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CURSO DE ENFERMAGEM
TUBERCULOSE OCUPACIONAL:
Um risco para profissionais de enfermagem
por
05100847
Rio de Janeiro
Junho/2010
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CURSO DE ENFERMAGEM
Por:
05100847
Rio de Janeiro
Junho/2010
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05100847
Professor-Orientador: ____________________________________________
Rio de Janeiro
Junho/2010
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AGRADECIMENTOS
trabalho. À Dra. Enfª Ana Cristina do Hospital Municipal Raphael de Paula Souza
pela o incentivo para dissertar sobre um tema relativo à tuberculose. Aos meus pais
companheirismo demonstrado.
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EPÍGRAFE
RESUMO
A tuberculose é uma doença que vem atravessando séculos, sem uma data
específica de seu início. Muitos estudos já realizados sobre a tuberculose levaram a
criação de diversas medidas para o tratamento, cura e redução de seu contágio. No
ano de 2010 surgiram novos esquemas de tratamento para tuberculose e novas
medidas de prevenção em grupos específicos. Existem grupos populacionais que
estão mais propícios a adquirir tuberculose, os que chamados de grupos de risco.
Os profissionais de saúde, especialmente os da área de enfermagem é considerado
um grupo de risco. Isso nos requer uma maior importância quando falamos de
tuberculose e profissional de saúde. A tuberculose adquirida no ambiente de
trabalho é chamada de tuberculose ocupacional. Dados epidemiológicos mostram
que os profissionais que trabalham dentro do hospital possuem um taxa de
incidência elevada em comparação à população geral e os da área de enfermagem
adquirem tuberculose ocupacional com maior freqüência em relação aos demais
profissionais. Devido o hospital ser um lugar de risco para infecção do bacilo da
tuberculose, foi criado, então, medidas de controle de prevenção. Tais como,
medidas administrativas, medidas de controle ambiental e medidas de proteção
respiratória. Mesmo sabendo que medidas preventivas existem, vimos hospitais
recentemente construídos sem devidas prevenções para tuberculose, profissionais
de saúde não treinados devidamente para suspeitar de casos, o não uso da
proteção respiratória recomendada, falhas nas devidas orientações de medidas para
serem realizadas dentro do hospital. Infelizmente as normas nem sempre são
cumpridas. É de extrema importância a fiscalização no meio hospitalar, sendo por
meio de comissão de controle, interna ou externa, de infecção da tuberculose.
µ m - micrometros
BK – Bacilo de Koch
E - Etambutol
Et - Etionamida
H – Isoniazida
INF γ – Interferon-gama
INH – Hidrazida
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MS – Ministério da Sáude
OT – Old Tuberculin
PT – Prova tuberculínica
R – Rifampicina
S – Estreptomicina
TB – Tuberculose
TP – Tuberculose Pulmonar
TS – Tratamento Supervisionado
Z - Pirazinamida
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SUMÁRIO
3.3.2 No Brasil..................................................................................................... 24
6.1 Sorológicos........................................................................................................ 38
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 57
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SUMÁRIO DE FIGURAS
Capítulo 3: EPIDEMILOGIA
Figura 5. Imagem da coluna vertebral apresentando lesão óssea pelo bacilo ........ 33
SUMÁRIO DE GRÁFICOS
Capítulo 3: EPIDEMILOGIA
Gráfico 2: Cincos estados do Brasil com maiores taxas de incidência, 2008 ........ 21
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SUMÁRIO DE TABELAS
Capítulo 3: EPIDEMILOGIA
3.2.1 No mundo
Capítulo 7: TRATAMENTO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
que uma doença com mesmo aspecto clínico da TB era presente. Porém, só em 1882, o
pesquisador e médico, Robert Koch, anunciou que a tuberculose era causada por uma bactéria
Bacilo de Koch (BK). Ao passar dos anos a movimentação de humanos pelo planeta foi
aumentando devido às guerras, a exploração, o comércio. Esses foram uns dos grandes
motivos para que a TB fosse disseminada mundialmente. A revolução Industrial Mundial fez
as pessoas saírem de suas casas rurais para trabalhar em centros urbanos, em grandes
empresas, levando a grande lotação das cidades e a aglomeração de pessoas, resultado numa
Na Europa nos séculos XIV e XV, mais precisamente na região onde se encontra
isolando os doentes em sanatórios e após a morte dos doentes infectados seus pertences eram
aérea, pelo ar contaminado. O indivíduo infectado nos pulmões expele micro gotículas
infectadas com o M.tb, que pode sobreviver no ar por horas, caso não entre em contato com a
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luz solar. A pessoa sadia inala as gotículas infectadas que são alojadas em seus pulmões. O
bacilo tem uma grande facilidade de sobreviver no corpo humano, pois ele se reproduz dentro
saudáveis, exposição ao sol durante algumas horas, ar límpido. Somente no ano 1944 foi
descoberta uma droga que poderia combater a TB, chamada de estreptomicina(S). A droga,
isoniazida(H), teve sua eficácia comprovada em 1945. E em 1960 foi montado um esquema
contendo três antibióticos , que se usado corretamente tinha um porcentual de cura altíssimo,
95%. No entanto se a doença não for tratada pode ser fatal em cinco anos em 50-65% dos
retorno à vida normal. Com as descobertas da terapia medicamentosa, nações acreditavam que
até o ano de 2000, a TB seria erradicada, ou pelo menos, contida apenas nos países pobres. No
entanto não foi isso que ocorreu, a partir de 1980 teve um aumento absurdo de novos casos de
A idéia dessa dissertação veio no meado de 2009 onde estive realizando visitas no
Hospital Municipal Raphael de Paula Souza em Curicica – Jacarepaguá, Rio de Janeiro, RJ.
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área de enfermagem, que se baseia todo o trabalho. Agora, paramos e nos perguntamos
“Quais os principais fatores que levam a infecção tuberculosa nos profissionais de saúde,
especialmente nos da área de enfermagem?”. Algumas hipóteses são a não fiscalização das
tratamento.
profissionais de saúde.
âmbito hospitalar.
medidas preventivas que estão sendo usadas, ou não, atualmente no Brasil , assim, resultando
numa avaliação de aplicação de ações que possam ser feitas para melhoramento da prevenção
do profissional de saúde.
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2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para realização desta pesquisa foram realizadas buscas bibliográficas nas bases de
dados do Scielo e LILACS, que compreendem o período de 2000 a 2010. Foram lidos 40
artigos científicos, porém, apenas, 23 foram aproveitados para o trabalho. Foram utilizados,
Biossegurança em Tuberculose.
de extrema importância. Foram utilizados livros como material de apoio, tais como,
e Gilvan R. Muzy de Souza, 2005; “Brunner & Suddarth. Tratado de Enfermagem Médico-
elaboração da dissertação 3ºed” de Edna Lúcia da Silva e Estera Muszkat Menezes, 2001.
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3. EPIDEMIOLOGIA
(FUNASA, 2002).
Entre 1953 e 1985 registrou-se mundialmente uma queda gradual de casos de TB,
porém a partir de 1986 esses números voltaram a subir (CONSTANTE; et al, 2004)
indivíduos com HIV-positivos, tornando a TB a principal causa de morte entre eles. Em 1993
OMS, no 3º Fórum Stop TB realizado na cidade do Rio de Janeiro, que apresentou dados da
pelo bacilo da TB. Foram registrados 9,4 milhões de novos casos de TB no mundo, sendo 1,4
milhões são pessoas portadoras do HIV/AIDS. Os homens são os mais atingidos, numa faixa
de 5,8 milhões dos casos novos. Em todo mundo a TB mata anualmente uma faixa de 1,8
milhões de pessoas, dentre elas 500 mil HIV-positivos. Se fôssemos fazer uma média de
morte diária, este alcançaria 4.500 mortes/dia. Os casos de MDR-TB vêm aumentando em
cada ano, em 2008 apontou que em todos os casos de TB, a MDR está presente em 5%.
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Segundo OMS (2009), o Brasil é colocado no ranking de 2008 como 19º lugar dos
Em 1980, no Brasil, foram notificados 72.608 novos casos de TB. No entanto com
do HIV na década de 90, o número veio a aumentar, estima-se uma incidência de 130.000
casos de TB. Em 2001 estimou-se ter 111.000 casos, onde o Brasil se encontrava na 5º
Brasil teve 70.989 casos novos de TB. Dentre eles 32.096 eram somente na região
50
44,44
45 40,03
38,06
40
35 31,92
30
25 22,81
.
20
15
10
5
0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
casos estão em apenas 315 municípios dentro dos 5.565 existentes, segundo informações do
estado do Rio de Janeiro apresenta-se em 1º lugar no ranking nacional com uma taxa de
mil habitantes) mais elevadas do Brasil. O Estado do Rio de Janeiro se encontra com a maior
80
68,69 67,88
70
60
47,6
50 43,72 43,2
40
.
30
20
10
0
Rio de Janeiro Amazonas Pernambuco Pará Ceará
mulheres. As populações conhecidas como de risco são, moradores de rua (60 vezes maior do
que a média nacional); presidiários (40 vezes maior); os portadores de HIV (30 vezes maior);
Fazendo um balanço da incidência de casos novos nos últimos anos, mostra que o
Uma queda de aproximadamente 18% nos últimos 5 anos, já que no ano de 2005 apresentou
sendo estimado cerca de 9,5% dos casos são referentes à pacientes de outros municípios.
O interessante para vermos nos casos de TB é sua forma clínica. No MRJ 85%
3.3.1 No mundo
Maciel et al (2009: 4), afirma que “No período de 1940 a 1960, a TB foi
implantação do esquema de tratamento contra TB. Em 1968 foi realizada uma pesquisa
prevenção, como RX de tórax em todos os doentes que entravam nos hospitais com suspeita
saúde foram infectados e adoecidos pela TB. O Estados Unidos da América (EUA) possui
estudos que revelam dados de tuberculose ocupacional em surtos na época de 1991 a 1997
(Autor/Ano) EUA 1991 EUA 1991-1992 EUA 1992 EUA 1994- EUA 1997
1995
Enfermeiros,
de Laboratório. Administração
Casos 2 8 3 2 1
estudo mostrou que no Hospital Geral a incidência de casos nos profissionais de saúde foi de
1,5 a 3 vezes maior que a população geral. No Hospital de referência à tuberculose esse risco
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pulou para 30 a 90 vezes maior. Um estudo realizado durante 12 anos com profissionais de
saúde na Sérvia apresentou que o risco dos profissionais de saúde é elevado em relação à
população geral, apresentamdo-se 7,6 vezes maior. Um dado mais concreto, apresentado na
pesquisa feita em 30 províncias, apresentou 130 casos de tuberculose ocupacional, sendo que
1094,8/100.000 habitantes.
Fernandes (2009: 12) afirma que “O grupo dos enfermeiros, talvez porque tenha
um contato mais próximo e prolongado com o doente durante a realização das suas atividades,
3.3.2 No Brasil
profissionais de saúde no Brasil, alguns estudos foram analisados e permitiram obter algumas
Estudo feito entre 1994 e 1997 num hospital de ensino do Rio de Janeiro avaliou
que 49% (617) de 1.358 profissionais participantes eram reatores fortes (>10mm) ao PPD e
encontrado uma taxa de 4,6%, no intermediário 7,8% e no internato 16,2%. Ao final foram
testados 445 alunos e resultou numa taxa de prevalência de 9,2% (ANDRADE, 2001).
1000 profissionais de saúde, 10,7 podem converter para reatores em um mês (MACIEL et al.,
2009).
também mais elevada à incidência de TB ativa nos profissionais de saúde desses setores do
comparando-o com a taxa da população geral, que é de 0,5% ao ano, podemos notar que esses
notificados de profissionais de saúde com TB. Entre eles, 8 eram técnicos de enfermagem, 4
profissionais da área de enfermagem uma porcentagem de 44% dos casos, devido o contato
mais próximo e prolongado com o paciente durante a jornada de trabalho (MACIEL et al.,
2009).
partir da situação encontrada foram realizados estudos com alguns hospitais do Rio de Janeiro
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Servidores do Estado (HSE) em 2005 foi submetido ao estudo. Foi feito o teste de PPD em
589 profissionais de saúde, com os resultados dos testes tuberculínico ao final de 2005
estimaram-se uma taxa de prevalência de 52% (217/589) entre os profissionais. Após um ano
144 dos 282 profissionais que apresentaram teste tuberculínico negativos realizaram um novo
município de São Paulo nos mostra os coeficientes de incidências (por 100.000 habitantes),
nos profissionais de enfermagem. Foram encontradas taxas de incidências de: 114 para
enfermeiros, 65 para técnicos; 75 para auxiliares; e 61 para a população geral. Isso nos mostra
uma taxa excessiva de casos de TB nos enfermeiros jovens e nos auxiliares comparando-os
Figura 2: Índice de confirmação ocupacional dos casos de TB notificados (todas as formas, ambos os sexos) no
cadastro do Coren-SP. Município de São Paulo, 2004 Fonte:
http://www.fundacentro.gov.br/rbso/BancoAnexos/RBSO%20117%20Tuberculose.pdf acessado em 20 de
abr/2010
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Em nesse mesmo estudo foi observado que a maior incidência para auxiliares de
anos. No estudo concluiu-se que o risco para o adoecimento dos profissionais em relação à
população geral é apenas nos grupos dos profissionais de enfermagem mais jovens
4. ASPECTOS CLÍNICOS
é uma doença infecciosa causada pelo M.tb ou bacilo de Koch. Outras espécies de
causar esta doença. A doença ataca 80% dos casos os pulmões e 15% em forma
extrapulmonar, podendo ser nos rins, pele, linfonodos, ossos, pericárdio, bexiga, intestino,
desenvolver a doença. O sistema imunológico consegue combater o bacilo com eficácia nas
95% das vezes. As gotículas para que possa infectar, devem estar com núcleos secos (Núcleo
4.1.1 Fisiopatologia da TB
bronquíolos, rapidamente o corpo reconhece esse corpo estranho e lança células do sistema
imunológico (macrófagos alveolares) para fagocitose dos bacilos. A grande parte do bacilo é
destruída no momento da fagocitose, porém essa pequena parte que sobrevive consegue se
multiplicar rapidamente dentro dos macrófagos. Esse macrófago infectado, que agora é um
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por duas formas diferentes. Na primeira, os bacilos são atacados de uma maneira, pelo o
sistema imunológico, que eles são encarcerados em uma lesão quase invisível, ficam como se
disseminar por via linfática por volta de 12 semanas após a infecção, correndo toda a corrente
linfática pode, assim, atingir outros órgãos por via hematogênica, gerando lesões em outros
orgãos. Quando as micobactérias são transportadas por via hematogênica o corpo já criou a
comum: mal estar, febre baixa e tosse. Os gânglios linfáticos também podem existir um
(FERNANDES, 2009).
meses após a primo-infecção. Lembrando que apenas os doentes com TP expelirão os bacilos
encontrados no ápice do pulmão aonde possui uma maior ventilação no local. Dentro das vias
difícil a associação à TB. Os principais são: febre, tosse, sudorese noturna, dor torácica,
muitos casos pode iniciar seca e no decorrer da doença pode apresentar expectoração
purulenta com ou sem sangue (hemoptise). O aparecimento do sangue não é devido o estágio
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da TB, pois a lesão pode ter, apenas, atingindo um vaso sanguíneo da parede pulmonar.
Quando a TB se encontra num estágio avançado pode ter dispnéia ou síndrome de angústia
respiratória do adulto (SARA). Ao exame físico apresentam sons estertores nas áreas
acometidas durante a entrada de ar nos pulmões, normalmente após a tosse, sopros em áreas
prejudicando a coleta de material para o exame e seus sinais e sintomas não são específicos da
cm, os bacilos por via linfática podem ser disseminados e atingir a pleura, levando um
resposta imunológica e criando líquido excessivo no local. Seus aspectos clínicos são muitos
parecidos com a infecção pulmonar, pois o doente pode apresentar dores fortes na região
positivos”. Seus aspectos clínicos, quando não existe TB pulmonar associada, como a febre
baixa, astenia, emagrecimento acontece com menos freqüência. A infecção pode acometer
aumento dos gânglios é visível e geralmente o doente não sente dor. Ao toque, os gânglios são
do líquido dos gânglios com uma agulha e, após, é realizado a biópsia. Lembrando que todos
forma que ataca os HIV-positivos. Durante a avaliação dos pacientes devemos procurar
aspectos clínicos que possam levar uma suspeita de infecção–HIV, até mesmo encaminhar
por M.Tb mais ataca são, coluna vertebral, articulação coxofemural, articulação patelar e tíbia.
Seus aspectos clínicos são lentos, evolui por meses ou anos. Na coluna vertebral apresenta dor
aspectos mais comuns como são febre baixa e astenia. Emagrecimento e anorexia são
incomuns nessa forma da TB. Primeiramente, para o diagnóstico, é feito o exame radiológico
Figura 5: Imagem da coluna vertebral apresentando lesão óssea pelo bacilo – Fonte:
http://www.mdsaude.com/2009/04/sintomas-de-tuberculose.html Acessado em abril 2010
tuberculides facultativas que apresentam lesão na pele por hipersensibilidade ao bacilo, não
todas as lesões suspeitas, baciloscopia (pode ser feita pelo exsudato da lesão), cultura do
material colhido para identificar a espécie e o exame histopatológico (KRITSKI et al, 2005).
Seu diagnóstico pode ser através do liquor colhido por punção lombar. Duas formas são
5. FATORES DE RISCO
por pacientes com TB ativa através da tosse, espirros e até mesmo da fala. Em nível hospitalar
bacilos, a extensão das lesões pulmonares, o não uso de máscaras nos doentes, locais
fechados, aglomerados e mal ventilados, esses são os principais fatores que favorece a
principal é a relação do hospedeiro que permite a manifestação da doença, tais como: infecção
por M.tb, lesões fibróticas dos pulmões, silicose e fatores que deprimi a imunidade do
renais crônicos e em hemodiálise. Tais como coniventes com doentes bacilíferos: idosos em
exposto tinha o mesmo risco de adquirir TB que a população geral na época. Porém o estudo
também revela que o profissional não exposto tinha 4 a 6 vezes menos de contrair a TB
profissional de saúde exposto tem risco de 2 a 4 vezes maior que a população geral. Já o
profissional não exposto tem mais risco do que o profissional atuante na área da TB, devido
funções e locais de trabalho. Setores que atualmente representam um alto risco para a infecção
Atraso do diagnóstico de TB
devido sua freqüência de trabalho e o número de profissionais atuante no hospital. O fato de, a
6. DIAGNÓSTICO
muitos estudos, o seu diagnóstico é dado a partir de sua sintomatologia. Algumas técnicas
Segundo Smeltzer & Bare (2005: 564) são empregados para diagnosticar a TB
“Uma história completa, exame físico, teste tuberculínico cutâneo, radiografia de tórax,
6.1 Sorológicos
Tuberculina (PT) ou teste tuberculínico ainda é muito utilizado. Existem dois tipos, o
Derivado Protéico Purificado (PPD) bastante usado e o “Old Tuberculin” (OT) raramente
Koch que são extraídos por precipitação com o ácido tricloroacético ou sulfato de amônio
eritema, no local da aplicação. Verifica-se infecção tuberculínica como reator forte quando
reações de 5 mm a 9mm é um reator fraco, porém, sensível. Quando encontrado o valor igual
contato com o bacilo da tuberculose, ou indica que o indivíduo teve uma vacinação prévia da
BCC de 2 a 3 anos. A hipersensibilidade quando for positiva não indica uma infecção
tuberculosa ativa, indica que outro exame será necessário posteriormente para o diagnóstico
mensuração igual ou superior a 5 mm. Outros casos especiais para interpretação do teste de
com vírus vivo; gravidez; tratamento com corticóides e imunodepressores; crianças menores
tuberculínica, como parte do exame médico, a todos os profissionais dos serviços de saúde,
indivíduo, resulta na liberação de interferon gama das células T CD4 do doente exposto ao
antígeno e é medido através dos métodos de ELISA e ELISPOT. O CDC (Centers for Disease
quando os antígenos micobacterianos (ESAT – 6/ CFP 10) são detectáveis. Negativo, quando
não detectáveis. Indeterminado quando o teste é impossível de interpretar (DIEL et al., 2006).
processo não invasivo, e a não detecção de componentes da BCG, obtendo um resultado mais
6.2 Imagiologia
transmiti diversas informações essenciais para a avaliação do doente, possui um baixo custo e
inferior do pulmão, apresenta uma opacidade esbranquiçada, mal formada, do tipo exsudativo.
Essa apresentação logo mais sofre uma evolução para um aspecto com nodulação forte, densa
dos aspectos da distorção pulmonar com fibrose e do colapso parcial frequentemente do lodo
de monócitos (10 a 20%) presente, se for superior aos dos linfócitos (5 a 10%) podem sugerir
a tuberculose ativa disseminada. Poderá detectar uma anemia em fase avançada da doença,
a) Pesquisa de BAAR
em ambulatórios. É rápido, fácil, simples e com custo bem baixo com a finalidade de
Esse método é feito através de uma técnica de coloração. A Coloração mais usada
apresenta fino, curvado, avermelhado ou róseo, por vezes parecem isolado ou por
grupamentos de bacilos paralelos. E entre seis a oito semanas essa pesquisa permite avaliar a
b) Exame de Cultura
semanas. Em cima dessa desvantagem foi criado um método de cultura em meios líquidos que
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42
rápidos. A CDC recomenda a utilização de um meio líquido e outro sólido (KRITSKI et al.,
2005)
Sistema Radiométrico BACTEC 460 TB (Becton Dickinson Diagnostic Inst Systems, Sparks,
MD) pode detectar entre oito a catorze dias diferentes bactérias, podendo diferenciar a M.tb de
outras bactérias atípicas. Seu problema é o uso de material radioativo e seu preço é muito alto.
Outro sistema veio a ser introduzido o chamado, BBL MGIT. Através de um tubo é detectado
crescimento bacteriano. Esse sistema futuramente deu origem ao BACTEC / MGIT 960
sonda usada tanto para culturas sólidas como culturas líquidas. Com uma detecção rápida da
bactéria, apresenta resultado em cerca de 2 horas. No entanto seu custo é alto e possuem
apenas sondas para algumas bactérias específicas. As técnicas de amplificação dos ácidos
nucléicos dentro dos novos métodos é a que mais promete, devido sua complexidade e custo.
segurança do diagnóstico dos pacientes com TP negativa com combinação da PCR feito
a) Broncofibroscopia
broncofibroscopia. Ainda, nos permite, uma visão da árvore traqueobrônquica até aos ramos
pacientes com presença de lesões nas vias aéreas facilitando uma punção é recomendada à
b) Toracocentese
É feito num doente com derrame pleural, o líquido deverá ser retirado e analisado,
aspectos, seroso ou serofibrinoso, e podemos observar em 10% dos casos de derrame pleural
superior a 50% e a presença da adenosina desaminase (ADA) com um valor superior a 70 U/L
tornam quase claro um diagnóstico de TB. Já quando a contagem dos eosinófilos é superior a
7. TRATAMENTO
(SCHMETANA et al., 2007). A TB no Brasil é um caso de saúde pública, por isso, seus
medicamentos e todo seu tratamento são dados pela rede pública de saúde. É preconizada uma
1964 foi implantado o esquema que durava 18 meses, através dos tuberculostáticos,
esquema foi reduzido, em 1965, para 12 meses (RUFFINO, 1999). Na década de 70 foi
tratamento de curta duração. Em apenas seis meses o paciente utilizava a rifampicina (R),
Hidrazida (INH) e pirazinamida (Z) para possibilitar a cura (HIJJAR et al, 2007).
sequelas)”.
nos quatros meses seguintes) para o abandono de tratamento e o esquema 3 (três meses de Z,
anterior, foram anulados. Ficando apenas os novos esquemas e o esquema para menores de 10
pelo MS. Na fase intensiva utiliza-se a dose fixa combinada (DFC). Comprimido com uma
dose combinada de RHZE é usado nos dois primeiros meses como forma de ataque e nos
quatro meses restantes utiliza o tratamento de manutenção “dois em um” contendo RH (MS,
2009).
(RHZ nos dois primeiros meses e RH na segunda fase) (SANTOS; GALESI, 2010). Ao final
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47
endobrônquica”.
(DOTS)
implantados na dec de 90 pela OMS, onde recomendou-se para todos os países, com o
A estratégia DOTS tem como cinco principais pontos para controlar a TB:
menos, manter o TS nos dois primeiros meses. A estratégia DOTS gerou um resultado
2005).
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48
8. TUBERCULOSE OCUPACIONAL
relatado como.
avulso, médico residente, bem como, com o segurado especial, no exercício de suas
2009: 1)
e, quando isso ocorre, aparecem sob a forma de tumores ou lesão em órgãos, entre
inglês provou, oficialmente em 1865, seu contágio. Florence Nightingale já aplicava e passava
sua teoria ambientalista para redução de risco de infecção hospitalar. Ideias de como deveria
ser a circulação de ar numa enfermaria, sua planta física, alimentação e higiene dos pacientes.
Entretanto um estudo em Londres no ano de 1882 notificou que o contágio não era possível
prevenção e controle. Porém estudos feitos anos depois mostraram que era possível o
contágio. Um estudo realizado no ano 1929, usando o teste tuberculínico, em 449 alunos da
graduação de medicina, avaliou que ao final da formação acadêmica teve uma taxa de reatores
de 50,2%, os 145 estudantes que ao início do curso não tinham nenhum indício de contato
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com BK, ao final apresentou reação ao teste. Não quer dizer, necessariamente, que todos
ficaram doentes. O exame PPD apenas indica que teve contato direto com o bacilo, servindo
como um auxílio para o diagnóstico, sendo assim, outro exame mais complexo deverá ser
aplicado para confirmar a doença ativa. Estudantes formados em 1933 apresentaram uma taxa
de conversão (de não reatores para reatores) de 57,7 % durante a graduação. E os alunos
Brasil. O paciente com TB começou a ser tratado em ambulatórios e enfermarias junto aos
Os autores, Célia Franco e Dirce Maria T. Zanetta relatam com clareza quando a
apenas no final da década de 1980 e início de 1990 e os fatores responsáveis por isso
todas as formas da doença mesmo em países onde se esperava contar com seu
casos de TB caíram absurdamente. No decorrer dos anos uma redução contínua da conversão
entre os profissionais de saúde foi observada, levando a crer que os mesmos não estariam
mais expostos ao risco de adquirir a doença. Entretanto um outro estudo mostrou que
aqueles acima dessa faixa apresentaram 5,6% de conversão (MACIEL et al, 2009).
9. MEDIDAS PREVENTIVAS
década de 40, onde foi criada a Campanha Nacional Contra a Tuberculose (CNCT). A
campanha pretendia atuar em 66 municípios do Brasil onde ocorria 80% das mortes por TB
novas medidas, levando as implantações de novas estratégias. Uma delas era a internação dos
várias medidas importantes de prevenção para TB, ma delas foi a entrada da vacina da BCG
No decorrer dos anos a CNCT vem criando e adotando diversas medidas contra a TB,
Ação foram feito em cada município. A partir das estruturas da FUNASA foi criada, em 2003
pelo MS, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), onde passou a elaborar estratégias para
o plano da TB. Para tentar atingir a meta de 85% de cura junto à recomendação da OMS, o
Brasil criou e oficializou a estratégia do DOTS em 1999 pelo PNCT, junto a isso, foi criado a
interação do Programa da Saúde da Família (PSF) para agilizar a descoberta de novos casos e
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2007).
Devido esses riscos de transmissão o CDC junto à OMS estipulou medidas de controle e
controle da tuberculose, seu custo de aplicação é baixo e sua eficácia bastante alta. Tais
PIRES, 2003).
A aplicação dessas medidas visa manter um ambiente livre de bacilos infectantes que
são encontradas no ar. São usados sistemas de ventilação para manter uma troca de ar
constante, nos setores que possui mais riscos de infecção a mudança do volume do ar
circulante por hora é maior. O ar é jogado para fora do hospital ou podendo ser filtrado e
efficiency air), o mesmo encontrado na máscara N95. O sistema de filtração é muito visto em
lugares de alto risco para profissional de saúde como o laboratório de micobactéria, quarto de
isolamento respiratório, sala de necropsia, sala de broncoscopia. Quando não forem possíveis
tais medidas, optamos para uma ventilação boa, abrindo as janelas e portas, ligando
Segundo Oppermann e Pires (2007: 63), o controle ambiental tem como objetivo
ar por hora”.
N95. Seu filtro, HEPA contido, tem a capacidade de filtrar 95% das partículas maiores de 0,3
µm de diâmetro, no entanto já vimos que as partículas que transmite risco para infecção são
de diâmetro 1 a 5 µm. As máscaras N95 deverão estar devidamente colocadas, e por isso, a
importância de ter um treinamento para cada profissional, ensinando como usar devidamente
a proteção respiratória. Máscaras cirúrgicas não fazem o devido efeito de proteção nos
profissionais de saúde por não serem capazes de filtrar as partículas infectantes. Nos pacientes
são recomendáveis uso de máscaras cirúrgicas, pois são eficazes no combate das partículas no
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momento quando foram geradas, as mesmas ficarão retidas e ressecarão diminuindo o risco da
infecção ao bacilo. Levando em conta a mensuração da reação do teste já vista nos capítulos
anteriores são classificados de reatores e não reatores. Os não reatores deverão fazer um novo
exame num prazo máximo de 21 dias, com intuito de verificar o efeito blooster (primeiro
resultado negativo, segundo resultado positivo). Profissionais negativos nos dois testes
positivos devem passar por exames mais complexos para verificação de presença de TB ativa.
Caso algum profissional apresente sinais e sintomas de TB, deve ser rapidamente realizados
exames para o diagnóstico, se caso comprove, o profissional deve ser afastado do seu trabalho
até que ocorra melhora e não apresente risco de infecção para os demauis (GONGALVES,
2007)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tuberculose é muito mais antiga que qualquer um existente nesse mundo, desde
quando foi descoberta vem fazendo vítimas fatais. Homens lutaram contra a TB, dedicaram
suas vidas pelo o estudo dessa terrível doença. Numa época chegou-se a pensar que seria
erradicada, em outra, viram a TB uma emergência mundial, uma problema de saúde pública.
Pensou-se que a população pobre e desfavorecida era a que possuía o maior risco para
saúde é uma população de risco para a infecção da micobactéria responsável pela TB. No
passado era negado o contágio da TB nos profissionais de saúde, e através de estudos foi
finalmente comprovado a existência desse contágio. Um fato tão preocupante que levou
da tuberculose era maior do que outros hospitais gerais, porém nossa realidade mudou. O
risco de contrair o bacilo é maior no profissional não atuante na área, pois medidas de
prevenção nos hospitais gerais não são cumpridas ou ainda não foram implantadas. O
profissional da área de enfermagem é o mais acometido pela doença, seu risco é alto quando
isso são fatores para a infecção da micobactéria adquirida no ambiente de trabalho, que
preventivas que envolvem a instituição e o profissional. Porém nada vale se não tomam as
devidas precauções. Seja porque as instituições não cumprem com as realizações dessas
medidas ou porque os profissionais, enfermeiros e outros que estão diretamente ligados aos
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as medidas de prevenção.
vimos poucos estudos, artigos e livros sobre o tema. No entanto nesses estudos realizados,
vimos que esse tema não pode ser deixado de lado. Mostra-nos que profissionais de saúde
adoecem pelo o principal motivo: não aplicação de medidas preventivas, que são
recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. É normal em alguns países esse tema não
ser muito abordado, pois a taxa de incidência é mínima. Mas no Brasil, a taxa de incidência é
O profissional pode ser a chave da melhora desse quadro, por isso a importância de
focar na educação permanente desses profissionais que contribuem para o tratamento contínuo
do doente, que possa estar rastreando a tuberculose latente ou ativa, aplicando medidas
REFERÊNCIAS
BARE, Brenda G.; SMELTZER, Suzanne C.; Brunner & Suddarth. Tratado de
Enfermagem Médico-Cirúrgica. 10ªEd. Rio de Janeiro,RJ: Guanabara Koogan, 2005. Vol.1.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.
GOMES, Maria João Marques. Tuberculose nosocomial. Revista da FML, Lisboa, vol. 4,
nº1, p. 17-22, fev. 2000.
KRITSKI, Afrânio L.; CONDE, Marcus B.; SOUZA, Gilvan R. Muzy de. Tuberculose: Do
Ambulatório à Enfermaria. 3ºEd. São Paulo, SP: Atheneu, 2005.
MACIEL, Ethel Leonor Noia, et al. Tuberculose em profissionais de saúde: um novo olhar
sobre um antigo problema. Jornal brasileiro de pneumologia, São Paulo, vol.35 nº1, p. 83-90,
jan. 2009.
SANTOS, Laedi Alves Rodrigues dos; GALESI, Vera Maria Neder. Mudança no esqeuma
de tratamento da tuberculose. BEPA, Santos, vol. 7, nº73, p. 28-32. 2010.
Sites consultados: