O Congresso Nacional decreta:
Altera as Leis n°s 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases
da educagéo nacional, ¢ 11.494, de 20 de
junho 2007, que regulamenta o Fundo de
Manutengao e Desenvolvimento da Educagio
Basica e de Valorizagaio dos Profissionais da
Educagiio, a Consolidagéo das Leis do
Trabalho — CLT, aprovada pelo Decreto-Lei
n° 5.452, de 1° de maio de 1943, ¢ o Decreto-
Lei n° 236, de 28 de fevereiro de 1967;
revoga a Lei n° 11.161, de 5 de agosto de
2005; € institui a Politica de Fomento a
Implementago de Escolas de Ensino Médio
em Tempo Integral.
Art. 1° O art. 24 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar
com as seguintes alteragde:
“Aart. 24.
T- a carga hordria minima anual seré de oitocentas horas para 0 ensino
fundamental e para o ensino médio, distribuidas por um minimo de
duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluido 0 tempo reservado aos
exames finais, quando houver;
§ 1° A carga hordria minima anual de que trata o inciso I do eaput
devera ser ampliada de forma progressiva, no ensino médio, para mil €
quatrocentas horas, devendo os sistemas de ensino oferecer, no prazo
maximo de cinco anos, pelo menos mil horas anuais de carga horiria, a
partir de 2 de margo de 2017.
§ 2° Os sistemas de ensino dispordo sobre a oferta de educagaio de
jovens ¢ adultos e de ensino noturno regular, adequado as condigdes do
educando, conforme o inciso VI do art. 4°."(NR)
Art. 2° 0 art. 26 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar
com as seguintes alteragd
“Art. 26.
§ 2° O ensino da arte, especialmente em suas expressdes regionais,
constituiré componente curricular obrigatério da educagao basica.§ 5° No curriculo do ensino fundamental, a partir do sexto ano, sera
ofertada a lingua inglesa.
a critério dos sistemas
§ 7° A integralizagao curricular podera incluir,
de ensino, projetos e pesquisas envolvendo os temas transversais de que
trata o caput.
§ 10. A incluso de novos componentes curriculares de cardter
obrigatério na Base Nacional Comum Curricular dependera de aprovagao
do Conselho Nacional de Educagdo e de homologagao pelo Ministro de
Estado da Educagao.”(NR)
Art. 3° A Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida
do seguinte art. 35-A:
“Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definira direitos ¢
objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do
Conselho Nacional de Educago, nas seguintes areas do conhecimento:
I linguagens e suas tecnologias;
II —matemitica e suas tecnologias;
II — ciéncias da natureza e suas tecnologias;
IV — ciéncias humanas € sociais aplicadas.
§ 1° A parte diversificada dos curriculos de que trata o caput do
art. 26, definida em cada sistema de ensino, devera estar harmonizada 4
Base Nacional Comum Curricular e ser articulada a partir do contexto
histérico, econdmico, social, ambiental cultural.
2° A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio
incluira obrigatoriamente estudos e priticas de educagdo fisica, arte,
sociologia e filosofia.
§ 3° O ensino da lingua portuguesa ¢ da matemitica sera obrigatorio
nos trés anos do ensino médio, assegurada as comunidades indigenas,
também, a utilizagao das respectivas linguas maternas.
§ 4° Os curriculos do ensino médio incluirdo, obrigatoriamente, 0
estudo da lingua inglesa e poderao ofertar outras linguas estrangeiras, em
carter optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a
disponibilidade de oferta, locais e hordrios definidos pelos sistemas de
ensino.
§ 5° A carga hordria destinada ao cumprimento da Base Nacional
Comum Curricular nao podera ser superior a mil ¢ oitocentas horas do total
da carga horaria do ensino médio, de acordo com a definigao dos sistemas
de ensino.§ 6° A Unido estabeleceré os padrdes de desempenho esperados para 0
ensino médio, que serdo referéncia nos processos nacionais de avaliagaio, a
partir da Base Nacional Comum Curricular.
§ 7° Os curriculos do ensino médio devertio considerar a formagao
integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a
construgao de seu projeto de vida e para sua formagao nos aspectos fisicos,
cognitivos e socioemocionais
§ 8° Os contetidos, as metodologias e as formas de avaliagio
processual e formativa serio organizados nas redes de ensino por meio de
atividades teéricas e priticas, provas orais e escritas, seminarios, projetos ¢
atividades on-line, de tal forma que ao final do ensino médio 0 educando
demonstre:
I — dominio dos principios cientificos ¢ tecnolégicos que presidem a
produgdo moderna;
II —conhecimento das formas contemporaneas de linguagem.”
Art. 4° O art. 36 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar
com as seguintes alteragdes:
“Art. 36. O curriculo do ensino médio sera composto pela Base
Nacional Comum Curricular e por itinerdrios formativos, que deverao ser
organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares,
conforme a relevancia para 0 contexto local e a possibilidade dos sistemas
de ensino, a saber:
I — linguagens ¢ suas tecnologias:
II — matemitica e suas tecnologias;
Ill — ciéncias da natureza ¢ suas tecnologias;
TV — ciéncias humanas ¢ sociais aplicadas;
‘V — formagao técnica e profissional.
§ 1° A organizacio das dreas de que trata o caput e das respectivas
competéncias ¢ habilidades sera feita de acordo com critérios estabelecidos
em cada sistema de ensino.
1—(revogado);
Il (revogado);
§ 3° A critério dos sistemas de ensino, poderd ser composto itinerdrio
formativo integrado, que se traduz na composigio de componentes
curriculares da Base Nacional Comum Curricular - BNC e dos itinerarios
formativos, considerando os incisos I a V do eaput.
§ 5° Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de vagas na rede,
possibilitario ao aluno concluinte do ensino médio cursar mais um
itinerdrio formativo de que trata o caput.§ 6° A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formago com
énfase técnica e profissional considerara:
I a incluso de vivencias praticas de trabalho no setor produtivo ou
em ambientes de simulagao, estabelecendo parcerias ¢ fazendo uso, quando
aplicavel, de instrumentos estabelecidos pela legislagao sobre aprendizagem
profissional;
II — a possibilidade de concessio de certificados intermedidrios de
qualificagio para 0 trabalho, quando a formagdo for estruturada e
organizada em etapas com terminalidade.
§ 7° A oferta de formagées experimentais relacionadas ao inciso V do
caput, em reas que n&o constem do Catélogo Nacional dos Cursos
Técnicos, dependerd, para sua continuidade, do reconhecimento pelo
respective Conselho Estadual de Educagiio, no prazo de trés anos, e da
insergao no Catdlogo Nacional dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco
anos, contados da data de oferta inicial da formagao.
§ 8° A oferta de formagio técnica e profissional a que se refere o
inciso V do eaput, realizada na propria instituigdo ou em parceria com
outras instituigdes, deverd ser aprovada previamente pelo Conselho
Estadual de Educagiio, homologada pelo Secretario Estadual de Educagao e
certificada pelos sistemas de ensino.
§ 9° As instituigdes de ensino emitirao certificado com validade
nacional, que habilitara 0 concluinte do ensino médio ao prosseguimento
dos estudos em nivel superior ou em outros cursos ou formagdes para os
quais a conclusto do ensino médio seja etapa obrigatéria.
§ 10. Além das formas de organizagao previstas no art. 23, o ensino
médio poderd ser organizado em médulos ¢ adotar o sistema de créditos
com terminalidade especifica.
§ 11. Para efeito de cumprimento das exigéncias curriculares do
ensino médio, os sistemas de ensino poderdo reconhecer competéncias €
firmar convénios com instituigdes de educagdo a distincia com notério
reconhecimento, mediante as seguintes formas de comprovagai
I — demonstrago pratica;
II = experiéncia de trabalho supervisionado ou outra experiéncia
adquirida fora do ambiente escolar;
IIL ~ atividades de educago técnica oferecidas em outras instituigdes
de ensino credenciadas
TV ~cursos oferecidos por centros ou programas ocupacionais;
V — estudos realizados em instituig6es de ensino nacionais ou
estrangeiras;
VI — cursos realizados por meio de educagdo a distancia ou educagao
presencial mediada por tecnologias.§ 12. As escolas deverdo orientar os alunos no processo de escolha das
reas de conhecimento ou de atuago profissional previstas no eaput.”(NR)
Art. 5° O art. 44 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar
acrescido do seguinte § 3°:
“Art. 44.
§ 3° O processo seletivo referido no inciso II considerara as
competéncias e as habilidades definidas na Base Nacional Comum
Curricular.”(NR)
Art. 6° O art. 61 da Lei n® 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a
vigorar com as seguintes alteragdes:
“Art. 61.
IV — profissionais com notorio saber reconhecido pelos respectivos
sistemas de ensino, para ministrar contetidos de areas afins 4 sua formac&o
ou experigncia profissional, atestados por titulagdo especifica ou pritica de
ensino em unidades educacionais da rede publica ou privada ou das
corporagées privadas em que tenham atuado, exclusivamente para atender
a inciso V do caput do art. 36;
V — profissionais graduados que tenham feito complementagao
pedagégica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educagao.
“ (NR)
Art. 7° O art. 62 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar
com as seguintes alteragdes:
“Art. 62. A formagaio de docentes para atuar na educagao basica far-
se-d em nivel superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como
formagao minima para 0 exercicio do magistério na educago infantil e nos
cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nivel médio, na
modalidade normal.
§ 8° Os curriculos dos cursos de formagdo de docentes tera por
referéncia a Base Nacional Comum Curricular.”(NR)
Art. 8° O art. 318 da Consolidagao das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943, passa a vigorar com a seguinte redacio:
“Art. 318. O professor poderd lecionar em um mesmo estabelecimento
por mais de um turno, desde que no ultrapasse a jornada de trabalho
semanal estabelecida legalmente, assegurado e niio computado o intervalo
para refeigdo."(NR)
Art. 9° O caput do art. 10 da Lei n° 11.494, de 20 de junho de 2007, passa a
vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:
“Art. 10,XVIII — formagao técnica e profissional prevista no inciso V do caput
do art. 36 da Lei n® 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
(NR)
Art. 10. O art, 16 do Decreto-Lei n° 236, de 28 de fevereiro de 1967, passa a
vigorar com as seguintes alteragdes:
“Art. 16.
§ 2° Os programas educacionais obrigatérios deverio ser transmitidos
em horarios compreendidos entre as sete e as vinte e uma horas.
§ 3° O Ministério da Educagdo poderd celebrar convénios com
entidades representativas do setor de radiodifusio, que visem ao
cumprimento do disposto no caput, para a divulgacio gratuita dos
programas e agdes educacionais do Ministério da Educagéio, bem como a
definigéo da forma de distribuigéo dos programas relativos a educagao
basica, profissional, tecnolégica e superior a outras matérias de interesse
da educagao.
§ 4° As insergées previstas no caput destinam-se exclusivamente &
veiculagio de mensagens do Ministério da Educagao, com carater de
utilidade publica ou de divulgagdo de programas e agdes
educacionais."(NR)
Art. 11. O disposto no § 8° do art. 62 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de
1996, devera ser implementado no prazo de dois anos, contado da publicagao da Base
Nacional Comum Curricular.
Art. 12. Os sistemas de ensino deverao estabelecer cronograma de
implementagao das alteragdes na Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conforme os
arts. 2°, 3° e 4° desta Lei, no primeiro ano letivo subsequente a data de publicagaio da Base
Nacional Comum Curricular, e iniciar 0 processo de implementagio, conforme o referido
cronograma, a partir do segundo ano letivo subsequente 4 data de homologagao da Base
Nacional Comum Curricular.
Art. 13. Fica instituida, no Ambito do Ministério da Educagao, a Politica de
Fomento a Implementagao de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.
Pardgrafo tinico. A Politica de Fomento de que trata o caput prevé o repasse
de recursos do Ministério da Educagao para os Estados e para o Distrito Federal pelo prazo
de dez anos por escola, contado da data de inicio da implementagao do ensino médio
integral na respectiva escola, de acordo com termo de compromisso a ser formalizado entre
as partes, que deverd conter, no minim
I — identificagao e delimitagao das ages a serem financiadas;
I~ metas quantitativas;
III - cronograma de execugao fisico-financeira;
IV — previsao de inicio e fim de execugdo das agdes ¢ da conclusio das etapas
ou fases programadas.Art. 14, Sao obrigatérias as transferéncias de recursos da Unido aos Estados ¢
ao Distrito Federal, desde que cumpridos os critérios de elegibilidade estabelecidos nesta
Lei ¢ no regulamento, com a finalidade de prestar apoio financeiro para o atendimento de
escolas piblicas de ensino médio em tempo integral cadastradas no Censo Escolar da
Educagdo Basica, e que:
I~ tenham iniciado a oferta de atendimento em tempo integral a partir da
vigéncia desta Lei de acordo com os critérios de elegibilidade no ambito da Politica de
Fomento, devendo ser dada prioridade as regides com menores indices de desenvolvimento
humano € com resultados mais baixos nos processos nacionais de avaliag’o do ensino
médio; e
II ~ tenham projeto politico-pedagégico que obedega ao disposto no art. 36 da
Lei n° 9.394, de 20 dezembro de 1996.
§ 1° A transferéncia de recursos de que trata o caput serd realizada com base
no niimero de matriculas cadastradas pelos Estados ¢ pelo Distrito Federal no Censo Escolar
da Educagio Basica, desde que tenham sido atendidos, de forma cumulativa, os requisitos
dos incisos I e II do caput.
§ 2° A transferéncia de recursos serd realizada anualmente, a partir de valor
nico por aluno, respeitada a disponibilidade orgamentéria para atendimento, a ser definida
por ato do Ministro de Estado da Educagao.
§ 3° Os recursos transferidos nos termos do caput poderao ser aplicados nas
despesas de manutengao ¢ desenvolvimento previstas nos incisos I, II, III, V e VIII do caput
do art. 70 da Lei n® 9.394, de 20 de dezembro de 1996, das escolas publicas participantes da
Politica de Fomento.
§ 4° Na hipstese de o Distrito Federal ou de o Estado ter, no momento do
repasse do apoio financeiro suplementar de que trata o caput, saldo em conta de recursos
repassados anteriormente, esse montante, a ser verificado no tiltimo dia do més anterior ao
do repasse, serd subtraido do valor a ser repassado como apoio financeiro suplementar do
exercicio corrente.
§ 5° Serio desconsiderados do desconto previsto no § 4° os recursos
teferentes ao apoio financeiro suplementar, de que trata o caput, transferidos nos tltimos
doze meses.
Art. 15. Os recursos de que trata o parigrafo sinico do art. 13 serio
transferidos pelo Ministério da Educagdo ao Fundo Nacional do Desenvolvimento da
Educagiio ~ FNDE, independentemente da celebragao de termo especifico.
Art. 16. Ato do Ministro de Estado da Educagio disporé sobre o
acompanhamento da implementago do apoio financeiro suplementar de que trata o
pardgrafo tinico do art. 13.
Art. 17. A transferéncia de recursos financeiros prevista no pardgrafo tinico do
art. 13 serd efetivada automaticamente pelo FNDE, dispensada a celebragiio de convénio,
acordo, contrato ou instrumento congénere, mediante depdsitos em conta-corrente
especifica.Parégrafo tinico, O Conselho Deliberative do FNDE disporé, em ato proprio,
sobre condi¢Ses, critérios operacionais de distribuigdo, repasse, execugao prestagto de
contas simplificada do apoio financeiro.
Art. 18. Os Estados ¢ 0 Distrito Federal devero fornecer, sempre que
solicitados, a documentagao relativa A execug%io dos recursos recebidos com base no
paragrafo Gnico do art. 13 ao Tribunal de Contas da Unio, ao FNDE, aos 6rgios de
controle interno do Poder Executivo federal e aos conselhos de acompanhamento ¢ controle
social.
Art. 19. O acompanhamento € 0 controle social sobre a transferéncia e a
aplicagao dos recursos repassados com base no pardgrafo tinico do art. 13 serdo exercidos
no Ambito dos Estados ¢ do Distrito Federal pelos respectivos conselhos previstos no art. 24
da Lei n? 11.494, de 20 de junho de 2007.
Pardgrafo tinico. Os conselhos a que se refere o caput analisarao as prestagdes
de contas dos recursos repassados no Ambito desta Lei, formulardo parecer conclusivo
acerca da aplicagdo desses recursos ¢ o encaminhario a0 FNDE.
Art. 20. Os recursos financeiros correspondentes ao apoio financeiro de que
trata o pardgrafo tinico do art. 13 correrao A conta de dotagao consignada nos orgamentos do
ENDE e do Ministério da Educagio, observados os limites de movimentagdio, de empenho e
de pagamento da programagio orgamentéria e financeira anual.
Art. 21, Esta Lei entra em vigor na data de sua publicagao.
Art. 22. Fica revogada a Lei n° 11.161, de 5 de agosto de 2005.
Senado Federal,em /3 de freer? ae2017
Presidente do Senado Fedetal
vpliplv16-03Ssanga0