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O elemento subjetivo deste tipo penal o dolo manifesto em uma vontade livre e
consciente de dar causa s atividades estatais elencadas no texto normativo.
indispensvel que o sujeito ativo saiba que o denunciado inocente. Fernando Capez
(2012) afirma que no pode haver dvidas quanto inocncia do acusado porque isso
afasta a tipicidade. Somente com a certeza da inocncia do acusado o crime se perfaz.
A pergunta problema que orienta o estudo a partir deste ponto : pode o acusado
atribuir a terceiro falsamente, sabendo ser este inocente, conduta delituosa como
manifestao do seu direito de no produzir provas contra si e de autodefesa?
Atribuir, falsamente, conduta delituosa a terceiro coincide com dois tipos penais.
Um primeiro, que constitui ofensa honra do sujeito passivo, previsto no artigo 138, do
Cdigo Penal, consubstanciado no crime de Calnia. O segundo, crime contra a
Administrao da Justia, previsto no artigo 339, do Cdigo Penal, consistente na
denunciao caluniosa.
Flvio Queiroz (apud MALULY, 2006, p. 57) tem entendimento digno de realce
e que, neste tema, guarda unidade de sentido com a presente pesquisa:
[...] a denncia deve, sem dvida, ser voluntria, mas pode no ser
espontnea, e nem por isso escapa a represso penal quando caluniosa.
Assim, quando em um interrogatrio, ou durante algum exame, algum
imputa a outrem, com preciso, a prtica de delito, sendo tomadas por termo
suas declaraes, que posteriormente, determinaram o inqurito policial, no
h como contestar, segundo penso, a denunciao caluniosa.
Por fim, como reflexo tica acerca da incidncia dos princpios e direitos
mencionados no mbito do processo penal, mister ressaltar o ensinamento de Afrnio
Silva Jardim (1999, p. 320):