificar). Segundo se tem notícias, a atividade de auditoria é originária da Inglaterra que,

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como dominadora dos mares e do comércio em épocas passadas, teria iniciado a disseminação de
investimentos em diversos locais e países e, por consequência, o exame dos investimentos mantidos
naqueles locais. (ATTIE, 1998, p. 27)

A evolução da auditoria deu-se através da contabilidade em virtude do desenvol-


vimento econômico dos países, bem como do crescimento das empresas e surgimento
das multinacionais. Esse crescimento, aliado à expansão da produção, gera riquezas e
também a sofisticação e refinamento das práticas administrativas dos negócios, exi-
gindo maior controle e verificações, a fim de se identificar a veracidade dos fatos, cum-
primento de metas, licitude das ações através da opinião técnica de alguém não ligado
à empresa, que confirme ou não a qualidade e precisão das informações de forma in-
dependente, ensejando o surgimento do auditor.

Cronologia histórica da auditoria


Conforme Attie (2008, p. 28-29), a origem e evolução da auditoria deu-se confor-
me a seguinte cronologia:

No mundo

Datas Fatos

? - Desconhecido início da atividade

de auditoria;

1314 Criação do cargo de auditor no

Tesouro da Inglaterra;

1559 Sistematização e estabelecimento

da auditoria dos pagamentos a

servidores públicos pela Rainha

Elizabeth I; Introdução e desenvolvimento da auditoria

1880 Criação da Associação dos

Contadores Públicos Certificados

(Inglaterra);

1886 Criação da Associação dos

Contadores Públicos Certificados

(AICPA), nos EUA;


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1894 Criação do Instituto Holandês de

Contadores Públicos;

1934 Criação do Security and

Exchange Comission (SEC), nos

EUA, a partir daí a profissão

assume um novo estímulo.

No Brasil

Está diretamente relacionada com:

criação de filiais de multinacionais;

financiamentos de instituições estrangeiras;

evolução do mercado de capitais;

1965 – Lei 4.728: texto pioneiro a mencionar a auditoria e o auditor independente;

1972 – Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do


Brasil;

1976 – Criação da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76).

A Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976 criou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)


e estabeleceu a disciplina e fiscalização para a atividade de auditoria das companhias
abertas, dando à referida Comissão a atribuição de examinar, a seu critério, os registros
contábeis, livros ou documentos dos auditores independentes. Segundo essa lei, somen-
te as empresas de auditoria contábil ou os auditores contábeis independentes registra-
dos na Comissão de Valores Mobiliários poderão auditar as demonstrações financeiras
de companhias abertas e das instituições, sociedades ou empresas que integram o siste-
ma de distribuição e intermediação de valores mobiliários, sendo que essas empresas de
auditoria contábil ou auditores contábeis independentes responderão, civilmente, pelos
prejuízos causados a terceiros em virtude de culpa ou dolo no exercício da função.

Como se observa, o exercício da auditoria independente está fortemente ligado


às empresas integrantes do mercado de capitais e do sistema financeiro. As demais em-
presas são auditadas a pedido de seus sócios, acionistas, financiadores, fornecedores,
não sendo aplicada a auditoria na totalidade da empresa, ocorrendo somente quando
Auditoria

alguns desses agentes sentem a necessidade de uma opinião técnica independente.

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Noções e importância das demonstrações financeiras
As demonstrações financeiras são um retrato da situação estática da empresa em
um determinado período. O objetivo da auditoria nas demonstrações financeiras é as-
segurar que elas representam adequadamente a posição patrimonial e financeira da
empresa, o resultado de suas operações e as origens e aplicações de recursos corres-
pondente aos períodos em exame, de acordo com os princípios contábeis.
O objetivo principal da auditoria pode ser transcrito, em linhas gerais, como sendo o processo pelo qual
o auditor se certifica da veracidade das demonstrações financeiras preparadas pela companhia auditada.
Em seu exame, o auditor, por um lado, utiliza os critérios e procedimentos que lhe traduzem provas que
assegurem a efetividade dos valores apostos nas demonstrações financeiras e, por outro lado, cerca-se
dos procedimentos que lhe permitem assegurar a inexistência de valores ou fatos não constantes das
demonstrações financeiras que sejam necessários para seu bom entendimento. (ATTIE, 1998, p. 31)

Demonstrações contábeis
O simples registro dos fatos e atos empresariais, dados seu volume e sua hetero-
geneidade, não é muitas vezes suficiente em termos de informações, daí a necessidade
de reunir esses fatos em demonstrações sintéticas, que recebem o nome de demons-
trações contábeis ou ainda de demonstrações financeiras. Segue abaixo, um pequeno
resumo sobre as principais demonstrações financeiras:

Balanço Patrimonial – exposição dos componentes patrimoniais. (Passivo: fontes


e origens de capital. Ativo: aplicações).

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) – visa relatar as variações patri-


moniais, bem como o resultado econômico em um determinado período.

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) – demonstra como


surgiram os recursos econômico-financeiros do exercício e onde foram aplicados.

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) – abrange a varia-


Introdução e desenvolvimento da auditoria
ção sofrida no exercício no patrimônio dos sócios.

Novas tendências da auditoria diante das demonstrações financeiras


As demonstrações financeiras são elaboradas segundo normas e critérios contábeis,
com o intuito de assegurar que os dados oriundos dessas demonstrações estão corretos e
expressam a verdade sobre os fatos empresariais. Para verificar essas demonstrações tem-se
a auditoria, isto é, o exame e opinião técnica independente sobre tais demonstrações.

É preciso que as empresas estejam atentas às regras introduzidas pela Lei 11.638,
aprovada no final de 2007, para a elaboração dos balanços. Essa lei introduz mudanças

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profundas, principalmente em relação às companhias limitadas, conforme pode-se veri-
ficar no §6.º do artigo 176, da Lei 11.638/2007 descrito abaixo:
Art. 176 [...]
§6.° A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de
caixa.

Este artigo cria a obrigatoriedade de se publicar o Demonstrativo dos Fluxos de


Caixa, que até então não era obrigatório para nenhuma empresa.

Com fundamento nessa lei, também ficou obrigatório que os demonstrativos fi-
nanceiros deverão ser elaborados em consonância com os padrões internacionais de
contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários, como se veri-
fica no artigo 177, §2.°:
Art. 177 [...]
§2.°As disposições da lei tributária ou de legislação especial sobre atividade que constitui o objeto
da companhia que conduzam à utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou à
elaboração de outras demonstrações não elidem a obrigação de elaborar, para todos os fins desta
Lei, demonstrações financeiras em consonância com o disposto no caput deste artigo e deverão ser
alternativamente observadas mediante registro:
I – em livros  auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil; ou
II – no caso da elaboração das demonstrações para fins tributários, na escrituração mercantil,
desde que sejam efetuados em seguida lançamentos contábeis adicionais que assegurem a
preparação e a divulgação de demonstrações financeiras com observância do disposto no
caput deste artigo, devendo ser essas demonstrações auditadas por auditor independente
registrado na Comissão de Valores Mobiliários.

Outra mudança ocorrida no ano de 2008, é o fim do rodízio de auditorias para bancos
por parte do Conselho Monetário Nacional (CMN) assim, as instituições financeiras e demais
empresas supervisionadas pelo Banco Central (BC) não precisarão mais trocar a empresa
de auditoria após cinco anos de serviço. No entanto, é necessário que haja troca do sócio
e da equipe de auditores (com nível de gerência) responsáveis pelo trabalho a cada cinco
anos, conforme estava previsto no artigo 31 da Instrução 308/99 editada pela CMN.

A medida é um abrandamento em relação à regra vigente no país atualmente,


mas o CMN argumenta que ela é mais rígida que a prática internacional. Segundo o
órgão, a Federação Internacional de Auditores (IFAC, na sigla em inglês) obriga apenas
a troca do sócio – e não da equipe – a cada sete anos.

Todas essas alterações são inerentes à mudança do sistema contábil, tendo em


vista o processo em curso de convergência contábil para o padrão internacional, co-
nhecido como International Financial Reporting Standards (IFRS).
Auditoria

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Texto complementar

Sinais de alerta para os relatórios financeiros


(RELATÓRIO, 2008)

A National Association of Corporate Directors’ Blue Ribbon Commission (NACD)


identificou os seguintes sinais que os Comitês de Auditoria deverão ter presentes, ao
analisarem as demonstrações financeiras:

acordos comerciais complexos de difícil entendimento e aparentando


poucos ou nenhum resultado prático;

transações de última hora que representem receitas significativas nos rela-


tórios trimestrais ou anuais.

mudança de auditores que resultou de desacordos dos contadores e da au-


ditoria – ou seja, acordos que mereçam a opinião favorável dos novos audi-
tores, e com a qual os anteriores discordavam;

relatórios demasiado otimistas apresentados aos acionistas, agindo o dire-


tor financeiro como evangelizador a fim de convencer os investidores de
um potencial crescimento futuro;

resultados financeiros “demasiadamente bons para serem verdadeiros”, ou


consideravelmente superiores aos da concorrência – sem ter havido corres-
pondentes alterações nas operações;

locais de negócio distanciados entre si, com uma gestão descentralizada e


um fraco sistema de comunicação;

inconsistência aparente entre fatos relatados nas demonstrações financei-


ras e o MD&A (Management Discussion and Analysis of Financial Condition Introdução e desenvolvimento da auditoria
and Results of Operations), e a mensagem do Presidente;

insistência do administrador delegado ou do diretor financeiro em ele ou


ela estar presente em todas as reuniões do Comitê de Auditoria e dos audi-
tores internos ou externos;

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aproximação muito rigorosa entre os resultados declarados e os resultados
previstos – por exemplo, resultados idênticos aos do orçamento;

uma hesitação, atitude evasiva ou ausência de especificidade da parte da


gestão ou dos auditores, relativamente a questões relacionadas com as de-
monstrações financeiras;

divergências frequentes entre a gestão e os auditores externos;

apresentação de vendas correspondentes ao mês ou a um trimestre, feitas


na última semana ou no último dia;

uma auditoria interna funcionando com limitações de âmbito, por exemplo,


o diretor não ter um relacionamento direto com o Comitê de Auditoria;

modificações pouco vulgares nos balancetes, na alteração de tendências ou


no relacionamento significativo das demonstrações financeiras;

políticas contábeis pouco comuns de lançamento de receitas ou custos


antecipados;

métodos contábeis que aparentem favorecer mais a forma do que a subs-


tância;

princípios de contabilidade em contradição com as práticas da indústria;

ajustamentos numerosos e recorrentes não efetuados ou ignorados em re-


lação à auditoria anual;

utilização de reservas para camuflar receitas;

modificações frequentes e significativas de estimativas sem nenhuma razão


aparente, incrementando ou reduzindo ganhos registrados;

falha em fazer cumprir o Código de Ética da empresa;

relutância em efetuar modificações a sistemas ou procedimentos recomen-


dados pelos auditores internos ou externos.
Auditoria

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Atividades

1. Conceitue auditoria.

2. Contabilidade e auditoria são a mesma ciência? Justifique.

Introdução e desenvolvimento da auditoria

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3. Qual o objetivo da auditoria nas demonstrações financeiras?
Auditoria

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Introdução e desenvolvimento da auditoria

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Processos, normas e práticas usuais
de auditoria
O objetivo precípuo da auditoria é a emissão de uma opinião técnica embasada
em fatos concretos, formulada por um profissional sem vínculo empregatício com a
empresa, isto é, um parecer de um auditor independente, com competência técnica
fundamentado em elementos comprobatórios, levantados na área a ser auditada.

Para atingir o objetivo de formular uma opinião concreta, é necessário seguir um


roteiro predeterminado a fim de reunir condições sólidas para fornecer um parecer
correto e íntegro.

O processo de auditoria inicia-se com a análise de uma afirmação. Nessa etapa pre-
tende-se identificar o significado da afirmação, bem como os pontos básicos da audi-
toria, elaborando um plano estratégico com base nas informações, conhecimento, in-
terpretação e mapeamento dos passos a serem percorridos, buscando determinar uma
afirmação. Uma análise adequada, para a auditoria, compreende fundamentalmente três
pontos: revisão analítica que é usada para estabelecer a abrangência da auditoria e a ve-
rificação de comportamento de valores significativos com vistas à identificação de situa-
ção ou tendências atípicas. O segundo ponto é o planejamento, sendo este a base sobre
a qual o trabalho deverá ser fundamentado, é o roteiro do que deve ser feito. O terceiro
ponto é o conhecimento da empresa, suas operações, atividade, controles etc.

O passo seguinte à análise da afirmação é a avaliação da afirmação, em que se deter-


minam os métodos, indicadores e parâmetros para a coleta de provas, analisando as cir-
cunstâncias que influenciam na determinação da suficiência das informações levantadas.

Segundo Attie (1998, p. 47), “Alguns fatores que influenciam na determinação da


avaliação das afirmações são; nível de controle interno, subjetividade inerente, integri-
dade dos administradores, ponderação da relevância, ponderação do risco relativo.”

Assim sendo, o terceiro passo do processo de auditoria é a obtenção dos elementos


probatórios (achados da auditoria), por meio da pesquisa e obtenção dos elementos neces-
sários para confirmar a opinião técnica a ser dada pelo auditor. Os procedimentos devem ser
escolhidos pelo auditor, sendo essa etapa a de concretização do trabalho, transformando
o programa detalhado de auditoria em evidências nos papéis de trabalho (documentação
preparada pelo auditor durante a execução de seu trabalho).

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Os elementos probatórios são reunidos através de testes, que constituem o pro-
cesso fundamental de auditoria. Esses testes podem ser:

Teste de procedimento – destina-se a provar a credibilidade dos procedimen-


tos de controle utilizados pela empresa;

Teste de saldo – tem a finalidade de obter provas suficientes e convincentes


sobre as transações, saldos e divulgações aplicáveis que serão utilizadas pelo
auditor para emitir sua opinião. O objetivo é certificar-se da existência real das
transações e saldos demonstrados, bem como aferir se os saldos dessas tran-
sações estão corretos.

E, finalmente, o último passo do processo de auditoria é a formação de opinião,


em que verificam-se todos os procedimentos executados anteriormente quanto à sufi-
ciência de informações para que o auditor emita o seu parecer.

Análise
da Avaliação
afirmação da
afirmação
Formação
Afirmação
de
opinião
Obtenção dos
elementos
comprobatórios

Achados e evidências da auditoria

Figura 1 – Procedimento para elaboração de auditoria.

Esta sequência de trabalho chamada de processo de auditoria, tem como objetivo


verificar e demonstrar, através dos achados e evidências da auditoria, a relevância do
fato analisado ou a afirmação que pretende se auditar, através dos papéis de trabalho
que amparam a elaboração do parecer final do auditor.

Competências profissionais do auditor


Para realizar a auditoria é necessário que o profissional tenha capacidade técnica
na área que pretende auditar, bem como requer o estabelecimento de determinados
Auditoria

padrões que se aplicam especificamente à auditoria.

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Como acontece em todas as profissões, na auditoria também foram estabelecidos determinados
padrões técnicos que objetivam qualificações na conduta dos trabalhos de auditoria e garantir atuação
consistente, tecnicamente suficiente do auditor e de seu parecer, assegurando, a todos aqueles que
dependem de sua opinião, a observação de uma série de requisitos considerados indispensáveis para
o trabalho concretizado. (ATTIE, 1998, p. 55)

São requisitos necessários para execução de uma auditoria:

Padrões – definem requisitos obrigatórios para auditoria. Esses padrões referem-


-se às atividades daqueles que exercem a auditoria. Como exemplo, podemos citar
as responsabilidades profissionais estabelecidas no código de ética profissional;

Diretrizes – fornecem orientação para aplicação das normas, procedimentos e


técnicas na execução da auditoria;

Procedimentos – fornecem informações sobre como cumprir os padrões ao re-


alizar a auditoria. Não estabelece requisitos, apenas explica como se adequar
aos padrões de auditoria.

Atividade e competências do auditor


A atividade de auditoria requer do profissional conhecimento específico. Ele deve
ser profissionalmente competente, tendo as habilidades e o conhecimento para con-
duzir a tarefa de auditoria, podendo-se destacar as seguintes competências:

deve fornecer garantia razoável de que possui as competências profissionais


suficientes para a realização do trabalho (habilidades, conhecimento e experi-
ência relevantes à tarefa planejada);

capacidade para aplicação das normas, procedimentos e técnicas na execução


das auditorias;

conhecimento dos princípios contábeis, administrativos e, principalmente, da

Processos, normas e práticas usuais de auditoria


área que se pretende auditar, para reconhecer e avaliar a relevância e o significado
dos eventuais desvios em relação às boas técnicas e práticas organizacionais;

deve manter a competência profissional por meio de educação e treinamento


profissionais apropriados e contínuos.

Além das competências apontadas, o profissional de auditoria deve possuir co-


nhecimentos de economia, direito, finanças, tributos, métodos quantitativos e sistema
de informações.

Em princípio, o conhecimento do auditor deve ser contábil, visto que a auditoria é uma
especialização da contabilidade, com técnicas e procedimentos próprios, desde a coleta de
informações até a implementação de rotinas e de controles das demonstrações financeiras.

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A palavra auditoria tem sido utilizada em outras áreas, tais com recursos humanos,
sistema de informação, meio ambiente, departamento jurídico etc., mantendo sempre
o mesmo significado: o de verificar se a atividade em questão está sendo desenvolvida
conforme o planejado e assim, diante dessa constatação, emitir uma opinião.

Dessa forma, pode-se afirmar que não importa qual seja a área em que a atividade de
auditoria está sendo exercida, o profissional em questão deverá possuir as competências
listadas anteriormente, bem como a técnica inerente ao objeto auditado, e desenvolver
sua atividade orientada pelos requisitos necessários (padrão, diretriz, procedimento).

Planejamento da auditoria
O planejamento da auditoria é muitas vezes denominado de plano de auditoria, ou
programa de auditoria. É a etapa na qual o auditor define o seu plano de trabalho e deta-
lhes dos procedimentos de auditoria a serem aplicados. Nessa etapa o auditor estabelece
a estratégia geral dos trabalhos a executar na empresa ou na área a ser auditada, elabo-
rando o plano a partir da contratação dos serviços, estabelecendo a natureza, a oportuni-
dade e a extensão dos exames, de modo que possa desempenhar uma auditoria eficaz.

A Resolução CFC 936/02 aprova a NBC T 11 – IT – 07 – que trata do planejamento


de auditoria, para a auditoria contábil. Considera-se que os Princípios Fundamentais
de Contabilidade, estabelecidos mediante as Resoluções CFC 750/93, 774/94, bem
como as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas consti-
tuem corpo de doutrina contábil que estabelece regras de procedimentos técnicos a
serem observadas por ocasião da realização de trabalhos.

É na fase da avaliação do serviço de auditoria a ser prestado que se inicia o pro-


cesso de planejamento da auditoria. Nesse momento se obtém diversas informações
pertinentes a fim de conhecer a atividade que a empresa desenvolve, bem como os
processos internos, o grau de sofisticação da sua gestão, além de verificar a legislação
competente e demais instrumentos de controle. Diante do cenário apresentado e de-
lineado através dos levantamentos preliminares, conclui-se, então, a etapa do planeja-
mento da auditoria e com essa base inicial o auditor poderá determinar a natureza do
trabalho a ser oferecido.

O programa de auditoria deve ser preparado por escrito ou por outro meio de regis-
tro, o que facilita o entendimento dos procedimentos de auditoria a serem adotados e pro-
picia uma orientação mais adequada para a divisão do trabalho. Deve constar no programa
a extensão dos exames e os procedimentos a serem adotados, bem como a época em que
serão aplicados. Deve-se levar em conta o sistema contábil utilizado pela empresa, os pro-
Auditoria

cessos internos de controle e a atividade-fim da empresa, com o objetivo de indicar o que

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o auditor precisa examinar quando efetuar os procedimentos de auditoria. O programa de
auditoria serve de guia e instrumento de controle para a execução do trabalho, devendo
abranger todas as áreas a serem examinadas pelo auditor independente.

Objetivos do planejamento de auditoria


Os principais objetivos do planejamento da auditoria são:

conhecer a atividade da empresa, a fim de identificar fatos e atos que alteram


as demonstrações financeiras;

proporcionar que as atividades contratadas sejam executadas dentro dos prazos


estabelecidos;

garantir que as atividades importantes e de valores expressivos sejam obser-


vadas com extrema atenção;

apontar problemas potenciais;

apontar a legislação pertinente à empresa;

determinar a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames a serem exe-


cutados de acordo com o serviço contratado.

Os objetivos apontados não excluem outros que poderão ser considerados no


planejamento da auditoria, que irão variar conforme a atividade desenvolvida pela
empresa, o tamanho, tipo e qualidade dos processos internos, sistema contábil utiliza-
do, além da capacidade de seus gestores e demais colaboradores.

Conhecimento das atividades da organização

Processos, normas e práticas usuais de auditoria


Conforme estabelecido na NBC T 11, item 11.2.1.2:
11.2.1.2 – O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento sobre as atividades, os
fatores econômicos, legislação aplicável e as práticas operacionais da entidade, e o nível geral de
competência de sua administração.

Fatores econômicos – o auditor deve avaliar os fatores econômicos que por


ventura possam influenciar no desempenho da empresa para completar o seu
conhecimento a respeito da atividade da empresa a ser auditada;

Os fatores econômicos que podem afetar o desempenho da empresa são


a recessão, inflação, deflação, taxa de juros, condições de financiamento,
desemprego, crescimento econômico, câmbio, impostos, tarifas para ex-
portação e importação, política governamental e outros.
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Legislação aplicável – o auditor deve considerar as normas pertinentes que
afetam a empresa, tais como a regulamentação própria do setor de ativida-
de da empresa bem como os impostos, taxas e contribuições sociais a que
ela está sujeita, além das obrigações de fornecer informações a terceiros em
função de suas atividades, por exemplo, bancos, companhias abertas, segura-
doras, fundos de pensão etc.

Práticas operacionais da entidade – é preciso conhecer o objetivo social e a


atividade-fim da empresa a ser auditada, bem como as práticas usuais utiliza-
das em suas operações. É importante analisar os seguintes aspectos:

os tipos de atividades e operações que a empresa realiza, bem como a sua


localização e de suas instalações;

os serviços que presta, comercializa ou os produtos que fabrica;

área de atuação e participação no mercado;

políticas empresariais e processos de controle interno – produção, logísti-


ca, recursos humanos, finanças, vendas etc.;

retorno dos investimentos, remuneração dos seus ativos;

pós-vendas, garantias, qualidade, fornecedores e clientes nacionais e es-


trangeiros;

patentes, franquias, coligadas, filiais;

tecnologia da informação, desenvolvimento e pesquisa de produtos;

tecnologia operacional e gerencial;

controles e interferência da alta administração na gestão operacional.

Nível geral de competência da administração – a administração de toda em-


presa é responsável pela gestão dos negócios, isto é, pelos controles, análises
e aprovação das ações. A competência dos administradores é refletida nas
atitudes empresariais e suas consequências nos resultados da empresa. O au-
ditor deve ter a sensibilidade de identificar a qualidade da competência dos
gestores. Essa análise considera os seguintes fatores:

qual o grau da relação da alta administração com os operadores;

quais os critérios de promoção e contratação;


Auditoria

qual estrutura de comando e a estrutura organizacional;

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quais mudanças ocorreram em períodos anteriores, como aquisições,
fusões etc.;

qual a independência dos tomadores de decisões.

O auditor ao executar o planejamento de auditoria deve, além dos conhecimentos


apontados, ter um conhecimento detalhado das práticas contábeis adotadas pela orga-
nização que pretende auditar, para propiciar uma adequada avaliação da consistência
das demonstrações contábeis, considerando os seus efeitos sobre o programa de audito-
ria face às normas de contabilidade aplicáveis à entidade. É importante considerar que a
alteração das práticas contábeis pode determinar modificações na comparabilidade das
demonstrações contábeis. Daí a necessidade de comparar as práticas contábeis adota-
das no exercício auditado com as adotadas no exercício anterior, bem como dimensionar
seus efeitos na posição patrimonial e financeira e no resultado da entidade.

Relevância e risco de auditoria


É na fase do planejamento de auditoria que o auditor deve elaborar a avaliação
dos riscos de auditoria no intuito de evitar a apresentação de informações erradas e,
por conta disso, incorrer no não atendimento das datas acertadas na contratação dos
serviços, devido à ocorrência de fatos que poderiam ser previstos.

Havendo uma programação adequada quando da elaboração do planejamento


de auditoria, tomando conhecimento da atividade-fim da empresa e dos procedimen-
tos adotados e informando-se dos fatos que por ventura poderão afetar a condução
correta dos serviços, o auditor estará minimizando os riscos de auditoria.

São considerados riscos de auditoria:

Geral – tipo de gestão, qualificação do sistema contábil e suas demonstrações

Processos, normas e práticas usuais de auditoria


financeiras e processos internos de controle e a situação econômico-financeira
da empresa;

Específico – saldos de contas, natureza e volume dos negócios.

A relevância em auditoria diz respeito aos fatos que precisam ser verificados pelo
auditor durante o processo de auditoria por causarem algum impacto na elaboração e
divulgação de seu parecer. Entre os pontos relevantes a serem considerados na audi-
toria pode-se citar a determinação da natureza das atividades da empresa, bem como
quais os procedimentos de auditoria mais adequados a serem aplicados, além de de-
terminar a amplitude das pesquisas e os testes mais oportunos.

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Outro aspecto relevante, devido à falta de padronização que ocorre na aplicação
da técnica contábil, é avaliar os efeitos das distorções dos saldos nos diversos períodos
a serem analisados, bem como os termos, denominações e classificações utilizadas nos
demonstrativos financeiros.

Diante desse contexto, também é de extrema relevância determinar o momento


mais adequado para apresentar e divulgar as informações obtidas a fim de minimi-
zar os efeitos que essa divulgação pode provocar, entre os quais podemos citar a difi-
culdade de obtenção de novos dados relevantes ao desenvolvimento do processo de
auditoria.

Aplicação dos procedimentos de auditoria


A programação de todos os procedimentos a serem executados na auditoria deve
constar no planejamento apresentado à empresa que será auditada. Este será o docu-
mento em que poderá ser identificado o que será executado na auditoria em termos
de exames, extensão e oportunidade de aplicação, com o objetivo de comprovar os
serviços desenvolvidos pelo auditor e fundamentar a opinião técnica deste, estando
cada uma das atividades desenvolvidas registradas nos papéis de trabalho.

Os procedimentos de auditoria indicam as ações a serem praticadas pelo auditor


na execução de sua atividade, com o objetivo de indicar os passos a serem dados, os
exames necessários e finalmente fundamentar o parecer final que é o relato de sua
opinião técnica sobre a matéria auditada.

Documentos de auditoria
A fim de documentar as questões consideradas importantes quando do levanta-
mento de evidências, com o objetivo de fundamentar o parecer de auditoria e compro-
var que esta foi executada mediante as normas de auditoria consagradas pelas Normas
Brasileiras de Contabilidade é que surgem os papéis de trabalho.

Todo o procedimento de auditoria é documentado pelos papéis de trabalho, isto


é, toda documentação preparada pelo auditor ou fornecida a este na execução da au-
ditoria, e que contêm todos os elementos significativos dos exames realizados, que
evidenciem ter sido a auditoria executada de acordo com as normas aplicáveis. Devem
ter abrangência e grau de detalhe suficiente para proporcionar o entendimento e o
suporte da auditoria executada.
Auditoria

Nos papéis de trabalho estarão a documentação do planejamento, a natureza, a


oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria, bem como o julgamento

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do auditor e as conclusões alcançadas. Devendo ser elaborados, organizados e arqui-
vados de forma sistemática e racional.

Quando for utilizada análise, demonstrações ou quaisquer outros documentos


fornecidos pela empresa, deve o auditor certificar-se da sua exatidão antes de integrá-
-los aos seus papéis de trabalho.

Normas Brasileiras de Contabilidade


utilizadas pelo auditor
As normas de auditoria diferem dos procedimentos de auditoria, enquanto os
procedimentos indicam as ações a serem praticadas, as normas tratam de medidas de
qualidade da execução dessas ações e dos objetivos a serem alcançados através dos
procedimentos de auditoria. Em suma, as normas apontam não apenas as qualidades
profissionais do auditor, mas sobretudo a sua avaliação pelo exame efetuado e parecer
emitido.

As normas de auditoria foram reconhecidas pelo Conselho Federal de Contabi-


lidade através de Resolução CFC 700, de 24 de abril de 1991, que foi revogada pela
Resolução CFC 820/97, que aprovou a NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente
das Demonstrações Contábeis com Alterações, que conceituam e apontam os procedi-
mentos a serem seguidos durante um processo de auditoria, a saber:

Normas de execução dos trabalhos;

Normas do parecer dos auditores independentes.

Outras normas e resoluções inerentes à atividade do auditor


Podemos indicar, diante da necessidade técnica do profissional que trabalha ou Processos, normas e práticas usuais de auditoria
trabalhará com auditoria, algumas normas relevantes, editadas pelo Conselho Fede-
ral de Contabilidade, que devem ser observadas quando da execução da atividade de
auditoria.

NBC P – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais.

NBC P 1, 2 e 3.

NBC P 1 de 22/10/1992, publicada no DOU em 5/11/1992.

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Essas normas estabelecem as condições de competência técnico-profissional, de
independência e responsabilidade do auditor na execução dos trabalhos, da guarda
de documentos e sigilo na atividade de auditoria.
Aprova as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis,
com alteração.
Resolução CFC 953/03, publicada no DOU em 24/1/2003, que dispõe sobre altera-
ção no modelo de parecer referido no item 11.3.2.3 da NBCT 11 – Normas de Auditoria
Independente das Demonstrações Contábeis.
Resolução CFC 678, de 24/7/1990, publicada no DOU em 27/8/1991. Revoga a Reso-
lução CFC 672, de 10/5/1990, da qual não consta registro de publicação no DOU.
As normas acima citadas tratam dos modelos de pareceres que os auditores in-
dependentes devem adotar quando da emissão da opinião técnica em relação às de-
monstrações financeiras auditadas.
Aprova a NBC T 11 – IT – 07 – planejamento de auditoria.
NBC T 11 – IT – 08 – Resolução CFC 957, de 14/3/2003, publicado no DOU em
22/4/2003, retificada no DOU de 14/5/2003 e 12/5/2003.
Essa norma orienta a atividade de planejar a auditoria, espinha dorsal da ativida-
de, visto que é através da elaboração de um planejamento adequado que se poderá
executar um bom serviço e entregá-lo dentro do prazo contratado.
Aprova a normatização da auditoria interna.
Resolução CFC 858, de 21/10/1999, publicada no DOU em 29/10/1999, revoga a
Resolução CFC 731, de 22/10/1992, publicada no DOU em 5/11/1992.
Reformula o teor da NBC T 13, que trata da perícia contábil.
Aprova a reformulação da normatização da perícia contábil em 2/3/1999.
Interpreta o item 11.1.4 – fraude e erro.
NBC T 11 – IT – 04 – Resolução CFC 839, de 26/2/1999, publicada no DOU em
11/3/1999.
Interpreta o item 11.2.13 – transações e eventos subsequentes.
NBC T 11 – IT – 05 – Resolução CFC 830, de 16/12/1998, publicada no DOU em
21/12/1998.
Interpreta o item 11.3 – parecer dos auditores independentes sobre as demons-
trações contábeis.
Auditoria

IT – Interpretações Técnicas.

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NBC T 13 – IT – 01 – Resolução CFC 938, de 24/5/2002, publicada no DOU em
11/6/2002.
Aprova a NBC T 13 – IT – 02 – laudo e parecer de leigos.
NBC T 13 – IT – 03 – Resolução CFC 940, de 24/5/2002, publicada no DOU em
11/6/2002.
As normas supracitadas têm como objetivo indicar como devem ser interpretados,
durante a atividade de auditoria, aspectos como a fraude, erro e transações quando da
elaboração de uma perícia contábil, bem como a interpretação técnica dos pareceres
dos auditores.

Texto complementar

Planejamento de um projeto de auditoria de processos


(DIAS, 2004)

Documento mestre para a execução do trabalho, em que serão definidos todos


os parâmetros e objetivos acordados com a gestão da área auditada. Deverá docu-
mentar na íntegra todas as conclusões geradas na reunião de definição dos objetivos
do trabalho, acrescidas das informações necessárias à compreensão e entendimento
da metodologia de trabalho que será adotada e da equipe e prazos envolvidos.

Dentre os principais aspectos a serem incluídos em um planejamento destacamos:

1. Objetivo da auditoria

Processos, normas e práticas usuais de auditoria


É muito importante que o objetivo do trabalho fique claramente identificado
não perante a equipe de trabalho, mas também junto à alta gestão do processo
auditado. Devem ser evitados termos técnicos e jargões de auditoria, uma vez que
estes podem não ser entendidos pela área. É imprescindível que este objetivo seja
acordado com a alta gestão do processo auditado.

2. Objetivos do processo apurados junto à sua gerência


Trata-se dos objetivos do processo identificados e acordados na reunião de defi-
nição dos objetivos do trabalho. Sua documentação no planejamento comprova que o

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trabalho não poderá perder o seu foco ou até mesmo sua melhoria como um dos seus
objetivos.

Riscos e controles associados identificados


A identificação dos riscos e controles associados a cada objetivo de processo
destacado pela área é um importante balizador do trabalho que será realizado pelo
auditor, mas nunca deverá representar um limitador para os procedimentos que
serão adotados, assim como para a revisão e acompanhamento da metodologia
empregada.

O gerente que considera meramente esses riscos e controles em sua revisão


demonstra que não está exercendo uma visão de processo, mas sim adotando uma
postura de verificador do trabalho feito.

Autuando como auditor de processo estas informações devem representar a


base para os procedimentos adotados, que em sua íntegra devem sempre prever
ganhos que superem o controle sobre os riscos identificados e melhorias sobre os
controles existentes. Aí o trabalho estará agregando ao processo.

3. Escopo do trabalho
O escopo do trabalho abrange todos os aspectos que deverão ser considera-
dos para o atingimento do seu objetivo ou alvo principal.

Nesses aspectos podemos exemplificar o ambiente onde o trabalho será re-


alizado, os períodos que serão realizados os testes e a data-base considerada para
auditoria.

Ao mesmo tempo é importante ser considerado o que o trabalho busca, ou seja


quais as melhorias ou ganhos previstos, se possível mensuráveis pelo auditor em con-
junto com a alta gestão do processo.

4. Metodologia de trabalho
Trata-se de um resumo da forma empregada para a auditoria, relacionando os
tipos de levantamentos e testes que [serão realizados], qual a forma de amostra-
gem de sua verificação e de abordagem para levantamento e conhecimentos dos
dados e informações envolvidas no processo.

Essa informação é muito importante, principalmente para o entendimento,


Auditoria

pelas áreas auditadas, do trabalho que será realizado pela auditoria.

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5. Estimativa de término da auditoria
É imprescindível manter-se um compromisso sobre o término do trabalho.
O período de sua execução deve considerar o tempo necessário à avaliação de
todos os aspectos, informações e dados envolvidos, mas não pode representar
uma data que supere as expectativas da área auditada para obtenção de suas
conclusões.

É muito importante a mensuração do término do trabalho em comum acordo


com a área auditada e que este seja cumprido pela auditoria.

6. Dimensionamento das principais operações do processo


Até mesmo para a comprovação e documentação da importância do proces-
so auditado, sobre o negócio exercido pela empresa, assim como para identifica-
ção de quanto representará possíveis melhorias sobre o processo, o auditor deve
evidenciar os números e volumes relativos ao processo auditado. Esse dimensio-
namento é importante para uma futura comparação e/ou medição dos resultados
agregados ao término do trabalho.

7. Equipe de auditoria
Aproveitando a apresentação do planejamento do trabalho à área auditada é
importante também se apresentar a equipe que atuará no trabalho, assim como a
responsabilidade e envolvimento de cada membro, para o devido esclarecimento
e entendimento que toda a equipe é importante para o sucesso do trabalho. Essa
documentação também é fator essencial para que o auditado entenda que existe
um grupo que, de forma integrada e eficiente, atuará para o sucesso do trabalho.

Processos, normas e práticas usuais de auditoria


8. Emitido e aprovado por
Por ser o ponto inicial do trabalho, demonstrando o seu objetivo e metodolo-
gia empregada para o seu sucesso, todos os planejamentos devem ser aprovados
pelo mais alto gestor da auditoria de processo, demonstrando que todo o time da
área está envolvido na sua execução e na conclusão sobre melhorias que efetiva-
mente agreguem ao processo.

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Atividades

1. Descreva brevemente as quatro etapas do processo de auditoria.

2. Quais as competências necessárias para a atividade de auditor?


Auditoria

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3. Conceitue planejamento da auditoria.

Processos, normas e práticas usuais de auditoria

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Etapas da auditoria e exame dos registros

Objetivo e planejamento da auditoria


(etapa inicial do processo)
A auditoria tem fornecido sólidas informações e opiniões que possibilitam uma
melhor qualidade na gestão dos negócios. Os gestores necessitam de elementos de
formação de juízo e de escolha, fundamentada na realidade dos fatos, para uma de-
cisão mais adequada na condução das empresas. Além do mais, os gestores precisam
fornecer aos investidores, e demais interessados na gestão dos negócios, uma posi-
ção embasada em documentos que convalidam a afirmação pesquisada, baseada em
provas concretas e opinião independente.

O objetivo final de toda auditoria é emitir uma opinião técnica sobre o tema audi-
tado por meio de um parecer no qual será relatado o que foi apurado, quais os docu-
mentos que serviram de subsídio e a confiabilidade destes, os tipos de análise e testes
empregados, e a motivação que gerou a conclusão final.

A atividade de auditoria desenvolve-se em etapas, iniciando-se com o planeja-


mento geral, no qual deve constar o programa de trabalho detalhado e por escrito, que
deverá descrever o responsável pelo processo de auditoria, quando ocorrerá e qual o
objetivo a ser alcançado em termos de natureza, oportunidade ou profundidade dos
exames e extensão do trabalho, sendo que esta atividade de planejar deve ser conso-
ante às Normas Brasileiras de Contabilidade.

Dessa forma, pontua-se que o planejamento da auditoria deve documentar todos


os procedimentos de auditoria programados, segundo o objetivo predeterminado,
bem como sua extensão e oportunidade de aplicação, objetivando comprovar que
todos os pontos da empresa considerados relevantes foram observados e tratados
pelo auditor independente.

Pode-se estruturar a auditoria em três grandes etapas. A primeira etapa é quando


da avaliação para a contratação dos serviços, na qual devem ser levantadas as infor-
mações necessárias para conhecer o tipo de atividade da empresa. A segunda etapa

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é a elaboração do planejamento em que o auditor define o seu plano de trabalho e o
detalhamento dos procedimentos de auditoria a serem aplicados. É nesta etapa que o
auditor estabelece a estratégia geral dos trabalhos a executar na empresa ou na área a
ser auditada, elaborando o plano a partir da contratação dos serviços, estabelecendo a
natureza, a oportunidade e a extensão dos exames, de modo que possa desempenhar
uma auditoria eficaz. E a terceira etapa, o parecer final do auditor, que é o relato téc-
nico da opinião formada por esse profissional, fundamentada nos documentos e nas
evidências apuradas bem como arquivadas através dos papéis de trabalho, nos quais
se verificará o que foi feito e como foram feitos os trabalhos.

“Ao se iniciar qualquer trabalho de auditoria, este deve ser cuidadosamente pla-
nejado, tendo em vista seu objetivo. Os exames e verificação serão orientados confor-
me o alcance visado pela auditoria” (FRANCO; MARRA, 1991, p. 224).

A auditoria poderá apresentar-se de diversas formas, sendo cada uma delas com
características próprias que poderão ser assim classificadas.

Conforme a sua natureza:

auditoria permanente;

continuada;

periódica;

auditoria eventual ou especial que poderá ser geral, ou parcial;

auditoria de balanços com fim específico.

Conforme a profundidade dos exames:

auditoria integral (revisão analítica de todos os registros contábeis);

auditoria por teste (amostragem).

Conforme a extensão do trabalho:

auditoria geral (de todas as demonstrações contábeis, em conjunto);

auditoria parcial ou específica (de uma ou algumas demonstrações ou itens);

revisão limitada (exames parciais, sem aplicação de todas as normas).

Conforme os fins a que se destina:

acautelar interesses de acionistas e investidores;


Auditoria

permitir melhor controle administrativo;

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apurar erros e fraudes;

julgar concessão de crédito;

apurar o valor real do patrimônio líquido;

dar cumprimento a obrigações fiscais;

atender a exigências legais;

confirmar a exatidão das demonstrações contábeis.

Conforme a relação do auditor com a empresa:

auditoria externa;

auditoria interna.

Dado isso, é de fundamental importância que o auditor entenda o conteúdo e a


estrutura da área a ser auditada, se esta área for a da contabilidade que é a ciência que
deu origem ao surgimento dessa especialização chamada de auditoria, é necessário que
esse profissional entenda das demonstrações financeiras, pois são elas que proporcio-
nam meios de comparação das mais variadas operações. Além de permitir, por meio de
mensuração, comparação e análise, elementos indicativos de liquidez, solvência, endivi-
damento, rentabilidade e, sobre tudo, da eficiência ou não da gestão dos negócios.

Determinações da abrangência do trabalho


Existe a necessidade e obrigatoriedade da auditoria ser fundamentada e embasa-
da em provas documentais, ou elementos comprobatórios, porque serão essas evidên-
cias formais que formarão o juízo do auditor, isto é, servirão de base e fundamentação
para o convencimento sobre o fato auditado e a formulação do parecer do auditor.

Etapas da auditoria e exame dos registros


Os procedimentos de auditoria diante dessa prerrogativa devem ser desenvolvidos e
alargados até a obtenção de elementos probatórios da afirmação que se está auditando.

Dessa forma, será o auditor que irá determinar qual ou quais os procedimentos
mais adequados ao caso em questão, a fim de obter as provas necessárias.
A avaliação desses elementos fica a critério do auditor, obedecido o seguinte:

o simples registro contábil, sem outras comprovações, não constitui elemento comprobatório;
na ausência de comprovante idôneo, auxiliam na determinação da validade dos registros con-
tábeis, sua objetividade, sua tempestividade e sua correlação com outros registros contábeis ou
elementos extracontábeis;

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para ser aceitável, a correlação deve ser legítima e relevante, dependendo das seguintes cir-
cunstâncias:
quando a correlação pode ser verificada, relativamente à fonte externa, ela proporciona
maior grau de confiança do que quando verificada na própria empresa;
quando as condições do sistema contábil e do controle interno são satisfatórias, os registros
e as demonstrações financeiras proporcionam maior grau de confiança;
o conhecimento direto e pessoal, obtido pelo auditor por meio de verificações físicas, ob-
servações, cálculos e inspeções, oferecem maior segurança do que as informações colhidas
indiretamente;
desde que praticável e razoável, e quando o ativo envolvido for de expressivo valor material,
em relação à posição patrimonial e financeira e o resultado das operações, as contas a receber
devem ser confirmadas através de comunicação direta com os devedores e da mesma forma o
levantamento físico de inventários deve ser observado pelo auditor;
como regra geral, existe relação entre o custo da obtenção de uma comprovação e seu benefí-
cio para o exame. Entretanto, a dificuldade ou o custo não constituem razões suficientes para a
sua dispensa, quando o auditor a julgar necessária. (ATTIE, 1998, p. 66)

Como se observa, o auditor deve ir buscar elementos comprobatórios idôneos e


substâncias que determinem a validade dos documentos utilizados a fim de auditar a
afirmação em questão.
“A extensão e a profundidade das informações preliminares a serem obtidas do pessoal do cliente,
bem como o modo em que os procedimentos específicos deste programa devam ser aplicados, irão
variar de acordo com: tamanho, complexidade e continuidade das operações do cliente.”( FRANCO;
MARRA, 1991, p. 239)

Devendo ainda, a priori verificar a qualidade do objeto em análise, isto é, no caso


de registros contábeis se estes representam efetivamente um ato empresarial real,
bem como o tempo em que foi produzida essa informação e se existem relações com
outros dados contábeis, sendo que esta busca não deverá ser interrompida, seja por
dificuldades físicas ou técnicas, ou ainda devido a custos elevados.

Toda essa preocupação com um correto e transparente procedimento deve-se


ao fato de proporcionar maior grau de confiança nos documentos que irão, ou não,
validar a afirmação.

Procedimento da primeira auditoria


Os procedimentos de auditoria tratam das investigações técnicas que devem ser
executadas pelo auditor, a fim de atingir os objetivos previamente estabelecidos no
planejamento, devendo evidenciar as etapas e as épocas em que serão executados os
trabalhos, de acordo com o teor da proposta de prestação de serviços e sua aceitação
pela empresa auditada.

Deve-se elaborar um cronograma de trabalho, no qual devem-se ficar evidenciadas


áreas, unidades e partes relacionadas que serão atingidas pela auditoria, para comunicar
Auditoria

e comprovar a todos que os compromissos assumidos com a empresa auditada serão


cumpridos.

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Em suma, os procedimentos de auditoria tratam dos passos a serem seguidos
pelo auditor, durante a realização de seu trabalho.
O planejamento adequado pressupõe a formulação de programa de auditoria. O programa de auditoria
consiste no plano de trabalho para exame de área específica. Ele prevê os procedimentos que deverão
ser aplicados para que se possa alcançar o resultado desejado. Deve, entretanto, ser bastante amplo
e flexível, para permitir alterações durante o andamento das verificações, segundo aconselham as
circunstâncias, isto é, a maior ou menor eficiência dos controles internos do cliente. Haverá casos em que
os controles internos se revelam, de tal modo, excelentes que dispensam a aplicação de grande número
de procedimentos. Entretanto, o reverso poderá também acontecer, aconselhando a aprofundar mais as
verificações. ( FRANCO; MARRA, 1991, p. 224)

A atividade de realizar a primeira auditoria contábil numa empresa requer alguns


cuidados especiais da parte do auditor independente, sendo que se pode adotar tal
procedimento para auditoria em outras áreas, podendo ocorrer três situações básicas,
segundo a Resolução CFC 1.035/2005 que aprovou a NBC T 11.4:
11.4.5.1. [...]

quando a entidade nunca foi auditada, situação que requer atenção do auditor indepen-
dente, visto que ela não tem experiência anterior de um trabalho de auditoria;
quando a entidade foi auditada no período imediatamente anterior, por auditor indepen-
dente, situação que permite uma orientação sobre aquilo que é requerido pelo auditor in-
dependente; e
quando a entidade não foi auditada no período imediatamente anterior, situação que requer
atenção do auditor independente, porquanto as Demonstrações Contábeis que servirão
como base de comparação não foram auditadas.

11.4.5.2. Assim sendo, nessas circunstâncias, o auditor independente deve incluir no planejamento
de auditoria: análise dos saldos de abertura, procedimentos contábeis adotados, uniformidade dos
procedimentos contábeis, identificação de relevantes eventos subsequentes ao exercício anterior e
revisão dos papéis de trabalho do auditor anterior.

A execução dos procedimentos de auditoria deve ser realizada através de provas se-
letivas, testes e amostragens, em razão da complexidade e volume das operações, fican-
do sob a responsabilidade do auditor, com base na análise de risco de auditoria e outros
elementos de que dispuser. Assim deverá o auditor determinar a amplitude dos exames
necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo.

Nesse contexto afirma-se que as etapas da atividade de auditoria estão funda- Etapas da auditoria e exame dos registros
mentadas em testes de observância e substantivos dos fatos e atos apurados e do-
cumentados, afastando e evitando assim as suposições ou “achômetros”. A NBC T 11
conceitua os testes de observância e substantivos da seguinte maneira:
11.1.2.2 – Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedi-
mentos de controle interno, estabelecidos pela administração, estão em efetivo funcionamento e
cumprimento.

11.1.2.3 – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e


validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade, dividindo-se em:
testes de transações e saldos; e
procedimentos de revisão analítica.

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O processo de teste em auditoria deverá ser exercido através de procedimentos
formais e passíveis de verificação por todos os interessados, bem como deve ser sufi-
ciente para formar uma opinião técnica, sólida e coerente.

A Resolução CFC 1024/05 aprova a NBC T 11.3 que trata dos papéis de trabalho e
da documentação de auditoria.
11.3.1.1 – Esta norma estabelece procedimentos e critérios relativos à documentação mínima
obrigatória a ser gerada na realização dos trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis.
11.3.1.3 – Os papéis de trabalho constituem a documentação preparada pelo auditor ou fornecida a
este na execução da auditoria. Eles integram um processo organizado de registro de evidências da
auditoria, por intermédio de informações em papel, meios eletrônicos ou outros que assegurem o
objetivo a que se destinam.

Procedimentos técnicos básicos


O auditor, ao iniciar uma auditoria, irá avaliar os controles internos da empresa.
Entende-se por controles internos todos os instrumentos da empresa destinados à vi-
gilância à fiscalização e à verificação administrativa, que permitam prever, observar, di-
rigir os acontecimentos que ocorrem dentro da empresa e que por ventura produzam
reflexos em seu patrimônio.

Diante dessa afirmação, o principal instrumento de controle de que dispõe uma


administração é a contabilidade, portanto, meios de controle interno serão todos os
registros, livros, fichas, mapas, boletins, papéis, formulários, pedidos, notas, faturas,
documentos, guias, impressos, ordens internas, regulamentos e demais instrumentos
utilizados pela empresa.

Esses instrumentos serão utilizados pelos gestores para exercer o controle sobre
os fatos e atos ocorridos na empresa que de algum modo possam intervir no funciona-
mento ou em seu patrimônio.

Para avaliar esses instrumentos de controle, o auditor terá que aplicar testes a fim
de verificar a veracidade e qualidade destes.

A seguir, apontam-se os procedimentos técnicos básicos que o auditor deve levar


em consideração quando da aplicação dos testes de observância e substantivos, se-
gundo a NBC T 11:
11.2.6.2 [...]

inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis;

observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução;


Auditoria

investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou entidades co-


nhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade;

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cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e
demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e

revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, mediante índi-


ces, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situ-
ação ou tendências atípicas.

11.2.6.3 – Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, efetividade e
continuidade dos controles internos.

11.2.6.4 – Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes conclusões:

existência – se o componente patrimonial existe em certa data;

direitos e obrigações – se efetivamente existentes em certa data;

ocorrência – se a transação de fato ocorreu;

abrangência – se todas as transações estão registradas; e

mensuração, apresentação e divulgação – se os itens estão avaliados, divulgados, classifi-


cados e descritos de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas
Brasileiras de Contabilidade.

[...] a auditoria faz seu trabalho através de testes e raramente executa exames integrais. Quando a
seleção de testes recomendar o exame de lançamentos contábeis, o auditor não se deve satisfazer
com a simples verificação do lançamento, mas deve ir além, examinando detidamente o documento
que justifica, ou deu origem, ao lançamento. Com a devida atenção, o auditor verificará se o
documento é legítimo e autêntico; se se refere realmente à operação escriturada; se essa operação
corresponde aos objetivos da empresa; se o documento está corretamente preenchido, inclusive
quanto a datas, destinatários, cálculos e outros dados intrínsecos. Verificará se o lançamento tem a
correspondente contrapartida e se esta é adequada. ( FRANCO; MARRA, 1991, p. 235)

Quanto à obtenção das informações necessárias à auditoria, observa-se que as


fontes externas tendem a fornecer informações mais confiáveis do que as obtidas na
entidade auditada.

De qualquer forma deve-se buscar informações sobre a empresa através de


fontes internas e externas, entrevistando pessoas que conheçam as atividades da em-
presa auditada, a fim de se compreender o funcionamento dos processos descritos nos
manuais da empresa. As fontes a serem pesquisadas internamente podem ser desde
empregados operacionais até os gestores da empresa. Já as fontes externas podem Etapas da auditoria e exame dos registros
ser clientes, fornecedores, bancos etc. O nome utilizado no processo de investigação e
confirmação das informações externas é circularização.

A circularização é o procedimento técnico através do qual se expede cartas diri-


gidas a pessoas ou empresas que conheçam as atividades da empresa que está sendo
auditada. Essa correspondência tem a finalidade de confirmar ou não ao auditor a
situação pesquisada, em resumo é a confirmação formal, por terceiros não ligados a
auditada, de fatos gerados na empresa. A informação proveniente dessa fonte prova-
velmente será mais confiável, pois é isenta de qualquer interesse ou protecionismo.

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Pedido de confirmação
O pedido de confirmação é uma forma de o auditor validar as informações obti-
das da auditada. Pode ser divido em positivo ou negativo.

O pedido de confirmação positivo ocorre quando o auditor pede a terceiros que


respondam à solicitação confirmando ou não a informação enviada. O pedido de con-
firmação pode ser branco ou preto.

branco – quando os valores e os saldos a serem confirmados não são indica-


dos na solicitação;

preto – quando são indicados os valores e os saldos, em determinada data, a


serem confirmados na solicitação.

Já no pedido de confirmação negativo, entende-se que não havendo resposta


por parte da pessoa a quem a confirmação foi solicitada, houve concordância em rela-
ção aos valores e saldos pesquisados. Esse procedimento é mais usado como comple-
mento do pedido positivo.

É aconselhável que essas solicitações sejam enviadas por carta registrada para
garantir a confirmação do recebimento.

Finalmente, o auditor deve proceder à revisão analítica considerando o grau de


confiabilidade dos resultados alcançados, o objetivo dos procedimentos e, caso não
obtenha informações objetivas suficientes para dirimir as questões suscitadas, deve
efetuar verificações adicionais, até serem suficientes.

Tempo estimado, referência e indicação dos exames


O tempo estimado é a indicação do tempo necessário para a execução dos pro-
cedimentos de auditoria, devendo-se levar em consideração a complexidade do tra-
balho, bem como a experiência profissional do auditor. A previsão, dentro do possível,
não deve ser ultrapassada e, para isso, deve o auditor fazer previamente os levanta-
mentos analíticos sobre a empresa, os controles internos e o sistema contábil.
Exames e testes devem ser planejados para serem executados inicialmente em áreas problemáticas.
O julgamento profissional é essencial para assegurar que o tempo necessário e atenção apropriada
sejam devotados aos assuntos mais importantes, e para minimizar o tempo nas áreas comuns ou
itens normalmente usuais na auditoria. Na determinação de áreas prioritárias, a ênfase e o tempo
devem ser baseados no conceito de relevância e nos riscos em que se fundamenta o conceito
auditorial. (FRANCO; MARRA, 1991, p. 239)
Auditoria

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Ao formular a proposta de trabalho, segundo a NBC T 11.4
11.4.4.9 [...] o auditor independente deve apresentar uma estimativa de honorários e horas ao cliente
– conforme determinam as Normas Profissionais de Auditoria Independente –, na qual prevê o
cumprimento de todas as etapas do trabalho a ser realizado. No planejamento devem constar as horas
distribuídas entre as várias etapas do trabalho e entre os integrantes da equipe técnica se houver.

A referência ou REF. serve para indicar o papel de trabalho, devidamente codi-


ficado, em que o procedimento de auditoria foi realizado, auxiliando e facilitando a
localização do serviço desenvolvido pelo profissional.

Já a indicação dos exames é utilizada para indicar de que forma o procedimento


de auditoria foi executado. Essa indicação é feita através de notas explicativas, letras
explicativas1, ou ainda em tiques explicativos2, podendo também ser feito através de
simples referências cruzadas.

Revisões e atualizações no planejamento e


nos programas de auditoria
Tanto a supervisão quanto a revisão devem ser planejadas para monitorarem desde
a etapa inicial dos trabalhos, abrangendo o próprio planejamento, até o término do tra-
balho contratado com a empresa, com o intuito de minimizar os riscos de auditoria.
A auditoria é um trabalho complexo, que envolve a aplicação de variados e sofisticados procedi-
mentos para sua consecução. Em decorrência dessa complexidade e sofisticação, é inevitável que
em todos os trabalhos de auditoria haja um grau de risco de que erros ou irregularidades existentes
nos registros e nas demonstrações contábeis possam não ser detectados durante o procedimento
auditorial. (FRANCO; MARRA, 1991, p. 248)

Com essa colocação, finalmente pode-se concluir que o planejamento e os pro-


gramas de auditoria devem ser revisados permanentemente, como forma de o auditor
independente avaliar se houve algum erro ou irregularidade ou mesmo avaliar as mo-
dificações nas circunstâncias e os seus reflexos na extensão, oportunidade e nature-
Etapas da auditoria e exame dos registros
za dos procedimentos de auditoria a serem aplicados. Principalmente quando algum
evento importante ocorreu ou quando há movimentação de grandes valores.

Quando houver atualizações no planejamento e nos programas de auditoria, essas


alterações têm de ser documentadas nos papéis de trabalho correspondentes, deven-
do ficar evidenciados, também, os motivos das modificações a que se procedeu.
1
Letras explicativas: utilizadas com o emprego de letra minúscula, tem como objetivo identificar algo mais que mera conferência documental, correspondem
ao exame realizado pelo auditor, precisando de uma explicação adicional ao exame efetuado.
2
Tiques explicativos: sinais próprios que o auditor utiliza para indicar o exame realizado. Normalmente são empregados para evidenciar a fonte de obtenção
ou conferência de um valor. Esse artifício procura economizar tempo e espaço, bem como extinguir a necessidade de repetir explicações e facilitar a revisão
dos papéis de trabalho.

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Texto complementar

Desmistificando o trabalho da auditoria


(MÜLLER, 2008)

O trabalho do auditor pode ser importante arma na luta contra a corrupção nas
organizações.

O trabalho de auditoria muitas vezes é percebido como mera avaliação das


atividades do Departamento de Contabilidade de uma organização. Com a chega-
da do auditor, os funcionários normalmente se sentem vigiados e ficam intranqui-
los. O trabalho de auditoria, ainda que em algumas situações especiais necessite
fazer fiscalizações rigorosas, não tem como objetivo policiar profissionais ou suas
atividades.

A auditoria deve ser compreendida como um conjunto de ações de assesso-


ramento e consultoria. A verificação de procedimentos e a validação dos controles
internos utilizados pela organização permitem ao profissional auditor emitir uma
opinião de aconselhamento à direção ou ao staff da entidade em estudo, garantindo
precisão e segurança na tomada de decisão.

Muitas vezes o trabalho é executado com a finalidade de atender a interesses de


acionistas, investidores, financiadores e do próprio Estado, ou para cumprir normas
legais que regulam o mercado acionário. É comum, ao término de uma auditoria, a
emissão de um documento formal, conhecido como Parecer da Auditoria, que serve
para publicação junto às Demonstrações Financeiras ou Contábeis, no encerramen-
to de um período ou do exercício social, por força de exigência da legislação. A Co-
missão de Valores Mobiliários (CVM) é a entidade regulamentadora da profissão e do
exercício profissional, sendo a responsável pela fiscalização do segmento.

As formas de auditoria
As formas mais conhecidas de auditoria definem-se quanto à extensão, à pro-
fundidade e à tempestividade.

Extensão – segundo o juízo do auditor quanto à confiança que tenha nos


controles internos e no sistema contábil, essa forma de auditoria pode
ser:
Auditoria

Geral – quando abrange todas as unidades operacionais.

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Parcial – quando abrange especificamente determinadas unidades ope-
racionais.

Por amostragem – a partir da análise do controle interno e recorrendo-se


a um modelo matemático, identificam-se áreas de risco e centram-se os
exames sobre essas áreas.

Profundidade

Integral – inicia-se nos primeiros contatos de uma negociação, esten-


dendo-se até as informações finais (pedido compra pagamento
contabilização Demonstrações Contábeis). Compreende o exame
minucioso dos documentos (origem, autenticidade, exatificação); dos re-
gistros (contábeis, extracontábeis, formais/informais e de controle); do
sistema de controle interno (quanto à eficiência e à aderência); e das in-
formações finais geradas pelo sistema.

Por revisão analítica – esta é uma das metodologias para a qual emprega-se
o conceito de Auditoria Prenunciativa, segundo o qual auditar é administrar
o risco. Opera-se com trilhas de auditoria mais curtas, para obter razoável
certeza quanto à fidedignidade das informações.

Tempestividade

Permanente – pode ser constante ou sazonal, porém em todos os exer-


cícios sociais. Esse processo oferece vantagens à empresa auditada e
aos auditores, especialmente quanto à redução de custos e de tempo
de trabalho. Como as áreas de risco são detectadas no primeiro pla-
nejamento, o acompanhamento pelos auditores definirá aquelas já
eliminadas e as novas que possam ter surgido. Assim, o auditor pode
focar seu trabalho e diminuir as visitas, pela facilidade de detecção de
problemas.

Eventual – sem caráter habitual ou periodicidade definida, exige com- Etapas da auditoria e exame dos registros
pleto processo de ambientação dos auditores e de planejamento todas
as vezes em que vai ser feita.

Auditoria interna e externa


Existem diferenças entre o trabalho do auditor externo, profissional contratado
pela organização para a realização do trabalho de forma independente, sem vínculo em-
pregatício, e o do auditor interno, funcionário integrante dos quadros da empresa. En-
quanto este pretende testar a eficiência dos controles internos e dos sistemas utilizados,

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o auditor externo é um consultor que pode auxiliar na melhor adequação dos registros
contábeis da empresa, inclusive com a emissão do Parecer, se necessária.

O auditor interno preocupa-se com o desenvolvimento do empreendimento


da entidade e o auditor externo, com a confiabilidade dos registros. Embora operan-
do em diferentes graus de profundidade/extensão‚ a auditoria interna e a auditoria
externa têm interesses comuns, daí a conexão existente no trabalho de ambas. No-
tadamente no campo contábil, os exames são efetuados, geralmente, pelos mesmos
métodos.

A auditoria externa, em virtude de sua função garantidora no exame de fide-


dignidade das Demonstrações Financeiras, pode utilizar-se de parte dos serviços da
auditoria interna, sem, contudo, deixar de cumprir o seu objetivo. Deve, portanto,
coordenar suas ações de modo que seus programas adotem procedimentos idênti-
cos e impeçam a execução de tarefas repetidas.

Auditoria X corrupção
O Brasil é um dos países menos auditados do mundo. A Ernst & Young, uma
das principais e maiores empresas no ramo em todo o mundo, levantou alguns nú-
meros interessantes sobre a relação entre o número de habitantes e a quantidade
de auditores, parâmetro para medir o percentual do trabalho de auditoria em cada
país. A Argentina possui 13 205 habitantes por auditor, o Chile, 8 711. Na Alema-
nha são 4 558 habitantes por auditor, na França, 4 310 e nos Estados Unidos, 2 327.
Alguns países mostram números ainda mais significativos, como o Canadá, com 1
508 habitantes, a Inglaterra, com 1 316, ou ainda a Holanda, com 899 habitantes
por profissional.

Pode-se evitar ou eliminar o risco de fraudes e de erros nas organizações com o


trabalho do auditor. O Brasil possui apenas um auditor para 24 615 habitantes! Talvez
tivéssemos menos corrupção em nosso país se esses números fossem diferentes [...]
Espera-se que essa visão possa trazer aos empresários e a todos os usuários do tra-
balho de auditoria uma percepção mais apurada da atividade desenvolvida e de sua
importância, não apenas como promotora de uma ação específica, mas no acompa-
nhamento da saúde dos controles organizacionais.

Atividades
Auditoria

1. A atividade de auditoria desenvolve-se em etapas. Descreva quais são essas


etapas, seu desenvolvimento e objetivos.

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2. A auditoria poderá apresentar-se de diversas formas, sendo que cada uma de-
las tem características próprias que poderão ser classificadas conforme o quê?

Etapas da auditoria e exame dos registros

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3. Aponte os procedimentos técnicos que o auditor deve levar em consideração
quando da aplicação dos testes de observância e substantivos.
Auditoria

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Etapas da auditoria e exame dos registros

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Provas em auditoria e parecer dos auditores
A aplicação dos procedimentos de auditoria1 deve ser realizada em razão da com-
plexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens.
Todavia, cabe ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos
de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos ele-
mentos de convicção que sejam válidos para o todo.

Oportunidades, extensão dos trabalhos, evidências


e informações
Os procedimentos de auditoria são as ferramentas técnicas, das quais o auditor
se utiliza para realizar seu trabalho considerando-se a oportunidade, extensão, evidên-
cias e informações que julgue necessário para poder emitir sua opinião técnica.

Oportunidade
A fixação da época mais apropriada para aplicação e realização dos procedimen-
tos de auditoria fará com que esses procedimentos tragam maior ou menor benefício
em decorrência de serem aplicados no momento mais oportuno. Diante disso, um pro-
cedimento não deve ser tardiamente ou antecipadamente realizado sob pena de não
gerar valor para a auditoria.

Um exemplo de aplicação tardia de auditoria é aquele que ocorre após um fato já


ter sido corrigido quando da aplicação do procedimento e assim perde-se a oportuni-
dade de utilizá-lo como prova.

A aplicação oportuna do procedimento está associada à sensibilidade e perspicá-


cia do auditor.

1
Conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações
contábeis auditadas, abrangendo testes de observância e testes substantivos.

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Extensão dos trabalhos
Os procedimentos de auditoria a serem aplicados por meio de provas seletivas,
testes e amostragem irão variar conforme o volume das operações, transações reali-
zadas pela empresa e complexidade dos processos internos. Assim, caberá ao auditor
determinar o número e a profundidade de operações a serem examinadas, de forma a
obter elementos de convicção.

A quantidade e extensão dos trabalhos requeridos para fundamentar a opinião


do auditor são questões que ele mesmo irá determinar no desenvolvimento da ativida-
de após um estudo meticuloso do caso a ser auditado. Entretanto, não há uma receita
pronta para mensurar a extensão e profundidade dos trabalhos, isso irá variar caso a
caso.

Deve-se enfatizar que o grau de extensão dos testes pode ser maior para alguns
itens e menor para outros conforme a importância destes.

Evidências e informações
As evidências e informações formam a base na qual o auditor irá se apoiar para
formar seu convencimento sobre a afirmação pesquisada.

No entanto, o auditor deve ter alguns cuidados e não se permitir chegar a conclu-
sões precipitadas, seja por falta de provas sólidas ou interferência de opiniões diver-
gentes. O auditor precisa, portanto, que cada prova obtida seja pesada e os pontos de
vista analisados pelo auditor, levando em consideração a objetividade, importância,
validade e confiabilidade destas, dessa forma, as dificuldades ou custos não devem ser
impeditivos para obtenção das provas.

Provas em auditoria
A atividade de auditoria é desenvolvida por meio da aplicação de ferramentas de
trabalho com o objetivo de formar uma opinião baseada em fatos, evidências e infor-
mações materiais possíveis e necessárias.

Cabe ao auditor identificar e atestar a validade das afirmações, aplicando os pro-


cedimentos adequados a cada caso, até a obtenção de provas materiais que compro-
vem a afirmação auditada.
Auditoria

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Achados de auditoria
Com a aplicação dos procedimentos de auditoria pelo auditor, é possível obter
as provas necessárias para avaliar se os critérios estabelecidos estão sendo ou não re-
alizados. Em suma, os achados de auditoria são fatos resultantes dos programas de
auditoria com valor para o juízo do auditor na elaboração de sua opinião.

Os achados de auditoria devem apresentar alguns requisitos para terem valor


na auditoria, entre eles pode-se citar a relevância do fato, pela qual entende-se que
não é qualquer fato empresarial que interessa ao auditor, mas somente aqueles que
se relacionam com o item ou objeto auditado. Outro ponto a ser considerado é que
os achados de auditoria devem constar nos papéis de trabalho a fim de dar respaldo à
opinião do auditor, amparando as conclusões e recomendações feitas por ele. Os acha-
dos de auditoria devem ser objetivos, versar sobre um determinado item específico e,
finalmente, precisam ser convincentes aos interessados.

A obtenção das provas


Em auditoria a busca de provas tem duplo papel, por um lado tem o objetivo
de validar ou não as asserções, isto é, as afirmações ou argumentações contidas nas
demonstrações financeiras, conduzindo, assim, ao objetivo final dos trabalhos de uma
auditoria, que é a emissão de uma opinião técnica por parte do auditor. Por outro lado,
as provas têm o objetivo de salvaguardar os trabalhos realizados pelo auditor, servindo
de fundamento na construção da opinião emitida no parecer, que apenas é possível a
partir das provas recolhidas no decurso dos trabalhos.

Portanto, o recolhimento de provas não é um fim em si mesmo, mas um fio condutor


das atividades do auditor. Dessa forma, pode-se afirmar que sem as provas o trabalho de-
senvolvido na auditoria torna-se supérfluo e sem fundamento concreto, e a opinião formu-
lada sobre o objeto da auditoria nada mais é do que divagações vazias e duvidosas.

É imperativo que o recolhimento e avaliação das provas seja impessoal e indepen- Provas em auditoria e parecer dos auditores
dente, agindo o auditor de forma criteriosa e inquestionável, isenta de qualquer vício.

Evidências de auditoria
O termo prova, em auditoria, refere-se prioritariamente ao termo evidências, uma
vez que se entende como prova tudo que indica veracidade de uma afirmação ou a
realidade de um fato. Assim, a prova indica maior precisão material ou existência física
de uma coisa, já que evidencia em sentido lato uma ideia de abstração.

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Desse modo, o conjunto dos fatos comprovados chama-se evidência de auditoria,
que são provas suficientes, competentes e pertinentes ao objeto auditado. As evidên-
cias de auditoria são provas mais consistentes que os achados de auditoria, de acordo
com as seguintes características:

Suficiência – a evidência de auditoria deve ser convincente não apenas para o


auditor, mas a todos os interessados permitindo-lhes que cheguem à mesma
conclusão a que o auditor chegou.

Validade – as evidências de auditoria devem dar suporte e credibilidade à con-


clusão do auditor.

Relevância – precisam ter importância e valor na formação do juízo do auditor.

Objetividade – devem apresentar relação direta com o objetivo da auditoria.

Conforme os procedimentos que originaram a evidência de auditoria pode-se


classificá-las em:

Evidência física – obtida através da inspeção física ou observação direta de bens,


transações, pessoas, processos. Apresentada sob a forma de amostras físicas, fo-
tografias, mapas, memorial descritivo etc.

Evidência documental – obtida pela verificação de contratos, notas fiscais, re-


cibos, títulos a receber, cartas e demais documentos, bem como através dos
inquéritos, que são informações recebidas de pessoas de dentro e de fora da
empresa por meio de declarações.

Evidência testemunhal – tipo de evidência obtida com a aplicação de entrevis-


tas e questionários.

Evidência analítica – conferência de cálculos, análise e comparação de dados.

Exame físico – documentos e escrituração


A verificação in loco é o exame físico que irá proporcionar ao auditor o convenci-
mento da existência física do objeto ou item examinado. O auditor deve, ao realizar o
exame físico, apontar algumas características:

Identificação – consiste em, por meio do exame visual, comprovar o item es-
pecífico a ser analisado;

Existência física – comprovar, através do exame visual, que o objeto ou item


Auditoria

existe;

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Autenticidade – confirmar que o item ou objeto examinado é fidedigno;

Quantidade – comprovar as quantidades reais existentes fisicamente;

Qualidade – demonstrar que o objeto examinado visualmente permanece em


uso ou não está deteriorado.

O principal procedimento de auditoria de exame físico é a contagem, que pode


ser de caixa, estoque, ativos, investimentos etc.

Inquérito
Um dos grandes procedimentos de auditoria é a formulação de perguntas e ob-
tenção de respostas satisfatórias que constituem o inquérito. Este pode ser utilizado
em declarações formais, conversações normais ou sem compromisso, embora o audi-
tor deva checar a veracidade das respostas obtidas.

A função e o principal objetivo do inquérito é obter informações necessárias


para a auditoria, contribuindo para formar o juízo do auditor. O inquérito poderá
versar sobre diversos assuntos, tais como aumento das vendas, posição dos inves-
timentos, sobre processos operacionais, devedores etc.

Parecer dos auditores


O objetivo final da auditoria é expressar a opinião técnica do auditor sobre o
objeto ou item auditado. Assim, o parecer da auditoria é o coroamento do trabalho,
isto é, o instrumento pelo qual o auditor irá relatar e expressar sua opinião, em obser-
vância às normas de auditoria.

Provas em auditoria e parecer dos auditores


Segundo a Resolução CFC 820/97:
11.3.1.1 – O “Parecer dos Auditores Independentes”, ou “Parecer do Auditor Independente”, é o
documento mediante o qual o auditor expressa sua opinião, de forma clara e objetiva, sobre as
demonstrações contábeis nele indicadas.

Os tipos de relatórios variam em amplitude, forma e conteúdo, de acordo com a


natureza do exame executado, do alcance dos procedimentos aplicados e dos fins a
que se destinam.

O parecer da auditoria normalmente contém três parágrafos. O primeiro determina e


referencia o propósito de trabalho do auditor e a responsabilidade por ele assumida diante
da empresa. Já no segundo devem constar a abrangência do trabalho de auditoria e a

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forma pela qual o trabalho foi direcionado. E, finalmente, no terceiro parágrafo se expres-
sará a opinião do auditor sobre a auditoria realizada. Todavia, poderá ser incluído mais pa-
rágrafos que o auditor considere necessários, nos quais irá tecer comentários e referências
a notas explicativas, possíveis divergências ou discordâncias em relação aos processos, às
demonstrações financeiras ou mesmo ao trabalho realizado.

Com fundamento na Resolução 820/97 item 11.3.1.9, o parecer classifica-se, se-


gundo a natureza da opinião que contém, em:

parecer sem ressalva – o parecer sem ressalva indica que o auditor está con-
vencido de que as demonstrações contábeis foram elaboradas consoantes às
normas contábeis vigentes, em todos os aspectos relevantes. O parecer sem
ressalva implica a afirmação de que, tendo havido alterações na observância,
elas tiveram seus efeitos avaliados e aceitos e estão devidamente revelados
nas demonstrações contábeis. O auditor não deve emitir parecer sem ressalva
quando existir discordância com a administração da empresa a respeito do
conteúdo e/ou forma de apresentação das demonstrações contábeis ou limi-
tação na extensão do seu trabalho que, em sua opinião, tenham efeitos rele-
vantes para as demonstrações contábeis.

parecer com ressalvas – o parecer com ressalva é emitido quando o auditor


conclui que o efeito de qualquer discordância ou restrição na extensão de um
trabalho não é de tal magnitude que requeira parecer adverso ou com absten-
ção de opinião. O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer
sem ressalva, com a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou
“com exceção de”, referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva.

parecer adverso – no parecer adverso, o auditor emite opinião de que as de-


monstrações contábeis não estão adequadamente representadas nas datas
e períodos indicados, de acordo com as normas de contabilidade. O auditor
deve emitir parecer adverso quando verificar que as demonstrações contábeis
estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emis-
são do parecer com ressalva.

parecer com abstenção de opinião – o parecer com a abstenção de opinião é


aquele em que o auditor deixa de emitir opinião sobre as demonstrações contá-
beis, por não ter obtido comprovação suficiente para fundamentá-la. A abstenção
de opinião em relação às demonstrações contábeis tomadas em conjunto não
elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio
relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações.
Auditoria

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Incerteza
A incerteza ocorre quando se tem dúvidas em relação a algum fato relevante que
poderá afetar significativamente a posição patrimonial da empresa. O auditor deve
adicionar um parágrafo de ênfase em seu parecer, após o parágrafo de opinião, fazen-
do referência à nota explicativa da administração, que deve descrever, de forma mais
extensa, a natureza e, quando possível, o efeito da incerteza.

Na hipótese do emprego de parágrafo de ênfase, o parecer permanece na con-


dição de parecer sem ressalva. Se o auditor concluir que a matéria envolvendo incer-
teza relevante não está adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis, de
acordo com as normas contábeis vigentes, o seu parecer deve conter ressalva ou opi-
nião adversa, pela omissão ou inadequação da divulgação.

Outros assuntos relacionados ao parecer de auditoria


Existem pontos que o auditor deve observar quando da emissão do seu parecer,
tais como se há demonstrações financeiras de investimentos em empresas controladas
e ou coligadas auditadas por diferentes auditores; se as demonstrações financeiras são
ou não condensadas, caso sejam, ele deve auditar as demonstrações originais antes de
expressar sua opinião sobre a demonstração condensada.

Outro tema pertinente é referente ao parecer parcial2. Em situações em que exige-


-se parecer com abstenção ou parecer adverso sobre a adequação das demonstrações
financeiras tomadas em conjunto, desde que observado o limite do exame do auditor
e que as descobertas deles decorrentes justifiquem, o auditor pode emitir um parecer
parcial a respeito de pontos que sejam coerentes.

Do planejamento à emissão da opinião técnica


Provas em auditoria e parecer dos auditores
A seguir é apresentado um esquema geral que contempla as fases da auditoria,
desde o planejamento até a emissão do parecer pelo auditor. O esquema inclui as fases
de testes e demais procedimentos utilizados para a coleta de provas que embasem a
emissão de sua opinião.

2
Parecer parcial: situação em que o auditor profere um parecer somente sobre os pontos em que não há dúvidas.

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Planejamento

Apreciação crítica Julgamento

Sistema de contabilidade e controles Fatores internos e externos que in-


Fatos significativos
internos fluenciam a empresa

Conhecimento da empresa e do ne- Análise do risco de materia-


gócio lidade

Natureza dos proce- Extensão dos procedi- Profundidade dos proce- Oportunidade dos pro-
dimentos mentos dimentos cedimentos

Teste de observância aos contro- Testes substantivos dos procedi-


les internos mentos

Procedimentos gerais para obtenção de provas

Inspeção de registros e do- Inspeção Observação Inquérito, inves- Revisão


cumentos física recálculos tigação, confir- analítica
mação

Satisfação quanto à evidência

Opinião técnica – parecer

Figura 1 – Fluxo das atividades de auditoria.

Conclusão
Auditoria

Observa-se que no Brasil e em outras nações, a obrigatoriedade da auditoria in-


dependente é uma prática constante e salutar. Esse processo permite transparência e

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responsabilidade na gestão empresarial, solidificando as relações entre governo, in-
vestidores e empresa, fomentando o desenvolvimento sustentável e harmônico entre
os agentes econômicos e segurança à sociedade.

A prática da ciência da auditoria é um processo em constante evolução, exigindo


de seus operadores dedicação e constante aperfeiçoamento, a fim de manter-se atua-
lizados em relação às mudanças exigidas pelo mercado.

Conclui-se que essa parceria e respeito cultivados entre empresários e auditores


têm criado uma sinergia capaz de elevar tanto o conceito da auditoria como o das em-
presas que são auditadas.

Em condições normais, a atividade do auditor de aplicar os procedimentos téc-


nicos de auditoria, a fim de formar um juízo e ao final expressar sua opinião através
do parecer da auditoria, será dirigida aos acionistas, cotistas ou sócios, ao conselho de
administração ou à diretoria da empresa, ou outro órgão equivalente, segundo a natu-
reza deste. Em circunstâncias próprias, o parecer é dirigido ao contratante dos serviços.
Dessa forma, esse relato deve ser escrito de uma forma clara que possa ser compreen-
dido por todos esses agentes.

Texto complementar

O modelo de parecer dos auditores independentes, a seguir, é o constante da


Norma Brasileira de Contabilidade - Técnica n.º 11, aprovada pela Resolução CFC 700/91,
revogada pela Resolução CFC 820/97, todavia devendo obedecer o seguinte modelo:

MODELO

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES

Provas em auditoria e parecer dos auditores


Destinatário

(1) Examinamos os balanços patrimoniais da empresa ABC, levantados em 31


de dezembro de 20X1 e de 20X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das
mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos correspon-
dentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de
sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas
demonstrações contábeis.

(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e


compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos
saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da entida-

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de; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam
os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das
estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade,
bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

(3) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam


adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e finan-
ceira da empresa ABC em 31 de dezembro de 20X1 e de 20X0. O resultado de suas
operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus
recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com os Princí-
pios Fundamentais de Contabilidade.

Local e data

Assinatura

Nome do auditor – Responsável técnico

Contador – n.º de Registro no CRC

Nome da empresa de auditoria

Nº do Registro no CRC

Atividades

1. O que se entende por oportunidade em auditoria e como se pode exemplificar


a aplicação inadequada desse procedimento?
Auditoria

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2. Os achados de auditoria devem apresentar alguns requisitos para terem valor
na auditoria, cite-os, explicando-os brevemente.

3. Em auditoria, a busca de provas possui qual objetivo?

Provas em auditoria e parecer dos auditores

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Princípios da ética profissional e a
responsabilidade do auditor

Introdução
Muito se tem discutido a respeito de ética na atividade profissional, porém esse tema
fica, muitas vezes, apenas na retórica, sendo utilizado como foco de discursos e teses, pas-
sando longe de ser efetivamente objeto de preocupação de alguns profissionais na con-
dução de suas atividades técnicas. No entanto, fica cada vez mais latente a necessidade de
se observar esse atributo com o propósito de evitar prejuízos sociais e econômicos.

A origem da palavra ética provém da palavra grega ethos, que significa “caráter”.
Dessa forma, a ética está relacionada a questões que tratam da interação entre pessoas,
nas atividades profissionais ou extra profissionais.

Apesar de todas as atividades profissionais deverem ser executadas com compro-


misso ético e competência técnica, a atividade desenvolvida pelo profissional de audi-
toria, sobretudo, deve ser desempenhada de forma inquestionável, pautada nos mais
rígidos princípios éticos, pois sua opinião irá influenciar a decisão de inúmeras pessoas.

A sociedade vem exigindo dos profissionais novas responsabilidades no desem-


penho de suas funções. Essas responsabilidades profissionais se refletem na esfera cri-
minal, fiscal e civil.

O profissional da auditoria, como os demais profissionais, responde pelos seus


atos e pelas consequências danosas que porventura causar. Sendo que, nesse caso,
a responsabilidade civil é subjetiva, ou seja, o auditor responderá pelos danos que
causar a outrem, via ato ilícito, agindo com ou sem dolo.

Práticas de corrupção ou dissimulação dos negócios têm sido noticiadas envol-


vendo, inclusive, empresas de auditoria. A partir das repercussões desses casos com-
preende-se a importância da idoneidade e da ética que devem pautar a profissão de
auditor. Assim, esse profissional deve manter-se acima dos ânimos exaltados, sabendo
lidar com os problemas, permanecendo limpo e independente, com uma conduta in-
questionável, a fim de transmitir a verdadeira essência da profissão.

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Corroborando o exposto, é opinião de Franco e Marra (1992, p. 86) que
o auditor tem uma função de relevância, em face de sua atuação na defesa de interesses coletivos e
como defensores de equidade e justiça, na apuração de corretas prestações de contas. Daí a necessidade
de conquistar confiança e respeitabilidade, que deve resguardar e manter, a qualquer preço.

A opinião técnica do auditor deve obedecer a critérios técnicos e éticos, apoiando-


-se na verdade científica que os documentos, evidências e as provas lhe oferecerem.

O auditor deve estar amparado e fundamentado em sólida documentação apre-


sentada nos papéis de auditoria a fim de demonstrar e justificar seu parecer, dada a
responsabilidade civil que assume, pelas consequências que seus atos possam causar.

Moral e ética
Moral e ética não são sinônimos, são conceitos diferentes, a moral é um conjunto
de normas compulsórias, a ética um conjunto de valores.

A moral está relacionada com o conjunto de normas de caráter obrigatório, que


regem o comportamento do homem na sociedade em que está inserido. Essas normas
são aprendidas por meio da educação, tradição, cotidiano ou mesmo pelos costumes,
sendo algo anterior à sociedade da maneira como a conhecemos.

Já a palavra ética pode ser definida como um conjunto de valores que orientam o
comportamento do homem em sociedade, de modo a assegurar o bem estar social.

Além das qualificações de cunho intelectual, técnico e legal, vinculadas à forma-


ção profissional do auditor, é imprescindível que este tenha como requisito prioritário
da sua atividade condições morais e de ética profissional inquestionáveis.

Contudo, é preciso pautar todas as nossas ações na moral e na ética, independen-


te da atividade que estejamos desempenhando, sejam sociais ou profissionais.

Código de ética profissional do auditor


O conceito de ética profissional é definido como um conjunto de valores que
devem ser observados e servem de orientação à atividade dos profissionais de uma
determinada profissão.

A ética profissional é de grande valia em todas as profissões, notadamente na de


auditor, que tem em suas mãos grande responsabilidade, pois mediante seu serviço é
possível conhecer irregularidades, erros, falhas dentro do grupo de empresas, conhe-
Auditoria

cendo o responsável hierárquico e executores das rotinas que originam essas informa-
ções (CREPALDI, 2002, p. 65).

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Todo profissional, incluindo o auditor, ao desenvolver sua atividade profissional
tem toda liberdade para executar a contento seu trabalho, mas isso não o isenta de
guardar uma postura profissional ética e seguir normas padronizadas de conduta.

Essas normas de conduta são verificadas no Código de Ética Profissional do Contabi-


lista e nos Princípios da Ética Profissional editado pelo Instituto dos Auditores Independen-
tes (hoje Ibracon), que estabelecem as normas éticas a serem observadas pelos profissio-
nais de auditoria. O auditor tem responsabilidade ética na condução da sua profissão, cujas
normas devem ser seguidas sob pena de sanções, além de responder civilmente pelos
danos que advirem da execução incorreta, intencional ou não, de suas atividades.

É corrente entre os meios empresariais o pensamento de que de todas as profis-


sões, a de auditor é aquela que está mais vulnerável a compor os esquemas de corrup-
ção e simulação de negócios, já que seu trabalho está ligado intimamente à verifica-
ção da contabilidade e dos registros de valores e apuração de resultados que indicam
montantes, entre outros processos. Manter-se íntegro com equilíbrio e idoneidade, em
qualquer circunstância, é fruto de uma conduta ética adotada pelo profissional.

“O auditor deve colocar sua honorabilidade profissional acima de quaisquer inte-


resses pessoais e os da coletividade acima dos interesses de grupos” (FRANCO; MARRA,
1992, p.147).

Respeito ao código de ética


A observação e o respeito ao código de ética com certeza é uma das mais impor-
tantes condições inerentes à ética profissional, pois é a base fundamental do processo

Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor


de construção e fortalecimento desta.

O código de ética profissional irá normatizar os objetivos, direitos, deveres, res-


ponsabilidades e penalidades referentes à dada atividade profissional. É compreensí-
vel que não será somente através do código de ética profissional que se irá conseguir
abranger todas as questões que possam vir a ocorrer no decurso das atividades e no
exercício da profissão do auditor. Porém, esse código tem como objetivo ser um fio
condutor das ações dos profissionais a fim de orientar sua atuação, evitando compor-
tamentos fora dos padrões éticos, sob pena de aplicação de sanções de caráter puniti-
vo, contribuindo assim para uma conduta profissional mais austera.

A profissão de auditor ainda não possui um código de ética próprio, assim, exis-
tem basicamente duas fontes que orientam a postura ética do auditor: a primeira delas
é o código de ética do contabilista, estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilida-
de (CFC), através da Resolução 290/70 e posteriormente atualizada pela Resolução CFC
803/96, a que o auditor se sujeita por ser contador. E os princípios da ética profissional
editados pelo Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon).

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O código de ética aponta como devem ser exercidas as atividades do auditor, com
o objetivo de promover o bem estar social e empresarial diante de um conjunto de va-
lores e respeito mútuo, sob pena de aplicação de sanções e penalidades aos auditores
que infringirem essas normas.

A seguir apresentamos o artigo 5.º da Resolução CFC 803/96, que versa sobre os
deveres e proibições aplicáveis ao auditor:
Art. 5.º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá:

I - recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização
requerida;
II - abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia,
mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo;
III - abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direi-
tos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo,
mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos;
IV - considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido a sua apreciação;
V - mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito
sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso II do art. 2.º;
VI - abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido
de documentos;
VII - assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princí-
pios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC;
VIII - considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis ob-
servando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Con-
selho Federal de Contabilidade;
IX - atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de Conta-
bilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho,
relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho.

No caso de qualquer alegação de violação desse código, deve o auditor cooperar


totalmente com qualquer processo formal de inquérito.

Crepaldi (2002, p. 66), estabelece as exigências do código de ética do auditor:


I- subordinação hierárquica;
II - modo de trabalho (o auditor pede e não exige);
III - independência de qualquer política interna encontrada;
IV - discrição;
V- observância dos regulamentos internos, normas, instruções e leis;
VI - comportamento pessoal.

Ainda a respeito dos códigos de conduta que o auditor deve seguir, destacamos
o artigo 35, da Instrução CVM 308 de 14 de maio de 1999, que versa sobre condutas
vedadas ao auditor que atua no âmbito do mercado de valores mobiliários:
Art. 35. O Auditor Independente – Pessoa Física, o Auditor Independente – Pessoa Jurídica e os seus
responsáveis técnicos poderão ser advertidos, multados, ou ter o seu registro na Comissão de Valores
Mobiliários suspenso ou cancelado, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis, quando:
Auditoria

I - atuarem em desacordo com as normas legais e regulamentares que disciplinam o mercado


de valores mobiliários, inclusive o descumprimento das disposições desta Instrução;
II - realizarem auditoria inepta ou fraudulenta, falsearem dados ou números, ou sonegarem

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informações que sejam de seu dever revelar; ou
III - utilizarem, em benefício próprio ou de terceiros, ou permitirem que terceiros se utilizem
de informações a que tenham tido acesso em decorrência do exercício da atividade de
auditoria.

Se porventura ocorrerem as referidas infrações, ainda segundo a Instrução 308 da


CVM, os auditores infratores poderão sofrer as penalidades previstas no artigo 11 da
Lei 6.385/76:
Art. 11. A Comissão de Valores Mobiliários poderá impor aos infratores das normas desta Lei, da lei
de sociedades por ações, das suas resoluções, bem como de outras normas legais cujo cumprimento
lhe incumba fiscalizar, as seguintes penalidades:

I - advertência;
II - multa;
III - suspensão do exercício do cargo de administrador ou de conselheiro fiscal de companhia aberta,
de entidade do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou
registro na Comissão de Valores Mobiliários; (Redação dada pela Lei 9.457, de 5.5.1997)
IV - inabilitação temporária, até o máximo de vinte anos, para o exercício dos cargos referidos
no inciso anterior; (Redação dada pela Lei 9.457, de 5.5.1997)
V - suspensão da autorização ou registro para o exercício das atividades de que trata esta Lei;
VI - cassação da autorização ou registro indicados no inciso anterior.
VII - cassação de autorização ou registro, para o exercício das atividades de que trata esta Lei;
(Redação dada pela Lei 9.457, de 5.5.1997)
VIII - proibição temporária, até o máximo de vinte anos, de praticar determinadas atividades ou
operações, para os integrantes do sistema de distribuição ou de outras entidades que de-
pendam de autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários; (Incluído pela Lei
9.457, de 5.5.1997)
IX - proibição temporária, até o máximo de dez anos, de atuar, direta ou indiretamente, em uma
ou mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários. (Incluído pela Lei
9.457, de 5.5.1997)

Diante do que foi discutido sobre normas, padrões de conduta, responsabilidade

Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor


e procedimentos éticos, no meio profissional pode-se verificar pelo menos três tipos
diferentes de situações dos profissionais diante das normas do código de ética, segun-
do Crepaldi (2002, p. 105)
Aqueles que não estão preparados e, portanto, não têm como segui-las;
Aqueles que estão parcialmente preparados e, portanto, correm o grande risco de não segui-las;
Aqueles que estão preparados, e, portanto, não a seguem se não quiserem.

Segue trecho de artigo de Cristo e Silva sobre a ética e a responsabilidade social


do auditor, que versa especificamente sobre o código de conduta desse profissional.

Resumidamente o código de conduta do profissional auditor, trata dos seguintes tópicos, desta-
cando-se:

Comprometimento técnico-profissional, somente aceitando trabalhos que julgue estar ca-


pacitado totalmente de recursos para desenvolvê-los, recusando os serviços que não tiver
capacidade de execução;

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Independência total no desenvolvimento dos trabalhos em todas as fases, não se deixando influen-
ciar por fatores estranhos que caracterizem a perda de imparcialidade;

Cobrança de honorários compatíveis com os trabalhos desenvolvidos, avaliando principal-


mente a relevância e o vulto do serviço a ser executado;

Sigilo total das informações coletadas nos trabalhos de campo, somente divulgando-as a ter-
ceiros mediante autorização expressa da entidade, ou salvo quando houver obrigação legal.
Resumidamente o código de conduta do profissional auditor, trata dos seguintes tópicos,
destacando-se:

Comprometimento técnico-profissional, somente aceitando trabalhos que julgue estar ca-


pacitado totalmente de recursos para desenvolvê-los, recusando os serviços que não tiver
capacidade de execução;

Independência total no desenvolvimento dos trabalhos em todas as fases, não se deixando


influenciar por fatores estranhos que caracterizem a perda de imparcialidade;

Cobrança de honorários compatíveis com os trabalhos desenvolvidos, avaliando principal-


mente a relevância e o vulto do serviço a ser executado;

Sigilo total das informações coletadas nos trabalhos de campo, somente divulgando-as a ter-
ceiros mediante autorização expressa da entidade, ou salvo quando houver obrigação legal.

(CRISTO, SILVA, 2009)

Condições morais e padrão de conduta do auditor


Franco e Marra (1992, p. 90), citam como requisitos morais indispensáveis, as se-
guintes características:

integridade;

idoneidade;

respeitabilidade;

caráter ilibado;

padrão moral elevado;

vida privada irrepreensível;

justiça e imparcialidade.

Além das condições morais de ordem geral, Franco e Marra (1992, p.148) também
relacionam exigências inerentes à ética profissional.

Não disputar clientes com colegas;


Auditoria

Manter elevado padrão de serviço;

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Basear-se somente em elementos seguros de convicção;

Cobrar honorários justos;

Não atuar em defesa de interesses pessoais;

Ter consideração pela classe e por colegas;

Sigilo profissional: o sigilo profissional deve ser mantido, a qualquer custo,


menos que assuntos sigilosos devam ser revelados em circunstâncias espe-
ciais em juízo, por exemplo – para a defesa de legítimos direitos de terceiros
ligados à empresa.

Para Crepaldi (2002, p. 67), deve-se adicionar aos padrões de conduta profissional,
os seguintes elementos:

bom-senso no procedimento de revisão e sugestão;

autoconfiança;

capacidade prática;

meticulosidade e correção;

perspicácia nos exames;

pertinácia nas ações;

pesquisa permanente;

Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor


finura de trato e humanidade.

Sob a ótica profissional, a postura ética deve estar presente em todos os procedi-
mentos a serem executados pelo auditor, em qualquer atividade empresarial em que
estiver envolvido seja de registro, análise, avaliação ou opinião, principalmente nos
aspectos indicados no seu juramento profissional.

Principais normas e regulamentos


O Conselho Federal de Contabilidade e o Ibracon editam normas com o objetivo
de dar orientação ao auditor a fim de que, durante o seu exercício profissional, possa
ter embasamento consistente de modo a minimizar as dúvidas e incertezas que por-
ventura venham a surgir quando da prestação de serviços de auditoria sobre as ques-
tões éticas profissionais, afastando assim, as condutas indesejáveis.

Os normativos emanados pelo CRC são:

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Res. 780 e 781/95 – Normas profissionais do Auditor Interno;

Res. 803/96 – Código de Ética Profissional do Contabilista;

Res. 819/97 – Restabelece o recurso ex-officio na área do processo ético;

Res. 820/97 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações contábeis;

Res. 821/97 – Normas Profissionais do Auditor Independente;

Res. 836/99 – Distinção entre FRAUDE (ato intencional) e ERRO (ato não
intencional);

Res. 964/03 – Normas sobre revisão externa de Qualidade (somente CVM);

Res. 973/03 – Partes Relacionadas.

E os normativos emanados pelo Ibracon (antigo instituto dos auditores inde-


pendentes) como postulados básicos da Ética Profissional que o auditor deve
observar são:

Independência profissional – o auditor deve exercer sua atividade profissio-


nal de forma livre e independente sem subordinação à empresa auditada;

Independência de atitude e decisão – a execução da atividade de auditoria


deve observar os critérios inerentes à profissão do auditor, o que não o impede
de ter autonomia de ação e decisão a fim de formar sua opinião técnica;

Intransferibilidade de função – o auditor contratado não deve colocar outro


profissional em seu lugar para executar o serviço contratado;

Eficiência técnica – o auditor deve ter capacidade técnica profissional para


o serviço ao qual foi contratado;

Integridade – deve executar com proficiência sua atividade;

Sigilo e discrição – as informações e dados obtidos quando da execução da


auditoria devem ser reservados e não divulgados;

Imparcialidade – a atitude e o parecer do auditor devem ser conduzidos com


base em documentos e provas concretas evitando tendências parciais;

Lealdade de classe – deve o auditor conduzir suas atividades de forma digna


e transparente evitando a concorrência desleal.
Auditoria

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Questões que envolvem a ética em auditoria
Existem algumas questões que podem gerar algumas limitações de atuação ou
mesmo desconforto para o auditor na condução dos seus trabalhos. Entre tantas situ-
ações podem-se destacar algumas a título de exemplificação.

Quando há relacionamentos profissionais impróprios. Quando existem amiza-


de e relacionamento antigo e pessoal muito próximo entre auditor e auditado,
pode o auditor ficar tentado a vir a tolerar ou encobrir situações ou problemas
que deveriam ser apontados no parecer final.

Havendo dependência econômica: do ponto de vista econômico e financeiro


para não perder um cliente muito importante, as empresas de auditoria e os
auditores podem tender a fazer vista grossa frente a alguns problemas e omitir
ressalvas no parecer, sobre possíveis riscos e erros da empresa auditada evi-
denciados pela auditoria contratada.

Existência de conflitos de interesses: algumas empresas de auditoria têm cres-


cido muito através da prestação de vários serviços na área de consultoria tra-
balhista e tributária, que em um futuro próximo elas mesmas poderão vir a
auditar.

Poderá haver alta rotatividade dos auditores em decorrência dos honorários


pagos o que provoca perda de investimentos e de recursos humanos. Além da
redução na qualidade dos serviços prestados, já que novos profissionais preci-
sam ser contratados e treinados, muitas vezes durante a prestação dos trabalhos

Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor


de auditoria.

Conclusão
Ao término desse capítulo, podemos concluir que a ética é parte integrante de
todas as profissões, porém no caso específico da atividade de auditoria, sua impor-
tância é significativamente maior, pois o trabalho de auditoria será utilizado por vários
segmentos da indústria empresarial, tais como: clientes, investidores, fornecedores,
governo (aspecto fiscal) bancos, analistas, sem deixar de mencionar outros grupos, tais
como sindicatos e trabalhadores que podem se utilizar do parecer de auditoria, seja
na área de gestão ou das demonstrações financeiras auditadas, como um instrumento
técnico de negociação.

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Se o parecer emitido pelo auditor estiver viciado ou errado, os investidores e fi-
nanciadores de uma empresa podem ser levados a tomarem decisões erradas. Essas
decisões irão afetar seriamente o patrimônio dos que disponibilizaram seu capital à
empresa auditada, acreditando que a situação era uma em virtude do parecer elabo-
rado pelo auditor e na realidade pode-se constatar, após verificação, que a situação é
outra, comprometendo os recursos aplicados.

Texto complementar

Auditoria interna e ética


(FRETT, 2009)

Introdução
[...]

Os auditores internos têm o compromisso de frear as condutas inapropriadas,


transformar-nos em dique de contenção, em barreira protetora, através da promo-
ção da integridade e a transparência em todos os níveis da organização e da criação
de consciência sobre a importância e o impacto deste mal. Não há dúvidas que para
combater os graves problemas da ética que afetam todas as entidades, temos a res-
ponsabilidade de responder ao chamado:

[...] Winston Churchill dizia aos ingleses durante a Segunda Guerra Mundial: “Se
cada habitante inglês cumprir apenas e exclusivamente o seu dever, afundaremos
o reino”, e isso significa que não basta que cada um cumpra fielmente suas respon-
sabilidades pessoais, familiares e trabalhistas, ademais devemos fazer mais alguma
coisa para poder preservar nossa sociedade e nossos valores.

Igualmente importante, e ainda mais ao longo do tempo, é a crescente necessi-


dade dos Departamentos de Auditoria Interna de voltar ao básico, retornar aos prin-
cípios básicos da nossa profissão é fundamental, com o objetivo de poder manejar de
forma apropriada, as situações que afetam a ética, portanto, é imperativo o conheci-
mento dos padrões relacionados com essa importante área de nosso trabalho.

Devemos desenvolver em nossas organizações um ambiente e uma “cultura” que


fixe os princípios, valores e pautas que devem permear e prevalecer em nossas en-
tidades e que sirvam de base para todos os demais componentes dos sistemas de
Auditoria

controle interno, fornecendo a disciplina e estruturas requeridas. Eliminar as situações


e oportunidades que poderiam levar a cometer irregularidades e atos desonestos.

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Auditoria interna deve ser a linha guia do labirinto, pois representamos uma das
primeiras linhas de defesa das empresas. Necessitamos de armas potentes contra a
fraude, e dentro do arsenal de uma organização deve existir um programa de ética. É
de público conhecimento que os valores éticos são um pré-requisito para o sucesso,
porém, alguma coisa acontece no percurso. A convicção de que cada dia é melhor
vai se degradando até se transformar apenas no compromisso de pagar as contas.
Ao invés de lograr uma mudança de conduta, logramos um salário. Ao invés de olhar
para frente, olhamos para trás. Ao invés de olhar para fora, olhamos para dentro. E
na maior parte das vezes não gostamos do que vemos. Sem se importar com as cir-
cunstâncias, aja sempre de forma digna. “Saber o que é correto e não o fazer é falta
de coragem”, Confúcio, filósofo chinês, criador do confucionismo.

[...]

Avaliação do ambiente ético da organização


O Conselho para a Prática 2130-1 – O papel da Atividade de Auditoria Interna
na Cultura Ética de uma Organização estabelece o seguinte:

No mínimo, a atividade de auditoria interna deve avaliar periodicamente o


estado do ambiente ético da organização e a eficácia de suas estratégias táticas, co-
municações e outros processos para atingir o nível desejado de cumprimento legal
e ético. Os auditores internos devem avaliar a eficácia dos seguintes aspectos de
uma cultura ética altamente eficaz e enaltecedora:

Código de Conduta formal, que seja claro e compreensível, enunciados re-

Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor


lacionados, políticas (incluindo os procedimentos que cubram a fraude e a
corrupção) e outras expressões de desejo profundo;

Comunicações frequentes e demonstrações de atitudes e comportamentos


éticos esperados por parte dos líderes que exercem influência dentro da
organização;

Estratégias explícitas para apoiar e incrementar a cultura ética com progra-


mas regulares para atualizar e renovar o compromisso da organização com
uma cultura ética;

Formas simples e diversas para que as pessoas informem confidencialmente


as supostas violações ao Código ou às políticas e outros atos de má conduta;

Declarações regulares por parte dos funcionários, fornecedores e clientes,


afirmando que reconhecem os quesitos da conduta ética para efetuar tran-
sações de negócios com a organização;

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Clara delegação de responsabilidade para garantir que as consequências
éticas são avaliadas, com a devida informação confidencial, as supostas más
condutas são pesquisadas e os achados são adequadamente informados;

Fácil acesso às oportunidades de aprendizado que permitam a todos os


funcionários serem defensores da ética.

[...]

Atividades
1. As palavras moral e ética são sinônimos? Caso não sejam apresente seus con-
ceitos e diferenças.

2. O código de conduta ética do auditor provém basicamente de duas fontes: da


Resolução CFC 803/96 e dos Princípios da Ética Profissional do Auditor editados
pelo Ibracon. Nesse sentido, o autor Crepaldi (2002) estabelece algumas exi-
gências do código de ética do auditor. Que exigências são essas?
Auditoria

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3. De que forma podemos definir ética profissional?

Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor

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Gabarito

Introdução e desenvolvimento da auditoria


1. Auditoria é uma especialização da contabilidade, todavia tem-se utilizado esse
termo também para definir a atividade de inspeção, verificação, exame e com-
provação em outras áreas além da matéria supra mencionada, tais como, áreas
operacionais, gerenciais, ambientais, entre outras. Mas com o mesmo objetivo,
qual seja, o de oferecer uma opinião técnica sobre a área auditada.

2. Não, a contabilidade consiste na captação, classificação, registro, segundo prin-


cípios contábeis a fim de promover informações, controle, a qualquer tempo,
dando total visibilidade das ações dos administradores para fins legais, fiscais
e outros. Já a auditoria é a emissão de uma opinião fundamentada por uma
pessoa independente, porém com capacidade técnica e profissional suficiente
para emiti-la.

3. Assegurar que as demonstrações financeiras da empresa representam adequa-


damente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as
origens e aplicações de recursos correspondentes aos períodos em exame, de
acordo com os princípios contábeis.

Processos, normas e práticas usuais de auditoria


1. O processo inicia-se com a análise de uma afirmação, isto é, informações, co-
nhecimento, interpretação e mapeamento dos passos a serem percorridos bus-
cando determinar uma afirmação.

No próximo passo avalia-se a afirmação, determinando métodos e indicadores


como parâmetros.

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O terceiro passo é a obtenção dos elementos probatórios (achados da audito-
ria), através da pesquisa e obtenção dos elementos necessários para confirmar
a opinião técnica a ser dada.

E finalmente, a formação de opinião, em que o auditor verifica todo o procedi-


mento quanto à suficiência de informações para finalmente emitir o parecer.

2. Capacidade para aplicação das normas, procedimentos e técnicas na execução


das auditorias. Conhecimento dos princípios contábeis, administrativo, e prin-
cipalmente da área que se pretende auditar, para reconhecer e avaliar a rele-
vância e o significado dos eventuais desvios em relação às boas técnicas e práti-
cas organizacionais. Também deve manter a competência profissional por meio
de educação e treinamento profissionais apropriados e contínuos. Além dessas
competências apontadas, deve ainda possuir conhecimento de economia, di-
reito, finanças, tributos, métodos quantitativos, e sistema de informações.

3. O planejamento da auditoria é muitas vezes denominado plano de auditoria, ou


programa de auditoria, que é a etapa na qual o auditor define o seu plano de
trabalho e o detalhamento dos procedimentos de auditoria que serão aplicados.
O programa de auditoria estabelece a estratégia geral dos trabalhos a serem exe-
cutados na empresa ou na área a ser auditada. Deve ser elaborado a partir da
contratação dos serviços, estabelecendo a natureza, a oportunidade e a extensão
dos exames, de modo que o auditor possa desempenhar uma auditoria eficaz.

Etapas da auditoria e exame dos registros


1. A primeira etapa é a avaliação para a contratação dos serviços na qual devem
ser levantadas as informações necessárias para conhecer o tipo de atividade da
empresa.

A segunda etapa é o planejamento geral no qual deve constar o programa de


trabalho por escrito, detalhando o que deverá ser feito, quando, por quem e qual
o objetivo que pretende-se perseguir, em termos de natureza, oportunidade ou
profundidade dos exames e extensão do trabalho, sendo que essa atividade de
planejar deve ser consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade.

A terceira e última etapa é o parecer final do auditor, relato técnico da opinião


formada por esse profissional, fundamentada nos documentos e nas evidências
Auditoria

apuradas, bem como arquivadas através dos papéis de trabalho, onde se verifi-
cará o que foi feito e como foram feitos os trabalhos.

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2. Conforme a sua natureza, a profundidade dos exames, a extensão do trabalho,
os fins a que se destina, e a relação que o auditor tem com a empresa.

3.

inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis;

observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua


execução;

investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou en-


tidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade;

cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios,


registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias;

revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos,


através de índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com
vista à identificação de situações ou tendências atípicas.

Provas em auditoria e parecer dos auditores


1. É a fixação da época mais apropriada para aplicação e realização dos proce-
dimentos de auditoria, que irão proporcionar maior ou menor benefício em
decorrência de serem aplicados no momento mais oportuno. Diante disso, a
oportunidade da execução de um procedimento não deve ser tardiamente rea-
lizada nem antecipadamente sob pena de não gerar valor para a auditoria.

Pode-se exemplificar a aplicação de uma auditoria tardiamente, através de um


fato já ter sido corrigido quando da aplicação do procedimento de auditoria e
assim, perdeu-se a oportunidade de utilizá-lo como prova.

2. Relevância do fato: nem todo fato empresarial interessa ao auditor, os fatos re-
levantes são aqueles que se relacionam com os itens ou objeto auditado. De-
vem constar nos papéis de trabalho a fim de dar respaldo à opinião do auditor,
amparando as suas conclusões e recomendações. Os achados de auditoria de-
vem ser objetivos, versar sobre um determinado item específico e serem con-
vincentes aos interessados.

3. Validar ou não as asserções, isto é, as afirmações ou argumentações contidas


Gabarito

nas demonstrações financeiras e salvaguardar os trabalhos realizados pelo au-


ditor, servindo de fundamento na construção da opinião emitida no parecer.

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Princípios da ética profissional e a responsabilidade do auditor
1. Moral e ética não são sinônimos. A moral se relaciona com o conjunto de nor-
mas de caráter obrigatório que regem o comportamento do homem na socie-
dade. Já o conceito de ética se relaciona com o conjunto de valores que orien-
tam o convívio do homem em sociedade.

2.

I - subordinação hierárquica;

II - modo de trabalho (o auditor pede e não exige);

III - independência de qualquer política interna encontrada;

IV - discrição;

V - observância dos regulamentos internos, normas, instruções e leis;

VI - comportamento pessoal.

7. Conjunto de valores que devem ser observados e servem de orientação à ativi-


dade dos profissionais de uma determinada profissão.
Auditoria

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Anotações

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Auditoria Rodrigo Otávio das Chagas Lima

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