Você está na página 1de 9
seGiog sewepren) ‘Meg BACIO/Y BEBE | BBYY ‘OYUPES UOIAG sopdequasaidy 2 opS0wold S BewOD OpRRIED “soWES OYE] BEN) ‘UndYg UEP “eZNOS ep BUippY BYE ‘SUEY eNbyUEH; CINE :sa1oy|sodx3, 2661 9p \NGe OIMYNIWAS OC VIHOWAW ¢ Impressio Grafica M. Inojosa 629 - Boa Vista - Recife - PE irio Recife, Cidadania rg. por / Byron Sarinho, APRESENTACAO Um desses compromissos se refere & nee Parlamentar diferenciada. Nao podemos nos 6 Puramente legislativos de re simples e sistemitica criagdo dos chamados fatos ampla cobertura da midia e garantide retomo fundamental é um trabalho de menor impacto © articulagdo com os segmentos sociais Sredos publicus, visando 0 equacionamento de questies 4 comum. Dessa jungio de esforgos, talentos e recursos é. resultados mais eficazes em nivel de planejamento, e3 das ages coletivas. A realizagao do Semindrio ¢ a memiéria representam.contribuigdes concretas, embora! perspectiva, Um outro compromisso: a rejeigdo dos salvacionismos, das formulas milagrosas. Nao alimentamos: quaisquer ilusdes: dos resultados dessas nossas iniciativas, nem nos sentimos: Prever ou antecipar quais os produtos diretos do publicagao de suas conclusdes. Preferimos apostar no proceso em si, na criatividade de seus agentes, expressando, apenas, uma que estamos todos contribuindo para o repensar refazer da nossa Cidade e para construg3o CENTRO HISTORICO E IDENTIDADE CULTURAL Jan Bitoun Quero inicialmente agradecer aos organizadores deste Semindrioe informar aos participantes que a Seeretéria de Planejamento Urbano € Ambiental teve que se retirar e pediu que a desculpassem. nis tema da minha intervengao é “Centro Histérico e I Cultural”, Procurei desenvolver este temaa partir da conch Paulo Henrique Martins: a necessidade de identificar em cada cada cidade, os atores que, através da interagdo e da negoci construir um projeto proprio no ambito desta "co Teferiu o Prof. Paulo Henrique _e que nos remete, em co hecessidade de uma conseiéneia eivica loca tema proposto pode assim ser entendido: em q . consciéncia civica local se constrdi e se no Centro Hist ima cidade? Para tentar responder a esta pergunta, necessario $ ‘colocar duas questdes preliminares: uma, geral, sobre identidade cultural ¢ outra, - mais historicos do Recife? Quanto a primeira questo sobre a: e sem pretender, obviamente, esgotat “Tudo Q mento ¢ autotransformagao nos remetem ci \ anges, dos mocambos, Recife “Alto Astral”. Mas Marshall Berman “Sopapo, télhados de capim, « 7 ag destruir tudo o le temos, tudo o que ‘astro conclui escrevendo: que somos”. Estaria neste tripé a construgio da lace aquética com gasas de barro tha, de folha de flandres”. Josué de “O Recife € todo esse mosaico de cores cheio de tons. Nesse “Tudo 0 que temos” se. desarvorado caos urbano, reflexo conjuso da fusio de vdrias expressoes te tca Laie a Terra, 0s objetos Gulturais, s0 uma coisa tende a dar wm sentido estético proprio a cidade do extremamente méveis estes objeto ee do Recife, aabsorvere aanular os efeltos dos contrastes desnorteadores, etos, dotando-os de um valor dando um selo inconfundivel a cidade. E a paisagem natural que a lame perdem & medida que sio E Met obsolete. q consumidos, degradados ¢ envolve, o seu mundo circundante porque os acidentes geograficos € Sua atmosfera sentem vibracoes varar em todos os sentidos, “Tudo oque sabemos” se refere &s relagdes com 9 Céu, os saberes. on i al p i Seeger a assados ea capacidade de antever Neste “mosaico, reflexo confuso da fusio violenta de varias Beatie eso cupato 0 cfu pot ondas de expresses culturais” buscar-se-4 quais 0s instrumentos de construga0 ‘informag6es cada vez mais uniformes ¢ veiculos do desta consciéncia cfviea local que o Prof, Paulo Henrique nos convidou a procurar? tudo _que somos” se refere A nossa identidade, 0 que somos Esta busca inicia-se pelo reconhecimento de que nés nfio temos e constmir, de fazer nas nossas relacdes com os nossos centrohistérico mas varios centroshist6ricos. Apresentoparareflexao a femporaneos. devocés ocroquis, elaborado pela arquiteta Angela Maranhao Barretoda | gata Gucctto = “ade etto os cenos FCivcntsmpinsr ce ass poe imadamente’ os do Recife?”, cabe lembrar uma descrigao de autoria de Josué ASL, Gostaria de saber da Prof. Maria Adélia de Souza da USP se © primeiro mapa de Sao Paulo apresenta todo o espago que a cidade de Sia Paulo cobre hoje, ou se limita a rea do Patio do Colégio e da ‘Sé. Pois, ruas, 0 Recife é desconcertante como unidade urbana, este mapa do Recife de 1627 representa a érea que em 1987 foi mapeada esmo de se caracterizar. Cidade feita de manchas locais pela FIDEM quando representou todo 0 micleo metropolitano, Ou Sei #5, no hd por onde se possa apanhar na fisionomia das casas 0 a parte central e mais urbanizada da atual aglomeragao metropolitans, ante da alma da cidade”. 370 anos apés o trabalho do cartégrafo portugués. - gegrafo prossegue comparando a Praga Rio Branco a irro de Santo Antnio a Lisboa, 0 de Sao José a um rcorre Dois Irmfos, Madalena, “bairrps antigos, tigas residéncias patriarcais dos hospitalei- a Pina, Santo Amato “zona dos Ft dos tios Beberibe, Agua Fria, Tejipi6, Jordio ri —ide em dois bracos, atras ainda desta area aquatica c f marcada pela vepetaci de mangues, a terre -! ra ra firme onde o canaviais &.a floresta gade de ambientes naturais, esto indicados os diver e-nasceu 0 Recife: no porto, na ponta da restinga com os ameiros comerciantes e marinheiros,em Olinda, ra Ga resting, com os primeiros conventos; nad iS dosTios, a oeste da Madalena, comas prim ras casas grandes dos DOS mangues estuarinos, Com as primeiras palafitas, /earacteristica propria, inicial do Recife de ndo ter um centro has varios centros historicos, o que vai marcar profundamente de cultural que buscamos. Temos umaidentidade que nasceu ans © dos comerciantes, das Casas Grandes ¢ dos senhores de 9, dos conventos e do clero, dos mocambose dos seus moradores. eo eu, nenhuma contesiagaio sobre a historicidade dos arma- casas grandes e dos conventos; mas hé, talvez, diividas sobre a dos mocambos. Devemos entdo lembrar que Tollenare, em © de moradia enire Sic José e Afogados e que oretratam; constitui-se, portanto, num elemento no, desta primeira consideragio - a identidade do Recife se iversos centros histricos ¢ nao de um s6 - cabe_ todos estes diversos centros hist6ricos que estio na tao representados dentro do Centro Histérico os_identifica-lo: Bairros do Recife, de Santo Anto- Boa Vista. Sem diivida, partes destes bairros expressam a identidade que se dos comerciantes: arruamentos comerciais da Boa Antbnio e Siio José, produtos do “Recife dos Mascates” com de individualismo, de uso das oportunidades de te ao mercado - 0 comércio recifense demonstra a0 longo da sua historia a capacidade de se adaptar as diversas: © pats ¢ a Regitio atravessam. Sem diivida, 0 Centro expressa, também, a heranga de uma luc nos mocambos: diretamente. 1n0s Coelhos, no Coque e na lha do Joaneiro, pe imei ic pela permanéncia do Ta, bretudo em tomo do mercado de S40 José, como bem observon, _Josué de Castro. Sem diivida ainda, no Centroestdo 0s marcos dainfluénciadoClero ¢ da Igreja, ¢ marcos bastante notéveis, Conventos, Igrejas, Patios, ProcissOes. Também, expressa-se na Boa Vista pela grande quantidade de instituig6es de ensino religiosas, Maristas, Jesuitas, Salesianos, Batis- tas. Ha mais diividas quando se procura 0 marco da influéncia dos s de engenho no Centro. Deve se reconhecer que esta se! urabalde, cada um visto em oposigao ao outro. = ; Mas a observagio mais pormenorizada do Centro nos leva: esta oposigdo aparente. As mesmas familias que preservaram 0 buc6lico dos arrabaldes, capitanearam 0 crescimento Pernambuco, edificaram no infcio do século 0 Centro de Bairro do Recife (Av. Rio Branco e Marqués de Olin espagos industriais da periferia imediata do Centro, parte: do Recife - Santo Amaro, Sao José além do Forte Assim, no Centro estiio representados as di desde os primérdios formaram este “mosaico, -violenta de varias express6es culturais” queéoR ter sido pacffica nao € bem aceita, Ca 7 Centro, mas poucos seas Jongo da sua hist6ria a capacidade de se adaptar As diversas © pafs e a Regio atravessam. sg também, a de uma, em dtivida, o Centro express: ocalidade construfda nos mocambos: diretamente pela estes nos Coelhos, no Coque ¢ na ha do Joaneiro, periferia_imediata do Conboy indians pela permarbacls 23 cine ana é _ ¥ 16s, sobretudo em torno do mercado de Sao José, como. bem observou Josué de Castro. Sem diivida ainda, no Centro estao os marcos dainfluénciado Clero ‘ e da Igreja, e marcos bastante notaveis, Conventos, Igrejas, Patios, Procisses. Também, expressa-se na Boa Vista pela grande quantidade de instituigdes de ensino religiosas, Maristas, Jesuitas, Salesianos, Batis- tas. H4 mais dtividas quando sc procura o marco da influéncia dos senhores de engenho no Centro. Deve se reconhecer que esta se com vigor em arrabaldes, como Casa Forte onde os valores proprios da ia patriarcal consegem se preservar: terra. E na nossa histéria sempre ha uma oposigao entre 0 eo ~attabalde, cada um visto em oposigao a0 outro. Mas a observagdio mais pormenorizada do Centro nos levaanegar esta oposigdo aparente. As mesmas familias que preservaram 0 carter bucélico dos arrabaldes, capitanearam o crescimento industrial de Pernambuco, edificaram no inicio do século 0 Centro de Negécios de Bairro do Recife (Av. Rio Branco e Marqués de Olinda) ¢ espagos industriais da periferia imediata do Centro, parte do Recife - Santo Amaro, Sao José além do Forte das Ci Assim, no Centro esto representados as diversas i desde os primérdios formaram este “mosaico, reflexo violenta de varias expressdes culturais” queéoR ter sido pacffica nao é bem aceita, Cada umd Centro, mas poucos gostam do Centro no Alguns gostam do Centro da a S igrejas € dos patios, e nio aceitam o centro : ena Outros gostam do centro porque ele € popular e nao ne que nele relembrao poder dos n “os (poder piiblico uma ago para que o Centro se torne Bostos particularizados : 2 poder ptiblico encaminiou inter heder Bo” ._E estas modemiz, ‘as, do Conde da Boa asta, OS meados do século XIX, 0s Governos Militares dos anos scienia desie sculo, sempre uveran ie sob 0 | e jerencias externas, sempre live bistivo de adequar o Recife a modelos traridos de for Ze Nesse sentido, Milton Santos ace:tou quando escreveu que as randes cidades dos paises dependentes sio antes de tudo “veiculos do conformismo”._Podemos identificar » “modernizacao iluminis\a” dotou 0 nosso centro de edificios ligados Acultura = = 0 Hospital D. Pedro I -e i orden de Det : Bos moldes mais modernos da arquitetura da época, O ideu a “modernizagao higienista” (0 ao segundo pélo metropolitano, juando nos tempos de Agamenon Magalhaes se expulsou os ears Cento ct Ay uusto Lucena se abriua Av. Dantas Barreto TO bairro de Sao José, em direca Comesta identidade complexae estas intervengoes modernizantes, 7 ‘9 Centro do Recife chegou ao seu estado atual a partir do qual devemos : jidentificar os rumos de uma revitalizagao sustentada pela’ mobilizagio da Bi sociedade, Esta mobilizacio deveria se dar em torno de trés eixos: 1) a luta contra os desperdicios; 2) a luta contra privilégios cristalizados; 3) a luta contra a degradagao ambiental. 1.0 Centro, como o resto da cidade, é marcado pelos desperdicios — de valores, de objetivos e de oportunidades. H4, no Centro, um capital fixo instatado e ocioso, prédios interessantes, espagos infra-estruturados que ficaram sem vida, sem animo e sem uso. Sao estes que devem ser revitalizados, reanimados. Muitos destes espagos estiio sob o controle do empresariado pernambucano, herdeiro das famflias dos senhores de engenhos: galpées, ruinas de fébricas, patios destas. O Poder Publico deve ter um papel indutor, desencadeando aqui, acold, agSes pontuais para que o empresariado, que tende a se organizar, empreenda esta revitalizagéo. Isto daria um sentido real & palavra “parceria”. 2. No centro, como no resto da cidade, as dificuldades do controle urbano e do uso didrio pelos citadinos se devem a eristalizagao de privilégios: ocupagao desordenada dos espagos piiblicos, estacionamen- tos irregulares ou abusivos, as vezes do proprio poder piblico; porserem cristalizados, estes privilégios pequenos ou grandes s6 poderso Ser combatidos através da negociagdo que os evidenciari e encontrard _ caminhos para reduzf-los no ambito de uma politica de reordenamento. 3. O Centro, como o resto da cidade, sofre da ambiental, da degradagio do seu ean . enquanto no resto da cidade esta degradagao resulta do déficit de infee- estrutura bisica, drenagem e saneamento, no Centro este deficit sensivel e a luta contra a degradagio ambiental pode ser através de uma ago estétiea de paisagismo; pelo menos primeiro passo que alavancaria uma recuperagao do gosto} amor & cidade. Sempre Recife foi vista como a cidade das Segundo Josué de Castro, so estes elementos que: atmosfera propria. B € sobre eles que. ‘As pontes as quais eu me refiro niio sto. (08 nossos rios, mas so as pontes que: mM nesta cidade. Amara cidade ¢ ama- eelaéd Porque ela é capaz de expressar, a0 © mesmo lugar, tempos diversos e lugares diferentes. Parte da sociedade constantes negociagdes ¢ de interesses freqiientemente contraditérios. Dai, ra ‘cidade, anecessidade da participagao paraconstruir que tanto precisamos. ambiente que historicamente desrespeitamos. Quero uma leitura do Projeto de Cidade, expresso na lei Diretor, nos revela o quanto as éguas ganharam como objetos de politicas de desenvolvimento turistico © rt. 119) e de desenvolvimento da seguranga humana (drena- * nento) em particular, através dos programas de dinamizagio 49 ¢ 50) interligados a programas de reestruturacio © a, paulatinamente, tornar exqiiiveis esses progra- que devemos integrar ‘a vida econémica, social ¢ EP BYRON SARINHO - Nés agradecemos a exposigao do r Jan Bitoun que, além de ser uma demonstracao de lucidez ¢ osempre, um hino de amor por estacidade. Abrindo 205 Aqueles que quiserem ocupar o microfone que quanto ‘mais concisos formos, tanto mais pessoas "Estd escrito aqui o Noé Sergio, que € arquiteto da

Você também pode gostar