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Revista Motor 3 n° 11 - Maio/1981 DARDO 1.5 O motor mais forte, com 1.496 cc ¢ 96 CV de poténc! trouxe mais alegria a0 comportamento do elegante esportivo da Na edicdo numero 8 de MOTOR 3, més de fevereiro, publicamos uma avaliacdo completa do Dardo F 1.3, modelo esportivo produzido pela Co- ona e dotado de mecénica Fiat. Em sete paginas, trocamos 0 veiculo em mitidos, apresentando os numeros comparativos entre um modelo a al- coal e a similar a gasalina, ao mesmo tempo em que analisamos todos os prés © contras do simpatico dois- lugares, o primeiro nacional com mo- tor entreeixos traseiro. Agora, decor- ridos trés meses, estamos voliando a cle. Acontece que a fabrica langou, em fins de marco, a opgao do Dardo ‘com motor mais forte, item que au- menta prego em Cr$70,000, ele- vando o total para Cr51.297,000, valor obtido na primeira quinzena de abril Por isso, vamos analisar aqui apenas a performance do novo Dardo 1.5. © novo motor ¢, na realidade, um Fiat 1.300 cc modificado por Silvano Pozzi, da Silpo Equipamentos Espor- tivos ‘Ltda., sob encomenda da Co ona. Deslocando 1.496 ce de cilin- drada, essa unidade apresenta 9 CV SAE de poténcia maxima a 6.200 rpm € torque bruto de 13,8 kgm a 3.800 1m. Tais mlimeros, quando compara- ‘com os do moior da Fiat Rallye, Gene roma cada pistio so iguais, com 78 mm. O motor normal de 1,3 litro da Fiat ¢ su- perquadrado, com’diametro de cilin- dro de 76 mm e curso de pistéo de 71,5 mm, O aumento no curso de cada pistéo dentro do bloco foi ob- tido com a troca do virabrequim, Os proprios pistes foram subs tituidos e mesmo ocorreu com as en significam um aumento de 15,3% na capacidade volumétrica, sobre’ os 1.297 ce do outro; poténcia maxima 33,3% mais elevada e torque 27,7% mais forte, este surgindo a regime ‘mais baixo’— no Dardo 1.3 a poténeia € de 72 CV a 5.800 rpm € o torque & de 10,8 kgm a 4.000 rpm. A alimenta- ao é garantida por um Weber duplo corpo. Esse motor, com razio de com- pressio de 8,2:1 (no convencional & de 7,5:1) & do tipo “quadrado”, pois 0 diametro do cilindro e 0 curso de ‘camisas dos cilindros, para que 0 did- metro interno dos mesmos aumen- tasse dois milimetros. Todas essas mudangas trazem um ‘comportamento bem miais alegre para © Dardo, sem prejuizo do consumo — que, aliés, até melhorou um pouco. Mas hi um sendo que deve ser lem: brado: quem optar por esse motor es- tara automaticamemte aceitando 0 eventual risco de ficar sem pegas de reposi¢do caso haja uma quebra qual- quer em viagem. Se camisas, pistdes & virabrequim foram trocados, os com- 27 © motor da 1.496 cc. moditicado pele Silpo, tem 33,3% mais poténcle o 27.7% mais torque ponentes originais da linha Fiat ndio mais servirio. Eno ha garantia de poder comprar as pegas alteradas em qualquer oficina especializada, como ‘corre com as originais de Fabrica ACELERAGOES EFICIENTE © Dardo 1.5 praticamente empata com o 1.3 na arrancada de zero a 100 por hora; o primeiro marcou 14,00 se- Bundos € 0 outro 14,03, refletindo 0 torque mais elevado, surgindo em re- ‘gime um pouco mais baixo. O 1.5 par- tiu da imobilidade € passou pela marca dos 400 metros em 19 segundos cravados, vencendo © primeiro quild- metro em 36,2 segundos: 0 carro com motor 13a gasolina cobriu as mi mas distincias em 20,1 ¢ 38,3 segun- dos. Essas vantagens continuam nas re- tomadis de velocidade. O novo mo- tor (opcional) permitiu ao Dardo a& lerar de 40 a 80 por hora em apenas 5,3 segundos, e de 80 120 em 8, quanto 0 Dardo 1.3 pede 60 € 9,1 gundos nas mesmas condigdes — am- bos utilizando marchas reduzidas, Na velocidade méxima, entretanto, os dois se igualaram novamente. O Dardo 1.3 normal a gasolina registrou final de’ 155,0 km/horatios reais no quilmetro langado, ¢ 0 novo 1.5 che- g0u a 155,8 por hora, conta-giros osci- Jando perto das 5.800 rotagdes por minuto. (0 fato do carro com motor mais forte niio “despachar” 0 outro na mé- 28 Volante do airepio asta melhor posicionado agora xima pode ser eaplicado pelo curso alongado dos pistes dentro dos cilin dros. Um ripido caleulo mostra que 68 pistes do motor 1.5, com curso de 78 mm, estdo percorrendo, cada um, 14,95 metros por segundo no interior das camisas, em seu trabalho de subir ¢ descer para atender aos quatro tem- ‘pos: admissiio, compressiio, explosiio, exaust. Na mesma rotagio de velo- cidade méxima (5.750 cpm) 0 motor 1.3 tem seus pistées de 71,5 mm ‘curso percorrendo 13,70 metros) gundo. Ou seja: 0 percurso dos pis- tes do motor modificado € 16,6% mais longo © provoca um atrito’in- terno mais acentuado, prejudicando o ganho de giros do virabrequim. Tanto Que no Dardo 1.3 foi possivel chegar ais 5.750 rpm em quarta marcha (a po- \éncia maxima surge a 5.800 rpm), quanto no 1.5, cujo regime de potén Cla ¢ de 6.200 rpm, a rotagdo maxima atingida em quarta também parou perto dos 5,750, Um aspecto negativo do novo mo- tor é sua trepidacao sensivel em mar- cha lenta, Essa vibragiio é provocada Principalmente pelo eixo. comando ‘com angulo de 272 graus, e 0 compra- dor deve se habituar a conviver com la, Esperho retrovisor no lado direto @ © consumo do novo motor foi pouco melhor que 0 do 1.3, tanto e1 Cidade quanto em estrada.’ Devido a exigiidade de prazos para o fech: mento desta edigao — permanecemos com o Dardo 1.5 apenas durante cinco dias — nao foi possivel efetuar varias verificagdes para cada tipo de consumo. Mas os numeros obtidos mostraram média de cidade da ordem de 9,0 km/itro, com a melhor anota- gio ‘surgindo em avenidas livres © bairros desimpedidos: 11,0. knvitro. Em rodovias, sua média chegou aos 13,3 knvlitro, marca que se repe tentar acompanhar a vazio normal do ‘methores puxadores, sugestoes Motor trafego. Em pista bastante movimen- tada anotamos 12,1 knvfitro. Em tre- chos livres, mantendo velocidade constante de 80 por hora, em quart jarcha € conta-giros nas’ 3.00) rpm, chegamos a excelentes 17,0 knvlitro. ‘marea que tem muito a ver com a efi- ciente penetracdo aerodinamica do modelo. Claro que esse indice ¢ irreal, pois raramente se enconitram estradass sdesertas, com longas retas e sem acli- ves pronunciados; mas & um niimero que pode ser atingido por motoristas de pé leve, desde que consigam per manecer acordados apds a primeira meia hora, Com otanque de 42 sua média de estrada the confere erea de 550 quilometros de autonomia MELHORAMENTOS, EFETUADOS, Em nossa avaliagiio do Dardo F1.3, ppontamos alguns itens que mereciam reparos. Na ocasiio, tivemos uma longa reuniio com Ricardo Caloi, ge rente_ administrative da Corona, ‘com Toni Bianco, conhecido estilistit responsiivel por alguns dos mais ousa: dos ¢ elegantes projetos nacionais ¢ tum dos estcios técnicos em que se apoia © Dardo, Naquele enconiro, na sede da empresa, em Diadema (SP), tivemos oportunidade de esclarecer 5 pontos que nos haviam desagra- dado; e notamos bastante recepuvi- dade € interesse por parte da fabrica, ‘Agora, ao retirarmos 0 Dardo 1.5 para esse curto period de verificar 6es, foi com satisfago que notamios arias alteragbes ja efetuadas. A sus- pensiio com carga mais forte tornow carro bem mais estivel em curvas; 0 volante de diregao foi um pouco er- guido, nao rogando mais nas pernas do motorista e permitindo methor lei tura dos mostradores do painel: 0 re- trovisor interno tem novo apoio no pira-brisa, reduzindo sua trepidacao, € 0 carro ganhou um espelho kateral direito; ja ha chave na porta direita: a manopla da alavanea de cambio rio m falso: os tapetes do piso foram fixados por botes de pressito € njio embolan mais sob os pedis: pe= daicira teve sua posigio aperteigoada ¢ foram ganhos mais quatro cemime- {gos em comprimento para as perma: com a nova posigao dos pedats ja hi uma posigio de descanso pura 'o pé esquerdo em viagens mais longus; um batente, sob a aluvanca do freio de nvdo, impede que esti aperte os de do motorista contra 0 console: © as travas das tampas do cotre central do motor ¢ do porta-malas traseiro gi nnharam puxadores muito mais feiceis de se manusear, que exigem menos esforgo na hora de abrir Ficamos sitisleitos em ver essas ben- feitorias incorporadas ao. Dardo. porque tivessem purtido de sue gest6es feitas por MOTOR 3, Mas sim porque esse simpatico esportivo merece esses detalhes de melhor aca- bamento. Porque a Corona se mos trou sensivel aos eventuats. problemas apontados € interessada em buscar solugdes para os mesmos, Porque 0 consumidor & que saiu ganhando, ao receber um produto final mais eapri- chado © mais desejivel. Seria muito bom se todas as fabricas mostrassem. essa mesma consciencia protissional. PCE 29

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