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JOGOS CAERITA — BBSTRESSS Para:2e360s61: 3G% Se Tribunal da Reta BY Seco us da Arena» Ltrad = 100-098 Ter 218222000" Fax 13470048 Mal Utne irbunals ee de Lishoa 200460-10080840, C1 ANNAN Exmo(a). Senhor(s) ‘Bra). Antonio Cabrta Rua Dr, Jefe Lisi, 10 -2°Fn, 8700-456 Oho Process o: aoe NiReteréncia 2199517 | 6000/09. STVLSB-A.Lt Apelagéo - 1" Data: 18-10-2010 Exvaida Gos aulos de Procedimento Cauleler, AP 1143109. 0TVLSB do Lisboa ~ 13° Vara Civel - 138 Vara - 3 Secgio - _ Racorrido: Kete Marie Healy Mccann é outro(s) | 5 [Recorrente: Gongalo de Souse Amaral e cutra(s). | Assunto: Acordéo Fica V. Ex! notificado, na qualidade de Mandatério, relalivamente 20 proceso supra identificede, do acordao de que se junta cépia, SS Justiga, Luis Sitva ws i 900 na esposta see tcoda a rafertncin deste document Fax RECEB. DE: 289784955. s9te/ia 11:83 PG: ne :ADUDGADOS CABRITA 28871 Par a233805616 pee Cg TRIBUNAL DA RELACAO DE LISBOA Providéncia Cautolar N&o Especificada Proceso n° 6.000/2009 | Recurso de Apelagao ‘Acordam no Tribunal da Relagio de Lisboa: | - Relatério, | Na comarca de Lisboa Kate Marie Healey McCann, Gerald Patrick McCann, Madeleine Beth McCann, Sean Michsel McCann ¢ Amelie Eve McCany Intentaram providéncia cautelar nfo especificada contra Goncalo de Sousa Amaral, Guerra ¢ Paz, Editores, 8) VC_=Valentim de Carvalho - Filmes, Audovisuais, SA e TVi- Televistio Independente, SA. Alegando que os primeiros dois requerentes slo Mie ¢ Pai dos restantes re- querentes, estes todos menores, sendo que, como é do conhecimento piblico, @ pe- quena Madeleine desapareceu no diz 3.5.2007, tendo 0 seu desaparecimento dado origem a uma extensa investigag%o policial. © requerido Gongalo Amaral foi um dos investigadores da Polfcia Judicidria (PI) que esteve envolvido no inquérito enido instaurado e veio mais tarde @ escre- ver um livro intitulado “Maddie A Verdade da Mentira” no qual defende, inter alia, ‘AcérdBo - Recurso de Apelagto - Processo n° 6.000/2008 1 Rolater: Brite da Costa v= Te tte us Tamar + rua areal Lah ~ 100030 UEBON ~ tor 21.272 9000 = Fae [RES*SLAM SUG 3 Sor FAX RECEB. DE: 209784355 r9rie/1a 11183 PG: 2 19-0UT-2010 11:39 De:ADVOGADES CRERITA — 239704355 Para:289205616 Pay TRIBUNAL DA RELAGAO DE LISBOA que existe a possibilidade séria de a pequena Maddie ter morrido acidentalmente no apartamento onde se encontrava ¢ de os seus pais terem de alguma forma procedido a ocultagto do seu cadaver. Coneluem pedindo: 1. A proibigéo da venda ¢ a ordem de recolha, para destruigso, dos livros ¢ videos que ainda restarem nas bancas ou noutros depésitos ou armazéns; 2. A proibigdo da execugho de novas edigées do livro ou do video, ou de outros livros € /ou videos, que defendam a mesma tese j4 criticada, ¢ que sejam destinados & comercializagao ow divulgacéo por qualquer meio, em Portugal; 3. A proibigto de cedéncia dos direitos de edigdo ou dos direitos de autor sobre os contetides do livro ou do video, ou de outros livros ¢ videos sobre 0 mesmo tema, para publicagéo dos mesmos em qualquer parte do mundo; 4. A proibigdo da citagdo, andlise ou comentario expressos, verbalmente ou por escrito, de partes do livro ou do video que defendam a tese da morte da terceira Requerente ou da ocultac&o do seu corpo, pelos dois primeiros Reque- rentes, S.A proibigto da reprodugiio ou comentario, opinide ou entrevista, onde tal tese seja defendida ou possa inferir-se; 6. A proibigéo da publicaglo de declaragdes, fotografias, ou outra qual quer documentacdo alegadamente conexa com tais livro ¢ video ou tal tese. A petigdo foi liminarmente indeferids, por se entender que os perigos de pre- julzo jé estavam consummados. Em sede recurso, foi tal decisdo revogada por acérdo desta Relagio, orde- nando-se a produgio de prova, Depois de produzida prova na 1° instincia, veio a ser proferida nova sentenga, julgando a providéncia procedente ¢ decidindo: a) A proibigo de as Requeridas venderem os livros e videos que ainda res- tarem nas bancas ou noutros depésitos ou armazéns ¢ a obrigagio de as Reque- FAX RECEB. DE: 289784355 s9te/i9 11:39 PG: ridas os recolnerem e entregarem & depositana que mira se nomesa: b) A proibigdio de as Requeridas executarem novas edigdes do livro ou do vi deo, ou de outros livros ¢/ou videos, que defendam a mesma tese, € que scjam destinados & comercializagdo ou divulgagao por qualquer meio em Portugal; ¢) A proibicdo de o Requerido e as Requeridas cederem os direitos de edicao ou os direitos de autor sobre os contetides do livro ou do video, ou de outros li- vros ¢ videos sobre o mesmo tema, para publicagéo dos mesmos em quelquer parte do mundo; ‘d) A proibigdo de o Requerido ¢ as Requeridas procederem a citagdo, andlise ‘ou comentario expressos, verbalmente ou por escrito, de partes de livro ou do vi- Acérdtio - Recurso de Apolagto - Processo n° 6.000/2008 2 Relator. Bruto da Costa ug Tg tas, Ta « snus cosiora (aveG = COGS LISOOA Tet 31838 20cie — Fax [SECHETATA DIGI «2 2 6 1880 a1 ast ao. — Foe [age peaalaTaATVR FAX RECEB. DE? 289784355 ig/teia 11:39 PG: 19-QUT-2010 11:29 De :ADUOGADOS CABRITA 285704355 18- ToNsn La.—Tarae = ‘205616 Pate = TRIBUNAL DA RELAQAO DE LISBOA deo que defendam a tese da morte da terceira Requerente ou da ccultagée do seu corpo pelos dois primeiros Requerentes, ¢} A proibigdo de o Requerido ¢ de as Requeridas procederem a reproducdo ‘ou comentario, opinido ou entrevista, onde tal tese seja defendida ou de onde possa inferir-se: 9) A proibigdo de o Requerido ¢ de as Requeridas procederem a publicagao de declaragées, fotografias, ou outra qualquer documentagao alegadamente co- nexa com tais livro ¢ video ou tal tese, Mais, o Tribunal condena cada uma das requeridas sociedades ao paga- mento da sangdo pecuniaria compulséria no valor de € 1.000 por cada dia de no acatamento das proibicdes ou da ordem de apreensiio dos livros ¢ videos. ‘Notificados da decisio, vieram deduzir oposigao; G de Sousa Amaral, Guerra e Paz, Editores, SA, VC = Valenti rrvalho — Filmes, Audovisuais, SA TV] = Televistio Independente, SA. Todas elas fundamentadas no direito a liberdade de expressdo do pensamento -consagrado constitucionalmente ¢ ainda o facto de as afirmag&es ¢ factos publica- dos no livro em causa serem a mera reprodugdo de dados sdlidos constantes no inquérito oportunamente instaurado ¢ de inclusivamente tais afirmagées ¢ factos constarem no despacho de arquivamento do inquérito subscrito por um Procurador da Repablica. Veio a ser proferida nova sentenga, mantendo basicamente a sentenga antes proferida que atribuia procedéncia ao pedido, Da douta sentenga vém interpostos recursos de apelagiio pelos quatro opoen- tes. Nas suas alegagGes a apelante Guerra ¢ Paz. Editores, SA, formula as seguin- tes conclusée: A, Os Requerentes, ora Recorridos, intentaram a presente providéncia cau- telar, por no seu entender, 0 livro "Maddie — A verdade da Mentira’ ¢ o video, re- latarem a tese do 1° Requerido, Gongalo Amaral ¢, por isso, violarem diversos di- reitos e causarem receio de lesdo futura, séria ¢ dificilmente repardvel, a saber: Acérdaio - Recurso de Apolagie - Proceso n° 6,000/2009 3 Relator Bruto da Costa fSEcRETARI sUDICIAL- 21 3228 92 ua do Arana esta G ~ 1100098 LISBOA ~ ell 27 922 2000 ~ Fon [RES EIARA SEACH” 3 SE Be a Fax RECEB. DE: 289784355 19/ip/ia 11:29 PG: OLT-2018 11:29 DetADVOSADOS CABRITA 2974385 cg TRIBUNAL DA RELAGAO DE LISBOA Par a 289805516 1, Os direitos de Madeleine (3* Requerente) & sue integridade moral e fisica ea uma investigagao justa ¢ adequada sobre © seu desaparecimento, no futures Bon direitos de Sean ¢ Amelie (4° ¢ S* Requerentes} & gue integridade mo- ral ¢ fieica e a uma investigagto justa ¢ adequada sobre 0 desaparecimento da Tea irma mais velha, no futuro, bem como o seu direito & reserva ‘da vida ¢ fami- fiar a que pertencem, 0 seu direito a liberdade ¢ sequrnet Fob direitos de Kate ¢ Gerald McCann (1* ¢ 2° Requerentes) & sua ima- gem, a0 bom nome, 4 boa reputagdo € & preservagto da integridade da sua vida Gerling, o seu direito & liberdade ¢ seguranca, 0 dircito © S88 integridade moral, onjrelty a no serem tratados de forma degradante, cruel, O¥ desurpana, o direi- car csudrairem, como qualquer cidaddo, das garantias do processo penal. "; B, $6 da teitura do leque de direitos invocados, ge verifica & impossibilidade de viguode dos mesmos pelo exercicio da actividade comercial por parte da Re- corrente} C. Apés a producto de prove, sem a audigto dos Recorridos, foi decretada a providéncia cautelar nos seguintes termes: A proibicfo te Xe Requeridas ven~ a Provigelliros e videos que ainda restarem nas bancas ou nowt ‘depositos ou sree oes e 2 obrigacio de as Requeridas os recolherem © ences & deposi- Rima que infra se nomeia; |. A proibicdo de as Requeridas executarem novas edi- Gere do livro ou do video, ou de outros livros Yeu vigeos, Be ‘defendam @ mesma Soe eo ue eejazn destinades A comercializagto ou divulgsgéo Pat qualquer meio sree cstogaly I A proibigio de o Requeride e as Requeniias cederem os direitos Gr edigdo ou os direitos de autor sobre 08 contetidos do Hite PS do video, ov de de edicts oa e videos sobre o mesmo tema para a publicagde dos mesmos ¢m Ghalguer parte do mundo; II. A proibioko de o Requerido & A Requeridas proce qualaver Biagio, andlise ow comentario expresses, verbalmenie © Prt escrito, SC rartes do livro ou do video que defendam a tese da morte da terceira Reque- de Pars ja ocultagao do seu corpo pelos dois primelros Reaueretet IV. A proi- Liege de 0 Requerido e de as Requeridas procederer: & reprodugdo ov comenta- Pigs sido ov entrevista, onde tal tese seja defendida ou de onde possa inferir- Bo. PP proibigdo de o Requerido e de as Requeridas procedsrer ‘a publicagdo de Se Mueanbes, fatografias, ou outra qualquer documentagho alegadamente conexa com tais livro e video ou tal tes¢. 7 D. A Recotrente deduziu oposigde ¢ dos factos dado com assentes, deveria ter side decretado 6 levantamento da providencia cauteler; E. Sob 0 ponto & - Nos termos do contrat de edigAo, relativo ao livro "Mac- die A Verdade da Mentira’, celebrado com 0 primeiro Requerido, foi temporaria- sie vee codido & segunda Requerida os direitos de autor de caracter patrimonial, somente quanto & edig&o da obra em livro; 9 <0 Livro foi publicado, através de outras editoras, em alge BASCS para além de Franga), como consta do ponto 8 da decisa0 cautelar, a saber: ‘Acbrddo « Recurso de Apelagao - Procasso n° 6,000/2009 4 Relator: Bruto da Costa & 4 4 3 Fax RECEB. DE: 289784355 |SgORETARA UDIAL nun dansonah tee @ » WONOSELIGBOA = Tw 213222000 ~ Fox [Ep ADMANSTRATIN 21 19/10/18 11:38 PG: Zz i9-QUT-201a 11 1TH La Tor = FAX RECER. DE: De:AOVOSADNS CAERITA 289724: ae TRIBUNAL DA RELAGAO DE LISBOA Em Espanha, em Setembro de 2008, sob 0 titulo "Maddie- La Verdad de la Mentira’, com eventual comercializago em Castelhano nos paises da América Latina. Na Dinamarca, em Novembro de 2008, sob 0 titulo "Maddie - Sandheden on logrem”, com eventual comercializagéo noutros paises nérdicos. Em Itélia, em Dezembro de 2008, sob o titulo "Maddie - La Verita delia Menzogna, com comercializagao em lingua italiana para todo o mundo. Na Holanda, em Abril de 2009, sob o titulo "Maddie - De Waacheide Achter de Leugen”, com comercializagao em lingua neerlandesa para todo o mundo. Na Alemanha, em Junho de 2009, sob o titulo "Maddie - Die Wahrheit tiber die Luge", com comercializagao na Austria ¢ na Suiga. 10 + Bxiste uma versdo inglesa a circular na Internet, no site www.gwr- rymecansblogs.co.uk/PI/ TRANSLATIONS. htm, onde também consta uma versio portuguesa, G. Todos estes factos afastam o requisite de fundado receio de lesdo futura ¢ tomnam a presente providéncia inécua quanto a uma eventual salvaguarda dos direitos dos Recorridos, que de resto, nao foram, nem so postos ¢m causa; H, Nem em sede de providéncia cautelar, foi produzida prova da lesio sé- ria, futura e irrepardvel dos dircitos dos Recorridos, pelo que impunha-se ume deciséo diverea da proferida, face aos direitos em confronto; I. De acorde com o depoimento da testemunha Brigit Patricia Cameron (BPC) constante do minuto 04.05 e seguintes da gravacao da prova: J. Cuja transcrigéio é: "Dra. Isabel Duarte(ID) - Tem conhecimento do que contem 6 livro do GA ex-inspector da PJ ¢ de video. BPC - Leu a tradugao do li- vro € viu 0 video, ID - Tem conhecimento da forma como estes dos objectos dois meios de informagdo tém sido difundidos por todo o mundo ou 86 em alguns paises, tem conhecimento disso, BPC - Sim, o meu marido tem um sitio na inter+ net e recebe deste livro reacgdes do puiblico relativamente a este livro K. A testemunha David Edgar, (DE) afirmou quando devidemente questio- nado sobre essa matéria - cfrt. Minuto 05.35 ¢ seguintes da gravagéo da prova: cuja transcrigdo é: 1 - Se conhece 0 teor do livro e do video divulgados sobre esta materia ¢ da autoria de GA? DE - Sim, lia tradugdo do livro e vi o documentario. L, A testemunha Jorge Oliveira (JO) - cfrt. Minuto 18,02 ¢ seguintes da gravacho da prova; cuja transcri¢io é: JO + Porque nem ainda a Dra. Isabel Du- arte gabe disto, eu hoje de manhé dei com a capa, ainda néo aprofundei a ver- sdo inglesa que est imprensa, Juiz - Entéo existe uma versio inglesa também JO - Uma versio inglesa também, M, Ficou provado que existe uma versto inglesa, que ¢ do conhecimento de um universo incalculavel de individuos ¢ que ainda hoje se verifica, pese embors Acérde - Rocurse do Apolagio - Processe n° 6,000/2009 5 Relator, Bruto da Costa SECRETARIA AIOIAL - 24 322 20 82 ida Avan Love © - 150-098 LISQOR - Te 259222900 - Fe |SEGRETARA AICAL «2 325 28 $2 289784355 19/19/18 «11:38 PG! 19-0UT-2010 11:29 De:ADVOSAO0S easras3s5: Para: 289805516 P.a/16 TRIBUNAL DA RELAGAO DE LISBOA 0 decretar da providéncia, sendo certo que essa versio inglesa foi produzida & revelia da Recorrente, em clara violacgo dos direitos de autor; N. Pelo exposto, esta amplamente divuigada a obra em causa, pese embora a proibico decretada ¢ manter-se a proibigio é violar as regras de mercado ¢ de livre circulagao de bens, para além de violar a liberdade de expressdo ¢ de im- prensa; ©, Ao contrario do que menciona a deciséo recorrida, o artigo 35° da provi- déncia cautelar, foi posto em causa; P. Resultou também do depoimento da prova em sede de oposigiio que & prética habitual, em Pornugal ¢ no estrangeiro, j& que a testemunhe Francisco Mita Flores referiu no seu depoimento que: "(..) ha uma série de livros (..1, ha um deles que por acaso foi escrito por um colega meu de homicidios, Carlos (..), por acaso conheso alguns casos de policias que publicaram livros, que ¢ © caso Be D. Dranca, é normal aqui ¢ em Inglaterra, em Espanha ou em Franca, € nor mal, 96 nao ¢ normal no Burkina Faso ou na Birménia (...." + clrt. minuto 40.30 Ga gravagdo da prova; Sim, foi da Polida (Paulo Pereira Cristovdo, quando inter rogado sobre o livro estrela de Joana), ha polides franceses, ingleses (..) que também publicaram memérias (..) - cfrt, minuto 42.53 da gravagio da prova. ‘Come aconteceu em Portugal oul em qualquer outro pais democratico, existe liberdade de expressiio e opinar - cfrt. minuto 43.44 de gravagio da prova. Q. B, a testemunha Eduardo Damaso: "(...) N&o é caso tnico este, pense que ha varios casos em que isso aconteceu, (..!'= cfrt. minuto « 01.59 de grave Gao da prove, " (..) Recentemente hé outro caso, escrito Paulo Percira Cristévéos Fogo apos o 25 Abril, houve varias situagées dessas (..), 0 antigo Director da Ps cecreveu varios livros, o Dr, Marques Vidal (...), no € algo tao inédito como isso — cftr. 01.47 da gravagéo da prova. R. Face ao teor das declaragbes prestadas, cuja transcrigho supra se repro- dusiu, importava que fosse considerado como provado que é pratica habitual & Gragdo e edigto de Livros sobre casos judiciais, por parte de ex-inspectores da Policia Judiciéria; S. Apés a anélise do elenco genérico dos direitos invocados pelos Recor dos, foie bem, considerado que nfo estava em causa o direito a integridade fsi- se idos Requerentes, nem que os mesmos tenham sido tratados de forma degrs- dante, cruel ou desumana; T, Sendo certo que ndo é da responsabilidade da Recorrente, nem a esta pode eer imputado, que a edigdo de uma obra literdria, possa por em cause & ie Berdade e seguranca. dos Recorridos, mediado pelas garantias processuais con: cedidas pela constituigéo ¢ pelas leis, 3 4 Acérddo - Recurso do Apelagie - Processo n* 6.000/2008 6 : Relator: Bruto da Costa é & & ua goAewes Lae @ = HEOGSUS6CA — wo! 21 222000 ~ Fes |RECPENGMteanan rund msans he = HODAILIEEOH - RecER. DE: 29970438 = ssterte 11:42 Pe 2 AS-CUT-2010 11:11 Oe: ADUOGAOOS CABRITA — 289704355 atl TRIBUNAL DA RELAGAO DE LISBOA {No fivro aqui em causa - “Maddie — a Verdade da Mentira” - 0 autor expe uma grande multiplicidade de factos ¢ oferece depois @ sua interpretaglo desses factos. Tais factos constam todos no processo ¢ so exaustivamente apreciados ¢ So- pesados no douto despacho de arquivarnento do processo constante no DVD junto aos autos (fis. 441). Nessa desorigiio hd factos principais ¢ outros de ordem secundaria, mas que © autor valoriza, recorrendo 4 sua experiéncia de investigador policial, actividade que exerceu durante 26 anos, © autor descreve detalhadamente varios factos ¢ circunstancias que logo no inicio da investigagdo no eram coerentes entre si, otiginando conclusbes contradi- térias. No despacho de arquivamento subserito pois dois Magistrados do Ministério Piblico, escreve-se que “Da andlise do conjunto de depoimentos prestados saltou devidéncia a-existincia de importantes detalhes ni inteiramente entendidos ¢ in« tegrados, os quais necessitariam de ter sido testados ¢ concatenados no préprio lo- cal da ocorréncia, apurando-se os aparentes desenconiros e faltas de sintonia, quando néo divergéncias, em diligéncia processual prépria para esse feito, que ‘era a reconstituigdo, que nflo foi possivel realizar-se, no obstante todo o empé- nhamento manifestado pelo M” P°e pela PJ em vista desse escopo. ‘Necce mesmo desnacho € referido o resultado dos exames realizados pelos FAX RECEB. DE: 209784355 sie 112 PG: cio pisteiro “Eddie” (cio especialmente treinado para assinalar 0 odor 8 cadaver) € pela cadela “Keelu” (especialmente treinada para detectar a presenga de sangue hue mano), ‘Eddie marcou (deu sinal) de odor a cadaver *no quarto do casal McCann no apartamento 5-A (de onde desaparecen @ pe- quena Madeleine) na zona junto ao roupeiro, ‘Acérdo - Rocurso de Apelacdo - Proceseo n° 6.000/2008 29 Relator, Bruto de Coste Tip Men, = Tara = yp tox |SEGRETARI JuoIcas - at 320 20 2 or |pee ADMIN STRATA «21387 8 St Rea do Aone Lets © - 109091 UOBOA © Te 208 + 2a9704355 syteie 1:12 Pa: 3 S9-DUT=2010 11:11 De:ADUNGADOS CAERITA 289704355 Para: 233805616 Part i 3 cg TRIBUNAL DA RELAGAO DE LISBOA «numa zona junto & janela da sala que tem acesso directo para e rua, por de- tris de um soft +e numa zona do jardim do mesmo apartamento. O cao “Eddie” ygltou a marcar 0 sinal de cadéver: ena vivenda “Vista do Mar”, arrendada pelo casal McCann ja depois do desa~ parecimento de Madeleine, na zona de um armério onde estava um peluche que pertencia & menina, em pegas de roupa pertencentes a requerente Kate Healey, mie de Madelei- ne, +na parte exterior do veiculo Renault Sénic de matricula 59-DA-27, alugado pelo casal MoCann jé depois do desaparecimento, junto & porta do condutor, «ena chave/cartio desse veiculo. ios de sangue, 10" cadela “Keela” det yestis sna mesma sala de estar do apartamento S-A, que jé tinha sido assinalado pelo “Eddie”, +6 depois de recolhidos os mosaicos assinalados na primeira inspecgo, vol- tou a assinalar 0 local onde os mosaicos tinham estado, ‘na zona inferior da cortina da janela que jé antes tinha sido marcada pelo “Eddie”, eno interior do porta bagagens do veiculo Renault Sénic jé antes assinalado pelo “Eddie” +e 0 compartimento de arrumagdes da porta do condutor do vefoulo que con: tinha a respectiva chave/cartio. |As indicages dos canideos ndo podem ser usadas como prova em tribunal, mas em miltiptos casos deram uma ajuda preciosa & recolha de indieios & Scotland ‘Yard e ao FBI, com resultados positives. Acérdao - Recurse de Apelacdo - Procosso n° 6,000/2003 30 Relator: Brute da Coste run do Aare, toto @ — 1eHO%e LeBOR = Teed 24122 2000 ~ Fos [EEGAETARA OSHS 3207 38 SE a = [ge ABMnSTRaTia «20887 95 #3 . DE: 289784355, siete itz PG: 19-DUT-2010 11:12 De: ADUOS CRERITA 289704355 Para 2se0s615 PSeat eg TRIBUNAL DA RELAGAO DE LISBOA Tais indicios nto foram depois corroborados pelo laboratério britanico de andlises forenses escolhido pela investigagdo, mas foram suficientes para a consti- migio dos requerentes, pais de Madeleine, como arguidos no inquérito criminal instaurado pelo seu desaparecimento. De posse desses novos dados e cruzando-os com dados antes recolhidos, as autoridades portuguesas, M? P° ¢ PJ, tentaram proceder a uma reconstituigso dos factos, tudo fizeram ¢ tentaram, mas por indisponibilidade do casal MeCann ¢ dos seus amigos, que no compareceram, a diligéncia no pode ser realizada ¢ esses factos ficaram por esclarecer. ‘Aesse propésito se-escreve no despacho final que “(...) ndo obstante as auto- ridades nacionais terem assumido todas as medidas para viabilizar a sua desloca- ¢do a Portugal’, por motivos que se desconhecem, depois de varias vezes terem sido esclarecidas as muitas diividas que levantaram sobre a necessidade e oportu- nidade da sua deslocagdo, optaram por niio comparecer, 0 que inviabilizou a dili- géncia, Temos para nés que os principais prejudicados foram os arguidos McCann, que perderam a possibilidade de comprovarem aquilo que desde a sua constituigdo como arguides tm protestado: a sua inocéncia face ao fatidico acontecimento; também estorvada restou a investigagdo, porque tais factos ficaram por esclare- eer)”. Em qualquer caso, o facto € que os indicios acima indicados foram suficientes para a constituig&io do casal McCann como arguidos. A recolha e produgdo de prova subsequente, designadamente a prova pericial recolhida ¢ tratada laboratorialmente, vieram enfraquecer essa convicgso ¢ por isso © casal deixou de ser arguido, O certo & que desde 0 inicio do inquérito se verificaram incongruéncias ¢ mesmo contradigdes, no que diz respeito aos depoimentos, aos registos de chama- “Os Exmos, Procuradores referemese & destocagto das testemunhas inglesas # Portugal, ‘testemunhas que en- trounto Jt haviam regressado Bs sues residéncias no Reino Unido. ‘Acérddo - Recurso de Apelagio - Processo n* 6.000/2009 31 Relator: Bruto da Costa ECRETARIA. JUDICIAL «24222 20 fp ADMINGETRATVA. 77 387 908 us do Artonel Lab0 ~ 16036 USBOA - Tet 21 9922800 - Fox FAX RECER, DE: 289784355 s9/ta/1e 11:12 PG: Q-DUT-2010 11:13 91 Tytokt ta tama © FAX RECER. 0970 Jara: 289825616 De:ADUDGADOS CABRITA 289784355 Paraizasi eS TRIBUNAL DA RELACAO DE LISBOA das feitas © recebidas em teleméveis pertencentes ao casal e 20 grupo de amigos ‘He com cle passava férias, eos movimentos de pessoas apurados logo a seguir & Constatasio do desaparecimento da menina, ao nivel, ao estado em que se encontrae V8 © quarto de onde desapareceu a crianga (janela fechada ? janela aberta ? janela Sntreaberta 7), etc., tendovse adensado substancialmente o mistério com as pistas deixadas pelos ees pisteiros acima ja referidos. Tudo isto € relatado com detathe no livro aqui em causa, reproduzindo o cone fetido de algumas pegas processuais, que tiveram também reflexo no jé atudido dese acho final subscrito por dois Magistrados do Ministério Publico, Nio verificamos no livro a refeténcia a quaisquer factos que nto constem desse despacho. Onde 0 autor difere dos Procuradores que elaboraram o despacho 6 na inter- Pretaciio Idgica, policial ¢ investigatéria, que vem a fazer desses factos, Nesse aspecto estamos em presenga do exereicio do direito de opinido, aliés ‘um dominio em que o autor é perito, ou nto tivesse ele sido investigador criminal durante 26 anos, Vejamos agora o enfoque juridico dos direitos invocados pelos requerentes: Como se diz acima, na douta decisto do Tribunal a guo sao desde logo afesta- 08 0s perigos de lesdio da integridade fisica dos requerentes ou o seu tratamento de forma degradante, cruel ou desumana. Subsistem os perigos de: ~ lestio a reserva da vida privada e familiar dos requerentes; + lesdo do seu direito a imagem e bom nome; = lesdo do te direito a uma investigasto justa ¢ o diteito a liberdade e seguranga. ito a usuftuirem das garantias do processo penal, nomeadamen- Acérdao - Recurso de Apolagao - Processo n° 6,000/2009 32 Relator: Brute da Costa Rumconraon Lown ~ (M0038 USBOA ~ Tat 2135229 00 ~ Fax |SESRETARIA JUOICAL «243222090 804 — Teet 24 322 (ec lRep acvanisTRathA 33 Bd 19/10/18 11:12 PGE De: 289784355 6 CRERITA — 2BSTOS355 19-QUT-2aLa 11:4; TRIBUNAL DA RELACAO DE LISBOA Quanto & reserva da vida privada dos tequerentes, verificamos que sio eles ‘esimos que se multiplicam em entrevistas ¢ intervengBes nos érgtos de comunicae ‘Ho social, proporcionando-thes informagSes que de outra forma dificilmente serie am Publicitadas: veja-se © documentério realizado pela estaggo de TV britinica “Channe! 4” que contou com a colaboragto dos requerentes © que teve ample divul- Bago no Reino Unido e mais tarde em Portugal (cf, n°s, 32 a 35 dos factos Prova- ‘fos supra); atente-se no facto de os requerentes tetem ficil avesso aos meios de co- ‘munica¢So social nacionais e intemacionais, tendo concedido uma entrevista ao Programa de televistio norte americana "Oprah", apresentado pela reconhecida Oprah Winfrey, © que j foi emitido em Portugal, também pela SIC, no dia 4 de Maio de 2009, e novamente no die 12 de Maio (cf. n° 40 dos mesmos factos). Estabelece a este propésito o Cédigo Civil que: ARTIGO 80° (Olreito & reserva sobre a Intimidade da vida privada) 1. Todos devem guardar reserva quanto 4 intimidade da vida privada de outrem, 2, extenséo da reserva & definida conforme a natureza do caso e a condi das pessoas, ARTIGO 81° {Limitacao voluntéria dos direltos de personalidado) {1 Toda a limitagaa voluntéria ao exercicio dos direitos de personalidade 6 nula, se for contraria aos prineipios da ordem piiblica, 2: A limitac&o voluntéria, quando legal, é sempre revogdvel, ainda que com obrige- 0 de indemnizar 08 prejulzoe causados as legitimas expectativas da outa parte, Coneluimos que os requerentes decidiram limitar voluntariamente o seu direie {0 & intimidade da vida privada, visando certamente atingir valores mais elevados como a descoberta do peradeiro da sua filha Madeleine, mas ao limitarem esse die reito Voluntariamente abriram as portas para que outras pessoas opinassem sobre o ‘aso, em sintonia com 0 que diziam, mas também porventura em contradigo com aS suas orientapdes, porém sempre dento de um legitimo ¢ constitueionalmenta ‘ee uaz Per 7 ex RECEB. DE: 299704955 We Hao Ln Tomar « consagrado direito de opinigo e liberdade de expresso do pensamento, Acérdo Recurse de Apolagho - Proceso n° 6.000/2008 Relator: Bruto da Costa Aeertrnm tn — WED03E SRO — at 21:2 2500 ~ ye |SSCREEARA UCL 2225 2 - s91a7ie 14 2age4a5s 2 33 PG 19,guT-2010 1A ait ta tara = FAX RECER. DE: 289704355 ort 2a9605616 FOVOSEO0S CABRITA Paraseat TRIBUNAL DA RELACAO DE LISBOA Nao vemos que o diteito do autor do livro e aqui requerido possa ser limitado, Por um direito @ reserva da intimidade que softeu limitagbes voluntérias por parte dos seus titulares, aqui requerentes, Pa mesma forma, relativamente ao direito A imagem e ao bom nome dos re- Guerentes: a0 colocarem 0 caso na praga publica ¢ dando-the notoriedade a nivel mundial, os requerentes abriram todas as portas para todas as opinides, mesmo aquelas que thes sejam adversas, De qualquer forma, entendemos que a alegagtio de fuctos que esto profusa- mente plasmados no inquérito judicial e que foram mesmo publicitades por iniciati= va da Procuradoria-Geral da Republica, no pode ser havida de forma alguma como ofensa ao direito a imagem ¢ bom nome dos sujeltos processuais. Finalmente, no que tange & lesto do direito a usuftuirem das garantias do prow Sesso penal, nomeadamente o direito a uma investigacto usta e o dircito & ther: dade-e seguranea, continuamos a nto descortinar como é possivel que tais direitos Sejam ofendides pelo contetido de um livro que descreve factos constantes do Inquétito, embora se afaste da interpretegto que desses facios fizeram os Magistra- dos do Ministério Publico, mas oferecendo interpretagtes fumdamentadas, solidae mente construfdas e Idgicas. (Chegamos aqui a um ponto em que parece importante salientar o seguinte: os Factos indiciérios que levaram a consttuigdio dos requerentes como atguidos no inquérito no foram depois valorizados pelos Exmos, Magistradas do Ministério Pablico em ordem a levarem a ume acusagto criminal; mas esses mesmos factos, vistos por outro prisina e com outra fundamentagdo, podem levar a conclusto dife- Fente daquela que foi aleangade pelos mesmos Magistrados = sto indicios que for yam julgedos insuficientes em termos de prova em inquérto eriminal, mas que Po dem ser apreciados de forma diversa numa interpretagtio que tem legitimidade para Ser vertida em obra literéria, desde que tel interpretagdo nfo ofenda direitos flndae Acérdio - Recuroo de Apslagfo - Processo n° 6,000/2009 34 Relator: Bruto da Coste SECRETARIA JUDICIAL - 21 292 23 wz NBER. aDtonidmativa 21347 99 at FN ert Le 6 s18O USOOK - at 213212900 » Ff 19/1718 14:13 PG: a Para:2esen5616 SAOOS CAERITA — BBSTOAIES a 19-0UT-2010 11 = TRIBUNAL DA RELACAO DE LISBOA ‘Te essa interpretaglo nto ofeade os direitos dos requerentes Em sintese: O livro em causa neste processo - “Maddie ~ a Verdade da Mentira” - escrito Pelo requerido Dr. Gongalo Amaral, tem como Principal motivagao a defesa da sua Ronorabilidade pessos! e profissional, como aliés 0 ‘autor salienta logo no seu ine 'toito € a0 longo do seu texto, tito 40 (ea Conveneto Baropia dos Direas do Homem) Liberdade de expressto TscuRlguer Peseon tm drei a lberdade de expresso, Ese dit. ‘compresnde liberdade de opnigo e neat CaReebe ou deans fomagtes ou dss eer orsa haver ingeréncia de qubisquer tue tenes opts © sm considerate de ewets, Opens eigen Irmpede que os Estados subme- (Liberdade de expressto¢ informacao) gialaey m2 sito de exprinir dial vementeoseupensmeno Pela palavra, pela imagem ou por Cea ute meio, ber come odio de inforaar, dese nea ee ‘nformads, sem impedtinen- fosnem disriminagdes, 3 O.mrercleiodeses direitos nfo pode ser impedido ou limtado Por qualquer tipo ou forma de censure, cam submotides 80s prinepios gers de drt ris it npreclagto respectivamente de competéncla dos 1A rode sts 0S tide adinisratva independents ee do ranahe basse sngnees ou cect eastoprain cre iguoldade oeficécia, oatcto mises Fetieate, bm come edicio indanmeagay ee soffides, > artigo 36. {i Perdade de lmprensae melos de comanicago sett) 1. garantia a liberdade ge imprensas 2A Hberdade de imprense implica mm onterdade de exresato eit ds jomalisas e eolaboredores, bem como a intervensto dos primeiros ca ou confessional 2% Pet phos de comuncago socal salve eee nse natureza down nirla ou confession Reena Recurso do ApetagSo - Procoseo n*6.000/2009 35 Relator: Bruto da Costa 91 Tp Nt, ke. «Foy « © = NODGR9LIEGOR ~ ret 28222960 » px [SECRETARA NDC a1 dn ap 02 7 MBOSUESOA ~ Tae 20582000 « ran [SEPT A NOLL «31 Ho ie asie7ie 142 FAX RECEB. DE: 289764355 AS-GUT-2010 11:12 De:ADUOGADOS CABRITA — 269704355 Para: 289005516 _ FAX RECEB. DE: 289784355 co TRIBUNAL DA RELAGAO DE LISBOA Aqui chegados, concluimos que a douta deciso do Tribunal a quo deve ser revogada, nio s¢ justificando a andlise das outras questdes colocadas em sede de Tecurso, que se consideram prejudicadas. Procede a apelagao do requerido Dr. Gongalo Amaral. N&io se toma conhecimento das outras apelagdes, alias doutas, por se entender que 4 sua apreciag&o se encontra prejudicada — art? 660°, n° 2, do Cédigo de Proces so Civil, De harmonia com 0 exposto, nos termos das citadas disposigdes, acordam os Iuizes desta Relagtio em declarar procedente a apelagdo do requerido Dr. Gongalo Amaral, revogando-se a douta sentenga do Tribunal a quo, cujo dispositive vai substitufdo pelo seguinte: Julgam a presente providéncia improcedente por no provada, Mais deliberam ndo tomar conhecimento das restantes apelagdes. Custas pelos apelados. Lisboa e Tribunal da Relagto, 44 / {0 20/0 6) 0 direito dos jornalistas, nos termos da Ie, ao acesso ds fontes de informagdo e & protecgto da indepen déncia e do sigiio profissionais, bem como o dieito de elegerem conselhos de reduogto; €) 0 dirito de fundagdo de jomais ede quaisquer outras publicagbes, independentemente de autorizago ad- ministrative, ceugo ou habilitngdo peévis. 3.A lei assegura, com cardcter genérico, a divulgagdo da tiulasidade e dos meios de financismento dos ér- ‘los de comunicasto socis! 4.0 Estado assegura a liberdade ea independéncia dos Srgtos de comunicagao socisl perante o poder pollti- 0 € 0 poder econsmico, impondo o prinetpio da especialidase des empresas titulares de Grglos de informe ‘0 geral, trotando-as ¢ apoiandones de forme nto discriminatéra e impedindo a sua concentraglo, signa: damente através de participagSes miltipla ou cruzades, 5.0 Estado assegura t existfncia e ofincionemento de um servi plblico de ridio ¢ de televisto 6. esirutura eo funcionamento dos meios de comunicagto social do sector pAblico devem salvaguardar a sua independéncia perante o Governo, a AdministragSo e os demais poderes piblicos, bem come assegurar 2 possibilidade de expressto ¢ confronto dss diversas correntes de opinito, 7.As estagbes emissores de radiodifusto de raditelevisdo s6 podem funcionsr mediante licenga, 8 confe- riper concurso pablice, nos termes dale, Acérdto « Recurso de Apolagdo - Proceso n? 6,000/2008 36 Relater: Brute da Costa CRETARIA JUDICIN, EP ADMNISTRATIA 237 3 Ron doAsaanal Lem — 1100-038 IREOR ~ Tell 212222900 ~ Fan 19/19/10 11:13 PG: 18 19-fu-2a1e 11 seta. Toma + a Peat OUDGEONS CABRITA 285704355 Pare: 203605616 TRIBUNAL DA RELAGAO DE LISBOA Os Juizes Desembargadores, ee Francisco Bruto da Costa Be Catarina Arelo Manso Anténio Valente Acérdo -Recurgo do ApalacSo - Proceso n? 6.000/2009 37 Relator. Bruto da Cesta IE: 28978438 s9ie/18 1413: At FAX RECER. DE 55

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