Aurelius Augustinus nasceu em Tagaste, a treze de novembro de 354 d.C., era filho de Patrício e Mônica. O pai era pagão e a mãe cristã. Teve dois irmãos. Estudou em Madaura, e por motivos financeiros voltou a Tagaste. Depois, foi para Cartago, capital da África romana. Tornou-se professor e como tal viveu por muito tempo. Foi adepto do Maniqueísmo, participou das academias ceticistas, procurou se encontrar através de textos neo-platônicos. Viveu em concubinato, amando tal mulher e com ela tendo um filho, Adeodato, que faleceu por volta de seus dezesseis anos de idade. Ficou noivo de outra, de quem depois também se afastou. Viveu de acordo com sua natureza humana, e como tal, buscava os prazeres da carne, sem contudo, se sentir feliz e realizado. Seus melhores amigos na juventude e na vida monástica, foram Nebrídio e o fiel Alípio. Converteu-se ao Cristianismo, radicalizando seu modo de vida, vivendo uma vida totalmente espiritual. Foi bispo de Hipona e hoje é considerado “Doutor da Igreja” Escreveu várias obras de cunho moral-religioso. Morreu em vinte e oito de agosto de 430 d. C., aos setenta e seis anos.
Esta obra, trata-se de uma autobiografia, composta de treze livros, escritos de 397 a 398 d.C., quando Agostinho já era bispo de Hipona, e tem como objetivo confessar-se a Deus e aos homens, reconhecendo a misericórdia divina, concedendo-lhe o perdão e a Graça da conversão. Nos dez primeiros livros, Agostinho nos deleita com aspectos e fatos de sua vida. Já nos três últimos livros, ele faz uma menção à criação, ou seja, ao livro dos Gênesis.
Aurelius Augustinus nasceu em Tagaste, a treze de novembro de 354 d.C., era filho de Patrício e Mônica. O pai era pagão e a mãe cristã. Teve dois irmãos. Estudou em Madaura, e por motivos financeiros voltou a Tagaste. Depois, foi para Cartago, capital da África romana. Tornou-se professor e como tal viveu por muito tempo. Foi adepto do Maniqueísmo, participou das academias ceticistas, procurou se encontrar através de textos neo-platônicos. Viveu em concubinato, amando tal mulher e com ela tendo um filho, Adeodato, que faleceu por volta de seus dezesseis anos de idade. Ficou noivo de outra, de quem depois também se afastou. Viveu de acordo com sua natureza humana, e como tal, buscava os prazeres da carne, sem contudo, se sentir feliz e realizado. Seus melhores amigos na juventude e na vida monástica, foram Nebrídio e o fiel Alípio. Converteu-se ao Cristianismo, radicalizando seu modo de vida, vivendo uma vida totalmente espiritual. Foi bispo de Hipona e hoje é considerado “Doutor da Igreja” Escreveu várias obras de cunho moral-religioso. Morreu em vinte e oito de agosto de 430 d. C., aos setenta e seis anos.
Esta obra, trata-se de uma autobiografia, composta de treze livros, escritos de 397 a 398 d.C., quando Agostinho já era bispo de Hipona, e tem como objetivo confessar-se a Deus e aos homens, reconhecendo a misericórdia divina, concedendo-lhe o perdão e a Graça da conversão. Nos dez primeiros livros, Agostinho nos deleita com aspectos e fatos de sua vida. Já nos três últimos livros, ele faz uma menção à criação, ou seja, ao livro dos Gênesis.
Aurelius Augustinus nasceu em Tagaste, a treze de novembro de 354 d.C., era filho de Patrício e Mônica. O pai era pagão e a mãe cristã. Teve dois irmãos. Estudou em Madaura, e por motivos financeiros voltou a Tagaste. Depois, foi para Cartago, capital da África romana. Tornou-se professor e como tal viveu por muito tempo. Foi adepto do Maniqueísmo, participou das academias ceticistas, procurou se encontrar através de textos neo-platônicos. Viveu em concubinato, amando tal mulher e com ela tendo um filho, Adeodato, que faleceu por volta de seus dezesseis anos de idade. Ficou noivo de outra, de quem depois também se afastou. Viveu de acordo com sua natureza humana, e como tal, buscava os prazeres da carne, sem contudo, se sentir feliz e realizado. Seus melhores amigos na juventude e na vida monástica, foram Nebrídio e o fiel Alípio. Converteu-se ao Cristianismo, radicalizando seu modo de vida, vivendo uma vida totalmente espiritual. Foi bispo de Hipona e hoje é considerado “Doutor da Igreja” Escreveu várias obras de cunho moral-religioso. Morreu em vinte e oito de agosto de 430 d. C., aos setenta e seis anos.
Esta obra, trata-se de uma autobiografia, composta de treze livros, escritos de 397 a 398 d.C., quando Agostinho já era bispo de Hipona, e tem como objetivo confessar-se a Deus e aos homens, reconhecendo a misericórdia divina, concedendo-lhe o perdão e a Graça da conversão. Nos dez primeiros livros, Agostinho nos deleita com aspectos e fatos de sua vida. Já nos três últimos livros, ele faz uma menção à criação, ou seja, ao livro dos Gênesis.
AGOSTINHO, Santo. Confisses. Trad: J. Oliveira dos Santos, SJ e A.
Ambrsio de Penha, SJ. Ed: Nova Cultural. So Paulo, 2000, Coleo Os Pensadores, 416 pgs.
Aurelius Augustinus nasceu em Tagaste, a treze de novembro
de 354 d.C., era filho de Patrcio e Mnica. O pai era pago e a me crist. Teve dois irmos. Estudou em Madaura, e por motivos financeiros voltou a Tagaste. Depois, foi para Cartago, capital da frica romana. Tornou-se professor e como tal viveu por muito tempo. Foi adepto do Maniquesmo, participou das academias ceticistas, procurou se encontrar atravs de textos neo-platnicos. Viveu em concubinato, amando tal mulher e com ela tendo um filho, Adeodato, que faleceu por volta de seus dezesseis anos de idade. Ficou noivo de outra, de quem depois tambm se afastou. Viveu de acordo com sua natureza humana, e como tal, buscava os prazeres da carne, sem contudo, se sentir feliz e realizado. Seus melhores amigos na juventude e na vida monstica, foram Nebrdio e o fiel Alpio. Converteu-se ao Cristianismo, radicalizando seu modo de vida, vivendo uma vida totalmente espiritual. Foi bispo de Hipona e hoje considerado Doutor da Igreja Escreveu vrias obras de cunho moral-religioso. Morreu em vinte e oito de agosto de 430 d. C., aos setenta e seis anos. Esta obra, trata-se de uma autobiografia, composta de treze livros, escritos de 397 a 398 d.C., quando Agostinho j era bispo de Hipona, e tem como objetivo confessar-se a Deus e aos homens, reconhecendo a misericrdia divina, concedendo-lhe o perdo e a Graa da converso. Nos dez primeiros livros, Agostinho nos deleita com aspectos e fatos de sua vida. J nos trs ltimos livros, ele faz uma meno criao, ou seja, ao livro dos Gnesis.
LIVRO I: A Infncia
Este livro dividido em vinte e dois captulos. O autor faz uma
profunda profisso de f e louvor a Deus, reconhecendo-o como o Ser Supremo e Misericordioso, exprimindo sua profunda sede de encontra-lo. Depois, fala de sua primeira infncia e dos seus pecados dessa fase, baseando-se na observao de que ele fez em outras crianas, destacando a finitude humana e a eternidade de Deus. Seguindo adiante, Agostinho cita os pecados da segunda infncia, onde ele ressalta os desejos, a inveja e a vaidade, bem como fala tambm dos castigos aplicados pelos seus mestres e pela splica a Deus, para que o livrasse desses castigos. Relata sua paixo pelos jogos e pelo teatro, prtica estas aprovadas pelos pais dos jovens da poca, uma vez que tais jogos e espetculos culminavam em prestigio e honra para aqueles que saiam bem. Narra quando esteve doente, e pensando que iria morrer, implorou o batismo, mas este foi adiado, uma vez que se recuperou rapidamente da doena. Fala tambm de seus estudos, onde se sentia obrigado curs-los e de sua dificuldade em entender sua utilidade, bem como a sua dificuldade em apreender o grego. H um reconhecimento da utilidade dos conhecimento adquiridos e oferecimento destes a Deus. Critica as crenas aos deuses gregos e reconhece que no passado, os ensinamentos a respeito deles o agradava, e conclui que desperdiava sua inteligncia com tais ensinamentos. Agostinho, nesse primeiro livro, faz um exame de toda sua infncia, seus pecados e sua postura frente aos pecados dos companheiros, constatando que os pequenos pecados da infncia, sero realizados com gravidade na vida adulta. E finalmente, faz agradecimento a Deus, considerando-o o grande Criador e Ordenador do Universo, do qual tudo recebemos para a constituio de nossa existncia.
LIVRO II: Os pecados da adolescncia
Neste segundo livro, composto por dez captulos, Agostinho faz
um relato de sua adolescncia aos dezesseis anos, enfoca a figura de seu pai como homem zeloso na formao educacional de seus filhos, porm alienado na educao religiosa. Enfoca tambm a figura de sua me, Mnica, transmissora da palavra e dos cuidados de Deus para com ele. Narra a dificuldade de um jovem em transformaes, cheio de conflitos, e que se deixava levar pelas paixes e pelos prazeres, guiados pelos companheiros, no entanto, com sua permisso. Fala ainda, de forma bem clara sobre o livre- arbtrio. Dirigindo-se a Deus, diz que, enquanto ele se afastava Dele, Este o permitia, e quanto mais ele se entregava s paixes, Deus se calava. Para Agostinho, o cio favorecimento ao pecado, e ainda tenta ir a fundo nesta questo, quando pergunta, o que o teria levado a furtar as pras. V a influncia dos amigos em sua vida. Por fim, ele reconhece suas misrias humanas como um aprendizado e demonstra seu desejo de ser perdoado e encontrar a paz interior.
LIVRO III: Os estudos
Composto por doze captulos, Agostinho inicia este livro falando sobre os amores da juventude, sua ansiedade por ser amado e se entregar s paixes com todas as suas conseqncias. Para exemplificar, ele cita a influncia das artes cnicas, que mexe com a sensibilidade das pessoas. Depois fala de sua corrupo e vaidade por ser o primeiro aluno em retrica. Mostra-se horrorizado com as desordens praticadas por seus companheiros, e um certo alvio por no acompanh-los em tais desordens, exprimindo seu contentamento em t-los como amigos. Fala ainda de que maneira foi despertado para o amor Sabedoria, atravs do livro Hortensius de Ccero, com esta obra, ele se sentiu inclinado a voltar-se para Deus, porm no se sentia convencido, uma vez que a obra no mencionava o nome de Cristo, nome que ele afirma ter sorvido com o leite materno. Por causa disso, Agostinho resolve estudar as Sagradas Escrituras, para conhec-las, porm se sente muito culto para to simples escritos. Adere ao Maquinesmo, e se deixa levar por esta seita. Ento, se sente enganado, pois buscava a Verdade, e v que mais e mais est se afastando dela. Faz uma crtica severa ao Maniquesmo, abordando os fundamentos naturais da moral, e lanando questionamentos. Aborda tambm a difcil tarefa de julgar o que seria condenvel ou no por Deus e pelos homens. Findando este terceiro livro, Agostinho volta a citar o papel de sua me em sua vida, como aquela que padecia em ver o filho por caminhos errneos de morte. Ento, ela buscava na orao o consolo, e por Deus era tranqilizada em sonho, de que um dia seu filho retornaria a Deus. Para Agostinho, sua me era a porta-voz de Deus para com ele. Ele ressalta o sofrimento e as lgrimas perseverantes e esperanosas de sua me em um dia ver o seu filho no caminho de Deus. Cita tambm a grande e famosa previso, feita pelo bispo Ambrsio a sua me, dizendo para que ela ficasse em paz, pois um filho de tantas lgrimas, no poderia se perder.
LIVRO IV: O Professor
Composto por dezesseis captulos, Agostinho inicia este livro
falando de suas vaidades no exerccio do magistrio, onde ele procurava o louvor e o reconhecimento popular por seus ensinamentos. Depois, relata superficialmente a vida ao lado de uma mulher, em concubinato e que lhe afirma ter sido fiel. Fala tambm de suas superties, que o levou a se interessar pela Astrologia. Ressalta a morte de um grande amigo, o qual ele tinha aprendido a ter um profundo amor. Essa perda, fez com que ele sofresse muito, bem como adquirisse um grande medo da morte. Em meio tanta tristeza, ele sai de Tagaste e vai para Cartago. Narra ento, o recomeo de sua vida em Cartago, e o retorno, pouco a pouco aos prazeres. Entretanto, neste momento da obra, Agostinho faz um interrupo em seu pensamento, para falar sobre a felicidade dos que amam aos homens sem distines preferenciais, e a Deus como o Ser Supremo do amor. Fala ainda da finitude, da instabilidade do homem e da estabilidade de Deus, pois nada sucede a Ele e, como tal, Ele no passa. Faz uma exortao ao Deus da Vida, que se colocou na condio humana, para viver entre os homens e resgat-los da morte. Aps esta interrupo , Agostinho volta a narra, indagando a Deus e a si, tentando entender a sua admirao pelo orador romano, de nomeHirio, concluindo ser motivo dessa admirao, a sua prpria vontade de ser como ele. Neste livro, Agostinho volta a citar o Maquinesmo, fazendo um exame em sua doutrina, demonstrando o seu desejo de se livrar dela, e voltar a se aproximar de Deus, porm, reconhece-se incapaz disto, pois julgava-se materialista, errante e soberbo. No entanto, se considerava autodidata, mas sem entender de que servia compreender as obras aristotlicas sobre as dez categorias e todos o livros de arte, uma vez que tudo isso no lhe era necessrio para compreender a Deus, pelo contrrio, s contribuam para o seu afastamento.
LIVRO V: Em Roma e em Milo
Neste quinto livro, composto por quatorze captulos, Agostinho
relata sua vida aos vinte e nove anos de idade, quando se encontra com o bispo maniqueu Fausto, a quem Agostinho admirava pelo seu jeito envolvente, e buscava com ele as respostas a respeito da Verdade. Porm, quando se encontraram, Agostinho ficou profundamente decepcionado, pois ele no era to competente como Agostinho pensava. Assim, logo aps o encontro com Fausto, sente-se insatisfeito e pretende se desligar do Maniquesmo, porm sem uma perspectiva melhor. Continua narrando que preferiu ir a Roma para lecionar, por ter uma melhor perspectiva quanto as atitudes dos jovens em relao aos estudos, e a, faz uma critica aos jovens de Cartago, quanto liberdade dos estudantes. Fala tambm da contrariedade de sua me, quando ele vai para Roma. Narra sua chegada a Roma, sua doena, sua resistncia em se batizar, sua recuperao, e mais uma vez se mostra impregnado doutrina maniquesta, fazendo aluses ela. Cita suas amizades com o maniqueus e as crticas que eles faziam s Sagradas Escrituras. Fala tambm de sua participao nos debates pblicos contra os maniqueus, nos quais ele participava como ouvinte.Depois,dedicando-se inteiramente ao ensino da retrica. Atravs de seus amigos maniqueus consegue um emprego em Milo, e ao chegar l, conhece o bispo catlico, chamado Ambrsio, e quem Agostinho comea a estimar como um homem bom que o acolheu. Com inteno de avali-lo, Agostinho comea a prestar ateno em suas conversas com o povo e a compar-lo com o bispo maniqueu Fausto. Ambrsio fazia uma interpretao das Sagradas Escrituras usando um mtodo alegrico, que muito atraia Agostinho. Embora relutante, esta forma de abordagem tocava de modo consciente os pensamentos de Agostinho, que comeava a tender por aceitar a f catlica, porm de forma muito tmida.
LIVRO VI: Entre amigos
Nesses dizessis captulos, Agostinho relata sua me seu
afastamento do Maniquesmo, e se surpreende pelo fato dela ter reagido de forma bem tranqila. Tambm fala da obedincia de sua me ao bispo Ambrsio, com uma admirao e respeito mtuo. Faz referencia a personalidade deste bispo, e a influncia exercida por ele sua pessoa, para o seu reconhecimento dos erros cometidos diante do Catolicismo e das Sagradas Escrituras. Fala de sua amizade com Alpio e Nebrdio, o primeiro, seu ex-aluno e com quem se envolveu nas superties dos maniqueus. Fala ainda de seu fascnio pelos espetculos circenses, de sua priso, onde era inocente, de sua retido de carter, da viagem que ambos fizeram a Roma e a Milo. Sobre Nebrdio, Agostinho fala que era de famlia abastada, e que abandonou tudo para se juntar com Alpio e Agostinho, com o objetivo de buscarem a Verdade e a Sabedoria. Com muitos questionamentos, Agostinho e Alpio debatem sobre vrios aspectos, como casamento, prazer, vida celibatria e outros. Neste contexto, convencido pelas insistncias da me, Agostinho se torna noivo de uma jovem que no se encontrava em idade nbil. Neste mesmo livro, ele fala sobre o seu sofrimento, ao ter sido arrancada de seu lado, a companheira que ele tanto amava. Em conseqncia disto, multiplicaram-se os pecados. Fala tambm de seu filho Adeodato, que teria ficado com ele. Por fim, fala de seus debates com Alpio e Nebrdio sobre o problema do mal.
LIVRO VII: A caminho de Deus
Neste livro, composto por vinte e um captulos, Agostinho inicia-
o falando sobre sua passagem da juventude para a maturidade, ainda impregnado de materialismos e a busca das coisas vs, como sua resistncia a perceber alm dos sentidos, fazendo novas aluses a doutrina maniquesta. Reconhecendo que Deus absolutamente incorruptvel, ele comea a indagar-se sobre a origem do mal, e apesar de suas dvidas, confessa firme sua f Catlica. Depois, narra sua refutao Astrologia, usando a histria de um amigo chamado "Firmino", este o teria procurado para pedir seu parecer sobre o tema. Repleto de inquietudes, Agostinho continua a perguntar sobre a origem do mal, e atribuir estas inquietudes, um bem, o qual no o deixava parar a sua busca. Em conseqncia desta buscas, ele faz suas primeiras leituras da doutrina neo-platnica, da qual ele diz ter aprendido. Instigados por estes escritos, Agostinho se volta para se ntimo e ali busca a Verdade. Atravs de uma reflexo profunda, diz ter encontrado-a, e assim, se convertido luz da prpria Verdade. Tambm chega a concluso de que tudo criado por Deus bom, e que o mal no uma substncia, pois se fosse seria um bem. Em meio a suas fraquezas, Agostinho ainda no reconhece Cristo como Mediador entre Deus e os homens, e confessa que s muito tempo depois, pode entender as palavras bblicas: E o Verbo se fez carne... enfim, Agostinho se lana na leitura das Sagradas Escrituras, principalmente, nas cartas de So Paulo.
LIVRO VIII: A converso
Em doze captulos, Agostinho narra neste livro seu encontro
com Simpliciano, com quem teve oportunidade de se confessar e contar sobre suas leituras neo-platnicas. Simpliciano, para incentiv-lo a seguir Cristo, conta-lhe sobre a converso de Vitoriano, o que lhe enche de alegria, mas Agostinho, embora j tendendo converso, se v cheio de conflitos interiores, entre a renncia dos prazeres da carne, e uma vida totalmente espiritual. Recebe a visita de Ponticiano, um cristo praticante, que lhe falou a respeito de um monge egpcio, "Anto" e de outros monges com seus costumes. Enquanto Ponticiano lhe falava, Agostinho refletia sobre si mesmo, mas ainda assim hesitava a se converter. Isso acontece pela ao divina, que o leva a um estado de loucura. Passado este estado, ele consegue se desvencilhar de todas as dvidas e encontrar o estado da Graa.
LIVRO IX: O batismo
Este Livro est dividido em treze captulos. Nele Agostinho
reconhece a misericrdia de Deus para com ele, e agradece-lhe profundamente, por t-lo tirado do abismo, sentindo-se liberto de todas as fraquezas da carne. Decide abandonar a carreira de professor. Em seguida, narra a morte de Vericundo, um professor e amigo seu, que antes de morrer teria de tornado cristo, e lhe teria emprestado uma propriedade, onde ele permaneceu em retiro. Fala tambm de Nebrdio, que mesmo ainda no tendo se convertido, o acompanha, e buscava igualmente a Verdade. Neste livro, Agostinho ainda fala da comunidade que formaram, onde eles se ocupavam com atividades literrias, meditaes e leituras dos Salmos. Decidido a ser batizado ,e viver a servio de Deus, ele se prepara para isso. Ele, seu filho Adeodato e seu amigo Alpio so batizados pelo bispo Ambrsio. Relata ainda, sobre a educao e as virtudes de sua me. Fala de sua morte, onde pouco tempo antes desta ocorrncia, teria ocorrido uma premunio por parte dela, e instantes antes, estando os dois juntos, entraram em xtase, atravs da contemplao. Durante este episdio, Agostinho que, embora profundamente triste, teria se mantido sereno. Algum tempo depois, comea a se recordar constantemente dela, por isso, faz constantes oraes ao Senhor por ela e por Patrcio, seu pai.
LIVRO X: O encontro com Deus
Composto por quarenta e trs captulos, neste livro, Agostinho
faz uma reflexo sobre a virtude da alma. Agora, seguro de sua f e de sua converso, ele deseja dar testemunho vivo. Relembra o passado, mas no como algo que lhe martiriza. Fala sobre o que compreendeu alm dos sentidos, e faz uma reflexo sobre a alma, apontando a memria como morada dos sentimentos da mesma. Fala ainda, a respeito da felicidade almejada pelo homem, e que este s a encontra, quando encontra a nica Verdade, Deus. Falando ainda sobre a memria, afirma estar a a Verdade. Por isso, reconhece ter tido a Verdade o tempo todo em seu interior, enquanto a procurava fora de si mesmo. Agora tranqilo, relata que a continncia dom de Deus, e se Ele a impe, porque concede tal dom. Tambm com este mesma serenidade, encontra os motivos pelo qual os sentidos impulsiona o homem ao pecado. Por fim, reconhece Jesus Cristo como nico mediador entre Deus e os homens, bem como ter sido Ele, Aquele que o remiu com seu sangue, e do qual Agostinho deseja saciar-se.
LIVRO XI: O homem e o tempo
A partir desse dcimo primeiro livro, composto por vinte e sete
captulos, at o trmino desta obra, Agostinho louva a Deus, tomando como motivo a Criao. Ele inicia este livro com a explicao do princpio dos Gnesis, detendo-se especialmente nas palavras: No princpio criou Deus o cu e a terra... Logo depois, faz uma exaltao majestade de Deus, confessando seu inflamado amor por Ele. Agostinho confessa tambm que desde a infncia, sentia um ardente anseio de meditar a Palavra do Senhor. Fala do amor aos irmos e do zelo pelas Sagradas Escrituras. Faz um pedido a Deus, que Ele lhe conceda tempo e sabedoria, para que possa meditar seus mistrios e sua Palavra. Afirma que a alegria dos maus no vem de Deus. Reafirma Jesus Cristo com nico Mediador, e diz que s em Deus se encontram todos os tesouros de sabedoria e cincia. Cita Moiss para falar da criao d cu e da terra. Nos diz que a Verdade que Deus, muito mais do que a boca, a lngua e os rudos das slabas possam expressar, infinitamente majestosa e grandiosa. Exprime o desejo de interrogar Moiss a respeito da Verdade, porm no o pode, pois os dois so de pocas distintas. Ento, ele pede ao Pai, sabedoria para compreender sua Palavra. O homem existe, porque foi criado por Deus, a Palavra de Deus criadora de tudo e de todos. Enfim, Deus criou todo o Universo do nada. Ele criou os homens, exprimindo em nossa matria a alma, e onde somente Ele o verdadeiro Juiz. Agostinho ressalta que a Voz de Deus ecoa no silncio, e que Jesus coeterno com o Pai. Ele foi gerado no silncio e permanece sobre ns eternamente, portanto, o Verbo verdadeiramente eterno e imortal. Jesus o princpio de todas as coisas, Nele se encontra toda a Verdade, Ele o nico Mestre. Agostinho nos aconselha a ouvirmos a Voz de Deus em nosso interior. Para alguns ignorantes que se perguntam: O que fazia Deus, antes de criar o Universo? Agostinho narra um pensamento que diz: Criava o inferno para quem se faz tal pergunta. Reafirma que a Vontade de Deus no uma criatura, mas ela est antes de toda criatura, pois nada seria criado se no existisse a Vontade do Criador. Agostinho diz que a eternidade est muito alm do tempo, pois nela nada passa, tudo presente, sendo Deus, o Senhor do tempo e da eternidade.O bispo de Hipona diz que o tempo um ser de razo, com fundamento na realidade. Ele estuda o problema do tempo, apenas sob o aspecto psicolgico, ou seja, como ns o apreendemos, no o estuda sob o aspecto ontolgico, ou seja, como ele em si. Agostinhofala de trs divises de tempo: o tempo futuro (longo), o tempo passado (breve), e o tempo presente a intermediao entre o passado e o futuro. O tempo contnuo, e com tal, individual. A certo ponto deste livro, Agostinho diz que o tempo no mensurvel, por conseguinte, um enigma, pois ao mesmo tempo que to claro, se faz bastante obscuro, portanto exige uma grande anlise. Mais no final deste livro, Agostinho contesta a tese do filsofo helnico Eraststenes, que diz ser o curso do sol o tempo. Agostinho pretende distinguir o tempo astronmico do tempo metafsico e do tempo psicolgico. Por fim, reafirma que o tempo no movimento de corpos. Segundo Agostinho, no conceito de tempo, h dois elementos, um transitrio (sucesso), e outro permanente (durao). Ele ainda fala da ateno, em relao ao tempo, onde sua funo ligar o passado ao futuro. Exorta-nos Agostinho que somente esquecendo-nos dos erros do passado e seguindo ao Deus Uno e Trino, que se chega unidade do nosso ser. Diz tambm que sem a criao no existiria o tempo, pois na eternidade no h tempo. Encerrando este livro, Agostinho reafirma que Deus conhece de forma diferente das criaturas, pois seu conhecimento infinitamente mais admirvel do que o das criaturas.
LIVRO XII: A criao
Neste livro composto por trinta e dois captulos, Agostinho trata
principalmente da origem do mundo, da interpretao alegrica da Bblia e da existncia da matria informe, ou matria prima de Aristteles. Ele continua a explicao das palavras; No princpio Deus criou o cu e a terra... Por cu, entende-se alegoricamente, os seres espirituais que gozam da vista de Deus, j por terra, entende-se a matria, ainda privada de forma incorruptvel. A matria informe, segundo Agostinho, a terra invisvel e ordenada que Deus criou sem beleza, para dela fazerdes um mundo belo, assim sendo, houve o princpio do mundo visvel. Agostinho faz uma invocao a Verdade, declarando o seu amor pela mesma. Tambm neste livro, ele faz uma interpretao das primeira palavras da Bblia, mas precisamente do livro do Gnesis (Criao), aprofundando-se nestas. Como a profundeza das escrituras inexaurvel, Agostinho confessa que no pretende condenar outras maneiras verdadeiras de interpretar este lugar do Gnesis. Enfim, ele procura fazer uma exegese literal, o que nem sempre consegue, fugindo muitas vezes para a exegese alegrica. Seu enfoque principal na figura de Moiss, a quem Agostinho atribui a autoria do Gnesis.
LIVRO XIII: A paz
Neste ultimo livro, composto por trinta e oito captulos, muito
parecido com o incio desta obra, quando Agostinho fala da inquietao humana, da beleza da criao e da esperana no repouso em Deus. Neste dcimo terceiro livro, esto contidas passagens de interpretaes das Sagradas Escrituras, teologia, filosofia, poesias e misticismos. Agostinho faz um grande agradecimento a Deus pela sua bondade manifestada na criao. Usa diversas alegorias: a alma como iluminada pela f, o firmamento como a Bblia, as guas do firmamento so os anjos, as guas amargas so os mundanos, a terra enxulta a alma caritativa, os frutos da terra so as obras de misericrdia, e os peixes so os milagres estupendos. Agostinho fala tambm sobre a beleza da criao no conjunto. Finalmente, ele fala da esperana do repouso em Deus.
APRECIAO PESSOAL
A leitura desta obra foi de suma importncia para meu
enriquecimento, tanto histrico, como espiritual, pois para jovens que assim como eu, aspiram seguir os passos de Cristo no estilo de Santo Agostinho, a leitura das Confisses, abre-nos novos horizontes intelectuais para a melhor compreenso de ns mesmos e de nossos irmos. Vrios aspectos da obra levaram-me a refletir profundamente, no entanto foi a incessante busca pela Verdade por Agostinho, que me fascinou. Uma imensa inquietao o levou a andar por caminhos errneos, como os prazeres mundanos e a seita maquinesta. No entanto, quando ele percebeu que a Verdade buscada fora, Jesus, e que Este habitava dento dele, finalmente, encontrou a paz para suas constantes inquietaes. Agostinho, alm de um grande santo e sbio, como j diz a voz popular: Agostinho de Hipona, o mais sbio dos santos e o mais santo dos sbios. Foi tambm um grande telogo e filsofo, ou seja um amante da Sabedoria. Portanto, suas obras so de grande valor para a compreenso da Filosofia. As Confisses, embora seja uma obra que deve ser analisada dentro de sua conjuntura histrica, traz-nos respostas para nossas inquietaes na busca da Verdade, pois nesta obra, Agostinho retrata-se com muita transparncia, suas fraquezas, seus questionamentos, suas ansiedades, e por fim, a ao divina em sua vida. Enfim toda esta obra uma orao fervorosa ao Senhor da Histria.