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Sm lll oeaponentes dt Interpretacio, david ball PARA TRAS E PARA FRENTE UM GUIA PARA LEITUNA DE PEGAS TEATRAIS 9 y | Petia Za ‘Thelo do eriginal inglés Backwards & Fonsards Copyright © 1983 by the Boar! of Trusts, Sauer Incts Dados Internacionais de Catalagagdio nz Publicagte (CIP) iCiehare Brasileica do Livio, SP, Brash wi Por tras para frente = umn pula para leita de pogas teatrals # David Ball; iradapf0 ais Coury], — Sie Pauls; Perspectiva, 2003. — 78 ¥diigids por 3-Guiasburg) “Tuto ceignal: Backwards end forwards, 1 reimpr da 1. ed. de 1999. ISDN 85-272-0207-1 Leitura = Commprocnssio 2, Pogas seats 3, Shakespeare, William, 56-1616 - Tésnice 44 Teatro ~ Histéris © exfiea S. Teatro - Precugio ce diregho 6, Teato - Téemiea 1 Guinsourg J H. Talo, HL Série, os.0113 coos Indices para catdlogo sistemsnio: 1. Ragas tearale Lettre > Literatura 8082 1 edigho = 1 reiepressio Dircitos reservados em lingua portugeosa & EDITORA PERSPECTIVA 5.4. ‘Av. Brigadeino Luss Ansonia, 3025 ‘01401-000 - $a Paulo ~ SP = Bes ‘Teel (11) 3885-8988 woevcedoraperspectiva come 2008 SUMARIO APRESENTAGAQ = Nanci Fernandes . PREFACIO= Michael Langham... ++ eae INTRODUGAO .-..sceseeescteererenersneeerss IT IMEIRA PARTE—A FORMA 1. 0 que Acomece ¢ Fas com que Oura Cos Aeon [eg@? eo eeeeee » Faque Aeantece Depois?- 1 Mas Faga-o para Tritt... exs0000+ J Esrase e lntrusto \ @bsricuto, Conflito (0 Ieiortincia é Bem-Aventtranga. «+ ‘Oque € Teatrat ....« SEGUNDA PARTE ~ 0S METODOS & Exposigdo 2 Oy Para Brea ~ Avis peo. que Vom Depois =» 88 10, Auséncia das Pessoas (Personagem) ....--0.-- 87 If, Imagem 4 Sieectiotanersecess BE 12, Tama. 02-2000 zane 10D TERCEIRA PARTE - SEGREDOS E TRUQUES pooricia 13. Informagdo Contextual (Background). ......--- 13 14, Confianda ao Dramaturge ....0.+--rerreeeee US 15. Familias... apeiron ee 16. Efeito Generalizado ~ Town, Atmosfera 119 17, 0 Fator Gnico st 121 18. Mucanga de Epacas -.- 19, Climax +++ : 20, Comegas/Fins ..-..0.-2206 21. Releituras. ‘3 Ee que Vou Depois?.. sere APRESENTACAO FF possfvel ensinarse a eserever pegas de teatro? Ou, en w palaveas: existe algo que se possa aprender além da ae da prtca de fore ver teatto? [istas so algumas das questdes que esto na riz de mi- hs entrada no-Curso de Dramaturgia e Critica da Escola de ‘vie Dramaétiea, Desde entio. autras questves se acrescenta- ‘ann & minha pesquisa Sobre 0 que bam fentro ~ neste aspec- \isvisto nd@apenas sob ue crtério purammente estético-tteri- vo. mas igualmente sob o-enfoque de sua carpiniaria, di €5- ‘uti praprtamente dita do texto teatral. Se Shakespeare, por compl, €-um dos paradigias de tom teatro, € impossivel eoursetambém a exceléacia das perasde um Feydemoude tina Labiche. Hi um lugar especifieo na.arte teatral em que fiona outra arte penetra 6U s€ Ihe aprosima, Este lugar cspeeifieo & 6 da estratura do texto € de-suas convengSes. (0 gnero dramatico no se situa nem no subjetivismo da ica = embora possa dela emprestar tragas ou aspectos ~ nna historieidade da narrativa pica = da qual, ne Mage 9 Média modcrnamemte (Claudel e Brecht), muitase aproxi- ‘ou ¢ hauria para temiperir a sua configuragSo-de mundo. Teatro, no dizer de Aristétcles, € mais polfica de todas as artes porque se sitw ne-espago em que of homens vivem 4m gelacii. Quer isto dizer que, no exato momento em que ‘esta relago revive ~ no aqui e agora do presente ~ 0 teatro seontece ese configura enguanie tal, Nem antes no prssado © hema depois-no futuro. O teatro nvé a arte do possivel ou bo Imaginivel: 6a arte do viver engquanio ele dura. Tais reflexes vém-mea mente ao releraexcelentctradue so que Leila Coury fer da obra de David Ball, Come professo- rade alunos-atores, por muite tempo ela perseuiu a questo: € passtvel ensinar a atar a Vee ea Evrevaee teatro? Quando sua sobrinha prescnteou-a com Backwards ane Forwande para subsidiar-suas dwvidas, a professaca de.“Introdugiia a0 Tea- 180 da Escola de Arte Drama fer de sua radugio mimea- grafada do livio a base de suas aulas a fim de suacarreira ‘ome professora de teatro — pura proveito des alunos-atores (que a utilizaram ininterruptamente até 0 momento, na falta de sua edig0 em livro, Stage que-esté sanada com a prescmte publieagio. Neste ponto, cabe um rapido esbogo do perfil de Leila ‘Coury (1919-1999): fermada em Letras Clissicas e Portugués, ‘la 56 aposentowi como professora secunssria e Inspetora Fe slcral de Ensina. Sua tajetiria na Escola de Arte Dramaitica iniciou-se logo apis a fundagio desta por Alfredo Mesquita ‘em 1948 e contingou na transteséncia da EAD paraa USP om 1968, onde lecionow até 1990, Como se vE,miais de 40 anos dedicados an ensino-de teatro, Sua ida para EAD prondeu-se 4 nevessidade, na época, deumeurso de Portugués ni Escola, oqual em 1952 incexpo- Fou como seu €ito 6 tema da Mitologia Grega. No entanto, anos afora a Prof, Leila supriu mo seu curso as necessidades, de matérias que desbordavam da grade hordria eeu ensino ola prazeirosamente accitava: Histéria da Arte, Linguistica, Literatura Dramitica ete. est itima, tendo sido a que mo- tivon seu imieresse por Barckwards and Forwards, Dizer-se que Para Tris ¢ Para Frente, de David Ball, dispensn a constila sistemdtica, pelos especialistas, 8 obras a lo base du Dramawurgia Ocidental. & exagerar em diego ‘guile que a obra io se prope. Para quem queira aprofundar- ve na Tteratura dramdtica, ¢ ibvio que 0 caminho 2 tilhar i de Aristétoles © paitlatinamentc deve chegar aos teri- ‘cas modemos ~ no Brasil, parsinal, comtamos com obyas.in- toressaries, coma, ene autras, asde Augusto Boal ¢ Renata jt. Por outro lada, levando-se im conta debilidade histéri- +3, no Brasil, de autores dramsticos no que lange 1 earpintae leatral~salvoas exceydex do passado eosbonsdraratur- os movdernes que revtslizafam o teatro enite 5s ~ assim mo, considoranvlo-s principalmente a nossa juventede tea- ‘ral —que nos coloea na.categoria de aprendizes interessados © ciligentes— ew iriaque Para Tris c Para Freute constitu muna excelente ferraments de trabalho, Entender e iter- )retar ou encenar wm texte teatral ¢ uma tara. suf genet ‘evidentemenite, nin dispensa.o talento € a ténica, Por 1530.4 no apoio desta tEenica.que se encaixa o iro de David Halla partiedesua adequadda utilizagio pode-se afirmar quc. {io importante camo ver e fazer teatro, & dominar at suas de. nicas. E neste sentido estrita e com estas ressalvas que tste livia deve ser-encarado, lene Rermandes Eseola de Arte Drama - USP “ PREFACTO Muitos de nds, alts 9 maicria, que lems textos tetra, (yecuramas imaging las levados cen. Mas nem todos: foi tie deseobri, quando tive o privilégie de trbalhar em Lon. ‘hes, no Birmingham Repertory Theatre. com Sir Barry Jocksoe. Foi talves o dltimo dos grandes patrons do teatro (tinico, além de ter sido um harem de-eerta excentricida- ve Them, quando cle assistta a uma pecs, aque ele procurava or umagini-ta de volta neliveo, ecemtemeits tive oportunidad de pir hprovaessaabcr- slupemao texto, de certo modo, bizarea. Fui convidado a emi- (w upinise sobre a produgao de Blithe Spirir( Espirito Joviat}* sie Noel Coward, que ji estava encenuda ¢ senda repeesentse ‘I pura 0 pablico, Nae havia lido o-texto, mas sentado ali na |sisia por és dias, esforce-me por detectar quais intengies \.nwor haviam sido perdidas oa haviam sido-escumoteadas * No lait :pcs fo presenta pels Cis. Datelna ¢ Odi comm © Wat RB pela produce. istoé, procure trazer de volta otexiocriginal. Figuei surpreso aodescobrir que, para apreender o sentidode ‘uma pega, méindo de Sir Barry € de imediato, bem mais c’fetivo que ométedo normal aque David Ball se prope nes 1c livro, als dereal vilidade; todavia, o método &e Sit Barry cexige que a pega jdesteja encenada, ‘A utilidade de Paro Tras © Para Frente reside no fato de sevelor uty (ekt6, nlo apenas como Hteratura, mas como a matéria-prima para a represeatagio teatril ~s vezes, com caracteristicas estratrais queo tornar comparével ama par- fra musical. Hi uma total diferenga entre o mundo da fite- raturn ¢ do drama, Som, misica, movimento, aspectos din mmicos de uma poga~¢ muito mais ~ devem ser descobertos ha profundidade do texto sinda . no podem ser detectados por métoxos de leitura ede anihive estritamente literivios. Exar ‘nar o contetdo deste pequeno livre €oomo examirar 0 com ‘cGido da caina de ferramentas de um dramaturgo, com a it Lengo de descobri os instrumentos. espectfiens de sua art. aca quem sé iia na Ieitura de peyas de teatro Para Tras ¢ Para Frente oferece métodos de tal modo abrangentes, que incorporam tudo que ¢ realmente Gil eitura dé pega. Para 6 leitor de maior experiéncia ~ 6 mesmo pura os de muita ‘espcrigneia —h, sobre a natureza do texto tearal,orienta- jes ¢ eselarecimtentos que podem proporeionar fururas Curses no genero, no sé+maisticas-mas também mais pes- soni Michael tangham The Juilliard School , Bt ce mucous 0 seb doe, seu peas eutos rerbara as ots dt ws oa e eda ram 0s ocho barat wn eo "S clhonre ore con fora, qve se iaumadicisen 0 asmédogos or okens« ox nivire.¢ ftw 2 ‘disease bila: “Que qe eres acraura ¢ ie decrar atm inervesago, sent verte td de pina etrars ana cada de cirw av peso DASE 5. 67, Pago ~ Que exam Senor? Hiurirr —Palzzas, pal, para FPexoino = Qual questo, mea Sele? Hast ~ Ente quer ‘Pongo — Quero der, geestosebre que esas tod, moe Senn Hosvart Calla, seer [poss mesma. sce, viendo hogar mina dads [1s pedis etrceder coo umctange ‘Pee a ler samente) ‘Poutnao(h pate) Eloxxe, mas hi io meta® ane, hw Cena 2, 195-208 © As wraduges di excemos de Mamfer st de Pics Eapinio Sia Rane, ¢ a3 facie nee trade, fal atizada pelo aio, ‘ii, dreampeme 8 tendetra. (M. &a 7) INTRODUGAQ Este € um livro para aqueles que levam a cena peeas de lcatto: atores, diretores, cendgrafos, figurinistas, técnicos € \leamaturgas, (Também para aqueles que Item teatro, pela li ‘ura em si mesma, mas desde que concordeni que o objetivo tum texto € 0 de ser encenado; diretamemte, porém, 0 ivto \lestinaese Aqueles que encenam wma pega. Quaito aos dé- sais, sempre poem, é claro, passar os olhos.) {Um textomdo 6 uma prosa narrtiva em forma dislogada, simplesmaenee. E modalldads da ingungem escrita, que de- ppendeextremamente de métodos ¢ de enicas especifias para ato, As thonicas deste livro 0 ajudaro ex aealiticaments, 3 time discemir como fimcione uma pesa. A preocupasiio pri- ‘wardial néoserd “o que significa a pega”, pois, para o artista ‘nu técnico de teatro, mais importante do que saber que horas 490 € fundamental saber aque faz orekpio faneionat. Quan coed, procure nio-comegar tentando encontrar sigrificado slo texto. deve, primeiro, conipeeender o seu funcienaments. m AAmies do encenar-uma pegs, comece por entender-the a -mecdnicae os valores, Sendo estiverem bem elaros para vooe, ‘todos os seus esfargos se perderio, pois, ns hf coma torn Iosclarosaum pablico, Teatm ¢ um acordo, uma combinacto de artistas e de t6ewicos,¢ de um texto, Vooe nfo prde entrar ‘em combinagiso com aquilo que nao enlende. No entants, os estudantes de tearo paracam de ler pga. Confinuam a passar 08 olhos por elas, até 180m paginas, mas poucos tém ura idéia, por menue que seja, do porqué. Pot isso, atoves hd que ni tém forga (garra), mi abstontes ten to e treino sofisticado. Cendgrafos ¢ figurinistas adquirem nog, no caneeitos, Bramaturgos nem se dio conta de par que o fantasma do pai de Hamlet nfo-diz wa palavea até a Cena 3, nem t&m idgia do que se diz sobre tipicas décadas de twivialidades. E diretoes, esses fazem marcagdes, nada mais. O artista de teatro que apreende pau da texto, eoloc powco no paleo. Assim, hi lepides dos que “pretendem ser mas cuja caeeies jamais pode recebero nome de atuagto. Do nada, afinal de conias, nada provém. ste livro trata dexéenicas para leitrade textos. Avver- dade Eque. técnica nem sempre é bem aceita pelos estudan tes. Tedavia, do mesmo modo que a atuasio inspirata, a ce- nografia ¢ adieegio dependem do dominic da técnica, assim também a letura inteligente ¢ imaginativa do texto dela ne prescindem, Inspiragio sem tenica se €que isso existe afi- nal ~ no passa de pendor. Se 0 que voo8 poss &s6 inspira (20, cla o abandonard quando mais dela precisar. Este live apenas desereve weicas, De sus parte, voot deve contribuircom inspragao,inleligéncia,imaginagio que 140 podem ser ensinadas, nem sobre clas x pode discores. ‘Mal podm ser descvitas. A tecnica. ae contririo, emerge com mnsis possibilidades e oconduzid nas ineviliveisefreqdenies situagies em que se ausentarein a inspiragio, a inteligéncia e aimaginagio. {A técnica, como qualquer bom instrument de trabalho, ro opde limites aos resultados a serem obtis. E werdade que nfo-existe ur Gea interpretago “correla de urna ba ‘ga: mas enicas eficazes de leitura ajudam.s garantir que a verpretaga seja vida e de vale tetra B A andlise do texto exige muito trabatho ~ pele menos, nt trabalho quanto qualquer tro que se realiza no teatro. Nis, se woo contar com a téenicaecum aleitura cuidadosa © taelos textos, seu valor no mercadade trabalho terd wma ie eompetitiva, Se ator, wo tansporé facilmente a lei- tun de textos para dstibuigan de papeis, numa nica oporta- ci, tentativa, CenGgrafo, voe8 faré cenografia ¢ no de~ wai de pegas. Diretr, voe8 serd um dirctor de fate ~ no resister de etpresrinde teato ~ e seré contratndo na ‘incra entrevista por produtores conscios de seu valor. Viaaurgo, WOE® peterd descobrir como produzir wn LENO ju um pablico que nao aguele de cursos de lingua Neste liv, muitas ¢ muitas vezes se farko referéneia a Irwalerele Shakespeare. Leta Haufere tenha-o. rile, quan: lo lereste lito Para Tris e Parn frente. Far-se-t0 refers muitasoutras pogax. Se voeé nao as conhece, considere ula primeira referéncia como um compromisso de leitura poster No se faga enganar,ignorarndo-as ox folheando-as {iyesramente. Haverd sempre muita gente bservando seu tra- (ali no teuwo (se vor’ vier atte), pora que passa a! sobre- ‘iver, sehdo um preguigoso. ‘Depots de ter daminado as técnieas de feitura, nerhum esto @ intimidard, E voot usuliuird de wm prazer especial, com a Jeitura. ditigida e habilidesa do texto. Uma letra stesanal em nada se parece 60m o cansngo gerado por uma leituea imbesilizada lnfelizmente, a verdade & que-¢st ‘aieesanal nem sempre & eneontradica Cnet Palavea sobre Tervnas Climax, panto de ataque,solugae, agae ascencente, aco 86gUndO Evento se toma o primeiro cventa da ago i (como 0 monte se torna deionador). O vata de vin- ie Hamlet leva a uit novo monte: Hamlet exige segre- slo seus companeiros. ‘Qual &a nova ago? Primeiro evento: Hamlet exige s¢- » de seus companheiros. Segundo evento (0 que Hamlet lia seguit: age de modo estranko em relagao a Ofélis, Se Fr ood descobrir como o segundo evento (monte) desta ago. Lorna o primeiroevento (detonador) da aio s¢guitte— isto: se vocé descobrie 0 que Hamlet pade fazer como conse cia deseu estranho comporiamenoem relacdioa Orélia~ estard no caminho certo, em diregdo ac imago do texte. ainda Lem un tempo dispontvel para suas prprias interpre ges, mas com certeza nfl se desviand da pega. ‘Se voce conseguir descobrit essas conexdes entre a} eventos, vocé seré capa de levar 0 espectador, passo a pa ‘so, de evento a evento conectado, de ago a ago, diretament te 20 monte de coxpos do fim da pega, Eniretanto, se ‘conseguir, entés. no importa nada do quanto voeé entendl de personalidad, de sentido ou de Freud ou de cosmoviss ‘au de filosofia - a verdade € que voc® nto conseguird c nar a pega. Enfelizmente, é raro qué isso detenia alguém d tentan, Faga uma experigncia: coloque de pé uma pega d sdomin6i e ateis colague outra. Empurre a primeira peca par dante, ¢ la, se esliver colocada corretamente, derrubari segunda Una pegase-assemelhaa um sériededominés. Um ever tesdetoiao segunckoe assim por diante. De inicio ter uma pegs desse modo ¢ dificil como aprender a desengrenar a prime fnagcha de urn carr, Na realidede, io & nada fScil aprender sairem primeira, 86 prtienensina qualquer terica qué Val 4 pena vir a dominas. Noo se engane com @ talento que » pena ter, sllando essa primeira etapa. Fla €0 liceroe. Observe es dominés, Eu irompo em seu quarto, grtand “Yogo!" Vocd foge em plinico. Eu pego sua colegande selos. vendo a.colegio de selos a dinheiro, na casa de penhores. dow dinheire ao médico para pagar a operagade meu filhit O doutor opérou, até o monte de eorpos au até o exsams nodose. ‘As vezes, a trilha do domins se divide e se torna mt (Umm detonador conduz adoiseu maismontes simuliineas.) Inf por que estabelecer confusto,5e vost examinar os camin sepradamente — domind por domind, ressaltando a £0 centre os domindsadjacentes. Analisando desse modo, neni complicagto deenreda 0 vencerd, 23 A chaveé 0 dominéadjacente: a colisio de cada deminé icke que: vem imediatamtente aps. Janials salte ur isso. Se voce mio conseguir encontrara seqincia entre um Seguinte (por que-e coma alguém comete @ lapse 430 ha um problema, com o texto ou com a leitu- sus dois-easos é possivel: pelo menos foi loealizado.a .¢-esse & 0 primeiro passo para resalvé-bo \ anilise de dominds consccutives. domind par domi, \ sa evita escothas engenosas sobre a pega. Por exem- nyites de bem: iniencienades comentadores pretend Junot ¢ incapaz de-agio. Todavia, um exame jédos dats ‘tos, doming por domin6. revela Hamlet desenea- 8 ago direta que muita gente consegue em um nan esses comentadores sao ofensi vas ao proprio Pos /ovleria Shakespeare querer que seu piblico gastasse ho- ‘set vando uma personagem fazer coisa nenhumna? Par- isso que faz uma pessoa incapaz de agio: nada Sw an menos esses comentadores saubessem a que vores sont, eles verlam que Hamlet faz quase wdo, @ ja- nist nenhuma, A anilise seqiencial da ago € a porta & cnsio da. pegs & protegdo contra interpretagio erred, guinte) lk Ulmer € continua de eis eventos: wm detonador ‘enn monte. Cake monte se torna wm detonator da 0g%0 se= suri, de made gue as apes sao como dominds, ombansto oda tim sobre @ prétcime: A.andlise seqiicnedal significa se- jurira pera do comeco ao fit, domind por demingd. 29 iy ‘upipuoasa o}-g1 euiopod ‘gpa sad weed op z9n wo seus rod taaout 35 opuenb seusde “spuRwuop Sop sue: "soaraquuiog 2p octno-o seurey ep s*onyese sop-p90]09 wed rppuel eyed soyes snax seu apo (9 1409 praoisa wun mip “ow-seyeyunde ossod “ossIp 79 + odo, stu osaardoqu snare nascu maus0ssod et ‘pwnd wsSayy Y “exw ego 9 caro sat sou sou Syl VUVd O-VO¥a SYN “€ sob seu livro de ética e tere esgusitade: sorrateiramente. ppoderia ter saido com ele, ou niio. & vida continu; caminh para a frente ~ mas nunca de moda previsivel. 36 quando se olha para os exentos fia ofdem inversa que se pade, com certeza, saber como caem os dominds, qu ‘0-que cai sobre o outro. O fate dé vooé (8) parar, dire di ‘caixa registradora para pagar por este livro, supde que voc (3) otenha encontrado. Caminhar para a frente proporciona possibitidades im previsteets Caminhar para trés evidencia agulle que & necessdri. presente requer e revela um passado especitico. Us evento determinado e identificdvel localiza-seimesiatan feantes de outro evento qualquer, Mas quem pode afirmar {que vera seguir? Pade ser qualquer coisa. A prénima cols ‘que v6cd vir pode ser o parigrafo seguinte ou vm homer ho de Marte, Voc s6 pode ter certeza absoluta quando cl pata tes, (0 exame dos eventos para tris garante a auséncia de la ‘eunas na compreensio do texto. Se for encontrado umh eves to que nile possa ser conectado a um evento anterior, com certeza ha wm problema a resolver, scja cle do leitor ov 4: eseritor Examine na ordem inversa os eventos de entlt. NBO se queixe de ser iwito dificil ¢ de exigir muito tempo: se fazer teatro fosse cil, no haveria nada de extraordinGvio em se ter sucesso nele, ‘Comece pelo fimdo Ato V. De onde: vem esse monte de) coepos? Tomemos umm, por exemplo, aquele com a coro vi rrada eo ferimento de espada. Ble deveria ter sido 0 tei. Cliu- dio estd morta, um domind tombado. O que o derrubou? Nio ~ “0 que poderia téo matago, deste 0 comego?*. mas —"O que ¢ mulow previsamente agora’”” O que eta adjacea- tc? Nio foi Hamlet? Mas o que tinha aeabado de ucentecer a Hamlet? ‘Muias coisstinham acontecdo a Hamlet, mas apenas uma tinha acabado ae acontecer. Enie as muitas, por exemplo, um 32 ‘oasis haviafalago com Hiro, nas isso avontecera alguns vos anes, B Harnet Inara com pirat (nada man param ho- incapaz de aglo), mas isso também aconteceu hi muito ». Nem os piratas nem © fantasma foram o dominé que devnubou Hamlet sobre rei, Un douind pode cate apenas s0- Ie 0 decid seguinte, adjaceute a ele — nenhuum extre, preci nent commo agemteve eo dominds rea Observe 6 damming adjacente. Nio salte nada, (Qual €0 dominé adjacent, imediato, antes que Hamler ue Claudia-com a espada? Esté na fala de Lacste? Hari, wesc mona, emo algum no mundo pede estar Mai hog le ida no eds see S2313-315 pega espantosamente clara! Como pode ela confur sv alpuin? Qual a nesessidade de investigasao ou filosofia ‘volta, enrolada? Em menos de vinte palavras, Hamit & wo ambiguamente, wés vezes, de que estd prestes a “ef. Mass esse nko € exatarnenie 0 donning adjacente que ‘td localieado bem antes de Clivio ser ferido. Se o éomins ‘telonair fosge a fato de Hamlet ter descoberto que estava a morrer, ee teria atacade Cliudio.com a expadia, de Jiao, Mas ele nfo far; ele sinda nao tinha.a deixa para ‘Afortunadamente, Laerteeootinua: stem va mo péfido Fstrurtem, Agndo eenvencaade. 4 vi maquinsgie use goers mim, po, vee, gui smb ra mais mo leva 52316319 Ninguém necessita de uma noia de rodapé pars com- condor que Laerte também esti morrendo. Mas Hamlet ine slo imiomata Cliudio, Ainda falta 9doming que faz de Hamlet ‘su regicida.e um vingador. Loerie continua falar, mas ainda niné algarh sequer oscila. O suspense produz efcito: 0 nin nunca tornbars? B Avan ee ol ecm envenenads~ pnd posse mat $2319320 ‘Agora todas 03 espectadores sabem que se Lacrte: mada ‘mais disser, no haverd maisdomings, portant ~ ni have rf monte. Mas, vem af o-domin6, Naca sutil. Shakespeare, como sempre, entrega-o, eaplode-0 para nis, Laerte diz: O'Rei, Rei € que pow eeu dia $2520 esse momento, alo antes, Hamil fiz 0 queesteve a pon: toude fuze desde o inicio: ele mataorei. 0 assassinio sgusedou ‘6 domind certo, € 0 damn 56 poderia cair depois que algum domin6 precedente calsse antes. E assim pordiante, pelo exmi- oiinverso,de volta ao comoys Reérocedendo, a partido monte de corpos.encontrase facilmente 0 dominé que se precipita. Tente. Que quedas de doris fazem comque Laerte enn: ciea fala acimacitada("Hamlet, tu estis morto")? 0 fata de cle estar mortalmenteferido E-que deminé-tombudo 0 feriu morlalmente? Voc8 6 pade comegar a atuar, a dirigir, a ‘coreografar Laerte se vocé tiverrastreado seus dominds a0 inverso, até seu primeira envotvimento na pega. E, enquanio voce no fizer @ mesma em relaga a Hare, voc® nde fex ‘uma leitura da pega que vatha a pena, Hii muito pouco em Hamulet que uma pessoa normal de squinze nos ndo possaecaminas &Fundo, Experimente, Cami- he pelas sendas, por onde homenseexperimentadostitharam ‘sim precansao: investigue a priprio Hamlet, Trabalhe nele Pata tris, dominé par damind, fala par fala, ago por ago. evento tombado por eventa tomabado. Chogue finalmemte a sa verdadeiro comega de sua agoc0 Fantasma impelindo- ot ‘vniganga, (Ato 1, Cena 5) ‘A complexidade ea profundidade da pesa podem desdo- biar-sediante de voce, sem notas explicatériasde rodape; sem ‘confusiio. Voc8 pode trangilaments compresner casa uni- dade da pega, através das etapas simples e claras oferecidas por Shakespeare. Ee) Mas, lembre-set ilo dé sahos largot. Procure 0 prace- \Jentcdomindadjacente. Nio omite os clos. Hamlet aio mata ‘Chiu porgé 0 Fantasma falow cont ele no Ato, Cena 5. Hlomlot mata Cléudio devido a que Lagrte Ihe diz, um mo- 1 antes do assass{nio, De tas elos adjacentes, a Vida ~ rama ~ 56 fa. nnegue: A andlire seqiencial de agces & mis wamujose quero iu para wis: do fim de pega pava 0 coniege: Sian meltor saransia écompronder por qe cote cai acarsece. as “e [e04 ofa1s¢2 urn. s9¢ ape of “Panu op csutaout © eben Sod own ap nEspafes tind Sotiore 9p cesta eso spied ap un wp: “toothy -sowow 018 spunsiop so voy wn 9p tumnns> “epspudiwes pm auatean ‘omuundh um 9 een “omottogu 2p one wm ‘Wau wmsqaymbo 26 eeSuef sw sup aml ita ope “lense span exca opnsaynb anicrevasod ext ‘seo, Un oLigyjeno 2p opSipuoD wean sxpupiugoun 9 980 ‘REIT TE mB ap ne moe poy seep 7 0 epic eu warmed mb 08 iy OYSMRUNI a asvEsa “+ No inicio. 0 dramaturgo apresenia o-mundo em exéase, Harter apresenta i Dinomsanea, rico tempo ateds, m0 paldcio ho Rei. Hiium principe chamdo Hamlet, Flese sent infeliz porque seu pai mosreu recentemente « sua mic torment seasar-se, coda demais. Essa €a situaglo estitica, Nada mais ‘estdiem mudanga. 0 equilfbriode todas as forgas envotvidas ‘produziu um novo soberano complacente, um principe me- lancélico, uma mac preocupada, Newhuin Geles tem waza st ‘iciente para tentar mudarasituagin, Eumacstase absoluta — mas algo estd por vir, aguarde. Extipo-ietapresenta Tebas, na Grécia, muito tempo aii, sdiacne dospaticio do re. O rei esté notnterior, provavelmente sdormindo com sua mulher, Fora, 0 pavo safre com a peste. ‘Essa €uma situagto estitica. Mesmo que a peste s¢ tarne ine suportdvel ¢ impile @ pove a implorar porsecorre, esse mun- do também & imével: sem motive, azo ox deixa para a mu- -danga. E uma absolutaestace, ‘Macbeth apresenta a seca, muito tempo-aris, quando uum mui nobre € leal bardo serviu corajosamente seu rei em bbatalha e ests prestes a ser homenageado ¢ revompensado. Sua sede de ambi¢Z0, posts & prova, est respeitosamente con tide (isto 6, equilibrade, por su lealéade i corms e 3 lei Encontramio-nos no meio de oma estase segura, prudente. Rei Lear apresenta a Inglaterra, muito tempo airds, no castelo de rei, O-velhore, pronta para abdicar, provideneion uum meio de passarseus encargos, dividind o reino entre suis rds filkos, Uma cesimdaia paiblica esti sendo preparada, para « rei demonstar que suas trBs Filhas the sio extremantente devotadas. Essa é a situago estitica. Sem um fato inespera- do, essa sitensio permanecers previstvel, imntdvel: este. (Quenado Lear porguntou asia filha Cordétia que tin ssdizer para demonstrat 0 quanto amava seu pai responden: Noda: mex seer vg ‘Aestase estd rompida, Lear, principio, ficou perpleno; dex pois, magando: a seguir.enfurecido, nesse ponto desta ir a ppegajd esté em movimento. 38 Vout eat em seu quart, sentado, lend, De tempos em Joppa, lca os ofhos & sua preciosa colegio de selos, tran pik certo de que elaestésegura canta minha irupgies Por Jive voce est ali, de guard, Isso 6 estase. (0 nmundo que se apresenta. no comege de uma pega est snes. As wezes,ela-€ rompida antes que a pega comece: vinta sosin, sabemos qual era a estse, Nao desconhecemos fh! cra a vida em Salém, antes das primeiras informagties ss (otis, Semio a conhecéssemos, a Feiticeinas mio p- Fecorun uma intrusio, E, para que whe pega-comece auto pres deve haver une insti Tie todas as pegas, alguna coisa ov alguém aparece pata sonora estage, Um fantasmadir que seu pai foi infamemene fo awassinada por seu tio Clindio, agora rei. O paso: uiva sje os depraws do pabico, para que wood fuga desaparccer sponte de Tebas, Trés feiticeiras,falando atabalhoadamerte, Giangain em wolta de wm caldeirio € te chamam Senhor de { oselot¢satidem-te, Macbeth, “tu queserds eet um cia”. Sua | favorita Cordélia, na0 se derramard em emoges para ‘are. quantoelaoama, e muito mais que sues ind hip {aque acabaram de fazer palavrosos juramentos de ave © n, mais do que as palavras conseguem fazé-lo). Alpuém pinadamente emseu quarto, onde voed esti sentado, vigiando seus seas: e grita “Pozo mn gada um dos casos, essa inrsio €a campainha para omogar! Estamos de partida! © mundo da estase, imovel el, sem conflitos ~ 6 snewlide pura a ago. Vout esti sentado, seguro, ¢mm seu quinial,lambendo clos; estase. De repente, um grande passaro desce rapida- fhonle, agarra woe, levine no 60, 20 1argo, para o Outro Toulo ds horigonite, # alie-o no mar, Voe® nada para salvar | praia vida, chega & praia, pede uma carona de volta & tlc, entlg,..voo8 eonsegue manobrar uma série de even- voce chegay, finalmente, d2 novo, acasa, os Seles feCUpeR show do deménio que envinu 6 passaro, Nove ergue um: muro sive para impedir a entrada dos péssaros, Pronto, a estase fi nestabefecida. Essa é a meta de todas as pesas, quer foo eatase seja a mesma, igual 2 original, ow unta estase a, A estase chega quase wo fiutda pega, quando as for 0 No inicio, 0 dramaturgo apresenta 0 toando em esta, Hanitet apresenta x Dinamarca, muito tempo atts, no paléciodo Rei. Hd um principe chamada Hamlet. Ele se sente infeliz porque seu pai morreu recentemente © sua mie tommou aucasar-se, cedo demais. Essa€a situagdo estitica, Nada mais -estd em mudanga. Q equilibria de todas as forgas envolvidas: produziu um novo soberano complacente, um prtneipe me» lancélico, uma mie preoeupada, Nenhum deles tem razio su- ficiente para tentar mudar asituagio. E umaestase absoluta~ mits algo ¢st8 por vir, agwurde, Exdipo-Refapcesenta Tebas, na Gr io tempo airds, -diante do palicio deri. O re esti no interioe, provaveimente dormindo com sua mulher. Fora, 0 povo sofre com a peste. ‘Essa €uma situagswestdtiea. Mesmo que a peste se tern suportivel e impile e povo a implorar por socorto, esse mun= do também ¢ imsvel: sem motivo, razdo ou deiva para a mu- ddanga. © uma absolwiaestase. ‘Macbeth apresenta a EscScia, muito tempo ards, quand tum mui nobre e leal bario serviu corajosamente seu rei em fatatha ¢ esta prastes a ser homenageada ¢ reeompensado, Sua sede de smbigio, posta peova, estérespeitosamentecon lida (isto 6, equllibrada), por sua lealdade corea e & lei Encomiramg-nosno meio de uma estase segura, prudente, Rei Lear apresenta a Inglaterra, muito tempo atrds. no castelo do rei. Q velho rei, pronto para abdliear, providenciou uum meio de passar seus encargos, dividindo 0 reino entre suas tres ilhas, Uma eerimdnia piblica esté sendo prepsradn, para o rei demonstrar que suas trés fithas Ihe s0 exiremamente devotadas. Essa € a situagao estitiea, Sem um fa inespera- do, essa situagio permanecerd previsfvel, meudvel:estase. Quando Lear perguntow a sua filha Cordétia o que ela tina cr para demonstrar © quanto amava seu pai, respondeu: Nod, sm senor at ‘Acesiase esté rompida. Lear, a prineipin, ficou perplexo; de- pois, magoads; a seguir, enfurecido, nesse panto de-sua ira, pega jd esti em movimento. 38 Vin Gesté ein seu quarto, sentada, lendo. De tempos era yy, langa os olhos &.sta preciosa colegao de setos, was- {yi ceriode que ela-esté segura contra minha ireupgS0, por std ali, de guarda. [sso 6 estase, ‘O mind que se apresenta no comego dhe uma poss ex ‘yvouiae. As vezes, ela é rompida antes que a pega comece ‘iy asim, sabemos qual era a esiase. Nao desconbecemos jin! cra a vida em Salm, antes das primeiras informages ih foticeiras. Se ndo a conhectssemos, as feticeiras nd pa- ima intrusio. E, para que muna peca comece a mer se, deve Raver ema trusda. i todas as pega, alguma coisa ou alguém aparoee pata Jumper westase. Uns Fantasma diz que seu pai foi infamemen. J woussinado por seu tio Chidio, agora rei. © povo uiva ‘inate os degraus do palieio, para que vou faga desaparecer a jste de Tebas, Tr8s feiticeiras, falando atabathoadamenté, ‘\inam em volta de um caldeirio e te chamam Senhor de ‘Cpsilit,esakidam-te, Macbeth, "tu que serds rei um dia". Sua Cordélia, no se dertamars em emogbes para piovare quanto ela.o ama, ¢ multe mais que suas irmas hips ii (que acaburam de farer palavrosos juramentos de que e fina, mais do que as palaveas consegvem faz8-lo). Alguém supe nopinagamente em seu quarto, ande voee esti sentado, Jondo.e vigiando seus selos; e grita “Fogo!” rim eada um dos asos, essa intrusio é2 campainhsa para ‘omega! Estamos de partida! Q mundo da estase, imBvel, ‘el, sem conflites = sacudido para a ago. Vinod std sentado, seguro, em set quintal, lambendo solos; estase. Be repente, um grande péssiro desce rapida onte, agarra week, levi-o Ao vio, ae large, para 0 outro Jiao do horizamte, ¢ ato no mar. Voc® nada para salvar propria vida, chega & praia, peste uma carona de volta ile, ono. Yoo consegue manobrar uma série de eve lowe chegar, inalmente, de novo, a casi, os selos necupert= \jonskeeménio que enviou o paissaro. Voce ergie wm rmuro ll para impedir a entrada dos péssaros. Promo, a estase fon restabelecida. Essa € a meta de todas 98 pegas, quer fn estase seja a mesma, igual 2 original, ow uma estase ‘A estase chega quase no fim da pega, quando as for~ 39 as meiores — ou obtim # que desejam, on sia forgadas parar de tentar. Hianlet, depois que ouvin o Fantasma, nfo esti sais i teressodo em retornar & sua estase original, primitiva (de pressko imetivel). E um grave ero de interpretagio di ‘que a pope trata dé um homem deprimid. S60 comege, estase Wata de depressiio, Eun geral, a iwéruscia write tt (que node ser nadaato. Em Heanlet, depois da talado Fantas ma do Ato I, Cena $, praticamente nenhuma linha da peg sugere que Hamlet esta deprimido, No entanto, gerag ecomentadores viram a pesatda i lua de sua estase inci fe desenvolveram todas as iaterpretagies, fundameéntados nal depressio (*melancolia”), Se ao menos eles entendessem al. guma coisa de estrutura dramstica! OF Fantasma (iutrasao) atapulta Hamlet impetwosamente para a ago, pare a luta, zuma velocidade ofegamte, que no da lugar 2 indoteate de presto. Uma noite com um Hamlet deprimido¢ toa ntiteatral quanko uma noite com um Hamlet sem agdo; ¢ igualmente depressiva, desanimadora, Em cada pega verifique « diferenge entre 0 mundo em ease e o mundo em ago. A diferengn iuminard as Forgas ‘que conduzem a pega e ieseguram evitar desinimo. Primeiro vem a esiase, depois @ intrsio ~ e, a sepcir, todos og recursos do univers da pega so impulsionados & marcha. Forgas de energia extrema tam entesi.até que uma IVa estase apareya ‘A intrusios que #¢ segue a uma estase & um evento (ver Cap. 1}, un evenio que causa outro evento, portanta ago. Uma personagem ou persenagens tenta(m) acommadar as eoi- ‘cas. Vocé (2) sai correndo de seu quarto: para salvar a vida, depois de eu (1) ter gritado “Fogo!” Lear, tentando estabele- cer hava estase, expulsa a recalcitranie Cordéliae divide seu reno enire Gonerile Regan, de modo.que ele poss, tal coma o deseja, viverfelie,a partir de entao, Se voce ou Leartiveram éxito.em sun primeira resposta intrusiio, a pega termina, Todavia, eu roubo seus selos, ¢ ‘Goncrilc Regan t&m outras planos para Lear. Yoe® e Lea, portanto, tam de tentar de novo, ¢ a pega continua, domins pordomind, até quc. finalmente, as personagens obiém xito, 40 ss nu prem mais enka, ou se derrotadas Eni, a pes mas veres, uma nova tase nod aquela que aperso~ voopcrndesejaria que fosse: assem, a pega nao termina, Macbeth {imped para a agdo pela feticelras; cle uta por ura nova ‘ouise, que, como pensa, pode Satisfzé-Ao: eunktar acoroa, Mss insovskopoise tido, se orna algo que nada tem aver com Uma tote; ele tem de fufar. As Forgas erm agiie-devern rmudar de _precurar uma novaesiase ~ ca pega combina. “lute os passes: esbise, urasdo,o. laua por nova estase eta peta nara. Fine momento da inteuslo e, a partir dele, sign culda- Aosamente os daminés. Conhesa as forgas, as energias, a vunetas fundamentsis desencadeados pela inirasin, com cotapultar a poga pasa a a¢%0, Conhega os gals da Jotul, a novaestase sendo buscoda TFsscs passos poupari a seus espeetadares quatro haras \Je win principe dinararqus depressivor-ou dus horas wn snoumpreensivel nobre escocts(‘haneY* quealardeia wma am- ican indewa, meseno depots que mad aja a asprar \ estate dramatiea ocore nox casos em gare as eairas pormanceeriam indefinidamemte inalterdveis, +e algo no \uvgisse @ acontecesse \ intrusdo dranidtica & aquilo gue surge € acontece, U hhenumdo as forgas irreststiveis que, a partir dese prnto-com acini a pega. ‘A medida que voce comesa a aprender Hamtet (tl gual | car fidipa, Eetida, Willi Laman, Romen, vooé no acean ot Macbeth) coma sendo guiado por forcas irresistiveis, pode har que, no meio do Ato II, ele este de nove deprimi- Give fale ern matar-se. Vox pose flear muito surpees.¢ até pionsar que “Ser ou nfo Ser” (3.1) sea un soliquio sobre o svicklio, Pode siada mesma verificar que no hi soliléquio. Famlet sabe que tene-ouvintes: Pokinio ¢ o Ret, «(st Bsc) ~eavaleen que posufaterst een ategoniy em in Ue fitiog de ends; chee ce ums (Hi. cavalo que ws evar dna do por Sorviga Muta yes, com clegona SPC ciddio ordi erin a nabrera herein (Nd) a De acorde com o Ato III Cena 1, Hamlet ndio tem moti- vo para pensar em matar-£¢;€ nds sabertos que cle niio estd mais deprimido. Mas, Cliudio e Polénio ado saben disso, ¢ Hamlet sabe que eles nfiosabem, Hamlet sabc quc-cles pode Tiath ser focilmente induzidos a se comvencerem de que ele ultrapassard o limite. Use sa técnica dos dominds para descobrir par que Hamlet finge pensar em suicidio, Como primeito passo, Pergunte 2 si mesma que evento causa 2 vinda de Hamlet @ ‘este determinado lugar (a galeria do sallio de audiéncias), nesta determinads hora. (E 0 que vem revelado no Ato Il Cena 1, para que todos compreendam, embora a maiaria nia @ faga. Cliudie diz: ie) sostamene ‘Charmares Hamlet, pra que, como.an 32380, le depae com OF, spies legis, o pai da Jovem e ex ‘ues nos pr mal fuga de gp wears Sem seamos ss.) 34.2933 ‘Se Hamlet sabe que foi chamado e, se ele sabe que Poldnio & tum verdudeiro espiio (Sabe? como & que ele sabe? Onde the foi revelado?) entio.certamente este, o mais famoso dos soi- équios aio €sofikiquio. E um estratagema de Hamlet que sabe que estd sende ouvido por aquelas pessoas que o convo- atin, um esiratagema, visando a Claudio, para ajudar a ele, Hamlet, recuperaraestase num munds que vou pelo avesso no Ato, Interprete a manobra como quiser, desde que nile con- funda “Ser ou no Ser” com unma digressio sobre 0 suicidio, ‘que suspende momertaneamente a agdio. Um exame estruti= ral daestase e da intrusto mostra que mio é, Por que Hattlet, ‘considera a personagém mais inteligente de Shakespeare, se referiria & morte de maneira to-tola, como: sa regio descoabocidacajs ins r-} Jooaisvisjante gum asa vessc de Wa S790 Vl Hamfet ter esqueeido quem ele via no Ata I, Cen $? Jamais aceite os banais lugares-comuns, nem mesmo-as sipesighes sofisticadss, sobre pega alguma. Vocd € warn artis- (aa papria imterpretagio, Isso nll significa inovar por \novar, ou desviar a diregio da poya para fora de si mesma, vifiea dominio das técnica de-leitura analitica para ajudé- Jos proprias conclusdes que sedestinam a iluminar escla- ‘ce, ii-violar o texto, Uxamine des pegas favoritas. Procure a estase imicial de. cul uma; depois a inrusto: a seguir, distings as forges que slivigem a pega, da intrusio& estase final - no fim da peg. | pegasinio caminham a esmo, a.acaso. Nem as forges tiveis. “A forga desencadeada de uma pega é suficiente 1a, do comegoac fimdoespeticulo. Ela no permi- wvios. Elabare sua percepedo, em tornada sucesso ts forcas conflitantes. Se voc8 miko 0 fizer, fard «de tédios pobres expectadores da platgia, cujo Gnico +f gonfiar em sua eapaciduele em imteressi-los ala coisa ow HNGKQUE: Estased 0 “anus quo" que existeto minut dta pega, a partir de seu comego, Itrusto €algo que aba o “status qua’ vlesando ou liberandi farcas que conipaem: a conflite e 0 pro- swesvada peca: Quando.asforgas nao maixeoliden, ua nova estase ¢ obtita, «0 peg crema. 43 5. OBSTACULO, CONFLITO (Que vergeni, Jom, gue 1228 set ass wn bent. ersigue Vi. Paste 1, $.4,17 (Os que Falam e eserevem sobre teatro, ou fazem teatro, ino silo comcordes ein tudo. Todavia, hd um ponte com 3 \Wal estamos todos de acordo: “Drama ¢ conflito!”, gritamos los, com fara unaniinidade. E logo a seguir, voltamos a Wir Se Medida por Medida (Meusure for Measure ~Sha- bespeare) é uma comeédia. Mas, © qué 6 canifita? Ao termo, de to usado que &, vente the investigamos @ sentido. Isto nos Jeva a uma. ‘nilise descuidada da pega. O conflito & fundamental para 0 (por conseguinte, precisermos estar certos do-quc &com io. Especificamente: 0 que € conflito dramitico? Nilo € 0 chogue comum de uma coisa contra a autra. E ‘oma especial modalidadede interaso, profualamente artai- i cindliendvel nocomportamento humtasoauténtico como «la vida real. A natureza doconflito é tio cimples que mui- a tos leitores nem © notam, ou pensam que:se trata de alguma outracois. Origem Histérica do Conflito Drarnitice ~ Versdo Canciser “Umantigo Grego, aa ceriménis em honra a um guerreiro soberano, falecido recentemente, expressa palavras.de Jouvor ‘ede lamienta, em coro com outros antigos Gregos: “Oh, Devs sep!" lamenta-se o foro. "Como poxtemos sobreviver sem 0 bravo Pésticles, eke que reprimi as hordas do norte, cle que destruiu os saqucadores navios do mar, ee que..”, © assim pot diante, até néo restar nenhum olho seco de um auvinte ateniense. “Oh, Pésticles,filho de Panticles,filhode Pédicles, filho de, prossegue 0 canto. Aig ontid, mio hi gonflite dramatico ~ por conseguimte, ao hd drama. ‘iio hi drama, ainda que og eantores cantem em frenle-a tum pablica; nfo hi drama, mesmo que cles comtem uma his- técia (*Oh, Pésticles, vs que montastes vosso cavalo, numa noite tempestuosa.e com versa espada poderosa desepastes eaboge do setvagem mongol", nao hf drama, mesmo que os ‘cangores estejam trajados para a cerimBnia; mest que um csforgado ateniense tenha pintado alguns panos de Furdo, com uirlandas, pilares e folhas. Nao hii drama, mesmo que, ni final, os cantores se curver e recebam aplausos. No hd dea- ‘na, porque fala o ingrediente elemeniar. Aqueles queacham que o primeiro-ater foi Téspis, apenas porque ele avangou & frente do-coro, nfoatinaram como verdadeine-ponto-da ques- to, Falta ainda.alguma coisa, 0 evento decisive no fimago do drama, # que configura o drama, desde o comeso, Shout (O ‘Muro}, em Sonho de unta Noite de Verda, conduz-nos bem mais perto desse Amago do drama: esse nesicentcmeg de ented obscure (ve co, ae none Saou epresento wre wre, suo mee, ais eer — eign pena dau repre sca wa burac, Finch oer, pox one Tishe-ePiabe9 amma 6 ura eu 301, IO FG 5.1.155-162" De vutromadoc diferente do de Shout, o antigo Ateniense Jomeninndo e exaltando Péstictes moto, jamais finge ser al Joie que nele mesmo. & grande invengio-foi mais do que Songat frente do coro € falar sozinho. A grande invengio fol fingir ser mma ourra pessoa, Téspis 36 foi ator quando Fnpivner Pésticles Suas vestes's6 foram vestes de weatroquan- hy objetiveram fazer 6 pliblico pensar que eke era Pésticles. E is de furdo pintadas 56 se tornaram “cenrios", quando \ovleram ropresentarum lugar que nfo o paleo, come sera, inplo, a praia de-onde Pésticles repel 08 invasores. Linplicitamente, ear faz-um pedido aos espectadores, ¢ ease pedido esté ealicerce do drama. "Fagam de conta que 1 stokes, este chiton (tiniea), seuchfion, esta clamide vo), sua climide, © este lugar, a8 areias ensanglentadas jue batou.” Guanca Téspis deu um passe a frente ¢ disse “Ev sou stele, dow um passo gigamtesco. Era um passe n0¥0, um {asso engenhoso, mas diffi, porque, fing ser outra pessoa ‘xjpe-alguns requisivos inalteriveis ‘O requisito mais importante éa plausibilidade, Viocé tem di fazer o aufnimo posstvel para lembraro palblico que, nessa voe? no € a personagem que vooe representa. Ao re- schlat wn leo, se woot deixar seu rosto aparecer, através {la miscara, o pablo seré continuamente lembrado de que soc€ nto € lea, ‘Quando Yoo! finge ser outea pessoa, vacé deve yeiratar »vcampartamento humanoem que se possaacreditar. Se voce far coisus que-os sores humanos (ou as Kedes, 86 for 0 caso) nie Fase, espectadores nit viloaereditar em sua personi- (ieagio. Sua simulacio falhard, Através dos tempos, tém ha- ‘variagBes no gvau em que 0s autores procuraramser plan tas, mesmo na extremidade inferior da escala, esi 1. Grif nos, © -Tradugd de Carts Alber Nunes. (Na) porte da personificagto de wana pessoa, 0 suporte da sinutae ‘io tem sida princi regra do trabalho 2 reetro, ‘O que isso tema ver som o confito? Isto: as personagens Sala wouito wis pegas. Falar € a atividade mais cormam do drama. A fala transmitequase tudo que nds devamas saber de mia pega, sua gente, seu desenvolvimento. E Gbvio que toda ese fala deve acomecer de tal modo quemantenita a simda (ilo da personificacaa, Os dramaturges, portanto, procuram fazer refetr, no modo como suas persanagensfalam, tam com. ortamento humano reconhecfvel. Qs dramaturgos podem aumiettar ou diminuira realce da linguagem, ou fragment ‘ou torad-la to-amifietal quanto puder Ser; enteetanto, dado que sua inlengio seja a de sustentar e nio de enfraquecer a sirmulogdo da personificesio, procuram sempre apresentar a fala como um comportamervo humano reconhecivel. Como deve ser essa fala que se relaciona com um com: Portamento humano réconhecive!? Lin scr amano fla para ‘obier aquilo que ele, ow ela, quer, Essa-é achave da fingwagem dromitice, uma linguagem ‘bom distinta da linguagem da poesia ou da prosa eserita nio- dramétics, E €achave para wma criangaaoaprendera falar. As erian- (¢28-aprendem as palavras como instrumentos para contralaro Incio ambiente - para ober o que querem. Talver, a matari ade nada mais seja que aprender meias mais efieazes que berros, a fim de ablermos 0 que queremos. Quando o bebié vitae fica vermelho, ou quando 0 adulto entoa “Eu, pos fa- ‘or, gentil morta”, ambos querem alguma coisa. Aquila qe wi personage quer motiva a fale. Um ser hhumano pensa em muitas coisas, jamais expressas, Deaire sas imémeras coisas em que uma pessoa pensa, ela selecio- ‘hiva.que quer dizer, de acordo com 0 que qe Veja isso de outro modo se vae® nada quer, voot nada dic. ‘Nem tudo nodrama espelha a vida veal, mas a fila, si ‘Uma personagem que fala, quer alguma coisa; do conirério, ‘no falaria. Esse elemento universal da natureza humans é a base de todo drama. Esse foi um grande rodeio para compreender um fato bem, simples e conciso, A universalidade do fato no esti bascada 48 saestética, mas existe porque o drama envolve personifies wilot porque a personificagio deve: evitar o implausivel gri« Tonle; e porque o discursadespravicia da motivagiods querer «manifestamenteimplausivel ‘Assim, mau o.dramaturgo que ple par escrito, para al- ‘nam pobee aloe Fecitar, uma exposigio como estar "Vacd € snewiimia, como voc€ sabe”, Essys pales empurradasboea «dentro de uma personagem, sio palavrasque tm a ver com © que o dramanergo pretend (wansmitir informacao para @ “spsctadr) © nio:com 9 que a personager quer: © fo de eu quereralgo determina que. fale. Oque eu quero determina © que cu digo. Dramaturgos que ignoram cssc {ato escrevem blablablis sem fim, Atores que ignaram is ransformam dramas sérios em tagarelices, Cendgrafos que "tvoram iss0 usamoseatrecomo um lugar para pendursr seus \rabalhos. Ditetotes que ignoram isto deveriam sec enforca- «los, As foreas fcariam ocupadas um ano, Un obsticul& qualquer resisténca a crue en obtenha mre ett quero, © que eu quere-¢ © que resisic A sun obtengio (ohsticnl) trabalham, um conta © outro, com 0 objetivo de Desse modo, 6 final da Cena 2 capturs-nos, aumentando a nossa etriosidade para ouvir 0 que o Fantasma dies, © que Hi revelar. Agora, pensamos que o Fantasma ird desenterrar algum sto horrivel. Estamos prontos para nos pendurarmas em cada umade suas palavres, Mas Shakespeare ainda nde terminou, leiao Awol, Cena 4,60 comego do Atoll, Cena 5. E imagine-s6 com 4 disposi 3 Grito moss, 4 tiem 3 kc 16 ‘30 da mente do pblico: vac€ est desesperado para ouvir que o Fantasma tem a dizer (Parse Feotae) Hoxico ~ Omi, Seeker, et srgiodst Haver ~ Valine aos e minis cles ‘Ou homesite ca demo condenado, ‘Tragat contigo vrai dope ‘Ou rajets dorm, ser est Hes snore on maw, trges cons =pinéncn ‘Tanapiaapeovoca: a miata indagigio. ‘Que querote falc Ehei de ctmmar-te Horst [Esoteran, «pai etal Dinamuguts. Respond! naseas ‘Vela como essa dltima frase deve aparseer no exemplar tusado pelo assistente de dire: Hosur I bel de amare Hele, (sem respesta) ‘Brcterano: (scm resposta) pit (sem reaper) Evea irom) (acm respovn) Respond! ‘Quantox Hamlets se aremeteram 3 estes “vocativos™ sem Jamais esperar por uma resposta, ¢ depois, insensivelmente, fexclimaram: “Responde!, como se tivessem dado & coisa ‘maldita a oportunidade para falar. Mas o Hamlet que Sha- |kespeare criou quer uma resposta.estiiterrivelmente em bus: ‘cade uma resposta, A platgia-estimalada, porque o poeta usa de antecipages, esta igualmente querendo respostas. Assi, ‘continua Hare: Her — Nao me seve pres da ignordesia, Mas aseme per gue es oss comsagradog ormperan a mths dant so separ? Pc he € gue tam, oe te ines posto em pa ‘bit sane posal ¢ warminen fazer ” Parate devolve? O.que ¢ ga igo Isso deans coberto de 250, 6 campo mom, Vises testa os espe hay, “Temmando ante paroras ¢ no} farendo Nos, que da mameza sa loli = Hovrorgados acuce a agit rete ‘Com pentameaacs que nase ame ato singe? Dice, qual w nso dis? (seen sesposa) Para aut eam respon ee devermas eer? (@ Fantasia acema a Hanret pas pe 0g) hae 7 Nas timtae cinco linhas seguintes, Hamlet lita por ouvir © qus 0 Fantasina tem a dizer. As outras personagens tentam dlissuadir Hamlet. Mas Shakespeare manipulou « publica de modo a querer exatamente 6 que sua personagem quer. Noss esting, nesse momento, éode Haralet, Para piblieaalean- «20 que quer {ouvir as palavras do Fantasma), Haslet deve acompanhar o Fantasma, despeito dos obsticulos: Howice = Est vos arenande Paro segundos, como-ce em parca Quisesse wos der alga cote. 1ase00 {sto 6: camo se ele quisesse Me ciseralgo em particular —© issod também uma eutes antecipagac.) Macon = ede ‘Com gue plido pesto wor conv ait ‘A algum tar raises: ma eae Howiero ~ Nia alo, deed alga Hor = Ble mio quer fala: tre comers, pote Leos (Grima! pensa o pablice, querendo ouvir que Fantasma ira.) © Gifomnss. 78 owkcw = Senko io fais Lass /PEssimo!” pensa publics.) Hauucr ~ Por got? No bi rae algursa pera med ‘Um aoe vate ram ques munta vids: ‘Quemina misy’stm, que peripo hs para els, ‘Se € algo de immortal, io imaral comm cle? Fis que outa ver me acena. Ns acompanheto. pees (Verifique os obstéculos que Horgein precura atirar na-eami- nnho de Hamlet.) Hania ~ Es atri-res paras ons, ea Seshor, (Ou para o topo Bowrpline fas (Gu avanga pire 0 mar aie desu Das, E leassamir diverse pavorou forma, (Que da sober ds rio vor pve EA isha vos aeate?™ sonra (Loucura? “Hum”, pensa o pitblico, “o- que ha por aqui? O que vem depois") Hoxiow = eoxinuands) Mest um pose (st sa, sm rerum cube stv Leva eseseratsisiages ‘Gun peton que comengle omar ening Tana raat enbaio! = © exe o3e Haste ~ No pe accom, Val, que tel conten. Macau ~ No, oie, Seahon, Hasna — Diane com at oe onic ~ Sede rnivet no ies Huvasr = Mewfiado cima, Epcaudz com oe teades deeded Newtia ‘Ae menor dos ligemeetor deen corp ‘Solatne, cxuatelos, que me ett chamand (Desveneiihase des puxea espeda}) For Die, fare fats quem quer oben [Brisa me, esos zende, ao Fantassa) Vai te ii comga, Lares ” Finalmente, Hamlet afasta-se com o Fantasma, Agora, estamos pres a alcangar aqui porque estivemnsansiando: Hauer ~ (a0 Fans) ‘onde quses me kvar Fila, queeu alo ee mis ange Fascases ~ aes asia (*Escuta’ [Mark me’ éticas da Jteratura) ‘Shakespeare na faz wodeios, Desencadeis uma série de ancecipagies, fazendo o Famtasma pedir epetids vezes para falas. Existe algo na pega que tenha sido repetide-tantas vezes? ‘Shakespeare che gow esse extreme porque a fala da Fan: ‘tasma contém a exposigio mais importante da pega; a aglio sdopendeda apreansio, pela publica, dé sada detaltie. Porque Shakespeare estimula a ansiedade do-paiblico para cuvir, 0 piblice ansiosamente realiza a sua parte ~ a disposigio ne perigeu ‘e221 0 malas aprosintodement,e 9 spoges, 73250 falls, Seu dimetre méito €:de 2.160 rains, soa masa, 7 aprorimadarscate, um octaves dt normal do rev oom treo dena, cskehidvena tlio a0 sal de 29 dias. 12 hows, 44 iat, A segunda modalidade de comunicagio mio lida com um finieo clomenta de cada ver: expressa, com efeita, uma cole. 4, uma combinagio de multipios ede simulsneas elemen. ‘os que, JUtas, expriment plenitude e totalidade. Essa comu- nicagie,em telagdo 3 primeira, de um lado, € mons precisa, de outro, mais evocaiva. Pertence a0 dominio da arte. “Seu sarriso era um rsiar do sol, explodindo através de uma neve «em jorros.” Ou de Sinko de uma Noite de Vera. ‘Tosa ~ yeu pono, quiedkeaumene esta vob ta desta ‘uname devs) sortoa uma ssions eu aw i Liss A primeira modalidade no ¢ nem mathoe, acm pice que a Sepunda. Apenas, destinam-se tina cout a inalidades diver: 535. primeira cspecifica¢ limita, A segunda expatrde eevace, ‘A primeira modalidade de comurticagio refere-se 20 ob: {eto dosciito. A luaem si é 6 sujeitoda definig30 do dicions- tio. A segunda madalidade, porém—madalidade que se util- 24 da Imagem —retere-sé AnOSsareagéo aabjeto descrito, A ua, brifhandapor entre as érvores da Noresta, 3s quatro horas ‘d= uma noite de janeiro, pode sez descrta cientificamemte, muasdisionsrio algum consegue verbalizarnogsas reagbes dian te dela, A descrigdo cientifien pode descrever cada um dos elementos isolades de unbs arrankendo um quadro-negna, mas a totalidade do evento, que deve inciuir aossa reapio, nio vai ser encantradaemm dicionsrio, A totalidade requer rmiltiplos ¢ evocativos elementos =, apresenti-los, &a fun ‘slooda imagem “Ela tal ital um pardil, passeava ao lado do elefamte dy seu marido." Sem a imagem, eu precisaria de paginas para communicar tudo que uma frase contém. Cina imagem: d alu a coisa: que jd conhecemos on que pode ser facilmente ex- Pressa, utlizeda para descrever esclarceer ou deseavolver salewma coisee qne nfo conhecemos on que nito pode se? ex ‘Presse com forildade, Sem imagens, precissria de pardgra- 98. fosdle dascrigio, de excimplos, de anilises paradescrevercomo ‘minha vizinha dirige seu carro, Todavia, uma dniea imagem, vcvocando suas reapdes a.algo que voué conhece, comunica ‘om Sete palavrass “Ela milo dirige, ela tem inten ao de” “Gla abandonou sew mario, tal qual um morcego quan- do foge da luz." Vive interpreta essa imagem (marcego fur ‘tino da Tuz) de mocks ath pauen diferente do mew. Essa € a azo porque cada individuotem um mexdo dca de reagir & ane. Estamos diseutinds 0 métedo nio-cicitifico, embora 0 sstgjammos fazendo, mais ou menos, cientficamente, Na co- ‘municagio ciemtifics, a ambigtidose €nceiva, md. Umma defi. nigdo € boa quando & precisa. A precisa, com sacrifice da soralidade, pertence & inci; @ toralidade, com sactificia dla preciso, pertenice arte. “Ela cozinha como um quim 60”"—nessa frase, niiol informago precisa alguma, mas coma diz tudo! Voc’ pode ver através dela: como trabalba, como sua cozinha, € até que roupa pode estar usando. Voce pode conjecturar sobre sua peroralidade, ¢ aié mesmo especalar Sobre os pratos que serv. Tu isso. mais, se comunica em ‘o¥2x2Na0 Ow Sopessarait} OF) -s9 ‘casm1}s989 Sor Cate) ‘OHSTIRSGE PUN 9 EWLAT Cp HIOML 2 ‘sts04 Sap ap ou Ung, «oprepuodsassojo0 sefod sens wears ‘nb op ousoy w soungeuresp & aiemaiag “Pest © sNasIp we tueinpps sav0i pose Soxlnp “2pos Pad ano wad yp auad sure aA3 jond op oi0} wo oppnssqn omzow03 Woh j DROID sowensqe sonraouos sopoy ons sem sonne.o 9 ‘oSnsn{ ‘oui ed OES] au “ouunia “erougue® ‘ounsep ‘sours “BSud una top hquiy ‘comosse a expressiio postica ou dramdtica fosse um obstéculo: &3ertransposio, Noentanto, como Archibald MacLejsh—wm hhomem que deve saber — afirma em crs Poctica: a dc pee Mas ser, = A busea do tema de uma pega ou de um poema, nfio tem sentido se visar adescobriro que a obea significa, Uma pega ‘io significa coisa alguma, Ursa pecaé. A expressio artistica 6 significativa em si mesma e por si mesma, No tradua, nia decoditica, no deeifra, nem controls coiss alguma que nio soja cla mesma Alguns ¢lementos dé uma pega podem ser iépieos abs tratos, quedela emergem ou que s4o importantes para a ag30. Um tema de Flamer € a vinganca. Isso nio significa que o objetivo da pega seja estudar, ow examina, ou explorara vi ‘ganga, Significa, apenas, quea vinganga & wm conceite abs» ‘rato que se torna concreto pela ago da pega. Macbeth nio é um estude sobre a ambicio. E uma pega cem que um dos temas & a ambigio, Quiro tema 0 poder, otra, a culpa. HA outros mais. Rei Loar tem temas sobre o peder, sobre as relngdes pai! fitho, sobre a laucura € muitos mais. Dizer que Shakespeare concentra sua atengie principal mente em um deles,¢ admit ‘que, na pega, sé diluai a forga dos outros. Se um escritor ¢ dotado de ampla visiioe de prande pro- fundidade, os temas assomarsa importantes. Se no, a tema oilo serd uma fonte estimuladors para @ pensamento, para a Teflexdo, para envelvimento émocional: o tema ser. merax mente tpico. Sejaqual for 0 cuso: tema nda Eo que a pega significa; nom é a expressdo-do tem 0 “objetivo” da peva. Umerta-comum¢ grave, consiste em buscar o tema, antes de mais nada, ignorando outros elementos de importance! maior ¢ mais imediata, Os temas de Rei Lear nto podem se- ‘quer ser cogitados, antes deo enredo estar elara, Se voce nic ‘euaminar a exposicio, nas sete primeiras lias, voc’ poderd pensar que a Cena | apresenta um certame para estabelecer a 108 livisdo do rein, « esse.ero ird ofuscar os verdadeitos temas 1 poga toda (ver Cap. 8), ‘O tema é um resulindo, Procuré-6.no fi, Primeito, ana- wo 2-ag3o com cuidado, a caracterizaglo, as imagens © ot Componentes. Af eno o tema surgici manifostamente “laro, quase por si mesmo, Se voce siraplesmenterefltir so tee o mtivagao que impele Hamlet. depois que-e Fantasma ‘he relaion sia terfvel historia, no Ato I, Cena 5, nfo pode iemarae o tema da vinganga. Ble emerge por si mesma. {© tema mio pode set impastoa prior. Seseu teatro se we cbrigndo & eselarecer os temas ans espectadores, nas paredes dda sala de espera ou nas piginas do programa, entio voc’ dove ter falhacoem fazer da pega uma obra que funciona era ‘vena, Nada hi de errado nos pequencs coragbes da capa do programa de Trabathos de Amar Perdis, ow nas relgios fem pontelrosem Esperande Gade, ou nas bengalasbrancas para Edipo-Rei ~ mas, se voo$ precisar desses recursos para fazer com que 0 piblico saiba do que tata a pega, pode ter certeza dé que 0$ componentes da cha nio esto todos no paleo, lugar a que realmente pertencem., ‘Eaquanto voc’ estiver fazendo sua letura analitiea, ela bore uma pequena lisia de temas. Algumas pecas ttm virion, cmbora nem todos sejam da mesma importancia. A Tista sera ‘eu guia aos conceitos abstratos de.que trata a pega~mas ike se deixe enredar neles, No afi de chegarao-tema, NAO: Prowe- {que umeurto-circito na caminhaca da obra de arte. ignoran- o-the a esséncia para chegar 20 tema, verrumane-A como se fla fosse uma carapaga, uma bareita a ser eliminada entre 0 piblico ea pegaencenada. Otema écomunicado pela teatra- Tidade, ¢ no a despeito dela ‘Ergo transforme drama em filosofia. Nao hé uma dai- ca idgin em Hanmlet ou em Eaipo-Rei, que um estudante de Curso securuliio, sem ser extremamente brilhante. N30 possa temender por completo, Projetar suas prdprias (ow tomadas por empréstimo) ¢elaboradas cog tages na profunda simp cidade das grandes pecas, pode dar-Ine prazer, mas nico Fars a muitos outras, ‘Se vock conseguiu “encontrar” um tema que nao tenha sido expresso, por meio da igio ou de quwos componcnies 109 ‘eatrais importantes, provavelmente esse tema nem sequer 56 ‘enontra na pega, Na éntanio, sem se intimidarem com essa ‘no-existEncia, pessoas hi que tentam expressar temas como ‘esse em suas produgies. A pega é desv ituada pelaimposigio jindevida de um tema nio-inerente nos tijolos fwrdamentais sda construgaio dramitiea, tijalos que t60 sido o assunto prin- ‘cipal deste liveo. ‘0 tera 56 pode ser definido pelos elementos teatralmen- te especificos: ag, personagem, imagem e outros. Ocultas sutilezas ou adigies periféricas do leit raranientetranspcm 2s lnzes da ribaita sem interferir com a pega. Esse parece um onto extremamente dificil para os jovens emtusiasts die tores (¢ alguns ndo ta jovens), que facilmente sedeixam cai 1a Nentagéo de “colar” temas “interessantes” em pegas, scm que haja uma evidéneia definida © nada sutil. Os temas devem cmergir da pega. Eo fara, se thes for dada a oportunidade. As coisas nde funcionam a0 inverso. ENFOQUE: © tema é um cauceito abstrater que se tarna concreta (pela agi da pope. O tema nd ¢ significado: € 4m topieo ma ‘Pega: Orremad aim produ: emerge des ages de eto: eva ne, pois, pega em duaca do tema, depots que vacé estiver Jovalmente Jumiliarizade com os elerienios consinuivos ea pega. JO ‘TERCERA PARTE ~ SEGREDOSE TRUQUES DOOFICIO 13. INFORMAGAO CONTEXTUAL (BACKGROUND) ‘Todo tipo dé informagio de que se puder dispor ttl: ‘nformagies extrinsccas’i cbra: sobre o autor, sobre aépoca. ‘sobre 0 contexto cultural de que @ texto emergiu, ¢ assim por diante, As informagies mais proveitosas provém das outras cobras do mesmo autor. Par exemplo, s# vor’ est encenando © Mereador de Veneza com se tet farniliarizado comasoutras obras de Shakespeare, com certeza nio captard a relagio de Belmont com Veneza. Entretanio, a relacia € Gbvia, relagiio ‘que voct deve tervistosab ourras formas em:Como Quiserdes, Sono de uma Naite de Verdo, A Tempestade, Os Dois Cave tireiros de Verona ~ pegas que avestam © todo da carreira de ‘Shakespeare. ‘Se wood pretende encenar Ratos ¢ Homens de John Steinbeck, wind armadiThacaguarda: Fazer da mulher de Curley ‘uma prostitutaleviana (tal como 6 vista pelos homens do alo- {jamento). Quantos homens de pouca Ieitura, to insens! quanto esses trabalhadores rurais, nfo arrastaram para €352 ‘armaditha atrizes igualmente sem cultura, confiantes, mas ms constrangidas! Leia alguns romances de Steinbeck e descu- baa humanidade de sua percepsio, porque ela é fundamen- tal em todas as suas obras. A mulher de Curley nio é uma prostituta desordeira, mercadejando-se em montes de feno.. Ela s¢ semte 6, procura por companhia, € 0 faz pele: Gnico meio que contece ‘Se wood é um artista, ¢ aprecia a exceléncia © a integri- dade, a honestidade, leia tudo que seu autor houver escrito. Nio deixe pedra sobre pedra, revolva tudo, nusea se sabe ‘que tesoure de compreensio se esconde sob clas. & um tra- hoalho drduo, mas ninguéma aponta um rewlver para sua ca- ‘bega, obrigando-o a fard-2o, Mas, par que, deliberadament tender a mediceridade, fugindo acesforgo, sendo“eficient ‘exsperto? ne 14, CONPIANDO NO DRAMATURGO Presuma que o.que estd num texto, est af fntencional- ‘mente, Presuma que 0 eseritar sabia 0 que ele, ou ela, estava farendo. Se voed acredita no texto, 0 bastante para enceni-lo, config em seu autor, Se voc fizer alteragoes ow supressdes, quando encontrar uma dificuldade, poderd estar perdendo algo important. ‘Seienta © cinco versos de Hamdet sto freqitentemente Cortados porque parecem irrlevantes. Acauelesse: descon- fie daguilo que “parece” Presume que Shakespeare sabia aon- ‘de queria chegar. A parte que frequentemente & cotada, vem Togo depois do relato do Fantasma Ato 1, Cena 5) sobre seu [PrOprio assassinio; efere-se As insrugdes de PolOnio a Rei- naldo questi prestes a vigjor para Paris, coma incumbéncia, -de vigiar Laerie (Ato Ul, Cena 1), Inimeros diretores, antes de-tentardescobrir- ponte es sencial dessa parte, desistem com mais facilidate do que se [Podoria esperar. Talver, j4 que Reinaldo:nlo aparece mais na ‘eva, eles presumam que Shakespeare hs}a escrito essa parte U3 ppara um de scus amigos som trabalho, aqjuen de vis um favor. (0 fato éque a parte € suprimida da encenago, Asconseqién- cia desse corte sio graves. ‘Sem essa parte, Polniondo passa de um velho tbo, bbcantc-e inofonsivo. Na verdad, a maioria dos espectalores =n thes senda dade a oportunidade de verificar a significa- ‘$40 do papel de Reinaldo ficam convencidos de que Polinio um stubeanie tolo, Aconlece, porém, que aqueles setemta © ‘ingo-versos revelam-necorno umexperiente cinsensivel es- pio, E sagaz e inteizenie;¢, embora possa de vex em quan ‘do exprimir-se.confusamente,¢ umaforga a ser considered e utiliza. Hamlet mata a Poldnio accentalmente. Tezinele morto un vetho inofensivo e tolo ou tum agente de intelig2ncia maquie rhdore? Sematouayenasum velho tole, areagiode péblicoen relasio a Hamlet sedlesanicularviolewament sabretido quar do Hamlet se pea esearnecer do assassinio. -Existem ranées legitimas para alterar ou cortar um texto. Mas, cerifique-se de que a falha no ésua. Para certificar-se 0 periga de um corte impensado, descubra a relevancia da espionagem em Hamlet. Procure todos os exemplos,instin- cis de espiomagem. Poucos leitores a percebem, mesmo que seja uma das alividades mals comuns da pega. Quase todos espionam—aé oFantasma. Portanic, pense dots weres antes dle cortaragueles selenta ¢ cinco. versos. E possivel que eles tenham mais a ver cam a pegado que voe8. 16 15. FAMILIAS Costumes estos, gostes. politica Tes, e quase tudo mals, madam de époea para época, de perfodo para petfodo. Hi, parém, algo queconhacemos iniimamnette ¢ que poueo mud ‘as eelapies entre os membros de uma familia. A qualquer pes- soa que tenha ceescido mam mio que, remoramente, se pare {¢4.com uma familia, é-he muito fil compreender as rela ses humans em quase todas. pegas; basta-the, apenas, dar- $e a0 trabalho de examinar as oma, familiares Forgas de fawsilia envorvidas. “Em um nivel mite importante, Hayafer tra de um f- hom pai, uma mile, ura muilher amada, um tio, Rei Lear, de tum pai ¢ suas uds fhas: de wm outro pai e seus dois fr thos. Traga para a peca indo o-que voce conkece de sua prd= pria experigneia com pois, fithos, mics, fhas; assim, terd rao, em casa, paras eieimo, 4 mais importante dinimica de uma pega, © que voc’ conhece sobre a ética ¢ a moralidade da Antigéidade Classica Grega no é mais dtl para uma pega enrwo didipo-Ret do que aquilo que vocé sabe sobee-0 amor ue 4c um marido por sua mulher eo amor de um fitho por sua mie © por seu pa ‘A mesma coisa &-vilida parao piblice, Um pablico tem ‘mais fecilidade,est4 mais apto a compreendr aselagtes entre ‘68 membros de uma familia, muito mais do que quise todos ‘ostipoede eomportamento human, Se Rei Lear tratasse.ape~ ‘nas de um reie de tres princesas, teria uma diminuta relevan- cia para o pablico, ‘As felagdes familiares esto, praticamente, no centro de suse’. No € 0 que aconiece-com o nosso pablic, al syeuy astis9. ‘e aiuap “opep/Suoiw ep tpanb wpidga wun ap opmnias ‘rim “319 08 "2 onst ‘snboyp oe oSo41p wo “opeprsuatL ep *osved ‘eossed fanpesd oebenoyo ruin owsad ~ rod xp ext rwN30) ‘ep opdfonsad w ered prin ou-wnesapisuns $320%19] SOREN, tui efas ‘dod w oroqur nap anb oxy) ynko win ap-ogStane sas bu riynsoa windsyp ‘Eappetiop ese aequoNjop 25-4EDKap O11|JHOO ap SeSIOp SHIT) -sodla sit se edd ep opeduent stem omod wnipe wi XWIYTD “6r 20, COMEGOS / FINS ‘O fim de toda pera (os momentos entre oclimax-e a¢or- na final) poderia sero comego-de uma nova~ porque é urna tases a extase marea 0 comega de ums peso. De mode seme- Ihante, © comego de uma poderia ser o fim da outra. E facil imaginar uma peya que poderia terminar na estase que dé cio a Hanes. O final de Edipo-Rei é, na realidade, bastante parecide como comegode uma pega que Séfocles esereveu, anos mais tarde. 'Um leitor atilado deve poder imaginar o que a pega deve ter sido, paraque chegasse ao inicio da pegaem estuda, Deve- se engitar também da que se seguird Aestase final. Isso ajuda a eselarecer ago da pega em estudo na maisampla extensio de seu universo, e nfo apenas como ura Séri¢ isolada de e- ventas, 129 21. RELEITURAS ‘Uma Gnica leitura da pega nem chega a arranhar sua su- perficic. Agora que vocé comega a compreender as técnicas aanaliticas da leitura de um texto, jd tem condigdes de saber que, para comegar, vétias leituras sic imprescindiveis. Ja- mais se atire ao primeiro ensaio, ou a uma rewniio Com 0 ‘figurinista co cendgrafo, tendo feito apenas uma ou duas lei- ‘tras da pega. Isso € como querer aprender a dirigir no gelo, quando ja std sendo arrastado na direcio de um penhasco. ‘As palavras de um texto destinam-se a ser falads, ¢ alto. Antes do primeiro ensaio ou de uma reuniza, leia a pega toda para si mesmo, em voz alta, a3 ret ‘oontand 9 wou ~ aruewodut situ 9 anb 0 ~ 9 wad wp upesta opSmosdzquy eun yey opU “apautastaq]-oueqoasap9 oussesse o anb aise UID Ov8ed we sab 9p pwuae yanp as aasad win Joc gprapeaUDsep 105 19 codipgy ap o¢Se © anb wjanas vomage asipue clio soreNtp WHC -oeSuae penon uieazooueD ossiu 2921p ew Busse O-anb o.0ges antauiepessdsasap wefosep ooygnd o auoo Ta] ‘ojum anbuod ‘yeu as-ares squoweds opod anb ages 0H pg Bu2Q "TORY ou nuns o ze nb AVE LAT] IesM ONaP {ou2y 29s 98ap-anb 0 "eoyyqeue eanMa} ap seauap sep OTOL sod ‘o1sa) Op epRYTEgeN “epeylEIap ouSOU PLN rPLAD ASlOdd WHA BND OF te ‘Se a sua leiturado texto for suficientemente-boa para re- volar as ferramentas, as armas, os métados, as exceléneiss (@ «as deficits) que-o dramaturpo expbe, enido (eu juro por meus fantasmas ancestrais, x6 entio) voe8 esti pronto a pr -emprética seu teinamento featal, suas artes aplicadas oo tea ‘Wo, Seu takenl, Esnesse sentido, qualquer outa seql@ncia na anilise do texto exelui voc de seu maior aad: o poder, a forga do eseritor cujo texto voce admira o bastante para levar aeena. Pense notexto canto umn ferramenta, Antes eempunbic In para ser usade, veritique bem onde é 0 cabo e onde € a limina ~o contro, vacé pode causar sua prépria ruina ‘Uma boa leitura vers em peimeito lugar. Leia para wis, Jia paraa frente. Leltares obmusos si0 08 Gltimos a chegar 14 ‘THATRO NA DEBATES 0 Seid «9 Mascara Qanpon Seno: Sarselisoo ‘Gerd A: Bornes (D068) Asura” A Tragette Goce TEedinge Frmgn (0212) ‘Abin Lasky (DUDE Perfomance cor Legu03e0 Mainkint eo Tet de Vaggasréa Renato Coben (D219) ‘Angele M. Ripllie (DOI2)— Gayo Mawnan 0 eaten ¢ sna Realilade Carmralsagte © Meo Beeman Tish (DIET) David George (D230 Sernialogda so Touro Borne di Teaao de Renee 1 Ginesbur. JTC Neko = Sulae M, Geman © Tas Stahl Ret C.Candino (rps) (DI3E) ADSI) Feotrs Moderna ie eine le Pesta ‘Arotal Rosenfeld (D153) ‘Maria Lisi $047 B. Paes @ Tori Omer ¢ Hae xpa4y ‘Catia Bemetin (D168) A Aue to ane ‘Opa: Do Tetra 0 Feshro Riche Boles “Amann Séepo da Sve (DITS) Ue Vo Bueehnee (0 atin ¢ 6 Herd na Bern "wgrid D. Keudta (D248) ‘Teatro Rowsileine Prisms do Tear ‘Anstot Rosenfeld (D178) ‘Asie Raserfeld (D256 morareze ¢ Sonido da Teale de Actions Alencor Inerovvurie Testa ‘aso de Ake Prado Suna Chara (D189) «oxen» Jogos Tearais A Conn om Semis Tagrid D. Kode (DIS) aa Mais Marton (D360) Stoaisskl ¢ » Traine fe Arc Testo Joe ry de Mascon ‘Ingeid 1. Konda (D271) 1 Gesnstury (D192) (0 Brat Reamicesrosilcine © Teno Eplce Deco de Alea Pras ‘Anatol Rosoneld (193) (0779) ‘Everette Findo Por Tas ¢ Povo Frit ‘cin de Almeida Prado (D198) Bi Ball (D278 (0 Town Brescia Moder cst na Pip Maer ‘ese Aleks Pde (0211) dngrid D., Kewdela (D281)

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