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| a Baltazar Agenor Bailona _ Fernando Silva de Araujo Porto José Rui Camargo | Laércio Ferreira Mauro Massayoshi Kimura Andlise de Tensdes em Tubulacées _ Industriais CONcEITOS BAsIcos [2] O canhecimento prévio de 35 a0 campo de resisténcia dos materiais,erganizagan industrial de projtes, documentago concernente ags projetas, armas e standards relativos as tubula- Ges industriais £ considerado imprescindivel para o estuco da andlise de tensdes = demais assuntos relacionados, Segue-se uma apresentagae resumida desses conceitos, 2.1 DDCUMENTACAD TECNICA Para realizar todas 2s atividades de engenbvatia © montagem associadas a um projeto espe fico, & nocessiria a existéncia de uma ongsnizago dotada de capacidade de eu dades ¢ de se antogeci. Esta arganizagio a chamada “equipe de projeto” Em geands firmas de projeta industrial, a oxganizagao das oquipcs de projeto sogue pacrées que variam de empresa para empresa, das quais 0 organograma exposto na Figura 2-1 é um bom exemplo. As equipes de projeto sao normalmente chefiadas por um “der de projeto”, on Gerenis oe Proto Cantoks oe Inseedes v autores nen @orgrograre Geréncia da Engennarisde | 5 Montagem Projeto | Aaministragse Engubetas de carp sinenorts de rmtogem esi hago 0 eT Star ete rica mapas pane eerce noma a Enna Smblena ernava sums ‘Figura 2-1 Tipica organizasfo de equipe de projeto. As las chvias indicum relagbe’ de iatrago ent os bal nudas, a reagien da equips vom outras organiangies de rte Comceros Bisons 3 “gerente de projeto”, elemento totalmente responsaivel por todas as atividaeles da equipe dentro. de ura projeto especilicn, devendo assegurar qualidade destas e exercer 0 méximo controle sobre as mesmas. A Figura 2-1 possui aperas carater ilustrativo, pais os tipos de grupos de en gemharis ¢ 0 ndimero de engenheiros e técnicos envolvides dependem da ratureza e do tame. rho do prajeto. Neste exemplo, o grupo de engenharia mecinica abraga as responsabilidades sobre 03 sistemas de ar condicionado, aquecimento, ventilacko, componentes ¢ tubulacio. Nesse conjunto, o engenheira responsivel pela tubulago, camumente denamninado enge- nheiro de tubulactes, receberia a responsabilidade e autaridade de goréncia ¢ coardenacao de diversas tarefas: + Plantas de tubulacio + Andlise de tens6es na tubulagao + Especificagio de suportes + Especificagao de reforeos + Caordenacdin de montagem no campo AsTunyBes deste engenheiro incluiriam a interface com os outros grupos de engenharis, para assegurar que os tubos e compoaentes asociados sejam eniregues ao campo de obras e monta- dos de acordo com as diferentes normas, standards, especificagbes téenicas cronogramas de moatagem ¢ plantas. O engenheito de tubulagoes intervém no desenvolvimento de virlos documentos téenicos, (5 quais devem possibilitar a interacso eficiente com os demais grupos, além da andlise, com- Ta, fabricagdo ¢ instalagdo de tndos os componentes que compreendem # sistema de tubula- G20. Para que este profissional possa realizar esta tarefa, os demais grupos de cngenbharia devem ihe enderegar um fluxo de documentos para que fundamente sua agio. Documents tipicos inchuem: A sere secebiddos Acserein gerados: + Diageamas de Buse + Plantas de suportes e restricbes + Indice de linkas (Bexibilidade) + Layoui de tubulagio + Esforgos sobre os suporles + Especiticagdes téenicas + Esfargos sobre equipamentos + Especificayoes de materiais + Isoméicico das restriges ({lexiblidade) + Plantas estruturais e de arranjo geral + Memoriais de andlise de tensies Plantes de tubulaao e instrumentacao + Relagio dos suportes de mols, + Caracleristicas técnicas detalhadas dos equipamentas a serem conectados (incluindo ssenhos ¢ eslorvos admissiveis em bacais} + Memorial descritiva da sistema + Isumétricos de fabricayaa + Relatérios de mudancas em campo. ‘Alguns dos documentos mais import fo detalhados a segrir. 2.1.1 INDIGE DE LINHAS, DIAGRAMAS DE FLUXO, ESPECIFICACGES DE PROJETO A base légica para o projeto do sistema de tmbulagses ¢ de todas as plantas de desenhos rela- Livos sao os diagrarmas de flux, Estes sio preparadios pelo engenheiro de sistemas (ou de pro- cesso) ¢ prove achive para a compreensio ¢ visualizagio de cada sistesna O diagrama de uso ¢ usvalmente o desenho inicial do projeto da tubulagao. Este docurnen- lo indica os lipos de equipamentos a serem integradas, os instruments requeridas € os siste- mas de tubulacio necessérios. 4 ctu Dos ae Bor seam, Figura 2-2 Exemplo de diagrama de thuxo. Un exemplo de diageamna de duxo ¢ mostrado na Figure 2-2. Lmportante observar que dia- gramas de fluxe sie representatives, nao sendo desenhados em escal, estando a tmlase nas re- lagSes esqueméticas entre tubos, instrumentos e equipamentos dentro do processo. Cada linha de tubulagio indicada no diagrama de fluxo é usualmente identificads por un sinico nsimero de linha, Este nimero nao 36 € usado para referenciar alinha no chamado iedice de Linde, conn tatabéun transmite informagoes sobre os paninetcos principais da linkse, Un exemplo de indice de linhas é mostrado na Tabela 2-1, e muitos projetos complexos exigem tambéma constituigio de documentos similares contendo uma lista de todas as valvulas wtli- zadas no sisterna de tubulagies © mimero de uma linha permanece constante tanto quanto permanecem constantes tados os pardmetros desta linha (tais como diametro, material, espessura de parede, lemperstusa, pressio, classe de segurancs, solamento, norma aplicada, sistema ao qual pertence ou tipo de servigo). A mudanga de um ndimero de Linka é um sviso elaro de que ao meaos urn parimetro maudou, ‘A Especifcacio de Projeto, emitida para cada tareta especifca do projeto, descreve os citérios ‘seem usadas no planejamento e na montagem do sistema de tubulacan. Frm outras palavras, a especificagio, ov “spas”, como € conhecida no jargio da érea, indica as normas apliciveis, maleriais de tubulacao, técnicas de montagem, componentes preferiveis, suportes, etc. concer nentes aos requisitas do projeto ou tipo de sistema. © Padrao de Suportes, também conhecide como Caderno ou Lista de Pacirdes de Suportes, descreve os supartes mais utilizados pela empresa, ée tal forma que o cagenheiro ou projetista Ccrceroebisces Tabela 2-1. #xcmplo simpliftcade dy indice de linhas Ne Links IRED-102-365, IRED-L25-11b-4 TRED-750=I12-4 SRED-T50-) 1-4 ECPY-00i-111-1 1SCL006-0 LePv.og1112-1 TUoPV001-282-4 TUPW0n?-001-L TOP Y0e2-0u2-1 HPY.a2- 072-4 AUP Y W214 TUPY-002-153-4 Hpy-on2 watt JUPVsou2- 1844 1UPV0@2 135-4 LUPY wuz 191-4 LOP¥-ne-e65-1 lupy-024 LUPv.024-<04-2 TUPY-024-803.2 TUPV 2-8-2 rue TUPW50-1944 TUPY750-195-4 a c0s2 50-193-4 ‘UPV- UNIDADEPRINCIPALDE VAPOR Pagina Data: INDIOU DE LINELAS 3 Operagin Projeto iro Ditmetro Sch Parade. = Preasin. ‘Temperaturn Pression Temperturs Nominal (lu) Real (nmi (mm) (sj ec) (ba) ro 2 oe 4g 105 100 os Iso 135 9 38 0 0 0 49 ors a) F 100 20 508 ors 267.40. 103 109 ne20 308 i 4 a as 050 200 B20 305 6 Uw = 6 305 1 am 468 030 20 wos 1 a 45 oss, 20 05 may na 290 S920 305, 49 ney 20 3820 05 wm 49 290 8820 305 6, earn so 935 0 M3 58d 0 935 0 ba 28: 21 50 235, 0 ms 8 UL 0 235 ” 338 ah 30 35 70 3 939 at an 335 "0 434960 29 a 6008 216 6815 28 08 4 609s 802A esis 205 By Date oats 25 2 @ 46 eas 620 07s 29 3 50 955 u 075. Per 75 0 9° nm 075 wo 2g 75 ” 335 0 ‘ena indanerasalternativas de suportes padées, que Ihe possibilitem cobrira maior gama pos- sivel de aplicagies. Constam neste documento o desenho do suport, eletalnes de fabricacto. aplicagan ¢ umm ovimero de referencia. Este numero indicard a equipe de fabricacto « suporte, e também o nnaterial e 6 diémetro da tubalagia a que se destina si de Supories Especiats€ um complemento ao Padi ee Supostes, no quil se desere- vem os suportes projetados especialmente pars tim determinado projeto ou abria, para vs css ‘bos quiais nao Foi poss'vel emprogar os tipos especiticados no puri 2 tayourne TuBULAghO O diagrams de duo, indice de inhas eexpecificagdes de projet so usados pelo projetista de tubulayao pura determinar o Laynud don Sisters, ou trajeto réal das linhas, ¢ assim gerar ox rem Dos desenhos do sistema, © trajeto das linhas inicialmente indicado pelo diagrama de flixo serd afetado pela teraperatura de operacio do sistema, peso da tubulacao, configuragao do terrena, ‘custos de instalagSo e de material, perdas de carga, normas aplicéveis ca locagi dos principais ‘equipamentos ¢ estreturas, Nao € funcdo do engeaheiro de tubulagbes realizar 0 layout do sistema, mas certameate ele deveri verificar cuidadasamente os desenhos e responsabilizar-se por cles perante: ocliente, empresa ¢ 2.1.2 PLANTAS DE TUBULAGAO ‘Uma vez que o lapoutesteja deteruninade, Desenhos e Maras de Tubulacio sto realizados. A planta de tubulacio € o principal documento de referencia ussdo pelo grupo de prajeta de cu- bulagées. Eseas plantas usualmiente mostra vistas em corte ¢ elevagdo (a vista om corte é a vis- ‘woriunds de um ponto superior; ums vista em clevacio 6a vista oriunda de um ponte no pla- xno horizontal), Ambos os tipos de vistas sio iimportances e necessirios para se entiicar total- mente o trajeto de uma linha, Observance a Figura 2-3, oade se encomtram um exemplo sir plificado de wma vista em corte eo de uma vista em elevagio, vé-se que algunas areas da siste- rma de tubulagio que nao sia claramente identificadas na-vista em corte podem ser mais ber onterdidas através da vista em devacio, Em plantas, a tubulagio é usnalmente mostrada como una linha slide, e seus companen- tes, tais como valvulas, anges reduces, ropresentades por simbolos convenientes, Em alggins projetos, porém, tubulagSes de grande didmetza sio desenhaiasem eseala para faciitar a veri- ficagao de interferen cies Uma vex estabelecidos os trajetos das linhas, estes devem ser alocados nas plantas através de catas que indiquem distancias e dimensoes entre as inhas de twotlagao e pontos de releréncis, ‘os quais usualmente sio estruturas tais como paredes ou colunas, Um cuidado importante, mas rauitas veres negligenciado, &0 de indicar somente estruhuras que jestejam prontas no mo mento em que se iniciar a mentagem das tubulagies. Pontos de referéncia de dificil acesso, tais came a irha de centro de um poco de grandes dimensoes, dever ser evitadas sempre que pos- sivel. (Outra referéncia em planta ¢2 indicagdo do “norte” da planta. Essa seta oftrece uma directo constante como referencia, endo indica nevessariamente o norte verdadeiro. Noranaliente & ssa Fa 1 Neate Figura 2-3 Fxcmplo simplificudo de ums vista dm coro (acim ssquceda) = de uma vista em slewagio (@cima 8 direita), Cameras Bisows 7 um cixo escolhido especialmente para aquele prof tante conjunto de estruturas, 19, selecionado por ser paralelo 2 um impor ‘Também as plantas de tubulacio indicam a posigio e identificagao do tipo dos suportes das linhas. Os supartes s40 conectadas, no desenho, a pequenos reténgulas por meio de setas. Nes- tes retngulos (ou bandeiras} constam os dados referentes ao suporte indicado {observe nova mente a Figura 2-3). 2.1.4 IsoméTricos Isomééricnsde tubulagao so representacies tridimensionais das linhas representadas em duas dimensdes nas plantas, Normalmente Isamétricas sto utilizados para propasitas de montagem ede andlise de tensdes (estudio da flexibilidade da tubulayao). ‘A Figura 2-4 mostra um exemplo simples de Isamétrico de uma linha, © trecho da linha que zndo for paralelo a qualquer dos tr&s eixos principais pode ser representado pela sua projesio nos planos pertinentes aos eixos. Os trechas retilineos da linha sao chamados de membras, br gasou pernasda linha. Pica evidente, observando a Figura 2-4, que urn Is ser desenado em scala; os trechos da tubuulagao devem ser desenhados no tamanhio nevessie rio para serem perfeitamente compreendidos com clareza. Un desenhe Isométrico fomece as dimensies & partir da linha de centro da tubulagao. Um Isométrico mostra a linha completa de um equipamento a outro, 0 que fucilita « fabricasao e |. Norinalineate os primeiros estudos de locagio de supostes, guias ¢ trevas ico nto necessita monly zados nos Isométricos, asim como a andlise de (ensdes. 2.2 NORMAS E STANDARDS ‘A necessidade industrial de gecar ou gerit energia de maneira econémica, segura ¢ eficiente tent exigid fbricase sistemas de tubukigie cada vez mais complexes. A estandardizacan reduz ‘o custo, ainconveniéncia a confusto que resultam das desnecessérins cindescjaveis diferen gas entre sistemas, equipamentos, materiais e procedimentes Standards industriais sto gecalmente publicades por sociedades prof de engenharia ou comités técnicos. S40 adotades por consenso na indiistria aps criterioso es- tudo por especialistas na ares, sionals, organizagdes ‘Figura 2-4 Fkemplo de fwméticn de un isha, 8 cwimades Pata proteger 0 trabalhador ¢ o piiblica em geral, muitas organizaches gavernamentais in- femto f ato a 2.8.3 CONVERSAO DE UNIDADES Muitas vezes, dimensdes, poténcias, pesos e outros dados relativos a nos paises de lingua inglesa encontram-se em unidades inglesas. Tradicionalmente, alguns pro- dutos industrais sto produzidos empregando-se estas unidades. Exemplos so 0s pesos eas 18 comus das dimensbes de perfilados de ago para estruturas, como perfis em “I” e cantoneiras, ea poténcia € 0 torque de motores. Lenta, porém inevitavelmente, as unidades inglesas esto sendo substi- ‘tuidas por unidades do sistema SI em todo 0 mundo. Assim sendo, todos os problemas ¢ exem- plos nest livro terdo sempre que possivel seus dados inicias nas unidades tal como slo encon- tradas no meio industrial e comercial, 0s quais serdo convertidos para o sistema SI para a de- monstragio do método de resolugdo. Os resultados serdo expostos em ambas as unidades sem- pre que for julgado necessério para se alcancar maior clateza de exposicio, uma vez que muitos dos profissionais da érea ainda usam as antigas unidades inglesas. As tabelas constantes no Anexo 1 podem ser usadas para a conversao de unidades do siste- ‘ma inglés para o SI ou vice-versa. Também neste Anexo podem ser encontrados fatores de con- versio para algumas unidades que ainda possam ser encontradas por profissionais que porventura sejam obrigados a manusear documentos ou plantas antigos. 2.9 BIBLIOGRAFIA BEER, FERDINAND P, JOHNSTON JR.,E. RUSSEL. Resstncia dos Materia 2. ed. Sto Paulo: McGraw- Hill do Brasil, 1982. FUNDAGAO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Atlas Gograific Exo. 96d. Rio de Janeiro; Fename, 1980, M. W. KELLOG COMPANY. Design of Piping Systems. 2, ed. New York, EUA: John Wiley & Sons, Inc, 1936, PROVENZA, FRANCESCO, Projtista de Maquinas.71.ed. Sio Paulo: Editora Francesco Provenza, 1994 QUADRELLI, JOSE CARLOS. Curso de Andlise de Tensdese Flexbidade das Tubulagdes Notas de Aula Led. Sio Paulo: FDTE, 1987. RASE, HOWARD F. Piping Design for Proces Plants. |.ed. New York, EUA: John Wiley & Sons, Inc. 1963. SHIGLEY, JOSEPH EDWARD. Elementos de Maquinas, 2.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos ¢ Cienti- 0s Editora S.A. 1984, v.L. ‘SMITH, PAUL R,, VAN LAAN, THOMAS J. Piping and Pipe Support Systems: Design and Engineering. Led. New York, EUA: McGraw-Hill Book Co. 1987. SOCIETE ENCYCLOPEDIQUE UNIVERSELLE Encclopétia Delta-Larousse. led. Rio-de Janeivo: tora Delta S.A, 1962. SOUZA, GILBERTO ALVES DE. Andlise de Fexbilidade Apostla. 1.ed, Sto Paulo, 1989. ‘TELLES, PEDRO. DASILVA Tubulagdes Industriais. 5. ed, Rio de Janeiro: Livros Técnicos eCientificos Editora S.A, 1979. Edi. [3] TENSOES ADMISSIVEIS EM TUBULACOES Para que possa cumprireficientemente a tarefa de conferir estabilidade e seguranca a um sistema de tubulagdo, ¢ essencial que o engenheiro tenha uma visdo clara dos requisites impostos pelas normas referentes a esta érea. Este capitulo apresenta resumidamente os crtéios de proeto de algumas das principais normas utilizadas na tarefa de analise de tensdes, assim como também discute maiores de- talhes relatives a0 fundamento teérico destas. 3.1 CRITERIOS DE FALHA DE MATERIAIS DUCTEIS COM CARGAS ESTATICAS Elementos estruturais e componentes de maquinas devem ser dimensionados de modo a suportarem as cargas previstas para suas vidas operacionais, sem a ocorréncia de falhas. ‘Quando a carga prevista ¢ pura, ou seja, de compressio, tragdo ou de cisalhamento puro, a ‘questao € simples. Basta que a tensio gerada pela acdo da carga nio exceda.a tensio de escoa- mento do material no caso de materiais duicteis. Porém, quando as cargas aplicadas sujeitam 0 clemento a um estado biaxial de tenses, ndo é possivel predizer se este falhari ou mio direta- mente a partir da tensio de escoamento do material. Para que se possa fazer esta previsio, é necessirio que seja utilizado um critério de falha que considere o processo de ruptura do material da maneira mais realista possivel e que sejaespeci- fico para o material empregado. Os critérios ou teorias de falhas mais importantes na historia da engenharia sio: a teoria da tensdo principal maxima, a da deformagio maxima, a da tensio maxima de cisalhamento, a de ‘Mohr ea da méxima energia de deformacio. E normalmente aceito que estas duas tiltimas sao as mais completas e préximas da realidade, embora também as mais dificeis de se aplicar. No caso de materiais diicteis sujeitos a carga estética, sio dois os crtérios de falha comumen- te recomendados pelas principais normas empregadas na anilise de tensdes em sistemas de tu bulagoes: « reoria da tensao principal méximae o critério da tensio méxima de cisalhamento. 3.1.1 TEORIA DA TENSAO PRINCIPAL MAXIMA ‘As principais normas empregadas na anilise de tensdes em sistemas de tubulagbes, a ASME B31, assim como as subsegdes NC e ND (classe 2 3) da ASME Secio III, utilizam-se desse critério. Esta teoria afirma que a falha ocorre sempre que pelo menos uma das tensdes principais for ‘maior ou igual ao limite de escoamento ou a resistencia a ruptura do material, Trata-se de um ctitério de previsio de falhas que tem a vantagem de ser muito simples de ser aplicado e que, ‘quando empregado com fatores de seguranca adequados, apresenta resultados plenamente sa- tisfatrios em se tratando de tubulagies. Seja 0 estado plano de tensdes representado no item a da Figura 3-1. Através do circulo de “Mohr e das equagées apresentadas na secio correspondente no Capitulo 2, podem-se determi- nards tensdes principais o, e @, proporcionaisa a, 7, €7,- Representando estas tenses princi- 20° cormwo Tats eg whe. — ie 1a a, Ho fe ca an) Figura 3-1 (a) Visualizaeio do estado plano ou biaval de tenses, (b) diagrams explicativo da teoia da tensio ‘normal miéxima para tenses béasiais. limite de escoamentotragio €0..€ limite de escoamento&compressio pais o, e7, em eixos ortogonais, tal como apresentado no item b da Figura 3-1, €possivel visu- alizar de maneira mais clara as consequéncias ¢ 0 alcance desta teoria de falhas, Observe que os valores de trasio, positives, foram demarcados a dircita ou acima da origem deste sistema de coordenadas, ¢ 0s valores de compressio, & esquerda ¢ abaixo, A teoria afirma que a falha so- brevém sempre que um ponto, cujas coordenadas sio a, ¢ 03, cai sobre ou fora do paralelogra- mo definido pelos limites de escoamento & tracio € & compressa. Denominando ix, A maior das trés tensdes principais, em valor absofuto, e n fator de segu- ranga, tem-se entdo que g, on =e en no caso de materiais dicteis. No caso de materais frigeis, emprega-se o limite de resistencia & rruptura do material oj, em vez da tensio de escoamento. Entretanto, muito embora seja empregada com sucesso com relacao aos sisternas de tubula- ‘es, esta teoria possui sérias limitagdes, Isto porque este critério levard a seguranga somente se os sinais das duas tensdes principais forem iguais, 0 que nao ocorre no caso de torgio pura, por exemplo. 3.1.2 CRITERIO DA TENSAO MAXIMA DE CISALHAMENTO ‘Trata-se de um outro critério muito facil de ser empregado, bastante conservativo, ¢ que, s¢ bem empregado, levari a resultados dentro da seguranga. Esta teoria,utilizada pela Subsegdo NB (Classe 1) da ASME, Segio IIT, afirma que fatha ocorre sempre que a maior tensio de cisa- Ihamento atuante na pega for igual ou maior que a metade do limite de resisténcia ao escoa- ‘mento do material. Isto porque um corpo de prova apresenta a maxima tensio de cisalhamento quando se inicia 0 escoamento, e neste instante 0 valor desta tensio Tai. ¢ igual A metade do valor do limite de resisténcia ao escoamento. Assim, calculando-sea tensio 7... (Veja a seqdo correspondente ao circulo de Mohr no Capi- tulo 2), atua-se com seguranca se (2) ou seja, ta G3) sendo o,,. olimite de resisténcia do material ao escoamento e mo fator de seguranca empregt- do, Com 0 propésito de simplificar 0 calcul manual, a Subse¢io NB (Classe 1) da ASME, Se 3.2 FADIGA Tosti Aowssives ox Tusuugdes, 21 Figura 3-2 Diagrams explicativo da teoria da tensfo cisalhante mxima para tenses biaxiais. ‘40 IIT, define uma tensio denominada stress intensity, ou equivalent intensity of combined stress, representada por S, como o dobro da tensio de cisalhamento maxima . A ocorréncia da falha, por sua ver, € esperada pela norma quando esta stress intensity no material exceder o limite de resistencia do material ao escoamento. A Figura 3-2 representa graficamente este critério no caso de tensdes biaxias. © limite de ‘escoamento & tracdo € ¢,,. € 0 limite de escoamento a compressio & Oeqy- ‘Uma importante ressalva com relagio a esta teoria de falhas deve ser feita se as trés tenses, principais atuantes na peca forem iguais, 0 circulo de Mohr indicara a tenséo cisalhante como niula, Neste caso, 0 emprego irrefletido desta teoria implicaria a aceitacao da idéia de que um material poderia suportar tens6es infinitas, o que é, obviamente, um absurdo. Em vista disto, a ‘Subsegio NB (Classe 1) da ASME Segio II prescreve um limite para as tensdes principais. Muitas vezes, em méquinas, encontram-se pegas que vieram a falhar sob a agio de tensbes «que lhes foram aplicadas repetitivamente um grande niimero de vezes. Ista pode vir a ocorrer até mesmo se 0 maior valor alcancado por estas tensdes tiver sido menor que o limite maximo de resisténcia do material, ou até mesmo menor que seu limite de escoamento, O que é caracte- tistico neste tipo de falha nao sto propriamente os valores alcangados pelas tensdes aplicadas, ‘mas sim a quantidade de vezes em que estas foram aplicadas. Este tipo de falha é chamado de fatha por fadiga. Este tipo de faa surge com o aparecimento de uma mintiscula fissura em um ponto de con- centragao de tensdes. O surgimento desta fissura potencializa o efeito de concentracio de ten- s®es, © que por sua vez provoca o aumento da extensio da fissura, Proporcionalmente ao cres- cimento da fissura, diminui-se a area da seco transversal que se opde & carga aplicada. Com {sto, a0 longo do tempo, a tensio vai aumentando de tal maneira que, em dado momento, a peca se rompe repentinamente. O exame de uma fratura deste tipo revela duas reas diversas: a dia fissura que originou a quebra ea que sofreu a ruptura subita, Esta titima érea € muito semne- Thante A de um material frégil que tenha falhado a tracio. Este tipo de fatha descrito € a do tipo denominada falha por fadiga de ciclo de grande duragao (high-cyde fatigue), e & normalmente relacionada com o projeto de maquinas rotativas. Em tubu- Jagbes, & muito mais comum encontrar-se um outro tipo, a chamada falha por fadiga de ciclo de pequena duragao (low-cycle fatigue) a qual écaracterizada por um pequeno ntimero de aplicagoes dealtas cargas, cerca de 10° aplicagdes ou menos. Pegas sujeitas a aplicagoes de cargas em 10° ciclos. ‘ou menos, ema sua vida operacional, caracterizam um problema de estitica, nfo de fadiga. 22 Cooma Tes Falhas por fadiga sto perigosas porque ocorrem sem que o sistema forneca tum aviso claro da iminéncia de sua ocorréncia, tal como um aquecimento ou deformagio localizada, Além disto, so sibitas e totais. Agravando este quadro, as tensées repetitivas ou ciclicas responsiveis por este tipo de falha tém efeito cumulativo, ou seja, periodos de inatividade do sistema nido remo- vvem as suas seqiielasiniciais. Para cada material é possivel definir o comportamento com relacao i fadiga. Aplicando- se um valor de tensio rotativa em um corpo de prova especifico para este tipo de teste, ve- rificam-se quantos ciclos sio necessérios para que ocorra a falha. O teste € repetido para tum grande numero de tensdes rotativas de magnitudes diferentes. Os resultados sto colo- ‘cados em um grifico semilogaritmico ou log-log, chamado de diagrama S-N (veja Figura 3-3). No caso de materiais ferrosos, o grifico torna-se horizontal depois de um certo ni- mero de ciclos (observe o ponto de inflexaio). Abaixo desta inflexio nao ocorrers a falha, nao importando o niimero de ciclos. Este ponto de inflexao chama-se limite de resistencia a {fadiga, ou limite de fadiga (a; . Por meio deste grafico, pode-se estimar diretamente, para © caso de uma pega sujeita a cargas ciclicas constantes, sua vida itil em relaglo ao valor desta carga e do ciclo esperado, ‘Como nem sempre ¢ ficil dispor do diagrama $-N do material com que seid trabalhar, uma estimativa conservativa pode ser obtida a partir do limite de resistencia & trago do material. Observando novamente a Figura 3-3, 0 ponto da curva que intercepta a ordenada de 10" ciclos pode ser estimado como sendo 0,9% fa,» para qualquer material. Estima-se que a inflexao da ‘curva, por sua vez, ocorra em 10*ciclos, para materais ferrosos. O limite de resistencia fadiga, 1; seria previsto em fungao do material em questio: + Para 0 a0, 0 = 0,5% ony S€ On < 1400 MPa, € 0) = 700 MPa Se dn > 1400 MPa; + ferro fundido, 0 = 04X93 + ligas de aluminio ¢ magnésio, entre 30.2 40% de @,., com a inflexao acorrendo entre 10? € 5X10! ciclos. No caso de tubulagoes, entretanto, varia muito @ magnitude das cargas aplicadas durante sua vida operacional, de modo que a aplicagao direta deste tipo de estudo é inexeqitivel. A questio de se estimar 0 tempo de vida ou 0 fator de seguranga a ser empregado para vida in- TOM LUT ee | I COI i ST T HH othe + Tf | COM mi | I | | LUT 2 mi | | Lt | rr bef rH Ht | T ll | mn Ti 00 oe Ht t LT I Tut T mai) a iw al | 1 1 10 bo [Numero de cicios Figura 3-3 Exemplo hipotéico de dingrama S-NV para um ago. Testes Aowsstes ew Toswagtes 23 finita torna-se portanto um pouco mais complicada. Para tal, uma teoria simples eefetiva, inclusive recomendada pela ASME Seco IIL, a teoria da soma das razbe de cicos, ou meétodo de Palmngren-Miner Esta teoria prediz que uma falha devido &fadiga ocorr se: pS WG," We, "NG, (3-4) ‘em que nc é 0 niimero de ciclos de tensio aplicada; NC, 0 ntimero de ciclos correspondentes ‘ao tempo de vida operacional esperado sob a acdo da tensio we U, uma constante experimental de valor 1,0. Este método aqui apresentado deve ser empregado somente como referéncia, e nunca para se obterem valores absolutos. ‘ExeMPto 3-1 ‘Seja um ago com seu limite de resisténcia a tragdo o7,, de 600 MPa, Suponha que um tubo, con- feccionado neste material, seré submnetido a uma tensdo de 450 MPa por 5000 ciclos, e de 390 ‘MPa no restante de sua vida operacional. Como estimar o tempo de vida total deste tubo, pelo método de Palmgren-Miner? Considerando que o diagrama $-N do material nao esteja disponivel, © limite de resistencia & fadiga pode ser aproximado para 300 MPa a 10° ciclos,e para 540 MPaa 10° ciclos. Desenhando © diagrama S-Na partir destes dadas (observe a Figura 3-4), temos um tempo de vida total de aproximadamente 13.350 ciclos para a tensdo de 450 MPa e de 75.000 ciclos para 390 MPa. Portanto, para nc, = 5000, NC, = 13.350 ¢ NC, ~ 75.000; através da Equagio 3-4, chega-se a ‘um tempo de vida residual de 46.900 ciclos sob 390 MPa. ao - 7 7 T T] ] | tl tll ss0 | i | sao it 450: . + z Hf | = IT 40 i tT | 1 & i I | = | | 300: + T I a | A 1 10 1 to 10" Numero de coe Figura 3-4 Dingrama S-N para 0 Exemplo 3-1 24 Cornwa Tats 3.3 CLASSIFICAGAO DAS TENSES PELAS NORMAS APLICAVEIS ‘Uma tubulagio pode falhar (romper) de diversos modos devido a uma ampla variedade de razdes, Buscando sistematizar o estudo desta falhase de suas causas as principais normas rela- tivas aos sistemas de tubulagdes procuraram classificar as tenses com relagao a sua origem ¢ a0 tipo de falha, distirbio ou alteragdo que possam causar, Elas sdo classificadas em tensdes: 1. Primérias: responsiveis por deformagées e rupturas de carater plistico; 2. Secundérias: respondem pela ocorréncia de falhas em situacBes de instabilidade plastica; 3. De pico: causadoras de ruptura por fadiga nos casos de cargas ciclicas. 3.3.1. TENSOES PRIMARIAS ‘Tensdes primérias sto aquelas geradas pela imposigde de cargas mectnicas (foreas); ou sei sao as tensbes de compressio, tragio, flexio, cisalhamento ou tor¢ao criadas no sistema quan- do este alcanga 0 equilibrio entre as diversas forgas e momentos, de procedéncia interna ¢ ex- tera, As tensdes primérias que se devem & agao de forgas € momentos externos so, entre ou- tras, as tenses circunferentes e longitudinais devidas & pressio interna, e as de flexao ¢ toreio devidas a0 peso proprio, sobrecargas diversas, gelo, ventos ou movimentos sismicos, Normal- ‘mente, 0 nivel de tensdes primérias € um indicativo expressivo da capacidade real de um siste- ma de tubulagio de resistir, com seguranga, as cargas impostas. ‘Um tubo sob a agaio de tensdes primérias, que em toda a sua seco transversal exceda seu limite de resistencia, somente poderd ter seu colapso evitado se a carga sobre ele for removida ‘ou se 0 tubo for reforgado, Nao haverd conformagio do sistema para acomodar estas tens6es, tal como pode ocorrer em situag¥es semelhantes com as tensdes secundarias, 3.3.2 TENSOES SECUNDARIAS Tensdes secundérias sto produzidas em uma estrutura quando esta tem restringida sua movimentagao causada pela expansio térmica. Estas tensdes sio também chamadas de autocontidas ou auto-restringidas (self-limited), porque, isoladamente, nao causam falhas em ateriais dicteis no caso de imposicdo de cargas simples. Se o limite de resistencia do material éexcedido, ocorre somente uma deformacio local, a qual resulta em uma redistribuicio da carga uma conseqilente redugdo da tensio nas condigdes operacionais. Porém, sea aplicacao da carga ciclica, elas passam a constituir uma fonte potencial de falha por fadiga. 3.3.3 TENSOES DE PICO ‘Tensdes de pico sio aquelas que sto restritas a uma pequena distancia de sua origem; prati- ‘camente ndo geram deformagao alguma, e por isto alcancam altos valores. Tipicamente, si sgeradas por gradientes térmicos em paredes de tubos, ou por concentradores de tensio tais como ‘conexSes ou pontos de solda. Como estas tensdes ndo provocam deformagoessignificativas, elas ndo podem ser responsiveis por rupturas de cariter plastica. Porém, se a aplicacdo da carga é ciclica, o material é submetido a grandes esforgos localizados, constituindo assim outra fonte potencial de falha por fadiga, 3.4 CARGAS OCASIONAIS E DE SERVICO ‘As cargas responséveis pelas tenses primarias sio classificadas com relagio A sua duragao de aplicacao. Ou seja, sio classificadas com relagdo a proporgao entre a vida operacional es- Tastes Aowsss ew Tueuagtes 25 perada do sistema € o tempo previsto de aplicagdo destas ao sistema, neste tempo de vida. Dividemn-se em: 1, Cargaso i (occasional loads): 0 sistema sofre sua agdo esporacicamente, apenas du- rante uma pequena parcela do seu tempo de vida operacional. Terremotos, tufées e gol- pes de ariete sto exemplos tipicos deste tipo de carga. 2, Cargas de servigo (sustained loads): deverdo ser encontradas durante toda a vida operaci- ‘onal da tubulacio, como por exemplo 0 peso do fluido contido no tubo. ‘Com relagao aos mesmos parimetros, a ASME Sedo II as subdivide em: *+ nivel A, normal (reormal): refere-se as cargas a que sera submetido o sistema quando esti- ver desempenhando, de forma regular e harménica, as fungSes para as quais foi projeta- do, Usualmente sdo as cargas devidas a pressio interna e peso. + nivel B, irregular (upset): refere-se as cargas ndo-usuais que o sistema eventualmente de- verd enfrentar durante sua vida operacional, sem sofrer danos, necessitar de reparos ou requerer inspegoes em conseqéncia de sua aplicagao, Neste caso incluem-se, entre ou- tras, cargas devidas a golpes de ariete, descarga de vilvula de alivio, movimentos sismicos de pequena intensidade. + nivel C, emergéncia (emergency): compreende as cargas extraordinzrias, tanto em ocor- réncia como em intensidade, sob as quais o sistema ainda consegue ser capaz de trabalhar ‘em seguranga até que seja possivel ser desativado para reparos einspegdes. Estio compre- cendidas neste item as cargas devidas a terremotos intensos, por exemplo. + nivel D, falha (faulted): compreende as cargas associadas as mais extremas e imprové- veis ocorréncias operacionais as quais o sistema pode ser submetido, de tal modo que 0 sistema sofra danos e deformagies que impesam seu funcionamento em condigoes de seguranca. 3.5. TENSOES ADMISSIVEIS E NORMAS APLICAVEIS (ASME B31 — CODE FOR PRESSURE PIPING) ‘Como jé apresentado no Capitulo 2, a ASME B31 (Code for Pressure Piping) 6 mais comple- tae abrangente norma sobre tubulacao industrial. Suas divisdes mais importantes, responsi veis por diferentes areas industriais, sio apresentadas resumidamente a seguir. E muito importante que o leitor tena em mente que estes resumos possuem carder tio- somente didético, nao devendo ser empregados como referéncia técnica. E imprescindivel que ‘oengenheiro responsavel tenha sempre em miosa versio integral eatualizada da norma apli- civel. 3.5.1 ANSI B31.1— POWER PIPING CODE Esta norma prescreve requisitos minimos para projeto, selecao de materias, fabricagao, ‘montagem, teste ¢ inspegao de sistemas de tubulaglo principais e auxiliares, sejam de vapor, ‘Agua, 6leo, gis, ar comprimido ou outro fluido concernente, em termoelétricas e unidades ge- radoras de calor. Os requisitos minimos relatives ao projeto incluem a tubulacao seus componentes, restri- c0es e qualquer artefato utilizado para evitar tensoes excessivas ao sistema. {As cargas consideradas pela ASME B31.1 sio as relativas @ pressio, peso (incluindo teste hiidrostatico, se previsto), impacto (golpe de ariete, por exemplo), vento, movimentos sismicos e vibracoes, além das cargas advindas da expansio ¢ contragdo térmica do sistema. Cargas oca- sionadas pela agao do vento e de movimentos sismicos so tratadas usualmente como de ocor- réncia nao-simultinea por esta norma, 26 cunrmo Tats As equagdes a serem satisfeitas de forma a manter o sistema dentro dos requisitos minimos impostos pela norma, no que se refere as tensbes, sio apresentadas a seguir, Tensées Ocasionadas por Cargas de Servico Os resultados da aio da pressio, da carga peso e de outrascargas de servico de cardter me- n(1+tan 8) “Te como na ASMEB169 Te" fbricado com reforso BoE e818 Fora doPlano _-NoPlano @ ® O75 28 o 1B oo h 99 08 ry is 09 0,75i, + 0,25 nd a 0.75%, + 0,2 we we 0,75%,+ 0,25 we 09 0,75i, + 0,25 e 99 0,75i)+ 0,25 ne oo 0,75i,+0,25 a lebiidade Deseaho do Caracterstcn Componente k TR, ty, * me ean) a . at (Teoseyt Thr, 28 Ciro Tres ‘Tabela 3-2 Fator fde redugio de tensdes ‘Niimero de Ciclos de Temperatura Previstos f <7000 10 7000-14.000 os 14,000-22.000 08 22,000-45.000 07 45.000-100.000 06 > 100.000, os em que: Mc 0 méximo momento resultante devido a expansio térmica, [kN] ou {Ibfin}; S_ €atensio secundaria, [kPa] ou (psils S, €0 valor admissivel para tens6es provocadas por expansio térmica, [KPa] ou (psi); Sc éatensio admissivel para o material da tubulacdo, temperatura ambiente (ver Anexo 7),em (KPa] ou [psils S, _ €atensio ocasionada por cargas de servico, tal como calculado pela Equagio 3-; F 60 fator de reducio de tensdes, para condigbes operacionais ciclicas (ver Tabela 3-2), adimensional. Bexigéncia desta norma que seja consideraco como temperatura de projeto o maximo valor que a temperatura da tubulagao possa alcangar uma vez que o sistema esteja operacional. Esta imposicio justifica outra exigéncia, mais direta: devera ser adotada como temperatura de pro- jeto.a temperatura maxima esperada para o fluido transportado, a nao ser que avaliacdes preci- sas justfiquem outros valores. De qualquer forma, a norma indica que em nenluma hipdtesea temperatura de projeto adotada deve ser menor que a média entre temperatura maxima espe- rada para o fluido ea temperatura externa da parede do tubo. (O valor para.a tensio admissivel a ser adotado para Se S, em fungao do material usado, deve ser obtido escolhendo-se o menor valor entre as possiveis tensbes de projeto: + 25% do valor do limite de resistencia a tracio, na temperatura de projeto: + 2596 do valor do limite de resistencia & tragao, na temperatura de instalagaio; + 62,59 do valor do limite de escoamento, na temperatura de projet + 62,5% do valor do limite de escoamento, na temperatura de instalacao, (Os valores recomendados pela norma ASME B31.1 para os parimetros relativos resistencia do material empregado podem ser encontrados no Apéndice A da propria norma. 3.5.2 ASME B31.3 - CHEMICAL PLANT AND PETROLEUM REFINERY PIPING CODE Esta norma prescreve requisitos minimos para projeto,selecio de materiais,fabricagao, mon- tagem, teste e inspecao de todos os sistemas de tubulacio dentro dos limites de unidades de pro- cessamento ou armazenamento de produtos quimicos, petrdleo ede seus derivados. Excluem-se daalgada da ASME B31.3 0s sistemas que transportem fluidos com pressao interna inferior a 103 kPa (15 psi) ¢ emperatura inferior a 186°C (366°F), os sistemas de vapor e condensado cobertos pela ASME B31. 1, B31.4 ou B31.8 e também os sistemas contra incéndio, servico e esgoto. ‘As cargas consideradas pela ASME B31,3 sio as relativas a pressio, peso (incluindo teste hidrostatico, se previsto), impacto (golpe de ariete, por exemplo) e vento. Sdo ponderadas tam- bém as forgas horizontais induzidas por movimentos sismicos ¢ vibragbes, as cargas advindas da expansio, contragao e gradientes térmicos do sistema, além das cargas devido a suportaio, ancoragem e movimentagio dos terminais conectados aos bocais de equuipanientos. TeasesAowsces en Tuswagtes 29 ‘Sao apresentados a seguir 0s requisitos minimos impostos pela norma, no que se refere as tens6es. TensBes Ocasionadas por Cargas de Servigo ‘A somat6ria das tensdes longitudinais originadas por cargas de servigo (pressio, peso, et), S,, no deverd ultrapassar o valor da tensio admissivel $, para o material na temperatura de projeto. Observe que ndo se consideram na avaliagao de S, as tolerancias relativas a espessura de parede da tubulagao, sejam elas referentes a filetes de rosca, agdo da corrosio ou erosio. Tenses Ocasionadias por Cargas Ocasionais, (© montante da somatéria 5, das tensdes longitudinais originadas por cargas de servigo (pres- so, peso, etc.), mais a somatsria das tenses provocadas por cargas ocasionais tais como vento emavimentos sismicos, ndo deverd exceder 1,33 X S,, Neste caso nio se considera a possibili- dade de simultaneidade da agio das cargas ocasionais, tal como a ocorréncia simultanea de for- tes ventos e terremotos. 5.< 133 S, 9) Tens6es Ocasionadas por Expansdo Térmica Com relagio aos efeitos da dilatagio térmica do sistema, o limite para as tensGes secundarias ‘Sp deve ser avaliado como se segue: S, = \[83+487) =5, (3-10) 5,= (1,258, + 0258) G0) ou $,= #12515, + §)-5] G12) (imps Ga, G13) % w M, s- G4) em que: Se éatensto secundiria, [kPa] ou [psi]; S, Gatensio resultante de flexio, [kPa] ou [ €4tensio torcional resultante, [kPa] ou [psi]; €o valor admissivel para tenses provocadas por expansio térmica, [kPa] ou [psi]; €a tensio admissivel para o material da tubulacio, & temperatura ambiente (ver Anexo 7),em [kPa] ou [psil; €a tensio admissivel para o material na temperatura de projeto, (kPa] ou [ps]. €0 momento torcional, [KN'm} ou [inlbf}; €0 momento torcional no plano, [kN] ou [intbf}; {, 60 momento torcional fora do plano, [kN] ou [inlbfl; €0 fator de intensificagao de tensdes no plano; € 0 fator de intensiticagdo de tensdes fora do plano; €0 fator de redusao de tensdes para condicées operacionais ciclicas (ver Tabela 3-2), adimensional; €0 médulo de resistencia da sesao, [m'] ou [in’]. EES Ex zoe 30 conima Tees valor para a tensio admissivel a ser adotado para S- ¢ 5, em fungio do material usado, deve ser obtido escolhendo-se 0 menor valor entre as possiveis tensdes de projeto: + 33,3% do valor do limite de resisténcia a tragao, na temperatura de instalacao; + 33,396 do valor do limite de resisténcia & tragao, na temperatura de projeto; + 66,6% do valor do limite de escoamento, na temperatura de instalagao; + 66,696 do valor do limite de escoamento, na temperatura de projeto, exceto no caso de agosinovxidaveis austeniticos e determinadas ligas de niquel,em que se deve empregar 90% do valor desse limite; + 67% da tenséo capaz de inftingira ruptura do tubo, em conseqiiéncia de deformacio por fluéncia, a0 final de 100,000 horas dé aplicacao; *+ 80% da tensio minima para a ruptura, em consequléncia de deformacio por fluéncia, a0 final de 100,000 horas de aplicacao; + 100% da tensio capaz de infringir uma deformagao por fluéncia na razao de 0,01% em 1000 horas. (Os valores recomendados pela norma ASME B31.1 para os pariimetros relativos i resistencia do material empregado podem ser encontrados no Apéndice A da prépria norma. Esta norma exige o emprego de fatores de intensificagdo de tenses em separado para: mo- mentos no plano e fora deste, nao exigindo, por outro lado, fatores para os momentos torcionais, (ver Tabela 3-1). 3.5.3 ASME B31.8 — GAS TRANSMISSION AND DISTRIBUTION PIPING GODE Esta norma prescreve requisites minimos para projeto, selegdo de materiais, fabricagao, -montagem, teste ¢ insperdo de tubulacoes de sistemas de distribuigo de gis, desde a unidade armazenadora principal ou distribuidora priméria até a valwula de registro de consumo do usu- {rio final. Excluem-se da algada da ASME B31.8 os sistemas que transportem fluidos com tem- peratura do tubo inferior a 29°C (—20°F) ou superior a 232°C (450°F) eos sistemas existentes apés.a valvula de registro de consumo do usuario final. Também nao slo englobados os siste- mas de exaustio de gases operando a pressdo atmosférica, além das tubulagdes em refinarias, uunidades de extragao de gis natural e unidades de tratamento, Tensdes Ocasionadas por Cargas Primarias As tensdes longitudinais originadas por pressio interna e externa, somadas is tensoes longi- tudinais de flexio causadas por cargastais como peso proprio e vento, devem estar dentro do seguinte limite: Se0,75SET (3-15) em que: S_ émenor valor da tensdo de ruptura a tracdo do material, em [kPa] ou [psi]; F €0 fator adimensional relacionado ao risco potencial a que a populagio das imediagdes std exposta (Tabela 3-3); T €0 fator adimensional relativo & temperatura, para ago (Tabela 3-4); Tensées Ocasionadas por Expansio Térmica ‘Com relagio aos efeitos da dilatagio térmica do sistema, o limite paraas tensbes secundérias S, deve set avaliado como se segue: 5, = \(52+45)) so7es (3-16) Totes Aosta ou Tomgtes 31 ‘Tabela3-3 Fator Frelativo a densidade populacional Densidade Populacional da Area Peéxima ‘Classficagao ator F Pequena: montarhas,érea rural, deseros, tc. A on Média: pequenas comunidades, subirbios. B 0.60 Grande: cidades com prédins até trésandares c 050 Compacta: cidades com préos maiores que trés andares. D 040 ‘Tabela 3-4 Fator Trelativo & temperatura tdo tubo Temperatura("C] S121 PEM MES IT] 77 (17) Mt s-% (3-18) em que: S__ €atensto secundaria, [kPa] ou [psils S, €atensio resultante de flexto, {kPa} ou [psi $, €atensio resultante torcional, [KPa] ou [psi]; $0 minimo valor da tensio de ruptura a tragao, [kPa] ou [psif; M, &0 momento torcional, [kN'm] ou [inlbf}; -M, €0 momento de flexao, [kN'm} ou [inIbf]; i 60 fator de intensificagao de tensbes, adimensional; W. é0 médulo de resisténcia da seco, [m’] ou [in’]. Tensées Ocasionadas por Expansdo Térmica e por Cargas Primarias A somatoria das tensoes originadas por expansio térmica do sistema, das tensbes longitudi- nais devido & agio da pressdo e das tensdes longitudinais devido a cargas primérias ndo deve ultrapassar o valor da tensio de ruptura a tragéo do material. Esta norma exige o emprego de fatores de intensificagdo de tensoes em separado para mo- mentos no plano ¢ fora deste (veja Tabela 3-1). 3.6 BIBLIOGRAFIA BEER, FERDINAND P, JOHNSTON JR, E. RUSSEL. Resstncia dos Materiais 2 ed. Sto Paulo: McGraw Hill do Brasil, 1982. DEN HARTOG, | P. Strength of Materials 1. ed. New York, EUA: Dover Publications, Inc, 1977 (M.W. KELLOG COMPANY, Design of Piping Systems. 2. ed. New York, EUA: John Wiley & Sons, Inc, 1956 SHIGLEY, JOSEPH EDWARD. Elemencos de Méquinas 2. ed. Rio de Jancio: Livros Técnicos e Cientifi- 0s Editora S.A. 1984, v.. SMITH, PAUL R., VAN LAAN, THOMAS J Piping and Pipe Support Systems Design and Engineering. 1Led, New York, EUA: McGraw-Hill Book Co., 1987 TELLES, PEDRO C. DASILVA Tubulagies Indusriis 5.ed, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Cientiicos Editora S.A, 1979 AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS, American National Standard Code For Pressure Piping, Chemical Plant and Refinery Piping. ANSI B31.3 ~ 1976, New York, EUA, 1977. [4 ] SUPORTES E RESTRIGOES DE TUBULACAO Teste capitulo so discutidos os tipos de dispastivos normalmente usados para sustentagSo e orienta 40 de sistemas de tubulagao, conhecidos como suportes e restrgdes, respectivamente, Uma nocdo de camo se projeta ou se vrifica o projet de alguns tipos de supartes também é apresentada aqui, pois ndo éraro que o engenheiro responsavel pela flebild.ad se depare com um ponta da tubulacdo que sicite ‘um suporte ou restrigdo de desenho exclusivo, 4.1 CONCEITOS GERAIS (O que sao suportes e restrigdes de tubulagao, ¢ para que servem? Tubulagdes indust cessitam de aparatos que as sustentem estavelmente em suas posigOes, que sejam capazes de absorver ou transmitir as reagdes provenientes de dilatacao térmica de si mesmas e dos equip: rmentosa elas conectados, assim como restringir ou guiar seus movimentos e também absorver ou controlar vibragies. alto custo da suportacao do sistema de tubulagdes por si s6 jéevidencia a importincia de uum estudo cuidadoso da disposigdo e selecao dos suportes. Se considerarmos que um suporte dimensionado erroneamente pode levar uma tubulacio a0 colapso, ese considerarmos todasas conseqléncias disto quanto a seguranca ¢ os custos envolvidos, tem-se por que a selecio ¢ 0 projeto dos suportes erestricdes,ealocalizacdo destes, devem ser motivo de estudos criteriosos. Os principais critérios que regem a selecao desses dispositivos sio a funcao a que se desti- nam, a magnitude da carga que deverdo absorvere as limitagdes referents ao espaco disponivel 8 posigao, Outros fatores também tém influéncia,tais como: is ne- Temperatura de projeto. Deve-se considerar que as propriedades mecinicas dos materiais emp sgados na confecsio dos suportes erestrigdes podem degradar em altas temperaturas de operacao, Expansao térmica. Temperaturas elevadas de projeto também significam movimentos relativa- ‘mente grandes de trechos da tubulacai, provenientes da expansio térmica. Portanto, isto influ- enciaré o tamanho das placas de apoio dos suportes méveis ¢o tipo de atrito ¢ desgaste que elas enfrentario. Isolamento térmico. A temperatura de operagao do sistema pode exigir que o tubo seja isolado termicamente para evitar perdas de energia. O suporte do sistema deve ser capaz de acomodar este isolamento, Portanto, a espessura necessiria de isolamento deve estar definida antes da definigio dos suportes. Compatibilidade entre os materiais do suporte e do tubo, O tubo e 0 suporte estardo em contato permanentemente. Os materiais deverao ser compativels para que se evite agio de reducaio gal- vnica, Em alguns casos sera necesséria a insergdo de materiais inertes, tais como mantas de borracha ou plistico, entre o tubo ¢ 0 suporte. Severidade do meio. © potencial agressivo do meio de servigo circundante deve ser levadlo em consideragao na escolha dos materias da estrutura do suporte ou da restrigao, assim como a ‘maneira como estes sero protegidos (pintura, galvanizacdo, etc.) SuromeseResmobes ce Tunwugia 33 Inspegdes. Os suportese restrigdes deverdo ser inspecionados periodicamente. As escalas de ins- pesto dependerio de quio importante e ertico é 0 sistema, do tempo de servigo do suporte e da severidade do meio, Estruturas,tipos de material eacabamento que possam requerer longos periodos de tempo entre inspecdes sio preferiveis sempre que possivel 4.2 CLASSIFICACAD Os tipos de suportes ¢restrigbes mais comuns sio apresentados a seguir. Fles podem ser las- sificados de varias formas, de acordo com o ponto de vista de quem o fizer, mas, de uma manei- 1a geral, podem ser agrupados em duas classes principais: suportes rigidos e suportes ndo-rigi- dos. Por conveniéncia, as restrigBes sto classficadas em conjunto com os suportes. i ‘Suportes rigidos sio aqueles projetados de modo a restringir ou impedir ao menos um de- terminado tipo de movimento de translagao ou rotacao, Os suportes sito denominados de acordo com o tipo de limite imposto a tubulagio: descendente, + Suportes de atrto: impedem o movimento da tubulagdo no sentido ver $0 08 apoios naturais, sapatas, pedestais ¢ 0s suportes de rolamento. + Restrigdes: dispositivos cuja fungio é impedir, restringir ou orientar movimentos da tu- bulagio, sejam estes de translacio ou de rotagao, em pelo menos um sentido em uma de- terminada diregao, Sao as guias, travas ¢ as ancoragens. + Pendurais:sio suportes pelos quais a tubulacao é sustentada por uma estrutura mais ele- vada, construidos de modo a permitir pequenos movimentos dos tubos. 2. Suportes ndo-rigidos: io aqueles que limitam os movimentos da tubulagio através da aplicagao de forcasa esta. Os suportes nao-rigidos podem ser agrupados de acordo com o tipo de atuagaio: + Suportes de ago constante: sio aqueles projetados de modo a aplicar uma forga constan- te tubulacdo e assim limitar este deslocamento, independentemente de quanto ela esteja sedeslocando dentro de uma faixa determinada, Estes suportes sio as molas de carga cons- tante e 0s contrapesos. + Suportes de agao varidvel: sto aqueles projetados de modo a aplicar uma forga que varie deacordo como deslocamento da tubulacio. Normalmente io molas comprimidas (molas de carga varisvel). + Suportes amortecedores: slo aqueles projetados de modo a absorver vibragbes da tubula- «40. Similares aos amortecedores automotivos, tem como fungo principal absorver vibra- «oes de grande amplitude e baixa freqdéncia, Interessante observar que juntas de expansio também podem ser utilizadas para impedir a transmissio de vibragdes a0 longo da linha, "Note que nenhuma classficagaio ou denominagio dos suportes ou restrigdes pode ser consi- derada absoluta, pois: + Freqdentemente encontra-se, na pritica, um mesmo dispositivo atuando de mais de uma ‘mancira, Um exemplo ilustrativo pode ser observado quando ancoragens ¢ suportes de mola sio empregados para absorver vibraces, em ago conjunta ou nio com amortecedores. + Varios tipos de restrigdes podem ser empregados simultaneamente em um mesmo ponto. + Umtipo determinado de dispositive pode assumir a fungio de outro.em casos especias¢ vice-versa. Estes fatos fazem com que na pritica a diferenciagio seja muito dificil. Por isto, quando um ‘engenheiro ou projetista necessita especificar a denominagao de um determninado dispositivo ¢ ocorre diivida devido a este ser, na verdade, iam conjunto de diversos tipos de restrigdes ¢-su- 34 corrno cunt portes, ou devido a exercer fungdes diferentes das normalmente a ele associadas, € comum que se designe o aparato em questio somente por um dos elementos do conjunto, 0 que melhor caracterizea funcio deste dispositivo. 4.3. SUPORTES RiGIDOS (RIG/D SUPPORTS) ‘Suportes rigidos sio satisfat6rios para sistemas que envolvem longos trechos de tubulagio horizontais com pequeno diferencial de expansio vertical. A maioria dos sistemas de tubula~ ¢0es coincide com esta descrigio, uma vez que muitas consistem em trechos de tubos suporta- dos horizontalmente com segmentos veticais de acesso a equipamentos,tais como reatores ou caldeiras, com a expansio do trecho vertical absorvida pelo arranjo da tubulagao ou compensa- da pela expansio do equipamento. 4.3.1 SUPORTES DE ATRITO ( SLIDING SUPPORT) Qualquer artefato ou dispositive nao-fixo, usado especialmente para sustentar uma fragio do peso do sistema de tubulagao, além de qualquer eventual carga imposta verticalmente no sentido descendente, projetado para nfo oferecer outra resisténcia aos seus movimentos no plano horizontal que nao seja a de atrto, recebe esta denominagio, Sio as sapatas, 0s apoios, os su- portes de rolamento ¢ eventualmente as estruturas conhecidas como pedestais. Sdo os suportes ‘mais uilizados na sustentacio de linhas de tubulacao na grande maioria dos projetosexistentes. ‘Quando um suporte de atrito é usado, o suporte deve ser dimensionado para softer forgas de atri- to em adiglo a carga peso esperada. A forga de atrito deve ser calculada como um produto do coefici- ente de atrito (normalmente entre 0,3 ¢ 0,7 para ago atritando contra ago; estes valores sio discutidos: ‘em detalhes no Anexo 6) ¢ a forga aplicada perpendicularmente em relacdo ao plano do movimento. Onde é desejavel reduzir orcas de atrito, placas ce material de baixo atrito podem ser insta- Jadas entre o suporte e a estrutura inferior. Quando estas placas sio usadas, cuidados devem ser assumidos no sentido de se assegurar que sejam compativeis com o ambiente em que serdo lo- calizados. Por exemplo, Teflon, material muito empregado na composigto destas placas, 6 co- nhecido por se degradar quando exposto a radiacao ou a temperaturas elevadas, e nestes casos. deve ser substituido periodicamente. 4.3.1.1 APOIO NATURAL (SUPPORT) ‘Quando sio esperados movimentos térmicos verticais despreziveis em tubos isentos ce vibra- Ho (tal como ocorre em linhas frias ou quando os movimentos térmicos foram direcionados apropriadamente), suporte adequado pode ser fornecido apoiando-se 0 tubo diretamente sobre tum clemento estrutural,seja est especifico ou nao para esta fungao (um elemento arquitetonico, por exemplo). Neste caso, este ponto recebe 0 nome de apoio natural. Em inglés nao ha diferenga entre apoio e suporte,o que muitas vezes gera confusdo. De qualquer modo, sempre deve ser evita- do que a tubulagio seja apoiada diretamente sobre concreto, para evitar a corrosio acelerada do tubo no ponto de contato. Na pritica, normalmente¢ fixado um vergalhio de aco entre 0 tubo € ‘o concreto para evitarjustamentea ocorréncia deste problema. Este expediente também & empre- ¢gado entre suportes metalicos e qualquer superficie que os esteja apoiando, pois com isto he faci- lidade na vistoria e na pintura,e impede a aderéncia entre as superticies. 4.3.1.2. SAPATAS (SADDLES) ‘Sao dispositivos rigidos de apoio a tubulagao projetados para nao oferecerem outra resistén- 4a0s seus movimentos no plano horizontal que ndo seja x de atrito, A Figura 4-1 ilustra al- ‘SoromeseResuges oe Teuuglo 35 2-4 => © SE 7 @ eo L +t Figura 4-1 Exemplostipicos de sapatas (a, b) ede pedestais (c,d, uns exemplos. Junto com os apoios, sio os suportes mais utlizados na sustentagio de linhas detubulagio. Se fixados simultaneamente & tubulagao ea estrutura abaixo (pipe rack, pipe way, et), podem funcionar como ancoragem. 4.3.1.3 PEDESTAIS (S700LS) A-exemplo das sapatas, sto dispositivos rigidos de apoio & tubulacao projetados para funci- conar como suportes de atrito ou como ancoragem. Recebem denominagio diferenciada por serem elementos confeccionados normalmente (mas ndo necessariamente) de pedagos de tu- bos do mesmo material da linha a que suportam. Sio utilizados ou sobre estruturas metilicas de pipe racks (tal como as sapatas) ou em reas isentas de estruturas metélicas, sobre pequenas plataformas de concreto ou sobre chapas de aco fixadas sobre este tipo de plataforma. Sao indi- ‘ados para os casos de alta temperatura ou carga elevada. Porém a corrosio em pedestais con- feccionados a partir de pedacos de tubos € de dificil controle, ¢ muitas veres ¢ preferivel que sejam feitos de perfs de aco, conforme a severidade do meio ¢ o bom senso do responsivel pelo projeto. Por esta razdo, sempre que possivel, devem ser escolhidas sapatas em vez de pedestais. ‘A Figura 4-1 ilustra alguns dos tipos mais comuns de sapatas e pedestas. 4.3.1.4 SUPORTES DE ROLAMENTO (ROLLER SUPPORTS) Sio artefatos criados com a intencao de reunir as caracteristicas das sapatas porém com um. baixo atrito. Quase nao sio utilizados na pritica, devido aos problemas com manutencio cons tante, ubrificacao e desgaste. Seu uso nao é recomendvel a nao ser na total impossibilidade da aplicagao de uma alternativa. A Figura 4-2 ilustra um exemplo tipico. 4.3.2. RESTRIGOES (RESTRAINT) Em sistemas de tubulagio, restrigdes ao movimento de expansio térmica sao inevitaveis nos conectados a equipamentos, caldeiras, etc. Além disso, muitas vezes sio desejaveis restrigdes adicionais ao longo da linha para controlar o posicionamento, tensbes e reacdes em locais sele~ 38 curmwo Quo Figura 4-2 Exemplotipico de suponte de rolamento, cionados. Normalmente é mais econdmico usar uma restriglo rigida, tal como uma ancoragem, guia ou trava, do que um suporte nao-rigido que possa efetuar a mesma fungi, Restrigdes sio necessérias para manter a posigdo ¢o alinhamento da linhas para assegurar a livre ‘movimentagio em operacio; para manter a posicio relativa entre as linhas; para manter dentro de limites aceitaveis 0 movimento e 0 alinhamento dos tubos conectados em juntas de expansio. “Mut das restrigdes (assim como suportes de atrito) sio fixadas aos tubos a que devem. restrin- sirou suportar por meio debragadeiras, rampos ou diretamente por solda. Algumas funcdes destas restrigdes ou suportes nao sio desempenhadas eficazmente se elas nao forem fixadas aos tubos por solda, Porém, 0 processo de soldar um elemento a um tubo apresenta alguns inconvenientes: 1. Altas tensdes locais podem ser induzidas nas paredes do tubo devido a solda; 2. Ospontos soldaclos requerem inspegdes freqiientes quando a tubulagao é submetida a pres- s0es internas elevadas; 3. Suportes ou restrigdes nao devem ser fixados por solda a tubulagao se o sistema estiver em operagio, Por estas razdes, a fixagdo de restrigdes e suportes em tubos, por solda, deve ser evitada sem- pre que possivel, ou, pelo menos, analisada com cuidado. 4.3.2.1 GUIAS (GUIDE) Dispositivo empregado para impedir rotagao, em um ou mais eixos, devido a momentos ou. torgio. Em outras palavras, permite apenas movimentos axiais,orientando assim os movimen- tos da rotagio e mantendo alinhada a tubulagio. A Figura 4-3 ilustra exemplos tipicos de guias. Oe or lg aimee 1 Lexa x ua'x 1504 ' ra tubos até 10 in LB VE xa 2 x 1H x Vergahio 2 9/4 in Figura 4-3 Exemplos tipioos de guias Somes ResmgSes oc Tewylo 37 Chapa derigo V4 inpara | tnadetmcomaoee, | Figura 4-4 Exemplos caracterfsticos de travas, 4.3.2.2. TRAVAS (STOP) Dispositivo que permite movimentos de rotagdo porém impede movimentos de transla- «40 em ao menos um sentido. Se impede movimentos de translacio em ambos os sentidos ao longo de um mesmo eixo, este dispositive pode ser chamado de trava de acao dupla (double action stop). Interessante observar que alguns manuis priticos da érea denomi- nam as travas guias longitudinais, mas a literatura especializada prefere diferencis-las. Observe a Figura 4-4. 4.3.2.3 ANCORAGENS (ANCHOR) Restrigdo rigida capaz de fornecer total fixagdo, Em termos ideais, a restrigdo rigida nao per- mitiria nem deslocamentos de translagdo nem de rotag4o em qualquer dos eixos considerados (Figura 4-5). Ao contrario das demais restrigdes (guias e travas), ela também é um suporte, uma ‘vex que fornece sustentagio ao tubo que restringe. ‘Uma ancoragem prové um ponto de referéncia fixa através do qual os efeitos da expansio térmica originados de um lado do tubo nao podem ser transmitidos ao outro lado. Isto faz da ‘ancoragem um ponto de referéncia conveniente para a definicao do problema de andlise da fle- xibilidade de um . lpcmauiion oles essa webs Pod aie nape por sola Figura 45 Alguns modelos de ancoragem. 38 Cyrruo Quo A adigao de uma ancoragem a uma linha reduza flexibilidade do sistema. Entretanto, onde hi margem suficiente de folga nas tens0es esperadas, ancoragens adicionais podem ser dese- jveis para incrementar a capacidade de sustentagao da linha; para defini 0s movimentos de sistemas complexos de tubulagdes sob grande variaao de condigdes operacionais; para isolar trechos de linhas de seco menor, menor espessura ou sujeitos a altas temperaturas; para isolar vibragdes mecinicas; para mudar a frequéncia natural e minimizar a amplitude da vibracdo e assim evitar ressonncias para direcionay a expansio térmica para linhas de ex- pansio (loops). 4.3.3 PENDURAIS (ROD HANGER) Muito embora seja um modo econdmica de transmitir cargas de peso para estruturas, é importante observar que 0 uso de pendurais somente deve ser recomendado na impossibili- dade de se utilizar outro tipo de suporte. Pendurais sao fortes em relacao a tensio suportada, € seu uso elimina 0 atrito, mas seu pequeno raio de giracio os torna inadequados para qual- quer carga de compressio ou movimentacio significativa eutilizam grande volume de espa- 50. Além disto, 0s pendurais devem serlocalizados acima dos tubos, para suspendé-los a par- tirde uma estrutura. Uma falha em um pendural acarreta certamente a perda de sustentagio do tubo no ponto, « que é muito mais dificil de ocorrer com o uso de outro suporte rigido. Normalmente sua utilizacdo é restrita aos tubos leves ou de pequeno diimetro. O emprego de pendurais ¢ particularmente recomendado, por outro lado, para pontos de tubulagbes submetidas a temperaturas extremamente altas, para locais eriticos onde outros suportes ficariam inacessiveis e para locais onde haja impossibilidade de se construir uma estrutura sob alinha. ‘Os penduraissio formados por um pequeno mimero de itens, alguns dos quais sto mostra- dos na Figura 4-6. Estes itens slo projetados para tornar possivel o engate a qualquer tipo de estrutura metilica ea qualquer tubo, dentro dos limites aceitos. Exemplos de montagens possi- veis sio mostrados na Figura 4-6, ‘Cada um dos componentes mostrados na Figura 4-6 éfornecido pelos fabricantes em diver- s0s tamanhas, e dimensionado para faixas especificas de cargas. Entretanto, alguns pontos de- ‘vem ser sempre considerados pelo engenheiro responsivel: @ @ © Figura 4-6 Exemplos caracteristcos de pendurais ¢aplcagibes. Suromes eRestmgtes Tasso 39 condigée fra para quente condigdo tra para quente @ ® © Figura 4-7 Condig6es limites para penduras, 1, Os movimentos térmicos horizontais do tubo nao devem imprimir, no pendural, grandes vvariagdes angulares com relacao ao eixo vertical (+ 4”). Observe a Figura 4-7. Grandes movimentos térmicos elevam 0 tubo, introduzindo tensdes adicionais a este, e gerann car- ‘gas horizontais que podem trazer instabilidade ao sistema de tubulagao ou ao suporte. Para limitar esta variacao angular, os suportes devem ter sido ajustados na posicdo fria, como mostrado no item b da Figura 4-7. Quando isto nao ¢ possivel, o pendural nao deve ser utilizado € 0 projeto deve ser alterado de modo a poder ser utilizado um suporte tipo sa- pata, ou mesmo apoio natural, neste ponto. 2. Pendurais devem ser capazes de suportar eventuais cargas adicionais, tais como cargas de- vidas a movimentos térmicos verticais-descendentes, vento ou até movimentos sismicos. Por isto, o suporte deve ser escolhido para a maxima carga esperada. Em montagens do tipo trapézio (veja um exemplo na Figura 4-9 (g), 0s tirantes deve ser escolhidos para ssuportar uma carga 50% maior que a esperada em operacio normal, ou seja, 75% da car- ‘ga total suportada por ambos os tirantes. Isto porque pode ocorrer uma redistribui¢ao da ‘carga devido a uma possivel mudanca de posicdo, remogdo ou acréscimo de um ou mais tubos. 3. Para tubos de pequeno didmetro, de 2 polegadas ou menos, os tirantes devem ter no mi- nimo 10 mm de didmetro, Para tubos de 2,5 polegadas ou maiores, os tirantes deverdo ser de 12 mm de diametro no minimo. 4, Pendurais possuem alguma possibilidade de ajuste dentro de limites estreitos. Os supor- tes mostrados nas Figuras 4-6 (b) e (c) permitem apenas pequenos ajustes, e 0 apresenta- dono itema €utilizado em situagdes que requeiram ajustes maiores no comprimento do suporte. A montagem do pendural se completa com sua fixagao a estrutura superior, o que pode ser feito de varias maneiras, conforme pode ser visto na Figura 4-6. Os tipos de fixagao mostrados so 05 mais comuns, € a escolha deve concordar com o tipo de sistema estrutural existente (ou previsto), margem de ajustes requerida e magnitude do movimento térmico do tubo. Apés 0 tipo de fixago ter sido escolhido, os demais componentes do pendural devem ser determina dos pela consulta as tabelas dos fornecedores, de acordo com a carga esperada. 4.4 SUPORTES NAO-RIGIDOS (RESILIENT SUPPORTS) Suportes rigidos sio certamente a maneira mais econdmica, simples ¢ segura de se prover sustentagdo apropriada a uma linha, porém seu uso nao é recomendado sob certas condigSes: 40° corres urn 1. Onde a restricio imposta ao movimento de expansio no ponto do suporte é grande & nao possa ser absorvido pela agdo eléstica da tubulagio dentro dos limites aceitaveis de tensoes. 2. Onde as deflexdes da linha envolverem reagdes contra o suporte de tais magnitudes quea movimentagao livre do tubo nesse ponto nao possa ser assegurada, 3, Para suportar uma linha vertical em mais de um ponto. 4. Onde as deflexdes da linha implicarem a ocorréncia de perda de suporte em um determi- nado ponto da linha. 5. Para suportes fixados em equipamentos nos quais os mesmos nao podem ser ligados a um ponto de expansio desprezivel ou onde a flexibilidade dos possiveis arranjos da linha pode no ser suficiente para absorver o diferencial de expansio. Para tais condigoes, em que um aumento ou decréscimo substancial da carga sobre um su- porte necessta ser tolerado, suportes ndo-rigidos sio uma opgio econdmica. Seu emprego ¢es- pecialmente vantajoso em trechos longos de tubulacio onde a distribuicio das reagdes no é ‘obtida com facilidade, ou para sistemas de tubulago sujeitos ou a mudangas répidas de tempe- atura ou a temperaturas irregulares em conjunto com curvas. 4.4.1 SUPORTES DE AGAO VARIAVEL ( VARIABLE-EFFORT SUPPORT) 4.4.1.1 MOLAS DE CARGA VARIAVEL (VARIABLE-SPRING DEVICE) Muitas vezes, onde © movimento vertical do tubo devido a expansao térmica é grande, pode acontecer de o suporte ser suspenso pelo tubo, perdendo contato coma estrutura que deveria receber seu peso, ou mesmo apoiando somente uma fracao do peso que deveria sus- tentar, E possivel ainda que acontega 0 inverso, ocorrendo a compressao do suporte contra a estrutura, pelo tubo, Ambas as possibilidades acarretam sobrecargas de tenses para o tubo nestes pontos. Nestes casos, é necessirio suportar os tubos com suportes de mola de carga variavel, os quais sustentam os tubos ¢ ainda permitem que tenham certa liberdade de movimento vertical. Seu emprego ¢ normalmente recomendado para pontos com movi- mentos de até 50 mm. A Figura 4-8 ilustra um exemplo tipico de suporte de mola de carga variavel. w Indicador de carga edellexso ¥ I t Figura 48 Exemplo tipico de suport de mola de carga variéve Somes Resvagies ocTuewugo 41 Figura 4-9 Alguns dos tipos de montagens utilizadas para suportes de mola de carga varidvel ‘As molas de carga varvel recebem este nome porque fornecem forcas de sustentaglo varivel, proporcionaisao movimento vertical do tubo. Dentro do invélucro do equipamento, a mola écom- Primida anteriormente& sua instalagio ao sistemas movimentos verticais ascendentes do tubo cau- ‘sam dilatagio da molae conseqiente reducdo de sua forca. Movimentos verticas descendentes au- ‘mentam a compressio da mola, € por conseqiiéncia aumentam a forga oferecida pela mola ao mo- ‘vimento do tubo. A Figura 4-9 ilustra alguns dos tipos de montagens utilizadas normalmente; ¢in- ‘teressante observar como a maioria das aplicagdes esté combinada com 0 uso de pendurais, {A questio ¢ prover uma instalagio de molas que fornega a correta reagao a carga do tubo, esteja este em sua posicao normal ou em sua posicdo deslocada. Ao mesmo tempo, é desejado que diferenca entre a "carga fia” (posigio de repouso com 0 tubo frio) ea “carga quente” em ‘operaglo (posigao alterada com o tubo sofrendo expansio térmica) ndo seja excessiva, para que iio ocorram significativos desbalanceamentos do sistema. ‘A carga de instalagdo, ou “carga fia”, de uma mola variavel deve ser calculada pela seguinte formula: GuHAKXA (41) em que: G, (Cold load ~ Carga fria) € a carga-peso da tubulagao quando nao sofre expansio térmica (condigao de repouso), [N]; Hi, (Hot load ~ Carga quente) ¢ a carga no suporte determinada por meio da anise de fl xibilidade, acrescida do peso do suporte de mola, [N]; K€ aconstante da mola [N/mm]; A €odeslocamento vertical esperado do tubo no ponto do suporte, da posigio de repouso A posigdo- de operacio, onde o movimento ascendente ¢ considerado positivo [mm]. Desta equacio, é evidente que uma mola, instalada em um ponto da tubulagio sujeita a mo- vvimentos ascendentes devidos& expansio térmica teré uma carga fria maior que quente, ocor- rendo 0 contririo sea tubulagio for sujeita a deslocamentos descendentes devidos & expansio térmica. 42 Corruo Qurao ‘Como mencionado previamente, é desejavellimitara diferenca entre as forgas oferecidas pela ‘mola entre a condiigio fia e quente. Esta variagio (V) ¢ calculada como: yak SA GEE (42) HOR E prética aceita em empresas de projeto o limite usual desta variagdo em 25%, muito embora para tubos submetidos a condi¢oes criticas de trabalho elas utilizem 0 limite de 10%. ‘Una ver que a carga quente eos deslocamentossio impostos pela configurasao do sistema, a variacao V s6 pode ser controlada pela constante da mola K. Os fabricantes de suportes de ‘mola oferecem artefatos com diferentes constantes de mola dsponiveis para cada faixa de carga aceitavel. Conhecendo-se os valores calculados, 0 suporte de mola ¢ enti selecionado pelo uso deta belasformecidas pelos fabricantes. 4.4.2. SUPORTES DE AgKO CONSTANTE (CONSTANT-EFFORT SUPPORT) 4.4.2.1 MOLAS DE CARGA CONSTANTE (CONSTANT-SPRING DEVICE) ‘Quando deslocamentos térmicos sio muito grandes (acima de 50 mm) para permitir 0 uso de ‘um suporte de mola de carga varisvel, o engenheiro responsivel pode optar por um suporte de mola de carga constante. Molas de agio constante sio também usadas em pontos de tensio eleva- dda owem pontos préximos a equipamentos cujos bocais suportam somente cargas muito baixas. Osuporte de mola de agio constante, tal como mostrado na Figura 4-10 & em muitos aspec- tos, melhor que o suporte de contrapeso, outro elemento de ago constante, descrito a seguir. O suporte de mola nao € somente mais leve e mais compacto, como também prové uma resposta quase linear & variagio de cargas impostas mesmo com grandes deslocamentos, com desvios nesta linearidade de resposta na ordem de apenas 5%. O projeto do suporte de agZo constante assegura sustentagio constante através da deflexio das cargas impostas pelo tubo. Esta contraposigdo de momentos de carga e de mola sobreo piv principal ¢ obtida pelo uso de molas do tipo compressio, alavancas tirantes cuidadosamente projetados ¢ combinados. Deacordo coma Figura 4-10, quando a alavanca move-se da posigao alta para abaixa,a mola €comprimida e a resultante forca cle mola no braco gera um momento no piv6 principal igual oposto ao momento imposto pela carga e deslocamento do tubo. Figura 410 Exempios de suporte de mola de aso constants, SPs Resegtes oe Tuugla 43 acc aes & UP Fs E ¥ ao be Figura 4-11 Aplicagdes tipicas de suportes de mola de ago constante | a | | & U Aplicagdes tipicas de suportes de mola de acio constante estio ilustradas na Figura 4-11. A escolha da opeao a ser utilizada dependerd do espaco disponivel, da posicao e do tipo de estru- tura de fixagio em relacao ao ponto de suporte. Suporte dle mola de acio constante sio normalmente oferecidas pels fabricantes em diversos t- ‘manhos para acomodara carga requerida, A carga éalculada como a carga quente do suporte de molas deacio varivel, ou sea a carga para o ponto em questio advinda do cilculo da lexbilidade do siste- ‘ma, mais o peso do suporte. O suporte€ entao selecionado baseando-se nesta carga emo deslocamento térmico, partir de tabelas do fornecedor. O suporte deve ser ajustado & carga. ser sustentada antes de sua instalacao em campo. O deslocamento total a ser oferecido pela mola 20 tubo deverd ser ‘onservativamenteajustado como sendo odeslocamento previsto mais 20% ou 25mm, que for maior. 4.4.2.2 CONTRAPESOS (COUNTERWEIGHT, ‘Contrapesos podem ser usados como substitutos das molas de aco constante quando o mo- vimento vertical do tubo, no ponto em que deve ser suportado, excede a capacidade das molas encontradas nos catilogos dos fornecedores. Este tipo de suporte utiliza em sua agio pesos que se contrapdem através de uma alavanca ou de um sistema de cabos e roldanas. A Figura 4-12 ilustra exemplos tipicos destas duas opgbes. Contrapesos sio indicados para pontos com cargas muito pesadas ou deslocamentos verti- «ais muito elevados, porém importante ressaltar que sua instalacdo significa a aplicagio de uma carga adicional ao sistema de estruturas que suporta a linha. Esta carga adieional pode chegar a ser um pouco maior que a carga aplicada pela linha no ponto do suporte. Além disso, suportes, de contrapesos sio mecanismos com. componentes sujeitos ao desgaste e no so compactos, cexigindo manutengao constante ¢ consumindo muito espaco. O suporte de contrapeso do tipo ‘abo e roldana permite uma maior liberdade na localizagto dos pesos ¢ portanto melhor ocu- ppacao do espaco fisico disponivel, mas seu uso envolve maior manuten¢io. Quando usados, os suportes de contrapesos exigem que © movimento horizontal do tubo seja limitado por meio de guias etravas e que a érea ocupada pelos pesos sea isolada. ‘Tudo isso faz com que o emprego dos suportes de contrapeso somente deve ser considerado ‘em iiltimo caso, ap6s tentativas de rearranjo da linha eanalise cuidadosa do emprego de supor- tes de molas em montagem simples ou multipla, 44 coun Qurma cc) Figura 4-12 Exemplos de suportes de contrapesos, Sistema de alavanca (a) e sistema de eabos¢ roldanas (b). 4.4.3 SUPORTES AMORTECEDORES (DAMPING DEVICE — SNUBBERS) Vibragées em tubulagdes normalmente geram problemas de grande complexidade para a equipe de projetos, problemas estes que, se nio-resolvidos, acabam por ser fonte de preocupa- ‘20 constante para os responsiveis pela operacio e manutengio do sistema, Isto €especialmen- te verdadeiro no caso de vibragdes de alta frequéncia e baixa amplitude, dificeis de serem detec tadas e capazes de gerar elevadas tensdes em tubulagdes. Muitas podem ser as fontes excitadoras responsaveis pelas vibragdes de uma linha, As mais comunse relevantes sio: 1, Vibragdes mecanicas advindas de equipamentos aos quais a linha esteja conectada, tais como compressores, bombas, caldeiras, reatores, etc. ; 2. Vibragdes originadas pela agaio do vento; 3. Pulsagoes dos liquidos que fluem no interior da linha, As vibragdes podem ser controladas de diversas maneiras, ¢ uma delas €a adogao de ancora- gens ou de suportes amortecedores em pontos estratégicos da linha. Muito embora ancoragens sejam uma respostaeficiente contra vibragbes, muitas vezeso sistema deve acomodar movimen- Spores eRestaptes oe Tevuiga 45 Figura 4-13 lnstalagbestpicas de suporte amortecedor. tos originados pela expanso térmica. Quando a magnitude destes movimentos impossibilita 0 uso de ancoragens, asolucdo é empregar amortecedores. De um modo geral, amortecedores per- miter movimentos na presenca de cargas estaticas ou lentamente aplicadas, mas resistem a mo- vimentos répidos, Dessa forma, o suporte amortecedor permitiré movimentos lentos da linha, mas oferecers resisténcia a cargas dinamicas. Estes amortecedores, normalmente provenientes da industria automobilistica ou ferroviiria,re- ‘querem pouca manutengo ¢tém a grande vantagem de serem facilmente encontrados, pois sto fa- bricados em grande quantidade e variedade. Exemplos de instalagbes sio mostrados na Figura 4-13. Dos tipos de suportes amortecedores s4o normalmenteoferecidos pelos fornecedores:hidréuli- coe mecinico. O mais comum é o do tipo hidréulico, composto normalmente de um pistio ¢ um reservatério de cimara dupla de deo ou outro liquido adequado. © movimento do pistdo forca 0 fluido através de uma passagem estreita entre as duas cimaras; este fuxoé estrangulado proporcio- nalmente sua velocidade através de valvulas, o que resulta em resisténcia ao movimento do pistao, proporcionala velocidad de deslocamento deste. Amortecedores mecinicos funcionam similarmente «em uma base puramente mecinica, sem 0 uso de fluidos hidréulicos. Devido a propria esséncia do funcionamento do amortecedor hidraulico, somente havers resistencia 20 movimento quando este adquirir uma determinada velocidade; 0 amortecedor mecinico, por outro lado principiars a agir ‘com aaplicacio inicial do deslocamento acelerado. Isto significa que um determinado ponto do sis- tema, submetido 4 aplicagio de uma carga de choque, sofrerd um deslocamento maior quando ‘empregados amortecedores hidrdulicos do que quando usados amortecedores mecinicos. (Os amortecedores hidrdulicas estio sujeitos a perda do fluido devido a falhas nos selos, de- gradacio do fluido hidraulico (por excesso de calor ou presenca de radioatividade, por exem- plo) e travamento devido a corrosio ou até mesmo pintura inadequada. Amortecedores meci- nicos também podem apresentar travamento inesperado, adicionando elevadas tenses linha. ‘Quando dois amortecedores sao usados em montagem conjunta, paralelos entre i (em tandem), ‘muito dificil ocorrer que se travem simultaneamente; porém cada amortecedor deve ser escolhido «em fian¢io da carga total, pois no caso defalha de um deles previne-s a sobrecarga do remanescente, 4.5. ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E ACESSORIOS 4.5.1 GRAMPOS (U-BOLTS) Por ser talvez 0 elemento mais facilmente encontravel na imensa maioria dos sistemas de tubulagdes, 0 grampo deve sua popularidade ao seu baixo custo e sua versatilidade, encon- trando uso como guia em linhas de diversos diametros. 46 Currun Quo Figura 4-14 Exemplos tipicos de grampos e aplicagbes, ‘Tal como mostrado na Figura 4-14, o grampo consiste em. uma barra de ago redonda con- formada em “U”, de modo a encaixar-se no tubo, com suas extremidades fixadas a estrutura do pipe way ou outro sistema de suporte. Com isto, o grampo pode prover efetiva atuagao como restrigio, muito embora sua fragilidade restrinja sua aplicacao as linhas (ou aos pontos destas) nas quais nio se esperam mavimentos térmicos significativos. 4.5.2 BRACADEIRAS (PIPE STRAPS — CLAMPS) Diversos sao 0s componentes denominados comumente “bracadeiras” (Figura 4-16). Os pipe trapssio empregadas como guias nos casos em que a movimentacao das linhas desaconselha o ‘uso de grampos (1-bolts). O strap tem o mesmo formato de um grampo, porém ¢ constituide de uma barra chata conformada adequadamente. O strap, quando soldado ao suporte, pode oferecer grande resisténcia a cargas laterais. (Os clamps, por sua vez, tern uma utilizacdo mais ampla. As Figuras 4-6, 4-7, 4-9 4-12 apre~ sentam algumas possibilidades. Observe a amplitude de aplicagdes quando empregados em ‘conjunto com outros elementos restritivos ou de suporte. Folga de 1.5 mm Figura 4-15 Bragadciras, Exemples tipicos de clamps (a) e straps (bec). ‘Suromese Resmgoes oe Tuewwgso 47 Importante observar que o emprego de bracadeiras ou grampos como ancoragem, uma pri- tica muito comum para linhas de pequeno didmetro, deve ser evitado sempre que possivel, ou, pelo menos, restrito a linhas isentas de movimentos térmicos, Isto porque estes elementos ne- cessitam cingir 0 tubo com muita firmeza para poderem impedit movimentos, 0 que necessa- riamente implica induair tensoes localizadas ao tubo. 4.5.3. PLACAS DE BASE (BASEPLATES) lacasfixadas a uma superficie i, muitas vezes, os elementos utilizados para fixagdo ou locagao de diversos tipos de suportes, tis como pedestais, pendurais, amortecedores, molas, sapatas, etc. As placas fixadas a superficies de concreto, horizontais ou nao, sio normalmente chamadas de placas de base, podendo ser ancoradas ao concreto por meio de parafusos do tipo bucha meti- lica (anchor bolts), ou por meio de chumbadores (studs) soldados a placa. Os anchor bolts so normalmente empregados nos casos em que a superficie de concreto jé esta pronta, situagdo comum em retrofit ou ampliagdes, enquanto o emprego de chumbadores deve ser especificado antes da confeceao desta superficie de concreto. tamanho e a espessura da placa de base sio determinados em funcio de diversos fatores, tais como carga aplicada, distincia minima entre os fixadores (parafusos ou chumbadores) tipo de fixadores, espaco disponivel, etc. Normalmente 0 engenheiro tema disposigao uma lista com ‘um determinado niimero de tipos de placas, pré-projetadas, para fazer sua escolha. Porém, para 08 cas0s que ultrapassarem os limites desta lista, ou para as situagbes que exigirem uma veri- ficagao criteriosa (e portanto um memorial de célculo detalhado), & necessério que © engenei- ro seja capaz de dimensionar corretamente a placa e os fixadores. Geralmente placas de base fixadas por anchor bolts sio consideradas elementos adicionados uma fundagio de concreto e portanto admitidas como de responsabilidade do engenheiro de tubulacdo, enquanto as fixadas por meio de chumbadores soldados ¢ inseridos no concreto 380 consideradas elementos pertencentes i fundagio, sendo ento de responsabilidade da Engenharia, Civil. O dimensionamento das placas de base & discutido a seguir, uma vez que ao engenheiro de tubulacao pode ser eventualmente pedida uma posicao a respeito, ocorréncia especialmente comum em canteiros de obras no campo. Discorrendo de modo simplificado, a placa de base de um suporte exerce uma agao irregular sobre a fundacio de concreto abaixo da placa. Seja uma placa de largura B e comprimento L submetida a uma carga normal N'e um momento M (ver Figura 4-16). placa comprime a fun- dacio no sentido de agio do momento, enquanto do outro lado os parafusos de ancoragem so- frem tentativa de arrancamento. A tensio maxima na fundagao de concreto, junto a extremida- de da placa, deve ser menor que a tensio de ruptura do concreto. aN, Mes (43) (+4) em que: ‘sax6.atensio méxima na fundacio de concreto {MPal; ‘yn €8 tensio minima na fundagao de concreto [MPa]; Siqq €atensio de ruptura do concreto [MPa]; Béa largura da placa [m]; L€0 comprimento da placa [rm]; Néa carga normal [N]; Mé0 momento aplicado [N.m]. 48 Curran Quo Figura 4-16 Distribuigio de esforgos sobre uma placa. Esta tensto de ruptura ¢ uma fungdo da forma da fundagdo ¢ tipo de concreto adotados. Uma aproximacio pode ser obtida por Sig = YX Stam (65) em que: Seouyy ¢ tensio maxima de resisténcia a compressio do concreto [MPa]. O fator W, dimensional, pode ser adotado como 1,2 no caso de placas sobre pequenas pla- taformas de concreto ¢ 2 (valor méximo possivel) no caso de grandes superficies de concreto, ‘enquanto Sng, pode ser, adotado entre 4,4.¢ 6,5 MPa. ‘A placa deve transmitir uniformemente as cargas a ela aplicadas i funndagio de concreto, e para isto deve ter uma espessura minima. Este valor minimo €calculado em fungio do momento de resis- téncia da placa e do seu material. Sejaa sego da placa tal como mostrado no item b da Figura 4-17. Admitindo-se um valor para a espessura da placa, o momento de resisténcia desta placa com relagio a distancia dy é w, =e (46) em que: Wy, € 0 momento de resisténcia da placa {m']s fy, €aespessura da placa {m); |, 6a distancia minima entre a borda da placa ¢ 0 elemento que tensiona a placa [m]. Calcula-se entdo a tensio em fungio do momento aplicado e do momento de resisténcia. Este valor deverd ser menor que a tensio admissivel para o ago escolhido: M oy = <5 (47) Wy Surores ¢ Resvetes oe Tueuyso 49 \" Y i] % i HTTP PTTTTTTTTA @ 1 m il an ve ” 1 | 1 | a eT T (or Figura 4-17 Placa de apoio submetida a compressio. 2 Na pritica dficilmente se empregam placas com espessura menor que 9,5 mm (3/8 in). Para ‘aco AISI 1050 submetido a cargas dinimicas, um valor de referéncia para a tensio admissivel éde 125 MPa. didmetro minimo de cada parafuso de ancoragem pode ser determinado pelo célculo da rea minima de sua segao: (4-8) em que ké 0 niimero de parafusos situados de um s6 lado da placa (tengo, nao € 0 niimero total de parafusos da placa!), R,a resistencia dos parafusos a0 arrancamento (pode ser adotada como 140 MPa), ¢ J, ¢ ly determinados por: (49) (4-10) let “eal bal sen em que |, |, ¢ |, sio dimensées em metro, relativas ao centro de gravidade da zona triangular comprimida do diagrama de tensdes (isto €, © ponto de aplicagao da resultante das forgas; veja novamente a Figura 4-16) ¢ /,, a distancia entre a linha de centro do parafuso ¢ a borda da placa [m}.0 valor de J, é normalmente de 1,5 a 3 vezes o diametro do parafuso. Se 0 tipo de fixador escolhido for um chumbador, as suas dimensdes minimas podem ser as indicadas pela Tabela 4-1, a seguir, 50 cura un ‘Tabela 4-1 Dimens&es de chumbadores para aplicagdes leves. Relacionar coma Figura, 4-18, A dimensio A depende da placa adotada ‘Chumbadores Tewva Posos Didmetro Perfil ini Siner abaeenencrnmy OF! Se gk RST se” 16 s60ex 40-35 «10«2X2XI/8" 150 300+A 80 «400530 4" 20 S6S4x 45-4012 2xRKY/E" 175-3804 90500640 78" 24 «670ex 50-45 «12_—«3XSKIMN" 200 404A 90600750 1" 27 7BOrx S550. 1S -3X3XIM™ 250 4504A 100-700 860 Figura 4-18 Fixaeio de placas por chumbadores para aplicagBes leves. Finalizando, uma vez que tenham sido determinados todos os parimetros da placa, verifi- cam-se as dimensdes da plataforma da fundagao de concreto, quando for 0 caso. O fator We determinado por: Aga VX BRE (412) em que A,.é a érea minima total da plataforma de concreto a ser construfda sob a placa, em metros quadrados. Mais uma vez, recomenda-se que o valor de Westeja entre 1,2 € 2. 4.5.4. ELEMENTOS FIXADOS AO TUB (EARS — LUGS ~ TRUNWIONS) Fixadas As Linhas por meio de solda, muitos tipos de placas e segmentos de tubos, nas mais variadas formas, desempenharn fungbes como suportes ou restrigdes. A Figura 4-19 ilustra al- guns exemplos tipicos. Muitas vezes, determinada restricao ou suporte somente pode ser efetivo contra um certo movimento se o elemento restrtivo ou suportante estiver fixado ao tubo por meio de solda. Isto é particularmente real em se tratando de movimentos torcionais ou mesmo axiais. Devido a0s inconvenientes de se soldar diretamente qualquer elemento a uma tubulagao (descritos n8 segdo Restrigbes),procuira-se evitar sempre que possvel esta pritica, dotando-a somente quando absolutamente necesséia. Suromes €Restgdes be Tuswugio 81 ries e@ a CS Bay il Sapatas (shoes) ao indica Cf (cylindrical lug oe (stoo) ‘| | Munhée (trunnion) ‘Ane! (ring) Saias (skits) Figura 4-19 Alguns exemplos upicos de elementos fxados d ubulayo, © roteiro de célculo para a determinagio de todas as dimensées de um elemento como 0s ilustrados na Figura 4-19 varia muito em fungao de como a carga € aplicada a este elemento, € as caracteristicas do tubo. Mesmo considerando que a apresentagio de um método completo de célculo para este caso ultrapassa os objetivos desta publicacao, ¢ interessante que o engenheiro “observe uma regra pritica e segura, embora conservativa, para o dimensionamento: observe no Caderno de Padroes de Suportes (Capitulo 2, Conceitos Basicos) as espessuras indicadas para as placas que compoem as guias e sapatas correspondentes para o diametro do tubo. A espessura das placas de ago a serem usadas deverd ser no minimo igual a mais espessa delas. 4.6 SUPORTES DIVERSOS ‘Uma vez que um tubo (ou um conjunto de tubos) se encontre fora de um pipeway,impres- cindivel que 0 suporte necessario seja concedido de alguma forma, seja através de apoio por elementos estruturais fixados a equipamentos, tubos de maior diimetro ou estruturas proxi- mas, seja por elementos estruturais isolados, 4.6.1 SUPORTES ESTRUTURAIS Suportes estruturais sto 0s elementos utilizados para oferecer apoio a tubos quando existe a possibilidade de se aproveitar um elemento jf existente que esteja préximo o bastante e cuja resisténcia seja compativel com os esforgos que Ihe serao transmitidos. ‘A Figura 4-20 ilustra umn dos tipos mais comuns. A pritica dese apoiar umm tubo de pequeno di- metro em um tubo de grande ditmetro que esteja préximo é muito comum em unidades industi- ais, por ser uma solugao muito econdmica, Um cuidado a ser tomado €evitar esta pritica em tubos de grande diametro sujeitos a cargas dinamicas, mavimentos térmicos ou grandes pressdesinternas. 4.6.2 PEDEsTAIS ESTRUTURAIS (SINGLE OR MULTIPLE PIPE RESTRAINT FRAMES) Quando tubos devem ser suportados, porém nao se encontram perto de estruturastais como Pipe ways, pipe racksou qualquer outra, a solugio é conceder apoio por meio de elementos conhe- 52 crrauo Quarao ie c 2 Figura 4-20 Tubo oferecendo apoio a outro, por meio de um suport estrtural. DimensBes em mm, )! + (24,8% 10-*)*+(15,3 x 107] = 38,3 X 10 m Empregando a Equacio 7-1, temos 12 38,310 (40 20,05)" Através da Equagio 7-3, verifica-se que a tensio maxima nao excedera 14,3 MPa. Estes resultados indicam que esta linha € ainda mais flexivel que a do Exemplo 7-1, 0 que concorda com a afirmagio de que quanto mais mudangas de diresio um sistema softer, mais flexivel ele sera. = 0,0012 < 0,0082 (75) Exempto 7-3 Considere novamente a linha hipotética apresentada na Figura 7-3, Neste exemplo, supde-se que os pontos terminais Ae Festejam conectados a equipamentos sujeitos a expansio térmica, de tal forma que 0 ponto Fse movimente de ~5 mm na diregio xe + 4 mm na directo y,e0 Ponto A, de + 3 mm na diregao xe ~4-mm na diregdo z. Distancia entre ancoragens (linha tracejada AF): U= ((8 + 5)°+ (16 ~ 3) + (8)*]" = 20,050m Comprimento linear da tubulacao: L=8+8+16+5+3=40m Resultante da expansio térmica linear da tubulacao: eixox 1,91 X 10° m/m x 13. m+ (5 + 3) X 10 m = 32,8 x 10m eixoye 1,91 X 10 mm X (16 — 3) m +4 X 10 m = 28,8 X 10m cixo = 1,91 X 10 m/m X 8m + 4X 10m = 19,3 X 10? m ¥= [(32,8 X 10>) + (28,8 X 10> + (19,3 X 10°9))]" = 47,7 X 107 m Empregando a Equagao7-1, verifica-se quea linha atende ao criterio de flexibilidade da norma B31.3: 12 47,710 (40 - 20,057 Por sua vez, a Equago 7-3 indica uma tensio maxima de 17,7 MPa para o sistema. = 0,0014 <0,0082 (7-6) E importante observar que os movimentos de sentido contrério a expansio do sistema de- ‘vem sempre ser somados a esta expansio, uma vez que intensificam estas tenses. Evidentemnente, ‘0s movimentos de mesmo sentido que a expansio aliviam tensdes, e portanto devem ser consi derados valores negativos. Isto pode ser visualizado comparando-se as tensdes maximas estimadas nos Exemplos 7-2¢ 7-3. O acréscimo de quase 25% na tensio maxima se deveu a movimentagio dos bocais opon- do-se a expansio, Por outro lado, se fosse possivel inverter 0 sentido do movimento destes bo- ‘cais, a tensao mxima estimada cairia cerca de 25% em relagio & tensao encontrada no Exem- plo 7-2. O projetista consciente deve sempre considerar este fato quando esbogar o layout de sistemas acoplados a equipamentos sujeitos a expansio. ‘dusts Cares oe ExrastoTenwca 91 7.2. EXPANSAO TERMICA EM EQUIPAMENTOS Tal como as tubulacbes, os equipamentos que trabatham em alta temperatura também esto sujeitos a variagdes dimensionais, de modo que seus bocais nao podem ser considerados pon- tos iméveis de referéncia. (© Exemplo 7-3 ilustra como a movimentagio dos bocais pode aliviar ou intensificar as ten- sbes a que esti submetidas as tubulacdes. E facil perceber que a determinacao precisa destes ‘movimentos é um fator importante para a estimativa correta das tenses nas linhas conectadas equipamentos. Além disso, somente a partir de uma estimativa precisa é que sera possivel sa- ber se estes bocais estao ou nao sendo submetidos a esforsos excessivos. Para que seja possivel uma andlise da movimentagio dos bocais ¢ imprescindivel que certas informagdes sobre os equipamentos as linhas conectadas estejam disponiveis: + Desenhos do equipamento, que informem dimensdes, materiais empregados ¢ estrutura de fixacio ou suporte. Estes desenhos devem indicar precisamente as elevaces e proje- ‘ges dos bocais. + Plantas e documentos que indiquem a temperatura de operagao, didmetro e trajeto das linhas conectadas, De posse destas informagdes, a maneira como serd estimada a movimentacio dos bocais dependera do tipo de distribuicao da temperatura ao longo da estrutura do equipamento. Muito importante é que nao se esquesa que a temperatura da estrutura que suporta o eqjui- pamento ¢ influenciada pela temperatura do equipamento e que, portanto, esta estrutura tam- bém pode sofrer variagdes dimensionais. Um problema a ser considerado ¢ que a distribuigio da temperatura no suporte no uniforme, ¢ que pontos mais afastados do equipamento de- vvem apresentar temperaturas mais baixas do que aqueles em contato com este. Muito embora este resfriamento nao ocorra de modo linear, uma aproximagao empirica que oferece resultados bastante satisfat6rios € a taxa de 0,22%C/mm para suportes em aco-carbono sem isolamento. 7.2.1 EQUIPAMENTOS COM DISTRIBUICAO UNIFORME DA TEMPERATURA Observe o esbogo de um trocador de calor tipico apresentado na Figura 7-4. ua sustentagSo € feita por dois pontos de apoio (pontos de sela), um fixo ¢ outro mével, de modo a permitir que o aparato possa dilatarlivremente, Said do ido Eniada do fide restiamento a serrestfads AY a as = nada do thido de restriamento = pentose sla — | Saida do tluido Figura 7-4 Esbopo de um trocador de calor horizontal pico. 92 conmun ser @ ‘Figura 7-§ Dilatago térmica de um trocador de calor horizontal, linear (a) eradial(b). As setasindicam 0 sen- tido da expansio. Nio se encontra representada a expansSo do suport Ocomportamento da dilatacio térmica dependerd da posigdo do ponto de fixagio (selafixa) do equipamento (Figura 7-5). Deve ser escothida para ponto de selafixa, portanto, a opeao que for mais favorivel a tubulago, Como regra geral, deverd ser fixo o ponto de suporte mais pr6- ximo a linha mais rigida. ‘A temperatura a ser considerada para o célculo da movimentacao dos bocais é a maior tem- peratura de operagito, endo ade projeto, uma vez que se necessita de resultados que expressem ‘© comportamento do aparato durante a maior parte de sua vida dtl Exempto 7-4 Seja 0 trocador de calor apresentado na Figura 7-6. Considerando que sua carcaga seja de ago- carbono e que. temperatura de operagao seja de 180°C, determine a movimentagao dos bocais, devida a expansio térmica, para uma temperatura ambiente de 21°C. primeiro passo é determinar a expansio térmica linear unitédria para a temperatura de opera- sao. Através do Anexo 7, tem-se que 0 ago-carbono expande cerca de 1,91 mm/m a 180°C. so | |, 0 ty | —_ eterdncia vertical 910 a0 7600 350 Figura 7-6 Deseaho fora de escala,referente 20 Exemplo 7-4. (Medidas em milimetros.) Aus os Cros ne Erna Tec 93 ‘Tabela 7-1 Estimativa da movimentagiio dos bocais do trocador de calor do Exemplo 7-4 (dimensées em milimetros) Bocais Eixos 1 2 3 4 x -24 07 +39 y 428 425 04 A partir deste dado, calculam-se separadamente a movimentacio dos bocais ea expansio do suporte. Expansio radial (eixo y): Bocais 13: +0,910 m X 1,99 mm/m = +1,81 mm Bocais 2¢4: —0,550m X 1,99 mm/m = ~1,09 mm Expansio longitudinal (cixo x): Bocal 1: ~1,200m X 1,99 mm/m Bocal 1,200 m x 1,99 mm/m Bocal ~0,350-m X 1,99 mm/m Bocal4: +1,950m X 1,99mm/m = +3,87 mm Expansio do suporte (cixo y) Supondo-se que o decaimento da temperatura ao longo do suporte seja de 0,22°C/mm, temos que acerca de 723 mm do topo a temperatura do suporte seria igual & ambiente, 21°C. ‘A temperatura média deste trecho da estrutura seria entao 100,5°C, implicando uma expan- sii total de +0,72 mm, pois o coeficiente de expansio do aco-carbono nesta temperatura é del mm/m. Somando-se a expansio do suporte, temos uma estimativa da movimentagio real dos bo- «ais, conforme a Tabela 7-1. 7.2.2 EQUIPAMENTOS COM GRADIENTE TERMICO ‘A cexisténcia de diferentes zonas de temperaturas ao longo da estrutura faz com que a estima- tiva da movimentacdo dos bocais seja um pouco mais complexa do que no caso de equipamen- tos que tenham apenas um pequeno gradiente de temperatura em sua carcaga, A ocorréncia deste tipo de distribuigdo térmica ndo-uniforme € comumente associada a0s equipamentos de conti- guraglo vertical, ou torres. Um exemplo ¢ apresentado na Figura 7- 0 processo de estimativa consiste basicamente em determinar os limites das diferentes 20- nas de temperatura, estimar a temperatura média destas areas, determinar os correspondentes, coeficientes de dilatagao térmica a estas temperaturas médias e, entdo, calcular a movimenta- ao vertical e horizontal de cada bocal. Os limites das diferentes zonas térmicas e suas temperaturas médias podem ser obtidos dire tamente junto-ao fabricante ou deve estar indicados nos desenhos de projeto. Mas caso esta informagao nao esteja disponivel, uma estimativa aproximada pode ser obtida das temperatu: ras de operagao das linhas de saida do equipamento. Os limites das zonas termicas seriam arbi trados como estando entre cada par de linhas de saida consecutivas. A temperatura de cada srea térmica seria entdo igual a temperatura de operagao da linha de safda a ela pertencente. Muito cuidado deve ser tomado na determinagio de quais s40 as linhas de saida e de entracla do siste- ‘ma, para que nao se chegue a estimativas errOneas. 4 corrao sere Retomo do retficador a vapor suxliar or 22500 Enirada de petroleo bruto oir Entrada de vapor ow +2500 Figura 7-7 Esbogo fora de escala de uma coluna retificadora de uma unidade de destlagio de petreo, Determinadas as zonas térmicas ¢ suas temperaturas, e sabendo-se de que material € feito ‘equipamento, determina-se entio a movimentagao longitudinal dos bocais através dos coefi- cientes de expansdo térmica correspondentes (Anexo 7). A estimativa da movimentagio radial, por sua ver, éfeita analisando-se cada zona de tempe- ratura em separado, ‘Exempto 7-5 Seja a coluna retificadora apresentada na Figura 7-7. Determine a movimentagio dos bocais devido & expansio térmica. Distancia da face do flange & carcaga, em todos os bocais, 400 mm. ‘Temperatura ambiente de 21°C. Material do corpo, ago-carbono ASTM A-106 Gr A. amuse os Camas Erato Temock 95 ‘Tabela 7-2 Expansio nas zonas térmicas Zona ‘Temperatura Coeficiente Expansto Raio + Bocal Expansio ‘Termica de Expansio Longitudinal Radial Fo} tmm/m} {om} frum) {mm} 1 us 130 224 1650 247 2 170 218 768 1650 3.60 3 215 an 370 1680 457 4 260 338 tod 1650 558 5 315 4s 207 1650 685 6 430 387 2035 1650 969 ‘Salida de querosene ae ® 218C-Oe Zona térmica 4 © Salsa de gassleo 9000 Zona térmica 6 : «t | | | g ‘Saida de residue 4300-8" ® Eee Roni ‘Figura 7-8 Divisioem zonas témicas. tema Ser ‘Tabela 7-3 Movimentagio longitudinal dos bocais, nao considerando a expansio da estrutura de suporte, Todas as dimensdes esto em milimetros Boeal Expansio da Expansio das Expansio da ‘Movimentacio ZonaTérmica Zonas Térmicas. Zona Térmica 6 Longitudinal do Bocal Intermedidrias (Eix0y) 1 284 48,26 1468 65,78 2 075 4826 1468 63,68 3 437 4061 1468 53,66 4 437 40,61 1468 59,66 S 416, 3091 1468 4975 6 507 2077 1468 40532 7 1454 1468 2922 8 Mast 1468 2922 9 387 387 10 -32 322 ‘Tabela 7-4 Movimentagio radial dos bocais. (Dimensoes em milimetros) Bocal Zona Térmica aio + Bocal Expansio Radial (Exo x) 1 1 2 1 1650 247 3 2 1650 3.60 4 2 1650 3,60 5 3 1650 457 6 4 1650 558 7 5 1650 685 8 5 1650 685 9 6 1650 9.69 10 6 estes dados, calcula-se a expansio longitudinal e radial de cada zona. Para se estimar a movimentacao longitudinal de cada bocal, é necessério que se considere a expansio total ou parcial de todas as zonas térmicas situadas entre 0 bocal em questio € 6 pon- to de sustentacao. No caso da safda de gis e nafta eve (bocal 1), por exemplo, a movimentagdo &a somatéria daexpansio das zonas térmicas de 2a 5 (48,26 mm), do proprio bocal (1,5 mm/m x 0,4m), de sua zona térmica (1,5 mm/m X 1,5 m) eda expansio do trecho da zona térmica 6 compreendi- do entre a zona 5 e 0 ponto de suportagdo (5,87 mm/m X 2,5 m), perfazendo 65,78 mm, O procedimento ¢ similar para todos os demais bocais. Para a estimativa da movimentagao radial dos bocais, considera-se somente a expansio da zona térmica em que o bocal se encontra. ‘A expansiio do suporte (eixo y) é estimada tal como no Exemplo 7-4. Tendo que 0 decai- ‘mento da temperatura ao longo do suporte seja de 0,22°C/mm, a temperatura do suporte seria igual a temperatura ambiente a cerca de 1859 mm do topo. A temperatura média deste trecho da estrutura seria de 225,5°C, indicando um coeficiente de expansio de 2,91 mm/me, por con- seqiiéncia, uma expansio total de +5,41 mm. AMUSE os Caves oe Exra Temca 97 ‘Tabela 7-5 Estimativa da movimentagao dos bocais do trocador de calor do Exemplo 7-5 (dimensdes em milimetros) Bocais Fixes 1 2 3 4 Ronen 8 2 0 = - 25 -36 36 46 56 -69 69 97 - y 7d OL Gl 5552 MS G28 Somando-se a expansio do suporte, temos uma estimativa da movimentagao real dos bo- cais, conforme a Tabela 7-5. . 7.3. ANALISE DE FLEXIBILIDADE: METODOS SIMPLIFICADOS OU MANUAIS ‘Osmétodos de anilise de flexibilidade em linhas quentes, conhecidos como simplificados ou ‘manuais, io versiteis esiteis ferramentas de trabalho, apesar da denomina¢ao. Quando bern utilizados, dentro de seus limites de aplicacao, fornecem resultados confidveis com um consu- mo minimo de tempo, Os métodos simplificados tém seu emprego nas seguintes situagdes: + Répida veriticagdo preliminar de um trajeto de tubulagio, ou trechos deste, durante o seu projeto. + Averiguacao dos resultados de urna andlise estrutural realizada através de computadores. + Estimativa das tens6es, forgas e momentos em linhas que nao necesstem mandatoriamente serem examinadas por métodos analiticos computacionais (veja 0s critérios expostos na seco Determinagao das Linhas com Flexibilidade Adequada, neste capitulo). Estes métodos foram assim denominados por serem, via de regra,simplificagbes de métodos -analiticos mais complexos e abrangentes, estruturados de modo a trabalhar com um pequeno niimero de parimetros. Em outras palavras, algumas variaveis sio desprezadas ea utilizagio de ‘cada método € restrita a alguns tipos de configuracio, de modo a imprimir rapidea na obtencio de resultados confidveis, em detrimento de uma exatidao absoluta e de um emprego geral irrestrito. Em fungio destas simplificagbes e restrigdes de uso, estes métodos podem ser classificados em: 1, Aproximados - Todas as curvas devem ser de 90" e 0s terminais ancorados. Nao hi restri- es quanto a0 nsimero de membros, Alguns métodos deste grupo desprezam a influén- ia das curvas na flexibilidade da linha, considerando-as tubos cortados em 45° e solda- dos. 2, Grificos ou diretos—_O emprego é restrito is linhas de configurago simples, com nime- 0 limitado de membros, com terminais ancorados ¢ todas as curvas de 90°. Utilizam-se graficos ou tabelas para alcancar as solugdes. Apesar dos limites estreitos de utilizaao de cada um dos métodos simplificados, todos eles podem ser empregados, desde que com cautela, na andlise de linhas complexas que ultrapassem as restrigdes de utlizagao direta destes métodos. Isto ¢ feito através do seccionamento da linha ‘em trechos menores, de extremidades ancoradas ou travadas. ‘Uma ressalva importante, entretanto, deve se feita quanto ao emprego destes métodos. Na anilise de tensdes de linhas quentes,éelevado o nimero de parimetros que devem ser conside- ados quando se desenvolve um modelo matemético proximo a realidade. Os métodos manu- ais slo baseados na diminuicao do ntimero de parimetros a setem analisados. Em razio disto, nao hd como saber exatamente a margem de erro envolvido na estimativa obtida. Assim sendo, Costa See quando a linha a ser analisada exceder o limite de utilizagio dos métodos simplificados, ou quando houver necessidade de resultados muito precisos,é necessério e prudente que 0 enge- nheiro despenda seu tempo no estudo do problema através de softwares de anslise espectficos para tubulagdes. 7.3.1. METODOS APROXIMADOS ‘A maior parte dos métodos aproximados foi desenvolvida na primeira metade do século XX. ‘ou um pouco mais adiante, com o propésito de oferecer precisao e simplicidade no célculo das. forgas, momentos e tensdes para uma ampla gama de configuracdes bisicas, em uma época em ue todos 0s célculos eram realizados manualmente ou por meio de réguas de célculo, Embora nao sejam mais empregados para a andlise final de linhas de grande responsabilidade, alguns destes métodos ainda hoje atingem seus objetivos iniciais, oferecendo solugdes confidveis para tum grande ntimero de configuragdes simples com um consumo minimo de tempo. Estas con- figuragées, sejam na forma original, sejam em combina¢o umas com as outras, atendem a grande maioria dos sistemas de tubulagdes encontraveis em qualquer unidade industrial, 7.3.1.1 ANALISE POR CANTILEVER GUIADO um dos mais simples métodos de estimativa das cargas térmicas em um sistema de tubu- lagbes. Como qualquer método que utiliza simplificagbes para poder analisar um determinado fendmeno, alguns parametros sio desprezados em fungao de outros, 0 que leva a imprecisoes. No caso da andlise por cantiléver guiado, no sao considerados os momentos de torgio ea fle- Xibilidade dos tubos em curva, o que restringe consideravelmente a precis4o da anilise. Embo~ ranormalmente este método forneca resultados conservativos, ou seja, valores de momentos ¢ forgas maiores que os reais, esta imprecisio deve ser sempre considerada quando no emprego deste método. Observea Figura 7-9(a) onde representado um sistema bidimensional constituido por dois ‘membros perpendiculares entre si. © método da viga cantiléver guiada consiste em considerar que a expansio axial de um determinado membro do sistema € absorvida pela flexio do mem- bro vizinho. Se estes membros sio perpendiculares entre si, eles podem ser considerados indi- vvidualmente como vigas cantiléver guiadas, eas forcas e momentos gerados pela expansio po- dem ser estimadios pelas seguintes equagies: ee 7-7) EIA i (78) s (79) em que: F éaforga gerada [NJ M_ 60 momento gerado [Nm]; €atensio na fbra mais solicitada pelo momento M [N/m]; €0 médulo de elasticidade na temperatura de operacio [N/m']; 0 momento de inércia da sesa0 do tubo [m']; 0 médulo de resisténcia da se¢30 [m"]; €0 comprimento do membro que sofre flexao [m]; 6 a expansio térmica axial do membro acoplado {m]. beetne ‘Inds as Ces 0 Esto Teac 9 ®) ” | Figura 7-9 Tubulagées com curvas de 90" ancoradas nas extremidades (a) guiadas (b). Os vetores nas extre- ‘midades em (a) indicam o comportamento das forgas resultantes da expansio do sistema sobre as ancoragens. Exempto 7-6 Considere o sistema bidimensionalilustrado no item a da Figura 7-9. Estimar forgas, momen- tos etensdes gerados nas ancoragens através do método da viga cantiléver guiada, partindo dos seguintes dados: didmetro nominal de 12 polegadas, sch standards comprimento de ambos os membros, 26 metros; tubos em aco-carbono ASTM A-106 Gr A; temperatura de projeto, 220°C; norma aplicivel, B31.3. estes dados, determina-se a expansi unitdria ,2,45 mm/m; 0 médulo de elasticidade Epara 220°C, 185,1 GPa (Anexo 7), 0 momento de inércia J da secao do tubo, 1,163%10~' m‘, € 0 médulo de resistencia W da segdo, 7,180%10~' m’ (Anexo 2). A tensdo maxima S, permitida é calculada por meio da Equacio 3-11 (Capitulo 3), e dos valores de 5,¢ S,. ‘Sendo assim, a expansio axial A de cada membro & de 63,7 mm, e as Equagdes 7-7 €7-8 es- timam que um momento M,de 12,2 kN'm e forcas Fe F, de 936 Nestdo sendo aplicadosa cada ancoragem (Figura 7-9(a)). A tensio maxima em cada extremidade do sistema é de 17,0 MPa (Equagdo 7-9) Exempto 7-7 ‘Considereo sistema tridimensional apresentado na Figura 7-10 como sendo feito de tubos de 8 polegadas (dliametro nominal), sch 40, em ago-carbono ASTM A-106 Gr A, operando a tempe- ratura de 180°C, norma, ASME B31.3. Os bracos e segmentos obedecem as dimensdes apresen- tadas na Tabela 7-6. ‘Tabela 7-6 Dimensdes dos segmentos e membros do sistema apresentado na Figura 7-10 Dimensto {mm} Segmento Dimensio [mm] 7000 DE 11300 rE 7000 7000 IG | 100 Grinwo Sex 8 Figura 7-10 Esquema isomético, fora de escala, da linha do Exemplo 7-7. Partindo-se do material especificado e da temperatura de operagao, temos que J= 3,017 X 10-* mi, W= 2,7545 x 10" m® (Anexo 2), e= 1,91 mm/m e E = 187,7 GPa (Anexo 7). ‘A Tabela 7-7 mostra de quanto expande cada um dos membros do sistema e relaciona quais 0s segmentos que opdem resisténcia & expansio, ou melhor, que a absorvem. Os segmentos a oferecer resistencia serdo todos aqueles que forem perpendiculares a expansao e que se encon- trem entre os pontos em que 0 movimento encontre restricdo imposta por uma guia, trava ou ancoragem. Observando a Equacio 7-8, nao é dificil ver que um membro submetido a um esforgo sofre uma deformagio proporcional ao cubo do seu comprimento, Sendo o sistema constituido de tubos de mesmo material, diametro e schedule, admite-se que o montante absorvido por cada tum dos segmentos a oferecer resisténcia a expanséo de um determinado membro € expresso por Le Ya 4 (7-10) em que: 1, €0comprimento do membro m [mls L, €ocomprimento de cada um dos segmentos que absorvem a expansao [m]; A, € aexpansio térmica absorvida pelo segmento m {m); A’ €o total de expansio térmica a ser absorvida por todos os segmentos resistentes [ms ‘Tabela 7-7 Comportamento da expansio dos membros do sistema ‘Membro Exo de xpansio Expansio, ‘Segmento.a Opor Resisténcia AB * 7m X 191 mm/m= 13,37 mm 8C,cD BC y 113m X 1,91 mm/m = 21,58 mm AB,CF,PG e z 22,5:mX 1,91 mm/m = 42,98 mm AB, BC, FG FG x 7m X 191 mm/m = 13,37 mm FF us ns Cava € xr Tera 101 ppermitindo assim que se possa estimaras forgas e momentos que o sistema imp@e sobre os pontos de restrigao, + Ancoragem A [A Tabela 7-7 mostra que esta restrig2o suporta esforgos provenientes da expansio dos mem- bros AB, BCe CF. Em A, a forca gerada pela expansio de AB ¢ igual em médulo e direcao & forca aplicada por AB sobre BC, mas apenas de sentido contratio: De a ee Branca Aa = age pe NAT XIO? = 108m [ sx] (7-11) Fang = a Maane =909N [M4] (7-12) By =~ Foye = 309N [=x] (7-13) Expansio de BCsobre AB: Da Secu Fy a et [Sy] (7-14) Frc = EE bps =121N (Y-y] (7-15) Mapeyan = SD Myce = 423. Nem 7-2] (7-16) fas Expansio de CF sobre AB: Dy Borie a iy te 769mm [+2] (7.17) Faas rian = I37LN [id +2] (7-18) \4798Nem[v -y] (7-19) oe Myueioai - cis Merne = 73 Sere *7751N-m [+5] (7-20) uma vez que Be < Nee ag gg ee ee) (7-21) ‘Agrupando os resultados obtid + Restrigoes em De E Expansio de BCsobre AB: «= 4 wwco = T+ Dp Ag = 2,57 mm [Mtr] (7-22) = ey eo = SON Nx] (7-23) Kweo" 7, EI Manco = SE 8 ca * 1782 Nem [hey] (7-24) 102 curio Sexe ‘Tabela 7-8 Forgas e momentos aplicados ao ponto de ancoragem A, Exemplo 7-7, ‘Eixo Forgas [N'] Momentos [ Nm ] = 509 +751 y =m ~ om : sm 2 Expansio de FG sobre EF Apome™ Apg 1337 mim (18x) (7-25) Exgry = BEL yg = 2649 ( Rox] 726) Myyote = Ag 971m [+7] an (Os momentos estimados em 7-24. 7-27 sto anulados por pares de forcas que atuam entre as guias D e E, de modo que a forga total atuante em cada guia pode ser estimada como se segue: Fog = Eyuco +2( Meamco* Marcu | 1159 [ M+] (7-28) 2 Tes Eg = Eeyore ~4{ Mesnce + Moraur | 3299 N [=x] (7-29) 2 Loe + Ancoragem G {As forgas e momentos atuantes na ancoragem Gsio estimados utilizando-se 0 mesmo raci- ‘cinio empregado ao longo do exemplo. ‘A norma ASME B31.3 estabelece, com relagdo aos efeitos da dilatagdo térmica do sistema, que o limite para as tensées secundirias S, deve ser avaliado através das Equagbes 3-10 a 3-14. Em outras palavras, as tensdes S, provenientes de momentos torgores devem ser diferenciadas das tensoes $, provenientes de momentos fletores. Na Tabela 7-8, que indica os valores dos ‘momentos atuantes no ponto A, temos que M, é momento gerado por toro, ¢ M, € M, por flexao. A tensio Sy no ponto A ¢ estimada através das Equagbes 3-10, 3-13 € 3-14, € nao cabe neste caso a utilizasdo dos fatores de intensificagao da Tabela 3-1: Ca FMB _ 4816.61 2,7545 X10 17.486331,9= 17,49 Mpa——_(7-30) 7751 22,7545 X10 (07,49° + 414,079) = 33,1 MPa (7-32) 4.069.704 = 14,07 Mpa (731) Ss: ‘Tabela 7-9 Forcas aplicadas as guias longitudinais De E, Exemplo 7-7 Guia ‘Eixo Forgas [NJ D x ~ 3299 E x +1158 ‘Aaduse 0 Conca ExrntoTemuca 103 ‘Tabela 7-10 Forgas e momentos aplicados ao ponto de ancoragem G, Exemplo 7-7 Eizo Forgas (N] Momentos [Nim } x +2649 1366 y +121 1798 © 171 423 Quanto ao ponto G, temos novamente que M,é momento gerado por torgio, e M,e M, por fexio. Deste modo, (cetera MOABONS CAS _AB1661_—_ = 17.486,351,917,49 MPa (7-33) 2.7545 X10 2.7545 % 10 1366 S-seeaT 2,48 MPa z 2K2,7545 X10 (7-34) S_= V(l7,49* + 4X 2,48") = 18,2 MPa (7-35) (O maior valor de tensdo S_ (panto A) deve ser comparado com o valor de tensio admissivel prescrito pela norma ASME B31.3, neste caso. Para tal, necessitamos dos valores da tensio ad- ‘missivel a 180°C, S.. ena temperatura ambiente, S. Através do Anexo 7, tems 0 valor de S, em 97,3 MPa, e S, em 10,3 MPa. Empregando a Equa¢io 3-11 ow a 3-12, podemos estimar a ten- so admissive S,.. Como neste caso nao ha informagbes sobre os ciclos esperados de temperatu- 1a do sistema, emprega-se o fator fde reducio de tensbes como sendo 1. Considerando 0 siste- ma como sendo suportado adequadamente, a tensio S, pode ser desprezada. Deste modo, uti- lizamos a Equasio 3-11, tal como se segue: $, = (1,25 110,3 + 0,25%97,3) = 162,2 MPa (7-36) ‘Comparando o maior valor de tensio S, (33,1 MPa) com o valor estimado de tensio admisstvel Su verifica-se que o sistema ests aprovado quanto s tensdesocasionadas pela expansio térmica | 7.3.1.2 ANALISE PELO CENTROIDE Bum método de estimativa das cargas térmicas que exige do analista um trabalho um pouco maior do que a andlise da viga cantiléver guiada, mas apresenta resultados conservativos (e, portanto, a favor da seguranga) e condizentes com a realidade. Antes da popularizaclo dos com- pputadores, esta forma de anilise foi considerada durante muito tempo a mais precisa das meto- dologias dispontveis, A andlise pelo centréide consiste em considerar que a expansio de um determinado sistema pode ser estimada empregando-se como referencia o centro de gravidade deste sistema. Em outras palavras, enquanto 0 método da viga cantiléver guiada consiste em estimar como a expansio de uma determinada seglo do sistema é absorvida pela secdo vizinha, aanilise pelo centroide verifica o sistema como um conjunto unificado, levando em considera ‘fo inclusive a flexibilidade dos tubos em curva. Entretanto, este método ndo considera a atu- ‘aga das restrigdese suportes sobre o sistema, ou mesmo a eventual movimentagao dos bocais, fato a ser levado em conta em sta utlizacao. Além disso, a complexidade do trabalho cresce consideravelmente conforme o tipo de sistema, afirmaca esta que pode ser verificada compa rando-se 0s Exemplos 7-8 e 7-9. Nao é apresentada neste capitulo a andlise de sistemas tridimensionais através deste método, uma vez que fugiria a0 escopo desta obra. A quern desejar se aprofundar no assunto, recomen- da-sealeitura do capitulo “Expansion and stresses”, de Piping Design and Engineering, da Grinnell Inc., obra que é uma importante referéncia na drea, 104 cortaSere Exempto 7-8 Considere o sistema bidimensional apresentado na Figura 7-11. Estimar através da andlise pelo centrdide, as forcas, momentos e tensdes geradas pela expansio térmica, partindo dos seguintes, dados: diametro nominal de 12 polegadas, ch standard; tubos em ago-carbono ASTM A-106 Gr B; temperatura de projeto, 180°C; norma aplicivel, ASME B31 3. ¢ mg 5m 10m Gri t Coordenadas Ponto x Y @ 0 0 b 15 0 © 15 10 a 25 10 e 25 f 30 Figura 7-11 Esquema fora de escala, do sistema do Exemplo 7-8 Partindo do material especificado e da temperatura de operagio, temos J = 1,163 X 10+ m‘, W=7,18 X 10m (Anexo 2), e= 1,91 mm/me E = 187,7 GPa (Anexo 7). O préximo passo élocalizar 0 centro de gravidade ou centr6ide do sistema. Denominando x’ y’ as distincias do centro de gravidade de cada membro ao ponto de referéncia, eL o comprimento de cada mem- bro, o centréide do sistema é determinado pela somatéria dos produtos individuais destas dis- tancias pelo comprimento. A Tabela 7-11 apresenta a metodologia, empregando o ponto acomo referencia. ‘Tabela 7-11 Calculo do centrOide do sistema da Figura 7-11 Pontos Coordenadas Membro. =k CG_siEx’ Gy’ y x Dp a Pepe ss. amas | 6 ° ’ 15 Creniabre Mie jo dais, Ss 50 Ko ASUS AOA Are ed fii I8 i109. 200 18 id in aS cA we? GS peiiiotses 78-0 ate eB Gs 5 ae Grae sare asts 9 Ey fase s EL=45 Zbx = 75 ELy =2125 ‘Akuse vas Cancas oe Exvancio Tesweca 105 Deste modo, podemos estimar as coordenadas do centro de gravidade do sistema: soe 7S Fo ais (737) ga dele y _ 21,5 Para determinar as forcas geradas pela dilatagao, é necessério antes determinar 0s momen- tos de inércia do sistema. Para tal, é necessario determinar os momentos de inércia de cada membro. Entretanto, a referéncia para o célculo destes momentos devera ser 0 centro de gravi- dade do sistema, endo mais o ponto utilizado inicialmente como origem (neste exemplo, o ponto a). As equacdes para a deterrninacdo dos momentos de inércia de cada membro, para um siste- ma bidimensional, estio dispostas a seguir: (7-39) (7-40) (7-41) Empregando estas equagdes, podemos agora determinar os momentos de inércia eas forcas «que atuam no sistema, conforme a Tabela 7-12. Bite Sle be e.g.) =700193N (7-42) L ttyl, iis em que L,¢ L, sto as distincias entre os pontos iniiale final do sistema. E+] =2941,94N (7-43) ‘Tabela 7-12 Calculo dos momentos de inércia do sistema da Figura 7-11 Jy a-b quasio7-41 609,93 J, a-b Equagio7-39 33449 J, a-b Equagio7-40 139352 ‘be Equacto 7-41 -309 “bre Equagio7-39 8410 | bee ‘Bquacdo7-40 12,35, sed Equasio7-41 205,28 end Equaglo7-39 27885 ead Equagdo7-40 234,57 ‘dee Equasio 7-41 12346 de Equagio7-39 49,00 d-e ‘Equayio7-40 395,06, ef Equasio7-41 1582 ef Equiglo7-39 039 «eof Equayio 7-40 658,95, Ely, = 95139 “Ey, = 74653 2), = 264d 106 currmo See 36181 i 16.1 4 Figura 7-13 Disposigio do centrde e foreas no sistema do Exemplo 7-8 © produto destas forgas pela distincia entre um ponto ¢ 0 centrdide nos fornece 0 momento atuante neste determinado ponto. Deste modo podemas estimar os momentos atuantes nos bo- «ais. O sinal positivo indica um momento no sentido anti-horirio, eo negativo, sentido horério. M, = Fy.) + Fe(Ye F) = 10.555,6 Nem = -10,6 kN-m (7-44) M,= Fxj—X) + F,(y~F) =38.693,14 Nem = 38,7 KN'm (7-45) O momento maximo ocorre no ponto mais distante do centréide. M, = F..(0,—¥) + F, J) =33.573,62. Nem = 33,6 kN, (7-46) (5-8) + F.(y.-¥) =-44.445,7 Nem = 445 kom (7-47) My = Fels X) + Fy (ys J) = 15.0262 Nem = -15,0 kom (7-48) Conseqiientemente, a tensio maxima no sistema estaré localizada exatamente neste ponto: = Mae, = 44445,7 Sa We Fe =61,9 MPa (7-49) ‘Comparando S.,, com 0 valor de tensio admissivel S, para o material na temperatura de ‘operagio (Anexo 7), podemos verificar se esta configuragdo do sistema esté aprovada ou nao. Através do Anexo 7, sabemos que a tensio admissivel a 180°C, 5, = 97,3 MPa na temperatura ambiente, S; = 110,3 MPa. Empregando a Equacao 3-1 1, podemos estimar a tensio admissivel ‘S, = 162,2 MPa, Como S.,, = 61,9 MPa, podemos afirmar que o sistema € aceitivel quanto as, tensbes geradas pela expansio térmica. Entretanto, sea tensio maxima tivesse apresentado um valor maior do que o da tensio admis- sive, isto ndo significaria necessariamente que o sistema estivesse reprovado, uma vez que ndo foram consideradas as curvas, Esta simplificacdo implica estimar tenses mais elevadas que as re- ais, uma vez que a presenga de tubos em curva faz com que o sistema seja muito mais flexivel. Exeupto 7-8 Considere o sistema bidimensional apresentado na Figuta 7-14. Estimar através da andlise pelo centréide as forgas, momentos ¢ tensdes gerados pela expansio térmica, partindo dos seguintes dados: didmetro nominal de 12 polegadas, sc standard; tubos em ago-carbono ASTM A-106 Gr B; curvas de raio longo; temperatura de projeto, 18°C; norma aplicavel, ASME B31.3. (Coordenadas Ponto ¥ ¥ a 0 0 b 14,543 o ¢ 15,000 0457 a 15,000 9,543 e 15,457 10,000 f 24,543 10,000 £ 25,000 9543 h 25,000 5457 i 25,457 5,000 j 30,000 5,000 Figura 7-14 Esquema, fora de escala, do sistema do Exemplo 7-8, Tal como no exemplo anterior, primeira etapa do processo de resolucdo consiste em deter- ‘minar o centro de gravidade do sistema, o que é mostrado na Tabela 7-13. Desta vez, entretan- to, devem ser consideradas as coordenadas dos centroides de cada curva. A posigao do centrdi- de de um tubo em curva de 90° pode ser determinada através do item a da Figura 7-15. Para ‘qualquer outra curva, com Angulo entre 0 ¢ 907, podem ser empregadas as Equagdes 7-42 a 7-45, referentes ao item b da Figura 7-15. a 0363.8 ' oa) o6a7 A | a = (067-8 "|0.363- A @ a Figura 7-18 Determinaso do centro de gravidade de tubos én eurva. 108 Curran Se ‘Tabela 7-13 Célculo do centréide do sistema da Figura 7-14 Pontos Coordenadas Trecho os cc x y L Bee bee a 000 © 000 bMS 72710575000 o 454000 be 542 4838045017 0.90 * 1500046 ed 909 (150013628 -5.00 459 a 1500954 he 542 SIT 8226983 e 1346 1000 ef 909 20.00 © 181,71 1000 90.86 f mS4 1000 fg 542 483 SK7L 9833.4 s 2500954 gh 409 25001014. 7.50 30,64 h 2500 546 542 25173651 5.62 30.50 i 46 500 4540 778289750 4 3000 5.00 HL = 6301 Hex" = 108579 -BL-y"= 32773 aw CE [254] (ngalos em radianos) (7-50) @-@) “L2 +8 = Ase z ] (7-51) CHA cof 244] (7-52) D=R-c (7-33) (© comprimento L dos tubos em curva, para este tipo de anilise, deve ser estimado levando- se em consideracio a flexibilidade destes elementos. Isto ¢ feito através da utilizagao de um fa- tor de forma ou de flexibilidade, denominado fator K, 0 qual é especifico para tubos em curva. mR ; (7-54) em que 12 +10 2B +1 8) 4:tR i (7-56) sendo Do diimetro externo do tubo ¢ ta espessura da parede do mesmo. ‘Apés estas consideracdes, é possivel estimar a posigio do centrdide do sistema: La’ _ 1095,79 * = S2 722m on Dey _ 073 (7-58) LE eon ‘ise ous Cams oe Exemusto Teewes 109 ‘Mais uma vez ¢ necessério determinar os momentos de inércia de cada membro do sistema, ‘somente que neste caso devem ser consideradas as curvas. Asequagdes para a determinaco dos momentos de inércia dos tubos em curva, para um sistema bidimensional, estio dispostas a seguir: J,=0,149- KR? +1371 Re (7-59) Jy= 0149 K-R + S71 -K-Roe (7-60) Jy= 20137 KOR + 1STL Ke Rexey (7-61) (Ossinal do 1.* termo de J, (Equagio 7-61) depende da posigio do tubo em relagdo ao sistema de coordenadas, ‘Supondo a origem do sistema de coordenadas XY no CG da curva (Figura 7-17), deve-se entio verificar se 0 eixo da abscissa ou a ordenada cruzam com a curva em questio. ‘+ sesomente um dos eixos cruzar com a curva, 0 sinal do 1.* termo de J, ser4 positivo. + se somente dois ou nenhum dos eixos cruzar com a curva, o sinal do 1.° termo de J, ser negativo. Empregando estas equacdes, podemos agora determinar os momentos de inércia ver Tabela 714), ‘As forgas que atuam no sistema podem entao ser estimadas: e+ B+ J = 4857,55N (7-62) e+ E+] = 1843,70N (7-63) Figura 7-16 Curva bidimensional de 97 ay cs annex a Figura 7-17 Sistema de coordenadas com origem no CG da curva, 110 cumuo Sex ‘Tabela 7-14 Clculo dos momentos de inércia do sistema da Figura 7-14 Jy ob Equagdo 7-41 75246 J, ab Equacdo 7-39 393.05 J, arb Equiglo 7-40 169682 bee Equigl07-61 65,11 ee ‘Equacio7-59 13743 | bee Equasio?-60 31,07 ed Equgdo7-41 402 cd Equagio 739 6286 end Equio7-40 44.94 de Equagio7-61 51,62 d-e Equagio 7.59 11659 dhe ‘Equicio7-60 23,07 ef Equsdo7-41 1210 ef Equagio739 20344 ef Equasio7-40 132,52 Fre Equaglo7-61 191,14 fg Equasio7-59 11659 fg Equaio7-60 31409 Gh Equigdo 7-41 73.11 eh Equacio7-39 2732 gh Equaclo7-40 247,04 ‘hei Equagdo7-61 1837 i Equagio7-59 108i Equaglo7-60 4207 ij Equasdo7-41 -948 tj Equaydo739 0.18 ij,‘ Equasio7-40 509,10 Z]y= M6421 Eh = 106485 2)=3H0n ‘em que L, €L,,sio as distancias entre os pontos inicial e final do sistema, (O produto destas forgas pela distancia entre um ponto ¢ o centrdide nos fornece o momento atuante neste determinado ponto, Deste modo podemos estimar os momentos atuantes nos bocais. O sinal positive indica um momento no sentido anti-horario, ¢ o negativo, sentido ho- ririo. M,= E,: (x,=2) + F, (Y.-F) = -6502,65N- m= -6,5 KN m (7-64) M,= F,. (3-X) + F,> (y;-7) = 24.520,65 N-m=24,5 KN-m (7-65) ‘O-momento maximo ocorre no ponto mais distante do centroide mas, como estamos agora considerando as curvas, este ponto nao é 0 mesmo do exemplo anterior: M= Fy (xj) + E,- (;-F) = -26:579,66N - m ~-26,6 kN +m (7-66) A tensio méxima no sistema estaré localizada exatamente neste ponto: Mus _ 26.579,66 = Mee =37,02MPa z Seu = T= aap 7 SOM (7-67) Comparando Sy. com 0 valor de tensio admissivel $, de 162,2 MPa, novamente verfica- ‘mos que esta configuracio esté aprovada quanto as tensdes geradas pela expansdo térmica. Tam- bbém podemos observar que o valor da tensio méxima ficou bem abaixo do estimado no exem~ plo anterior, comprovando aafirmacio de que considerara presenca de tubos em curva naanilise faz com que o sistema apresente menores tensbes, pois 0 conjunto sera mais flexivel e assim absorverd melhor a expansio do material. Se houver a exigéncia de maior exatidio, € importante observar que na realidade 0 ponto mais préximo do centrdide ndo ¢ exatamente 0 ponto fe sim o centrdide da curva fg. Neste «aso, 0 cileulo da tensdo maxima fica ligeiramente diferente, pois deve-se empregar o fator de intensificagao de tensio (Tabela 3-1) relativo a tubos em curva, conforme indicado pela ASME B31.3 (Equagio 3-13). Este fator deve ser o fator para momentos no plano, pois este é um siste- ‘ma bidimensional, e portanto todos os momentos estdo agindo no plano. Entretanto, como & diferenca entre um resultado e outro pode ser considerada pequena, optou-se por nio desen- volver a resolucio deste exemplo nesta diregio. Z 7.3.1.3 méToDO ANALITICO GERAL SIMPLIFICADO Este método é uma simplificagio do Método Analitico Geral originalmente apresentado em 1941 em Design of Piping Systems, da MW Kellogg Company, o qual é baseado nos conceitos do ‘Teorema de Castigliano. O Método Analitico Geral pode ser aplicado a qualquer sistema de tubulagoes, sem qualquer limite no nimero de ramificagdes, pontos ou tipos de restrigao. Entre~ ‘Exempto 7-10 Arias os Caves oe ExpusioTemaca 111 tanto, tal método apresenta uma alta complexidade, compativel com o alcance das possiblida- des de aplicacao e precisio dos resultados. Por sta vez, a versio simplificada deste método, de- nominada Método Analitico Geral Simplificado, também desenvolvido pela Kellogg Company, € adequado para a analise dos efeitos da expansio térmica de sistemas bidimensionais e tridi ‘mensionais, fornecendo resultados com rapidez e razoavel precisio, desde que algumas condi- $6es sejam atendidas: + Osistema deve possuir somente duas extremidades. + Asextremidades nio devem ter movimentagdo (ancoragens). + Nao devem existir restrigdes a0 longo do sistema, + Nao devem existir ramificagbes. + Todos os membros devem ser retilineos e ortogonais entre si (Os sistemas que possam ser representados adequadamente dentro dos limites destas condigées podem ser analisados por este método, alcancando resultados tio precisos quanto a anilise pelo ccentréide, A quem desejar se inteirar da fundamentagao tedrica do Método Analitico Geral eda sua versio simplificada, recomenda-se a leitura da jé citada obra Design of Piping Systems, assim ‘como do capitulo correspondente a0 método, escrito por Boris Makarenko, na obra Tubulagdes Industriais, de Pedro Silva Telles. Aqui, o Método Analitico Geral Simplificado sera discutido di- retamente através de exemplos numéricos, sem pretensOes de aprofundamento tebrico. Considere o sistema bidimensional apresentado na Figura 7-18. Estimar através do Método Analitico Geral Simplificado as forsas, momentos e tensbes gerados pela expansio térmica, partindo dos seguintes dados: diimetro nominal de 12 polegadas, sch standard; tubos em a¢o- carbono ASTM A-106 Gr B; curvas de raio longo; temperatura de projeto, 180°C; norma apli- cfvel, ASME B31. ¢__ 10m @ om tom oom" a ’ Coordenadas Ponto ® y a 0 0 b 15 0 c 15 10 a 25 10 e 25 f 30 Figura 7-18 Esquems, fora de escala do sistema do Exemplo 78, 112 carnao see Tabela 7-15 Planilha 1 do Método Analitico Geral Simplificado, para sistemas bidimensionais Unidade D-ditmetro externa 0.27305 m Anexo 2 1 espessuraparede 0.00827 = Anexo 2 ‘J-mom. inécia da seeio 0.000116 im Anexo 2 W- médulo resist. segio o.000718 mi Anexo 2 Fy-méd-elasicidade quente 187.7 X 10° Pa Anexo7 E.~ bd asticidade fio 1,926 10° Pa Anexo7 Material A-106—r8 ‘Temperatura 180 < ‘¢~coeficiente expansion 0.00198 mim Anexo7 ifs 30 m (7-68) i 5 m (7-69) ax 0.0873 m 7-70) ay 0.00955 m on BJ ae 1.250.8309 Nem on Beyay 208471,8 Nem’ Belay 773) ‘Tabela7-16 Planilha 2 do Método Analitico Geral Simplificado, para sistemas bidimensionais Vaid, Membro we he ed ef mx xinicial ° 15 15 = 8 m y—yinical ° ° 10 10 5 o a-sfinal as) os 25 254 an m yp yhinal ° 10 0 5 5 m L a oe 0 5 5 belly 3+ U9 (7-78) CG « gots ols 20 3 Ms a= (y-x)/2 (755) yCG 6 ° 5 wo 75 5 b=Gy-WIt (7-76) » aan 1875083338333, 2.083 2,083 wna om Posigio —harlzont. verti. horizon. vertc. horizont. Soma » a 15 0 10 5 5 L 5 mt Aa 125 150 2005S Aa 078) 7s mt Ab ° Di poe EL Ab 7-79) 2125 m Aab 0 750 «= 2000 937.5 687.5 Aab 7-80) 4375 m —Aaa—horizontal 1125 4083,33 37167 Aaa tA (LYN m Aaa vertical 2250 313s Aaa mn Ana 1125-2250 4083,33. «38253791467 14375 m—Abb-horizontal 0 1000 ns Abb (7-83) mm Abb—vertical 333,333 29187 Abb+A (EZ — 7-84) @ Abb © © 333333 100029167 2s 1750 use vs Cums e Bowe Tawa 113, PPartindo do material especificado e da temperatura de operacio, temos J = 1,163 X 10m',W = 718 X 10m? (Anexo 2), e= 1,91 mm/m, E, = 187,7 GPa, para 180°C ¢ E, = 192,6 GPa, para 21°C (anexo 7). ‘Tal como na anilse pelo centroide, 0 método estima as coordenadas do centro de gravidade ‘es forcas resultantes da expansio, para destes dados determinar os momentos em cada ponto ccritico (extremidades de cada membro) ¢, conseqtientemente, as tenses maximas nestes pon- tos. A vantagem deste método diante dos demais ¢a planilha de cilculo, apresentada neste ca- pitulo er uma forma resumida e adaptada as unidades SI. O preenchimento da planiha érela- tivamente répido e simples, de modo que as chances de erro sio menores e o emprego é muito rético. As planilhas que se seguem ao longo deste exemplo sio especificas para sistemas bidi- ‘mensionais. Pode-se observar que 0s valores de forgas, momentos ¢ tensbes sio idénticos aos obtidos atra~ vvés da andlse pelo centr6ide. Por outro lado, comparando-se as tabelas e equagbes dos Exem- los 7-8 e7-10, nota-se também que as planilhas do Método Analitico Geral Simplificado con- ‘cedem ao analista uma maior clareza ao célculo e, conseqiientemente, diminuem a margem de erro ¢0 tempo despendido, ‘Tabela 7-17 Planilha 3 do Método Analitico Geral Simplificado, para sistemas bidimensionais Unidade m X istuin X= Aa/A (7-85) m % amma Xm Absa 7-36) ® my 07468278 smc = (Abb = A-¥29/1000 7) w sm, 0.9813889 sm = (Aab— A+X,-¥9/1000 7-88) w mi, 2,6044444 mas (Aaa — A-X29/1000 (7-89) mw my 063368 Py hg Mh 7-9) Nim’ N, — —1130,606 (=~ (Bh J x/(1000 133) ray Nim’ N -188.843 ~ (Eh-J-A9)/(1000 133) 792) N FR 73225629 Fa Neo mgt Noy (793) N B ~1216317 Ea Ne mst Noms 7-94) Nem M, —~4364,086 M= FOX Be, (795) ‘Tabela 7-18 Planilha 4 do Método Analitico Geral Simplificado, para sistemas bidimensionais Unidade Ponto a » « 4 e € m x ° 6 15 25 2 30 m y o ° 10 10 5 s m x i6itL 16116666 LE m % 4m Am gma Nem M, 436% 10 =139X 10" 184X 10" 621 X10" =9.92 x 10° ~1,60 x 10" im Z TAB LO 718 X10 71X10 718% 1+ 7,18 X 10-4 7,18 % 10 MPs 5; 607s 19,332 2559368213810 22,280 (ex) (7-96) em que ~R-y- +

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