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Curso de Tratamento de Aguas Residudrias ENG, JOSE M. DE AZEVEDO NETTO Professor Catedratico da Faculdade de Higiene e Satide Pitblica da Universidade de Sao Paulo (continuasio? CAPITULO 7 DECANTADORES NAO MECANIZADOS 7.1 — TANQUES SEPTICOS 7.1.1 — Definigao: © tanque séptico é uma unidade de sedimentacio e di- gestdo, geralmente fechada, de escoamento horizontal e continuo. A velocidade e @ permanéncia do liquide no tanque permitem a deposigao de particulas em sus- pensfo no fundo, onde ficam retidas e pela decomposi¢ao anaerdbia se trans- formam em substancias mineralizadas, liquidos e gases. 7.1.2 — Funcionamento; As fungées indicadas a seguir caracterizam o tra- balho de um bom tanque séptico: a) Retencdo dos sélidos flutuantes e das matérias graxas, os quais passam @ constituir a eseuma na parte superior do tanque; b) Permanéncia das aguas de esgdtos por periodo suficiente para permitir a decantacdo dos slides sedimentavels, os quais passam para a parte inferior do tanque; ©) Alterac&o das caracteristicas da fase liquida, durante e apés a decantagio; @ Deposigdo, acumulagéo e adensamento dos lédos decantados na parte inferior do tangue, de modo a possibilitar a sua decomposicdo anae- rébla_e consegiientemente a lquetacio, gaseificagdo ¢ mineralizagio pareiais; ) Desintegracio e digestéo parciais na camada que constitui a escuma futuante; ) Redugdo sensivel do numero de bactérias patogéncias comuns aos esgétos. 7.1.3 — Aplicagses: Os tanques sépticos aplicam-se econdmicamente a0 tratamento primario das aguas residuérias de prédios isolados, tais como resi- déncias, escolas, pequenas instituigées ete. © seu emprégo econdmico est limitado a cerea de 300 pessoas ou 50.000 litros de capacidade Os tangues Imhoff, que se caracterizam pela separacdo existente entre as partes destinadas & sedimentagio, a digestio e escuma, geralmente comecam a ser aplicados quando o numero de pessoas servidas ultrapassa 100 no OBS. Capituloe jx publicades T— Generalidades — Composigéo © concentengio das Agus Reeidudrias, Variagéee de Vuze (Rev. tei 11 — Conseaiténcins do lencamento das guns veshindrlas nas devas interiores € litovimens (Rev. 47) BIT — Metodos Gerais de Tratemento. (Rev. 4 TY ~ Grates —“Desintcgradores eTrituradores Rev, 48+ N= Calsan do Aveta (Deimvonadores| 1Rev. Ady VI Decantadarer Tew or CURSO DE TRATAMENTO DE AGUAS RESIDUARIAS ss caso de residéncias, extendendo-se a sua aplicacio usual até cerea de 5.000 pessoas por unidade. Além désse limite encontra-se o campo de aplicacéo dos decantadores propriamente ditos. Bsses limites nao sdo rigidos, podendo-se projetar tanques Imhoff para servir desde cerca de 15 pessoas (no caso de residéncias) até aproximadamente 10.000. ‘A téonica Norte Americana indica atualmente as vazoes limites de 0.45 Iitros/seg (10.000 g.p.d.) ¢ 4,5 litros/seg, (100.000 g.p.d.). 1.1.4 — Resultados obtidos Nas instalagées bem projetadas e convenientemente mantidas podem ser esperados os resultados seguintes: Remogao de sélidos decantayeis . 85 a 95% Remogao de graxas e gorduras .............0.. 10 a 90% Remocéo de solidos em suspensao biecteeees 50 8 10% Remocéio de coliformes : 40 a 60% Reducio de B.OD. fie tecitteteeeeeessssrsees BO 60% 7.1.5 — Destino a ser dado ao efluente © efluente de um tanque séptico, embora clarificado, com menos sdlidos em suspensio, demanda bioguimica de oxigénio reduzida e menor mimero de coli- formes, é ainda um liquide contaminado e perigoso. ‘A sua “disposicdo”, contudo, ¢ bem mais facil do que a dos esgétos brutos. ‘Trés hipoteses correntes podem ser consideradas: a) Lancamento em massa d’égua (curso d'agua, lago ou mar), existente nas proximidades, desde que a poluicio resultante possa ser tolerada dentro dos padrées sanitarios; b) Disposigéio na camada superficial do solo, empregando-se para ésse fim um sistema de canalizagées especiais; ¢) Disposicio em camadas mais profundas do solo, utilizando-se pocos absorventes. No primeiro caso, se houver necessidade ou conventéneia de se reduzir a Poluigao podera ser adotada a filtracdo biolégica em pedras ou areia grossa, como tratamento complementar. 7.1.6 — Condigses de projeto Para que um tanque séptico possa realizar efleientemente as fungdes previs- tas, le deverd ser bem projetado, estabelecendo-se criteriosamente a sua forma ¢ dimensées, tendo-se em vista as condicdes locals. Os elementos basicos para o dimensinamento sio: a) Contribuigéo de esgotos Disponibilidade de agua Tipo de “estabelecimento”. Padrao das instalacées. ») Periodo de detencio Varia inversamente com a flutuagéo de vazdo e portanto, com o nimero de pessoas servidas. ¢) Quantidade de lédos em digestio e volume de lédos digeridos acumulados Modalidade de ocupagao Tempo de digestio Periodo de retencio para os lédos digeridos (treaiiéncia de limpezas). © volume total de um tanque séptico pode ser calculado pela expressio seguinte: 6 REVISTA DO DEPARTAMENTO DE AGUAS E ESGOTOS VOL. = pat, + Pty ty + Pky oy — Ly ty 3 Sendo: P = N° de pessoas servidas a = Contribuicdo aos esgdtos per capita, litros/dia t, = periodo de detencdo para a fase liquida, no tanque (dias); quantidade de lédo digerido per capita, litro/dia tt, tempo de retencdo de 16dos no tanque (entre mpezas) dias; = quantidade de 1édo fresco per capita, em litros/dia. = tempo para a digestéo técnica, dias, 7.1.7 — Cont miedo de esgétos Na falta de dados locais especificos poderao ser adotados os seguintes va- lores médios: Contribuigées em ros/dia, per capita (q) USA. BN. Recom. Acampamentos 130 100 Clubes de campo 115 - B Escolas: Externatos 30 50 30 Semi internatos 30 50 50 Internatos 250 100 150 Eseritérios (por ocup. efet.) 60 50 50 Fabricas 100 70 5 Hotels: comuns 190 150 150 de alta classe 380 200 250 Hospitals 760 250 400 Piscinas (por freq) 40 40 Residéncias 190 150 150 Restaurantes (por ref.) 25 25 25 1.1.8 — Periodo de detencio © periodo de detencéo nos tanques sépticos (t,) geralmente esti compreen- dido entre 4 horas e 24 horas, sendo éste ultimo valor o adotado para as pe- quenas unidades destinadas a servir até 30 pessoas (com volume até 6.000 litros). Além désse limite as vatiacées de vazao (“choques de descargas”) tornam. menos pronunciadas, admitindo-se a reducdo do periodo nominal de detencao Assim, para unidades para servir cerea de 80 pessoas o periodo de permanéncia desejavel estd em torno de 12 horas. Nas matores instalagSes ésse tempo pode ser reduzido a 4 horas. Fair e Geyer apresentam em seu livro uma relacio empirica que permite determinar o periodo de detencao em funcao do mimero de pessoas e da con- tribuicéo diaria per capita: = 15 — 03 log P.q Onde: t, = periodo de detencio, dia P =n? de pessoas 4 = contribuigao didria per capita, litros/hab. dia Essa expresso aplica-se satistatériamente até cerca de 150 pessoas. Dai para mais recomenda-se admitir um valor minimo, constante para ty. CURSO DE TRATAMENTO DE AGUAS RESIDUARIAS s7 7.1.9 — Quantidade de 1édos em digestao e volume de lédos digeridos acumulados Considerando-se esgotos domésticos, para as nossas condigées, pode-se prever até 1 litro de lédos frescos per eapita em 24 horas. Esses lédos entram imediatamente em digestéo ¢ ao fim de algum tempo ficam reduzidos a cerca de 25% do volume original ‘Reducao devida A digestao e adensamento com reducao de umidade) ‘Admitindo-se, em condigées desfavordveis, a temperatura de 15.°C, a digestao técnica se verifiea em aproximadamente 60 dias, (t,). ‘As quantidades de lédos per capita podem entdo ser calculadas para 1 ano (ou 360 dias) como segue: a) Lédos ji digeridos ¢ retidos: t. PL, t, 360 — 60 = 300 1x 0.25 x 300 = 75 litros b) Lédos em digestdo: 2 2 P [L, ——(L, —- L,)] t, = 1[1,00 — —(1,00-0,25)]60 = (1,00 — 0,50) 60 = 30 litros 3 3 Total 75 + 30 = 105 litros/ano podendo-se tomar para projetos 100 litros/cap. Inicialmente, ou logo apés a limpeza, o tanque funcionara com um periodo de detencdo superior ao previsto, aproveitando-se para a sedimentacdo o espago destinado aos lédos e ainda nao ocupado pelos mesmos A condigao de projeto somente seria atingida no dia de limpeza, depois de 1 ano, Essa consideracio levou alguns projetistas a considerar a hipétese de se dar ao tanque dimensées que conduzam as condigées de projeto na metade do tempo, entre limpezas, tendo-se assim, durante 50% do tempo um periodo de detengao superior ao admitide e durante o tempo restante uma permanéncia pouco inferior. Para esta hipdtese t, = 18 — 60 = 120 PLd t, = 1 x 025 x 120 2 : P [L, — — (L, — L,)] t, = 30 litros (nao alterado) 3 Total: 60 litros 30 litros As Normas Americanas indicam para 0 depésito de lodos desde 75 litros/cap (California) até 98 litros/eap. (Housing and Home Finance Agency) Nas instalagdes de maior capacidade, para Instituigdes, pode-se prever des cargas regulares semestrais, admitindo-se entao, com maior razio, valores mais baixos. 7.1.10 — Téenica Americana, de dimensionamento Nos Estados Unidos é adotada usualmente uma técnica simplificada de pro- jeto que consiste na aplicacio de um coeficiente de reducio VOL =Pxaxe VOL = Vol. do Tanque Séptico p = N° de pessoas servidas contribui¢éo didria per capita, litros/hab. dia C = coefieiente de reduet so REVISTA DO DEPARTAMENTO DE AGUAS E ESGOTOS Valores usuais do coeficiente de redugio Est, N, York Est. Florida Pxq c c 5.700 litros 1,00 1,00 6.000 0,96 1,00 6.500 0.91 1,00 7.000 0,88 1,00 7.500 0.84 1,00 8.000 oat 0,96 9.000 0.74 087 10.000 0,68 0,82 12.000 0,59 0,12 14.000 0,53 0,65 15.000 0,50 0,62 16.000 0.50 0,60 18.000 0,50 0,56 20.000 0,50 0,53 22.000 0,50 0.51 22.700 0.50 050 A capacidade de um tanque séptico nio deve ser inferior a 1500 litros nas unidades menores, 7.1.11 — Forma Devido ao fato de se ter um perfodo de detencdo relativamente grande para @ sedimentacdo, a forma praticamente nao influi no funcionamento dos tanques sépticos. De um modo geral so mais comuns os tanques sépticos de seccdo retangular, predominando, porém em nosso pais a seceio circular para as unidades pequenas (ossas sépticas). A inclinacio do fundo, para permitir a descarga de lédos ou facilitar a limpeza € desejavel, principalmente nos tanques de maior capacidade. 7.1.12 — Compartimentos Um grande numero de experiéncias ¢ observagées levadas a efeito por érgios federais Norte Americanos levaram & conclus&o que a subdivisio de um tanque séptico em dois ou mais compartimentos para funcionamento em série tem um efeito benéfico sdbre a sua eficiéncia, Por razées praticas geralmente os tanques sio subdivididos em dois com- partimentos, dando-se ao primeiro 2/3 da capacidade total dos tanques. A compartimentagao, si bem que nao seja indispensavel, reeomenda-se prin- cipalmente para as instalagdes maiores com tanques de comprimento igual ou superior a 2,70 m, 7.1.18 — Dimensées usuais Designando-se pelas dimensées uteis Largura: B Comprimento: L (total) Protundidade: H Bordo livre: F Geralmente sio adotados 0,70 a 2,50 m. 1,50 a 6,75 m 11,20 a 2,25 m + 0,30 a 0,60 m, Sow CURSO DE TRATAMENTO DE AGUAS RESIDUARIAS 9 Diferenga de cota entre a soleira do tubo de entrada e o nivel nominal no tanque: K K = 005 2 0.10 m Profundidade das cortinas em relacéo ao nivel nominal: 0,45m (Essas cor- tinas encontram-se a 043m da entrada e a 0,45m da saida do tanque). Aberturas de intereomunicagao entre os compartimentos a 0,45m abaixo do nivel nominal, Relacéo comprimento total largura: L Tangues sem compartimentos: — = 2 B L Tanques com dois compartimentos — B Comprimento do 1.° compartimento = — L 3 1 Comprimento do 2.° compartimento = — L 3 7.1.14 — Orgao complementares Sempre que possivel deve-se evitar 0 encaminhamento aos tanques sépticos de grandes quantidades de gorduras e matérias graxas. ‘Com ésse objetivo instalam-se caixas de gordura sempre que houyer necessi- dade ou conveniéncia, As caixas de gordura geralmente sao instaladas nos ramais de restaurantes, cozinhas etc, & montante do tanque séptico, © seu dimensionamento ¢ feito na base de 2 a 10 litros de capacidade por pessoa servida. No caso de lancamento do efluente em sistemas de irrigagao sub-superficial, sempre que o comprimento das linhas ultrapassar 150 metros recomenda-se a instalacdo de um tanque fluxivel na saida do tanque séptico. ‘A capacidade do tanque’fluxivel que geralmente corresponde a 25 a 40% do volume do tanque séptico, nfio deve ser inferior a 2/3 do volume contido nas canalizagées de irrigacao. Secgdo transversal de uma fosse séptica em funclonamento 0 REVISTA DO DEPARTAMENTO DE AGUAS F ESGOTOS: 7.2 — TANQUES IMHOFF 7.2.1 — Tanques de dois compartimentos: Tanques Imhoff Os tanques de dois compartimentos, como sao os tanques Imhoff séo uni- dades de sedimentagao e digestao, geralmente abertas, de escoamento horizontal € continuo, nas quais o compartimento superior, destinado & decantagéo, comu- nica-se com a cémara inferior, de digestdo, unicamente pela fenda de passagem de lédos. Os inconvenientes do tanque séptico, inventado por Mouras em 1880, foram reconhecidos nos primeiros anos de sua aplicagio: A realizacéo numa unica camara das fungdes de sedimentacao e digestéo propicia interferéncia entre asses dois processos, A idéia original de dividir os tanques prende-se as observagées feitas por Clark na famosa estado experimental de Lawrence, Massachussetts (1899). A primeira realizacio de um tanque de dois compartimentos deve-se, entre- tanto, ao Dr. Travis, de Hampton, Inglaterra, que concebeu e construiu o “Tanque Hidrolitico”, em 1903, baseado nas observacées feltas em Lawrence. ‘No tanque hidrolitico ndo se considerava uma separagdo integral das duas cdmaras porquanto era recomendada a introducdo de 1/7 da vazio afluente na prépria cAmara destinada 4 digestao. Karl Imhoff, apés ter experimentado o tanque Travis idealizou um novo tipo de unidade (1908) que passou a ser aplicado nas instalacdes de Emscher e que atualmente leva o seu nome. 7.2.2 — Aplicacdo dos Tanques Imhoff Qs tanques Imhoff aplicam-se econdmicamente as instalagdes de pequena capacidade, desde algumas centenas até cérca de 5000 pessoas servidas por unidade. So utilizados principalmente para o tratamento primario, porém tém sido aplicados para a decantacéo primaria em pequenas instalagdes de tiltragao unidade. 7.2.3 — Dados para projeto a) Periodo de detencdo (cdmara de sedimentacio): No minimo 15 a 20 horas: V. indicagées feitas para os decantadores. b) Capacidade da camara de digestio: Em fungéo do volume de lédos per capita, calculado ou admitido: ‘Tratamento primério apenas ....-........- 50 litros/pessoa Filtracdo biolégica . Mm 7 ¢) Inclinacdo das paredes do compartimento de decantacdo: 1 1/4: 1 (1 na horizontal). Em casos excepcionais: 1:1. Fendas para a passagem de 1édos: No minimo com 15 cm, preferivelmente 20 cm. Superposicdo dos bordos da fenda: No minimo 15 cm, preferivelmente 20 cm ou mais. d) Zonas neutras: Nao devem ser computadas nos caleulos: 45 cm acima e 45 em abaixo das fendas de passagem dos lédos. e) Inelinacio do fundo do compartimento de digestao: 1:2 (2 na hori- zontal), no minimo. Quando houver duas camaras de sedimentacio em um so tangue convém interpor uma cortina separadora na parte superior da camara de diges- tao, para evitar correntes prejudiciais de uma camara para outra. 1) Saida dos gases: A superficie destinada as escumas e a saida dos gases no deverd ser inferior a 20% da area total da camara digestora, e de largura nunca inferior a 45 cm. CURSO DE TRATAMENTO DE AGUAS RESIDUARIAS a g) Remogdo dos lédos digeridos: Canallzagdes com diameto minimo de 15 cm (10 cm em imstalacées institucionais muito pequenas). Carga hidrostatica: 1,50 ou mais. Declividade das canalizagoes de descarga: 3% hh) A escuma que se forma deve ser quebrada ou “batida” periédicamente ‘A cobertura dos tanques Imhoff tem sido feita em Sao Paulo, para facilitar a captacao dos gases. 4) Dimensdes usuais: 1 — Tangues retangulares: Largura: 3,00 a 15,00 m Comprimento: 6,00 a 30,00 m (mais comumente acima de 9,00) Profundidade: 5,00 a 10,00 m (geralmente 7,00 a 9,00) CAmara de decantacio: Profundidade: Geralmente 1,50 a 2,50. Relacéo comprimento/largura: 2:1 a 6:1. Sempre que for superior a 2:1 devem ser previstos dispositivos que permitam a inversio periddica da corrente liquida no tanque. 2 — Tanques circulares; Diametro usualmente compreendido entre 2,50 e 7.5 m. Relagéo altura total/profundidade: em geral 1,25 a 1,75. Altura total: Geralmente entre 5,00 ¢ 9,00 m. Populacdo servida por unidade: Geralmente limitada a 2500. Para populagées superiores a 1500 pessoas e inferiores a 5000 convém projetar duas unidades circulares. Pata mais de 5000 habitantes torna-se conveniente a forma retangular. 7.2.4 — Céleulo expedito de tanques Imhoff de secgio circular. Aproximagio feita: A cdmara de sedimentacio é tomada como tendo um comprimento igual 20 diametro do poco. Dados admitidos: Contribuicao per capita: 20 litros em 2 horas (Na base de 240 litros/pessoa dia, ou 2,4 horas na base de 200 litros/hab. em 24 horas) Zonas neutras: 0,45 m; Altura livre: 0,50 m; Area destinada a escuma e saida de gases: Superior a°25%; Inclinagio do fundo do compartimento de digestio: 1:2, Primeiramente adota-se um didmetro conyeniente para o “Imhoff”. Em instalagées existentes sio comuns os seguintes diametros: Populagao servida por tanque (P) Didmetro, m 20 ceveeteees 2,50 — 3,50 300 . : 3,00 — 4,00 750 . cece 3,50 — 4,50 1000 : sees 4,00 — 5,00 1500 +. 5,00 — 6,00 2.000 8,00 — 7,00 2.500 : ceeeees 7,00 — 8,00 ‘As dimensées do tanque poderdo entéo ser determinadas: Largura da camara de sedimentacao a) Altura da parte de seogio triang. ... h, Volume da cimara de sedimentac&o, em m? V, = 0,02 P cy REVISTA 00 DEPARTAMENTO DE AGUAS & ESGOTOS (b + 0,70) Volume da parte inferior: th, — 0,45)D Altura da parte de secedo retang. Volume da camara de digestao: No caso de tratamento primario No caso de {iltracéo biologica: Altura do céne inferior Volume da parte cénica . Volume da parte cllindrica Altura da parte cilindrica Altura total: ........ : 095 +h, + hy +b, + hy 7.3 — DECANTADORES DORTMUND 1.3.1 — Coneeito e aplicagio ‘SGo tanques de escoamento vertical, nao mecanizados e provides inteira- mtnte de pocos para lodos. Foram empregados pela primeira vez em Dortmund, cidade alema, Podem ser quadrados, circulares ou mesmo retangulares. Os tanques do tipo Dortmund raramente sao utilizados como decantadores primarios (onde existe 0 problema da escuma); geralmente sao previstos para a decantagio secundaria nas pequenas estagées de tratamento biolégico: @) Como tanque removedor de humus nas pequenas instalagdes que empre- gam filtros biolégicos ¢ onde a mecanizacao nao é convenitnte, b) Como decantador secundario nas instalacées de lédes ativados com aeragao mecanica. CURSO DE TRATAMENTO DE AGUAS RESIDUARIAS os Desde que bem projetados os decantadores Dortmund levam a resultados muito satisfatorios 7.3.2 — Dados para projeto A entrada no tanque ¢ feita pela bf parte central, havendo uma corti- — na circular que impede curtos- clreuitos ¢ encaminha os liquidos para baixo. A saida do tanque € feita por um vertedor 20 longo de téda a perlferia da unidade protegido Por uma pequena cortina para im- pedir a saida da escuma © Angulo interno formado pela parede inclinada do tanque e pela horizontal deve ser no minimo 50°, isto €, 1,25 vert. para 1,00 horiz., preferivelmente 60° (1,75:1) ou mesmo mais Os I6dos podem ser descarregados continua ou intermitentemente sem inter- ripedo do funcionamento do tanque, por simples pressao hidrostatica, O decan- tador Dortmund deve ser projetacio para uma velocidade de escoamento junto & superficie de 15 a 2,5 cm/min., o que equivale a uma vazio por unidade de superficie de 20 a 35 m*/m* dia. Algumnas vézes para reduzir os eustos e dificuldades de escavacao dois ou mais pocos de ldo s4o previstos numa mesma unidade. ‘A parte horizontal do fundo do tanque (base do poco de lédos) geralmente mede de 0,45 a 0,90 m. Pequena instolo¢éa depuradora do Educar D, Duarte (Sé0 Poulo). A direita vé-se 0 tonque tmhoff (DAE).

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