O documento discute a ideia bíblica de propiciação, que significa a remoção da ira de Deus mediante um sacrifício. Apesar de críticas modernas, a Bíblia mostra claramente que Deus se opõe ao pecado e que sua ira só pode ser afastada pela obra expiatória de Cristo na cruz. Passagens como Romanos 3:24-25 e 1 João 2:2 usam o termo "propiciação" para descrever o papel salvífico de Jesus em livrar os homens da condenação divina.
Descrição original:
O Novo dicionário da Bíblia / editor organizador J. D. Douglas; editores assistentes F. F. Bruce...; editor da edição em português Russell P. Shedd ;— São Paulo : Vida Nova, 2006 p. 1126 – 1125
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O documento discute a ideia bíblica de propiciação, que significa a remoção da ira de Deus mediante um sacrifício. Apesar de críticas modernas, a Bíblia mostra claramente que Deus se opõe ao pecado e que sua ira só pode ser afastada pela obra expiatória de Cristo na cruz. Passagens como Romanos 3:24-25 e 1 João 2:2 usam o termo "propiciação" para descrever o papel salvífico de Jesus em livrar os homens da condenação divina.
O documento discute a ideia bíblica de propiciação, que significa a remoção da ira de Deus mediante um sacrifício. Apesar de críticas modernas, a Bíblia mostra claramente que Deus se opõe ao pecado e que sua ira só pode ser afastada pela obra expiatória de Cristo na cruz. Passagens como Romanos 3:24-25 e 1 João 2:2 usam o termo "propiciação" para descrever o papel salvífico de Jesus em livrar os homens da condenação divina.
remoo da ira mediante a oferta de um presente. No AT isso expresso
atravs do verbo kiper (V. EXPIAO). No NT, o grupo de palavras em torno de hilaskoma o que se reveste de importncia. Nos tempos modernos, a ideia inteira de propiciao tem sido fortemente criticada como se cheirasse a ideias indignas de Deus. Muitos sugerem que o termo "propiciao" deveria ser abandonado em favor de expiao (q.v.). A objeo contra o vocbulo "propiciao" se origina principalmente na objeo ideia total da ira de Deus, que muitos expoentes desse ponto de vista relegam posio de arcasmo. Sentem os tais que o homem moderno no pode tolerar tal ideia. Porm, os homens do AT no sentiam qualquer inibio semelhante. Para eles, "Deus... sente indignao todos os dias" (SI 7.11). No tinham eles qualquer dvida que o pecado inevitavelmente desperta a mais forte reao da parte de Deus. Deus no pode ser acusado de lassido moral. Ele se ope vigorosamente ao mal em qualquer forma em que este possa aparecer. Apesar de Deus ser "tardio em irar-se" (Ne 9.17 etc), sua indignao no menos certa em face do pecado. Podemos mesmo ler nas Escrituras: "O Senhor longnimo, e grande em misericrdia, que perdoa a iniquidade e a transgresso, ainda que no inocenta o culpado..." (Nm 14.18). Como vemos, at mesmo numa passagem que aborda a longanimidade de Deus, sua recusa de tolerar a culpa mencionada. O pensamento que Deus tardio em irar-se, para os homens do AT estava longe de ser um trusmo. Algumas vezes lhes parecia maravilhoso e surpreendente. algo que nos enche de santo temor, e totalmente inesperado. Porm, se estavam certos da indignao de Deus contra todo o pecado, estavam igualmente certos que essa ira pode ser eliminada, usualmente pela oferta do sacrifcio apropriado. Isso se devia, afinal de contas, no a qualquer eficcia no prprio sacrifcio, mas ao prprio Deus. Pois o Senhor diz: "Porque a vida da carne est no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiao pelas vossas almas" (Lv 17.11). 0 perdo no alguma coisa arrancada de uma divindade cheia de m vontade. Mas o gracioso dom de um Deus que est ansioso por perdoar. Por conseguinte, o salmista pde dizer: "ele, porm, que misericordioso, perdoa a iniquidade, e no destri; antes, muitas vezes desvia a sua ira, e no d largas a toda a sua indignao" (SI 7.38). 0 desvio da ira de Deus no alguma coisa que os homens conseguem realizar. Deve-se nada menos que ao prprio Deus. Ele quem "desvia a sua ira". No NT existem diversas passagens onde ocorre a expresso "a ira de Deus", porm, a evidncia relevante no se limita exclusivamente a esses trechos. Por toda a parte, no NT, h o pensamento que Deus se ope vigorosamente a todo o mal. 0 pecador no est em posio cmoda perante Deus. Ele entrou em conflito com Deus. No pode esperar outra coisa seno a severidade do julgamento divino. Quer escolhamos chamar isso de "ira de Deus" ou no, a verdade que ela est presente. E, apesar de que "ira" um termo ao qual alguns levantam objees talvez legtimas, esse o termo bblico e nenhum substituto satisfatrio foi at o momento sugerido. Percebemos a fora da ideia neotestament-ria da propiciao pela ocorrncia do vocbulo em Rm 3.24s. Temos sido "justificados gratuitamente, por sua graa, mediante a redeno que h em Cristo Jesus; a quem Deus props, no seu sangue, como propiciao, mediante a f". O resumo do argumento de Paulo at esse ponto de sua argumentao que todos, judeus e gentios igualmente, esto debaixo da condenao de Deus; "A ira de Deus se revela do cu contra toda impiedade e perverso dos homens..." (Rm 1.18). Paulo demonstra primeiramente que o mundo gentio est sob a condenao de Deus, e a seguir demonstra que o mundo judeu est exatamente nas mesmas condies. contra esse pano de fundo que Paulo v a obra de Cristo. Cristo no veio salvar os homens de nada. Ele os livrou de um perigo real. A sentena do julgamento fora decretada contra eles. A ira de Deus pairava sobre eles. Paulo havia salientado de forma frisante a ira de Deus, por todos esses captulos iniciais e, por conseguinte, a obra salvadora de Deus deve incluir livramento dessa indignao. Esse livramento descrito pela palavra "propiciao". Nada mais existe, para expressar esse pensamento, na crtica passagem de Rm 3.21s., que exibe o meio pelo qual Deus tem abordado esse aspecto da condenao do homem. Hilasterion precisa necessariamente ser entendido aqui como termo que significa algo muito semelhante a "propiciao". V. ainda NTS, II, 1955-6, p. 33-43. Em 1 Jo 2.2, Jesus descrito como "a propiciao pelos nossos pecados". No versculo anterior, ele aparece como nosso "Advogado junto ao Pai". Se precisamos de um advogado na presena de Deus, ento nossa posio realmente perigosa. Achamo-nos em espantoso perigo. Tudo isso nos ajuda a perceber que, aqui, a "propiciao" deve ser tomada em seu sentido usual nas Escrituras. 0 escritor sagrado estava descrevendo a atividade de Jesus em prol dos homens, como a nica coisa que pode fazer desviar a ira divina. Porm, o ponto de vista bblico acerca da propiciao no depende apenas desta ou daquela passagem especfica. Antes, trata-se de um reflexo do sentido geral de seu ensinamento. "Propiciao" um lembrete eterno que Deus implacvel inimigo de tudo quanto mal, que sua oposio pode ser apropriadamente chamada de "ira", e que essa ira s pode ser posta de lado pela obra expiatria de Cristo. LM.
FONTE
O Novo dicionrio da Bblia / editor organizador J. D. Douglas; editores
assistentes F. F. Bruce...; editor da edio em portugus Russell P. Shedd ; So Paulo : Vida Nova, 2006 p. 1126 1125