São Paulo, 7 de julho de 2010.

Edição n°1

Carta do editor
Queridos delegados, staff’s, diretores e secretários,

É com que prazer damos início a uma grande simulação que promete marcar a
história da conhecida “modelândia”. O SPMUN foi organizado com muito carinho durante
um ano de trabalho árduo, mas que com certeza deixará as dificuldades e obstáculos de
lado ao vermos-o em ação.
O “SPMUN em dia” é um projeto no qual temos a preocupação de informar a todos
que participarão deste evento não só sobre o que se passa dentro das sessões, mas
também dentro do evento como um todo, desde o trabalho dos staff’s às resoluções
finais de cada comitê.
Além do jornal impresso, teremos a presença de outras mídias, como o blog
(http://spmunemdia.wordpress.com) com outras notícias e curiosidades sobre o evento.
Também estaremos conectados diariamente no Twitter (@SPMUN), que estará cobrindo
em tempo real os comitês, festas e bastidores da simulação, com o uso de recursos de
vídeo por meio de nossos jornalistas.
Esperamos que todos tenham um ótimo SPMUN, que possa proporcionar
momentos inesquecíveis, sejam discussões ricas, novas amizades ou momentos de
descontração. Lembre-se de que o “SPMUN em dia” é o canal dos delegados, diretores e
staff’s com o evento, isto é, não deixem de dar sugestões, afinal, vocês são os
responsáveis pela nossa existência.

Stephanie Hering
(Editora Chefe)
 Conheça um pouco mais sobre os comitês
ACNUR (Alto Comissariado das Nações
Unidas para Refugiados)
Este ano no SPMUN, o Alto Comissariado das Nações
Unidas para Refugiados (ACNUR) abordará a questão dos
deslocados internos na Colômbia. A mesa diretora será constituída
pela Srta. Ana Carolina Marson de Araújo, Sr. Daniel Felipini Filho e,
finalmente, pelo Sr. Eduardo Barion Baaklini.
As dificuldades que o ACNUR enfrenta para interferir na
condição dos deslocados internos e refugiados colombianos vão
desde questões físicas do território – muitas regiões são de difícil
acesso – até a problemática de estar indo contra a soberania
nacional, uma vez que o Governo, tendo em vista que os
deslocados internos não saíram das fronteiras colombianas,
dificulta a ação de organismos internacionais defendendo sua
soberania nacional.
Federação Russa, Estados Unidos da América e Cuba são
alguns dos 45 países que farão parte deste Comitê, evidência de
que divergências ideológicas hão de aparecer durantes os cinco
dias no SPMUN 2010.
O delegado participante deste Comitê produzirá o
Documento de Posição Oficial (DPO) para o primeiro dia do SPMUN
2010, o qual mostrará a relação entre a sua delegação com o
conflito.
OEA (Organização dos Estados
Americanos)
A Organização dos Estados Americanos (OEA), considerada
um dos órgãos mais antigos do mundo, será um Comitê de extrema
importância para o SPMUN 2010. Falar sobre a República
Bolivariana da Venezuela (RBV) já não é uma tarefa fácil, imagine
como serão os cinco dias na Assembléia Geral que tentará abordar
a situação democrática na RBV relacionando-a com os alicerces do
órgão conhecido mundialmente pela defesa da democracia, além
de seu papel sobre a manutenção da paz e estabilidade dos países.
A mesa diretora deste imperdível Comitê será composta
pelo Sr. Antonio Carvalho e Silva Neto, Sr. Kauê Darzi Alvez e Sr.
Lucas Lôbo Takahashi. Sem esquecerem-se dos aspectos sociais,
históricos, econômicos e principalmente políticos da RBV, os
delegados deverão, com base no documento sobre a Carta da
Organização dos Estados Americanos
(http://www.oas.org/dil/esp/tratados_A41_Carta_de_la_Organiza
cion_de_los_Estados_Americanos.htm), encaminhar uma solução
para este grande desafio que o SPMUN 2010 está proporcionando.
O Comitê será formado por 34 países, entre eles Cuba e a
própria Venezuela, além da presença da Anistia Internacional e o
Human Rights Watch.
A batalha democrática do SPMUN 2010 já tem dia, data e
até hora marcada. Boa sorte aos “soldados” do Comitê da
Organização dos Estados Americanos. •
Por Ana Beatriz Camargo e Isadora Soares
CSNU (Conselho de Segurança das
Nações Unidas)
O Conselho de Segurança das Nações Unidas
(CSNU) surgiu juntamente com a ONU em 1945, após o
termino da Segunda Guerra Mundial. Os países aliados o
fundaram com o principal intuito de garantir a paz mundial
e a segurança internacional através de negociações e até,
eventualmente, intervenções.
Esse órgão é composto por quinze membros,
sendo cinco permanentes e os outros dez rotativos com
mandato de dois anos. Reino Unido, Estados Unidos,
França, Rússia e China são os países permanentes. Para
uma resolução ser aprovada são necessários nove votos e,
além disso, a unanimidade dos membros fixos, já que estes
possuem direito de veto.
Dentro do conselho são levantadas questões
polêmicas que ameaçam a segurança nacional. A aplicação
de sanções, a realização de acordos e até mesmo invasões
militares são debatidas entre os países membros com o
intuito de alcançar a paz.
Recentemente, o CSNU discutiu incidentes
envolvendo o Irã e a Coréia do Norte.
Durante o SPMUN 2010 o comitê que
representará o Conselho de Segurança irá simular uma
reunião emergencial a respeito dos problemas envolvendo
a República Democrática Popular da Coréia. Os testes
balísticos realizados sem autorização pelo país e o clima de
tensão presente no leste asiático serão os principais
assuntos abordados pelos participantes.
OPEP (Organização dos Países
exportadores de Petróleo)
A OPEP (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo) foi criada no dia 14 de Setembro de 1960 com o
intuito de fortalecer os países produtores e diminuir o
lucro das empresas compradoras que, na maioria,
provinham dos EUA e da Europa. Composta por 12 países,
a OPEP é um exemplo de cartel que visa à unificação da
política petrolífera dos países.
A organização se reúne ao menos duas vezes por
ano e por meio de conferências são debatidos diversos
assuntos como produção, royalties, logística, entre outros.
Além disso, são produzidas informações e estatísticas a
respeito da produção de petróleo. As decisões tomadas
pelo grupo são baseadas na unanimidade.
O Oriente Médio sempre foi considerado uma
região estratégica devido principalmente, ao fato da área
concentrar aproximadamente metade das jazidas de
petróleo e gás natural do planeta. Essa abundância de
recursos já causou muitos conflitos e disputas na região
que é marcada por inúmeras guerras.
É a partir dessa conjuntura que deve ser realizada
a simulação da OPEP no SPMUN de 2010. O comitê planeja
focar nos problemas da região e, principalmente, na
revisão dos acordos de Teerã e no recente conflito 
da Palestina. Apesar de opiniões diferentes, decisões e acordos
devem ser feitos. •
Por Mariana Tessitore
g-20
Bretton Woods em cheque: Os abalos da crise no mercado
imobiliário americano em 2008 tornaram questionáveis as regras
vigentes no mercado internacional
O G-20, grupo formado pelas 19 economias mais
desenvolvidas do mundo e a União Européia surgiu após a crise do
mercado imobiliário americano que abalou o mercado mundial em
2008. Ele tem como objetivo desenvolver políticas de promoção do
crescimento sustentando a economia mundial. Seu papel não é
estabelecer leis para regular o comércio ou propor acordos
financeiros, pois estas são funções da OMC e do FMI,
respectivamente. O G-20 apenas aponta quais são as principais
falhas do mercado mundial e estabelece metas de crescimento.
No Summit Pittsburg realizado em 2009, reunião mais
recente, o foco das discussões econômicas foi uma possível
mudança nas regras do mercado financeiro mundial. E nessa
semana, no SPMUN, o Summit G-20 tratará dessa questão. O
comitê é uma continuação das cúpulas de Londres e Washington e
pretende discutir modelos de crescimento que permitam construir
uma economia mais justa, “O mundo precisa de alternativas, e não
somente de regulações. Não reformar o sistema, precisa-se
transformá-lo.” (HOUTART, 2008 in: ARRUDA, 2009).
A função do G-20 é analisar a situação econômica mundial
e procurar soluções viáveis ao desenvolvimento, por isso questões
como o grau de disponibilidade das nações em colaborar com o
crescimento econômico do mundo; as nações que de fato precisam
de ajuda e quais são aquelas que podem ajudar; mudanças que
serão feitas nas instituições financeiras como FMI e OMC; também
farão parte das pautas nas reuniões.
No comitê Summit G-20 poderemos entender como as
pessoas podem influenciar nas causas econômicas,
conscientemente ou não, e não apenas sofrer com as
conseqüências destas. Aproximando, assim, a população com o
que acontece no mundo no campo da economia. Para isso também
haverá um debate sobre a última crise mundial.
LEA (Liga dos Estados Árabes)
Um dos assuntos mais polêmicos e que mais aterrorizam a
população mundial nas ultimas décadas será abordado pelo comitê
da LEA (Liga dos Estados árabes) no SPMUN 2010.
Em 1945 foi criada a Liga dos Estados Árabes, cujo projeto
atual abrange áreas como educação, cultura, economia e política.
Entretanto há uma questão que os preocupa e preocupa também a
todas as nações do mundo: o terrorismo. Desde o episódio do 11
de setembro toda e qualquer pessoa de origem árabe é
erroneamente taxa de terrorista, e essa é uma imagem que precisa
ser mudada.
Outra questão muito polêmica envolvendo terrorismo é a
discussão desses atos no contexto do conflito árabe-israelense. Um
dos desafios do LEA é mediar a relação das organizações de
resistência palestina, que ocasionalmente fazem uso da violência,
com a justificativa de defesa legítima da instalação do Estado
Palestino. A LEA em linhas gerais procura uma forma de resolver 
o problema, evitando os atos terroristas.
A Liga deve apoiar o Estado palestino nas
negociações de paz com Israel. Esse problema já é
classificado como guerra por muitos observadores
internacionais e lidar com as agressões desmedidas de
Israel é um dos tópicos mais deliberados nas reuniões.
Além de revisar as políticas de combate e
prevenção ao terrorismo já adotadas com o objetivo de
sugerir eventuais avanços e alterações, a Liga deve também
discutir estratégias para aliviar a interpretação errônea que
prevalece no Ocidente sobre a origem dos terroristas. •
Por Isadora Mota
hRC (Human Rights Council)
Um dos comitês integrantes do SPMUN 2010 é o
United Nations Human Rights Council, ou Conselho de
Direitos Humanos das Nações Unidas, cuja atuação está
atrelada à Assembleia Geral das Nações Unidas. Com sede
na cidade de Genebra – a segunda mais populosa da Suíça
– o Human Rights Council (HRC) foi criado em 15 de março
de 2006 pela Organização das Nações Unidas e encerrou os
trabalhos da antiga Comissão das Nações Unidas para os
Direitos Humanos que atuava produzindo relatórios sobre a
garantia desses direitos ao longo do globo, bem como
sobre os movimentos que contra eles atentavam.
O objetivo do Human Rights Council é indicar à
Assembleia Geral onde ocorrem as violações de direitos
humanos para que esta possa, junto com o Conselho de
Segurança, traçar os caminhos para a resolução desses
problemas. As atuais 47 cadeiras da organização contam
com representantes de todas as partes do planeta, sendo
13 países da África, 13 da Ásia, 6 da Europa Ocidental, 8 da
América Latina e Caribe e 7 países da Europa Oriental e
outros.
Em um primeiro momento, a criação dessa nova
organização pelos direitos humanos sofreu oposição por
parte dos Estados Unidos, Ilhas Marshall, Palau e Israel,
que alegaram insuficiência de poder por parte do novo
grupo de países, o que resultaria em fracasso das tentativas
de resgate dos direitos humanos. Entretanto, o Human
Rights Council mostra-se mais rígido do que seu
predecessor, o qual fora fortemente criticado por escolher
o Sudão como líder, apesar da beligerância calamitosa do
genocídio de Darfur. Segundo as regulamentações da nova
organização, os membros estão sujeitos a controle
periódico e suspensão caso um terço dos membros assim
decida.
A atuação do Human Rights Council na SPMUN
2010 debruça-se no embate entre religião e violência, cujo
primeiro ponto será conquistar um acordo mútuo para a
promoção dos direitos humanos em detrimento dos
debates temperados por crenças religiosas. Contudo, o
histórico de atuação das mais diversas entidades religiosas,
como a Igreja Católica, o Protestantismo, Budismo,
Judaísmo, Espiritismo, etc., não será deixado de lado e as
consequências para os grupos a elas atrelados serão
debatidas pelos delegados. •
Por Ana Beatriz Camargo
 “ESTOU AQUI COM A MENTE ABERTA”
Com um português carregado de sotaque moçambicano, o professor holandês conversou com o “SPMUN em dia”
sobre seus objetivos para o evento e deu várias dicas aos delegados para o bom aproveitamento da experiência.

Para o bom andamento dos debates,

Maarten pontua três questões fundamentais:
conhecer o conteúdo dos documentos que
asseguram os direitos fundamentais dos
cidadãos, como a Carta dos Direitos
Fundamentais das Nações Unidas e tratados
sobre direitos cívicos e políticos; ter convicção
e querer, de fato, por em prática os princípios
desses documentos; e saber negociar – “Na
prática das Nações Unidas, tem que tentar
convencer”.
Sobre sua fala na cerimônia de abertura
Vitor Hugo DahlstrØm (Secretário Geral Acadêmico) com o
do SPMUN no Palácio Nove de Julho, na noite
professor Maarten van Munster. desta quarta-feira (7), o professor contou em
primeira mão ao “SPMUN em dia” que
contemplará o “movimento dos direitos
Presença confirmada e internacional no
humanos no nível das Nações Unidas” e a
SPMUN 2010, Maarten van Munster é
relação entre objetivos políticos e direitos
graduado em Direito Constitucional e
humanos, além de comentar sobre os tribunais
Administrativo pela Universidade de Amsterdã
de Haia. Maarten também contou ao jornal ter
e atualmente é professor de Direitos Humanos
preparado para a cerimônia de abertura
e Direito Internacional na Universidade de Haia,
algumas perguntas para estimular a reflexão
ambas localizadas no território dos Países
por parte dos estudantes. Que todos possam
Baixos – país natal do professor. Por três anos,
encontrar, mais do que respostas para os
de 2003 a 2006, assumiu a coordenação de
grandes problemas globais, respostas para seus
currículo da Faculdade de Direito da
próprios dilemas éticos no caminho do
Universidade Católica de Moçambique, onde
aperfeiçoamento pessoal.
também lecionou e aprendeu o português.
A presença do professor nesta primeira
edição do SPMUN faz-se indispensável para Por Ana Beatriz Camargo
endossar o teor ético e comprometido com os
direitos humanos dos discursos e propostas
apresentados pelas delegações em cada comitê
e sua participação será muito importante para
temperar os debates. “Vou explicar o papel do
Conselho dos Direitos Humanos, por que foi
criado, qual e o objetivo e como funcionam as
coisas na prática. Vou lá, vou ouvir, vou tentar
ajudar com meus conhecimentos”, garantiu o
professor e assegurou que almeja a ajudar os
estudantes, ao longo da simulação, a atingirem
seus objetivos no setting diplomático. 
 Tipos de delegados

A um dia do início das sessões, é importante conhecer os diversos tipos de delegados para um bom entendimento
da dinâmica das discussões. Segundo o blog Modeleiro.blogspot.com, há nove diferentes tipos de delegados:

Burocrata: O mais conservador dos delegados, ele se preocupa em seguir à risca sua política externa e as formalidades da
apresentação desta política, muitas vezes
discutindo e se portando de forma mais próxima à de um burocrata, sem os
theatricals costumeiros de alguns outros tipos de modeleiros.

Bom-Mocista: Presente majoritariamente em comitês direcionados para questões de desenvolvimento ou direitos humanos,
uma de suas maiores preocupação é garantir o bem da coletividade em detrimento dos interesses individuais da nação
representada.

Resolucionista: É a figura que deseja a aprovação de resoluções a qualquer custo, por mais que isto signifique sacrificar
interesses importantes. É o único
tipo que se aplica também a diretores.

Materialista: Declarações, resoluções e acordos de cavalheiros não bastam para esse tipo de delegado, é preciso haver
algum resultado real. Inclui os delegados convictos em criar um fundo ou comissão para analisar a questão em discussão.

Sofista: O principal objetivo desse delegado é provar que ele e seus argumentos estão corretos e que suas propostas são as
mais vantajosas para todos os envolvidos. É um tipo complexo de delegado, pois ele pode ser, inicialmente, qualquer dos
outros tipos; sua característica principal é a persistência em conseguir o resultado desejado.

Purista: Um tipo muito mais visível em simulações de situações históricas, o purista é o que se preocupa em repetir aquilo
que acontece ou aconteceu na vida real por acreditar que qualquer outro resultado seria implausível e, portanto,
descaracterizador de uma verdadeira simulação. Desta forma, ele resolve play by the book apenas, simulando em um sentido
bastante estrito.

Revisionista: Há também o tipo de delegado que quer tudo, menos repetir a

história. O delegado fará tudo ao alcance de sua representação para
justificar decisões diferentes das reais, buscando, entretanto, manter-se no campo da plausibilidade ao fazê-lo.

Competidor: Esse delegado é característico de modelos onde os participantes concorrem a prêmios oferecidos pela
organização. Apesar de ser confundido com um vendido clássico, lembremos que o vendido não é necessariamente um tipo
de delegado, mas sim uma artimanha disponível.

Radioativo: Delegados radioativos são uma subespécie de delegados experientes, aqueles cuja presença simplesmente
contamina o comitê. Há outros que conseguem manter o low-profile, mas não este. O delegado radioativo é famoso por ser
um incrível vetor de confusão.
 Equipe:
- Stephanie Hering, Editora Chefe
- Ana Beatriz Camargo, Jornalista
- Isadora Armani Soares, Jornalista
- Isadora Teixeira M. Mota, Jornalista
- Mariana M. Tessitore, Jornalista

Blog:
- Maiara Q. Estefano, editora
- Felipe R. de Castro, editor

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