A sociedade medieval era dividida por diversas línguas e nações após a Torre de Babel. A Igreja promovia o latim como forma de unidade, mas isso isolava outros grupos. As cidades emergiram como centros econômicos e políticos, porém continham desigualdades internas e exploravam as áreas rurais circundantes.
A sociedade medieval era dividida por diversas línguas e nações após a Torre de Babel. A Igreja promovia o latim como forma de unidade, mas isso isolava outros grupos. As cidades emergiram como centros econômicos e políticos, porém continham desigualdades internas e exploravam as áreas rurais circundantes.
A sociedade medieval era dividida por diversas línguas e nações após a Torre de Babel. A Igreja promovia o latim como forma de unidade, mas isso isolava outros grupos. As cidades emergiram como centros econômicos e políticos, porém continham desigualdades internas e exploravam as áreas rurais circundantes.
Aluno: Dimersom Bento de Arajo turma: A01 Professor: Pe. Dr. Jos Luiz de Castro disciplina: Histria Medieval
FICHAMENTO A SOCIEDADE CRIST (X-XIII)
SOCIEDADE DIVIDIDA: a torre de babel
Aquele sonho de unidade, no foi possvel de realizar. Nem mesmo as cruzadas
conseguiram fazer e refazer. Nesta poca houve uma ruptura poltica, entre o bicefalismo: papa e imperador. Comeam percebendo que h uma diversidade entre as naes e as lnguas. Os clrigos apontam a diversidade das lnguas como uma consequncia do pecado original, remetendo, sobretudo, Babilnia, me de todos os vcios. A sociedade medieval usava da imagem da torre de Babel para representar a infelicidade da diversidade de lnguas. Para eles eram sempre um dilema. Queriam saber quantas lnguas tinham no mundo. Para os clrigos da Idade Mdia tentavam exorcizar a sombra de Babel. O instrumento a ser usado era o latim. Isso porque, o latim tinha feito essa unidade na civilizao medieval. Era um latim inodoro e inspido, um latim de casta, um latim dos clrigos, um instrumento de massa do que de comunicao internacional. Por esses motivos, acabam isolando os grupos que no gozam do privilgio de compreender a lngua latina. O latim com isso foi entrando em descrdito, porm foi preciso obrigar os universitrios e os colgios a estudarem, e os proibindo de abandonar por causa das lnguas vulgares. Com esse esprito unificador, aqueles que possuam o esprito nostlgico que querem o regresso da lngua unificada, que garantia a pureza. Pois, como acreditavam que a torre de babel um smbolo de disperso e do orgulho do homem, e que foi possuda pelo sat, ento aquele que no falar o latim um brbaro. Contudo, essa sociedade dividida parecia condenada desgraa social. Mas tinham aqueles tambm que acreditavam na diviso de grupos legitimando a diversificao lingustica e nacional. Com isso, j abriam a uma possibilidade de entender uma miscigenao das lnguas e costumes, prestes a enveredar rumo ao pluralismo e a tolerncia. So Toms de Aquino afirma no sculo XVIII, que todas as lnguas so capazes de levar ao homem verdade.
A CIDADE E A SOCIEDADE URBANA
As benfeitorias e a sujeio parecem equilibrar-se melhor no seio de outras
comunidades aparentemente mais igualitrias: as comunidades de aldeia e as comunidades urbanas; As comunidades rurais opem, muitas vezes, uma resistncia vitoriosa s exigncias senhoriais. A sua base econmica essencial; A comunidade de aldeia no igualitria. Alguns chefes de famlia dominam e conduzem em seu proveito os assuntos da comunidade; Muitas vezes formam a guilda ou confraria de aldeia, pois a comunidade alde tambm no , em geral, herdeira de uma comunidade rural primitiva, mas uma formao social mais ou menos recente, contempornea desse mesmo movimento que, no campo como na cidade, devido ao progresso dos sculos X-XII, criou instituies originais; No sculo XII, no Ponthieu no Laonnais, estalaram insurreies comunalistas ao mesmo tempo nos campos e nas cidades; nos campos, os camponeses formaram comunas coletivas, baseadas na federao de aldeias e lugarejos; Quanto a Itlia o nascimento das comunas rurais foi simultneo com o das comunas urbanas. Pressente-se o papel capital em ambos os casos desempenhado pelas solidariedades econmicas e morais constitudas nos grupos de vizinhos; A este fenmeno e a esta noo, viciniae, fundamentais, opem-se os fenmenos e as noes ligados aos estrangeiros; o bem vem dos vizinhos e o mal vem dos estrangeiros; As viciniae, depois de se estruturarem como comunidades, estratificam-se e surge sua frente o grupo dos boni homines, os homens bons; Na cidade e nas corporaes e as confrarias, que tratam da proteo econmica, fsica e espiritual dos seus membros, no so as instituies igualitrias que frequentemente se julga. Embora, vigiando o trabalho, elas combatam com maior ou menor eficcia a fraude, a falsificao ou a contrafaco; As corporaes so hierarquizadas e, se o aprendiz um patro em potncia, o trabalhador a soldo um inferior sem grandes esperanas de promoo. As corporaes deixam de fora duas categorias cuja existncia falseia, fundamentalmente, a harmoniosa planificao econmica e social que o sistema est, teoricamente, destinado a instaurar; No cimo, uma minoria de ricos que, em geral, sustentam o seu poderio econmico com o exerccio direto, ou por interposta pessoa, do poder poltico escapam golilha das corporaes; Ora se agrupam em corporaes, ora ignoram pura e simplesmente os entraves das instituies corporativas e dos seus estatutos; So os mercatores ou dadores da obra, que dominam localmente uma dada mercadoria da produo da matria-prima at venda do produto acabado; A Igreja exigia aos fiis, e especialmente aos mercadores, que ao morrer, e para ter garantido o cu, pelo menos restitussem por testamento as quantias que, mediante usura ou algum tipo de exao, tivessem recebido indevidamente; As comunidades rurais e urbanas, embora oprimindo o indivduo em vez de libert-lo, baseavam-se num princpio que fez tremer o mundo feudal; A vicinia, grupo de vizinhos, aproximados uns dos outros por uma proximidade inicialmente territorial, transforma-se numa fraternitas, fraternidade; Em Soest, em meados do sculo XII, um burgus que tivesse causado dano fsico ou material a um concivis, um co-burgus, tinha de renunciar ao direito de cidadania. A fraternidade transformou-se, por fim, em comunidade jurada, conjuratio ou communio; Unia os iguais a tal ponto que, se a desigualdade econmica no pudesse ser eliminada, teria de combinar-se com frmulas e prticas que salvaguardassem o princpio da igualdade de todos os cidados; Para os homens da terra, da floresta como da charneca, a cidade ao mesmo tempo um objeto de atrao e de repulsa, uma tentao; A cidade medieval no , a primeira vista, um monstro assustador pelo tamanho. No incio do sculo XIV, muito poucas cidades ultrapassam, e por pouco, os cem mil habitantes: Veneza e Milo; A cidade medieval toda ela penetrada pelo campo. Os habitantes levam a uma vida semi-rural no interior de muralhas que albergam vinhas, hortas e at prados e campos cultivados, gados e estrume; O contraste entre a cidade e o campo foi mais forte na Idade Mdia que na maior parte das sociedades e civilizaes; As muralhas de uma cidade so uma fronteira. Os muros, com as suas torres e as suas portas, separam dois mundos. As cidades afirmam a sua originalidade, a sua particularidade, representando ostensivamente nos seus brases as muralhas que as defendem; A cidade sempre, no Ocidente medieval, o smbolo do extraordinrio; A cidade da Alta Idade Mdia a sede do poder poltico e do poder religioso, residncia do rei ou do conde, do bispo, o nico local onde h monumentos, tijolo, pedra, o local onde se acumulam os principais tesouros, a praa cuja conquista, saque ou posse do riqueza e prestgio; Uma funo nas cidades do Ocidente primordial, funo que reanima as velhas cidades e cria outras novas: a funo econmica funo comercial e, dentro de pouco tempo, artesanal; O abade do Mosteiro de Santo Heriberto, o clebre Rupert, esboou, com auxlio da Bblia, uma histria anti-urbana da humanidade; Caim fora o inventor das cidades e foi imitado por todos os maus, pelos inimigos de Deus. Pelo contrrio, os patriarcas e, de um modo geral, os justos, os que temem a Deus, viveram sempre na tenda, no deserto; Instalar-se nas cidades escolher o mundo e, de fato, o desenvolvimento urbano favorece com a fixao ao solo e com o desenvolvimento da propriedade e do instinto de propriedade uma mentalidade nova, principalmente a opo por uma vida ativa; Outro fator que tambm favorece a expanso da mentalidade urbana o nascimento, que no tarda a verificar-se, de um patriotismo citadino; A sociedade urbana conseguira criar valores comuns, em certa medida, a todos os habitantes: valores estticos, culturais e espirituais. O orgulho urbano era, primeiramente e acima de tudo, caracterstico das regies mais urbanizadas: a Flandres, a Alemanha, a Itlia Setentrional e Central; Mas qual o papel e qual o futuro dessas ilhotas urbanas (Milo, Gnova e Florena) de terra do Ocidente? A sua prosperidade, em ltima anlise, s da terra pode viver; As relaes entre cidades e os seus arrabaldes rurais so complexas. primeira vista, a atrao urbana favorvel populao do campo. O campons emigrado encontra na cidade, em primeiro lugar, liberdade; A cidade tambm explorao do campo. Conduz-se como o senhor. O senhorio urbano, que exerce o seu direito de ban no arrabalde (banlieue), explora-o, principalmente, no aspecto econmico; As cidades criam um artesanato rural barato que dominam por completo; Os pases em que as cidades formam durante muito tempo a ossatura econmica a Itlia e a Alemanha vo ser os ltimos a alcanar, no sculo XIX, a unidade nacional. A sociedade urbana medieval no tinha a sua frente nenhum futuro histrico.
Referncia bibliogrfica
LE GOFF, J. A Civilizao do Ocidente medieval. Lisboa: Estampa, 1983, pp.30-
LE GOFF, Jacques. SCHMITT, Jean-Claude. Cidade. in Dicionário Temático Do Ocidente Medieval. (Coordenador de Tradução Hilário Franco São Paulo. Editora EDUSC, 20