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Analise Estrutural Prof. Pedro Américo Jr. Aula 05 Vigas e porticos 5.1 Introdu¢gao Vigas As vigas representam um dos elementos mais comuns encontrados em estruturas. Quando uma viga é carregada perpendicularmente ao seu eixo longitudinal, forgas internas — cortante e momento — desen- volvem-se para transmitir as cargas aplicadas para os apoios. Se as extremidades da viga sao restritas longitudinalmente por seus apoios ou se a viga é componente de um pdrtico continuo, uma forga axial também pode se desenvolver. Se a forca axial é pequena — a situacio tipica para a maioria das vigas —, pode ser desprezada ao se projetar a peca. No caso de vigas de concreto armado, pequenos valores de compressao axial produzem, de fato, um aumento modesto (da ordem de 5% a 10%) na resisténcia a flexdo da viga. Vigas e porticos Para projetar uma viga. o engenheiro deve construir os diagramas de cortante e momento para determinar o local e a magnitude dos valo- res maximos dessas solicitagSes. A no ser para vigas curtas e pesada- mente carregadas, cujas dimensGes sao controladas pelos requisitos de cortante, as proporcOes da secao transversal sao determinadas pela magnitude do momento maximo no vao. Apos a secao ser dimensionada no ponto de momento maximo, o projeto é concluido verificando-se se as tensdes de cisalhamento no ponto de cortante maximo —normal- mente adjacente a um apoio — sao iguais ou menores do que a resi téncia ao cisalhamento permitida pelo material. Por fim, as deflexGes produzidas pelas cargas de servico devem ser verificadas para garantir que a peca tenha rigidez adequada. Os limites da deflexdo sao defini- dos pelos cédigos estruturais. Se 0 comportamento € eldstico (como, por exemplo, quando as barras sao feitas de ago ou aluminio) e se é ado projeto de tensao admissivel, a segao transversal necessiéria pode ser estabelecida usando-se a equacao de viga basica: Vigas e porticos em que G = tensdo de flexdo produzida pelo momento da carga de servico M c = distancia do eixo neutro até a fibra externa onde a tensdo de flexdo G vai ser avaliada 7 = momento de inércia da segao transversal em relacdo ao eixo central da secio Para selecionar uma secao transversal, 6 na Equacao 5.1 é configurado igual & tensdo de flexdo permitida Gygmissiver € 2 equagao é resolvida para //c, que € denominado mddulo da segdo e denotado por / M < a (3.2) F admissivel S,. medida da capacidade de flexdo de uma secao transversal, ¢ tabulado em manuais de projeto para formas padronizadas de vigas produzidas por diversos fabricantes. Vigas e porticos Apés dimensionar uma secao transversal para © momento, O projetista verifica a tensio de cisalhamento na segdo onde a forga cortante V é maxima. Para vigas de comportamento eldstico, as tensdes de cisalhamento sao calculadas pela equacao vo 5.3 Ib OS em que 7 = tensdo de cisalhamento produzida pela forga cortante V V= cortante maximo (do diagrama de cortante) Q= momento estatico da parte da area que fica acima ou abaixo do ponto onde a tensao de cisalhamento vai ser calculada: para uma viga retangular ou em forma de I, a tensdo de cisalha- mento maxima ocorre 4 meia altura 7= momento de inércia da drea da segdo transversal sobre 0 cen- troide da secao b= espessura da segio transversal na elevacgao onde 7 é calculada Vigas e pdrticos Quando uma viga tem uma seco transversal retangular, a tensdo de cisalhamento maxima ocorre 4 meia altura. Para esse caso, a Equacao 5.3 se reduz a we Trix = 2A (5.4) em que A é igual a area da secdo transversal, Se 0 projeto de resisténcia (que tem substituido amplamente o projeto de tensio admi as barras sao dimensionadas para car- gas ponderadas. As cargas ponderadas sdo produzidas pela multiplicagao das cargas de servico por fatores de carga — nimeros normalmente maiores do que 1. Usando cargas ponderadas. 0 projetista realiza uma andlise elastica — 0 assunto deste texto. As forgas produzidas pelas car- gas ponderadas representam a resisténcia necessdria, A barra é dimensio- nada de modo que sua resisténcia de projeto seja igual a resisténcia necessdria. A resisténcia de projeto, avaliada considerando o estado da tensdo associado a um modo de falha em particular, é uma fungao das propriedades da seco transversal, da condicao da tensdo na falha (por exemplo, escoamento de ago ou —— de concreto) e de um fator de reducdo — um numero menor do que | Vigas e pdrticos A tiltima etapa no projeto de uma viga é verificar se ela nao deforma excessivamente (isto 6, se as deflexdes estao dentro dos limites especifi cados pelo cédigo de projeto aplicdvel), As vigas excessivamente flexi- veis sofrem grandes deflexdes que podem danificar a construgdo nao estrutural associada: tetos de gesso, paredes de alvenaria e tubulacGes rigidas, por exemplo, podem rachar. Como a maioria das vigas que abrangem distancias curtas, digamos, entre aproximadamente 9 e 12 m, é fabricada com uma segao transversal constante, para minimizar 0 custo, elas tém capacidade de flexdo exce- dente em todas as secdes, exceto naquela em que ocorre 0 momento maximo. Se os vaos sao longos, na faixa de aproximadamente 45 a 60 m ou mais, e se as cargas sao grandes, entdo vigas mestras pesadas e altas so necessarias para suportar as cargas de projeto. Para essa situa- gao, na qual o peso da viga mestra pode representar de 75% a 80% da carga total, alguma economia pode ser obtida moldando-se a viga de acordo com as ordenadas do diagrama de momento. Para essas vigas mestras maiores, a capacidade de momento da secao transversal pode ser ajustada pela variacdo da profundidade da viga ou pela alteragdo da espessura da mesa (ver Figura 5.1). Além disso, a redugdo do peso das vigas mestras pode resultar em pilares e fundacoes menores. Vigas e porticos w —SS———z diagrama de (a) we diagrama de momento Sa ayer () Figura 5.1: (a) Espessura da mesa variada para aumentar a capacidade de flexdo; (b) altura variada para modificar a capacidade de flexio. Vigas e pdrticos Normalmente, as vigas sao classificadas pela maneira com que sao apoiadas. Uma viga apoiada por uma articulacdo fixa em uma extre- midade e por uma articulagdo mével na outra extremidade é chamada viga com apoio simples (ver Figura 5.2a). Se a extremidade com apoio simples se estende sobre um apoio, denomina-se viga em balanco (ver Figura 5.2b). Uma viga em balanco é fixa em uma extremidade, contra translacdo e rotacdo (Figura 5.2c). As vigas apoiadas por diversos apoios intermedidrios so chamadas vigas continuas (Figura 5.2d). Se as duas extremidades sao fixas pelos apoios, é denominada viga engastada (ver Figura 5.2e). As vigas engastadas nao s40 comumente construidas na pratica, mas os valores dos momentos da extremidade nelas produzidos por diversos tipos de carga sao extensivamente usa- dos como ponto de partida em varios métodos de andlise de estruturas indeterminadas (ver Figura 13.5). Neste capitulo, discutiremos apenas as vigas determinadas, que podem ser analisadas pelas trés equacdes da estatica. Vigas desse tipo sao comuns em construc6es de madeira e aco aparafusado ou rebitado. Por outro lado, as vigas continuas (ana- lisadas nos capitulos 11 a 13) sio comumente encontradas em estrutu- ras com ligacdes rigidas — pérticos de aco soldado ou concreto armado, por exemplo. Vigas e porticos (a) (c) (b) (da) (e) Figura 5.2: Tipos de viga comuns: (a) viga com apoio simpl b) viga com extremidade em balango; (c) viga em balango; (d) continua de dois vaos; (2) engastada. uo Vigas e pdrticos Foto. 5.1: Ponte de Harvard. composta de vigas mestras de altura varidvel com balancos em cada extremidade. aL Porticos Conforme discutido no Capitulo 1, os pérticos so elementos estruturais compostos de vigas e colunas conectadas por ligag6es rigidas. O Angulo entre a viga ea coluna normalmente é de 90°, Como mostrado na Figura 5.3a e b, os porticos podem consistir em uma tnica coluna e viga ou, como em um prédio de varios andares, de muitas colunas e vigas. Os porticos podem ser divididos em duas categorias: contraventados e nio contraventados. Pértico contraventado é aquele no qual os nés em cada nivel estado livres para girar, mas sio impedidos de se mover late- ralmente pela fixacio em um elemento rigido que pode fornecer-lhes restricao lateral. Por exemplo, em um prédio de varios andares, os por- ticos estruturais sao frequentemente ligados aos pilares-paredes (pare- des estruturais rigidas. em geral construi de concreto armado ou alvenaria armada: ver Figura 5.3c). Em pérticos simples de um vao, pode ser utilizado um contraventamento diagonal leve, conectado a base das colunas, para resistir ao deslocamento lateral dos nés superiores (ver Figura 5.3d). az Portico ndo contraventado (ver Figura 5.3e) é aquele no qual a resis- téncia lateral ao deslocamento é fornecida pela rigidez a flexdo das vigas e colunas. Nos pérticos nao contraventados, os nés estio livres para des- locar lateralmente, assim como para girar. Como tendem a ser relativa- mente flexiveis comparados aos pérticos contraventados, sob carga lateral os p6rticos ndo contraventados podem sofrer grandes deflexGes transver- sais que danificam os elementos nao estruturais associados, como pare- des, janelas etc. a3 (a) Figura 5.3: (a) Pértico simples: (6) pértico conti- nuo de prédio com varios pavimentos; (c) pértico contraventado por um pilar-parede; (d) portico con- traventado por contraventamento diagonal; (¢) des- locamento lateral de um pértico nao contraventado; (f) corpo livre de coluna na posigao fletida. pilar- —_— V=P,4P,+P, © 1d Figura 5.3: (a) Pértico simples: (b) portico conti- nuo de prédio com varios pavimentos; (c) pértico contraventado por um pilar-parede: (d) pértico con- traventado por contraventamento diagonal; (e) des- locamento lateral de um pértico nado contraventado; (f) corpo livre de coluna na posigao fletida. Embora as vigas e as colunas de p6rticos rigidos transmitam forca axial, forga cortante ¢ momento, a forga axial nas vigas normalmente é t@o pequena que pode ser desprezada. e a viga, dimensionada somente para momento. Por outro lado, nas colunas, a forga axial — particularmente nas colunas internas inferiores de pérticos de varios pavimentos — frequentemente é grande e os momentos, pequenos. Para colunas desse tipo, as proporgdes sao determinadas principal- mente pela capacidade axial dos membros. Se os porticos sio flexiveis. um momento fletor adicional é criado pelo deslocamento lateral do membro. Por exemplo, as partes superiores das colunas do pértico nao contraventado na Figura 5.3e se deslocam uma distancia A para a direita. Para avaliar as forcas na coluna, consi- deramos um corpo livre da coluna AB em sua posicao fletida (ver Figura 5.3f). O corpo livre é cortado passando-se um plano imagindrio pela coluna imediatamente abaixo do né B. O plano de corte é perpendicular ao eixo longitudinal da coluna. Podemos expressar 0 momento interno M; que atua no corte como reacdes na base da coluna e geometria da forma fletida, somando os momentos sobre um eixo z pela linha central da coluna: M; = =M, M; = A,(L) + Ay(A) (5.5) 6 Na Equagio 5.5, 0 primeiro termo representa 0 momento produzido pelas cargas aplicadas, desprezando-se a deflexado lateral do eixo da coluna. E chamado momento principal e esta associado a andlise de primeira ordem (descrita na Segio 1.7). O segundo termo, A,(A), que representa 0 momento adicional produzido pela excentricidade da carga axial, € denominado momento secunddrio, ou momento P-delta. O momento secundario sera pequeno e pode ser desprezado sem erro sig- nificativo, sob estas duas condigde: 1. As fol axiais saio pequenas (digamos, menos de 10% da capacidade axial da secdo transversal). 2. A rigidez a flexao da coluna é grande. de modo que o deslocamento lateral do eixo longitudinal da coluna produzido pela flexdo é pequeno. ar Neste livro, faremos apenas uma andlise de primeira ordem: isto é, nio consideraremos o cdéleulo do momento secunddério — um assunto normalmente abordado em cursos avancgados de mecanica estrutural. Como desprezamos os momentos secundarios, a anidlise dos pérticos é semelhante 4 andlise das vigas; isto ¢, a andlise esta concluida quando estabelecemos os diagramas de cortante e de momento (além da forca axial) com base na geometria inicial do pér- tico descarregado. 1g 5.2 Escopo do capitulo Iniciaremos o estudo das vigas e pérticos discutindo diversas ope- ragdes badsicas que serao frequentemente utilizadas nos calculos de deformacées e¢ na andlise de estruturas indeterminadas, Essas opera- goes incluem: 1. Escrever expressdes para cortante e momento em uma secdo, no que diz respeito as cargas aplicadas. 2. Construir diagramas de cortante e momento. 3. Esbogar as formas deformadas de vigas e porticos carregados. Como esses procedimentos sao apresentados em alguns cursos de estdtica e resisténcia dos materiais, para alguns estudantes grande parte deste capitulo sera uma revisdo de topicos basicos. a Nos exemplos deste capitulo, supomos que todas as vigas e p6rticos sao estruturas bidimensionais suportando cargas no plano que produzem cor- tante, momento e possivelmente forgas axiais, mas nenhuma torgao. Para essa condicdo (uma das mais comuns na pratica real) existir, as cargas no plano devem passar pelo centroide de uma secdo simétrica ou pelo centro de cisalhamento de uma segao assimeétrica (ver Figura 5.4). P P centro: cue f = cisalhamento troid a 4 Sentroide centroide = (a) (b) Figura 5.4: (a) Viga carregada pelo centroide da se¢io simétrica; (b) segdo assimétrica carregada pelo centro de cisalhamento. 20 5.3. Equacdes de cortante e de momento Iniciaremos © estudo das vigas escrevendo equagdes que expres- sam o cortante Ve 0 momento M em segoes ao longo do eixo longitu- dinal de uma viga ou pértico, relativamente as cargas aplicadas e 4 distancia de uma origem de referéncia. Embora as equagdes de cor- tante tenham uso limitado, as de momento sido necessirias nos célcu- los de deflexdo para vigas e pdrticos, tanto pelo método da integragéo dupla (consultar Capitulo 9) como pelos métodos de trabalho-energia (consultar Capitulo 10). 2 Conforme o estudo das vigas nos cursos de mecanica dos materiais e estdtica, cortante e momento sido as forgas internas em uma viga ou portico, produzidas pelas cargas transversais aplicadas. O cortante atua perpendicularmente ao cixo longitudinal, ¢ 0 momento representa o conjugado interno produzido pelas tensdes de flexdo. Essas forg: 0 avaliadas em um ponto especifico ao longo do eixo da viga. cortando a viga com uma secao imagindria perpendicular ao eixo longitudinal (ver Figura 5.5)) e, entao, escrevendo equacédes de equilfbrio para 0 corpo livre & esquerda ou a direita do corte. A forga cortante, como produz equilibrio na diregao normal ao cixo longitudinal da barra, ¢ avaliada pela soma das forgas perpendiculares ao eixo longitudinal: isto €, para uma viga horizontal, somamos as forgas na diregao vertical. Neste livro, © cortante em uma barra horizontal serd considerado positivo se atuar para baixo na face do corpo livre. 4 esquerda da segao (ver Figura 5.5c). Alternativamente, podemos definir 0 cortante como positivo se tende a produzir rotacdo no sentido horario do corpo livre no qual atua. O cor- tante atuando para baixo na face do corpo livre 4 esquerda da segao indica que a resultante das forcas externas que atuam no mesmo corpo livre é para cima. Como o cortante que atua na secao a esquerda repre- senta a forga aplicada pelo corpo livre a direita da segaio, um valor de forca cortante igual, mas de direcdo oposta, deve atuar para cima na face do corpo livre a direita da secao, 22 Figura 5.5: Convengées de sinal para cortante e momento: (a) viga cortada pela segio 1; (b) o cortante Ve 0 momento M ocorrem como pares de forgas internas; (c) cortante positivo: a resul- tante R das forgas externas no corpo livre a esquerda da segao atua para cima; (d) momento positivo; (¢) momento negativo. 23 (e) Gi S5) (EF® (d) Figura 5.5: Convengées de sinal para cortante e momento: (a) viga cortada pela segdo 1; (b) o cortante Ve 0 momento M ocorrem como pares de forgas internas; (c) cortante positivo: a resul- tante R das forgas extemas no corpo livre a esquerda da segao atua para cima; (d) momento positivo; (¢) momento negativo. (e) 24 O momento interno M em uma segdo é avaliado somando os momentos das forgas externas que atuam no corpo livre em um dos lados da segao sobre um eixo (perpendicular ao plano da barra) que passa pelo centroide do corte transversal. O momento sera conside- rado positivo se produzir tensdes de compressao nas fibras superiores do corte transversal e tragdo nas fibras inferiores (ver Figura 5.5d). Por outro lado, um momento negativo curva uma barra cOncava para baixo (ver Figura 5.5e). Se uma barra de flexdo é vertical, o engenheiro esta livre para defi- nir o sentido positivo e negativo do cortante e do momento. Para o caso de uma tinica barra vertical, uma estratégia possivel para estabe- lecer a diregdo positiva para o cortante e para o momento é girar em 90°, no sentido horario, a planilha de calculo que contém o esbogo, para que a barra fique horizontal e, ent&o, aplicar as convengdes mos- tradas na Figura 5.5. 25 Para porticos de um vao, muitos analistas definem 0 momento como positivo quando produz tensGes de compressao na superficie externa da barra, em que se define como interna a regiio dentro do pértico (ver Figura 5.6). Portanto, a direcio positiva do cortante é definida arbitra- riamente, conforme mostrado pelas setas na Figura 5.6, A forga axial em uma secdo transversal ¢ avaliada somando todas as forcas perpendiculares & secdo transversal. As forcas que atuam para fora da secao transversal sio forgas de trac¢do T: aquelas dirigidas para a secao transversal sio forgas de compressdo C (ver Figura 5.6). 26 M M I ete = = “y oofé < a Figura 5.6: Forgas internas atuando nas segdes do portico. ar EXEMPLO 5.1 Escreva as equagées da variagaio do cortante Ve do momento M ao longo do eixo da viga em balango na Figura 5.7. Usando a equagao, calcule 0 momento na secao 1-1, 4 pés a direita do ponto B. X2 e Ship re re yoy 2 kips/ft VM ws 2 kips/ft |") L— 9 —4-n (e) 4 kips r 2 kips/it 1 \- M ‘ — SS ==!) os Figura 5.7 28 (d) EXEMPLO 5.1 Solugao Determine a equacgao do cortante V entre os pontos A e B (ver Figura 5.7); mostre Ve M no sentido positivo. Defina a origem em A (0 =x, = 6). 4 t 2F,=0 Q=-4-V V = —4kips Determine a equacdo do momento M entre os pontos A e B. Defina a origem em A. Some os momentos sobre a secao. Gt =M,=0 0 = —4x,—-M M = —4y, kip- ft O sinal de menos indica que V e M atuam no sentido oposto as dire- cdes mostradas na Figura 5.7b. 2 EXEMPLO 5.1 Determine a equacao do cortante V entre os pontos B e C (ver Figura 5.7c). Defina a origem em B, 0 = x) = 8. + + =F =0 0=-4-2x,-V V=—4— 2x, O momento M entre Be C é CG =M,=0 Xy 0=-4(6 + 4) - »(2) -M M = —24 - 4x, — x3 Para M na segio |-1, 4 pés a direita de B, configure x) = 4 ft. M =-24- 16-16 =—S6 kip - ft 30 EXEMPLO 5.1 Alternativamente, calcule M entre os pontos B e C usando uma origem em A e mega a distancia com +; (ver Figura 5.7d), em que 6 < x3 < 14. G* =M,=0 x; — 6 0 = ~415— 265 - 6)( =F =m M = —x3 + 8x; — 36 Recalcule 0 momento na secdo 1-1: configure x; = 10 pés. M =-—102 + 8(10) — 36 =—56 kip - ft aL EXEMPLO 5.2 Para a viga da Figura 5.8, escreva as expressGes para o momento entre os pontos B e C usando uma origem localizada no (a) apoio A, (D) apoio D e (c) ponto B. Usando cada uma das expressdes acima, avalie 0 momento na segao |. A forga cortante nas segGes foi omitida por clareza. ® 28 kips | w =4 kips/ft 37 kips 31 kips (a) 32 EXEMPLO 5.2 Solugao (a) Veja a Figura 5.85; a soma dos momentos sobre 0 corte da Gt =M,=0 0 = 37x, — 40(x, — 5) —M M = 200 — 3x, Na segiio 1, x, = 12 ft; portanto, M = 200 — 3(12) = 164 kip - ft (b) 33 EXEMPLO 5.2 (b) Veja a Figura 5.8c; a soma dos momentos sobre o corte fornece CG’ =M,=0 0 = M + 28(x, — 5) — 31x, M = 3x) + 140 Na segdo 1, x2 = 8 fl; portanto, M = 3(8) + 140 = 164 kip: ft 31 kips (c) 34 EXEMPLO 5.2 37 kips Figura 5.8 (c) Veja a Figura 5.8¢; somando os momentos sobre 0 corte, temos CG =IM,=0 37(10 + 45) — 40(5 + x5) -M = 0 M = 170 — 3x, Na segio 1, x3 = 2 ft; portanto, M = 170 —3(2) = 164 kip- ft NOTA. Conforme este exemplo demonstra, 0 momento em uma secdo tem valor tinico e & baseado nos requisitos do equilibrio. O valor do momento nao depende da localizacio da origem do sistema de coordenadas. 35 EXEMPLO 5.3 Escreva as equacdes do cortante e do momento como uma fungiio da distancia x ao longo do eixo da viga da Figura 5.9. Selecione a origem no apoio A. Represente os termos individuais na equagdo de momento como uma funcao da distancia x. 36 EXEMPLO 5.3 Solucao Passe uma secao imaginaria pela viga a uma distancia x a direita do apoio A, para produzir 0 corpo livre mostrado na Figura 5.9b (0 cor- tante Ve 0 momento M sao mostrados no sentido positivo). Para encontrar a solucao de V, some as forcas na diregao y. (1) aT EXEMPLO 5.3 Para achar a solugiio de M, some os momentos no corte sobre um eixo Z passando pelo centroide. CG* =M,=0 0= a) - (4) —-M wl w. M= SO) em que, nas duas equacoes,0 Sx SL. 3B EXEMPLO 5.3 Um grafico dos dois termos da Equacao 2 é mostrado na Figura 5.9c. O primeiro termo na Equagéo 2 (0 momento produzido pela reacao vertical Ry, no apoio A) é uma funcao linear de x e é represen- tado como uma linha reta inclinada para cima e 4 direita. O segundo termo, que representa 0 momento devido & carga uniformemente distribuida, é uma funcao de x2 e é tragado como uma parabola incli- nada para baixo. Quando um diagrama de momento é representado dessa maneira, dizemos que ele é tragado pelas partes da viga em balanco. Na Figura 5.9d, as duas curvas sio combinadas para produ- zir uma curva parabélica cuja ordenada em meio vio é igual ao familiar wL7/8. 39 EXEMPLO 5.3 Figura 5.9: (a) Viga carregada uniformemente; (b) corpo livre do segmento da viga; (c) curva de momento tragada por “partes”; (d) diagrama de momento combinado, uma paribola simétrica. 40 EXEMPLO 5.4 a. Escreva as equagdes do cortante e do momento em uma seciio ver- tical entre os apoios B e C para a viga da Figura 5.10a. b. Usando a equagao do cortante da parte (a), determine 0 ponto em que 0 cortante é zero (0 ponto de momento maximo). ce. Represente graficamente a variacdo do cortante e do momento entre Be C. w=3 kips/ft (a) aL EXEMPLO 5.4 Solucao a. Corte 0 corpo livre mostrado na Figura 5.10b, passando uma secdo pela viga a uma distancia x do ponto A na extremidade esquerda. Usando triangulos semelhantes, expresse w’,a ordenada da carga triangular no corte (considere a carga triangular no corpo livre e na viga), em relag’io ax e 4 ordenada da curva de carga no apoio C. , x ortanto w=— Pi 8 Calcule a resultante da carga triangular no corpo livre da Figura 16 kips () 42 EXEMPLO 5.4 Calcule V somando as forgas na direcdo vertical. t ZF, =0 x 0=16-—-Vv 16 x V=16-— (1) 16 Calcule M somando os momentos sobre 0 corte. Gt =M,=0 5 xX x 0= 1lo(x-6) -—|=]-M r= 6) aa 3 M=-—96 + lox - ery (2) 43 EXEMPLO 5.4 b. Configure V=0 e resolva a Equacao | para x. 0 = 16-— e x= l6ft ce. Veja uma representagao de Ve M na Figura 5.10c. 13,75 cortante (kips) —2,25 |, —__ —20 74,67 45 (kip: ft) (e) Figura 5.10 44 EXEMPLO 5.5 Escreva as equacdes do momento nas barras AC e CD do portico da Figura 5.11. Desenhe um corpo livre do n6é C, mostrando todas as forgas. w=4kN/m 45 EXEMPLO 5.5 Solugao Sao necessdrias duas equagGes para expressar 0 momento na barra AC, Para calcular 0 momento entre -1 1b. Adote a ori- Ae B, use 0 corpo livre da Figura gem de x; no apoio A. Decomponha a reacao vertical nas componentes paralelas e perpendiculares ao eixo longitudinal da barra inclinada. Some os momentos sobre 0 corte. Gt =M,=0 O= 65x, —M M= 65x, 4 em que 0 = x, =3 EXEMPLO 5.5 Calcule 0 momento entre B e C usando 0 corpo livre da Figura 5.1 1c. Selecione uma origem em B. Decomponha a forca de 20 KN nas componentes. Some os momentos sobre o corte. CG’ 3M,=0 O= 65(3V2 +.x3) — 14.140) — M M = 195\/2 — 1.64% (2) em que0 Sx) 5 3V2. Calcule o momento entre D e C usando o corpo livre da Figura 5.1 1d. Selecione uma origem em D. "S) =M,=0 x: 0= 6.8%; — an(2) -M M = 68x, — 2x3 (3) a7 EXEMPLO 5.5 O corpo livre do né C esta mostrado na Figura 5.1 Le. O momento no n6 pode ser avaliado com a Equacao 3, configurando 43 =4 m. M = 68(4) - (42 =-4.8kN-m Figura 5.11 5.4 Diagramas de cortante e de momento Para projetar uma viga, devemos estabelecer a magnitude do cor- tante e do momento (e da carga axial, se for significativa) em todas as segdes ao longo do eixo da barra. Se a segao transversal de uma viga é constante ao longo de seu comprimento, € projetada para os valores maximos de momento e cortante dentro do vao. Se a secio transversal varia, 0 projetista deve investigar mais segdes para verificar se a capa- cidade da barra é adequada para suportar 0 cortante e 0 momento. Para fornecer essas informagGes graficamente, construimos diagra- mas de cortante e de momento. Essas curvas, que de preferéncia devem ser desenhadas em escala, consistem em valores de cortante e momento plotados como ordenadas em relagio a distancia ao longo do eixo da viga. Embora possamos construir curvas de cortante e de momento cortando corpos livres em intervalos ao longo do eixo de uma viga e escrever equacdes de equilibrio para estabelecer os valores de cortante e momento em sec6es especificas, é muito mais simples construir essas curvas a partir das relagdes basicas existentes entre carga, cortante e momento. a Relacdo entre carga, cortante e momento Para estabelecer a relagdo entre carga, cortante e momento, conside- raremos 0 segmento de viga mostrado na Figura 5.12a. O segmento é carregado por uma carga distribuida w = w(x), cujas ordenadas variam com a distancia x a partir de uma origem 0 localizada a esquerda do segmento. A carga serd considerada positiva quando atuar para cima, como mostrado na Figura 5.12a. Para obter a relacdo entre carga, cortante e momento, considerare- mos 0 equilfbrio do elemento da viga mostrado na Figura 5.12d. O elemento, cortado passando-se planos verticais imagindrios pelo seg- mento nos pontos | e 2 na Figura 5.12a, esta localizado a uma distancia x da origem. Como dx € infinitesimamente pequeno, a ligeira variagao na carga distribuida que atua no comprimento do elemento pode ser desprezada. Portanto, podemos supor que a carga distribuida é constante no comprimento do elemento. Com base nessa suposigdo, a resultante da carga distribuida esta localizada no ponto central do elemento. 50 w=w(t) —+| Lae oe—__*_.| (a) (c) wdx V+dV Vp dx —_—_—_—_—SS M V M+dM aol de Ct al | =? (b) V+dV dx (d) Figura 5.12: (a) Segmento de viga com uma carga distribufda; (b) diagrama de cortante; (c) diagrama de momento; (d) elemento infinitesimal localizado entre os pontos | e 2. SL As curvas que representam a variacdo do cortante e do momento ao longo do eixo da barra sdo mostradas na Figura 5.12b e c. Denotaremos © cortante e 0 momento na face esquerda do elemento na Figura 5.12d por Ve M respectivamente. Para indicar que ocorre uma pequena alte- ragdo no cortante e no momento ao longo do comprimento dx do ele- mento, adicionamos as quantidades diferenciais dV e dM ao cortante V e ao momento M para estabelecer os valores de cortante e momento na face direita. Todas as forgas mostradas no elemento atuam no sentido positivo, conforme definido na Figura 5.Sc e d. 52 Considerando 0 equilibrio das forgas que atuam na direcao y sobre o elemento, podemos escrever + 1 =F =0 0 V+wdx— (V+ dV) Simplificando e resolvendo para dV temos dV =w dx 6.6) Para estabelecer a diferenca no cortante AV,_, entre os pontos A e B ao longo do eixo da viga na Figura 5.12a, devemos integrar a Equacio 5.6. B B AVy_p = Vp Va = | av= | w dx (5.7) A A 53 A integral no lado esquerdo da Equagao 5.7 representa a alteracao no cortante AV4_g entre os pontos A e B. Na integral da direita, a quantidade w dx pode ser interpretada como uma drea infinitesimal sob a curva de carga. A integral ou a soma dessas dreas infinitesimais representa a area sob a curva de carga entre os pontos A e B. Portanto, podemos formular a Equacao 5.7 como AV4_p = area sob a curva de carga entre A e B (5.7a) em que uma carga para cima produz uma alteracao positiva no cortante e uma carga para baixo produz uma alteragdo negativa, movendo da esquerda para a direita. Dividindo os dois lados da Equacao 5.6 por dx, temos aw =w 5.8 dx e 8) 54 A Equagio 5.8 determina que a inclinagdo da curva de cortante em um ponto especifico ao longo do eixo de uma barra é igual & ordenada da curva de carga nesse ponto. Se a carga atua para cima, a inclinagdo € positiva (para cima e a direita). Se a carga atua para baixo, a inclinagdo é negativa (para baixo e a direita). Em uma regido da viga em que nenhuma carga atua, w = 0. Para essa condigio, a Equacao 5.8 define que a inclinagao da curva de cortante é zero — indicando que 0 cortante permanece constante. Para estabelecer a relagdo entre cortante e momento, somamos os momentos das forgas que atuam no elemento sobre um eixo normal ao plano da viga e que passam pelo ponto 0 (ver Figura 5.12d). O ponto o estd localizado no nivel do centroide da segao transversal ct =M,=0 x M + Vdv- (M+ dM) +wdr=0 55 O ultimo termo w (dx)?/2, como contém o produto de uma quantidade diferencial ao quadrado, € muitas ordens de grandeza menor do que os termos que contém uma tinica diferencial. Portanto, eliminamos 0 termo, A simplificagao da equagao gera dM = V dx (5.9) Para estabelecer a alteragdo no momento AM,4_z entre Os pontos A e B, integraremos os dois lados da Equagao 5.9. B B AM,_» = Mp — Mg | dM = | Var (5.10) A A 56 O termo do meio na Equagao 5.10 representa a diferenga no momento AM,_» entre os pontos A e B. Como o termo V dx pode ser interpretado como uma drea infinitesimal sob a curva de cortante entre os pontos | e 2 (ver Figura 5.126), a integral da direita, a soma de todas as dreas infinitesimais entre os pontos A e B, representa a drea total sob a curva de cortante entre os pontos A e B. Com base nas observacdes acima, podemos expressar a Equacdo 5.10 como AM,4_p = area sob a curva de cortante entre Ae BB (5.10a) em que uma drea positiva sob a curva de cortante produz uma altera- cdo positiva no momento, e uma drea negativa sob a curva de cortante produz uma alteragdo negativa;: AM,_, € mostrada graficamente na Figura 5.12c. 57 Dividindo os dois lados da Equacao 5.9 por dx temos. dM _ re (5.11) A Equagio 5.11 estabelece que a inclinagado da curva de momento em qualquer ponto ao longo do eixo de um membro €é 0 cortante nesse ponto. Se as ordenadas da curva de cortante sao positivas, a inclinagao da curva de momento é positiva (dirigida para cima e a direita). Analoga- mente. se as ordenadas da curva de cortante so negativas, a inclinagao da curva de momento é negativa (dirigida para baixo e a direita). 58 Em uma segado na qual V = 0, a Equagao 5.11 indica que a inclina- cio da curva de momento é zero — uma condi¢gio que estabelece o local de um valor de momento maximo. Se o cortante é zero em varias secdes de um yao, 0 projetista deve calcular 0 momento em cada secio e comparar os resultados para definir o valor de momento maximo absoluto no vao. As equacées 5.6 a 5.11 nao levam em conta o efeito de uma carga ou momento concentrado. Uma forga concentrada produz uma alteragao acentuada na ordenada de uma curva de cortante. Se considerarmos 0 equilibrio na direcado vertical do elemento na Figura 5.13a, a alteracdo no cortante entre as duas faces do elemento sera igual 4 magnitude da forca concentrada. Analogamente, a alteragdo no momento em um ponto é igual 4 magnitude do momento concentrado M, no ponto (ver Figura 5.135). Na Figura 5.13 todas as forgas mostradas atuam no sen- tido positivo. Os exemplos 5.6 a 5.8 ilustram 0 uso das equagdes 5.6 a 5.11 para construir diagramas de cortante e momento. 5a P f |ver M M+M, | LL ae | Lax (a) (b) Figura 5.13: (a) Efeito de uma carga concen- trada na alteragdo do cortante; (b) alteragéo no momento interno produzida pelo momento M, aplicado. 0 Para construir os diagramas de cortante e momento para uma viga que suporta cargas concentradas e distribufdas, primeiramente calcula- mos © cortante e © Momento na extremidade esquerda da barra. Entao, passamos para a direita e localizamos 0 pr6éximo ponto na curva de cortante, somando algebricamente, ao cortante @ esquerda, a forga representada (1) pela drea sob a curva de carga entre os dois pontos ou (2) por uma carga concentrada. Para estabelecer um terceiro ponto, uma carga é adicionada ou subtraida do valor do cortante no segundo ponto. O processo de localizagado de pontos adicionais continua até que o dia- grama de cortante esteja concluido. Normalmente, avaliamos as ordena- das do diagrama de cortante em cada ponto onde uma carga concentrada atua ou onde uma carga distribuida comeca ou termina. De maneira semelhante, os pontos no diagrama de momento sao estabelecidos somando algebricamente ao momento, em um ponto especifico, 0 incremento do momento representado pela drea sob a curva de cortante entre um segundo ponto. 6L Esbocando formas de vigas defletidas Apés os diagramas de cortante e momento serem construidos, talvez 0 projetista queira fazer um esbogo da forma defletida da viga. Embora discutamos esse assunto com bastante detalhe na Segiio 5.6, 0 procedi- mento sera apresentado sucintamente neste ponto. A forma defletida de uma viga deve ser coerente com (1) as restrigdes impostas pelos apoios. e (2) acurvatura produzida pelo momento. Um momento positive curva a viga com a concavidade para cima e um momento negative curva a viga com a concavidade para baixo. As restrigdes impostas pelos varios tipos de apoio estio resumidas na Tabela 3.1. Por exemplo, em um engaste, o eixo longitudinal da viga é limitado contra rotagao e deflexao. Em uma articulacdo fixa, a viga fica livre para girar, mas nao se curva. Esbocos de formas defletidas, em uma escala vertical exagerada, sao incluidos nos exemplos 5.6 a 5.8. 62 EXEMPLO 5.6 Desenhe os diagramas de cortante e momento para a viga com apoio simples da Figura 5.14. R=24 kips w= 2 kipvft P= 13,5 kips : — { Ry = 19.5 kips Ry= 18 kips Jpg gr hg Ry = 19,5 kips Cortante (e) (kips) Smet 25 =18 (b) a EXEMPLO 5.6 Solugéo Calcule as reagdes (use a resultante da carga distribuida). CO IM,=0 ttip-t) 24(6) + 13,5(16) — 20Ry = 0 () Ry = 18 kips t ZF=0 Ry + Rp— 24-135 =0 Ry = 19.5 kips (d) Figura 5.14: (a) Detalhes da viga; (b) diagrama de cortante (os ntimeros entre parénteses repre- sentam dreas sob o diagrama de cortante); (c) diagrama de momento; (d) forma defletida: (e) corpo livre usado para estabelecer 0 local do ponto de cortante zero e momento maximo. 64 EXEMPLO 5.6 Diagrama de cortante. _O cortante imediatamente a direita do apoio A é igual 4 reagdo de 19,5 kips. Como a reagao atua para cima, 0 cortante é positivo. A direita do apoio, a carga uniformemente distribufda atuando para baixo reduz o cortante linearmente. Na extremidade da carga distri- buida — 12 pés a direita do apoio —, 0 cortante é igual a Vei2 = 19,5 — (2)(12) = — 4,5 kips Na carga concentrada de 13,5 kips, o cortante cai para —18 kips. O diagrama do cortante é mostrado na Figura 5.14. O valor de momento maximo ocorre onde 0 cortante € igual a zero. Para calcular a localiza- ¢ao do ponto de cortante zero, denotado pela distancia x a partir do apoio esquerdo, consideramos as forgas que atuam no corpo livre na Figura 5.14e. O= Ry em que w = 2 kips/ft 0 = 19.5 — 2x e x = 9,75 ft 65 EXEMPLO 5.6 Diagrama de momento. Os pontos ao longo do diagrama de momento so avaliados somando-se a alteragio no momento entre os pontos sele- cionados ao momento na extremidade esquerda. A alteragio no momento entre quaisquer dois pontos é igual a area sob a curva de cortante entre os dois pontos. Para esse propésito, o diagrama de cisalhamento € divi- dido em duas areas triangulares e duas areas retangulares. Os valores das respectivas areas (em unidades de kip - ft) sdo dados pelos ntimeros entre parénteses na Figura 5.14b. Como as extremidades da viga estao apoia- das em uma articulagao mével e em uma fixa, apoios que nao oferecem nenhuma restri¢4o rotacional, os momentos nas extremidades sAo zero. Como o momento comeca em zero A esquerda e termina em zero a direita, a soma algébrica das areas sob o diagrama de cortante entre as extremidades deve ser igual a zero. Devido aos erros de arredondamento, vocé vera que as ordenadas do diagrama de momento nem sempre satis- fazem exatamente as condigdes de contorno. 66 EXEMPLO 5.6 Na extremidade esquerda da viga. a inclinacaéo do diagrama de momento é igual a 19,5 kips — a ordenada do diagrama de cortante. A inclinagao é positiva porque o cortante é positivo. A medida que a dis- tancia a direita do apoio A aumenta, as ordenadas do diagrama de cor- tante diminuem e, de modo correspondente, a inclinacdo do diagrama de momento diminui. O momento maximo de 95,06 kip. ft ocorre no ponto de cortante zero. A direita do ponto de cortante zero, o cortante é nega- tivo e a inclinagdo da curva de momento é para baixo e 4 direita. A curva de momento esta plotada na Figura 5.14c. Como 0 momento € positivo ao longo de todo 0 comprimento, a barra é curva com concavidade para cima, conforme mostrado pela linha tracejada na Figura 5. 14d. er EXEMPLO 5.7 Desenhe os diagramas de cortante e momento para a viga uniforme- mente carregada da Figura 5.15a. Esboce a forma defletida. 15. ~ al dx R= 06(24) = 144 kips w=6 kips/ft 96 kips = Ry 48 kips = Re ® |— 6 —__. gy ______| (a) L_ y=10" | (ce) 6g EXEMPLO 5.7 192 momento (kip +f) 108 ponto de inflexdio (PI) Figura 5.15: (a) Viga com carga uniforme; (e) (b) elemento infinitesimal usado para esta- belecer que V e M s&o iguais a zero na extremidade esquerda da viga; (c) diagrama de cortante (unidades em Kips), (d) dia- grama de momento (unidades em kip + ft); (e) forma defletida aproximada (deflexdes verticais mostradas em escala exagerada pela linha tracejada). 6a EXEMPLO 5.7 Solucao Calcule Rg somando os momentos das forgas sobre 0 apoio C. A carga distribuida é representada pela sua resultante de 144 kips. G* =M,=0 18R, — 144(12)=0 — Ry = 96 kips Calcule Re. + t =F, =0 96- 144+ Re Re = 48kips Verifique 0 equilfbrio: verifique se G* 2Mz = 0. 144(6) — 48(18) = 0 OK Comegamos estabelecendo os valores de cortante e de momento na extremidade esquerda da viga. Para esse propdésito, consideramos as forgas em um elemento infinitesimal cortado na extremidade esquerda (no ponto A) por uma segio vertical (ver Figura 5.15). Expressando 0 cortante ¢ o momento relativamente 4 carga uniforme w e ao compri- mento dx, observamos que, 4 medida que dx se aproxima de zero, tanto © cortante como 6 Momento se reduzem a Zero. 70 EXEMPLO 5.7 Diagrama de cortante. Como a magnitude da carga € constante ao longo de todo 0 comprimento da viga e dirigida para baixo, a Equacio 5.8 estabelece que o diagrama de cortante sera uma linha reta com uma inclinacao constante de —6 kips/fi em todos os pontos (ver Figura 5.15c). Comegando a partir de V= 0 no ponto A, calculamos 0 cortante imedi tamente 4 esquerda do apoio B, avaliando a drea sob a curva de carga entre os pontos A e B (Equacao 5.7a). Vp = Va + AVa_p = 0 + (6 kips/f)(6 ft) =—36 kips Entre os lados esquerdo e direito do apoio em B, a reagio, atuando para cima, produz uma alteracdo positiva de 96 kips no cortante: por- tanto, a direita do apoio B, a ordenada do diagrama de cortante sobe para +60 kips. Entre os pontos Be C. a alteragado no cortante (dada pela area sob a curva de carga) é igual a (—6 kips/ft)(18 ft) = —108 kips. Assim, 0 cortante cai linearmente de 60 kips em B para —48 kips em C. Para estabelecer a distancia x a direita do ponto B, onde 0 cortante é zero, igualamos a drea wx sob a curva de carga na Figura 5.1Sa ao cor- tante de 60 kips em B. 60 -—wx = 0 60 - 6x =0 7 EXEMPLO 5.7 Diagrama de momento. Para esbogar o diagrama de momento, locali- zaremos os pontos de momento maximo usando a Equagao 5.10a: isto é, a drea sob o diagrama de cortante entre dois pontos é igual 4 alteragao no momento entre os pontos. Assim, devemos avaliar, em sequéncia, as areas posilivas e negativas alternadas (triangulos neste exemplo) sob 0 diagrama de cortante. Ent&éo, usamos a Equagao 5.11 para estabelecer a inclinagao correta da curva entre os pontos de momento maximo. 1 ‘. g Mp = My + AM, = 0 + >(6)(—36) = = 108 kip ft Calcule o valor do momento maximo positivo entre B e C. O momento maximo ocorre 10 pés a direita do apoio B, onde V = 0. Mouix = Mg + area sob a curva de Ventre x = 0e x = 10 1 = =108 + 5 (60)(10) = +192 kip. f 72 EXEMPLO 5.7 Como a inclinagdo do diagrama de momento é igual & ordenada do diagrama de cortante, a inclinagdo do diagrama de momento é zero no ponto A. A direita do ponto A, a inclinagao do diagrama de momento torna-se progressivamente mais pronunciada, pois as ordenadas do dia- grama de cortante aumentam. Como o cortante € negativo entre os pon- tos A e Ba inclinacdo é negativa (isto é, para baixo e a direita). Assim, para ser coerente com as ordenadas do diagrama de cortante, a curva de momento deve ser céncava para baixo entre os pontos A e B. Como o cortante é positivo 4 direita do apoio B, a inclinagao do diagrama de momento tem a direcdo invertida e torna-se positiva (para cima e a direita). Entre o apoio B e 0 ponto de momento posi- tivo maximo, a inclinagaéo do diagrama de momento diminui pro- gressivamente de 60 Kips alé zero, e o diagrama de momento é céneavo para baixo. A direita do ponto de momento maximo, o cor- tante é negativo e a inclinagao do diagrama de momento muda de diregio novamente, tornando-se progressivamente mais acentuada no sentido negativo em direcdo ao apoio C. 73 EXEMPLO 5.7 Ponto de inflexéo. Um ponto de inflexao ocorre em um ponto de momento zero, Aqui, a curvatura muda de c6ncava para cima para cOn- cava para baixo. Para localizar um ponto de inflexao, usamos as areas sob o diagrama de cortante. Como a drea triangular A, do diagrama de cortante entre 0 apoio C e o ponto de momento positivo maximo produz uma alteragiio de 192 kip - ft no momento, uma drea igual sob o dia- grama de cortante (ver Figura 5.15c), estendendo-se por 8 pés & esquerda do ponto de momento maximo, diminuird o momento até zero. Assim, 0 ponto de inflexdo esta localizado a 16 pés a esquerda do apoio C ou, de modo equivalente, a 2 pés a direita do apoio B. 74 EXEMPLO 5.7 Esbogando a forma defletida. A forma defletida aproximada da viga é mostrada na Figura 5.15e. Na extremidade esquerda, onde o momento é negativo, a viga é curvada com concavidade para baixo. No lado direito, onde 0 momento é positivo, a viga é curvada com concavidade para cima. Embora possamos estabelecer facilmente a curvatura em todas as secdes ao longo do eixo da viga, deve-se supor a posicdo curvada de certos pontos. Por exemplo, no ponto A, a extremidade esquerda da viga carregada é arbitrariamente assumida como defletida para cima, acima da posi¢do nao curvada inicial representada pela linha reta. Por outro lado, também é possivel que 0 ponto A esteja locali- zado abaixo da posig&o nao curvada do eixo da viga, caso a viga em balango seja flexivel. A elevagao real do ponto A deve ser estabele- cida por meio de calculo. 13 EXEMPLO 5.8 Desenhe os diagramas de cortante e momento para a viga inclinada da Figura 5.16a, cargas Ukips) conante: ckips) “16 momento, dkip- 1), 160, axiat ckips) oo 12 aw 12 EXEMPLO 5.8 Figura 5.16: (a) Viga inclinada; (b) forgas e reagdes decompostas nas componentes para- lelas e perpendiculares ao eixo longitudinal; (c) diagrama de cortante; (d) diagrama de momento; (¢) variagdo da carga axial — tra- ¢do € positiva e compressao € negativa. Solu¢cao Iniciamos a analise calculando as reagdes da maneira usual, com as equagoes da estdtica. Como o cortante e 0 momento sao produzidos somente pelas cargas que atuam na perpendicular ao eixo longitudinal da barra, todas as forgas sao decompostas nas componentes paralelas e perpendiculares ao eixo longitudinal (Figura 5.16b). As componentes longitudinais produzem compressao axial na metade inferior da barra e tracio na metade superior (ver Figura 5.16e). As componentes transver- sais produzem os diagramas de cortante e momento mostrados na Figura 5.16¢ e d. 7 EXEMPLO 5.9 Desenhe os diagramas de cortante e momento para a viga da Figura 5.17a. Esboce a forma defletida. Figura 5.17: (a) Viga (reacGes dadas); (b) diagrama de cortante (kips); (c) diagrama de momento (kip - ft); (d) forma defletida. 78 Ry = 20.8 Kips Re= 70.2 kips LH 4° -+— « —-L- 4 ++ —. 6 —_-+1+—_ o' — 4 «a 20.8 Kips: (a conante: rat b EXEMPLO 5.9 ” een Gaps 148 = = ~~. ponto de Fatlexae «ay 7a EXEMPLO 5.9 Solucao Iniciamos a andlise calculando a reagao no apoio C, usando um corpo livre da barra BCD. Somando os momentos das forcas aplicadas (as resultantes da carga distribufda sao mostradas por setas onduladas) sobre a rétula em B, calculamos ct =M,=0 0 = 54(7) + 27(12) — R-(10) Re = 70,2 kips Apos Re ser calculada, 0 balango das reagdes é computado usando-se aestrutura inteira como corpo livre. Mesmo estando presente uma rotula, a estrutura é estdvel devido as restricdes fornecidas pelos apoios. Os diagramas de cortante e momento estio plotados na Figura 5.17b e ec. Como verificagio da precisdo dos calculos, observamos que 0 momento na rétula é zero. A curvatura (cGncava para cima ou para baixo) asso- ciada aos momentos positivos e negativos é indicada pelas linhas curvas curtas acima ou abaixo do diagrama de momento. 20 EXEMPLO 5.9 Para localizar o ponto de inflexdo (momento zero) & esquerda do apoio C, igualamos a drea triangular sob o diagrama de cortante entre os pontos de momento maximo e zero a alteragio no momento de 49,68 kip + fi. A base do triangulo é denotada por x e a altura por y, na Figura 5.17b. Usando triangulos semelhantes, expressamos y em relagao ax. |e Area sob diagrama de cortante = AM = 49.68 kip - ft G(s) x " 49.68 kip ft 3,32 ft A distancia do ponto de inflexdo a partir do apoio C é 4,8 — 3.32 = 1.48 ft aL EXEMPLO 5.9 O esboco da forma defletida é mostrado na Figura 5.17d. Como o engastamento em A impede a rotacio, o eixo longitudinal da viga é horizontal no apoio A (isto é, faz um Angulo de 90° coma face vertical do apoio). Como o momento é negativo entre A e B, a viga curva-se com concavidade para baixo e a rétula se desloca para baixo. Como 0 momento muda de positivo para negativo imediatamente a esquerda do apoio C, a curvatura da barra BCD inverte-se. Embora 0 formato geral da barra BCD seja coerente com o diagrama de momento, a posic&o exata da extremidade da barra no ponto D deve ser estabele- cida por meio de calculo. 82 EXEMPLO 5.10 Desenhe diagramas de cortante e momento para a viga ABC da Figura 5.1 8a. Além disso, esboce a forma defletida. Nos rigidos conec- tam as barras verticais 4 viga. A almofada de elastomero em C & equi- valente a uma articulagdo moével. Skips D Rax I Ray Re - g’- 83 EXEMPLO 5.10 5 kips 180 kip + ft A oo kip ( |, CY) 15 kips — 1-—> 30 kips 15 kips = 3 kips 8 kips (b) 3) cortante 3 96) (kips) -8 fe) (d) -18 momento (kip ft) ‘0 4 EXEMPLO 5.10 (24) (©) a 24) a cortante (kips) momento: (kip ft) -180 (d) | 30 D. E Vis | a’ | B | C) = 30 sate VO ty 180 kip: ft 60 kip: ft Figura 5.18: (a) Detalhes da viga; (b) corpos livres da viga e das barras verti- cais: (c) diagrama de cortante; (d) dia- grama de momento; (e) forma defletida em escala exagerada. 85 EXEMPLO 5.10 Solugao Calcule a reagdo em C: some os momentos sobre A de todas as for- cas que atuam na Figura 5.184a. G* =M,=0 0= 5(8) — 15(4) + 30(6) — 20R, Re = 8 kips + SF=0=8-5+Ry Ray = —3 kips o+ ZF.=0 30 -— 15 — Ray = 0 Rax = 15 kips 86 EXEMPLO 5.10 A Figura 5.18) mostra os diagramas de corpo livre da viga e das barras verticais. As forgas na parte inferior das barras verticais repre- sentam as forcas aplicadas pela viga. As verticais, por sua vez, exer- cem forcas iguais e opostas na viga. Os diagramas de cortante e momento sao construfdos em seguida. Como o cortante em uma secao é igual & soma das forgas verticais em um dos dois lados da secao, 0 Momento concentrado e as forgas longitudinais nado contri- buem para o cortante. 87 EXEMPLO 5.10 Como uma articulacdo fixa esta localizada na extremidade esquerda, 0 momento da extremidade comeca em zero. Entre os pon- tos A e B aalteracéo no momento, dada pela area sob o diagrama de cortante, é igual a—24 kip - ft. Em B, o momento concentrado de 60 kip + ft no sentido anti-horario faz 0 diagrama de momento cair acen- tuadamente para —84 kip - ft. A acdo de um momento concentrado que produz uma alteracao positiva no momento na seco imediata- mente 4 direita do momento concentrado esta ilustrada na Figura 5.13b. Como o momento em B tem sentido oposto ao momento ilus- trado na Figura 5.13b, produz uma alteragao negativa. Entre Be C,a alteracao no momento €, novamente, igual a 4rea sob o diagrama de cortante. O momento final na viga em C deve equilibrar os 180 kip ft aplicados pela barra CD. Como o momento é negativo ao longo de todo 0 comprimento da viga, a viga inteira curva-se com concavidade para baixo, como mos- trado na Figura 5.18e. Todo o eixo da viga mantém uma curva suave. ee EXEMPLO 5.11 Desenhe diagramas de cortante e momento e esboce a forma defle- tida da viga continua da Figura 5.19a. As r Ss de apoio so dadas. 40 kips A 13.1 kips 57,67 Kips 29.23 kips Jes —}— s- | ____ 29 —__| (a) 30,77 13,1 @) eo EXEMPLO 5.11 104,8 -110,4 —— PI pi~~——— forma defletida (da) Figura 5.19 PL 90 EXEMPLO 5.11 Solugao Como a viga é indeterminada no segundo grau, as reagGes devem ser estabelecidas por um dos métodos de andlise indeterminada aborda- dos nos capftulos 11 a 13, Uma vez estabelecidas as reagdes, 0 proce- dimento para desenhar os diagramas de cortante e de momento é idén- tico Aquele utilizado nos exemplos 5.6 a 5.10. A Figura 5.19d mostra a forma defletida da estrutura. Os pontos de inflexdo sao indicados por pequenos pontos pretos. aL EXEMPLO 5.12 Analise a viga mestra que suporta um sistema de piso na Figura 5.20. Longarinas, FE e EDC, as pequenas vigas longitudinais que suportam 0 piso, so sustentadas pela viga mestra AB. Desenhe os dia- gramas de cortante e momento para a viga mestra. 30 kips 60 kips 30 kips 60 kips F E D E D } c F E c A fils aullbe kips I 20 kips 80 kips | 10-4 29 —-|—_ av ——1-10'-1 ® (@) 92 EXEMPLO 5.12 20 kips 10 kips 80 kips 5 cortante (kips) Gag 75 kips 5 (ce) (a) momento PF (kip: fo) 150 (e) Figura 5.20 93 EXEMPLO 5.12 Solucao Como as longarinas FE e EDC sao estaticamente determinadas, suas reagOes podem ser estabelecidas pela estatica, usando os corpos livres mostrados na Figura 5.20b. Apos serem calculadas, as reacdes das lon- garinas sao aplicadas na diregado oposta no corpo livre da viga mestra na Figura 5.20c. No ponto E, podemos combinar as reacGes e aplicar uma carga liquida de 10 kips, para cima, na viga mestra. Apés as reagGes da viga mestra serem calculadas, sao desenhados os diagramas de cortante e momento (ver Figura 5.20d e e). 94 EXEMPLO 5.13 Desenhe os diagramas de cortante e de momento para cada barra do portico da Figura 5.21a. Além disso, esboce a forma defletida e mostre as forgas atuando em um corpo livre do né C. Trate a ligacao em B como uma rétula, 38.7 kips 38,7 cortante B cs (kips) 33 D momento 39.6 (kip- f) =309,6 95 EXEMPLO 5.13 Figura 521: (a) Rito determina, (b) iagrmas te cant € de momento do pptco BCDE:()disgromas de corte e de mows da ign em baling AB; (2) Ay = 30 kips 3.3 kips 38,7 kips 30 kips -€| a | ) Mca=39.6kip- fT Mcp = 309,6kip- ft 30 kips Paicr=2m Lip 42 kips (d) By = 30 kips (kips) Mg =39.6kip + ft i —\) rotula , a) mes : 4 s | cortante momento By =30kips cortante (kips) 39,6 momento 0 (kip: ft) ip 1) EXEMPLO 5.13 Solucao Iniciamos a andlise do pértico examinando os corpos livres da estru- tura em um lado ou outro da rétula em B para calcular as reagGes. Para calcular a reacao vertical na articulagao mével (ponto E), somamos os momentos sobre B das forgas que atuam no corpo livre na Figura 5.210. + $ = CG" 3M, =0 0 = 38.7(20) — 30(9) — B,(12) E, = 42 kips Agora, as componentes das forcgas da rotula em B podem ser deter- minadas pela soma das forgas nas direcdes x e y. B= w (0 Kips 1 ZF,=0 -B,+42-387=0 By, =33kips 97 EXEMPLO 5.13 Apos as forcas da rétula em B serem estabelecidas. a viga em balango na Figura 5.21¢ pode ser analisada pelas equag6es da estatica. Os resultados estao mostrados no esboco. Com as forgas conhecidas nas extremidades de todas as barras, desenhamos os diagramas de cortante ede momento para cada barra. Esses resultados estao plotados ao lado de cada barra. A curvatura associada a cada diagrama de momento é mostrada por uma linha curva no diagrama. O corpo livre do né C esta mostrado na Figura 5.21d. Conforme vocé pode verificar usando as equacGes da estatica (isto é, LF, = 0. IF, = 0, 2M = 0), o nd esta em equilibrio. 98 EXEMPLO 5.13 Um esbogo da forma defletida é mostrado na Figura 5.2le. Como A éum engastamento, 0 eixo longitudinal da viga em balanco é horizontal nesse ponto, Se reconhecermos que nem forgas axiais nem a curvatura gerada pelo momento produzem uma alteragao significativa no compri- mento das barras, entaéo o né C é restringido contra deslocamento hori- zontal e vertical pelas barras CE e ABC, as quais se conectam nos apoios que impedem 0 deslocamento ao longo dos seus eixos. O né C esta livre para girar. Como yocé pode ver, a carga concentrada em D tende a girar ono C no sentido horario. Por outro lado, a carga distribuida de 30 kips na barra CE tenta girar 0 no no sentido anti-horario. Como a barra BCD é curvada com concavidade para baixo ao longo de todo o seu compri- mento, a rotacdo no sentido horario domina. Embora a curyatura da barra CE seja coerente com aquela indicada pelo diagrama de momento. a posicdo curvada final da articulagéo moével em E na direcdo horizontal ¢ duvidosa. Embora mostremos que a articulacio mével se deslocou para a esquerda em relagao a sua posi- cio inicial, ela também poderia estar localizada a direita de sua posicao nao curvada, caso a coluna fosse flexivel. As técnicas para calcular deslocamentos serao apresentadas nos capitulos 9 e 10. 99 5.5 Principio da superposicao Muitas das técnicas analiticas que desenvolvemos neste livro sao baseadas no principio da superposicdo. Esse principio determina: Se uma estrutura se comporta de maneira linearmente elastica, a forga ou o deslocamento em um ponto especifico produzido por um conjunto de cargas atuando simultaneamente pode ser ayaliado pela soma (superposicao) das forgas ou deslocamentos no ponto especifico, produzidos por cada carga do conjunto atuando individualmente. Em outras palavras, a resposta de uma estrutura elastica linear é a mesma se todas as cargas sao aplicadas simultaneamente ou se os efeitos das cargas individuais sio combinados. 190 O principio da superposicgao pode ser ilustrado considerando-se as forgas e deflex6es produzidas na viga em balanco que aparece na Figura 5.22. A Figura 5.22@ mostra as reag6es e a forma defletida produzida pelas forgas P, e Pz. As figuras 5.220 e c exibem as reagdes e as formas defletidas produzidas pelas cargas atuando separadamente na viga. O principio da superposigio define que a soma algébrica das reagGes, forgas internas ou deslocamentos em qualquer ponto especifico nas figuras 5.22b e c sera igual a reagao, forga interna ou deslocamento no ponto correspondente na Figura 5.22a. Em outras palavras, as seguintes expres- sdes sao validas: Ra = Ray + Rap My = Mai + Mar Ac=Acq, + Aca wg. Figura 5.22 May de a vt ~ Keo 4 192 O principio da superposigao nao se aplica As vigas-coluna ou As estru- turas que sofrem grandes alteragdes na geometria quando carregadas. Por exemplo, a Figura 5.23a@ mostra uma coluna em balanco carregada por uma fora axial P. O efeito da carga axial P é gerar somente tensao direta na coluna: P nao produz nenhum momento. A Figura 5.23b mostra uma forca horizontal H aplicada no topo da mesma coluna. Essa carga produz cortante e momento. Na Figura 5.23c, as cargas da Figura 5.23a e b sao aplicadas simul- taneamente na coluna. Se somarmos os momentos sobre A para avaliar © momento na base da coluna em sua posic¢ao fletida (o topo defletiu horizontalmente a uma distancia A), 0 momento na base podera ser expresso como M'=HL+PA 103 O primeiro termo representa 0 momento principal produzido pela carga transversal H. O segundo termo, chamado de momento PA, repre- senta 0 momento produzido pela excentricidade da carga axial P. O momento total na base obviamente ultrapassa 0 momento produzido pela soma dos casos a e b. Como o deslocamento lateral do topo da coluna, produzido pela carga lateral, cria momento adicional em todas as secdes ao longo do comprimento da coluna, as deformacoes de flexdo da coluna na Figura 5.23c sao maiores do que as da Figura 5.23b. Como a presenca da carga axial aumenta a deflexdo da coluna, vemos que a carga axial tem o efeito de reduzir a rigidez 4 flexdo da coluna. Se a rigidez & flexéo da coluna for maior e A for pequeno ou se P for pequeno, 0 momento PA sera pequeno e, na maioria dos casos praticos, podera ser desprezado. 14 A Figura 5.24 mostra um segundo caso, no qual a superposigdo é invalida. Na Figura 5.24a, um cabo flexivel suporta duas cargas de mag- nitude P nos pontos a um tergo do vao. Essas cargas deformam o cabo em uma forma simétrica. A flecha do cabo em B é denotada por h. Se as car- gas sdo aplicadas separadamente, produzem as formas defletidas mostra- das na Figura 5.24b e c. Embora a soma das componentes verticais das reagdes nos apoios em be ¢ seja igual 4 de a, os cdlculos indicam clara- mente que a soma das componentes horizontais H, e Hy nao é igual a H. Também fica evidente que a soma das deflexGes verticais em B, fy € hy é muito maior do que o valor de /i no caso a. 195 (a) —_—H (fener P (b) (c) Figura 5.23: A superposigio nao ¢ aplicdvel. (a) A forga axial produz tensio direta; (b) a forga lateral produz momento: (c) a forga axial produz momento PA. 16 2PI3 PB Figura 5.24: A superposigdo nao é aplicdvel. (a) Cabo com duas cargas iguais nos pontos a um tergo do vao; (b) cabo com uma carga em B: (c) cabo com uma carga em C. PI3 2PI3 (a) O principio da superposigao fornece a base para a andlise de estruturas indeterminadas pelo método da flexibilidade, discutido no Capitulo 11, assim como pelos métodos matriciais, nos capitulos 16, 17 ¢ 18. A super- posicdo também é frequentemente usada para simplificar os calculos que envolvem os diagramas de momento de vigas que suportam varias cargas. Por exemplo, no método drea-momento (um procedimento para calcular a inclinagdo ou deflexdo em um ponto ao longo do eixo de uma viga), devemos avaliar o produto de uma area e a distancia entre 0 centroide da drea e um eixo de referéncia. Se varias cargas sao suportadas pela viga, 0 formato do diagrama de momento pode ser complicado. Se nao existem equagées simples para avaliar a area sob o diagrama de momento ou a posicio do centroide da drea, o cdlculo exigido sé pode ser efetuado pela integracdo de uma fun¢ao complicada. Para evilar essa operagao demo- rada, podemos analisar a Viga separadamente para a acdo de cada carga. Desse modo, produzimos varios diagramas de momento com formas geo- métricas simples, cujas areas e centroides podem ser avaliados e localiza- dos por meio de equagGes-padrao (consultar as tiltimas paginas deste livro). O Exemplo 5.14 ilustra o uso de superposic¢ado para estabelecer as reagOes e 0 diagrama de momento de uma viga carregada com uma carga uniforme e momentos nas extremidades. ie EXEMPLO 5.14 a. Avalie as reagdes e construa o diagrama de momento para a viga da Figura 5 momento associados ds cargas indivi 5a por meio da superposicio das reagdes e diagramas de iduais nas partes (b), (c) e (d). b. Calcule 0 momento da drea sob o diagrama de momento entre 0 apoio esquerdo e o centro da viga com relagdo a um eixo através do apoio A. 80 kip: ft w=4 Kips/ft 160 kip: ft Cm LE) Ra Rp Il (a) momento (kip ft) +M { 80 -80 q -160 19 EXEMPLO 5.14 200 w=4 kips/ft et nonen re (kip f) Figura 5.25: (a) Viga com cargas especificadas (diagrama de momento A direita); (b) somente carga uni- forme aplicada; (c) reagdes e dia- grama de momento associados ao momento de 80 kip - ft; (d) reagdes e diagrama de momento produzidos pelo momento na extremidade de 160 kip: ftem B. EXEMPLO 5.14 A B 5 momento ee SSaa——— «ip- 80 kip ft t | ib —40 ip 4 kips Akips + (c) + momento kip: ft) 160 kip ft { —160 8 kips 8 kips | ! uu. EXEMPLO 5.14 Solucao a. Para resolver por superposicao, também denominada diagrama de momento por partes, analisamos a viga separadamente para as cargas individuais. (As reagGes e os diagramas de momento sio mostrados na Figura 5.25), c e d.) Entao, as reagdes e as ordenadas do diagrama de momento produzidas por todas as cargas atuando simultaneamente (Figura 5.25a) sao estabelecidas pela soma algébrica da contribuigdo dos casos individuais. Ry = 40 + 4 + (—8) = 36 kips Ry = 40 + (—4) + 8 = 44 kips My = 0 + (-80) + 0 = —80kip- ft Meenro = 200 + (—40) + (—80) = 80 kip « ft 2 EXEMPLO 5.14 3 b. Momento da area = 2yAn* X n=) (consultar Tabela 3 no final do livro) = 200)(200)(3x 10) + (—40 X 10)(5) + $(-40)(00)(2) + $(10)(~80)| (19) | = 3000 kip: ft 3 5.6 Esbocando a forma defletida de uma viga ou pértico Para garantir que as estruturas sejam titeis — isto é, suas fungdes nao sejam prejudicadas por causa de flexibilidade excessiva que per- mita grandes deflex6es ou vibragdes sob cargas de servigo —, os projetistas devem ser capazes de calcular as deflexdes em todos os pontos criticos de uma estrutura e compara-las com os valores permi- tidos, especificados pelos cédigos de construcéo, Como primeiro passo nesse procedimento, 0 projetista deve saber desenhar um esboco preciso da forma defletida da viga ou portico. As deflexdes em vigas e pérticos bem projetados normalmente sao pequenas, comparadas com as dimensGes da estrutura. Por exemplo, muitos cédigos de cons- trugdo limitam a deflexaéo maxima de uma viga com apoio simples sob sobrecarga a 1/360 do comprimento do vao. Portanto, se uma viga simples se estende por 20 pés (240 pol), a deflexdo maxima em meio vao, devido a sobrecarga, nao deve ultrap 2/3 pol. 4 Se representarmos uma viga que se estende por 20 pés por meio de uma linha de 2 pol de comprimento, estaremos reduzindo a dimensio ao longo do eixo da viga por um fator de 120 (ou podemos dizer que estamos usando um fator de escala de 1/120 com relagao @ distancia ao longo do eixo da viga). Se fOssemos usar a mesma escala para mostrar a deflexdo em meio vao. 0 deslocamento de 2/3 pol teria de ser plotado como 0.0055 pol. Uma distancia dessa dimensao, que tem aproximadamente 0 tamanho de um ponto final, nao seria perceptivel a olho nu. Para produzir uma imagem clara da forma defletida, devemos exagerar as deflexGes. usando uma escala vertical 50 a 100 vezes maior do que a escala aplicada nas dimens6es longitudinais da barra. Como usamos escalas horizontais e verticais diferentes para esbocar as formas defletidas de vigas e pérticos, © projetista deve estar ciente das distorcdes que devem ser introduzidas no esboco para garantir que a forma defletida seja uma representacdo precisa da estrutura carregada. m5 Um esboco preciso deve satisfazer as seguintes regras: A curvatura deve ser coerente com 0 diagrama de momento. A forma defletida precisa satisfazer as restrigdes das condigdes de contorno. O Angulo original (normalmente 90°) em um no rigido tem de ser preservado,. O comprimento da barra deformada é igual ao comprimento original da barra descarregada. A projecao horizontal de uma viga ou a projecdo vertical de uma coluna é igual ao comprimento original da barra. As deformag6es axiais, insignificantes em comparagio as deformag6es de flexdo, sAo desprezadas. 6 Na Figura 5.26a, por exemplo, a forma defletida de uma viga com apoio simples e com a carga de servico atuando é mostrada pela linha tracejada. Como a deflexdo é quase imperceptivel a olho nu, um esbocgo desse tipo nao seria util para um projetista que estivesse interessado em calcular rotacdes ou deflexdes em um ponto especifico ao longo do eixo da viga. Em vez disso, para mostrar a forma defletida claramente. desenha- remos 0 esbogo distorcido, mostrado na Figura 5.26b. Na Figura 5.26), a escala usada para desenhar a deflexao 6 em meio vao é cerca de 75 vezes maior do que a escala usada na dire¢ao longitudinal para mostrar 0 com- primento da barra. Quando mostramos 0 comprimento da barra fletida em uma escala distorcida, a distincia ao longo do eixo defletido da barra apa- rece muito maior do que o comprimento da corda que liga as extremidades da barra. Um projetista inexperiente poderia supor que a articulagao mével na extremidade direita da viga se move para a esquerda a uma distancia A. Como a deflexdo de meio vio é muito pequena (ver Figura 5.26a), a regra 4 se aplica. Reconhecendo que nao existe uma diferenca significativa no comprimento entre as barras carregadas e descarregadas, concluimos que © deslocamento horizontal da articulagio mével em B é igual a zero e mostramos a barra se estendendo até a posi¢ao original do apoio B. 7 Figura 5.26 ue Como um segundo exemplo, desenhamos a forma defletida da viga em balanco vertical da Figura 5.27a. O diagrama de momento produ- zido pela carga horizontal no n6é B é mostrado na Figura 5.27b. A linha curva curta dentro do diagrama de momento indica o sentido da curva- tura da barra. Na Figura 5.27c, a forma defletida da viga em balango esta desenhada em uma escala exagerada na direcdo horizontal. Como a base da coluna esta ligada a um engaste, a curva eldstica deve se elevar do apoio inicialmente em um Angulo de 90°. Como a projecdo vertical da coluna é assumida como sendo igual ao comprimento inicial (regra 5), supGe-se que a deflexdo vertical do topo da viga em balanco é zero; isto é, B se move horizontalmente para B'. Para ser coerente com a cur- vatura produzida pelo momento, 0 topo da viga em balango deve se deslocar lateralmente para a direita. ug P 8 P B h ~~ forma defletida AR” 190 M=Ph @ (b) (c) Figura 5.27: (a) Forma defletida mostrada pela linha tracejada em escala real; (b) diagrama de momento da viga em balango em (a); (c) defle- xOes horizontais exageradas por clareza. 120 Na Figura 5.28, mostramos com linhas tracejadas a forma defletida produzida por uma tinica carga concentrada, aplicada em meio vao na viga mestra BD de um portico contraventado. Em um portico contra- ventado, todos os nés sao impedidos de se deslocar lateralmente pelos apoios ou pelas barras conectadas aos apoios im6veis. Por exemplo, 0 n6 B nao se move lateralmente, pois esté conectado pela viga mestra BD a uma articulagdo fixa no né D. Podemos supor que o comprimento de BD nao muda, pois (1) as deformacgoes axiais sao insignificantes e (2) nenhuma alteragdéo no comprimento é produzida pela curvatura. Para plotar a forma defletida, mostramos a coluna saindo do engaste em A na diregao vertical. A curvatura produzida pelo momento indica que a secio menor da coluna desenvolve tensOes compressivas sobre a face externa e tracio na face interna. No ponto onde 0 momento se reduz a zero — 0 ponto de inflexao (PI) —, a curvatura inverte e a coluna se curva novamente em diregio ao né B. A carga aplicada curva a viga mestra para baixo, fazendo o no B girar no sentido hordrio ¢ 0 né D no sentido anti-horario. Como o no B é rigido, 0 Angulo entre a coluna ea viga mestra permanece em 90°. wz M; ! Pp B i D ~ ‘ 7 (\[o~s._ |B! _- | ee eee t Cc = ty = > Figura 5.28: Forma defletida de um pértico contraventado. Diagramas de momento mostra- dos acima e a esquerda do pértico. 122 Na Figura 5.29a, mostramos uma viga em balango em forma de L, com uma carga horizontal aplicada no topo da coluna em B. O momento produzido pela forca horizontal no né B (ver Figura 5.29b) flete a coluna para a direita. Como nenhum momento se desenvolve na viga BC, ela permanece reta. A Figura 5.29¢ mostra a forma defletida em escala exa- gerada. Iniciamos o esboco a partir do engaste em A, pois tanto a inclina- ¢do (90°) como a deflexdo (zero) sao conhecidas nesse ponto. Como a rotagdo angular do né B é pequena, a projecao horizontal da viga BC pode ser assumida como sendo igual ao comprimento original L do membro. Note que os nés B e C se deslocam a direita pela mesma distancia hori- zontal A. Assim como aconteceu com o topo da coluna na Figura 5.27, sup0e-se que 0 n6 B se move apenas horizontalmente. Por outro lado, o nd C, além de se mover a direita pela mesma distancia A que o n6é B, desloca-se para baixo por uma distancia A, = OL. devido a rotagaio da barra BC por um Angulo @. Conforme mostrado na Figura 5.29d, a rotag’io no sentido hordrio do né B (que é rigida) pode ser medida a partir do eixo x ou do eixo y. 123 Figura 5.29: (a) Forma defletida mostrada em escala pela linha tracejada; (b) diagrama de momento; (c) forma defletida desenhada em uma escala exagerada; (d) rotagio do n6 B. (ec) (d) 124 A carga lateral no né B do pértico da Figura 5.30a produz um momento que gera compressio nas faces externas da coluna AB e da viga mestra BC. Para iniciar 0 esbogo da forma defletida, comegamos na articulacgado fixa em A — 0 tinico ponto no portico defletido cuja posicao final é conhecida. Vamos supor arbitrariamente que a parte inferior da coluna AB se eleva verticalmente a partir da articulacdo fixa em A. Visto que o diagrama de momento indica que a coluna curva-se para a esquerda, o né B se movera horizontalmente até B’ (Figura 5.300). Como o no B é rigido, desenhamos a extremidade B da barra BC perpendicular ao topo da coluna. Uma vez que a barra BC curva-se com concavidade para cima. 0 né C se movera até 0 ponto C’. Embora o portico tenha a forma deformada correta sob todos os aspectos, a posigio do né C viola as condigdes de contorno impostas pela articulacdo mével em C. Como C esta limitado a se mover apenas horizontalmente, nao pode se deslocar verticalmente até C'. 125 & a | (b) (a) Figura 5.30: (a) Diagramas de momento do pér- tico ABC; (b) pértico deformado na posigio final: (c) forma defletida incorreta: Angulo de 90° em B nao preservado, (ec) ize Podemos estabelecer a posicéo correta do pértico, imaginando que a estrutura inteira é girada no sentido hordrio como um corpo rigido sobre a articulagao fixa em A, até que o né C caia no nivel do plano (em C”) no qual a articulagéo mével se move. O caminho seguido por C durante a rotagio sobre A estd indicado pela seta entre C’e C”. A medida que ocorre a rotacado do corpo rigido, o né B se move horizontalmente & direita até 0 ponto B". Conforme mostrado na Figura 5.30c, um esbogo incorreto, a extremi- dade B da barra AB ndo pode entrar no né B com uma inclinagao para cima ea esquerda, pois 0 angulo de 90° nao poderia ser preservado no n6 B sea curvatura para cima da viga mestra também fosse mantida. Como 0 n6 B esta livre para se mover lateralmente 4 medida que a coluna flete. 0 pértico é chamado ndo contraventado. wz Na Figura 5.3la. um portico néo contraventado carregado de forma simétrica suporta uma carga concentrada no meio vao da viga mestra BC. Com base nas dimens6es iniciais, verificamos que as reagGes na articulacdo fixa em A e na articulagio mével em D sao ambas iguais a P/2. Como nenhuma reacao horizontal se desenvolve nos apoios. 0 momento nas duas colunas é zero (elas transmitem somente carga axial), e as colunas perma- necem retas. A viga mestra BC, que atua como uma viga com apoio sim- ples, flete com concavidade para cima. Se esbogarmos a forma defletida da viga mestra, supondo que ela nao se desloca lateralmente, resultaré a forma defletida mostrada pelas linhas tracejadas. Como os angulos retos devem ser preservados nos nés B e C, as extremidades inferiores das colunas se deslocarao horizontalmente para fora em A‘e D'. Embora a forma defletida esteja correta, 0 nd A nao pode se mover, pois esta conectado na articulacdo fixa em A. A posicao correta do portico é estabelecida deslocando 0 portico deformado inteiro, como um corpo rigido, por uma quantidade A para a direita (ver Figura 5.315). Conforme mostrado nessa figura, os nés Be C se moyem apenas horizontalmente, e 0 comprimento da viga mestra carregada é igual ao seu comprimento inicial nao deformado L. ie (b) Figura 5.31: (a) Deformagées produzidas pela carga mostradas pela linha tracejada; (b) posigao exigida pelas restrigbes dos apoios. 1g A Figura 5.32 mostra um pértico com uma rétula em C. Como a cur- vatura da barra AB e a posicao final dos nés A e B sao conhecidas, inicia- mos 0 esboco desenhando a forma defletida da barra AB. Uma vez que 0 no B é rigido, o dngulo de 90° é preservado em B e a barra BC deve incli- nar para baixo e a direita. Como a rotula em C nao fornece nenhuma restricdo rotacional, as barras devem se projetar em cada lado da rétula com inclinagées diferentes. por causa da diferenga na curvatura, indicada pelos diagramas de momento. Figura 5.32 130 Foto 5.2: Duas colunas inclinadas de um portico rigido de concreto armado. O pértico suporta uma ponte estaiada. wa. Foto 5.3: Barras inclinadas de um portico rfgido fabricado com placas de ago. 132 5.7. Grau de indeterminacao Em nossa discussao anterior sobre estabilidade e indeterminagao, no Capitulo 3, consideramos um grupo de estruturas que podiam ser tratadas como um tinico corpo rigido ou como varios corpos rigidos com libera- gdes internas fornecidas por rétulas ou rolos. Agora, queremos ampliar nossa discussao para incluir porticos indeterminados — estruturas com- postas de barras que transmitem cortante, carga axial e momento em determinada segdo. As abordagens basicas discutidas no Capitulo 3 ainda se aplicam. Iniciaremos considerando o portico retangular da Figura 5.33a. Essa estrutura de nés rigidos, fabricada a partir de uma tinica barra, € suportada por um apoio de pino em A e um rolo em B. No ponto D, existe uma pequena abertura entre as extremidades das barras que separa a viga em balanco dos nés Ce E. Como os apoios fornecem trés restricdes que nao formam um sistema de forgas paralelas nem concorrentes, con- cluimos que a estrutura € estavel e determinada; isto 6, estéo disponfiveis trés equagdes da estatica para calcular as trés reagdes de apoio. Apds as reacdes serem avaliadas, as forcas internas — cortante, axial e momento — em qualquer seco podem ser avaliadas, passando-se um plano de corte pela segao e aplicando-se as equagGes de equilibrio no diagrama de corpo livre em qualquer lado do corte. 133 (a) Figura 5.33: (a) Pértico estivel externamente determinado; (b) pértico internamente indetermi- nado no segundo grau; (c) corpo livre do canto superior esquerdo do pértico articulado; (d) anel fechado internamente indeterminado no terceiro grau; (e) corpo livre do canto superior esquerdo do anel fechado (veja d). 134 rotula (o) Figura 5.33: (a) Pértico estivel externamente determinado; (b) pértico internamente indetermi- nado no segundo grau; (c) corpo livre do canto superior esquerdo do pértico articulado; (d) anel fechado internamente indeterminado no terceiro grau; (e) corpo livre do canto superior esquerdo do anel fechado (veja d). 135 (d) Figura 5.33: (a) Pértico estivel externamente determinado; (b) pértico internamente indetermi- nado no segundo grau; (c) corpo livre do canto superior esquerdo do pértico articulado; (d) anel fechado internamente indeterminado no terceiro grau; (e) corpo livre do canto superior esquerdo do anel fechado (veja d). 136 Se as duas extremidades da viga em balanco fossem agora conectadas pela insergao de uma rétula em D (ver Figura 5.33), a estrutura nao seria mais estaticamente determinada. Embora as equacdes da estdtica nos permitam calcular as reagdes para qualquer carga, as forgas internas den- tro da estrutura ndo podem ser determinadas, pois nado é possivel isolar uma secio da estrutura como um corpo livre que tenha somente trés for- cas desconhecidas. Por exemplo, se tentarmos calcular as forcas internas na segdo 1-1, no centro da barra AC na Figura 5.33b, considerando o equilfbrio do corpo livre que se estende da secado 1-1 até a rétulaem D (ver Figura 5.33c), deverao ser avaliadas cinco forgas internas — trés na secio 1-1 e duas na rétula. Como sé estio disponiveis trés equagdes da estitica para sua solucdo, concluimos que a estrutura é indeterminada no segundo grau. Podemos chegar a essa mesma conclusaio reconhecendo que, se removermos a rétula em D, a estrutura se reduzira ao portico determinado da Figura 5.33¢. Em outras palavras, quando conectamos as duas extremidades da estrutura com uma rétula, uma restrigao horizontal e uma restrigdo vertical sio adicionadas em D. Essas restrigGes, que for- necem caminhos de carga alternativos, tornam a estrutura indeterminada. Por exemplo, se uma forca horizontal é aplicada em C no portico deter- minado da Figura 5.33a, a carga inteira deve ser transmitida pela barra CA para o pino em A e para o rolo em B. Por outro lado, se a mesma forca é aplicada no portico da Figura 5.33, uma porcentagem da forga é transfe- rida pela rétula no lado direito da estrutura para a barra DE e, entao, pela barra EB para o pino em B. 137 Se as duas extremidades do pértico em D forem soldadas para formar uma barra continua e maciga (ver Figura 5.33d), essa secdo tera capaci- dade de transmitir momento, assim como cortante e carga axial. A adi de restricfo de curvatura em D aumenta para trés o grau de indetermina- cao do portico. Conforme mostrado na Figura 5.33¢, um corpo livre tipico de qualquer parte da estrutura pode desenvolver seis forgas internas des- conhecidas. Com apenas trés equagdes de equilfbrio, a estrutura é inter- namente indeterminada no terceiro grau. Resumindo, um anel fechado é internamente indeterminado estaticamente no terceiro grau. Para estabe- lecer o grau de indeterminagdo de uma estrutura composta de varios anéis fechados (um portico de construcdo de ago soldado, por exemplo), pode- mos remover restrigSes — internas ou externas — até que permaneca uma estrulura de base estavel. O niimero de restrigdes removidas é igual ao grau de indeterminacdo. Esse procedimento foi apresentado na Segao 3.7; consultar Caso 3. 13g Para ilustrar esse procedimento de estabelecer o grau de indetermina- cao de um portico rigido pela remogao de restrigSes, consideraremos 0 portico da Figura 5.34a. Ao avaliar o grau de indeterminacao de uma estrutura, © projetista sempre tem uma variedade de opgdes com relagio as restrigGes que devem ser removidas. Por exemplo, na Figura 5.34), podemos imaginar que 0 portico é cortado exatamente acima do engaste em B. Visto que essa acdo remove trés restricdes, B,, B, ¢ Mp, mas deixa uma estrutura estavel em forma de U conectada no engaste em A, conclui- mos que a estrutura original € indeterminada no terceiro grau. Como procedimento alternativo, podemos eliminar trés restrigdes (M. V e F) cortando a viga mestra em meio véo e deixando duas vigas em balanco estaveis e determinadas em forma de L (ver Figura 5.34c). Em outro exemplo (ver Figura 5.34d), uma estrutura de base estivel e determinada pode ser estabelecida pela remocao da restric¢do de momento em A (fisi- camente equivalente a substituir o engaste por uma articulacéo fixa) e pela remocao da restricdo de momento e horizontal em B (0 engaste é substituido por uma articulagdéo mével). 139 B z (a) B Mp b) B, ( Pe C Figura 5.34: Estabelecendo 0 grau de indetermi- ago pela remogdo de apoios até que reste uma estrutura estivel ¢ determinada. (a) Um portico ‘com extremidades engastadas; (b) 0 engaste em B removido: (¢) a viga mestra cortada; (d) articula- Ges mével e fixa usadas para eliminar restric de ‘momento ¢ horizontal em B ¢ 0 momento em A. =i (©) (d) a0 Como segundo exemplo, estabeleceremos 0 grau de indeterminacdo do pértico da Figura 5.35a removendo restrigdes internas e externas. Como um de muitos procedimentos possiveis (ver Figura 5.35), pode- mos eliminar duas restricGes removendo completamente a articulacdio fixa em C. Uma terceira restrigdo externa (resisténcia ao deslocamento horizontal) pode ser removida pela substituiga&o da articulagao fixa em B por uma articulacao movel. Neste estagio, j4 removemos restrigdes sufi- cientes para produzir uma estrutura externamente determinada. Se agora cortarmos as vigas mestras EF e ED, removendo mais seis restric¢des, restard uma estrutura estavel e determinada. Como no total foram remo- vidas nove restrigdes, a estrutura é indeterminada no grau nono, A Figura 5.36 mostra varias estruturas adicionais, cujo grau de indeterminagao foi avaliado pelo mesmo método. Os estudantes devem verificar os resulta- dos para conferir sua compreensao desse procedimento. wa. Para 0 portico da Figura 5.36f. um método para o estabelecimento do grau de indeterminagdo é considerar a estrutura da Figura 5.35a com as trés articulag6es fixas em A, Be C substituidas por engastes. Essa modi- ficagtio produziria uma estrutura semelhante aquela mostrada na Figura 5.36, mas sem as r6tulas internas. Essa modificagdo aumentaria os graus de indeterminacao estabelecidos anteriormente de 9 para 12. Agora, a adigao de oito rétulas para produzir a estrutura da Figura 5.36f removeria oito restrigdes de momento internas, produzindo uma estrutura estivel e indeterminada no quarto grau. uaz (b) Figura 5.35: (a) Portico a ser avaliado; (b) remo- ¢do de restrigdes (os ntimeros na figura se refe- rem ao ntimero de restrigdes removidas nesse ponto para produzir a estrutura de base). w 13 (a) (d) (b) (e) aaa © n Figura 5.36: Classificagdio de pérticos rigidos. (a) Estavel ¢ determinado, 3 reagdes, 3 equagdes da estética; (b) arco sem articulagao, indetermi- nado no terceiro grau, 6 reagdes e 3 equagdes da estitica: (c) indeterminado no primeiro grau, 3 reag6es e | forea desconhecida no tirante, 3 equa- GGes da estatica; (d) indeterminado no sexto grau (internamente); (e) estrutura estdvel e determi- nada, 4 reagSes, 3 equacdes da estatica e | equa- al ¢do de condigao na rétula; (f) indeterminado no quarto grau; (g) indeterminado no sexto grau. (g) 5 Fim. Muito obrigado.

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