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Colegio Debates angida por J. Guinsburg ‘Sébato Magali, "Zalmira Ribeiro Tavares Equipe de realizagSo: Joo Joel da Silva, tradusio; Dott Ruhman e Geraldo Gerson de Souza, revisio; Moysés ‘éenicoe, J Baumstein, capa e trabalhos AG) . / 6/80 Juan Comas fu! /7? 20/9 Kenneth L. Lied? Harry L. Shapiro Michel Leiris C. Lévi-Strauss a Raga e Ciéncia I 47199 Edit6ra Perspectiva ‘Sic Paulo Len 1959789 ‘Titulo do original: Le raceme devant lo science Copyright © UNESCO 1960 Dirsitos exclusivos para a lingua portuguesa: EDITORA PERSPECTIVA S.A. Av. Brigadeio Luis Antdnio, 3.025 Sto Paulo 1970 SUMARIO Prefécto 0s muros Raclals Quan Conus) .X. Stneridates sre os preconcios os mits © mito do sngue © da infeioridade dos mesos © preconcsito de c6r: 0 mito negro © mito jude © mito da superioridade da “raga ariana ou nica” Conelusio . Bibliogratia 7 n an 8 6 3 38 2 58 s RAGA B SOCIEDADE (Kewvern L, Lirnix) Introdugso Unio SubAfricana Brasil © Havai Gré-Bretanha, Conte Bibliografia © POVO DA TERRA PROMETIDA (Hasny 1. 5 vestigios do. pasado Crigem dos judeus © povo leito A Terra Prometida A. Disspora © final dos teinpos Bibliografia os... 2 RAGA F CIVILIZAGAO (Mice. Lens) 0s limites da noséo de “raga” © homem e suas civilizagses io hé aversio racial inata Bibliogratia sexs se ors RAGA F HISTORIA (Caupe LiviSraauss) Raga e cultura Diversiade das culturas © cetnocentrismo . Cultures aresicas ¢ culturas primitives . A dia de. progresso « Hisiria estaciondia ¢ hitria cumlatvn Lugar da civilizaglo ocidental . caso e ciii28gho ose ssese asin A colaboragio das cultures 0 duplo sentido do progresso Bibtiogatia 6 s s4e9 103 108 ut ut 16 127 13s 148 164 186 189 13 202 2s 28 231 a 23 236 240 283 246 252 255 261 266 269 PREFACIO Desde o inisio do séeulo XIX, © problema racial vem crescendo de importincia, H@ uns trinta anos, 0 raciumo podia spresentarse ainda go europeu como um fendmeno que sletiva verdadeiramente apenas 3s. zonas ‘marginals de civlizagio ou de outtos continentes que ao ‘0 seu. O desperiar devia ser répido e brutal. A confusio aque exisic hi muito tempo entze as nogbes de civilzagio raga criou tm clima favoravel & eclosdo de racismo, que pretende ser uma teoria ¢ consttui um estado passional ‘A forma virulenta que esta ideologia assumiu no curso Gtste séoulo representa um dos fendmenos mals estranhos fe mais inguictantes da grande revolugdo em que estamor engejados. quanto ouras apreentam mor 04 menor gre de sub etvolrimena s) Gio ¢ grande a cisgnci) aparentemente transpos- inate esa sperordads)val oo pretenanle aia She ov itor de-um povd remitam ae guaiades oats) 2S difrengs psguican idiiduas 0 8 Tone. do" fa que arm carbs partioy poilicoy grupos nacional tay satanas sii quando impaleionam e exam © preconcet. de "aperionitie rec” ce ax grupo. Por Men kine da humanidace et chs de povos ole tes que se vindoram de sis pretenss vides © Se Sas Gaplénaiar qualidade Ina cade um Sdotndo\ 8 tbe cgi! ene Tne loro eran. do vara Baw, date consiraste a verdadeira fonte e origem do ra- cismo © de t6das as suas conseqUéncias natursis. 14 encontramos no Antigo Testamento a ctenga de que as diferengas fisicas e mentais entre os indivicues ov ‘rupos #80: congéntas, hereditérias imutévels, 0 Ge hese conlém pastageas que, sparentemente, admitem a i ferioridade de certos grupes a outros: "Naldito seja Ca nal! Servo dos servos seja aos seus irmos” (9:25), en- uanto uma espécic Je superioridade bjoldgia parece es (ar impicita na afizmapao de que Jeova fz um pacto com Abreio e sa "semente” Por outta lado, no Novo Tes tameato, © tema de fratemidade universal dos homens & fetalmente incompativel com éste ponte de vista B fora de divide que a maioria das relisides no 8 iimportincia 3s diferencas fisicas individuais ¢ considera todos homens sfmos ¢ vais perante Deus © Cristianimo — embora nem todos os cristéos — tem sido anti-racista desde 0 sev inicio. Segundo So Paulo: “Nao hi judeu nem grego, oo hi servo nem lis wre, nfo hi macho nem fémea, porque todos vés sois um fem Cristo Jesus” (Epist. 09s Gata, 3:28), ¢ ainda: “E ‘de um a6 flr toda © geragio dos homens, para habit s6 te tda a face da terra” (Atos dos Apéstolos, 17:26) Podemos ainda lembrar que, sepundo « teadigho bibica, sg tides ects mania Ang Bont ale poe Stee remission fee eae See tees ear ie cra ree ge pen tis Blom, ten comes exngs eet pre ilar or foot 2 tum dos tds Reis Magos € apresentado como un nog, O'rasmo foi caodenado pelo Pape Pio XI‘ em 1988, © Vaicang sondenou os movimentas rats como “cok tetros frist em exprito e-em doutrina”.— Alen $5, lista dos santos da grea incl homens bancon, marcos © nepron. ‘Os prdprion doa apcxolo eram se- tits, bem caine 9 propio Tews Cristor uma vee que ora fhe ‘de Maria © dekendente de Dav Do mesmo modo, o# miomiclanos nunca admiticam a intansigincia out 2 Intolerincia para com or outros jovos desde que fst adofanom a “Fé Tem contrapatida, entreanio, devese aotar que te mos exemplon de sttudes contre desde a mas femoa ipuidade, A mais antiga teferbnla de" dnriminasao contra o# negros, muito embers Wiese sido ditada aes por motivos pollicos do jue por presoncelton raciais, € EScontragn em um marco mandado erg por ondom do Farad Sesints Ill (I887-1889 aC.) cima da segunda Gataraa do Nilo. Eis o seu texto: “Limite Sul. Erigdo to VII ano do reinado de Seatsts IT, Rei do Allo ¢ Baixo Egito, o qual viverd slravgs das sade, Nenfom ogre atravessard ste limite por Agua ou por tera, de ma ‘io ov com seus rebaahes, slvo se fOr com 0 propésto &: comercag ou fazst compras. Os aegros que auraves- sarem para Ete fim sero tatadoe com fowptliade mes probee 9 todo negro, em qualquer caso, deve 9 fo de farco alm de Het (Or repos de 2.000 anos atts coosideravn todas os homens gue mio fOxem de aut peSpria raga como, bi baros ¢ Herédoto contienos que of persis, por seu TirN0, onsteravamese mito superires ao reso. da mani Sade, ara justifeer a ambicio erega de hegemonia sniver sal, Arindteles (384322 aC.) formulou a hipster de {oe certas raga slo, por nalureea, livres desde 0. ber, quanto ovtres slo exravor (oma hipotese sada, come Seremos, po sézulo XVI. para jusicar a escaviddo dos begros © amerindios). Cee, entetanto, pensava de ma tra diferente: "Os homens’ diferem ea conhecimento, mas elo fodor igus Ox eapacsdade de aprender, no hd renhuma raga que, guiada pela rasio, nfo posts chegar aexcelencia ‘A nogto de “superoridade” ou “infsriordtde™ apli- cada a uimpavo ov gropo de pessoas, ¢ sujla a comstamtes fevisies, Como prova, bata flembrar Opinio de Cle fo sobre os Celtas da Brotacha, of quais Ele inconsisten- temente descreve numa carta. Atico como cxcepional iments “néscos © incapazes de aprender” B A selvageria © o mistévio da Africa, a qual estava aos poucos-fevelando scus segredos aos curopeus nos fins do Soulo XIX, so apresentados de mancita admirdvel no grande conto de Conrad; Heart of Darkness. 0 qual traga tum paralelo entre a impressio causads pelo bravio Témi- s2 de 1900 anos atrés ap cepitéo de uma trirreme do Me- dliterrineo e ao Jovem nobre recém-vindo de Koma; aque Je sents a mesma "nsia de fugir, o mesmo deprimente \édlo, desfnimo e édio” que 0 colonizadar de nosios dias quase desnecessirio relembrar © desprézo da nobreza formanda pars com os Saxdes tubjugados, © bem como ce ancestras da mais orgulhosa nagio da Europa foram des precades. Estes no 880, entretanto, a rigot, exemplot de ‘racisiao", nem 0 impiedoso antagonism entre os cristios fe muculmanos possul uma razio racial, A aversio ov Gio surgidos ds diferengas de gray de cultura ou de tenga religoss fo mais humanor do. que 0 preconceita baseado nas implacdvele lei da heredinuriedade, ~ Nao obstante tudo isto, pode-se sfirmar que, falan- do de tuma maneira geral, nfo havia verdadeiro_precon- exit racial antes do séeulo XV, ume ver que, antes des- ta data, a diviséo da humanidade prendia-se’ no tanto > anlagonismo de_rasas mas sobretudo 2 animesidade entre cristdos ¢ inf — uma diferenga' mais superficial, Sesde que as civergéncias entre religides podem ser ven= eidaseaguinio que a barra racial olga & inant n Com 0 initio da colonizaro africana e a descoberta da ‘América e do caminho para as Indias pelo Pacifico, ou ve um considerével aumento dos preconceitor de raga ¢ br. Iso pode ser expicado face for auto-interéaes 00: fdmicot, 20. fortalecimento. do espirito do. colonialsmo imperialists’ e 2 outeor fates, Segundo o dominicano escocts John Major (1510), 4 propria, ordem da natureza explica 0 fato de que alt ‘guns homens sejam livres e outros excravos,” Esta distine ‘a0 deveria exisir no interésse mesmo caqueles que esto ‘estinados originalmente & comendar ou 4 obedecer. > Juan Ginés de Sepulveda (1550), numa tentative de jostificar a croravidto, baseado na hipétese. de Aristéte- fes, admite “a inferioridade e perversidade naturals do aborigene americano", assegurando que Estos slo “séres i- Sagios so tho diferentes das expanhiis como 2 maldade é da bondade e ot macacos, dos homens (© Pade Bartolomen de las Casas defendeu, realmen= te, a doutrina contrira'e Intoa incansivelmente em. prol a idéia de que todos 0s povos do mundo so" consul “ des de homens igus, no haveedo “omércalos” ou “visors” obrgndon a obsdecer is ordens de tos © principal {ator ce sxtrtifagto soc da. Ame ca Latin fol dhcrininagio racial, de maneia copes, St enouos, mesg, inion nepros.“Tebrsements, a it ho tesonece tis dsriminagdes mas nora, como set- Dre, «le nde € obedecis, Falando, do indi traiiro, Montaigne (153352) dines "Noo hi naga seeager ox birbaro ‘ee. Gi salto te'se comidera banbariamo aqolo soe. nfo Froprio de cada um": te fot segldo neste pooto de ferrnguns dos mais ostes peraores dos seus XVIM Sete. Veta (1694-1778), J.J. Roomead (17121778) € Buffon (1706-38) cstavar ente of mas rdoross de- femora da teria da unkade da esbcin Ga natrers tune cy portant, de ipvalgeds ee todos oF Romens. Em Gong ott, D. Mune (171-1) enceve Eau pro panto a srer que os negres oo aitursimeme infecores Er rancor Renan’ (182582) for outro qe 3¢ Teton ‘tour a hipése Go igutende dos homens, ¢ Taine (185855)"tambem combateu ea teria, ¢ negou que qrevos, birbron, hindu, © bomem Ga Renascenga © 9 omen do séslo! XVIll pom focorforjados no mesmo mae ‘A Geeta de inflsocia de certs pensdores, 0 pre conceit rica detenvavese Seto Sum sera Goo {nun regular ov seeaioe XVIII ¢ XIX" Howve, rae tency um perio. fitvamente cio mn gue. parece gon, grages 4 eilngeo con picipios dat revels ffancetn © americana to soceno Se campanhe ane vst nu Inglaterra, pode diminvit © memo cesspsre- Serta presonsc, mar tanto sTessio qe te sept Kesaurtjfo como a reyluyio indistal na Bufopa no omégo to. sium séclo veram repereacs diets © anonas na questo rasal, O desenvolvimento #8 terce digo ¢ tesiagem tiv os maores mores 8 ind fa alpodovrae © slgedio tornowne um “rel especial Irons no el dos Enador Union” resid for uma {mands ainda maior de taolho Brags «escrow fir cotaia dectindo ma America que podla ter dep {Seige naturimente, txnouse te inal. meron tedu gual Gependit a prospercade dor reptes aig: ton” Eo par Gefender est chamade “nro. pat ular" gue” on pensdores e-soellones sista dese Stam, Sima sompiets mtolog picudocetiica dexine Gra jusificar um estado de ones alaments contro S reneas domoctticas que profesavem. Pare tana iade "sar consiécit, os homens. pressvam la 1s ersuadios de que o negro nfo era apenas um ser info For a0 beanco tas apengs algo pouco'ifeente dos ite TMs tarde, a teoria da eras, tal como fol fore rmulada, por Darwin, exeresu uma Infbénsia been maf. Ganie sdbe @idelen moderma gue comeravs =e de tie ge maneira cada ver nas precisa (a tearia de Darwin, da sorevivénsia doe mais paces, fr entusisticamente sau. pos brancos, como tim itgumento 1 favor de sia politen de expensio ar Gog epi a op fens Cone tol Cerosos etavam edifcando seus impérios colonials seis tla para jsifteblos dante de seur proprice ofhos © dl tote do vato de humanidnde.Aaielaeoraidio es mor te imposia aoe grupos umanos “inferoet” pelos es metrahadores européi ni era nade tai do que. 0 Gerervotwments Gs eons’ oe svbrtugio de uma sose- dlade humana interior por outa superior. Na pola in- temacional o racimo tere de desculps a agrecdo, pois asresor mio mals se sone préso & sualqver comidere ho que © ligne a estangerc pertencetes'a “ian nie firey" e casiicades pouso ov nada seima doe anim [A nogio de gue os mss fortes esti biologics ¢ cic snliicamentsjustiicados por desitem om mais Kocos fot eplicada unio em confliosTnlrnon como ene nat soe injustoatribuir « Darwin — como muitos o tém fei- to’— a paternidade dessa odiose e desumana teotis: a verdade € que com as sociedades de cbr se tormando com- petidoras potenciais no mercado do trabalho ¢ clamando 5 Vantagens socials consideradas como herangas exclu Sivas des brancos, éstes tinham, Obviamente, necessidade 4 alguma descuipa para jusficar o extremado materia lisero econsmico que os conduzia a negat 40s povas “it feriores" qualquer parcielpecko noe prvlépios que_ eles préprios desfrutsvam. Por esta rarto, acolhéram ‘com Sitsfugéo a tase bioldgica de. Darwin © depois, por sua impifieasio, distorgio e adaptapio, em conlormidade (om seus. prprios interésses, transformaramna no char ‘mado "Darwinismo Social", em que baseavam o seu di- Feito de primlégioe socials & econdmices; isto € algo que ‘fo tem gualguor relagio com os principios puramente botégieos de Darwin. Herbert Spencer (1820-1903) apll- cou 8 soviologia o principio da “sobrevivéncis do mais caper” e'a mesma idéia for utilized para defender a dot: 1s trina de Nictsche (1844-1900) do super-homem com 0 (qual se comparava "mais cape’ ‘Assim, hoove um abuso do progresso da biologia 20 se formularem solucdes simples mas. sem profundidade Centiien para tangulizarem os escrupulor de certs con ‘Sulas humanas. Entretanto, a distincia entre a ciéncia ¢ ‘© mito. € pequena E bvio que a heranga psicossomética tem influén- cia na aparéacia externa ena conduta. dos individvos; s- to, entretante, no autoriza o argumento dos racistas de ‘que (a) a heranga bioldgica ssja-o Unico {ator importan- fe ou (5) 4 eranga social ja tBo sensfvel como 2 he fanga indivival. EA douteina racsta tomase ainda mais perigosa quan- o cla € aplicada no para separar grupos einicos: mas (quando afasta diferentes classes socins dentro de um mos fo propo. Assim, Frich Suchsland *expée e defende a tse fe que os individuos mal sucedidos na vida (por exemple, faqutles que no poswuem meiok para viver not boro: ‘mals luxuosos) so neowssiriamente elementos inferiores no seio da populugio, enguanto os vicos pertencsm & ra (G4 “superior; daly a destrugdo dos balrros pobres seria tama forma de seleydo e de punficasio da raga. Agu! aio hia rivalidade do branco contra o préto ou do nérdico ‘contra © nfo-ariano; o que s procura é encontrar ura bhae pseudabiologicn para # opressdo da buravesia as cas- ses proletiras. Mesmo gue se ndo admita expicitamen- te, é bem exidente que « discriminagio racial ou de clas- es neste ou em ouos ekemplos, esconde um antagonis: mo sécio-esonémico. Alexis Carrel (0 Homer, Este Desconhecido) "mio vai tio Longe como Sucksland, mas também sostenta que o proletariade © os desocupados sio individuos ‘inferlores por heredtariedade e descendéncia “Thomens que herdaram falta de energia para lutar e ‘que desceram a um alvel fo qual 2 Tuts ngo mais se faz Aecessiria: como s2 0 proletariado no tiesse todo dia tama lula muito mais érdua do que o abastado, Prenat suger osbidade de que a principal preoeupagto de muitos tasstas dava ser ndo a de forne- fer uma base eparentemente objeiva para. um verdadeiro ‘acionalismo e teal patriotism, mas, isto sim, « de difua- dir a nogho de que os fendmenos soviis sio governados ppor fatdres racials Hgidos. Tal. determinismo_ biol6gic, [nakerdivel pela agi soviel, eximiria a sociedade de 16 4 responssbilidade, pois a heranca de cada individao de ferminaria desde o seu nascimeato se Gs seria um gran a de homem, wm capitalist, um sonica, um memo do Proletafiadg ou mesmo um desempregado, sem que nin ‘gum pudesse fazer qualquer coisa pars ovitél, De qualquer moo, nio festa divide de que a discri- minagdo racial ¢ apenas urha das facttes de um problems ‘mais amplo — a discriminaglo social. Avnogio de “rapa” esta to impregnada de um caré ter emocional que a discus objetva de sua importin- cia nos problemas sociis 6 particulermente dificil. Nio hd nenhuma base ciontfica, Saja ela qual 16r, para uma classficagdo.geral das ragas de acdrdo com uma escala de relaiva superioridade, © os preconcetos ¢ muitos raciais ro so mais do gue meios de'se encentrar um "bode ex- piatério” quando posigio de individuos ou a coesio de lum grupo estéo ameagadas. ‘Este breve esbigo da origem, desenvolvimento © da alegeda justficaiva para preconceitos e mitos racials, de ‘uma maneira geral, servitd como uma introdugio para tuma andlise mais detalhada de alguns dos mais’ difundi- doe mitos da Teoria racist, Esperamos demonstrar falsidade ¢ 0 érro désses ar- _gumentos peeudobil6gicoy que mio sho mais do que ume oortina de fumaca” para encobrir as intengées € as atic vidades opressoras de’ seus: defensores © Mito do Sangue e da Infeviordade dos Mesticos “A miscigenago humana tem sido assunto de ioter- mindveis debates.” As opiniges sSbre o assunto variam em fTungio das idéias dos disputantes quanto & nogio de 11- ‘sae diferengas raciais. Os adversarios da_miscigenacio partem do principio da desigualdade das ragas, enquanto ue os seus defensores adotam o ponto de vista de que 45 diferengas entre grupos humanos no sio tals que pos fam constituir um obstaculo & sua unio, Portanto, a pi Imeira coisa necessiria para o.estudo dos problemas da uuniao de diversas rages humanas é a clara’ definigio do que se entende por rapa e 2 seloclo de cttérios que nos Jovardo 1 decidir da exindncia ou mio de ragas. purss ‘Mesmo em sua mais lata definigéo, a nogio de raga implicaré na existéncia de grupos com certas semelhangas fem suas caraceraticas somaticas que se mantém de acor- ‘30 com as les da herediariegade, embora haja uma mar ‘gem individual de diferenciagdo. s povos da Europa possuem origens tio variadas que qualquer tentaiva de lattificapto, tomando-se por base apenas cuss cazacteristicas, cdr dov olhos e da pele, 8 por exemplo, exciuitia dois tergot da populagio de qual- fuer regio estudads; o acréscimo de uma terceira carac- {eristes, conformagho cranisna, deisar-nos-ia uma fragio ‘muito menor da populagio que possuise a_combinscéo de tOdas as tes caracteristices; e com a inclusfo da estatu- fe 6 propos do nrc © numero de tips “prot” tr ‘Assim sendo, pode-se concluir que nfo hé ragas hu: ‘mands puras; quando muito, poder-seia defnir uma “raga pura” quanto & incidéncie de uma nica earactristica 10 fnitica, mas nunca em fungio de todas ou mesmo da malo Ta dor eartceree herediGrios. Apesar dist, uma cren- fq bastante difundida de que houve uma éposa aa axti- [Buidede em que 0s Uipos racials eram puros, e de que @ Iiscigenagio € de data relaivamente recente, ¢ que ames- (Gt a humanidade com uma degeneraclo ¢ retrogressio feral, Esta crenga ndo possui © menor fundamento ci: ico, A Tusdo de tapas tem-se processado desde os pri= Inordios da vida humana aBbre a tetra, muto embora Soja tevidente que as malores failidades de comunicagbes © 0 frescimento. da populagio tenha inerementado nos dois ‘limos séoules 'A migragio 6 to antiga como a raga humana ¢ it~ plea nesessiriamente 0 cruzamento ds grupos, & mesic fem, F bem possivel que o tipo "‘Cro-Magnon” do Paleo- Titico Superiot se tenha cruzido com o homem de Nesn- derthal, como parecem indicar as descobertas antropolégi- fas que apresebiam caractersticas intermeditrias, A exis téncla de Tagas negrdides © mongoldides na Europa pré-his térica & outraprova de que a mestigagem nfo é um fenéme- rho recente e que 2s mals antigas populagdes da Europa fo 0 resultado desta miseigenagao n0_decorser de mith res de anos, Ora nem por iso apresentam a desarmonia ua degenerecio que muitos esentores exéem ver no sultado do. ctuzamento racial A historia nos mostra que todas as regides em que s¢ aesenvolvew unla cultura. avangada.anteriormente foram paleo da dominagéo de uma raga indigena por grupos n6- fades estrangeiran, seguida pela desagregacho de casts © fala eriagio de novos amélgamas; esas regides, embors Fosvom consideradss como nagtes constituldas de uma ra- G8 homogénes, nfo eram sealo novas nacionaldades sur- [Bias da fusho de diferentes racas Aquéles que, como Jon A. Mjoen , consideram a mis- cigenagto pengoss para o futuro du hnimanidade afirmam gue ela & uma fonte de degenerapio fisia, que @ imuni- 2, Maman and has ce roing + Mama ands 7 TELE —— = TD porsivel que suas contibuigSes culturais no sejam_pro- Porcionais a sus capacidade inata, Num sistema de cat- fas, em que néo hi possbiidade de um mestgo se clevar 41 tim starur social acima. das castas inferiores a que per fencism seus pais, € evidente que nenbuma conclusto"s6- bre os efeitos da’ miscigenagio racial poderd set baseada no nivel de vide stingido pelos individuos de sanguc mes. tisa. Por outro lado, num sisiema em que 0 métito indi vidual sojaa-dnica bise para a clasficayao soeil, #8 com uittas dos mestgos poderdo ser uma indicaglo bem ‘la. rm de sass qualidades intrinseca, E realmente dificil distinguir entre os efeitos ocaso- nados pela miscigenagao racial e aquéles provenientss do cruzamento entre grupos da populagio de clases inferio- res, Independentemente de sua Taga Exemplos de eruza. ‘Mentos entre grupos mais clevados da escala social tém pproduzio uma grande proporeio de stres humanos de alto {gabarto, mas em nenhum désses casos o resultado pode ser Stribuido exclusivamente ao eruzamento, Pelo que nos dado conhover, no hi nada que prove que o cruzamen to de ragas produza degeneresctncia nos descendentes dis. ‘se cruzamento, mas nada que prove, tampouco, que ele dé ‘origem a grupos de. qualidades aprimnoradas. totalmente errinea 2 nogio de que a humsnidade scja dividida em grupos raciais' completamente. distintos. Esta nogHo esta baseada em falsas premisas ¢ de maneita especial na teoria da hereditariedade “sanglines” que lo falsa quanto s antiga teoria racsta. "De um mesmo Sangue” é uma frase sem sentido, uma vez que os genes ou fatSres da heresitariedade nio tém qualquer eanexao com ‘0 sangue © sfo elementos independentes que no se unem, mas, pelo contrari, tendem a se tornar cada vex. mais die ferenciados. A hereditanedade nfo é um fludo transmic tido “pelo sangue”, nem tampouco verdade que os de Fees Sengues dos pals esha presets © fombnades © mito do “sangue” como um eritério decisivo para avaliar 0 valor de um cruzamento persise até nossos dias 0s homens ainda falam de "sangue” como veiculo de lransmissio dos caracteres hereditérios, "do. meu proprio sangue", “a voz do sangue", “sangue ‘mestigo”, aangu _nbvo", “meio sangue” et. Of térmos “sangue azul” ¢ "san fue plebea” tornaramse parte permanente do lingusjar idrio, como a forma de nos roferiemos. aos descendentet de familias aristocratcas ou plebéin, reapectivamente, Sendo que a titima € normalmente usada com um cent do pejorativo, “Sangue” & também usado como singnima ‘de nacionalidade: “sangue germfnico”, "eangue espanol", 2 “angus jude... © criti chegs 20 cimulo do sbsu do como o de © loser nos Estados Unidos cots it Gividuoe como “oagros" ou “indior” por trem wn deze. seis avos de "sang indio® ou "sangue aggro" — nto & ean dese dels cet fo um Peto ‘As pstoas que ainda peneam deta forma sa total smentgincapazes de comprerider on caracteres inroseos {for fendmenos hereditiios ov dot fendmenot soclas em ‘doe a hereditariodade intervenha. ‘Se a heranga se iran Ite pelo tangs, como expiear ie thor dos mesmos Pais ifium cm soi coat quando 0 Memo song <9 Beem suse ein? Ennis, como podemon cape Por fue ceton individu ontentim cera earuteias encon- fincas em seas avin c auentes de ses pals? ‘A verdade € que muitaspesioasignoram nfo 36 0 fx to de que o sangue cio tem pada a er com 0 proceso oneic, mas que também jf etd provado que a fe no Yomess sangue ao fet 0 gual dewenvolve © seu prépro sangue’, "Isto expen sine por que Una sian, Pode rtencer a un grupo sangtineo sernt doGe st mic Finalmente, fato de que transuxdes de sangve co tre indiviston de iferenes Tas tem sido bem suediéas Elama nova decide prova de que fate ao "mito desta fue" 0 mais simples fundamento bolic Nio rea divide de que 16038 a5 principis rapas so ‘de prgem bibrida ¢ durante ot milécios que ps: Strom dese a prime divedo da pe humana, ero tamentos tense realizado continuameats Dion nos mosis como os alpinos braqiéfales, rezados por Grant © autos foram elemento por {irene conwtrugio da cltum babllnica que a mig. tho ee aoron spins na Grice, pocedclo imediato Fotescimento de citara helésea; que Roma sto ati amon gloria total senio aps 2 sua songua por clemer fon anos perencenss & popuueto cisplomedernes 6 Haba stirs ci spit too dos Iementos capos por iterméoio dor tpos alpios © ve S*SSenvonameato fbulso da wodeme ciibayto oato- gen soorr an zona onde 0 crosman de cmos Epinoe medierrneos ¢ eispce se procesou mai iten- Sarwete do gue em guslger outa em todo 0 mundo HH muitos outros exemplos de" grandes civiiagOe, tis omo 0 Egio, 2 Mesopotimia a Indy que sugiram Guance diferentes povos ae funda, 3 Naturalmente, racistes, como Gobineau, que coasi- sleram a, miacigenacio como. fatalmente devasrosa, 380 capazes de absurdos como o de proslamacem que dus der ivilizagdes mais brfhantes at entio.conhecidas seis sho provenienter do trabalho dos “atianos’, tamo superior da aga branca (hindu, egipca, asia, grege, romana © ger ‘enquamnto’ as. outras. quatro. maiores.civiizayoes Chines, mevians,peruane‘¢'mis) oreo de uma raga, branea que poucos ervzimenter reslizow com rages inferiores. Gobineau conclui que os sinais de de~ 4enerescfncis que ocorrem nas raqas mesigae io a8 idéins ‘de igualdade, os movimentos democritces ct. ¢ que ac 4 causa da medioctidade, "homens com & Tale”, “nagbes embrutecidas por uma. sonol “povos como bifalos ruminantes da lama dos charcos Pontinos”. F desnecessérig telutar ainda uma vex idias tio absurdas, beseadas tio-somente em critétios re Gistas de natureza politica e flos6fica e em argumentos biolosicos pseudocientifieas que ja foram dscutidos e re futados Eis alguns exemplos de miscigenagio que se referem 44 mages que chamamos civilizadas, ‘A Inglaterra, nos tempos mais antiges, foi ocupada por grupos de tipo Cro-Magnon, norico,moditersinco, sipine e, mais tarde, foi invadida’ pelos satdes, noruegoe. ses, dinamargueses © normandos. " Como, pols, *@ pode falar de uma raga inglésa pura? Ao contréiio, a Inglaterra um belo exemplo de mosaico racial Na Idade Paleoltica, a Franca foi invadida por dite rentes Tagas: Neanderthal, Cro-Magnon, Grimaldi, Chan: celade, Na dade Neolitia, varies tibos pertencentes ie ages mediterrineas certos alpinos primitives vieram do Teste e no stculo XVI &.C. invasores celtas congulstaram fs primeira coldniss. E ainda no primsito seculo de nosta era a Franca péde antever uma invasio. bérbare que foi, entZo, comida. momentinesmente pelo poderio romano; dois séculos mais tarde os vandalos conquistatam 2 Gilia'e 05 visigodos fundaram um reino ao sida Fran. {32 que se manteve alé 0 século VIL. Apenas &tes. poucos fexemplos dio uma idéia do grau de heterogeneidede de ragas.na Franga e mostcam alé gue ponto. as ragas 5° imesclaram, “A Franga_Setentrional @ falver mais teut6- fica que o sudoeste da Alemanha e a maior parle da Alemanha Oriental € mais eslava do que a Riis, [Bm todos os continentes os fatos se verticam de maneira mais ou menos semelhante © se pensamos que fusdo de rsgas se procedeu de maneira mais intensa 0% América 6 sémente porque, entdo, 0 fendmeno do cruzt: ‘mento de ragas se desenvolve dante de nossos olhos © ‘mio & apenas um rola dos Wvroe de histéria, Devemos, entretanfo, relembrar que a populagdo da América ante: ‘ior a0 seu descobrimento também ert helerogénes quant Ssuanatureza, [Em tidas as regiges em que encontramos uma cul- tura avangada, anteriormente exietiy » dominagio. de um Povo ou povos por outros. A teoria de que os mesigos sejam degencrados refutada pelo ato evidente de que {Oda a populagso do mundo € hibrida e cada ver muior €. numero de cruzamentos Grupos humanos isolados tiveram pouca 0 nen: sma influéncia no progresto cultural da humanidade, en- quanto que as condigdes que fazem com que quaiguer grupo detempenbe um papel importants para 4. ‘nossaci= Yilagio sempre se originam do eruzamento déste grupo Som outrar niga A influéncia dos imigrantes césplo-mediterrineos no norte da Itilia pode perfeitamente ter sido um fator para © esplendor da Renascenga naguela area, E, ainda, ser mera coincidéncia 0 fato de a. cultura curopéia comegar a surgir, depois da Idade Média, justamente quando as fusBes de ragas se cristalizaram em novos povot? Fital- ‘mente, © maior exemplo de cruzamento Tacisl sf oF Esiados Unidos, ¢ &ste pais também € um dos principals centros da civilizagSo.contemporinea De scdrdo com 0 exposto, podemos resumir © assunto como se segue: a) a miscigenagio exist desde oF pre ‘mérdios da vida humana; 6) a miscigenagio resulta em Juma meior variedade somitica © fist © possbilita 0 sit= gimento de uma grands variedade de noves combinesdes Ales genes, desenvalvendo assim © nimero de caractere ticas hereditérias no névo nicleo de pepulasig; ) bio. logeamente, miscigenugio nfo € bow nem mé, depen lend seus efeitos, om cada caso, das caracteristicss dos individios entre os quais se verfica 0 cruzamento. Umma vez que, de maneira geral, 2 miseigenacto corre com mais freqigneia entre individvos das classes sociais infe- ores ¢ sob condigdes eeandmicee sociis precise, & neste Fito que devemos procurar as causis de certas ano= mallas observadas endo na miscigenagio er iy d) exem- plos de “ragas puris” ow agrupamentos humanos islados, ‘que tenham alcangado por si um alto nivel cultural, tnoegGes; c} pelo conttirio, a grande muioria des reas de clvlizapio evangada sto habitadas por grupos surgicos ido eruzamento de rages. 2s 0 Preconceito de Cér: 0 Mito Negro Nenhuma das caracersticas fisicas usadas para a classfieagio das rasas humangs tem valor funcional. para f individuo que ae poss. Nowa propria civilizagdo dé feapecial importincia a eOr da pele. A pigmentagéo rela- fivamente eseura € uma marca de diferenciaglo que con- ‘Gena numierosos grupos Aumanes 20 desprezo, ao ora felsmo e a sma posigso social humilhante, © fpreconeeito ide cbr 6 tio aceatuado em ceris pessoas que dé origem fa fables quase patoligicas; esas no sto inatas mas refle fear, de ima forma ekagersda, os preconceitos do meio focia, Afiemar que um homem & om ser humano inte Hor porgue fle € negro to ridicule como sustenar que dim cavalo branco. seri. necesiiriamente mals ligeito do {gue um cavalo negro. Entretanto, embora posse existir Pouca base para jutbficar o preconceito de cbr, a impor- Bhneia do resultado dessas attudes e comportamentes. muitos pales 6 indiscuifel ‘A exploragio da agrcultura e da minerasio pelos brancos nas regides recémdescobertas do século XV em dante dew ongem & escraviodo, especisimente 3 escrar vidio do negro e do indio americano. Ao meso tempo, © orgulho do homem branco e seu complexo Ge supetion dade com telaglo aos homens de c6r foi ampliado Toalecido tings mais pelo fato de serem cristios enguan- to os negros e amerindios eram pagics. Na realidade, fentretanto, a eaueas Ut agressio Branca eram fundamen- falmente econdmicas; os brancos se apoderaram das terras male ricas, até entdo habitadas pelas popolagSes de_cér, reduziram estas a escravos para assegurarem uma fonte Getta de mionde-obra, 0 que ainds mais aumentava 0 valor de suas recentes aquisigaes, Se bem que Seja verdade auc tivemos em Las Casat jum denodado batalhador da aboligio da escravatura. dos Indios ¢ dos negros, "pois os metmos principio se aplicam 2 éstes como avs indios’, tsmbém no € menos verdade jue existia muita gente que procurava manter viva a crete Gide que'o negro.era “inferior” a0 homem branco. Como Sxemplo, podemos citar a monografia publicada em 1772 pelo Rev. Thomas Thompson, The Trade in Negro Slaves fn the African Coest in Accordance with Human Prince ples and with the Laws of Revealed Religion © em 1852 © Rev. Josiah Priest fazia publicar A Bible Defence of Slavery, enquanto €. Carroll (1900) em sua obra The Negro as a Beast or in the Image of God inclui um capi. tla ("Provas biblicas e cientificas de que © negro nfo € 26 rmembro da raga humana") em que 0 suier afirma que Mlbdas as penises clentcesconfinmars sua natutern satuteisicamante simi" "A dvisto final que os brancos fzeram entre si dos terntrios colonise para sux etploracio eset dominio ot illimos tit anos do _século, XIX. (sais porticlar Thonte na Conferdacia de Berim de 1885, para. divisto Go continents afacano entre es potincias suropéias) for eosu prove, cvidenc. de. sun completa indifeenga_ 0s {xpectot legs e eisos Que mostravam que senhum dUles tiha 0 menor dieto de dspor ce quelqvr parte da At xe muito menon das idan, Dons e trababo dos Seu ‘ents 'A despito da Declaapio da Independéacie dos Bs tados Unidos prociamar 1 iguadade de direitos de todos for homens ¢ do explicto.chpostivo a emenda.nirnero Guiaze “Ge que setd ilegal negar ou restringir (agudles Airstes) em qualquer estado da Unito por causa da Ta, ‘Sr ou anterior condigdo. de esranisSo"y 4 despaito da fnclusbo de equivalentes dapontivos nas Consiunges dx frande msioria dos paises © a despeto do solene acbedo {ive buscava o mesmo fim no. Argo segundo da Decl ‘agdo Univeral dos Dict dos Homens, smiatds pelat ‘Najees Unidas em 10 de dezembro de 1948, € bem ev Gente guido difundida em todo o mundo esi, na peti, S‘Gisctiminagto socal, econdmica © police contea of ne free em particular contre es ragis de cSr em gral 68 Sade prlnipalmente em falaos conceit racials ‘Um dos maiores absurdos do presonccito de cbr nos Estados Unidos € 8 dasifeasio que se ca de “regio” a fauslguer pessoa por eiusa de seds ancestaisaifcanos, 2 espeto de sua eparécis isa, O que se conch € gue emo €480, um "next0" n89 & um ‘éemo biokgico mas Inuica o membro de grupo cull, econémico ¢ social Rata de louie neste ate tornise ainda mais clara SE feflermos. que, se uma. peston, por ter uma intima Proporgio de “sangue negro", deve ser clasficads como fev fbn & erfumen po joe eee ‘Saneaqualquce pesson com uma. gota dc. "sangoe de branen qualer pe ’ rs (Calculase que as ragis de 651 represeatam aprox: sadamente tes Guints partes d& popilasio mondial to {EL Obviamente, uma t0_grinde proporgio de rags Bic Mane nio pode set cowvideraée Somo uma. quantigade Geapreivel nem reegada sum plano secundétio e safe for Deve exist Feapeito mito: os homens devem apten. er a vives unt com o8 oUt, sem temores, éio OU Re ospréeo. Se isfo no ver a acontser tomar real 27 dace a frofeia feta por Dubus m 1920 ds que guera dr 1914's 1918 cnao agra tada comparage Tuas pla lierdae gue nears, maltose amaraon 16 enregari 1'mmenoe que ests" open, x homiagso eo isuto © Gus to submstidos plo mondo bance” "0 fund nero Mbmeterse ds te preente tatamentosomente nga to athar acess, mst nom vm minuto mas" Oslo Hider negro Marcos Garvey, afrmout = mena cois! "A Iba sunpents quia nds eat por vir quando 4 Furope ter que prova teu podeno cons «Ana ext ord 8 Spornunade gue terko ov pogros pra sacar de Mt Spade pein eden da Attn ‘As ors humibegoessofide peor neros $80 a8 resis soci eos talos pena: x exlosio. dor ‘Eanes negron A certs ton ¢ outros colton, a et tdncia de weclone salts de espera eserves 08 96804 {cols especia, restaurantes € her proitioy ete 80 parson meron attodes iautantes © ileus, Na Ain Bo'Sur onde o presonceto de cér tio Wolo, howe tm excnno, en 1984, de cers foneonérios que forum Semitsoe de sex posos or se recuse « obedecet a SStrugoes do govimo de que s mesma urbanidade deve Str tna em Gocumenos eins, er (Oster dais {pease decor on a rancas Parocenor gue aqvle gue ms insite ne dsc aninagio contra cy nogice sto canes branes lnfenoes: ‘iimeivs a tomers compligio dos negros no campo Stcbomicose sort fo ton outro agumento para jose fear son ade Ge soperioniade por com 09 TESS, Sposumse fh pipmentagig ce pele «gos Gio na impor. Ens oxageedn © desesbia. ‘preconceto de cir no apenas serviv como fun- damenio‘porninroduglo um matema’ do eats em Some toceade, mas também fl vendo come ama ame lon sndcator Ge trabslhadoes pare combster'¢ com Feteio, do poltviado negro ¢ amore. AY “bares EP SSe" Tvantadas pels fedragdes © sndcston de tee Dalhadore aimeianos ss-afeanos © astalioos. de, omparitnande dos Tas tocalstan, se apreentam como Sefefoores da css tabalhadors, ange oma. tea rvaidades cconbmicas gue su cataas resis Stondidat por trie dor antagonisos raat © dow Matos tie pare justice. Tm bat aparentemant centile, chegose mesmo a pretender goes capsidade itlstal dos muaios foie Skgamene preporcond 4 guannigade de "angus brane Go" que cores em sun sean. -0 nicest 0 suces0 Soe ses enconrasiem nt vida dependora desva pore. 2 tagem, Aqueles que astinalam 08 obstéculos de natureza diverse impostos aos mulatos, os racistas respondem que finde sasim toriam éxito, alo obstante a agresividade do reo, s¢ fGsiem suficoniomente dotados. Ume das opi- rider mais errOneas, embora das mais difundidas, é a de ‘que 0 negro entregue a prOprio 6 Um perfeito salvagem 2 igus 45 evaluis onde o braneo the impls suas idéies oo fefteourthe 08 impulsos. Suposigdes sobre caractersticas psicolégicas © socials bbaseadas na cr da. pele nfo sho apenas absurdas, mas também falsa e vatiam conforme as eircunstancias. Como feemplo, podemos tomar as mudangts havidas nos pontos {de visa! mantidos a respeito dos japonéses: cm 1935, a ‘maioria doe norte-americanos consideravan-nos como “progresistas “intlige em 1942 es ge tornarim "astutos’ “taigocirs", © em 1950 os (ualifcativos mudaram novamente, Quando havia_pou- os trabulhadores chinesos na Califia, eram les dese rts coma. “econémicos", “'sdbrios" © “cumpridores. da Jai"; no momento’ em que 2 compeucio se tornou sensivel era necessrio. afasisles, foram deserts como, “imun- dos" e “repulaiver", e até “pergosos". A mesma falta de eritérioe objtivos pode mais tarde ser notada na India nquanto.2s tropas norte-americanas descteviam os natives como "imundos” e "incvilizades", os iotelecuais hindus ‘ehamavam os americanos "rides". “materialsta”, “letra fos" © “inchilizados" No que diz respeito & suposta inferioridade dos atti= btos_psicessomiticos do negro sos do homem branco, Hankins firme que o volume do cérebro € menor 00 negro e conclul que o negro é mentalmente inferior. H. L. Gordon (1933) afirma que deficiéncia cerebral congé- dita € uma caracterisica dos nogros do Quénia, resltan- fe, tambem, no seu modo de ver, do menor volume do trinio e da diferenga de conformacio de cérebro Go negro. Em muitos cieos, 0 odor peculiar do corpo do negro f¢ seu acentvado prognatismo tem sido apontades como prova. de sua inferioridado biolipica. Enizetanto, € sobre- Thdo no campo psioldgico que os mals persistentes esfor- gos tém sido Tellos pare provar a superioridade do homem branco s8bre o negro. & fora de duvida que ot negros fs braneos nfo si0 de modo algum semelhantes quer seia Fisica, intelectual ou paicolbgicamente; enretanto, ito nfo justfica a aficmativa de que as ciferengas impliquem qual- (Quer superioridade de uns sObfe os outros. Ag investigagdes de Leaky na Africa © de Steggerda centre os nepros da Jamaica mostraram que a sua capaci ‘dude eraniana’ no inferior, até mesmo superior, em » alguns casos, & dos homens brancos, Isto foi confirmado pelo trabalho de J. Huxley eA. Keith. Corroborando sta Teoria, podomos recarrer ao tabalbo de J. HF. Kohibrugge (1933) s0bre formaggo do cérebro basea: do em_primitivas pesqusss. de eminentes antropologstas fe doutdres como Reezivs, Weinberg, Sergi e Kappers. Eles hegam as seguintes importantes conclusées 1. 0 péso do lobe frontal, considerado como a base do intlecoy representa 44% do’ plso total do cerebro nos homens e nat mulheres, quer sejam brancos on prétos 2. No foram obsorvadas liferengas racisis quanto 0 péso do cérebro; hi, entretanto, acentuadas.variegies entre 0$ individvos outro de cade’ grupo ov “raga™ Bi 3. Homens de marcante capacidade intelectual nto possiem necessirlamente eétebros com maior péso ou volume. 4. Comparagies de diferentes formagaes de eérebros oferecem igualmence pouce base para se sfirmar que exis tem aiferengas matcantes entre 85 ragas} tddas as. varia. fee so encontradss em sddas as "ragas". 0 autor com ‘Shi: Se dversos exemplares fOssem misturados no have- fra quem pudesse distinguir os oérebros de austealianos dos rope, nem os de pestas muito intelgeies dos Z As obras de Sergi sibre os negros ¢ de Kappers sObre ‘os chineses canfirmam estas importantes conelustes des frosm 1 injusta afirmativa de que a alegada inferioridade intelectaal do negro seja devida a0 (suposte © arbitrério) fato de 0s cérebros das ragas de cOr serem menozes em volume © de estrutura menos complexs, ‘Adaitindose, como earasteristica propria de sun 1068 ‘© prognatismo, freqlentemente encontrado nos Negros, Serla uma caraceratica somatica primitiva, Entretanto, 3 {alla de pelos no corpo, a grostura dos ldbios e a texture do cabelo ete, representam um estégio evolve mals ftlantado mo negro’ do que no brane, Podemos afirmar Com Ruth Benedict que “nenhuma raga pode advogar com fxclusividade © ditetlo de tepresentar 0 estégio final da evolugdo humans; nio hi atgumento vilido que confirme ‘que cortas carecteristins especiais possam indicar a supe- Foridade da raga brance” "Neste campo os térmas “bom, “mau, “superior” € “inferior” no t8m significado pois to todos térmos sub 30 Jetivos: em todos os casos deveriam ser usados com rofe Fincia 2 um aspecto especifico, eg, "a maiotia dos negros & superior aos byancos quanto a sua resstncia & malé- Fig"; ov “a maior parte da raga branca € superior aos fnegros quanto i ws resisténcia & tuberculose” ete. No final dat contas ficaria provado que cada grupo humane Ersuperior em alguns pontos e inferior em outros. Presentemente, quaada comparamos 28 posigdes das sagas branea ¢ negra, hé uma tendéneia a afrmar a infe fHoridade desta ultima pelo fato de sua evolugto econd. ‘mica, politica cultaral estar moito aquém da dos brancos Isto, entetanto, no & devido.s uma "infeioridade racial inata’, € puramente 0 resultado de circunstincias, € deve bo’ rgime de exploragio sob o qual vive & malaria dos negros, como conseqiéncia da colonizagao branca e da fexisténeia de uma eseravidgo que, embora no seja reto- necida pela fei, a ela se compara na pritica Muito freqientemente 0 negro ainda se encontra num estado de semrercravidso cconémicn, ett emaranhado hhuma teia de restigSes leguis © extrlegais. A. pobreza, 6 deeprézo ea doenga fzeram dle o que hoje & No que diz espeto a proplada indoléncia do negro (pam como 8 do Indio americano) a causa pode muito tem sera falta de incentive. Como Burns acertadamente demonstra, as grandes produgSes das colénias do. Oeste ffswano, onde mutes ferrat inda eto em mos dos fnegres, mestram que 0 negro nip é indoleels por aatu- fren. Quando s¢ interessa por seu trabalho e © compreen- Se, despende energiss sent limites, mas éle quer escolher fois prepras horas de trabalho sem se sentir Um! prision feito de fiscais, Igualmente, 0 indio ameticape, quando 2 sente dono de sun prpria terrae seguro de’ usufruir Se todos 08 frutos do seus esforgos, no reta divide, rar bathe com uma energia, entusiasmo ¢ eficifacia que jamais f encontratd nos casos em que sabe gue é 0 "pairdo” quem Usulruird dos resultados. Booker T. Washington aficma que © msior dang eausade ao negro pela escravidio foi pri Nélo do sentido de independéncia pesscul, do método & {io espirita de. iniciativa. 'Nio hi razio por que brancos e negtos nfo possam vier juntes pacficamente como bons concidadaos em toma metma naggo & no mundo; ndo devam demonstrar matua eonsideragdo e'zespoito sem que qualquer grupo fenha que sacrificar algo de sua individuaidade, do mesmo todo ‘como cetlicose protestants, em muitos pales, Cconseguem manter-ve em exoepeional convivéncia sem Aabandono de seus principios religioos. a © que ofende os negros 6 sua sistomiica exclusio, por causa de sua cbr, do cortas regalias socials oferesidas 4 brancos de cultura’ e educagio muito dvidosas. £4 latitude generalzada desios para com éles, a falta de con- Sideragio ¢ a deliberada indiferenga que’ fazem com que “desejom cada vez mais a libertagio ‘déste eterno ose cismo.¢ da degradaqao que os estigmalizam quase como ‘membros de uma eutra espécie, como sub-homens” ‘Um complexo de inferioidade, als bem distinto, fax com que éles interpretem como prova de hoslidade para fom su raga ¢ como um desejo de msatélos nom estado Ge inferioridade todo ato ou densSo penosis, ou 20 menos esagradiveis, mesmo quando esr sto visa 20 individu € € estranho a todo preconceito de cbr. 0 rancor ¢ Selo acumulados diante das ofensis de outrora, descon- fianga em fase dos progressos des brancos, um dio amar- go,e 2s veresabertamente confesso de tudo 0 que é branco, tudo isso € nssessirio que os negros superem, vengam, esquecam se querer ver estabelecido, entre. és dole fsrupos humans, um espiito de verdadeira compreenséo, Vérios exemplos na histéria mostra. coma guerras seligiosis puseram um fim toda e qualguer tolerdncia religios, “Cremos que uma guerra entre ragas posta seF tvitada se 06 povos brancos ‘om todo 0 mondo. parazem fe fratar os sogros com indiferengs, opresdo € injustiea © adotarem uma atitude civiizada © decente para com 08 ppovor de cbr, caracterizada pele tolerancia © cortsia, De- vemos fazer com gue seja impossivel @ qualquer homem de cbr dizer, como tm havaiano disse a tim missiondrio Quando 0 homem branco chegou, dle tnha a Biblia © nés ossiamos a terra; agora, not tomos @ Biblia e dle, @ ‘As contrbuigées dos negtos como raga ow como in- dividuos para 0 munéo chilizado nso podem servir de base adequads para que se possa progiosticat o que a righ seja capez de sleangar no future por sias prépriay ap des © em condigées Sociais e econdmicas mat sats Flas. Além do mais, nfo devemor esquecer que a Univer sidade de Tombucta pode ser comparada a quslquet cola européia e © mesmo se verifies quanto aoe gris de Civilizagao da Europa e dos trés grandes einos negros Je fossa era. Lord Olivier (1905) ‘disse com muita razlo. “o negro estd progredinda ¢ isso aniuila todos 0s arg rmentos do mando’ de que seja incapau de progresic" Resumindo, tanto a biologia como ® antropologia, 2 evoluggo e-a gonétiea demonstzam que s diesrmmimagao Ta 2 cial beseada na cdr & um mito sem a menor justificativa Bientifica,e & por isso que a pretense "inferioridade racial Gos povos de e8r" & fuss. So tao-sdmente fates pole tices’ e séclo-econdmicos povco favordveis que mantem sees grupos em seu estado atua, 0 Mito Judeu 0s judeus formam um grupo humano que tem des periado © mais intenso Scio em quase todor os pulses € Em quate todas as épocas, © antisemitismo, enquanto_atitude social ¢ polities, dominando Estados interes, slgumas vézes, © ex stores da populagio em outras, © defendida de mancira ‘ofa. mais ora menos profunda fo. campo religoso © eco: aémico, & um antigo antagonismo de que. se encontram enemplos na histéria desde as épocas mas remotes, Part ‘mostrar sua constincia, podemos citar exzmplos come a txpulsto dos judeus em massa da Espanha no século XV, 8 Searezayio dos judous na Europa orista dUrusie a 1dad6 Média, 0 cato Dreyfus ne Franca, os conhecidos pogroms le judeus em vitae épocas ¢ em varias partes da Europa Oriental e Centrale finalmente a propaganda mundial feta 0s Protocolos dos sibios de Sido visando a extcerbar & espirito antseritico. das massas populares, loje em dia, entretanto, o antisemitismo recorte a0 mito de’ race judaiea muma tentativa de se jusificar © ce fornecer ‘uma coberture pseudoclentfica As suas randes polticas e esandmicas. -O homem considerado como tp famente “Judea” €, na reaidade, muito comum entre os ovos do Levanto © do. Oriente PrSkimo, embort @ maicria ABsies poves nfo sejam nem nunca tenham sido judeus ‘quer na religido quer em outros aspectos de sua cUlturs, © fato de alguns judeus serem identiieados pela apa réncia se dove menos 2 caracteres fisicos herestarice 40 que 0 resultado de reagées emocionais e de outras ree es que produzem expresses fcini © attudes corpSreas ‘expecificas, maneirismos, entonagdo ¢ tendéncias de tem- peramento’e cardter resultentes dos costumes judes © do {ratamento dado aos. juceUs pelos nio-jadeus, Se os nazistas conheclam as genuinas caracterietions istinivas dos judeus, por que eram obrigados w ostentar a estrfla de Dayi em suas vestes para que pudessem ser ‘dentificados polos arianox? [No que diz respeito 3 Itfla, Mussolini disse em 1932: iio h rags pures” e “nio fd anti-semitism na Italia s judeus itallanos sempre se comportaram corretamen- te como cidadios e lutaram valentemente come soldados” 38 Em 1936 a alianga itelo-germioiea 0 obrigoa a ii ‘lar uma campunha antijudaica, embora a dbvia hetero- feneidade do pave italiano produnase na Itilia um rats fo diferente do germanico. © Manifesto Fascista de 14 e julho de 1938 proclama: “HA uma raga italiana pura ‘As quests rocais na Tdi serfo tratadas por um Angulo Puramente bologica independente de copitaeses, iesé- Fieas ou religiosas, O conceito de raga ne Itlia deve set fesencislmente aliano © névdico-erano,. of judebs 980 pertencem & rofa ialiana, De maneira geral nenhum dos emits que se fixaram no solo sagrado de nossa patria Gurante os sécules permancceu ai. A otupasio da Sida pelos arabes apenas deixon como marco a lembranga de flguns nomes™. Este brado fascists da exiaténcia na Ilia e-uma raa italiana pure do tipo nérdicovariano seria febmico se ndo tivesse sido tio tragico. _O principal ponto {que quetemos frisar € que a atitude antisemitica do fas: ism italiano é uma grosseira imitagdo do azismo € co- ‘mo fle bascada em falsas premissas bilégias. ‘Quis slo a supostas carscterstcss antropol6gicas especticas da rapa juduica? (Os judeus formavam ama nagio até a tomada de Jerusalém por Tito no ano 70-de nossa era. No principio aera crite talver ainda antes, houve a emigragso de judeus da Palestina para varios pases, de onde, em muitos casos, eram éles mais tarde expulsos, dando assim origer 20 gue podia ser chamado de migraydo secundéria ¢ mo wimentos de populagao, Seria inleressante conecer as ‘aractersticas morfolggicas © racinis dos hebreus da Suldade que sio provavelmente os principals, ances fos judeus de hoje! até agora, entretanto, no fo: postvel onfirmécas e assim se faz necessrio conduzir as inves Uigigdes por outros caminnos ‘Desde mito cedo, os semitas se mesclaram com um semsntimeto de povos vitithos da Asia Osidentl, tis como fo canabeus, os flistcus, 0s drabes, 0» hiitas ete. assim, mesmo. que ct hebreus tivessem sido originiriamente ume aga pure, houve, ainda na antiguidede, om grande mdme- fovde eruzamentos com vatias outas. ‘Além do névo Estado de Israc, hi numerosas colé- rise judaicas’ ra Asia, como as da Transcaucisia, Siti, Meropotimis, Témen’ (Aribia), Samareands, Bucars (Tarqoestio), Ici, "Herat. (Afeganistio) etc Os judeus comesaram a se estabelever no Norte 5 Africa (Marrocos ¢ Argélia) no ano 1.000 aC. A esta primeira leva voguiramse muitas outres. Trés tipos dit- Eintor so encontradcs nesta parte do mundo, refletindo brigens diversas: a) judeus de antigat origens, agora pou- ™ 08 em némero, que freqientemente apresentam tipo lssica hebrew se compieigto lve, cabs eolhos ee fires ¢ grande narie aquilino; 6) judeus em gue prslom ham as Cariterisieas espanholst;c) judeus So tipo. Aa beberbere: ites so of main humeroios e mal se distin {uem, dor povos natives das reiGes em que vver Ast. quanto tgumas comunidades judaicas Ua Alien oe ase telham ent sae caractersicas Somiicas,outas se Sse Thelham mais intensamente aos povos aiticos, Na Espanha houve uma importante colinia judaica desde 0 principio da erd crits. Quando de sua etpulsso Em 1492! os jadeusexpanhiin se espalharary pelo norte 8a Arica, polos Balcas e pola Ravin Or jadeus de origem panhols sto doicocfaios enquanto. os juseus rus a0 bhaguicelalos, ua dierengsperfetamente. explicével tina vex que a conformacio craniana de cada grupo se tema "2 das populages cspanhaln © russ, ene at is nem, Una cherie ehcp or ita com relagio. aos judeus a “Poldns, Alemania © Aisa, Dos jutein inglés, 283% 150 dlicacaos, 243%. mesocetahicos o47A% braquicslalos, enguanto, Ge’ populagdo judaica do Daguestio (Ciucaso), 56 doteoseaios, 103% s80 mesosetaicos © 85% so Braqu eéfaos ‘A respeito da conformagio. cra falando de uma mancita pera, que na Asa \0 ipo predo” minente € 0 brequicfalo, embora baja algns grvpoe do. Heocéflon; ne Attica» predomindnaie do\grupo dolce. illo € tbalulaenguanto que 2 Europa. pow tanto grupos “Nenbura fabftagio dos dades anropoméctics € tho. baurde de tras pera gue a propagands ao ae arva dla desde ot Sein tame 4 free das armas ¢ dos campes' de concen- traae™ Conclusio A essa de, renga sndvduais somias ¢ tice en reaiddes ev thas ab aga, noe eines Se Somunicade polemor encom indy tals dex {ton ao indo de bros enon dotados. Esa € umn fe Hage bol parts gual alo exter excess. Mas ao Waray tab fom_guuiguer cone com props Sipesosade ou ifewridads ae determinases ups manos Hd mut tempo exe a cenga de que nos pépria tumi-ov aga’ tlh do gus as outs, O que tre {Raments ecente fs tenaioa de josficae ete “supero- nue cenficemente no campo dat careers bo- Ieper ine O ‘crescente descontentamento dos povos da India, 0 A dies on scoops 1, pes fn ea ‘Sapo Plea SE Sat era ns Sg ius foe a cin oes eta emcee, SEemetGaicriaties soar ‘sds Sm pte fo See 60 so impostas em parte pela lei, ¢em parte pelos costumes fortemeste enraizados fos brancos. A separagio das ra- {BT Shige por mcios Tepus, pela intimidagfo ou mes- ENS ela forga, Pode ocorrer que os brancos recorram a Bigidacn e, por exemplo, voar pelos ares as casas de ne BGs que fenbam violado’o codigo das relagtes sociais na Sietalve de se elevar acinla da condigio inferior que thes imposta Bases sio exemplos do grupos racislmene diferentes com culturas semelhantes. Na Unifo Sul-Africana, a0 Sontdro, tratiese de grupos dessemelhantes tanto do pon- to de visa cultural quanto éinico. Distingvem-te os, ct fopets que felam inglés ov afticano & sio crstios;o8 "c=- pecolored” (mestiges), que falam 0 “pidgin-engish” ow Risicano ¢ também £40 crstZos, os indianos, que falam Gobretudo 0 hindus © #80 hindus ow mugulmanos: fi almente ov aativos africanos que falum, na maior parts UGialtos bantos c conservaram os costumes © as roligibes fiat, Como serd explicado mais abaixo com mais mi- icles, mecidas ‘ce sogregagao.asteguram a separacto ster diferentes grupos no plano social, © a parte, nie. Sciropéie. Ga populagso.€ mantiéa numa completa depen- Gencia, Em todes 0s pontes onde subsistem contatos en lie europeus © nao-europeus, produzem-se numerosos cho- flues ¢ ume viva hosilidade manifestase ent 08 grUPOS Aigo otalmente diverso acontece na, Nova Zelindi, que possi, entretutto, uma populagéo mista do ponto de vis Finacial c cultursl, A maloria consiste de individuos de frigem européia principalmente britiica. S80 conhecidos pelo nome de Pakehss. A minoria de maoris, de erigem Paling e, em sua maior part, fl aos costumes tribes, Bao é objeto de nenbuma medida dicriminatsria, A let Goncede aos maoris intera igualdade de, dieitos e com- partner do segaro social no mesmo titulo © mas mes- Tat condighes que 08 neozelandeses rancos. Sio ele es wsim como os autos, e realmente alguns dBles estio a Cimara dow Representantes. Os casamentos _mistos Ido aio arom, motadamente no caso dos Pakehes das clas Tes pobren, grande mimero de maori [4 se estabeleceu fas Cidades, Os neorelandeses brancos tendem a consi- erar fete tltimo grupo com certo desprézo, mas de um modo geral es diferengas facia no suscitam hostilidae Bese, no conjunto, os Pakehas orgulhamse de seus com- patrious maori “Ao inves de estdar as atitades raciais em fungie do ‘eontexio cultural, podemos também comparar suas ori (fers Midrieas, Nos dos Estados Unidos, por exem- Bia: insteigio da cesravatora nas plantagdes € que en 4 rlaon profundamente ida dn inferioridade do osgro to espe dos brancos ‘Na Unio Suatecana” tore bredo em rarto do ttn parclaisms soc © re fies don priv colons bench que ae velo fees: fare tata indigean © tos fauivuoe 8c cae bloewopéa como membros de gupte “hewrosseese Mace senpe’ofres bites por of sete eaham um papel decane, A estilo’ don nepoe soc have fbn ey onde agri OS ib Sr Blataoes rca wide Go Shon veto st or En Sos Unidos):"c estate se plan uae ss Bra.” Mas, tanto na Jamaica come’ ne Bosal ae ek Ges aciap cvcuram sm seatioo diene i Te {al glo nos Estados Union, "Dt. msma fora sd Unik stvaticana ay rags oy sor foram reldes's um estado de completa depndincn subegievomeate fs sus confnos cm ox clones europea ns Neve Be Hina gueres que poeram fetes ene close ingens RE rence om stay estharam se sas Tapio di iguldede sire a aps ako na spigio Seas sor eu aorta, 3 pineira vin, pareerin qu ss cone rages de ode cultural hates eng apes uns lug bem fraca sbre © problema. "Matt coshnueede's pasar em reves cvleagoes c's hades sane at Sinto da cilzgto cider da Gyo aa ec tacauesmoy em provana Ge um Tle dos mas fee: ore. Contatamon, com efeia, a autnee sce {aS rages rac, no senda que domes «Se en, ates du pen da expand dus etporagies gus Cooke Zita os etopeus sor pes de algwnes’ Netluae oe tea iviizagto antiga ou, moderna tan) at ders: fs ene grupos Gnicor por eis de Ion ov de wae ‘Mo pares ser pore den povoreropeus que etm ct Senco com cures faae "No ante: megane tr fxempl, as ness datiges que conta Toje como ee Passo, alo a de otdom Teigcts’ Os mueimares oe taicondments ndisrenes ci du pty 6 lady nha que toes‘ cenies lo pul usiguee se In sua raga eu sn cbr" Segunde ede Cor ton or habitats de tm pale congusiao que shrser, te" gio maometana torre, stb todos be wperce qua 4 tus conguistadore 0 stem hindu do ehtas tao Gel'dh ualquer margem ax contdcrote de tsa Ce igus avery i sibs una orig rade, ‘Loe bram que a sociedade nds antiga edna, dda oh hatro warn, ou ees, c-ftman que se Waave de ie Menelagbes vaca, Condy pasta’ vara tes a o Pesce ter a a cis ea Bo coats can vag ae ae a pee ae 2s ene eer Be eee mes pe a, Cesar fe es ee ae eer ee ee ce fo a ca See at ee Ba ee scene oe a ee Ee i oes pore es cee ae oe a ae ea te TS eres ee nea a eer oe ee per eran, ie Son Bien weer oer A ee Beet grene oo maa g le eet Fee pr ere ee aks See meas 6 ‘pis que de Roms Tuja Cuil rene te exerceu unt podeross inven tanto police quanto Telgom.Trabulbou pata comolidar a uniiade espeseat da eristendade ensitou que todo os chlor sie ke ‘Com o tempo, era concebila cada Nev mais como Use trumento de ordem internacional, 4 gra de Dour eat gino que téda a tera foe submetida & sua Ie Por i 40, of cstdon guerrearam conra‘os mucuimanot ee flonase staging ra enti de one prune te relgss, Os Jadeun ram porepuidos eon Rugume ‘os rezdos &eheraiddo enqeanto inimiges da Te to for causa de sun Taga, Nio obtate, or deus os me fulmanon os pagios, por serem mantidos b marge da Europe sith, Consiuem uma prefguragio do. concelo moderna. de “ayas esirangeira® Em gules etm, Periodo comprendide erie & primeira Cruziéa e'0 des EShrinento ds Amécce por Crass Colonie. cxace Zoos ple oy Flinn de uma ere md 40 mesma Hempo, insult um tipo de relagees com os pores Io-ration que iia perdura, dello gore de Seu ate: feat religioso, até nowos dat, Entel ha tem fpo- 4 os mercadoresalianoy espais ©. portputyes er preendiam suas grandes viagens de detcobrmento. © om {tavam em conto com povose eviizagdes até endo dex Conkecios. Casteando 2 Aiea, ov porupsben onsen: fraram mouros ¢ pagten a quem puseram fora ce com: bate sem dijeuates, mas tem por iso Conciisam pel superioridade de ume rage s3br' outrt, Ademas, fine gue pense ainda emt ransorma eft eserves Gs ne {os capuuradoe Garon érer tagucs ou esas meursdes ‘Ao contro, punhase muito ilo em. converts. oo eristanisna, © Gus iia tornielos igus a toder eros, Grande numero de acpros sprisontdos neat condo se'isilram 4 populasto porters aguas Ses che: garam mesmo a exerer alas fungaes pias Somente como desenvolvimento. do, capitalism ¢ quando a pocira 8¢ ero se tornou tina day carers ‘is da ciizago ocdsntat € que se mificon esta a {ude de toerincla em elspa ts outras ragas, "As roves terrs_descobertas na. America oferecam um campo. de ado ideal do ponto de vist da eapioragio econdmiea, ‘oy indigenas ndo pod liar contre 9 clon homom 4: negocio, bom armados, indo a Europa. O fumo, 0 anilve arte, © algodto eo agdcar de cana Paderam, poi, Ser produtios em arandss quantidades, depois venddon ta Buropa com rans iuroh. © mat lel era conse fra sumerosa mlo-deobraneseaiia, Na carénie de trabahadores lives tovese de Tecorer"& ecravdto. "Os 6s ‘xcravos utlizades de iniio mas col6nise espanholas erat Aaborigenes, mas, bem antes do fim da era colonial, rane de parte da populasio nativa desaparecera, om santeqien cia das més condigoes de vida ou das doengas introdui- Gs pelos europous. —Além disso, a escravidio dos indios fera-objeto de severas criticas da parte des jesutas ¢ de ou tros missiondros, tl como o iusire Pade Lae Casas; dai a docisfo de trazer negros da Africa que trabalhavam mais © se mosizavam mais dices eo cativeeo. Os primeicos negros sfricinos desembarceram no Nove Mundo por volta ce 1810, Como jf vimos scima, © camércio de escravos afticanos, e principalmente de ne {os, nA e72 novidade, mas sntcs dos meador do ssculo XY estava confinado a regito mediterrinica, Na Africa Ocigental, no se tinham os mosmos pretextos para {s2et {uerra, mas, so 08 cists sentiram alguns exsripulos, seus femores foram aplacados pela bula do papa. Nicolaw V, que. sutorizava os portugueses “a alacsr, submeter © Te duzie 2 escravidio perpéiua os serracenos, pogios © ou teos inimiges de Cristo, ao sul dos cabos Bojador e Nio, costa da Guin inclusive", sob'a condigio de que comprometessem, segundo o uso, a converter todos of cativon ao Cristianisma, Esses métodos rodimentares foram suficientes en- quanto @ trifico de escravor manteve um cerster lol, mas a ripida explorssio de novas coldnias nas Aatilhas © po continente americano traduzivte por notivel aumen- to da procura, © um sistema mais aperfsigoado entrou em Vigor." Surgiram feitoriss 20 longo de ida a costa da Africa Ocidental; eram absstecidas por fornecedores afr canos ¢ ali era possivel obter escravos por meso de sroct (Os afticanos. postos & venda eram, om teorit,prisioneiror se guerra, criminosos ou nativos que vendiam, le mex. mos, sua Tiberdade. Estat dessulpas. cdmodae ibertariam (0s europeus de qualquer responsabilidade moral, ¢ 0s de- Tensores do coméreio de escravos se vanglonavam mee smo de salvar suas vitimas da morte. Entretanto, 0 tréfi co assumira uma amplitude muito grande pars deixar in fiferente a opinito publica e, com o tempo, as desima nas condigdes de vida que ‘cinavam nas. plantagdex © ot horrores da travessia foram divulgados mais emplamente, Se nfo encontrassem meios de justificar-se, ot propricts rot e mereadores de escravos corriam 0 itco de perder seus bens ¢ seu comércio. -Contentarumre inicisimen- te em sfirmar que a escravidko era indisponsével & pros peridade econémica da nage, depois, como 1 ofensive hhumanitéria so fazia mis premente, Weram a engenhoss ‘déia de apresentar os negios como stres inferiores, ince 6s pares de sentimentos morais; nada os obrigava, portant, 4 tratélos coma omens. comins, 'Eis 0 que Long escrevia sa sun Histéria da Jamaica, em 8s volumes, publicada em 1774: "io se pode fear que seam radicalniente inapcy tliat Ja que § pastel ensinar os macacon 4 comet,» bebe, 4 descarsar ea se veslr como homens: Ms, de Todos ose pécies humaras dencoberias até tpore, sf," a0. GN patese, mis incapeces, visa a airena naar de seu espiio, Ge hogar (v0 por smtervengia mlagrosa da Divina Provdén. Sia) a lpemsar'« agir como. omens No pene qos stls ‘esontosd pars uma miher hotetote ter como maride Ua ‘rangotango". Isso significava uma tentative sitemétisa de. “des personalize" (Gdn ua categoria deste. humanon — fondo 0 abjrivo vido rebaixclos 26 nivel de spies a tigos de comérvio'e de “mereadorias 0 caso do ratio negrezo Zong mostra bem o eta desis tentativa: onto © trina eacravon foram atrados dt amurads sob pretent e {ala de agua 4 questo fol leada soe tribunals, nab pi ‘a um proceso por aurasiato, mis apenas pure deter tar ie ealmente howvers"angament de ear eo: ma fcanetundo ums indenirgSo.por pate da companhia Je Seguros, ou se era um cao Ue faude'a poe, © gue € signtcativo no caso des primeira mani testis do preconecto rasal € duc os cforcs empre sos para “Sespersonalar” as Sages humatas 2 Se melhor explorar ow bomens no ecavam limita ape tan aos exes afnesnos, 0 empresano-aplia des 52 époce extava csposto 9 tar de mesa fora 88 pes seas ie sua prépta raga ‘De foto, no nko, aloe “Shia emipregade nas Anker ¢ no continents nercane fa em pare composts de sevidorsbrancoy, detiices 4s sizes tm térmos exatamentesemelnater soy gue era pleads aoe nepros. Os plantadores dsputayam crest carga de forgadon indoe dns priser Tomine cea tenes do cringe etcocean foam rapids e enviass fies" Enretanto, os sevdores branes. pod ibertar-se pelo aban a puso que os negrosefam pouso 2 poi Eo asimiades sot bem mévels Para utiicar tan Con. Aigo servi as antigen comierigder religous foram St esment soba por coneragtes rcs fr lose que pertnciam ¢ uma race degenerada, Sepradad, ‘moral dvpovi do incigtoca te" "Com estoy 0 a {umenio relgso perdeu seo valor desde que fo! neces Sitio meater'no cave 0s convertion 6 Tal foi, como © notou Oliver Cox, a origem das ‘elagdes racials” moderna No se tatava da ounitessgso. de ura sentimento abs: tgato, espontinee « imemorial de sopaia ene grupos, mis de relagdesestubclecidan aye fins pros e assocladss no plano psicolonco e social is reapies jusifcalvs habluals Nonivica age pelo preconcelio. de Toca gue eno nae Gla, Se bem que ste género particular de explora ainda ftiveste em seus primdrdios, jk adguiri suis earaterisicas Principals, Poderseia mostrar como dle ganhow terreno «0. ‘ou sua forma definiiya no quadro, do sistema capa, medida ie o homem branco vabelets teu iperio em cu tris pares do mundo & adouva 4 mesma atfude em selgho 4 todos ou quate todos os pavor de cor Cox cite a seguir x descrigao que © Conde Grey dava et HBO das razdes ¢ dos objtivos dos ingléses na Africa do Sul: Nesta parte do Impétio britnico, a6 pesoas de cbr fo guralmente considera pels. brancor como uma Tapa inf Flor, cujos interesey devem aulombicamente ceder Tapa 00s pasos guano lhes slo contri, e que se deve govetnat Sobretudo een provelto da ragh superior Pate So, duns te Gidssperesem indspemsaves’ sniialmente devemsse dar 503 brancot os meios de garantie para si a propiednde das eros at enldo ovupadas pelos iadigenas e cov sepuidn obser 9 milo Steobracafre ca ‘quantiade imenst 90. peero mals babe poset Segunda Cox, a exploraeko racial nBo passa de um aspecto do problema da-proetarizagio dos trabalhadores Ge thas a6 bres. O antaponiamo racial 6, pois, essencial- mente uma lula de classes poltca, © empregndor capi falista, seodo oportunista e frético, aprovetara todas a5 ‘casces de explorse rise ficients méo-de-obra como todos op outros rosuros de que disse, se fr neces, sSuseitars ulizaré para liso 0s preconceites racias. fs relagdes raciis sao "mais faces” na maiotia dos pal- ses colonizados pelas nagtes latinas. (Portugal e Espanta), em parle porque nem Portugal nom a Espana jamais onheceram umm desenvalvimento industial comperdvel 20 fa Europa Seteotrional. Bsses doss paises também fica- am por mito mas tempo suieos & autordade politica ‘ econdimica da Igreia, Entre os espanhéis e portuguts fo século XVF, o espirito capitalist © 0 desejo de enn fquecer ertm constantemonte ameasados.pelas tendéacias Universalistas da Tereje, 0 respeito eo velho principio re (0) Oe Eon, Cre, car ont re, Dost, 156 fo ligioso da igualdade coresponde, pois, aqui uma tradi ioe contrast com a nite reste “eapitalita” do pal SS lone ¢ emi como 8 Cretan isu Baces ou Extados, Unidos Sob ceros sspecton, toa poderselam ease ponfs de contato ene ton tradigao c's piven Ge suimagda apada na 0- Tenis francesis —~ poten que se prope lever, os ind fons con powoe er a s ifegrtrem ama. Prange™ fhalor no quadro de ume cultura e de una nacionaliade Existiia assim um clo dreto entre a aitude adotade em: materia do relages asi ¢ 9 forma da socedade — fs relagdes rains teiam, na verdad, funglo de um cer io tipo de regime economico © socal, Para Ir male Jon fe no cattdo dese problems, o melhor € descrever seer Svamente um certo ndmero’ de sotedades cies renges om respeto Bs qucsdes de raga de cr abo. multe er ferent € comodo tomar a Unito Sol-Affiana. como prineico ponio de, comparecio, porque Ete pals € sem dvadaalgama aqutle onde or seimenton de fuga $40 tas Intenso mas consckntes © malt sberamene pre {Exsados elas auoridades publics, "© Brual 0 Haval represertam # ate tmetalmente potas extn, a {Uigio extents na Gricretanha, conaerada como um ckemplo mais ov tenes intermedi, ord objeto de Uma Sxpoagto bastante dealhads, porque € menos conbesia flor sapecilius so quero Go raga eels ce me fo turpreendente @ fato molto paradora Se que. dsr ‘minagéo s tlerinia ralats podem coexist wo. si0 Ge time mesma sociedad. Unido SulrAsricana A situagdo atual disse pais resulta da colonizagéo e- ropéia que remonta 4 1652, ano em. que os neerlandeses se fixaram no local da futura Cidade do Cabo © em seus a> redores. “Em 1806, quando a colémia caiu nas mios dos britinicos, contava cérea de 76.000 habitantes — uns 530.000 escrevos origindrios de Madagiscar, da india © Gas Indias Orientals, uns 20.000 Hotentotes aborfgenes € mais ou menos 26.000 brancos. Nessa época, os fares ‘de raga ¢ Or desempenbavam um papel menos impor- {ante que as considerasées religiosas. F assim que, se uma cscrava alforiada se batizaie, muitas vezes podia casar-se fom um branco; ela prépria seus filhos assimilavamse fentdo a comunidade branes, Todavia, ot vetdadeitos co 66 amentos (por oposigho & coabitagio) entre brancos ¢ ho- tentotes eram extremamente raros, 0 casaments de una hotentote, Eva, com um explorador branco, van Miesholl ‘stlebrada no Government House, foi uma excecio e & ci tado como tal em tdas as obras que se referent # ése pe iodo, A medida que a colinia se desenvolvia, surgiram divergéncias cada vex mais acentuadas entre os pontos de vista e 0 fipo de vida dos citadinos, de um lado, © dos Inabtanter ‘do. campo, de outro. A auséocia de conscléa cia racial, portanto, de preconceites, nus cidades, se de- via em grande parte a um modo de vida mais livre e me nos convencional. A populagio se renovava_ incessant mentp, sendo a cidade sobretudo um pérto de eseale on: Ae os navies estrangeitos ancoravam pars se reabastecer © permitir um repouso 2 tripulagdo, Nos caropos. a0 con Fran, formavamse comunidades mais homogéneas, indc= perdentes eslavels. Compostes sobretudo de agricul Fes, euja principal preocupacdo cra escapar & ingeréncin {Ga edministragfo, adotaram costumes mais esttes «mais rigidos. ‘Nao havia no ssio dEtses grupos nenhum dos fatbres e aiferenciagdo social que freqleniemente entravam cm {Ogo entre or ploneros das colGnias européias do NOvo ‘Mundo, Com feito, eram homens gue possufam um e6s igo dlico e uma ideologia comuns, profundamente enra aves na tcedigag ealvinista dt Europa do século XVII. A. Goutrina dav predestinagio e a idéia da condenagio eters da salvagdo reservada aos aleitos eram parte de seu pa imdnio. a que se spegavam particularmente. © plone! Telavrator chegot seein & considarar sua pertinéncia 1e- Tigiosa como unt prvilégio exclusiva qus 0 colocava a uma distinc infnita Jo resto da humenidade ¢ Ihe dava o di: feito de dominar aquéles que nfo faziam parte de seu grupo, saber, 08 bantos pagios conifa of quais ltava © 03 bot fguimanos primitives que. de perseguia como animais 20 Gon. Tota concepeio de igualdade dos homens lhe era fstranhe, eas palavras “lberdade” e “frateridade” no finham ‘mentum sentido para Gle fora de seu circulo fe chads. ise exclusviamo de grupo encontrou sua expresso ‘num sentimento de siperionidade racial e social que coin- ‘dia com a diferencas de crenga e de cor. Assim, a musts a abuorver co aegzon. Em suites part, OF braisiror aftrmam que 2 ebr-da pete do conjualo. Ja populapo tends e "clarear”. Mas, ae se descobre que Um Truid possul um negro entre sevs ancestral 0. no fearela qualquer madanga em sun poigio soll. Com eto, tes raga ma nha demarcatiria basada m itvos nicow taciionis, em mms casos ela separ fin com diva alguna, membror Ge oma mesma, fant ie sas cinunstanias, ¢ prnepalmente a. que scabs rmos de expor explisam por que, no Bray a tlerancia Tell tomoace uma expéte de filosota que vsn a aml rar fh grande nimero de grupos mulo divetsos 00 SoM ‘ums, mesma comunade Maso powo go Teper que “nos, baniron, nos exanestorando un fiheo pote, c em breve haverd em nom pals ma nica tage” ass» mista de ragas € um motivo de orglho 25 racame & objeto de vilentos sagues. AS minuras {asi no aeita como incense ninguém se esr fa para obsarihes 0 eaminho. A popula brani Souiprecnde.tipor de cbr mito divers, no comjunto, Shao nis ao ert na exeala social, mals cara 6 foe, A cir ¢ pos awcciads 1 nogto de clase, mas eu Fave contines scesGrio. Segundo tin dito popular da Buta,“ negro rica € um brane, e 0 banca pobre & um sine clasp toil, dterminads"sobretdo 4 fusgio finacela, © nfo 8 raga, ge costal P Taor bo. ‘Quando 0 Breil ainda era colinia portuguesa, pare cia haver tina disngio, tanto na eidade como no cam po ene tres cases soins ow bronco, 0s sahores de Eiravon,cstvam mo cue, o8 fers 0 ponto mais bak fp de flerargua © os mesigos conetfant uma las in fermediria, "Apos o-desparecimeato Jo stoma de plan {agtes 0 grupo dos mengor comegow a desempenhar um pope soul tals importante. Seur progeson foram fa Eitados por uma eonviegso que pelo tenes parti do fim do século XVIIL, etaizou na mente 6 ee inte Ieoual bras de ‘gue ox negon Je brags forts om- thos largo, gus bs muito onsam a rover de moO "Zora ds nao, eram os aries da prodperdade do Brasil Emre ov mesigos que deram imporame contnbuigo.& fits clltunl do” pal enconravarese inGmeros tras, puntores, espultoren mics cents. ‘Conver asialat (1) ¥. Dons Pe, Netoe 8 Bal, Cesta Unveaty Pres, nm fentretanto que, se os mutates de pele clara assumiram Frente da uta pela melhoria da condigao dos homens de cSt foram efetivamente os mais numerosos 2 elevar-se hirarquia social, ndo foram os Gnicos a conseguiley pes- sois de pele muito escura seguiramthes © exemple © eso mites vézee forum mai longe ‘Um esquema da estrumura atwal da sociedade bras slleira mosraia, pois, que a proporgdo de brancet,aiii- fo elevada nos ives supetiores, diminui 2 medida que Se desce na hierarguia dos empregos e se toma fraquls rm nos escales inferiores. Um estudo da composigdo das Glasses, baseado em certos dados como. a profs, as eclaragdes de impostos, a posse de automéveis ete, in ica que os negros e os mestigos de pele escura. perer fem em geral is categorias menos abustadas da populacio os brancos as mais abastadas, ox mulatos de pele cara ‘cupando uma posigio intemediirin. As classes supero Fes compéemae sobretudo de descendentes dos primeitos colones portuguéses, mas fi também entre elas alguns regres, assim como alguns imigrantes brancos recém-che- fadot se acham na hase da_pirimige social ‘A auséocia de medidas tepslativas de_discriminagio racial ndo basta, evidentemente, pata impedir 4 adosio Ge pritias dscriminatérias; como os individuos de pele fclta amide sao so mesmo tempo pessoas. pobres, & lfc! estabelecer claramente a separogdo entre os pre- jcomcetos de classe ¢ of de rasa. Se, por exemplo, em ‘muitas cidaden brasieias, os homens de cbr vive em bairros viferentes, € porque a sepregegdo residencial se cttabelece por si s6 em rardo das ciferengas de nivel es ‘émico, Ese de héhito evitam os hotel os restaurantes, as casas de dancas huuosss, os brancos de nivel econd ‘ico comparével fazem © mesmo. ‘Uma pesquist universitria, feta no Estado de. Sao Paulo, constalou que os negros dt classe média tinham atitudes ambivalentes com respeto. aoe brancos, Julga- vamese desfavorecidos, primelramente no plano profis- sional — segundo les, em iguais condigdes, um “negro tem mais dificuldade em encontrar um emprégo ou uma Situaplo que of braneo —e depois, embers tivessem mesma categoria sovial que os brancos de classe média muitos déles posutssem amigos ene os brencos, tnham 4 impressio bem clara_de que do eram_considerados ‘iguais. Em corto lugares como os clubes da moda eos hots de luxo, os negros s20 mal acolhidos ¢ raros so (0s brancos que ousam acompanhar-se nesses locais de amigos ou parenics negros.. Canstatow-se também que ‘grande mimero de sociedades formadss de membros ce wo Tamlias mals respeitosas do fato segregam os negtos, ainda que scus estatulos io o indiguem exoressimente Par outro lado, alguns clubes muito fechados.admitem ogres e mulatos de pole excura © Aqueles gue se surpreen dem com’ ésse comportamento contraditsrio se justifice bostumeizamente dizendo que esses pessoas nfo sto con fideradas negras. Fim outros térmos, 2 infuéneia exercida pela clase social, enquanto fator da integragio, parece Sobrepujar a teadéncia a estabelecer entre’ os individuos ivisees baseadas st caractoristioas étniss ‘As observagies efetuadas em Séo Paulo. sugerem além disso, que existe uma relaglo entre as dificuldades {que seniem 08 mestigos dessjosos de elovar-se na hic quia social © scu aspecto exterior; quanto mals 0 indivi duo for de pele escura e se aproximar do tipo neprovde, ‘ais possiblidades tem de ser rejeitado pelos brances, © pedprio mulato tem conscigncia désse fato. Veritica-s gue expresso “ter bow aprtnla™ quer sr pareve ‘Todavia, num pais tio extenso como o Brasil, a at tude adotada com felagio as diferengas d= raga pode, & slaro, variar sensvelmente de uma regiéo pata outra. Estado de Sd0 Paulo, por exemplo, conta muitos imigran- tes recém-

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