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O QUE É SER PSICÓLOGO?
Feito por Harley Pacheco de Sousa – Universidade São Marcos – São Paulo – 2012.
É provável ue o leitor pense ue e!er"irão palavras solenes paraacentuar u!a atividade ue parece ser e ue # tão $onita. Mas se en"anaauele leitor cr%tico ue esesperando por palavras $onitas $ellu ueacentua! a i!port&ncia de u!a 'ove! pro(iso ue co!e!ora seuscinuentas anos e! 2012. ) palavra co!e!orar nos re!ete a le!$rar* nosi!pele a re(le+ão acerca de co!o a psicolo"ia (oi constru%da no ,rasil e talve-a partir dessa le!$rana possa!os di-er o ue # ser psic/lo"o. Muitos dos cole"as psic/lo"os ue tivere! acesso a esse peuenocol/uio certa!ente terá u!a /tica não tão esplendorosa acerca do uea$ordarei* !as isso não # u! (ato ue inco!oda* porue contraditoria!ente oue deveria ser plaus%vel "eral!ente # repudiado. ) psicolo"ia veio ao ,rasil uando o pa%s saia de u!a situaão dee+ploraão* che"ou e! u! !o!ento e! ue a naão aca$ará de sair dore"i!e de e+ploraão e precisava e!er"ir enuanto autno!a. )3U4*20125.6o! o (i! da condião colonial houve a necessidade de (or!aão deuadros para o aparato repressivo ue sustentasse o re"i!e i!posto pelopatriciado* pois # o$vio ue a elite não poderia perder seu status. )3U4*20125.o ,rasil naão (or!ava!7se as !etr/poles* cidades essas co!pro$le!as "raves i!erso e! insalu$ridade* su'eira e notada!ente cheia dedesi"ualdades sociais* esse conte+to precisava ser 'usti(icado e le"iti!ado por u!a sociedade ue a(ir!ava i"ualdade de direitos e !o$ilidade social propostapelas ideias ilu!inistas oriundas da 4uropa e ue che"ou ao ,rasil por !eio daelite ue era !andada para estudos (ora do pa%s* !ais especi(ica!ente e!8is$oa* 6oi!$ra e Paris.
 
 ) naão precisava de u! sa$er ue naturali-asse a e+ploraão de u!aclasse por outra* 'á ue se (or!ou enuanto estado so$ o alicerce da divisãosocial e para isso a !elhor (erra!enta era a educaão e a !edicina e (oi por !eio desses dois sa$eres ue a psicolo"ia ro!peu as $arreiras oce&nicas eche"ou ao ,rasil. )3U4S* 20125. ) psicolo"ia # o sa$er ue veio para cu!prir o papel de leão do estado*de au+iliar na !anutenão do Status uo* co!o representante (iel e discreto darepressão ideol/"ica* pois individuali-ando o su'eito se !ostrou capa- de 'usti(icar e naturali-ar a cultura de opul9ncia e opressão. :)M)M;3;* 20125.3alve- por aui o leitor inveterado 'á tenha u!a resposta para a per"untao ue # ser psic/lo"o< )l"u! te!po depois o pro(issional psic/lo"o passou a ser cha!ado depsicot#cnico e psicolo"ista* pois seu sa$er 'á não estava !ais e!pre"ado e!(avor das estatais* !as de a"ora e! diante* o sa$er estava so$ 'ul"o dase!presas atuando e! seleão de pessoas ou e! cl%nicas particulares uee!$ora o (osse! e!presas "randiosas o dei+a! de ser espaosprivati-ados ue $ene(icia! uantidade li!itada de pessoas. :)M)M;3;*20125.=etorne!os* pri!eira!ente o sa$er psicol/"ico era usado para repri!ir revoltas e naturali-ar o ue não # natural au+iliando o !anutenão do Statusuo* depois passou a inte"rar o uadro das e!presas ue "ira! e! torno docapital e passou ta!$#! a se e+pandir enuanto cl%nicas ue são assi! co!oe!presas setores privati-ados. >?848)* 20125.Me responda* caro leitor* a per"unta o ue # ser psic/lo"o< Ho'e sa$e7se ue o !undo # triste* ca/tico* violento e desani!ador e ase+pectativas o o as !elhores* porue as pessoas o (a-e! o ue"osta!* ou (a-e! o ue não "osta! S@?4=* 1AA15.
 
; psic/lo"o aparece co!o !uletas para au+iliar e"os (ra"ili-ados* sel(sdesestruturados ou co!porta!entos inadeuados. ão se iluda caro leitor* nãoi!porta ual a linha te/rica do psic/lo"o* não i!porta a 'usti(icativa ue se d9*o sa$er desse pro(issional serve apenas para (ortalecer e devolver ao !undoue enlouuece o su'eito. 6=;6H?@* 1AAB5.6erta!ente o ue !uitos psic/lo"os ar"u!entara! seráC Fa-e!os oue pode!os para au+iliar o su'eito a viver nesse !undo diante do !al estar.Perce$a ue ele s/ lhes dá a !uleta para andar.Me responda leitor* o ue # ser psic/lo"o< ) psicolo"ia tradicional su$ordina7se as deter!inaDes do !odo deproduão do!inante e esse # u!a li!itaão da aão pro(issional. Para apsicolo"ia elitista e $ur"uesa # !ais (ácil culpar o su'eito pela inco!pet9ncia dostatus uo do ue !ostrar clara!ente ue o pro$le!a pode não estar nele*!as si! no !undo (al%vel e! ue residi!os criados pelos ho!ens.)3U4S* 20125.Para !i! não e+iste !uitas possi$ilidades* e+iste! $asica!ente doistipos de psicolo"iaC auela ue individuali-a o su'eito* ue # a7hist/rica* ueprocura na su$'etividade ou no co!porta!ento !eios de adaptar o su'eito de!odo ue ele se inte"re na sociedade e auela outra psicolo"ia* repudiada por !uitos e a!ada por outros ue luta pela trans(or!aão social de realidades*ue cla!a pelos direitos das !inorias e ue usa a ci9ncia e! (avor do $e!co!u! ue não co!partilha e ue desnaturali-a* ue acha as lacunas nosdiscursos e aponta auilo ue as ideolo"ias não !ostra!. Patto* 20125.Ser psic/lo"o # ser !antenedor de ideolo"ias* !as ser psic/lo"o podeser co!$atente contras as ideolo"ias e isso vai depender da escolhapro(issional de cada u!.; ue posso di-er co! se"urana # ue ser psic/lo"o para !i! # lutar contra as desi"ualdades i!postas pela culturali-aão da e+ploraão* # ser u!cientista ue evidencias o ue as ideolo"ias esconde!* # ser dono de u!

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