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det fous $021 LUIZ GONZAGA DE MELLO famnopontin Suelbice ANTROPOLOGIA CULTURAL Iniiaglo, Teoria e Temas orate ee ee — Y anom en at ones Petopatis 2002 CCoptlo VI EVOLUCIONISMO CULTURAL 1. Las Gerais do Evolucontame 2, © Evoluconismo Cultural: Representantes 3. 0 Evoludonismo Cultural: Prnepals Caracerscas 4. 0 Neo Bvoluconiame 5. © Evoluconismo Visto por Outro Angulo 1, LINHAS GERAIS DO EVOLUCIONISNO ‘Quando se fala de evoluconizme pensa-se, automatic mente, em Derwin, na selegbo natural das expécies, na so: brevincia dos meis fortes © na origem do: homer, Teves se posse dizer que a idla de evelugao fot 8 Idsin dominante 0 século XIX. Ela fol a nota dominant do cima intelectual de todo mundo clentfee. Darwin, portato, nfo fl o nico ' pensar em termos de evalugio, Ha antigu Pensadores preocuparam-se com 0 problema Fhomem edo univers, do. movimento e da transformesse, Mio apenas se aventou a idela da evolugéo, mos também 8 da involugSo. Exemplo disso s80 as teoras milleetligio: S88 do Oriente — a concepgio do progresso negativo —~ ue se reportvam a uma époce de oure, No Genesis, caso mais ‘conhecido, podemos ver um exemplo dessas teoras: 0 ho: mem tera sido ctiedo com ume inteligéncle fulgurante © ‘com mutes outras prerogativas tela encontrado em 20 ‘aminho a decadéncie pelo pecado original, Seo. exemplos também os poemas épicos da India. Na Persia e nia Sumecé les também se Tlaeram presente, Eseds tories estho per Imeadas de saudosisma, Ente nds, sings hoje, ente pessoat e idede mals avancade, ¢ comim se ouvir falar de ume epoca esplendovosa e de abundéncia: «no tempo em qee 30 ‘amarraya cachorro corm Tingilgas, no der populst. AD qve tudo indica, ¢ ume hipétese endo ume efirmasio, tals tee fies saudosistastveram suas ongens em sociedades decade tes em relagdo a um momento histrico anterior, Esta hipe- tese poderla se prester muito bem uma pesquisa sobre & historia do pensomento soca. 20 ‘Ainda a_anighidade cléssica nfo fataram as teorias sobre a evolugdo « com mareas evidentes de otimisma. com felasto 0 futuro de humanidade. A teoia do. progresso cr ("urn exemplo disso, Este, ne expressio de Eve. M. ‘&.. sustenta que 2 histéia de humanidade passa por Giclos® as cultrbe stravessam uma sure de. estgios Sucessivos, yllando a0_ponto original e recomegande 0 ciclo (escitos Indanes;”doutrina. budita; doutrin dot festoeas glegos © fdsofos romanos, especialmente Marco ‘urelion? Bem mals otimista sio as concepgbes de um progresio linear © vertical. Nomes igedas esses concepsées! ‘tego Hesiodo e 0 do poets e fibeofe romano Lucrécia Na Idade Média note-se 9 mesmo dlapasto, De un lado © pessimisme de Santo Agostino e do outro 0 flgrofo scl 4o'século XIV, 0 érabe Ibm Khaldun com sue teotia da evo: Iugdo soci em expel. De modo gerl,contudo, pode-se dizer que o germe das tears. evoluconisias que elcengou 0 seu ‘auge no. século XIX std no proprio metodo dentiico © na flosola que ¢ Inspitou. © luminismo serviu de base ‘0 creseiments" pos. terior de todas as teorlas evoluconstes por uim processo de ‘ssociagdo. Se 0 homem ere cepar de acumular conhecimen- to atrevés do métode lentes, bem podera.tambem a ‘mentar o|grau de efiiéncia de’ suas aplicagies, No fundo, ‘chegara a dpoce em que todos os estudiosos pasearam a acre. ‘tar, sendo na Allitce de Bacon do passedo, ao menos nna Atitntida do futuro que 0 homem ‘estava constuindo lenta e penosamente, Entre esses crentes podem ser citados ‘Turgot, Condereet, Auguste Comte, Herbert Spencer, Hob. house ® tontor outron om se_vé, 0 evoTicionismo, embors nfo fosse esse Intenglo dos seus seguidores, tepresentow, ate certo pont, 12 manifesagio de fé dos estudiosos na capacidade do homem de fazer uma histéria cada ver mais grandioss, Gata fey 42 eres, restingle-se & capacdade do. homem fazer hstria 1, a Mate LACATOS. Scag an, 340, am nbouso ov do mas uso de sve capcidade. Neste cle & Ge bret e rou rates tambem o crohtosame no etude S*tentmeno curl © mesmo se dlga do, ewoiuconismo 1s Blogs em outas iipines cnn. Outro fator que no 26 deve eaueeer« que veo coro bora toda eas nh’ do, pensemente lence de toes fo 1 revougho instal Erquento a ‘Senca ane progrestor i ge mee cing oo nny Se Plo eis indus A produtdede «a copectede ae fetid lobe tnarranent o ens. A scents urbeniagie tambem nlo & de se cepre Zar como fotor que velo beneicer © avn © 0 progress Seer conics. quer venico. A perro skculo Xl Ee ‘Sp, acme vb ee es ‘ment’ de_prodogt, G0. popuast, dos conhecmenton, cercnn amogisica © don hoes, ns come i eipice de demesne ae capacdde eh TA Borst do desenshimans urbana, mores bh gue 4 ele t elerem como uma verdedierevolgao: Ele tee Suceiso & revolusto egal e anocedgo 8 prptia revo {osto India. Alnda a repeto de grande signcyso, do fendmene utbano @ valida s observagio de Gideon Sjber tet cio de Cideon Sjoberg, “A cldade de diversas maneives funcionave como um Incentivo 80 progress. Multas des primers cldedes sut- lram em entrades importantes; novas Ideas e invengbes, haturalmente, convelgiam pare cla. O. simples feto de lum grande niimero de eapecalstas encontrarse concen: {rado em uma pequena area incentvava s inovesSo, n8o fpenes Teo, mis tembam ar dls religions. Hos ficas e cientifices»,* nee oor Embore noto intresse espec‘icostjs 9 eoluconisme ‘cultural, nac i rs aed Sonismo na attopolgia, O nome, mals importante nese ‘impo fol com caters, de Chas Darvin, que em 1659 pableave seu mals foroso we, A" Ongem das Espes Resta aba ele txp6s 0 conjnto de suas tase teopeto du erolugto de fodes a especes Tato de selsso natal me ds sobrevvéncia dos mas fortes ¢ flnou os concetos de evo lugdo, do sobrevvéncia « de fungSo. Neste lio o utor ex ‘Gevew, sEsiou conveneigo, enfim, que a seieg60 naturel tem esempenhade ©. principal papel na modifengso des expe des, posto que outtos agentes tenharn dela parthado igual "Fambém nfo menos importante fol 0 nome de Monet de Lamarck, bidlogo eminent, Udo como 0 fundador da teo- ‘ia do evolugho e anterior a Darwin, Ume des ides. mais Conbiecdes de Lamarck € 0. que se refere & afirmagéo. de fue co funglo cra o Orgfo>, Esta Idea fol assim enunciade por ele +A necessidade cra 0 6rgto, necessrio 0 uso © forties te auments consideravelmente; @ Telia de uso, tbo contre, condus & atrofa, ao desaparecimento do rgd nats." verdade que estes idlas no foram aplicedas por Le. rarck wo homem, priniplmente devo aos preconcetos co mune de epoca, Contudo, mals tarde suns idéies foram am flamente lindas mesmo sem virem ligades 80 seu nome. Bata observagbo tem © mésto de chamar 8 stengio para 0 tapecto ealetvo do conhecimento humano. iso vem 8 pro- Platte da efirmagto de que o evoluclonismo cuturl, isto é Stveluclonisme de antropologia cultural, no deriva do eve Tuconlsme blologico de Derwin, de Lamarck « de tentes ov tron Naturlmente, & fact edraiirse esta independéncia. Con- fdo, € forgoso Teconhecer Vizihange e 0 porentesco das {las tanto” do evoluconisms biolbgico come do cultura. Nios Impertinente lembrer que © evolucionismo de etnolo- Sle utilzouse muito dae colaboracbes da anropologia, da ‘Srquecloga historia, Desnecessrio também 6 chemar ten {Bo pero 0 desenvolvimento. paralelo dos dois ramos da an- Rrpalogia: fica e a cultura. 2. © EVOLUCIONISMO CULTURAL: REPRESENTANTES (© petiodo de consirugto de entropologia foi dominedo, Interartente, pela orientagbo evoluconiste, Pode-se der que ¢ evolucionismo era ume forme otimiate de encerer real dade humana. Tem resto EvansPrichard quondo. observe ue os antropéiogos do século passado eram«liperals ¢ ro onalistas ¢ eam sobretudo no progresso, ist Gas tas ddangas materials, politica, soclais'e flosiices que se esta. vam processendo re Inglaera vitorianes, Este mesmo. autor screscenta que cindustalismo, democrecia, cnc etc, eam onecios acetéveis por sl mesmoss, Eval reals além o autor ‘quando dis @respelto da antropologia soca! modern Na fealidade, em que pese a opinifo de muitos dos ‘que se dedicom ela, hd que se reconhecer que ® ah ttopotegia sociel moderna, encareda em seu aspecto tes. Fico, € conservadora: intressa-se, mals por produza equlibrio Integra Interessava, pois, eo evouclonisme nascente no provar 4 evolugio ou! 0 progreso, mar apenas moster come ito ‘scontecer4 ou aconteca. Embora a preacupasto dessey eat, siosos fosse estabelecer es linhas gerals deste progres ma. terial, acreditovem que, vltando or olhos ao passadoy teem 5 do pro- gresso humano, Parece conto concuir que ies nso. pro- ‘uravam prover 2 estenca' da evolugdo, ‘Ao conta ‘epresentava-se como um terminar como isso ocortia. Querlam descobrit as = Ise gels ‘ula do homer. or see Pode et re 9 evolvtnisno call fol na verdad aden tose De certo modo se pode dir que 0 século XIX fei um soealo de cufora © otimismo e 0 século AX, uma epoca de certs edo e apreensio pelos caminhos qué tomate 03 m tecnoldgleos, principalmente nos palaes desenvolvdos. Edward B. Tylor & considerado 0 pal da enologie por ter sido ele 0 primelro a tentar sistematiat 0 estado ‘ultra. Contudo, ito nfo signin que esta laeie de evolucdo no tivese sido Ja eventada por outros estudiosos. Michell mse" Dilondrio de Sociologia" apresenta no verbete eevo- lusto social» viios nomes que podem ser tomados como Precursores do evolucionismo cultural da etnolegia, 2S BA RORSRM tor tt SB, 24 Saint-Simon (17601825), por exemple, afiemara em vb tias obras que ha uma seqitncla evelutve atraves. do deve, passor toda humanidade, dstinguindo tres feses daa widede mental: « conjetural,asemiconjetural © & pose ‘Auguste Comte (1798-1870) apreseniou esquema seme: ‘ante. Falava de um estado primitvo ou teolegice, de Um Intermeditrio, que denominou’ de metafiio, de‘ vm ter ito, batzedo como centifico ou posto, Segundo ele todas ‘2 socledades stravessam esses tts estadon Outro nome de reale, neste campo, fot © de Herbert ‘Spencer (1820-1903). «Spencer tinha elaberado a propti too. fia da evolusSo social antes do publicagso de Wellace e Der io, mais vu nas suas contibuigSes & Biologia © apoio pera Feo’ do. qual necesstavas. A clasicn expressto.csobrevven ‘a dos mais aptos» pertence Spencer © nto # Darwin.” Hi outros nomes como © de Henty Maine (16221888) que estudou a evolugio da organizagio socal, o de Bacho- fen que, 0 inves de defend ‘como queria Maine, achave «ve a familia petrirealtette sido a forma mais primitive Att entéo, os enunciados no. passevam de meras hi: poteses acerca do passado do homem, Néo havia, neste cart: Po, um estudo mais sstemético e acurado sobre © assunto, No dizer de Evans-Prtchard: «Os primeios © considerer as sociedades primitives como temas Interessantes_ por si mesmes foram MeLen ren e Tylor neste pais (Ingatere) Morgen ne Amd. Fea. Os referidos investgadores extairm informagées ‘rimitivas realzando me. ampla Selegio de escitos des mais dverss clsses, apresemta fammna,de forma ‘sstemitice © estabeleceramn assim as Doses da entropologia social, Em suas obras aparece 0 fstudo.direto das sociedades primiivas junto 8. teora ‘onjetural sobre 8 naturera das insitugées sociaise.” Em 187, Tylor (1821917) pubes se lio Primitive Caare, onde procurou princpament, manor © deserve ime da prea reign Pl response! pels concen ‘0 do fermo scr dainguindoe doe taps. Tere © BB waa Sa ae 25 mérto de proceder & sistematizagio das Ideas evolucons: {sa respelto da culture. Neo menos importante fo nome de Lewis Morgan, que em 1878 pubieave o seu Ivo malt Importante Anant Socely, em terras smereanes. © grande mero dele fol ter sido um dos primelios e realizar u pesquisa de campo. Ocupou-se do estudo de organizagdo Socal € langou ideias vigoroses a respelto da distingo do equipamento material, da organizagb0 socal © ‘Serv de Inspragde a pensedores de cor te contrdrias A seu respeto escreveu Maurice Friedman ‘ld Rizemos menglo 90 papel de Lewis H. Morgen ‘enquento antepassada do funconalsmo, Acerca dst, Jo Se assinalou que Fortes tne dedicado o sev recente lwo sobre o parenteseo a este precursor ameriane. En: ontrase uma homenagem andioga em Les. structures ‘lamentaires de In porenté, de Lévi-Strauss, e vericmos « Imediatamente que se tra de um homem que conse ‘gulu numerosos adept, impressio. que reforse também © fatonde se saber que, sem intermediéio mim caso © Staves da influtncia de Marx e Engels no outro, tanto © ence americana como a do_mundo ‘comunist. tram este fonte comum a Justifeagio de svat teorins eval Cionistas da cultura e de sociedade, Notdvel convergen fia na orgems.” Je James Frazer (18541941), também com seu nome ligade eo evolucionisme, homem' dotedo de grande talento Merde, consequtu'popularisar » antropologia soca: ‘Postulave t8s etapas de evolucio pelos quais pas: sam todas as sociededes: magis, Tigo ence, Alseu modo de ver estava o homer, em.3eus primérdis, do Iminado pela magia, que, unto com a ciénci, con 4 aturera ‘come um série de acontecimentos. que, se esenyolvem em-uma ordem Invervel sem a interven ‘Ho de Um agente pessoal” O'mago, come © cient, {Sopse a exstenca de ete de natureza. Cré entho: que conhecende-as,pedera modifies em seu benefici; po ‘em, em tal cas, estag les bo so resis © sim inag néras, > Wi: EER oats ote #18 6 Frezer_em 1690 publicave seu princpel lvro: Golden Bough a Study In Comparative Religion. 0 que se pode der que todoe estes autores exerceram grande fascinlo na ¢po- 2: Como iustraglo diss, velose 0 testemunho de Engels fue, mesmo nfo sendo evoluionista eno sendo discipulo de Morgan, escreveu's seu respito: ‘Morgan fol 0 primeiro » ptr, com conhecimento de ‘aus, certs ordem ne. peehistéra. da humanidede. Seu ‘grupemento de fotos Near, sem divide, em vigor, en ‘Quanto dacumentor muito. mais abundantes no. cbrige- fem a modifcslos(.-) Gs eapitlos que se seguem slo, de algum modo, 2 fexecugto. de uma, herange. Kat! Mars resere-se txpon ee proprio, os resukdes das pesquises de Mor {gen tm coneado ‘com os emuifados de seu (tenho, de eta forma, 0 clreito de dizer, nossa) estudo materials: {da histéria © de fazer assim melhor compreender 0 stu eleanees.” © tesiemunho de Engels tomnase mais vlldo se se con sera que ele 80. aceltava as expli ‘nfo 2 explicagso. dade pelos evo: Iuetonists. Ana tinfia em comium algo com © evolucinsme e 0 historicsmo. ‘Com aque, tinha em comum e preocupacso geral © amy ‘om 08 wniversais da cultura. ou com 0 Fenémeno cult ‘onium todos os poves « de todor os tempas: com este, fparentemente, pouco linha em comum; no entanto, & con Yerginca al ocoria no compo. metosolagica, 0 gosto pelo Tulluraliemo, © primado de cultura ou da historia sobre os homens, Veltremos a0 aseunto quando tatarmes dos espec. {or tebrcoe de cade coments +3. EVOLUCIONISMO CULTURAL: PRINCIPAIS ‘CARACTERISTICAS 2) Aint do bjt de eso: Notes gue 0 ers inltne curd vsve'a-esucar cular Et fo de * hid por Tylor coins ceste conjunte compleso que inelul €o- 1! PHS A een Fann Pine Py 6 Ey — mM ‘hecimento, censa, arte, moral, lei, costumes © vias outias aptises e hibtas edquirdos pelo homem come membro de uma sociedades." Como’ se pode ver, nesta definicho o obe to de estudo era muito vaso e abrangia o fendmen da co {ura como fenémeno humana proprio da espéclehimena Mio se tratava de manifestagho deste fendmeno nes, soe: dades particuleres © historcamente stuadas, mas, 20 cont tio, dita respeo wo Fenémeno geral, Pode'se afizmer que fntropologla nascente do seeulo XIX era bastante ambicosa Tem raxdo Merton em dizer que «€ caracteristco de uma c- fncia, em seus primeiros extgios ... ser 20 mesmo tempo fombiciosamente profunda em seus objetivo Tiviel noo. ‘elo dos detalhesy E fc entender esta tendéncla da antropologia nascen: te, Farias Inecessiio langar as bases de displing no sen tido de premover uma reducio tediea que permilisee ® ge peralizagbo e & consttulgho des denominadas lls clentiices Dirlomos que esta antropologia nascente era mais teerca do que price, aproximava'se meis do tipo da grande teres 4 que das’ teores de medio slcance» De certo modo, cremos ser coreto afirmar que © evolu: cionismo, mesmo considerande 98 diferenses e semelhenges cultura, viva a explicar os aspectos comuns a todos ot oves, Preocupourse ele também em mostrar as reglaride. es enistentes' no processo cultural ala fnagdo ho fend. ‘meno da evolugde, ou sea, aquelas rensformesbes requires © presentes em todas es. populages conhecdes. Contudo, € forgoso reconhecer que 0 evolucionismo det 430U no ar uma certe divide com relag8o as rasces e causes des trnsformagdes da cultura, Nota-se, no enlanto, que ex, tie certo consenso no que diz respeto és Tinhesgereis do Pnsemento terico, A “sucesso de estiglos de desenvoi. ‘mento ere uma das principal. © de presumir, portant, que les aceitovar que a cultura obegeds, vio de fegra, «vine dindmice «naturals, isto 6, derivade do propie consitugse humana. Ere aqueia-nogéo de unidade peigulce do: home qe permitia que todos os povos mals edo ou meis terde ‘evolulssem em sus culture. NBD seria o caso, pottanto, de ‘tur es mutagSes cultuais so amblente, como. penseve 12.45 Gouge de MELO 4 Ae SLES tte A tgs 28 Manteiqlew nem stibur & propia hire (0 patiménio. ‘altura 0 prinplo dessa dnkmin ou eo mene £'ceus de scetragho do proceso dinimico da cakar “Todevia,¢ de se corsderar uma parcledade obser veda na defn. de carn de Tyo: ble at pode went aus o flor aprendnagem esta presente © até mereeu reer. Reta Tylor lade um fendrieno wadqutndo pel horsem Cero membro ds ume socedaden, Com se ve 9 Ranier 4a enropologe cure nao despece fetor Wensmssie; ‘Situra, Gute autor que pée em tlevo a fore du etre omo fendmene quase que responsive pla propia dnd # Morgan quando atibul eo especo steal Ou tenco tues 'detanstrmagto de organzagto sol ¢ Se postr ‘rnsormesio do equipement mboica. Mas, mrt cay parece pono pales, por pri de todos os evluconitss @ ‘econhecimento do. pmedo, ta Ivenglo coma noponetea pant cultures, Dto its ce cura mene cuconime emesis amas te, § ‘eter 20 equlpamento iopiq de hemen topo, ‘iio 4 agiohisurn Be vest, Convem sbseNer ue os see ‘Senlts nfo_queram negar'« portance de Seve fae "5 sobre o fendmene da elturs, ti come scl has Préprios feos eulucls dos homens, ee Quer ‘nos Parser {ut o problema € de fundo metodslgis pls interes ‘Scola er estdar'¢ splcar como econo 9 fendene frolugo, que ra por ee aces como vin dado con for ‘= svoma Dal o cominho pemlhado pelo evoluconiane he ‘cathe de temas: origem ey cars se evelagso ou Capes Hage nos ents ta Tegit So ree, d'or ‘amir le do as beta embora ten concorde pare uma cata Tals de igor metodslogc,permiay no ent, "esenvonineno sedrado de aided Calis Sos te tam ampler 9 conbecmerto do pasado do homem Cxem Plo estas tidades 0 pogreso canseguido pla pach: {clog e ple erqueiogitnisorca, Davie Info, tn am, fet pitalgia mute sluar no que se eee a sbenura ds mentadege dos Inelectuts © os flosos no co ientiico do homem eda catura. Ume expec de desma fcagho da telidade humans. O etido do hore «de cel pastou a ser menor compromsado con 0 egies religious 2 1b) 0 fator tempos Ure das ctcas mais acentuadss fe: tas 4 corrente evolucionsta est, precsamente, ne. scusesto Ae que ela nfo levou em consideracso metecida o fator tem po. De certo modo, os evoluclonistas procuraram rar um fempo novo, isto ¢, © tempo cultural: a5 fases ou estégls de tvalugho, De sore que 0 que Impertva no era tanto lo nly determinade povo navescal cujo chtsio ere 0 estiglo {de cultoa vido. pelo povo em questi. Dal se justfieer & titlngSo. dos chamedos. povos primitivos pare a reconsiu {io do. peseado cultural do homer, Dei Se pode der que fare evoluconisias os nivels de cultura determinavar © fempoe nao este os nivele de cultura. De nosse parte, © hoodo de tempo cultural parece valde {ert no estudo de allure. atureimente, € recomendavel prudéncia no seu uso. de & metodeldgica e opereconel. Mao ‘igniea dl ‘deve olvidar a veréves tempo © espago no estudo ‘Ao contra, & indlpensavel a consideragto des. a5. duas vonivels na utllzgfo do conceto de tempo cul tra ‘2 O método comparative: © método comparative util. ado’ pelo evolucionismo decorrey, sem divide, da propria ‘dequegdo do métedo eo objeto. A crea que so far 40 evo luclonismo foi # de tentar a interpretagho das instuigses so isis través de ume reconstituglo do. passedo. A pretensto fra explicar © conhecido por aqullo que se lgnorava quase ‘ue completemente (© metodo comparativo que se afirmava préprio do. evo- luclonisme no ere coite nove, tendo. sido empregado por ‘Aristteles no. seu estudo dos sistemas polticos. © proprio método cientiico impicave necessaramente na utllzagze. de omparasio, A céncia jd no seu nascedouro.preocupavase om o problema das semelhangas e des diferengas. Ares peito do métede comparativo utilzado pelo evolvcionismo do culo XOX, escreve Perey S. Cohen: ‘Por todo 0 curso do século XIK exists umm esreito exo entre 0 emprege do metodo comparativo © & aber ager evolucorista, em particular devido & influence Creseente do darwinisma. Alguns estudioses, todavia, nfo Se limiavam a estabelecer as orgens comuns e 8 recone ‘historia naturals dos fenémenos socials, come & Feligio # famila, ou @ eveiicar elguma te 210 pelo dos estigios do desenvolvimento social e mental; Por exemplo, Tylor, como Comte, sustentava que um dos Principals objeto de comparecSo ere descobrr agullo ‘gue ele chamave de caderenclas cultural, ou coreagses Necessiries ent dois ou mals fendmenos cultures, tas ome ume regra de comportamento de parentesco © ume regra de terminologia de parenesco. Foi John Stewart Mil (1806-1873) que Introdusia um maior rigor na dscussfo, demonstrando que 0. método ‘comparativo era spenas ume aplicagso da logea de ch nce casos Jb dedos, ao contrvio dos casos consul dos experimentalmente, no momento em que — arma: Ya —'o metodo clentifien consiste necestariemente ne ‘Comparagdo entre casos que ao em algum aspecto se ‘melhentes e novtror aspects diferentes, com’ a final ede de moster que ceras cavacterstieas estéo ligedas ‘ausslmente, Todava, Mil estabeleceu, por fim, que 0 Imétodo comparativo no estava. de scordo verdadelra- mente com ss regres indutives da cléncia que ele aha Formadon 'Nlo importa a retratagio de Ml, posterormente. O fato € que o metodo comparttivo ver sendo ullzado largemente hes citncias humenas quer pelos primelios evoluconistas quer por Durkheim ou Weber Ar fees metodologias cometdas pelos evolucionistes nfo repousam no fato de comperecto, fm si, mas na falls de rigor do seu emprego, Exemplo disso fai falta de critics dae fontes de Informacto wtilzedes. Tanto ‘lava Informasses biblices da mitologa grega como as Fistériees, faciimente comprovades (© evolucionismo, contudo, teve © mésito de Iniciar, em- bora timidamente, a apicaglo do método. comparativo de rmoneia correta quando passou & estudar os povos canter: Dordneos primitives para, através das observagses concretas, umentar © conhecimento do fenémeno coltral universal, Ai [a no se apicave a critea’ de que 0 evoluconiste tenieva ‘expliear © conhecido pelo desconhecido, Também @ verdade que foram poucos os sequidores do. evoluconisma que se eram ao trabalho de realzer pesquisa de campo, Talver um ‘exemplo de inciaglo deste trabalho sea aquele reslzado por Morgan junto aos Foquesss 1 te TOME, DM ada,» aun De resto, procede # observagho de Evans Pritchard quan do excreveu! ‘Vemos pois que, apeser de toda sua initéncia o- bre necessidade do empliismo no estudo des insti ‘Bes soci, os antropdlogos do seclo XIX eram apenes ‘Sm. pouco menas dialétices, terieas e dogréicos que fs Albeofos moris do século anterior. Estes se preocup am apenas em sustentar suas construgoeshipotétieas ‘om um nimero suficente de fatos concretos; eo con ‘iio, 0s Investigadores dos quals nos ocupamos, apesar de nfo o aplicarem na prétics, estavam convencios do necessidade deste span ™ Come 20 pode depreende, as flhes do método comy rato utlzede pelos evoluconsts, repetimos, no esto Ino i ne ener ten domed, Tie apheagio. No entonioy © exforgo 8 teorsasdo metodo {Bgl esses ploncros de cinlogi val como sberture de ‘uma plea para aqueles que ob sucederam, 4) Panclpas temas e concetos: Os principals temas de preocupesto dos evoluconstas foram es nauiigSes Teg fas e ou insitugées femores, Prclelamente se ocoperem também de inthulger Jurdces e dos apectos da culture ‘mater, com fo © aso de Morgen. Em qualquer dos temas Tpeocupeqto ental eta demonsrer come cra be. ddece e ume evolugéo universal e uniinear. «A Fistorie do ‘gesero humeno, dia Morgan, € nies em sue oigem, nice rave experiencia © Glen no 30 progreston.” (© ato de encarar os denominados «power primitvoss ‘como populasio potencslidntis aos poves ,” bate numa tecla importanissima para a compreen- ito do evsvionismo como do difuslonismo (histori mo). O primero dé televo 90 fenémeno. da invenglo, 0 se: ‘gundo ae fendmeno da difusbo e dos contlos entre 08 poves. Kmbos, no enluita, acreditam ques compreensto do fend. freno cultures repousa sobre 0 seu certter dindmico, Os Gfusionises.pessaram a ver na explcasso evoluconste da Cult ume forte marce de apriormo, mula especulagho ‘ume mugen: ‘) Uma marca forte do difusionismo, em aera, fol « preo- cupagto de tomar or métodos de sntopologia cultural mals figoreses, mes clentiens, Isto Tevouro.® deserolver @ pes: (qise de campo com intensidade considertve, De certo modo, poder-sela dizer que este periodo ¢ 0 period, por excelenel, da etnografia, Com isso se quer por Ei tele © falo. de os antropslogos ferem partido. para a foleo de dados no campo com todo empenbo. Alguns. che foram a dizer que hava urgéneia em coletar dados e infor. ea sobre os jovos pimitvos antes que os mesmos de Saparecessern ou fossem'aingidos pela clzegso. Boo parte a w dos antropeioges entenderam que, ao menos por enquanto, ‘mais importante era coletar os dedos nio enplicat 0 fe: ‘némeno cultural. Este time poder esperar algum temps, [No momento, o importante eta coletar © méximo. de infor Iasies que pioncitsem, male tarde, elementos suficientes ‘que permilssem as elaborages tees, 3) Esta mudanga de tities levou a antropologla cult 4 desemvolver vies ténicas de pesquisa, princpalmente, ¢ ebserag80 participate, Indietamente, 0 estido ou pesquise 4e campo, junto a povos primitives, levou es antropsiogos & aprender varies idiomas entes desconhecidos, Este eto, por sua ver, velo favorecer'o ineemento de outro ame de eno. pologla cultral, a lingustien. Esta ‘marca tember vaca Facterar 0 funcionalisme de Malinowski ‘ede Redcife. Brown, ©), Em sua, a abordagem historiista na entropologla 38 acarretou ums nova interpretagto. do fendmero. ca ‘url, como fol visto, mas velo convencer seus defensores. de Necessidede de mudar 0 proprio sentide ov foco de etude, Isto teve lugar princpsimente, na escola americans, onde se passou a dar relevo 20 estado das culturas paticulres eno 4 cultura universal. Jando se procurave estudar 8 culture not suas crgens e em todas as pertes formende uma grande Gar dade comum a todos os homens; agora, ‘eleve era dads 4s cultures particlaes. Isto, sem dvds, permit, maior ae suranga nes informasées e um meior conhecimento, de fe Omens, ate agora, relegados. a um Segundo. plano, Este fato tales cxpique 0 surgimente de cuties tendencns tet Fieas ne antropologia cultural, tals como ‘0 psicoogismo: funcionaismo e 0 estrturalismo, 'A seguir, se procuraré consider principals orienta hes difustonstas, Separedamente, Uma edvertenia, comtode ‘qui se far necessira,Importa nBo esquecer que, apecer de 138 flor de um periods diusionista, no cas, inglés, sontiacs americano, no significa que durante trnia anos 16 tenhe ddominedo 0 fistoricismo. De’ modo slgum. Ne propria Ingle. terre no cessam ebruptemente os estudes evoliconstes festa escola, Herskovits resume em ucts palaas o significado dela pare a Pistia da ano: Pologla: Fol a cima « aparecer (Sto 4 uitime des scales de orentasbo historcta) no cendno.anropologic «pre mela a str, spesar de as controversies por elt engendrades terem sido ti colorosas como nema out he Maton de ntopelogis.* ‘Seu fundador fol o Inglés Grafton Eliot Smith que, de Inicio, no passava de um enatomiste especieizedo no" eile 2 cebros, Tendo ido ao Egitoestudar © cerebro de mies, éntrou em contato com os fesqucios de antiga cultura ep:

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