Você está na página 1de 126
ESTUDOS ALEMAES Série coordenada por EDUARDO PORTELLA, EMMANUEL CARNEIRO LEAO ¢ VAMIREH CHACON ona exaogratcn labora. ete abe pense ‘ohmann, Wits ros elope do Dielto 1 / Niklas Lubmann:; tradue glo'de Gustavo Bayer’ — Blo de Janel: Balge FFempo rane, 108, 252 p, (Bboteca Tempo Universitario; n® 78) ‘Tmduio de Rechtssuologie 1 1, Direto — uti 2. Soclologia 1. Titulo i. Bike cpu 940: 30 NIKLAS LUHMANN SOCIOLOGIA DO DIREITO 1 Rio de Janeiro — RJ — 1983 BIBLIOTECA TEMPO UNIVERSITARIO — 75 Coleco dirigida por EDUARDO PORTELLA Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro ‘Tradurido do original aleméo Rechtssoziologie | owohit Taschenbuch Verlag Gmbit elnbek bel Hamburg, 1972 Copyright: Westdeutscher Veriag Gmbit Faulbrunnenstr. 18, D-6200-Wiesbaden ‘Tradueio de Gustavo Barz Capa de Avromio Dias ¢ ELizasent Lararerre Programacio textual de Mania DA Constgio’ Rano ‘Todos os direltos reservados EDIGOES TEMPO BRASILEIRO LTDA, Rua Gago Coutinho, 61 —"Tel.: 208:5040 (Caixa Postal 16.099 — CEF 22221 io de Janeiro — Rl — Brasil, SUMARIO, INTRODUGAO I —ABORDAGENS CLASSICAS A SOCIOLOGIA DO ‘DIREITO IT —A FORMACAO DO DIREITO: BASES DE UMA ‘TEORIA SOCIOLOGICA 1 — Complexidade, contingéncia e a expectativa de expectativas 2. — Bxpectativas cognitivas ¢ normativas 3 — Processamento de apontamentos ‘4 — Institucionalizagio 5 — Identificagao de complexdes de expectativas 6 — Direlto como generalizagio congruente 7 — Direito e forga fica 8 — Estrutura e comportamento divergente 111 — 0 DIREITO COMO ESTRUTURA DA SOCIEDADE, 1 — 0 desenvolvimento do dielto e da sociedade 2 — 0 direito arcaico 3 — 0 direlto das culturas antigas 4 — A positivagéo do direito 12 12 1st 167 122 201 225 INTRODUGKO Toda convivéncia humana € direta ou indiretamente unhadia pelo direito. Como no caso do saber, 0 dreto € um Jato social que em tudo se insinua,¢ do qual & tmposstol se Aabstrair. Sem o iret, nenhuma esferd da vida encontra tum ordenamento socal duradouro; nem a. familia ou @ Co- Imanidade religiosa, nem a pesguisa’cientiica ou @ organi. acho partidaria de orientacoes poitias A convieéncla #0: cial sempre esta pré-jettada a regras normativas que ex: ‘luem ‘outros possfeis ordenamentor, e que prevendem ser Impostor, de forma sufcientomente fetta” Sempre @ i presemaie! tn minima de orienta arans ere ‘que possam variar 0 grau de expliciacdo dis normas de aifeito,« @ sua eetividade em termos de dsterminagda comportamental. ‘sto torna ainda mais surpreendente que esse fato, do Airito pouco ocupe os socidlogos. Nas unioersidades, a "So. lologta do dveito” pouco aparece como discipline, © quando isto ooorre a tarefa de leciondia 6 assumida mals por juris. fas que por socslogas. Falta completamente uma, rélagda entra essa discipline 9 desenvotermento recente de feorias socitdgicns. Tats ligacdes existem mais com a discussdo ba stea das Cléneias juriaieas. as pesqulsas empiricas no cam. po da sociologia do" diveito podem ser contodas nos dedos, 2 em que nos altimor anor 0 interewse tenka aumentado, 4 socltapia do diretto encontrase em dessantagem na com om outras dreas da pesguisa socolopioa, como @ Socoiogia da familia, a soctologia da organiengdo, a socio logia politica, a da extratifcardo e mobiidade socials, ¢ a 1 teorta dos paveis. Serta posivel até mesmo questionar se fxiste uma sovologia socioldgia da direito. A soctologia do Aint 26 podera ser fecundamente desensotsida como aise 1 ade secundaria de juristas, como Hermann Kantorowies ‘ontrapss aos toctdlogas reundas em sew primeiro congresso fatemac Essa fecundidade, povém, nao se exmresson,e-ainda hoje parece tratarse aqui essenciaimente de ma aspiragdo doo jurists, devejoses por wm auciio ra aplicagda de se%- fengas e na faclifagto de fundamentecces, mas faves tamt- bm por uni aconsetnamento poltico-juridieo. or que a sociologia do dirito 6 £40 dificil para 05 80 ciatogon? °Bs eocélogos podem simplesmente remeterse & prépria ciéncia juriicw, sob cujo controle concettuat 0 dirtto de- Senvolveu-se a im nivel de complicado extraordindro. Sem fstudos eapecials penosos nao sera posivel penetvar nessa ‘materia. Quem nao soubesse, por exemplo, o que significa socar a vlldade juridea, aguo negatura, ato admimistra- ico de duplo efeto ele, continuaria sendo um mero dle ante e ndo poderia avalide quettoesjurtdcas, Sem uma come preensdo. para os conceit, co simbotos «68 instruments Ue angumentagao do jurisee ndo seria poesiel progredir fambem em termes. soctoligicos. Coma seria posstve, por exemplo, analiar se @ proveniéneta social de urn Jul2 ine Jiuentie suas sentencas, ce nao se puderavaliar 80 sels arg Inontos sio corretos ov errados, on utitzados de Jorma sg. mifloantemente distorcida, mas ainda sustentavel em tor ‘mos juridios. Uma outra duvida jundamentacse em que 0 direit re ftetese direta ou sndireiamente em todes as esforas da ida, endo, portento, dpctmente tsotivel, em termor empiicas toro um fenémeno especfico. Uma socologta do direto qu pretendesse perecrutor estes ramificacdes ndo 96 precisaria Gheorver o conhecimento juridieocientifico, mas tera. que tonstituirse como” sictologia em sua totatidade ,além iso, servir aos juristas como guicne geral de rniormacoes Scctolspicas ‘Na pratca, orem, essa tareja'¢ irealive Nao é por mera casuatidade que as soviologia especits Dem Sucedidas, como a soctologia da famila, @ socologia da or- ‘anisagao, «tovioiagia politica ¢ atualmente cada ve2 mats Eambém a Sociologia ta eénosa, tem por tema sistemas s- cats demarcadas na priprin realidad! socal. rn OMtr9s ca Son, como no da sociolagia da furentuce on no campo de Des ‘Tusas sobre etralieacoes e mabiidade, estan tadas deli Initagoes do objeto bem operacionelisaes Seimpre que 0 a ‘campo de pesqutsas ndo apresenta critérios clars de demar- ‘agdo, as soctolopas especan sto evadas d situagho erica tie se! conaitvirem como teoria wacilogica geval, ov entao ‘efinnar: Isso ocorreu com @ sociologia do canhecimento em Sua tenfatioa de tematizar a onientagdo cognitica em. ua sociologia expec. O mesma sucede Com @ soctologia do dt reito "em im paraleiomo evjas raades tremos desvendar ~ na mediga em que cla desee Jazer da orientagdo norma Hive como we ont tema de tn stooge erpeia= Atuaimente observase q tendéneia a exguicarse dessas aude de Joma str "nor um Ya expe fiologia do diet uma vejerénca toda especial 20 proprio Aireto. Nem todo inoresso tana toa comeretal ¢ eres Sande em Lerman juriicosocioligicas, taosomente porgie lum escorregdo em wma exeada demasiadamente encerada ppoderasatingir o dever do propritario em garantir segue: ange do trénsito. pico em suas dependencias, gerando ‘astm ‘ima obrigagio de. responsabildade. Pelo ‘ontario, ferta que tratarse de eomporiamentos no Bolo de papéis cmt particular eentrados ¢ relacionados tematieamiente. com. 0 firetto, como reacoes a mudancas leeis,sotetacoes de’ opie ‘oes sobre dterminadae questacs legals, ov siuagSes,e- Imethantes. Com teso porém, e esse é 0 outro aspecto, elit masse o direlto em sua folaidade, em sa complezitade, om fa "fnedo social, om seu cardier basilar onipresente, 40 ‘qual pode-re recorrer enguanto possibidade. O direto dest. frarece da sotoogte do direito” Nesse sentdo apresentom-se iverson possiiidades,algumas das quote comcgam a” dex ‘Seneolver'ae como pontos contrat de xa nova sotalogia do aireito voltoda pare a pesquisa empiviea Uma saida consiste em desviar a ateneao do direto para 0 jurista Com isto‘0 soctsogo volta. thar wm torreno tras he & familiar Partindo de wm eoncello coral da soto. fopia mais recente, cle pode peagiisar 0. papel do jurista esse contezto ete ie depara com diveras configuragden, co. Ino 0 papel do juis, do edvogado, do jurista adminstratoo, {i jurist econtmico, do. procurador. Agu! poderia tates. Sar'a combinacdo dees papele, sua consstenc. pofissi- wat &, om terms mais tetatados, por exemplo, a verifica: > Se cues papets possem tracoi em comin que POsebe len uma interacdo funcional, uma amentcagay de' conf ton uma objetoagda dos eontroles reciprocoss& feora dos ° apis leva ainda @ indagagdo se as expectatives de papéis So" condtenes vines com es cr, @ tnd sobre guais ‘medidas de preceugio e quats estretégias tamentats 50 prestam pare muperar Gontradigoes cite expectaticas de apes, potebiitando, assim, que por exempio wm advogado Eoneiie"srepresentagdo dov ineresses do sew clente com 0 exereicio digno do deta Tass reftexdes fosem parte de pesguisas que véem 0 fix rista como tar prota. Com isto.é ressaltada a questéo da Garreira, iso’ @, a verjieapao de como determinadas.ca7ac- feristicas (proveniencia social, rendimento na formagéo Pro fissonal, dade, comprovagio’ em determinadoe pape, Te ligio, retages poticay, ete) se dstrbuem ao longa do tem BO entre as diversas posigées Mierargulcas, o€ sea: quem, fom quaiscaracteistcas, chega onde? Ou, entao tndaga-se Sobre’ grew de profissionalisogdo desea avidade, por um ado no Hentido da propriedade de um conhecimento inaces- sivel em fermos genericos, ¢ por outro lado na medida em as chances dot decorrentes extejam vinculadas @ ma ica profisional expectfica Peagutcas deste tipo! ndo dependem, em sua abordagem, sua explleagio concetuat ¢ seu método, de um eclarecimen: to previo do proprio dreto e tua fungdo soval Elax podem ser realtzadah nesta mesma forma para 0 caso de madicos, empresirins,tedlogos,soldados, argutetos, ete. A referéneta a tomatica do papel ou da projisato seree Gpenas para 0 re corte de um campo de pesquisa melhor pormenoriado, ¢ para a delerminagao de aigumas condigbes paramétrices — Somo.o problema da morte para 0 madicoe, om outra forma, fara 9 soldado, ou 0 do confito para o furlsta. Os entrain famentos tericos ligam estas pesquisas ndo com a socola- Sia do dieito, mas com a teria tos papets¢ com a sciologta fie profseder:€ de td que eiasrecebem seus tmpulos,¢ para tse destin seus resultados generaledvel, ‘Algo semethante ocorre com sum segundo tipo de exfor os, qe tentam esclarecer 0 comportamento. de pequenos Sripor que ezercem decisbee juriicas, prncipaimente nos ses de colegiadon de jules. As questoes a serem pesquisa. fas e as téenteas sé9 tomadas da pesquisa de pequenos gri- Pot, © i se comprovaram em contestas completamente die- Fenkss (como na soctologia industrial ¢ emt grupos exper Imentats)."Os colegiados apresentam-se coma um “exper. 10 alae bal ea sees acta con am cots bent Seto fae mbtienene grime agen ern focaccia fos ete ws i el de le a aie rn de pi ay “dieters dei si si oat a ae, oat ote pepe ree een tale ee pt len re ae ee. Ieee rr tees nn Nop fae ‘cura-se verificar qual opinido, sustentada’por quate fatores, ore oie, naa ey, ae oi, ss me ee pe oes ee eee nL te porn iit coal doen toe ae ae rman game ee selene oe ee ate fete ps, ore ce ae Srna a tere iene pp ane Be, sro, wo ar ee rae eS be rasa team nate paged ho ea| Feel re none eas wa, cee a, fede ecry o atee e ip aan cele nen at Sie ci eins Fae eg eager Sc Seen metoe cre aes ice ae street fe ees ae Tiga conmrnnt tee een SD deen en Pageants wc Pega ced, ee eo eh seeder ere icc ivcoene eo ei ran cohen eae, ane Pals i fe spar cnn igre gaat gue eget et chil be mms tray ale de in En eat tee geese tne i ones cera, rat cna Riper at a ee u 0 se ax mesmas leis ndo poderiam ter outras conseqiléncias, uma vez vinculadas a determinacoes ou mecanismos de com trole diferentes. isso fiea demonstrado como a propria com: plezidade do direito estabelece estreitos limites @ pesquisa empiriea socilégica 4 diversidade objetiva da tematica ju- Tidica aificuita 0 esforco generalizante, no. mats tipico para 4@ pesquisa socioligioa’ a formacdo de correlacoes @ hipéteses {enéricas sobre complezdes comportamentat ‘Com isso retornamos ao nosso ponto de partida. 0 con- torno do diveito, tide como demasiadamente diftel! nao per- manece de todo estéril na mais recente pesquica juridico- Sociolégica. Ela pode, perfeitamente, dar seus frutos, As pe Gquisas que atualmente se desenoolvem sob tals perspectioas hheterogéneas nao devem ser desencorajadas ou até Interrom- pidas, como. ge fossem descaminnos. Por outro lado é evi ente que elas ndo satisfazem enquanto sociologia do di- Teito. Falta-ihes 0 proprio direito, ¢ com isso falta também @ conerdo interna entre essas diversas abordagens de. pes- Guise." A andlise dos papste profisionats em nada contribua ara a pesquisa de opinides,¢ a pesquisa de optnioes ndo for- hece qualquer hipdtese para a andlise do processo da. deel. Sao judicial. Apenas seria posstoe! tracar algumas grosseiras linhas de tgacdo — como no sentido da hipdtess de que jui- ‘2s eruditos, provenientes de camadas socials mats elevadas, ‘do produzirlam uma jurtsprudéncia que tiveste ressondzcta junto’ @ populacao, ‘Uma integracdo convincente daquelas Dpesquitas empiricas s6 seria Teallatvel atravds da reintrodi- (edo. do direto na sociologia juridica, por melo de uma 80- Giologia do direito ievada a sério. ‘Um tal programa, porém, ndo ultrapassa as difieulda des jd’ mencionadas, mas leva diretamente @ elas. O que im ‘porta, portanto, é ter clareza sobre 0 cerne destas difieulda- des @ encaminhé-as em termes conceituais claros, 2. que ‘do 6 possfoe! uma soluedo simples. 0 'ordenamento juridico, tal como nds 9 conhecemos atualmente, € ma construcdo de alta complesidade estruti ada, Complexidade deve ser entendida au! ¢ no restante esse texto como 1 totalidade das possiilidades de experiin- clas ou aeées, cuja ativacdo permita o estabelecimento. de uma relacdo de sentido — no easo do direito isso slonifiea considerar nao apenas 0 legalmente permitida, mas também fas acces Tepalmente protbidas, sempre que relacionadas ap Aireito de forma sensivel, como, por exemplo, ao se ovulta 2 rem: A complezidade de um campo de possibilidades pode fer grande ou pequena, em termos quantitatios, de diversi- dade ou de interdependéncia. Além disso ela pode ser deses- ‘truturada ow estruturada’ A compleridade totalmente de- sestruturada seria o caso limite da névoa original, do arbi- trio e da iguatdade de todas as posstoitdades. A compleri- dade estrufurada.constitui-se ‘a’ medida em gue as pOssi- Didades se ctuan ou lnitem reciprocamente, Ne Com: estruturada, portanto, surgem problemas de,com- atibilidade e compossibilidade, A atioagdo de uma determi- ‘nada possibiidade diogueia aq’ da outra, mas permite, por outro lado, @ construcao de novas possibitidades que c'pres- ‘Supdem. Desta forma uma contitulgdo de Estado de diet to” exelui mais ou menos efetivamente numerosos modos comportamentais, abrindo porém, e exatamente por 1880, 0 ‘camtmho para outros modor comportamentais, como por exemplo agoes constitucionais que de outra forma nfo se. Flam possiveis, por dependerem da estruturacao (senda con lngentes). Com seo a estrutura pode aumentar a comple: dade de um sistema social no sentido de que, apesar aa limi {agio reotproca das possitilidades, no total dispoerse de mais possibiidades para ‘uma escolha sensata, B exatamente a Grelusdo estralégica de possibilidades que, vista em termos fabutivas, conatitut 2 melo para a coneirucso de ordena- ‘mentor mais elevados, quo ndo podem consentir com lode ‘qualquer possibilidade ‘mas, ezctamente por isso, garantin- do sua heterogencidade, Evldentemente o direito exerce wma fungdo essere, se do decisiva, no alcance de uma compleridade mais alta’e fxtruturada em sistemas sociais. ao. buscar.se, porém, wm instrumental de pesquisa apropriado para. tais sistemas, ‘chocamo-nos como wma clara deficiéncia. Ndo € exagerado ‘epitrar que o desenvolvimnto cientifico encontra-se como {ue estrangulado por um desfiladeiro, perante sistemas com Frovada complesidade estruturada, e que 0 alargamento se~ (guro desse des/ladeiro 26 poderd ser realizado vagarosamen- Fe" teso € valida para qualquer eidncla, mas mais mitidamen- te paras ciéncias sociais!* O repertério de métodos e teorias Ae que dispomos atualmente pressupde mcrosistemas, de baiza ‘complezidade, por exemplo pequenos grupos experimentas, ‘nos guaie apenas powens varldvets estdo correlacionadas, for: hnando defensdvel @ clausula “ceteris-paribus”, ou entdo se re- yore a um grande numero de fatores homogéneos, aleatorla- 18 ‘mente dispersos, que podem ser tratados com métodos esta- tstices — ou seja, sistemas de baiza complesidade extruti- ada, ou de alta complenidade desestraturada. Bm contra. ‘Posicdo, faltam instrumentos para aguele que talvez seja 0 ‘mais importante campo da pesguisa: os macrosistemas alta- ‘Essa stuapto se refiete claramente nos esforgos, antes deserts, de constr uma socilogia empirice do arti, f também explea sua deficiéncta. Com os concetas dp. pa: bel, profssdo, carrera, proceso deisorio,opinigo ow att. ie, @peaguica empirica fizase em mictosatemas extrut aos bu em grandes quantidades homogeneas pouco estr faradas,¢ extluem 0 direito como extrutura de um macro. Estema’complezo. Agora podemos sisuiisar 0 mato. que parece Jorear essa apeda: ele exté localizado mo foe! dified- Inente alteréel do desensoloimento da ciénota, na falta de tim instrumental adequado a macrosistemas complezot ¢ ruturados. © problema ¢ apucado na medida em que os recursos metodaligieos Joram concebidss, eladoradas © bastante aper- Feigoados no contexto dos campos de pesquisa até entdo aces Soci, ow seja'em pequenos sistemas ou grandes quantidades poucd estraturadae. Estes progreszos now recursos metode Eon passa, entdo, a defini? wm nivel de exigeneias tnatin. ‘eed no otto que’ nos inteessa; o dos macro-istomas, Em Formos de comparagio com 0 relerencal do século. XIX, (quando 0s feorias furidteo-toctolipias cldsicas foram for: ‘ruladas, foi considerdvel 0 erescimento atual das exigéncias ‘om terms de referéncia metodologie, precisdo concettual ide vomprobablidade emptrica. Ivo fica express, por ezem- bio, na exigencia de que afirmagbes tebricas sejom “opera. Flonaliavete” — ama esigencia que nao pode ser sataftta por nenhuma das teorias até agora colocadas em aisousséo Ro contesto dos macrovistomas, Ness eirunetoncias, quate Possbiliades ainda restam socioogia do dirtto? "fpossoel, ¢ noe iremos tentar, rstentar © tematsar 0 problema, aparentemente insalivel oo nivel atual da len la, da aita compleridade estruturada, Para a soctlogia do diretta iso slgnifica partir da questén do direto como extre. fara de tm Stem otal Seguindo as consideragbes Dr. “ bas acima esbocadas, a estruura de um sistema socal ter por funcao reqular a complexidade do sistema, Em ultra finalise a complexdadte de um sistema © sempre a comple- dade esiruturaimente possbtivada (contingente), mas por Outro ado também a estutura do sistema depente de Sua complexidade, pols improvdvetsestrutures arlscadas. como 2 'mutabitdade legal do direta, Ja pressupoen uma alia omplextdade do sstema, Sistemas simples tem necessida fles estruturais djerentes de sisters mais complexos, mas tambem possuem menos possibilidades de ergir ¢ mare {er estruiuras relevantes enquanto pressuposios de oUras possbildades estruarais. Socedades somples. por exempta possuem um dirlfo tradictonaimente determinado, conce Bido em termos relatisamente concretos. No decorer do de senvoluimento socel em direqao a compiexidade mats elev. dia, 0 dire tom que abstrir-se crescentemente, fem que fadgiurir uma elastetdade conceltuat-(nterpretatioa para fabranger situagdes heterogéneas, tem que ser modifleavel tira de dectaes, ou sea: tem que lornarse det Post tivo, Nesee sentido Jorma estrutuats © graus de complex dade da socedade coniconar se reiprocamente ‘Desa forma é necesaro vere peagulser 0 dre como cesirutura @.a sociedace come sistema em una relagao de inierdependéncta reeiproca. Essa relagdo possul também tim aspecto temporal alem do materia, tesando. portant, 1c ume! teoria evotucionista da soctedade € do diretto, A re Jerencia a esse teorema quaifiea cncetos,teoras © pesdul- ‘Sas empirieas como jurdico-soctolagtcas. Nesse coniexto. a Consideragdes «sega enconiram su coerenla © Sua Unie dade “zm um primeiro capitulo veremos que esse posctoya- mento ja vinka sendo elaborado nas abordagens cassicas ‘SSebiogta do dveto.e mals claramente te do que poems ‘observar atualmente. Para adquirrmos.¢ espeeificarmos a tase tedriea teremos, entao. que naw volar es um segundo Ciptul, aos mecanismas elenen(ares da frmagao do arto, our sela esclarecer © que se compreendé por norma. © que Jlngao 0 preceta normateo preenche na bide social. Nesse font ents pesalane plies Sc patos © ‘oclolggcas avangam bastante além do normatmente. apre ‘Prue na doutria ds fonts de deto'e na ding en. ire os diferentes tipas de normas juridicax © preuridces. Com base nas clocagaes do problema assim adlqifa, po demos travar, em wm terceiro capitulo, uma viséo panordmica Sobre as linkas bdsicas da evolucao social do desennole- ‘mento do direito. A tinha mestra dessa ands serd a hipd- tese de que a elevacdo da compleridade social ezige ¢ poss bilita modifeagées no arcabouco juriico. Isso leva. d con- cepedo de que a soctedade industria! moderna tem que Ins faurar seu direito como direto positivo, e modificdvel por {n- fermédio de. decisbes. O carater positivo do dieito, estra- nhamente nepligenciado pela sociologia do direito mais an- tiga, terd 0 objeto do quarto capitulo, o qual tambem trata- 1d de probiemas e mecanismos especificos aos ‘modernos Or- denarii arin, ag com de, gurls‘ el, cam pare. pesquisas furidicosocioligicas atuais. Ogu tapitiio trata das. possibilidades, condigdes ¢ difculdades (que a positivacdo do direlto apresenta as alteragoes estrutu- ais na soctedade, 1a medida em que desta forma possamos ‘isuailear as bases e 0 campo de pesguisa da sociologia de lireto, poderemos, finalizando, eZtratr conctusbes sobre 2 ‘muito dleutida relagdo entre a ciéncia do dirtto, @ sociolo- pine a teciologia do direit, 16 NOTAS DA INTRODUCAO onset ns nena scene aia ect hed PE De LAE Seeley Be ee le Gait Ee efor ie kind i Mae EEE eiacvatian ptt Soap Ee np rine ho te eae oe anette ns on wee obtain ad hoe ‘Steitung Richter an Oberlandesgerichten, tbidem p. 260-275. RICH- Hee aa ae cele ce ig ecient a Siac “gaan aur a Sibae a pati eta ee RET is nea ionic cbse RL ls ae a 1 satus in Jury deliberations meric, sztolopcal review n° {stip Tabele“Stmoprancerea soca proses the lend fury PanctionngGienoe/t.igbs SCHOMERT, Glendon. Guanit, tate enagris oj fue! SenanirGieneoe/ Ii, 850 dem, Sua! deeion mating fora logue Lanne, 16 Ice Jeatal beer Ghicage, ise “aem ‘rhe Yaatce! mind, Evanson, 16s, RALVEN, Jol ¢ TANENHAU teas Foonter of just esearch Nov ora, oon Yer ainda os imposly, furtmeties Low nd one temporary problems, ns af tae. 1-270, Socal since approsenes {othe ella pocidaara es feview, nea ip Sti Barina ss prah ane recente ver” ROTTUEU TNE Haber 4a colo sidtorutnen lander Rritache fuss, 36 {8 Idem, Bice th p 0-88 0 alto agpeto oi briIRantemente eiteado em: HOWARD, 4, Woostord"On'the Muay of fuailal choice Fhe gmertean pol: Hal ence reviem m6, [0 fn, w considera iautente {do are mare tim toda a un compleridade € erent, ‘por Srempo em MENDELSON, Wallace ‘The nen-behaviral appfgnch {BSR fade proces The ameriean pottcat selene review St Iteyp "Sted BECKEN. Theodore ts Paldca behavertim and ‘oder sarupragenes Chicago, ith PULLER. Lon {An eterna ‘Since tnd he usin! pros, arora in Tv Ch. por exemple: SHGERSTEDT, Toren. etal, A research i og SRE PORTE, OD 8 Eh Ein Re mri Jouad ey sociology, no Giisse pa h MURPHY, ‘Walter . ¢TANENHAUS, Joseph. Public opinion and the UatigSuaas Supreme Cours Lat et soetely resin, 0% force? eth pa hor ind oe mae ee peo fom aéta seteopian® 10, 1068. Bath ae: pesquisa polendaas rer FOvGonsCk Aet‘beeleaten tgp ser oe Wssnte fen Mecha bis AINSCH Emmet Se REMBINDER: Mentos” Studer the Materialien sur Rechasosoote. Kelner Zatohrft Tar Sonor opie und Sutlnyenatgte ender expeial 1h (90h, 2-38 SP, ec: AUBERT, Vinelm. minige salalo Funktionen det catty: SS RGA REMBINDE op it, ab ‘woh DEUTSCHER, Irwin. Words and deeds, Socal problems, ne ia fun panna veg: QUE, Jee Pe alle of em and soma \UERMANN. ‘Heine Die.sogiale Rechtsrealivat “archi Jar ange ‘unate Sovolopl, n° 4 188, DAD "i" Para eas importante exearecimento ver abaiao, ern 18 2s ig teratara teria eases gnenntramoe (eget. ‘ene a tulerencaghy ere ompleidade desorgantade © ore ‘ede stt que tia serve de prootpo pars o orguniams. Ct WoW GeiabAairey. dg. ‘General ystem’ yheory ened ie tema, n° 1, 192, p. 3-20, Para, um esclareetmento mals dela MASknttag:Singen ‘© LOHMANN, Niles, Fheorte det Geaciuensyt oder Selec Prana, WT, B20 fe Gt: waaVER, Warren. Gelence and coment american sctentist, 08 lous’ p Savas. LEVE-StaAUSS, Claude” Antnroe Dotote ieraeturai: Pass, 188, 9 80. EMEBY, FH The ext thy Seat staan relaivens, 20, YOO, . 08-24 19 — ABORDAGENS CLASSICAS A SOCIOLOGIA DO DIREITO ‘6 se pode fala de socoiogia do dirito « partir do mo- mento em gue exsta a propria seiologa, ou sea apenas es Ge a segunda metado do século XIX. Bata ndo € apenas wma onsiatacdo evidente, tal qual am Gbvio terminologic, 10 Porgue a sociologia dam eunho todo especial ao intereste Stns no aie, clarumente dita de ato goes ante Hor tradigao europeis ja tinha pensado tobre a relacdo entre Seciedade'e dita ‘Aquela tradigio doutrindsia, de cujo desmoronamento, na virada do\seeulo XVIII 20 séetlo SUX, surpia a ucla: Bia, condi relagao entre soled dei de forma Para ela o direito sempre ja se apresentava. como dado, na essencia das assoelagbes humanas; ele era imanente Sa natures ¢ indissouvelmente enredado com outros tra: (6u caracteristicas da soeiedade, com a proximidade soval {arnizedo) e cor relagdes de hicrarguia"(dominseao), So Mente a” predeterminagto natiral-verdadeira do que’ sea fielto posiuiitava a hberdade concreta em institulyes por ltieas “"e nlo ao contrario, eomo no sentido de que’ 0 Broblema com relagio ao dirito tao sb teria que ser ried através de uma lberdade abstrata e indeterminsda. Para 0 Pencamenio em termes de eireito natal o convvio i so. Hledade humana no delineava. apenas uma normatiidade Stetrata como forma do ever de conteides indies: hadamente engendravels, ou seJa nio Spenas 2 para e sim piles Impreseindibllidade funcional. das normas, nas ‘aga: ‘a, além disso, mormas determinaveig em sn slstanela, que podiam relvindiear para si um surgiento ¢ uma, verdade Por assim dizer naturas. Deeta forma nao se tinha qualquer % vida ao afirmar-se que a sociedade seria ume reiacto de direita, ow até mesmo um eontrator — ma formuaeeo que Renhin eoeiSlogo teria coragem de repel, apeser de toda ‘alorznedo da fungio e a hmprescindbilidade de um onde: Damento juridleo, aga que distinc lca eidente,Ainde assim 0 reito natural je havia preparado a Interpretacdo socoldgien do dieta, emt sua ia fase, como diel tacional, © lao tsatamente com o auflio da categoria do contrato. O oe mem £ abstraldo como sujelto,e 0 contrato tornase a eate- Goria através da qual a dimensio social da vida humana Pode Ser pensada como dlapenivel e como contingent em qual der de suas configuragees, A contingénela das relagoes hue nanas ainda ¢ imaginada em uma forma do dct, mas 20 ‘mesmo tempo sso evolve una fal Faciealidade abstrata, partir da qual qualquer siveto torna-se possivel® Uma. (st Etlugido esse ponto, no 6 mais possiel retornar as erencas do passtdo em formas concretamiente vinculades ao dirlto festa apenas a possilidade de ampliar a tese Go contrato tomo 0 nico mecanteme de redo, no sentido da socieda” de como sistema social esse ¢ 0 caminho da soetlogia Comparanco com o drcito natural, a sociologia ve relagio entre soiedade e dzelte também como 0 inisoluvel, SG que mais strats, ow Se, com um maior espectro de va~ PMagdee, ‘Tarobém a socologia pode aceltar a tese de. que fous sociedade tem que. possi uma ordem Jutidea'* mas hoa tese aeguinte de que, por iso mesmo, certas normas juridicas seriam igualmente Wildes para todas as socieda- fee. No amblto da comparacao histriea © etnogratie, Pas Stbiltada pelas pesguises de séeulo 2X, praticamente nao { posevel Corstatare invarinens normattras, quando su folapenas em abotracoce quase desprovidas de qualquer sen- {iag?o aielto surge, entao, como ama construgao social em Drincipin indlspensevel mas sempre comingente em cada Uichiegdo, “Esme "contiagéneia, exe condicionamento da ‘pedo por outras posibidades, tornase o tema da soctolo fe do eto Glee prmelra vista isto pode parecer uma mera debilita- cio, nha versio mais abstrata da vis européia tradicional Coma ‘essn“sontraco, orem, conquista-se a redeneao do a foo natural, a ibéraego. com relacko A predominagto, de [EER "hoemaa Ge deo de validade.eenévia, © com isco ime petopectva mais dstanclada para com 0 proprio dire. a PPreree eee to. & pura existéncia da sociedadede no mals permite a de- iigho direta da vigencla de determinades normas, pelo coh trifio, drelto e Sociedade tm que ser abarcados ‘intogral- menté, como. varldvels empirieamente pesqulsavels, que & “Eterminads, are poder atatiar, tim determinado direito. Por 1ss0 a soclologla ndo se gente ‘brigada, e sequer autorizada, a compartiinar com a orien tacdo normativa da. vida em sociedade, e a procurar a base de'sua vigencia em normas superiores e principios indubité- vels, pois desta forme, como Emile Durkheim observou quase lronicamente, ela Identificaria nfo a realidade da moral de determinadas fociedades, mat apenas o modo como 0 mora- lista conoebe a mora ‘Ostanclamento com relagéo visio Intrompectira do direfo ¢ sun fundamentagio moral. caractriza t ‘sforco ur, eos dia como as aordagens css @ aso. 0 do diet. Eas se sompreendem como sociologicas der do'a exe distanciamento e & vatiagio da moral a pati de perspetivas Incongruentes.além cisco elas ge delaam e- Tar pels hipdtese de que seria Poulvel adquiie um cone: cmento causal, empificamente fundamentado, sobre 50. tledade ¢ sun relagho com o ait. Ease conbecimento & Srtlculado através de um quadro referencia historco-evolu: Slonista A nogda se evo oferecem pssbieade da Tela” vio, eatin tempering do deo nara uanto proceso, a evolugao € concedida em termos ca ‘SU muy dun respi no seu senda, la 6 pensade airanes de categoras moras, como Progreso. Conesde-e no direlto Sima psig central no desehvlrimento tolal =~ nto oom lim fausa impulslonadora ou planejedn no sentido polltico do desenvolvimento, mas como forma e expresso data. Ho soral corresporidente, Assim, apeenr dus ferences en- {re as veraber insividuns,& posse! reoohecer tes pres: ss comune &soclolopla essen do vito, através das quais {ne diferencia da doatrina do dire natura: 1) © dello titereneiado como estratura normativa da sociedad, coro tum conjunto fatien de vida ee agdo. (O crelto no mals & : 3.2) Diteto.¢ socedade so. concedes como ‘duas yaridvetedependentes entre si, e correagdo em, sug ‘atlagio € concebidn em termor evolicionisas = no 960 2 ee a co a Sera gam coe saa set. Sea ee SARS tame an xocen stole lt ne, tte ata Sane en tteeemeomita tae Tat oe See as age eas et si cs Seana fa frm ue nar nesta lec eye ra ae Se ee naes dl me a ie eet oe cme em cn, i Sam ate tial oat sara etic a ees Gk epee cle Seng a ea ea Se ae reopen pase naotnte Ts eines arson a ae sand itt Re Mrs rage ee gander ee acres soa 5 aoa sees ei emis ane hae suo doi nom ete @ am oi ei co oe oes et ie an ude anol « ne ei, ri iS oege cede aie iene thea oes © ae omens meraie i demerit ig cer ane se pee se lemon eae de acca oe cr me Pee, oa wae series we Sc, deeper rt begeueesidee eas Genoa Gat Pec ag as ct ae oe te hi rl cate he era oe spice once, onde see seats cis See oe ree thre peat gc cents der of may de cemmace Ge osemetmen er enc ae geeropeny etae e, irae eae ae oid elas as aS peptone Pray Sania mei SEER Reh or aoa coe 23 ee oer sre. reas gmat ge foe iat ure dee ere ee SE maleate tn eet ae ie Cet Poe ace aaa ee a se eae i oe eats Saas aS sarpeitese te area ET gh Piney etme ie Sepa oe sommes lee eu oes Heese rae ae, a Aa esteem amma Mate Sree aaa cect agit, Er Bias coment i data dies sate Dae ratte ee har see aie nee, os owt, i ee eaters a cages cnet Pigeen epee ge, Peae , acetae Bed See ae ee cone at ee ee cena ls ey ig ods» So oe Fete cat MED scr att 2 ern ee a aceasta een ee Poorer ey hey ere he fo Hor ei i le fu, ee ee oe et a ga nie ae dso beet Ae Seri ete aria ae Sees epee eps am an sehen ad pr gs dea Be ate ee eee esa BE cote eehey rp am ikke ogee ermorncs a fase can any a aes eae, rece fa eo eee ete oma aie sei gal ny rma cas ie acta a tata eee et emg oan commons aed ances ot ive oe te renee a seam, gto Tere ge SaaS ae eae ee oc cy de status, © status concede a expacidaue Juridica, no a qualquer um, mas sim de forma diferenciada ¢ sempre con- rota para cada tatera de dieltose deveres e para liberdades Geimfadas, que sa disrbuldao através da cifeenciagan de Satus na socledade Assim a estrutura familiar du sociedad, mals tarde a estomenia}, ordena bastante coneretamente, & to mesmo tempo, a danougao de ass © obrigates por exemplo quem pode easar, quem pode eapur, quem pode Riailcer ule nogins ee deve err Be uence: dip —e per isso mesmo ela configura sua realldade nessa cei Poue> & poueo. porém, o desenvolvimento social de sis- temas de complendade mais elevada, e prinelpalmente o a tnento do volume quantitative e. das interdependencias Economia, forearm no sentigo de ‘uma malar mobllsagso das ‘elacdes juridiess, de uma dissoliugdo. de convences-dema- Sadamente compactss, tronsmitidas por tradieo, de vallda- fe anenas Joel, ninda no sentido e dispensar condicdes Sccivestraturais io mais necessarian para a cistiouleaa onrenie de direlios-e-deveren A dominacto™poltca. des prendese Ge antiga ordem Gas familias ¢ inhogens capaci Fendosse, assim, # conceder ao ndividuo uma iberdade © ton mobilidade mais amp. © sus connubit ec commerct tTampliado e, finsimente, etataldo universalmente com ca- fmeidade foridles propria. Ao tinal do sfeulo XVII, com 8 Eisolugio da orem esiamental,o homem, em sua persone Fidade abstrta. tors-se Getentor do direlia, "por que ele 3 tim ser human, e née por ser jude, catolico, protestante emo, tain, ete"""Desta forma’ desaparece a vincule™ Gio da reparticio do dtelto a uma estrutura social! preset fee forma demasiadamente concrete. O novo instrument Eisrivutite denomin-se contrat Na conoepeo berate Sinda, preseupoe spenas tipos elares para feciitagao {api entendimenta entre desconhecides, disposiqoes eon {fe danos mutucs e a previsibilidade do funcionamento 10 Emoito an jurisdigan, Dentro deste parkmetros 8 socindade {ud poderia tolerar ‘fsa formula do erescimento da variabllidade estrutu- ralmente permlssvel € sproprinda também ao movimento Go'etatas no conta h remeto ene etutura sora ¢ onfiguracao conerela do zeto também & enfraquesida pe- IintGrvesienela Ga dxposieo contratoal lie ereravel cot TGrme as situagges. 0 direito néo mals esté tao Imediata 8 Betis ate leon ea ae wae epi taut aoe trae sete oreo Sie ae ee yam bli see rl Par a ues maa, 0 dst. Mee none ero coh ca i SEES, soem ealeptenrmene, clade sere pene deer, puerta SRR Ratatat oe ctl ee irl ede ou ora mal coe pcan et ac sutures covers se gular arena me cer eae sree eran 9 elias late ‘ne ebro 5 meted al, Riosgate Botbereepamacnes,& weak oe a Terie pre Puce, tpn, lena nna Sea aterm ga, prac: sola) ce cope, Amami os rds conta feces Sarees Pee rats Go a oe ig ag ee com frm ora & ora aes une ees, ele Sec fr cm lenlte scl eons os @ Seperate mea melee, Bee Sera g eau com oa errno ogee is eeeceeatts epmentar, ces fncnal A dle fender fevriga, nto ola nies rao cerca ppc inate cemeteries eum, crm cline co Sees, ent fi, acon, eel » especiticacio sulleente dos sistemas parcias, como condl- f2es prévias para a delimllagdo e 0 céleulo de danos. Durk- Teim acredita poder vertcar empiricamente uma tal ree truturngi e a'rclagag entre @ exratira social eo lreito, através da comprovagao de sua, covariacao — relvindieando 4ssim uma Socolopia empiriea do ditto ao nivel do macro. sistema de sociedade ‘Uma vex acolhide o problema da complexidade estrutu- ralmente permissive, esta tambésn pode set vista como a Indagacio central da soiologia do tteto de Durkheim. De- eisivo para Durkheim ¢ 0 tipo de éierenclagio sstematica; & forma do dieltoLoeaizasse nim plano secundario, apesa Ge fortemente vineulada & forma de alferenciaao. Partindo da questdo da iguldacdo de tranagresfes a0 diel, © Bro: biema do airelto¢ captado em um de seus aapeetos central, mas novamente tratado wollateral e, portanto, deflelente- Iente, Realmente as sanches restituivas alo mals varivels, fais especifeamente doseveis,¢ com iso mais adaptavels ‘que sangoes repressivas, na méeida em que permitem 0 Jul amento de cada transgressdo canforme suas consequéncias, hag ease ganno em easleigade e-em permlssiviaade de al- temativas € apenas ‘um dos muitos agpectos que 0 deta tem que apresentar nas sdcledades medermas ‘A conjunglo das formas que o interesse s6iojuraico assume em Marz, Maine © Du7Rheim se baseia na unidade de uma coloengio evolucioniete ainda instficientemente at- tieulada. Ao mesmo tempo ela mostra que cada. interesse teérieo.(e nem sempre apenas tecrco) ‘larela apenas as- pectos parcits,cuja nevessdade de complementarizagao fies Eridente através de comparaggo, Hose quadro néo se altern So continuarmos nessa exploragdo, ehegando a Merz Weber ‘Mendo-e lnilalmente aos fragmentas da obra de Weber pubilcadas sob titulo de “socoiogia do areto",” apesar de oda riqueza de seu detathamento mistoreo,resslta um in- tee aso de onecimeno: a indagackn quanto 8 ra Glonallzagao ‘como. trago fundamental do, desenvolvimen di sociedade europa, principalmente nce tempas modernos Gisdeeneantamento @o mundo", a constituigao do uma re: Gedo mais raclonal/com 0. mid e notadamente 0 exgit GS economia capa to no eet rua con fete suas consegteneas. O dielto tem que ser econstitu Sor abandonando qualidades em principio materiais (estabe- a eo me cnt en, emi o i scree corr coun tegtie fouahince Ea pes ime gates SF sue nl {mene ction on as a a aoe ie sna te rt ah pte oe ana tiatsn atin athe tg th ats atest Sinton wate Sonera eee Seen ala eaaits Sahl tartans Gore guamiee sy oy oes ata uh etsy iat sige el Saba Se rh tye ata ne tar el sere a par ah ea a SR ene: aman fs as etna eee Seca inden el ea eo sl, ie sel tart Seti a econ ana sage ws Goa Piente hante Sag tae fe Na cat aah oem Pare ere PENG at ene Seine Headly surat bd ae ce tints fener ae SER taints fulness se tao aga, tha ea Soes Rane eheaescens SIRES tals pula See nla cen eee aan bene 2 aaa Be teas ene cera feeinanatcntone jonas ee 2% Lagio dos mecanismos de sangSo A reperacto de dans, Tan- btm as andlises de Weber, cuja igueza em matetial coereto ‘Mio pode ser aqui reproduaida, possuem Uma acentungan Unilateral, “comespondente ao interesoe que as orienta, Sendo que, slém dao, seu fundamento teérico Snaueien: tementé detenvolvdo. Faltzthe, prizepalmente, uma. con: ‘epee de raclonaligade social déslacével da aga0 individual Surpreende, portanto, que Talcott Parsons vislumbre & possililiade de revelar tanto em Durkheim quanto em We- ber pontos de referéncin para uma eoriasaciologiea geval ‘ue pode ser earacterizada como uma sociologia do dirito Generallsada, ja que procurs delerminar sistemas sociais Bartir da impreccindiblldade de suas extruturas normativas Por isso vale a. pena rever Durkheim e Weber & partir da Gtiea de Parsons Parsons acentua que as posgdes tebricas anteriores a Durkheim e Weber, na sua totalicade, nao podiam fazer Jus: liga ao cieito, endo que as primeiras basee para tma tedria SSelologiea autdnome cristallaarstla exatamente em torn dese problzma, O ullitarsmo, devido & su posigGo de in- teresse naturaliste-individualist, estaria Incapactiado para Solucionar o problema de "agregasao” de valores socal. A isso Durkneon tela contraposto a tese da Tealidade objetiva Gas normas soclsie Tampovco a sho materalista da soc dade, ou a interprelacio gestation ideografien da histria lenis sido capazts de comprecnder relagso geral entre normas e intereases. A isso Weber contraporia uma analise ‘4a acdo sociale Upos ideas formades comm base nessa and: lise, Bm fmboe os casos tratavase de fecoehecer regula: rmentagio.antecipada da ago através ‘Je normas, emt Te- fluziro cireto ama erdem coereiliva minima, a uma ex: Drestao ioldgica de interesses materia (e poranto Ja eles Iesmos nio ‘regulados. normalivamente, has “assbivaje: ‘dos, ou a um objeto da interpretagto historleohermengu- fica ‘Durkheim no fol além da constatagio de uma realida- de stcial sutGnoma do dever-ser normative, que integra ot- dng socais eiferencladas ¢ determina ngo spenas 0 comm portamento normal, mas também o compertamento iver= ente e ale mesmo o corportamento “andmico™ inclusive 0 Suleidio, Nao ehegou, prinelpalmente, a um conceito mals preciso do direto. Desta fofma a infiuéncia de ‘Durkheim 29 fea com que, especialmente nos autores franceses (e, de for- ‘ma distinta, também no préprio Parsons) 2 soriologia do dt reito e a teoria socioldgiea fuam uma na outa)” ‘A situagio de Weber parece ser diferente, sua sociologin| do direlto assumiu um contorno mais nitido, mas nessa ver So mais delimitada nio absorve a contribuicia tedrica de Weber para uma coneepedo sociologica do direlto* A "so: clologia do direito” de Weber nao @ a sociologia do dlrelta ‘weberiana” Sua conteibuigao especifica localiza-se no e- curso radical a um conceito de acio referido ao sujeito. A ‘agdo soelal nao mals é descrita em termos Ontieas, naturais. featacteristieos, mas definida através do “sentido Intenclo- ‘nado’, 04 sea, compreendida como algo que primeira tem que ser Identifieado pelo sujelto ator. Por ser uma esco- tha do sujeto, tods aeGo é, de inicio, contingente; mas va- rlavel. Desta forma 6 possivel, e necessario. compreender a ‘ordem soeial ndo mals como limtacso de uma lberdade re- ferida a necessidades, mas sim como uma limitacio daquela mesma contingéncia’ da acio, como reduedo que se motiva ‘al propria logo. que um ator referencia o sentido inten- lonalfo de sua aes e um outro ator, fixando-o assim de for- ‘ma compreensivel. Weber responde a0 problema da. eontin- éncia, porém, com o conceita neo-kantiano de cultura, no tontexto da teoria do conhecimento, e, em termos de soclo- fogia, com a concepedo antiga da’ dominacdo; permanece inexplorada ‘a. pessibilidade dese cesenvolver. uma. teoria soeiol6giea do dever-ser normativo exatamente a partir des- quesiaa” Para colocar em movimento um tal desenvolvimento fot necessiria uma aflrmacto singular, estranha: que Durkheir fe Weber, no fundo, represenfariam a mesma teorla,socio- Togha Parsons teve essa lela ¢ ele soube como torndcle fre tifera Nao precisamos julgar agua equivaléncia que Parsons estabelece entre Durtheim e Weber em termos de ‘histrla da elénela, Tmporta que em seu esforgo por compro- var uma fal convergénela, Parsons encontroa motives e ma- ferial suficientes para uma teoria soeiolégiea propria, que transcende o reallema normativa de Durkheim e o subjetl- vismo do sentido de Weber, localizando-se assim. logo de int- cio, em um nivel de abstracso mais elevado. Parsons relaciona a odjetividade do quadro normative a sociedade d ta Durkheim & contingeneia da ago subjeti- 30 8 4 la Weber. Segundo sua tese cenical, os diversos atores, ‘auc podem da> teeta indivigusiimente sabjtive soz flo serge qu eajem atuar ere 8 wha ta taco, tém ge integra as expectativas reiprocas de com. arlaento, © esr tntegracao oenme com 9 feet & est Bilidade de normas dussoris, compreenaivcls © assmilivels De otra for ‘ ra forma seria imposevel superar a “aupla contin: inclu” da determinacto do, sentido da acdo i partir de fois sujeltes e tampouen constitu x “eomplementarsdade™ das rspectivas expectatvan:™ Sendo: astm toda inferaeso uradoma pressupse normas, e sem elas néo constitul um sistema AME onde oe sustenta eson argumentagio? Quais suas conseqiiéncias pare a sociologia do direto® - O argumento é convincente como fundamentag fun clonal dar imprescindibisede: de nora etm asta ao Sinis Ble éportm, Toreademente diatado quande, Pare Girma abainente — apis uma iaeguranga nica” que Sestrulura de sistemas sociale consitunee-de expectaies, hormatives com o que We exclu do esteme Sl as Gr truturay de outros tps. Esse conespedo fore utleacio de ur coneeito de sistema social Fedieido agao reenda 2 formas, cuje uolaterallaade nao mal poder ser eorigiaa fa socolgla, mas apenas tin uma tua abrangente cldgei, de acho. A qusstio Ge Tetcko entre estatares hormativas ¢ outras estaturas (p. ex. eogniivas) & astm, elu na indagasio sonre as rlacSesweiproene entre o iverso si- temas analties paris (cultura, sistema sola, ister de Pesonalidade, organamo do sistema e se80 "essa € tna Keenica de dcsoramento de problemas tipica ein Parsons Desis forma ae possbiteades{mpiiitas no probleme Gn con- tingéncia, no sentido do esinreclmento a famesa expecicn do Geversernormatiso~'e analogamente do drete = 50 fntes obscurceldas que decenvavides ‘Ao Indo da pouco desenvolida sciologia do dirsito que es ila Fedemos eno omit soncnento de ura Supra cesenvolvion soclngia co dielto que coincide om evra dos sistemas sci Tembém nese eoncepeto cee eno ios anos, # tmportanci da rela erie esta, Suna desenvoirmento socal em cujo cotexto ateouioa lim posto central As contribuigsey generates do sce tema Citra através da estaildade de sua fgto de sm a oles: Ao lade de outras agulsigdes evolutivas como a lin- guagem, a escrita, a deminacio buroeratica, a moeda ete, fambém € meneionto o airelto (por exemplo justia poll Hcamente independesite e normas universalisticamente apl caves), mas é exatamente nese contexto que-o desenvolvl- mento Gessas idelas deixam muito a desejar. A visdo geral faqui inteneionada hao sipeva nem sequer aleanga, em ter- mos de preciaio e de eonvencimento, os eonheeimentos pat elals seummuladas desde Marr ‘Para completar nosso panorama gera) temos que retor- nar a um contemporaneo’ de Durkheim ¢ Weber: Eugen Ehrlich, Ehrlich civide com as juristas progressistas da sua época a convicedo na invufleneia de uma jurlspradéncla uramente conecitual que pretensamente aereditaria poder Seeidir sobre qualquer questo Juridica através da. dedueso lgiea a partir cle urs completo sistema. conceltual regula- tivo. 24 st dispunha das primeiras experiéneias com a socie- dade Industrializada tornando claro que se impunham a0 - relto necessidades de absorcdo de problemas complexos e de eonstante adequiacho As mudancas socials, ex quals ilo mais Doderlam ser supridas com os recursos exepéticos da analise Conecituel. Para Ehriteh, que vivia em Bukowina, essa expe- Fiéneia era menos tipiea que para outras representantes da jurlsprudéneia soeiolofiea™ Ap contrario de outros juristas ome Rudolf von Ihering, Phitipo Heck ou Roscoe Pound, ‘que se satlsfatiam com una eléncla Juridica sociologizante due destacasse os interestes na interprelagio das normas.” Ehrlich procura, em sua "Fundamentacdo da sociologia do direito” (1013) fundamentar a propria elénela Juridica na Sociologia do direito, Para ele o diteito €a organizacéo fat {0 comportamento em corporacdes socias; ele surge na vi Social, € dal a acentuacio loeallza-se na propria sociedade, fem sias mudaneas fations. O direito formulado por jurls- tis em eonceitos e preceltos,e ainda mals o direto estatuido pelo Estado sio um fendmeno secundario, derivado e det Glentemente verballzado. A aplicacdo do direito dos juristas fou do dirvito estatal, em easa de duvidas, tem que Tecorrer fo direito Tatieamente vivenciado, ao diteito elementar da Soctedade, "Tal avanco alarmou juristas mas no tmpressionou es- Peclalmente os sockdlogos, Em termos socioldgiens € evidente {Que o direito € direlto da socledade ¢ com ela se modifi. A artir dat nao é possivel erigir uma trinchelra de contraposl- 32 ‘io 20 diteito dos juristas ou a0 direito estatal que, como formacdes juridias, so sao compreensiveis no contexto so- cial —e nunca fora dete. Aguilo que Ehrich trata @ partir fo anguto superado de uma separagdo entre Estado e socie- fade €, na verdade, uma diferenciagao de papéls e sistemas tna sotiedade. A Intengao selobgica de Ehriich, sua pesquisa bre os “fates suridicos” da vida goclal préjuticica, perma- necem insufiicntes em termos tedrcas e relativamente in- fratieras; e seu conceito. de. direito.permancee abscuro.* For outro lado o exame da ilizagio juridica de nogdes dog- Indtleas e da questionével autonomia da especalidade ju Fldiea" fornece Interessantes estlareelmentos sobre PTODI=- yas dessa diferenclago de papéls; eas team que set com- Flementadae por estides correlates tobre sua funeao social, ‘Suns conseqiéneias e sobre as razbes de sua imprescindlbi- Tidade pars o comando do diet de sociedades complexas "A itonomia relativa e a dindmica propria da lingua gem téentea jure, 2 questio de seu dlrecionamento pelo Iepisiativo, tla especificidade funcional, sus abertura ¢om relaeao a influénelas solais, seu valor como poder nas ma0s de delerminados grupos, suas necessidades aispéndios em {ermos de trabaito, tempo, dinheiro e inteligenci, as possl billdades de sua raclonelaacao e automacto — todos esses feriam problemas sociologicamente interessantes. “Mesto assim auase nao podemos registrar nesses areas progressos {ue ultrapassem as colocagdes de Bhrlich significativamente ‘Um maior impacto ¢ causado apenas pelo desenvolvimento ts doginitieafuridiea comparativa, evidenciando o papel fos institutes do dielto, des prinlpios Juridices, das normas, das regras de argumentacdo ele, em sua fancio como for. {nas sistemicas de encaminhaménto de problemas.” Nese Contento tteoria do direlto desemboca em um estilo funcional fe abstraedo que mina a utllzagao “ingenua” da dogmatica furdien. ‘Mas de onde extrat a dogmatica jurdlen seus problemas? Certa ver a “Revista de direito privado estran- foro € intemacional” passou essa tarefa para a sociologia dp divelto: ela seria'a “lnguagem original” da comparacso Juridica" Mas ‘a "Revista de direto privado estrangeiro © Infernaciona no ¢ ie por soelloges. “Agora Ja, podemos.desenvotver. conclusivamente algu- sas eatacteristicas correntes das abordagens eldssicas & s0- Tloogin a9 direio, © dello nao é determinado por sl prO- palo Sura partir de normas ou Prineipios superiores, mas Por 3 sua referéneta & sociedade. Essa referéncla no ¢ interpreta- 4da-no sentido tradicional de uma bierarquia de tontes do airelto isto 6, a sccledade no substitut'o diceto natural, se bom gue o jurista Ehrlich aproxima-se perigosamente esse raciosinio — mas é compreendida como uma ci ‘Go tutta a modifieagdes evaluivas, e que pode ser veri ada empiricamente como tmoa Telagdo de causa ¢ efeto. A fvolugao'¢ sempre concebida como evacio da complexidade Soci (ou pelo menos suposta nao explicitamente), podendo Scent a papel olka ds comuniadcs tins fa passagem para a diferenlaeio funcional, da. complexi- ate'do modern processo econémico, ou das condigoes de comportamento objeivo-racional em eseata mundial. O di feito surge ento como elemento eodeterminante e codeter- Iinado fesse processo de desenvolvimento, Ele 0 fomenia fo adaptarse a suas necesaidades, Essas necessidades, po- rém, apontam para uma maior complexidade ¢ variabilidade Social: a socedade torna-se mais rien em possibilidades: com {sso seu direlto tem que ser estruturalmente compativel com tim mimero malor de possivelssituagdes e eventos. Certamente essa linha bésica de raclocinio, que teria permitido uma sintese, ndo representava a teoria da socolo- Bia clissca do. direio, mas" sim um panode-fundo Udo Some anto-eridente frente ao qual fora explludas aver Sas teorias, as quals se aproximam mats ot menos daquelas {dias basis. Bm termes de um esclareelmento suficlente- mente abstrato da relacio entre es desenvolvimentos da 8o- Cidade e do diteto fallava, tanto na teoria social quanto ‘ha teoria do divelto, 0 instrumental conceitual apropriado, ‘Dat resultaram as andlises parcial jé expostas e qu, basea~ as em pontas de referencia diferentes, eclareciam aspectos isolados! mas nunca a totalidade do fendmeno juridleo con- ‘emporiineo. Evidencla-se especialmente o fato de ter passe- fo quate que desspercebido aquele fendmena que earacter faa, mats que qualquer outro, o direlto da socledade Indus. {lal moderna: a posttiidade’ do diveto.” Pela primeira ver ha histérla mundiat-a modifieacSo do direto, pela lee'sta- fo desde 0 séeulo XIX, torna-se parts inteprante imanente Sp’ mririg diet, € irataén como questo de rolina cor- fente: dieito passa a str visto como em principio modi- Flve nase tadsformacio ccoreu praichnente mn Oar lelo to surgimenta éa soclologia do dre. # a sccllogia do direto delxou-a de lado — stja tratando a legisiagdo, em se Marz, como mstrumento da dominagio de classe, quase Jgnarando-a como em Durkheim,” vendo-a, como em Weber © Ehrlich, sob a perspeetiva dos tribunals ou das insthnelas de aplicagéo do direlto, ou até mesmo como em Parsons, vendo ‘2 sutonomia do sistema juridieo (ou seja 0 opasto da, post- tividade politicamente conduzida) como a conquista evolu- tiva decisva. A soclologia do airetto tem um relaelonamento Indiferente, trio, quando néo sbertamente inamlstoso para com @ legistacao." Satistazla-se com a demoligfo da tese Ju- ‘idiea, mal interpretada, da onipotencla do legislador (que, hho raciocinlo juridiea, apenas deveria aflrmar que s6 con- Aigoes legalmente fxadas na leglslagdo poderiam fundamen- tar objegoes contra a vigenela de les). Até hoje nfo existe rnenhuma abordagem dina de registro no sentido de uma teorla soclolégica da pasitividade do dirieto. O debate sobre 6 positiviema fol relegado 0s Juristas, em cujas mios ele Snevitavelmente limitowse a préblematiea Juridica imanente das bases legitimadoras do direlto postive Os motives desse fracasso da sociologia cléssica do di- reito frente a esse que poderla ter sido seu problema mais Inportante e atual estée & mao. Eles locallzam-se na ipsufl clanela de suas bases teori2as, no estagio de desenvalvimen- to da teoria socal entio dlsponivel. Se cla tivesse formulado problems da adaptacio do direlto & crescente complexida- fe da socledade, entao ela teria podido reconhecer a functo fa inevitabilidade da pesitivagéo do drelto. Para tanto, po- tem, Taltavam as bates, e is0 em dois sentides. ‘Por um lado ni estavam, e ainda nio esto esclarecidos cs processas elementares da formagio do dire, o sentido {do dever ser, a fungao do direito como componente da estru- fura de sistemas sorials Consideragdes em termos da teoria fe sistemas, como as que desenvolveremos no. préximo ca- pitulo, levam tmediatamente « questdes descontecidas para Bi Soclologia cldssica do alrelto, cuja construgdo altamente Complexa s6 se totn visivel com o recurso a um Instrumen- Tal eonceitvel mais abstrato e a novas pesquisas sobre acto. fexpectativa, interagdo e formagdo de sistemas, Por outro lado exatamente go mesmo tempo que a socio- logia do dinette surgia, a tearia social entrava numa fase de Uetinjo. Spencer cali ex deserédito. A analogia entre so- ledade e organismo até entdo elsica na Europa ¢ reaviv Gq biologleamente no séeulo XIX, tornou-se controversa 38

Você também pode gostar