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TEOLOG |A PASTORAL CAPITULO 1 O PASTOR INTRODUGAO © conceito bfblico de “pastor”, como o pro- fissional que cuida dos rebanhos de ovdlhas, foi tomado como modelo para designar os lideres de Is- rael do Antigo Testamen- to. Sendo Israel 0 povo de Deus e “ovelhas de seu pastoreio”, seus lideres deveriam, sob a super- viséo de Deus, cuidar, alimentar e protegé-los FIGURA 1: © PASTOR Disponivel em: como os pastores faziam —swywportaigospel.blagspot.com/2008, 03-15, com os rebanhos de seus archi. em 24.mar2010 senhores. Por causa da natureza do oficio pastoral, 0 préprio Deus foi con- siderado um pastor como ocorre, por exemplo, no Salmo 23. No Novo Testamento, 0 conceito passa a descrever aquele que tem, por ocupacao, 0 cuidado das ovelhas de Deus. E por esta perspectiva que estudaremos o pastor. QUADI NGULAR . Zt me | iy eee ITG - INSTITUTO TEOLOG! mi TOPICO1 - DEFINICOES Vamos definir 0 “pastor” como o lider eclesidstico chamado, qualificado e treinado para cuidar do rebanho de Deus. No Novo Testamento, pastor, bispo e presbitero, embora possuam significados etimolégicos distintos, so semanticamente idénticos. Significam a mesma coisa. Descrevem 0 individuo que ‘ocupa a posicéo de lideranca na igreja de Cristo. A ideia de 0 “bispo” ser um lider de pastores ou de grupo de igrejas, ou do “presbitero” ser um oficial subalterno, c4mo verificamos na estrutura eclesiéstica atual, no ocorre no Novo Testamento. Estes termos 56 passaram a designar patentes distintas com a hierarquizacao da igreja nos anos posteriores aos textos neotestamentarios. Por esta razo, a Teologia Pastoral, que tem nos textos biblicos seu matertal de exame, n&o analisa os conceitos de “pastor”, “bispo” ou “presbi- tero” como fungées distintas, mas como expressées correlatas. 41.1 OS TERMOS BIBLICOS Os termos biblicos que expressam a ideia de “pastor” so: 1.1.1 NO ANTIGO TESTAMENTO. + Raah (pastor): oficio de quem cuida do rebanho. Como titulo, foi aplicado aos lideres de Israel. Os maus lideres, ou seja, aqueles que desempenharam. mal sua lideranga foram chamados de maus pastores pelos profetas e ameacadoside julgamento (Jeremias 25:34). O Senhor também foi chamado de “pastor” (Gn. 48:15; SI. 23:1; 28:9) e Jeremias e Ezequiel fizeram uso do termo para intitular 0 Messias (Jeremias 3:15; 23:4; Ezequiel 34:23; 37:22, 24). FIGURA 2: 50S 0 BOM PASTOR bibliotecabiblica,blogspot.com/2010/03/jesus- fem 29.mar.2010 1.1.2 NO NOVO TESTAMENTO *Episkopos (supervisor, bispo). Designaco do lider eclesidstico de uma comu- nidade local conforme Atos 20:28, Filipenses 1:1, I Timéteo 3:2 e Tito 1:7. [ Pedro emprega a palavra aplicando-a a Cristo como protetor das almas } (I Pedro 2:25), FIGURA 3: EPISKOPOS Dispontvel em: ctmi-press.com/ em 29.mar.2010 aise ]Nele USNs) * Presbyteros (mais velho, ancio). Como titulo de lideranca, “presbitero” é usado a partir da consideragdo que se tinha pelos mais velhos. conceito evoca o reconhecimento da autoridade conce- dida pela sabedotia e experiéncia, Herédoto usava a palavra “presbeia” para significar “embaixador”, comunicando a funcéo do lider que representa uma comunidade e negocia em nome dela. 0 cone hebraico zageu (barbado, anciéo) ocorre 50 vezes no Antigo Testamento com 0 mesmo sentido que no Novo Testamento. FIGURA 4: PRESBYTEROS Disponivel em: eariychurchhistory.org/Episcopacy.htm fem 29.mar-2010 * Poimenas (pastor). Intitula a fungSo do lider da igreja de Cristo. Este termo esté presente em Efésios 4:11, juntamente com outros ministérios. O termo foi usado por Cristo ao vindicar, para si, ser 0 padréo de “pastor”: “Eu sou o bom Pastor...” (Jo 10:11, 14). FIGURA 5: POIMENAS Disponivel em: ‘wurw.misaelbn.comy2008/07/page/2/ em 29,mar-2010 + Prohistemi (estar a frente, liderar). Refere-se a aqueles que “vos presidem no Senhor’. Este termo ocorre em I Tessalonicenses 5:12, Pelo contex- to, no se trata de um cargo institucionalizado, mas de uma tarefa exercida sob a influéncia do ambiente dominado pela atmosfera carismatica téo frequente nas primeiras comunida- des cristas. FIGURA 6: LIDER Disponivel em: ‘gestaodepessoasrh. wordpress.com/ tag/lider/ em 29.mar.2010 30 QUADRANGULAR © pastorado cristéo nao é uma atividade profissional como 0 trabalho secular, em que a finalidade principal é o sustento do Individuo e seus dependentes. 0 postulante ao ministério pastoral no deve aspiré-lo tendo em vista vanta- gem financeira!, posigSo de ascendéncia? sobre os demais ou simplesmente status social 0 pastorado cristo é 0 exercicio da lideranga espiritual na igreja de Cristo, exerdido por alguém que foi chamado por Deus, motivado e movido pela Biblia, e faz seu trabalho de acordo com seus ensinamentos. 0 pastorado cristéo é um oficio essencialmente servil, 0 que faz com que 0 amor a Deus e ao préximo seja as prin- is disposig6es e, a humildade, altruismo e diligéncia, as virtudes basilares. © modelo de Cristo ao se declarar o "Bom Pastor” deve ser adotado pelos lideres da igreja como padréo para o exercicio FIGURA 7: 0 OFICIO PASTORAL : Isponivel em: de um ministério pastoral sauddvel e fecundo. praxiscrista.zip.net/arch2007-11- 04-2007-1i-1... em 29.mar.2010 A condigSo biblica para o pastorado é que o lider crist&o, a exemplo do apéstolo Paulo, seja um imitador de Cristo. Alguém em quem a igreja possa se espelhar. ‘Alguém que tenha a consciéncia de estar apascentando “a igreja de Deus, que ele resgatou com seu préprio sangue” 7 Paulo recomenda a Timéteo que evite aqueles que acham “que a piedade seja causa de ganho" (I'Tm. 6:5). Pedro também admoesta a que os pastores apascentem o rebanho de Deus sem “torpe ganancia" (I Pe. 5:2). 2- Pedro 5:3 i 3 ~ Paulo em pronunciamento aos bispos de Efeso chamando-os a atenco para as responsabilidades pastorais. (Atos 20:28) TEOLOGIA PASTORAL @ TOPICO 3 - OINTUITO DO OFICIO PASTORAL © ministério pastoral existe para corresponder & razo de ser da igreja. E consensual, entre os estudiosos da Biblia, que a igreja tem por finalidade cumprir uma miss&o que consiste em trés tarefas: * a adoracéo; servico prestado diretamente a Deus; * 0 aperfeicoamento dos crentes; servico prestado a Deus em favor dos crentes; * a evangeligac3o; servico prestado a Deus em favor dos perdidos. Nao entraremos em detalhes sobre esta triplice tarefa da Igreja de Cristo, mas a mencionamos porque, para se com- preender 0 pastorado cristo, & preciso conhecer 0 contexto em que esta inserido. Neste contexto, somos levados a concluir que o pastor & * oorganizador e oficiante do culto e adoracdo coletiva; ‘+ oinstrutor responsdvel pela multiplicaggo do rebanho; ‘+ odirigente da evangelizacdo e do trabalho missionério; + trabalha para o aperfeicoamento dos santos, o mestre FIGURA 7: 0 INTUTTO PASTORAL dedicado ao estudo e ensino das Escrituras; 0 condutor Disponivel em: jocum.org.br : fem 29.mar.2010 paciente dos crentes em dificuldade; 0 consolador pie- doso na hora do sofrimento; 0 defensor do santo em perigo; 0 facilitador na descoberta e exercicio dos dons entre os crentes; 0 administrador da comunhéo e unidade dos irmos entre outros. Nao devemos deixar de mencionar que o gran- de agente por trés do trabalho pastoral é sempre © Espirito Santo. Em sintese, o trabalho pastoral consiste, fundamentalmente, em liderar a comunidade dos Bena a: PASToR crentes em sua misséo de continuar 0 ministério Disponivel em: 91,globo.comy.../0,,MUL1352819-5602,00. See tooo acer html em 29.mar.2010 ITQ - INSTITUTO TEOLOGICO QUADRANGULAR Neste capitulo vocé aprendeu que: + 0 pastor é 0 lider eclesidstico chamado, qualificado e treinado para cuidar do rebanho de Deus. 1 ‘+ No Novo Testamento, os termos pastor, bispo e presbitero possuem o mesmo significado. * Os termos mais frequentes na Biblia para “pastor” sio raah em hebraico e, no grego, episkopos, presby poimenas e prohistemi. * A condigo biblica para o exercicio do pastorado é que o postulante seja um imitador de Cristo. * 0 oficio pastoral tem, por finalidade, conduzir a igreja na tarefa da adoracao coletiva, da evangelizagio do mundo e da edificaco e comunhio dos crentes. _ Chegou a hora da » Vocé fard uma revisdo do responderé as questées, d folha da autoatividade e a e eM e sm INSTITUTO TEOLOGICO QUADRANGULAR NOTA TEOLOGIA PASTORAL | AUTDATIVIDADE DO CAPITULO 1 [Nome: y Série: Data de Entrega: QUESTOES: | 1. Por que as palavras “pastor”, “bispo" e “presbitero” nao so consideradas, para a Teologia Pastoral, como as observamos nas estruturas de nossas denominacées modernas? 2. Que relacao hd entre o oficio pastoral e a tarefa da Igreja de Cristo? 3. Quais devem ser as principais disposicées do postulante ao ministério pastoral? ’ No que consiste fundamentalmente o trabalho pastoral? CAPITULO 2 AS QUALIFICAGOES DO VOCACIONADO 4. INTRODUGAO Neste capitulo analisaremos algumas das principais exigéncias feitas pelas escrituras ao Individuo interessado no ministério cris- to, Fica claro nas Escrituras, sobretudo nas epistolas pastorais, que aquele que dpseja servir a Deus na posico de lideranca deve evidenciar um carater imaculado a semelhanga de Cristo. & isto que Paulo chama de ser irrepreensivel. Com certeza no esgotaremos © assunto, mas esperamos que este capitulo sirva como ponto de partida para pesquisas futuras. FIGURA 9: VOCACIONADOS Disponivel em: www.vocacionistas.org.br/para_refletir_visual... em 24.mar.2010 [e) bs = = al ce S) ie} INSTITUTO TEOLOGICO QUADRANGULAR M@ TOPICO 1 - AS EXIGENCIAS ESPIRITUAIS O oficio pastoral 6, essencialmen- te, uma atividade espiritual, © pastorado coloca o obreiro em contato direto com a realidade espiritual em que anjos e deménios esto em evidéncia, e onde conflitam os Interesses de Deus e do diabo. Por esta razo ser ae candidato a0 ministério pastoral, satisfazer as condigdes fundamentais FIGURA 10: PASTOR ORANDO impostas por Jesus: o novo nascimento pisporiver em Blogdofiecha.wordpress.com/2009/04/ em 29,mar.2010 € batismo com o Espirito Santo. emer oe eee tivo, a0 1.1 O NOVO NASCIMENTO ImpGe-se que o postulante ao pastorado seja alguém regenerado ou nascido de novo. Um bom exemplo de como 0 exercicio do ministério é ineficaz e as vezes perigoso quando Praticado por pessoas nio salvas, € a experiéncia vivida pelos exorcistas, filhos de Ceva, a0 tentar expulsar um deménio". Tomando Paulo como modelo, “tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espiritos malignos”; 0 resultado foi desastroso. Com uma declaracdo e uma pergunta, o deménio os fez Perceber que estavam desprovidos da principal qualificago para o trabalho espiritual: eles ndo Possuiam a identidade de Cristo; *conheco a Jesus, e bem sei quem é Paulo; mas vés quem sois?” (At 19:15) argumentou o espirito. Envergonhados e agredidos, acabaram fugindo. A diferenca entre os FIGURA 11: NOVO NASCIMENTO exorcistas ¢ Paillo nao estava na forma de operar, Be ere ees coral Nao era uma questiio de método, mas sim, de Semeeraa220) condig&o espiritual. A autoridade de Paulo néo Procedia do método que usava, mas de quem ele era. Para Paulo, invocar o nome de Cristo era Por em relevo sua condi¢ao espiritual transformada por meio da salvagio. A identidade de Paulo (quem ele era) estava amalgamada a identidade de Cristo (quem Ele &), por isso podia dizer: “Vivo, néo mais eu, mas Cristo vive em mim”. Nenhum obreiro sera bem sucedido se no passar pela experiéncia do novo nascimento, E Por este processo que nos tornamos filhos de Deus. Este é um dos grandes mistérios do Novo 4 = Atos 19:13-16 TEOLOGIA PASTORAL Testamento. E 0 novo nascimento que outorga ao crente a participacao na natureza divina’. Esta condigo nos foi dada por Deus através de Jesus Cristo. Referindo-se aos que recebem a Cristo, Joo afirma que Deus “deu-Ihes o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo. 1:12). Diferentemente dos filhos de Ceva, os setenta discipulos, apés uma incursdo evangelistica bem sucedida, celebraram “Senhor, pelo teu nome, até os deménios se nos sujeitam” (Lc. 10:17). O feliz resultado de seu trabalho residia na condig&o espiritual em que se encontravam; seus nomes (identidade) estavam devidamente registrados no céu®. A unio com,Cristo, produzida pelo novo nascimento, faz com que o discipulo seja transfor- mado segundo a ua imagem’, isso significa fazer parte de Sua natureza®. Ja fora dito anteriormente que o ministério pastoral esté vinculado & razo de ser da igreja. Sendo esta uma representacao do Reino de Deus na terra, se impde que seus lideres dela facam parte. Ninguém pode aspirar ao pastorado sendo estranho no reino. Foi este ensinamento que Jesus deu a Nicodemos: “Aquele que no nascer de novo no pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3) 1.2 O BATISMO COM OESPIRITO SANTO. Antes de subir aos céus, Jesus advertiu os seus dis- cipulos para que nao se ausentassem de Jerusalém até que todos fossem batizados com o Espirito Santo. Sabia que a tarefa de levar ao mundo o Evangelho exigia mais do que discurso. Para que pudessem ser testemunhas de Jesus Cristo precisariam ser revestidos do Espirito Santo. E 0 batismo com o Espirito Santo que propicia ao discipulo as condic&es para ministrar de maneira que o espiritual se sobréponha ao material. E 0 batismo com 9 Espirito Santo que concede ao discipulo capacidades.FIGURA 12; BATISMO CoM © ESPIRITO SANTO sobrenaturais como os dons elencados, por exemplo, pastorgersonfiltto.blogspot.com/2009/08/em-n, aan fem 23.mar.2010 em I Corintios 12:1-11. Estes dons incrementam as principais operacées do trabalho evangélico: a verbal, seja na Pregacéo, oraco ou numa aula, através dos dons de locugo - palavra da sabedoria, profecia ¢ variedades de linguas; a investigacao, nos enfrentamentos em territério desconhecido através dos dons de revelacio ~ palavra da ciéncia, interpretaco de linguas e discernimento de espiritos; a.atuagso, nos trabalhos de libertag&o ou socorro, por exemplo, através dos dons operacionais ~ fé, curar e operacéo de maravilhas. Ser cheio do Espirito Santo também adiciona, ao cardter do discipulo, o fruto do Espirito caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidao e temperanca ,virtudes indispensdveis a piedade. 5-1 Pedro 1:4 6 = Lucas 10:20 7 - Romanos 8:29; 11 Corintios 3:18 8 - Colossenses 2:10; Hebreus2:10; 11 Pedro 1:4 8- Atos 1:4-8 bd 1 mk Z ™@ TOPICO 2 - AS EXIGENCIAS EMOCIONAIS © vocacionado para o pastorado deverd apresentar um perfil psicolégico equilibrado. Nao pode ser um individuo com problemas emocionais por resolver. Um obreiro cheio de remorsos, por exemplo, no conseguiré falar com se- guranca acerca da graca perdgadora de Deus. A inseguranga fez Pedro negar a Cristo e, depois, movido pelo remorso chorou amargamente. Um pastor pessimista poderé con- fundir Cristo com um fantasma, eo de coragio inclinado & magoa ou ressen- timento no poderé suportar 0 peso da ingratidao e dos insultos a que muitas vezes 0 ministro é submetido. A militancia espiritual exige do pastor um coragao perdoador e tolerante. Aansiedade é outro desequilibrio emocional que devers ser tratado antes que alguém deseje © pastorado. Tiago afirma ™... que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciéncia até que receba a chuva tempord e serédia” (Ta. 4 esperar a realizac&o das obras importantes e que geralmente no se fazem de um dia para o outro. Evangelizar, aconselhar, ajudarp rebanho de Deus a crescer sao tarefas de demorado resultado. A ansiedade poderd levar 0 obréiro a colher frutos verdes perdendo-se, assim, o trabalho e 0 fruto. ITQ - INSTITUTO TEOLOGICO QUADRANGULAR FIGURA 13: : Disponivel em: EQUILIBRIO EMOCIONAL vivalarelatividac.blogspot.com/2008/06/equll... em 29.mar.2010 ). Um obreiro ansioso nao conseg TEOLOGIA P, ™@ TOPICO 3 - ASEXIGENCIAS MORAIS 3.1 NOS DEZ MANDAMENTOS No & possivel falar em exig&ncias morais sem mencionar os Dez Mandamentos. A observacéo dos mandamentos de Deus, em termos gerais, realiza a exceléncia moral tequerida ao individuo que tem ao ‘Senhor como tinico Deus. Com efeito, honrara seu pal e sua mae, ndo matard, no adulterard, no mentira endo cobicaré hes de seu préximo. A constatagéo de falha em qualquer destes mandamentos, desqua- lificaré 0 vocacionado ao exercicio da lideranca de uma comunidade sobre a qual se impéem as mesmas exigéncias. E bom lembrar que a observacao dos mandamen- tos do decélogo no adiciona virtude ao individuo** FIGURA 14: a ; fi Disponivel em: DEZ MANDAMENTOS no se pode, contudo, admitir como lider da igreja de Disponivel em: DEZMANDAMENTOS. 4. 4, Cristo, alguém que descumpra qualquer dos manda- ©m 29.mar2010 mentos acima mencionados. Nao nos aprofundaremos neste tema porque dele se ocupa a Etica Crist, no entanto, este tépico requer que seja levado em conta. 3.2 NAS EPISTOLAS PASTORAIS Em instrucdo dada a Timéteo quanto as qualificages do postulante ao ministério, Paulo afirmou que o bispo deveria ser irrepreensivel', 0 que se segue nos versiculos seguintes é uma decomposicéo desta irrepreensibilidade composta de valores morais, sociais, intelectuais e em- piricos. 3.2.1 VALORES MORAIS Quanto aos valores morais: * a temperanca. E a virtude do homem que domina seus impetos em relac&o ao prazer e a0 sofrimento ou pelos objetos de seu interesse ou desinteresse. Trata-se de comedimento. Com efeito, um individuo comedido ndo se entregaré a glutonaria nem as bebedeiras. Nao fard da insatisfaco, com sua condigéo econémica, ladainhas de queixas interminaveis. Um sujeito incontinente excederé sempre diante de seus apetites. Gastaré o que nao tem, magnificara as causas do sofrimento, assim como minimizaré as fontes de prazer. Temperanca é a virtude do equilibrio na caminhada do obreiro. + Assobriedade. Em oposig&o a embriagués, sugere tanto um estilo de vida abstinente assim ‘como clareza de idelas. Um obreiro nao poderé exercer bem seu ministério se tiver percepcao 10 - No serméo da montanha Jesus mencionou que a simples inclinago para um determinado delito em si materialize um vicio, desta forma, o Individuo, encolerizado ou concupiscente, ao obedecer 8 lel, preserva seu préximo mas no se livre do julzo divino (Mateus 5:21,22,27,28) i1- TTiméteo 3:2 ITQ - INSTITUTO TEOLOGICO QUADRANGULA confusa acerca dos valores e situacdes com que tera que se envolver. * A Respeitabilidade. Nas principais tradugdes da Biblia para o portugués sio empregados os termos "modesto" e "honesto”, entretanto, a melhor traducdo para o termo grego “késmion” seria “respeitdvel”, O pastor deve ser digno de respeito. Deve ser considerado autoridade moral tanto quanto autoridade na sua competéncia intelectual. * A Generosidade. Em contraste com a avareza, o pastor deve agir sempre com liberalidade. Nao deve ter apegos materiais. O ministro cristo ndo deve ser um amante do dinheiro. Paulo advertira a Timéteo para que se afastasse dos obreiros que achavam que a piedade tivesse que resultar em lucro fap e Pedro adverte que o exercicio fraudulento do ministério seria motivado pelo interesse econémico". 12 - TTiméteo 6:5 13 -"€ por avareza fardo de vés negécio..." (II Pedro 2:1-3) ™@ TOPICO 4 - AS EXIGENCIAS SOCIAIS Tratam-se dos principios que norteiam a participaco do individuo na esfera social. Ao discipulo de Jesus Cristo é requerido que apresente um padréo social superior a0 estabelecido pela sociedade secular. Esta exigéncia permela quase todos os tépicos apresentados no Sermo do Monte pelo Se- nhor. Estar abaixp destas exigéncias, nem pensar, principalmente aqueles que postulam © pastorado, Sendo assim, Paulo recomenda que 0 candidato: * seja marido de uma sé mulher. A ideia aqui é de um relacionamento monoga- Fcura se" sOCIApILIDADE Disponivel em: mico. Embora a Lei de Moisés reconhe- colsasdestavida. wordpress.com/...{ em 28.mar:2010 cesse a bigamia como um ato legal? 0 Talmude permitisse o nimero de quatro mulheres para cada marido, a monogamia é apresentada por Deus como férmula ideal considerando que “dois numa sé carne” néo admite outra interpretac&o. Igualmente, a monogamia foi reafirmada por Jesus,"? passando a ser uma exigéncia no cristianismo 0 que influenciou toda estrutura familiar ocidental. Esta seria a interpretacao formal e literal desta exigéncia. Como uma contextualizacao se faz necessa- ria, podemos dizer que o interessado no episcopado nao pode ser mulherengo. A regra vale para as mulheres. Do pastor é requerido que satisfacga as exigéncias sociais para o estado matrimonial. * — Governe bem a sua prépria casa. O pastor precisa ser alguém que saiba exercer sua mor- domia como lider da familia. O desempenho como lider espiritual do préprio lar pode servir para se ter uma ideia de como sera sua lideranca na comunidade crista. * Nao seja dado ao vinho. Esta recomendac&o encontra perfeita correspondéncia com a virtude do comedimento mencionado anteriormente. O pastor ndo deve ser amante do consumo de bebida. A comida também deve ser considerada. + N&o seja violento. Um sujeito violento ou brigao n&o tem condigées morais de resolver problemas de conflitos. Jesus ensinou que so bem-aventurados os pacificadores,** pois seriam chamados filhos de Deus. Uma pessoa belicosa negaria a condicao de filha de Deus; uma péssima caracteristica para um obreiro. Individuos briguentos nao devem ter lugar nos pulpitos das igrejas de Cristo. A amabilidade pode ser considerada um paralelismo como contraste em relacao ao ser violento. + Sefa hospitaleiro. Qualidade de quem acolhe com amor. Virtude de quem tem satisfag&o em receber 0 préximo e disposicSo para compartithar seus bens. Trata-se do exercicio da filan- tropia. 14 - Deuteronémio 21:15-17 15 - Mateus 19:46 16 - Mateus 5:9 podemos acrescentar ainda: © zelo quanto 4 condicao civil. Nos tempos biblicos n&o havia cartérios, mas, se houvessem, seguramente Paulo acrescentaria que 0 obreiro deveria ser legalmente casado (nao amasia- do). No Manual de Ritos e Cerimér da Igreja do Evangelho Quadrangular, no intréito do Rito do Matriménio diz que: L...] A Igreja do Evangelho Quadrangular, de acordo com as palavras do apéstolo. Paulo, qe nos ordena leal obediéncia as lels do pals e as autoridades legitima- ‘mente constituidas, reconhece o contrato civil como suficiente para satisfazer a Instituicéo divina do matriménio. Lembramos que 0 devido begistro dos filhos est incluldo nas obrigacdes civis. Civismo, Refere-se & devoc&o & causa publica. Como um formador de opinigo, jamais um pastor deve se posicionar contra os valores patriéticos. Aprendemos com Jesus a dara César © que é de César. Paulo orienta que “toda a alma esteja sujeita as potestades superiores; Porque no hd potestade que ndo venha de Deus; e as potestades que hé foram ordenadas por Deus” (Rm 13:1)!”. © pastor deve ter uma conduta exemplar no exercicio da cidadania, 47 - Recomendamos a leitura do texto Integral de Romanos 13:1-7. TEOLOGIA PASTORAL Mi TOPICO5 - AS EXIGENCIAS INTELECTUAIS pastor deve ser apto para ensinar. Esté relacionado com a respeitabilidade adquirida pela competéncia intelectual. Sé é apto para ensinar aquele que domina o assunto de sua competéncia, conhece e domina © método de ensino € apresenta lastro moral acerca do que ensina, ou sdja, é visto agindo em conformidade com o que prega e ensina. aspirante ao ministério pastoral deve ter um espirito ensindvel Deve sempre buscar 0 conhecimento, sem 0 que no estaré apto para o exercicio do ministério, Este é 0 grande mister da grande comisséo: ensinar “todas as nagées... ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28:19-20). FIGURA 16: EXIGENCIAS INTELECTUAIS Disponivel em: ‘www.correlodobrasil.com. br/naticia.asp’ Ao jovem pastor de Efeso, Paulo exorta: “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu va" (I Tm, 4:13) e ainda: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que no tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (II Tm. 2:15). ~ INSTITUTO TEOLOGI TOPICO 6 - AS EXIGENCIAS DA EXPERIENCIA - VOCACAO PROVADA E APROVADA Esta exigéncia esta explicita na adverténcia que Paulo faz a Timéteo* de que o candidato ao ministério n&o pode ser uma pessoa irecém- convertida. Um novato nao teria | tempo para ter sua vocacéo as € confirmada e, ainda que a Vocacio 0 desejo pelo exercicio do ministério aflorassem nos primeiros dias de conversdo, nao haveria tempo para ser treinado e avaliado quanto a satisfacio das exigéncias anteriores. Geralmente & preciso um tempo consideravel para que um discipulo logre as qualificagées descritas nos t6picos deste capitulo. Jesus esperou mais de dois anos para formar 0 colégio apostélico e os liberou somente depois de terem recebido o batismo com o Espirito Santo. Mesmo | Paulo, nao iniciou sua carreira nos dias FIGURA 17: PASTOR EXPERIENTE Disponivel em: Insejecdf.blogspot.com/2007/12/aniversrio-da-... em 29.mar.2010 subsequentes & sua conversao. © motivo da preocupagio de Paulo era a de no permitir que o diabo dispusesse de obreiros tomados de vaidade pela auséncia das qualificagées supracitadas com o fim de destrui-los, 18 - TTiméteo 3:6 Neste capitulo vocé aprendeu sobre as qualificacdes do vocacionado. Os assuntos tratados foram: © as exigéncias espirituais; * as exigéncias emocionais; + as exigéncigs morais; sas Sigenke sociais; «as exigéncias intelectuais * as exigéncias da experiéncia. Chegou a hora da autoatividede, Vocé fard uma reviséo do eae INSTITUTO TEOLOGICO GUADRANGULAR TEOLOGIA PASTORAL AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 2 Nome: T Série: Data de Entrega: ] QUESTOES: | 1. Por que os filhos de Ceva fracassaram na tentativa de expulsar um deménio? 2. Por que o batismo com o Espirito Santo se faz necessério para o exercicio do pastorado cristo? 3. Que qualidade condensa as virtudes relacionadas por Paulo como qualificacdes para o epis- copado? i 4, Segundo Pedro, qual seria a motivacao por tras do exercicio fraudulento do ministério? Que sentimento 0 diabo poderia despertar no novato se alcangasse precocemente o ministério? TEOLOGIA PASTO CAPITULO 3 DO CHAMADO A ORDENAGAO DO MINISTRO 4. INTRODUGAO O pastor nao ¢ um oficial que se forma de um dia para o outro. Entre a chamada universal, para a salvacSo, estendida a todos e a chamada especifica para o ministério, existe uma caminhada que parte da convocabao inicial, passa pelos processos de formacéo e treinamento até ancorar no rito de ordenacio quando, reconhecidos pela igreja, 0 vocacionado, enfim, recebe autoridade para exercer seu ministério. E este processo que estudaremos neste capitulo. FIGURA 18: ORDENAGAO PASTORAL Disponivel em: wr, paulistadavele.org.br/portal/2 fem 25.mar.2010 fe) = = = a ed (S) ITG - INSTITUTO TEOLOG 0 QUADRANGULAR ‘OLOGIA @ TOPICO 1 - OCHAMADO 41.1008 Trata-se da convocagdo de Deus Fora dit Para 0 exercicio de um determinado no individuo ministério. A convocag&o acontece descartado ¢ mediante a acdo impulsionadora do ‘obra deseja” Espirito Santo que, por meio da Palavra 2. Consider ou de um ato direto sobre 'o espirito Somente o t do homem, Ihe desperta o senso de dever e servico para com Dgus e Sua igreja. A experiéncia do chamado é, num primeiro momento, subjetiva € nao segue um padrao. Moisés, Gidedo e Isalas, por exemplo, viveram experiéncias extraordinarias com visdes e revelacées sobrenaturais; os apéstolos © impulso in fevadas em « T12AAF Trata-se 2s habilidade = Lideranc foram convocados diretamente por teriza pe Jesus Cristo, Timéteo e Tito precisaram determir apenas do entendimento de que foram = Didatica chamados por Deus. c episcopa FIGURA 19: 0 CHAMADO de ensin Disponivel em: teologando.com em 25.mar.2010 eB 3 = Pastoral. 1.1 O TEMPO PARA A REALIZACAO DO CHAMADO endo a e@ alimen Obviamente, a experiéncia subjetiva por si sé nao faz do BR Adminis: postulante um pastor. © chamado precisa ser confirmado me- ha cs diante o reconhecimento da igreja e, consequentemente, pelo convite objetivo dos lideres desta igreja. Paulo, por exemplo, 71.3 INTE - re e reconheceu a importancia de Timéteo para suas aspiracdes Bivénc missionarias de forma que ®... quis que Timéteo fosse com ele” (At. 16:3). Posteriormente, ao aconselhar o jé pastor Timéteo, natural @uer do cr recomendou-Ihe que no desprezasse o ministério que Ihe fora sicupa 20: 0 repo Bes « orgal “imposiga mio: bitério” Disponivel em: = peas socio da meds) do] Presbiteror (Tin ee Sr ee aoeetoeta (Stadas, ficou 4:14), numa evidéncia de que o seu pastorado fora confirmado archive.htm! em 25.mar2010 “pastoral. Fale Por uma convengao de lideres, pela ordenago (imposigéio de mos). > Deus nunca erra na escolha de um lider, entretanto, a efetivacgo de alguém no oficio pastoral no se dé sem 0 consentimento publico e este ndo pode ser dado precipitadamente. Por isso, Paulo adverte a Timéteo que a ninguém imponha as méos precipitadamente"”. A selecéio de um Postulante ao pastorado deve levar em conta pelo menos quatro fatores que exigem tempo pare serem observados: desejo pelo ministério, aptiddo, integridade moral e a posse de dons. 19 (I Timéteo 5:22) Pelo contexto, a pressa em ordenar pastores pode acarretar problemas de discipline mais tarde. 4.1.1 0 DESEUO PELO MINISTERIO Fora dito anteriormente que a ago do Espirito Santo, no processo da chamada, desperta fo individuo 0 senso de dever e servico, e isto n&o ocorre sem anseio. O desejo de servir néo é descartado considerando 0 que Paulo diz a Timéteo: “Se alguém deseja o episcopado, excelente ‘obra deseja” (I Tm, 3:1). Hé de se observar, porém, se a compulsio é pelo titulo ou pelo servi- ‘g9. Considerando que Deus nos chama para servir, e & neste aspecto que o desejo é excelente, ‘somente o tempo permitiré, a congregacéo, discernir as reals motivagBes do candidato. Como ‘© impulso interior se expressa em ages externas, estas devem ser observadas, analisadas e fadas em contalno momento da separacdo de um postulante. 4.1.2 A APTIDAO ‘Trata-se das habilidades necessérias para um bom desempenho no exercicio pastoral. Entre as habilidades necessérias que precisam ser verificadas no candidato destacamos: + _Lideranca. Se 0 pastorado é um oficio, a lideranca é uma habilidade. A lideranca se carac- teriza pela iniciativa, capacidade de condugdo e influéncia que 0 individuo exerce sobre um determinado grupo de pessoas. + Didatica. Esta é a principal tarefa da grande comissao. Paulo assevera que o postulante ao episcopado precisa ser apto para ensinar. Isto envolve dominio de contetidos e de métodos de ensino. = Pastoral. O pastor deve ter pleno senso de responsabilidade para com seu liderado, mos- trando amor, respeito e zelo pelo rebanho de Deus. A Biblia ordena que os pastores culdem e alimentem o rebanho de Deus”. + Administrativa. A igreja é uma organizacSo. Portanto, se faz necessario que o lider cristo tenha capacidade administrativa, pois deverd trabalhar com recursos comuns a todo o grupo. 1.1.3 INTEGRIDADE MORAL A vivéncia crist tem como padrao moral o modo de ser de Cristo. E obvio que no possu- imos naturalmente a impecabilidade presente em Cristo, que nasceu sem pecado”. Todavia, se requer do crente, sobretudo do postulante ao ministério, que leve em consideracdo e siga as ‘orientagées das Escrituras acerca da santidade. No tépico em que as qualificagées morais foram citadas, ficou patente que uma pessoa viciosa no estd apta para o servico sagrado do ministério pastoral. Falando sobre o estilo de vida e caréter do lider cristo James M. George observa que [...] Os sacerdotes do Antigo Testamento tinham de praticar rituais minuciosos de lavagem e purificacso, bem como de ofertas de sacrificios por seus préprios pecados, antes de poderem ministrar em favor do povo (Hb.5.3). Como poderiam interceder pelos outros, enquanto seus prdprios pecados ndo fossem cobertos? Assim também acontece com @ lider do Novo Testamento. Lideranca espiritual sem caréter correspondente é mera atividade religiosa, talvez negécio religioso ou pior, hipocrisia. (MACARTHUR, 1999. p.137, 139). 20 - Atos 20:18, I Pedro 5:2 21 « Isaias 53:9; Jogo 8:46; II Corintios 5:21; Hebreus 4:15; 7:26; 1 Pedro 1:19; 2:22 1 JoB0 3:5 ce a Zi re peer Um carater que néo corresponda a moralidade biblica desqualificaré qualquer candidato ao pastorado, ainda que este possua as outras qualificacdes. 1.1.4 POSSE DE DONS © conhecimento e a aplicagio de um determinado dom pode ser um indicativo externo do chamado ministerial. Geralmente, pastores que desempenham bem seu ministério j4 estavam bem orientados e desenvolvidm a contento seus dons na congregacao, antes de serem apresen- tados a uma convencao. Os fatores, aqui apresentados, n&o podem ser observados do dia para o outro. Sendo assim, tanto 0 interessado no pastorado como a igreja precisara de tempo. Tempo suficiente Para uma checagem eficiente. ™@ TOPICO 2 - AFORMACAO Um pastor comega a ser formado no inicio de sua caminhada com Cristo. Incontestavelmente, esta caminhada se da na convivéncia eclesial e na prética da piedade biblica, ambas de natureza social e coletiva. Como todo processo é operado no contexto da igreja, o postulante traré influ- Encias que vo do seu discipulador ao zelador do templo, pasando por todos os demais membros. Para compreendermos melhor este processo, FIGURA 21: TURMA UNIDOS EM CRISTO Nae reg cong oe aoue TBQ ~ SP ~ JUBILEU DE PRATA 11/12/1982 Disponivel em: Acervo do Pr: Marco Lapa em 30.03.10 2.1 A INFLUENCIA DO FORMADOR As bases da construcéo de um ministro cristo est&o no discipulado. O discipulado é um Proceso através do qual o portador de uma doutrina transfere-a a um seguidor bem como ne- cessariamente a pratica daquilo que se ensina. Uma pessoa recém-convertida tem pelo menos duas pessoas de quem recebe influéncia: um amigo que a evangelizou e o pastor. Estes precisam ser as bases para a firmeza espiritual e moral do futuro pastor. Paulo como crente maduro e lider da igreja se apresenta como quem exercera influéncia didatica e ética®, sobre o jovem pastor Timédteo, e recomenda: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem 0 ; aprendeste” (I Tm 3:14) (grifo do autor) © exemplo do formador sera uma inspiracao, positiva ou no, na formacéo da espiritualidade do futuro pastor. 2.2 A FORMACAO INDIRETA ‘Trata-se daquela cuja influéncia deriva da convivéncia com a igreja local. Todo lider traz em seus valores morais e espirituais elementos do seu melo de convivéncia Uma congregacéo ativa na pratica da orago produzird lideres de oracdo, uma comunidade atenta a leitura da Biblia e a observacdo de seus preceitos nos dard pastores com caracteristicas semelhantes. E a qualidade da congregacao que ditara as exigéncias aos seus lideres. 2.3 A FORMACAO DIRETA Um vocacionado que tenha conviccéio de seu chamado, no negligenciard o estudo sistema- tico da teologia e das ciéncias sociais e filoséficas. 22 - “Tu, porém, tens sequido de perto o meu ensino, procedimento, propésito, fé, longanimidade, amor, perseverance” (it Tm. 3:10) ITUTO TEOLOGICO QUADRANGULAR O pastor tem 0 dever de compreender o ser humano, a quem Deus ama e deseja salvar, e deve saber como lidar com eles. Eis a razdo de 0 candidato precisar formag&o académica. ‘A magnitude do trabalho pastoral nao permite pensarmos que o pastorado dispensa o saber académico. Sabemos que a educaco ou 0 conhecimento académico nao é tudo no exercicio de uma fungao tao nobre, todavia, o conhecimento que 0 homem pode obter pelo estudo, no seré dado sobrenaturalmente. Reconhecer 0 chamado de Deus para o mini boa formacao intelectual. I ‘ério é um forte motivo para a busca de uma Seguramente, o diploma de Teologia n&o dard ao obreiro autoridade sobrenatural. Mas, que crédito hé na auséncia de autoridade intelectual? Buscar uma boa formagao teoldgica é valori- zar o chamado. E bom n&o nos esquecermos de que os discipulos de Cristo passaram trés anos aprendendo, dia e noite, uma carga hordria imbativel, com o Mestre dos mestres. Viveram 0 cenétio, falaram e escreveram nas linguas que néo podemos conhecer senéo através do preparo académico. ™@ TOPICO 3 - O TREINAMENTO © conceito é militar. A ideia é a do individuo formado intelectualmente que agora precisa, pelo habito ou repeti¢o, transformar seu conhecimento em virtude. Treinamento é a execugio didatica da arte apreendida teoricamente. 0 conhecimento teérico sem destreza é Inoperante, por isso Paulo exorta Timéteo para que se fxercite em piedade™. 3.1 AS AREAS DE TREINAMENTO © treinamento deverd acontecer: + na Vida com Deus O termo grego eusebela (devosio, piedade, temor a Deus, religio) descreve toda conduta cor- pati FIGURA 22: ESTAGIANDO respondente a fé crist. Assim, Paulo recomenda_ Disponivel em: curteaonda.wordpress.com/about/ ‘i em 3003-10 que Timéteo esteja treinado para o exercicio da fé, °° entendendo que o envolvimento com a oracdo e a palavra de Deus, da sua absorcao a pratica, ¢ necessério & vida pledosa”* (espiritual crist&), portanto, é indispensdvel na base de toda atividade pastoral ‘Tomando por analogia o exercicio atlético como instrumento de autodisciplina, Paulo destaca a necessidade de um condicionamento espiritual e moral ideais obtidos pela pratica da piedade. Um pastor sem vida devocional nao lograré éxito em seu ministério. Um homem de Deus precisa andar com Deus. * No envolvimento e desenvolvimento na igreja local ‘Antes de um vocacionado chegar & condicao de pastor, teré que mostrar habilidade em outras areas da piedade crist8. Geralmente o postulante comeca a pregar, aconselhar ou dirigir reunides antes de seu ingresso na carreira ministerial. Raramente encontraremos um pastor que no tenha sido didcono ou tenha presidido um departamento na igreja local. Aceitar e executar bem uma tarefa nas atividades leigas da igreja é um bom meio de desen- volver habilidades ministeriais. ‘+ No estdgio supervisionado e no transcorrer das disciplinas Ocorre em conjunc&o com as atividades académicas. Na medida em que aprendemos uma determinada disciplina-na teoria, exercitamos nossos conhecimentos com a prética supervisiona- da. Desta forma, o estudante de homilética tera sua aprovacSo apés demonstrar, pregando, seja Nos serm@es de prova como nas atividades eclesiais supervisionadas, que consegue aplicar as regras da homilia, ou o exegeta teré que demonstrar, interpretando um texto biblico, sua pericia na exegese ou hermenéutica, entre outros exemplos. 3 - “Exercta-te a ti mesmo em piedade” (I Timéteo 4:7). Ver ainda Hebreus 5:14 e 12:11. 24 - A insttuiggo do diaconato fol uma alternativa para que os discipulos ficassem livres para se dedicarem fexclusivamente & oracdo e & Palavra de Deus (Atos 6:4) Wi TOPICO 4 - AORDENACAO | _RESUMV A ordenago ou consagracao ¢ 0 rito através do qual é confirmado 0 chamado de Deus pessoas que, separadas e treinadas, so efetivadas no oficio do pastorado cristo. No Antigo Testamento, os sacerdotes e profetas eram consagrados para o exercicio de seu! ministérios através de rituais que se caracterizavam principalmente pela imposi¢&o das m&os ung&o com azeite?s. 1 No Novo Testamento, Timéteo recebeu a ordenago mediante a imposi¢o de mos do pres bitério e foi orientado a no sp precipitar ordenando um novato%. 4.1 OSIGNIFICADO A ordenag&o ou consagragdo representa e formaliza o reconhecimento piiblico do chama¢ divino feito aos futuros lideres da igreja, tanto quanto a autorizagio para a execucao das tarefa pastorais. 4.2 O OBJETIVO © objetivo da ordenagio € outorgar ao vocacionado autoridade para o pleno exercicio ¢ pastorado. O processo credencia o postulante a agir com autoridade, desde que sob autoridac daqueles que Ihe impuseram as mos. A ordenac&o também dé & igreja a confianca de que candidato é um escothido de Deus. Para James M. George “a ordenacdo publica proporciona unr confirmagio visivel de que Deus chamou um individuo para usar suas habilidades e dons sing lares em beneficio de toda a igreja"” 4.3 AS IMPLICACOES No plano fisico e visfvel, 8 ordenacéo valida um ministério, Um ministério gerado pelo ch mado divino e confirmado por uma convengéo eclesial, alicergada nos valores biblicos, ofere maior probabilidade de ser saudavel e vigoroso do que um ministério autoproclamado. No plano espiritual, a conveng&o que ordena um postulante, valida 0 chamado de Deus q delega & igreja 0 poder de ligar e desligar, e que no acordo coletivo encontra anuéncia nos céus 25 - Ex 29:9, 29, 35; Lv 16:36; Nm. 27:18; Dt. 34:9, 26 11m, 5:22 27 = (Mac ARTUR,JR, Rio de Janeiro, pg. 131) 28 - Mateus 16:19; 18:18-19 Neste capitu © chamad A formacé 0 treinam A ordenag «2 TEOLOGIA PASTORAL RESUMO DO CAPITULO Neste capitulo vocé aprendeu sobre: * 0 chamado. + A formaco. ; * O treinamento. * Aordenacio. ‘Chegou a hora da autoatividade. INSTITUTO TEOLOGICO GUADRANGULAR TEOLOGIA PASTORAL AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 3 aa [Nome 1 [Série: | Data de Entrega: QUESTOES: t 1. O que vocé entende por “chamado”? 2. Que fatores devem ser levados em conta na seleséio de um postulante ao ministério? 3. Assinale a alternativa correta: 3.1 Lideranga, didatica e capacidades pastorais e administrativas constituem fatores relevantes a. (_) do desejo pelo ministério b. ( ) da aptidgo c.( ) da ética d. ( ) da vocaggo 3.2 A vivéncia crist tem como padrao moral a. (_) a Teologia Pastoral b.( )aLei i ©. () 0 modo de ser de Cristo 4. () a ética das epistolas pastorais 3.3 Antes de um vocacionado chegar & condic&o de pastor teré que mostrar habilidade a. () em outras dreas da piedade crist3 b. ( ) na arte do aconselhamento ¢. (_) na interpretac3o das Escrituras d. () na exortagao 3.4 A ordenacao é um rito @. (_) que da ao postulante a formacdio necessaria para o pastorado b. ( ) que confirma a capacidade espiritual para pregar ¢: (_) que consagra e santifica o lider cristo 4. (_) que confirma o chamado de Deus as pessoas que sdo efetivadas no Oficio do pastorado cristao. aie mee Wo NSH6) aI \e LEITURA COMPLEMENTAR GENESE E FUNDAMENTOS DA VOCACAO PASTORAL Nob temos um s6 sacerdote, Jesus Cristo, o salvador. Ele é na verdade 0 Unico e auténtico pastor, aquele que cumpre fielmente sua ‘vocac&4, em plena solidariedade conosco a ponto de dar sua vida. “Todas as outras vocagées cristas so apenas sombras dessa vocacio. Jesus Cristo € 0 niicleo formador, a matriz de todo ministério const tuldo pela graca de Deus. E ele quem vocaciona: “E subiu ao monte chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele para envid-los a pregar” (Mc 3.13), “Nao me escolhestes vés a mim, mas eu vos escolhi a vés e vos nomeel para que vades e deis frutos e 0 vosso fruto permaneca...” (Jo 15.16). 0 ministério é primeiramente 0 ministério de Cristo, 0 niicleo gerador do novo povo de Deus. ...@ Igreja primitiva passou a reconhecer, desde os seus primér- dios, a condicao especial desse ministério, por um ato especial de ordenaco segundo o qual a igreja reconhece, confirma e comissiona vocagées para o seu servico: a lgreja é parte ativa e essencial da vo- cacao. Credencia pessoas na missao de Deus ‘sob sua responsabilidade para servirem cumprirem 0 que thes foi designado cumprir. Jano segundo século, a Igreja possui um corpo ordenado de ministros da palavra e dos sacramentos que caracterizam o trabalho pastoral... ss. O ministério tem sua fonte ditima em Cristo e sua razéo de ser no ser da Igreja; na verdade, é ela quem recebe o carisma para comissionar outros. O carisma do ministério pastoral, antes de per- tencer a uma pessoa, pertence 8 Igreja. A primeira e maior tarefa do ministério da Palavra é 0 de ser (desculpem a redundancia) cuidador da Palavra. 0 dom de zelar pelo depésito da fé (1 Tm. 3.9), come- cando pela Palavra e Sacramento, inclufa toda a liturgia, 0 zelo pelos necessitados (0 doente, o pobre, o preso), © ensino e ajudar 0 povo ‘que se retine em torno de Cristo a torna-lo visivel em todas as esferas da existéncia. Esse é 0 ministério a que as pessoas comissionadas pela Igreja, bispos e presbiteros, tém como fundamento e razao de ser. ITQ - INSTITUTO TEC IUADRANGULAR CAPITULO 4 AS ATRIBUICGOES DO MINISTERIO PASTORAL 4, INTRODUCAO As atribuicgdes do oficio pastoral estéo intimamente relacionadas a razo de ser da igreja. Esta, por sua vez, festa relacionada a sua triplice misséo de prover bem estar, seguranga comunhao ao rebanho de Deus, tarefa executada em favor dos santos; evangelizar, tarefa executada a favor dos perdidos deste mundo e adorar a Deus. Nesta direcdo, veremos as atribuicdes do pastor a partir - do cuidado do rebanho, das Dsponvelem: obrigagées litirgicas, da aco Jatao. em zsmasb10 missionaria e administragao. INN 3 (051m ™@ TOPICO 1 - O CUIDADO DO REBANHO Inspirado nos trabalhos dos pastores de ovelhas que dedicavam suas vidas aos rebanhos, conduzindo-o aos melhores pastos e 4guas potaveis e executando demais deveres do oficio, 0 pastor da igreja deve se dedicar ao trabalho de prover alimento, protecao, orientagao, disciplina etc. Basicamente, estes so os fatores que constituem o trabalho pastoral no que diz respeito ao culdado do rebanho. 1.1 PROVENDO ALIMENTO Assim como 0 cofpo necessita do alimento, para sua subsisténcia e satide, o espirito também requer 0 cuidado da alimentacdo. Neste sentido, a Palavra de Deus é comparada com o alimento st ido. Esta foi a primeira verdade com que Cristo combateu a Satands durante a tentaco no deserto: "Nao s6 de pao viverd o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. ‘Como provedor de alimento, o pastor deve se esmerar em conhecer as Escrituras e os meios de transmitir seus ensinos ao rebanho de Deus, a fim de que tenham satide e vigor espiritual. 0 pillpito seré a mesa do banquete quando dele vierem pregacées de contetido biblico consistente e bem sistematizadas ou um balc&o de guloseimas, se dele procederem mensagens adocicadas e vazias de coeréncia biblica e doutrinaria. Esta é a razdo pela qual Paulo assevera que 0 candidato deve ser apto para ensinar®°. Um pastor jamais conseguira satisfazer as exigéncias de Deus para 0 culdado de Seu rebanho se nao tiver o minimo necessario de conhecimento biblico e teolégico. 4.2 PROTECAO O apelo de Paulo a Timéteo para que pregue a Palavra® como sendo, no dizer de J.N.D. Kelly, “o dever pratico urgente de Timéteo”, é seguido do que seria a razo da urgéncia: “haverd tempo em que ndo suportarao a sa doutrina”>. Indubitavelmente, a ministracdo de falsos ensinos na igreja era vista por Paulo como um cancer que deveria ser combatido pelos ministros®. Timéteo fora instruido acerca de todas as coisas que poderiam colocar em risco a fé dos santos e, numa palavra final, recebe de Paulo a ordem de preservar 0 que Ihe fora confiado (toda doutrina em que se deve crer)”*. Além da protego contra 0 ensino fraudulento dos falsos mestres®”, deve constituir ato pas- toral 0 culdado com a exposig&o do rebanho ao materialismo (I Tm 6:4-10), 8 carnalidade e falsa ciéncia (I Tm 6:20). 29 - Mateus 4:4, Ver ainda SI, 119:103; 3. 15:16; Ez. 2:8) 3:4, 30- 1Timéteo 3:2. BL- ITiméteo 4:2 32 - KELLY, So Paulo, p. 188 33-1 Timéteo 4:3. 434 - T1Timéteo 2:17. Paulo compara os efeltos da falsa doutrina com os efeltos da gangrena, 35 - I Timoteo 1:4, 6:20. 36 - 11 Timéteo 1:12, 14. 37 - Estes néo eram, como se costuma entender hodiernamente, lideres pagos ou ministros de outras religi6es, mas, iideres cristdos innls cont. Tm. 6:34, II Pedro 2:1-3, ITG - INSTITUTO TEOLOGICO GUADRANGULAR 4,3 ORIENTAGAO Este € outro importante fator do culdado que o pastor deve ter com o rebanho. O ministro deve estar equipado com conhecimento e bons métodos para o trabalho do aconselhamento coletivo, através do ensino sistematico e regular dos ensinos biblicos para classes especificas ou para a igreja toda, ou 0 trabalho particular no gabinete. Este talvez exija do pastor maior tempo do que outras atividades no, que concerne & tarefa de orientar. Se 0 plilpito representa a mesa de refeicées ou a torre de proteciio contra o erro doutrinario como fora verificado anteriormente, © gabinete representa 0 cenério da orientacSo. © aconselhamento é an das mais importantes tarefas do oficio pastoral. Quando um indi- viduo em conflitos ou em vias de uma deciséo importante procura o pastor para um conselho, € a Deus que espera ouvir; assim, 0 postulante deve se preparar para este mister. 1.4 DISCIPLINA Refiro-me a imposicao da ordem necesséria ao funcionamento da igreja no cumprimento de sua missdo. A semelhanca do trabalho rural do guardador de ovelhas, que com o cajado orienta a formago do rebanho, usando de severidade quando uma ovelha mais indisciplinada tenta se apartar do rebanho, o pastor cristo no pode negligenciar o trabalho de correciio de um membro rebelde ou indisciplinado que por qualquer motivo prejudique a ordem no “aprisco”. O interesse por tras de toda disciplina deve ser sempre a manutencao do bem estar de todo o rebanho. E do pastor a responsabilidade de trabalhar pela manutengSo da ordem moral e espiritual da igreja. A jornada de um rebanho é sempre cheia de perigos e desafios. Sempre haveré necessidade de cuidar de uma ou outra ovelha que tenta se apartar do rebanho ou que, tendo se apartado, se perde ou é apanhada por:lobos requerendo cuidados especiais. Cuidar de seus ferimentos também é trabalho pastoral.) TEOLOGIA PASTORAL Mi TOPICO 2 - AS OBRIGACOES LITURGICAS Como lider de uma organizag&o que tem entre suas tarefas a adoraco a Deus, compete ao pastor organizar e dirigir os servigos tanto congregacionais como nos cultos puiblicos quanto os ritos especificos como batismo, casamento ou oficio finebre. © papel do pastor, como oficiante das atividades do culto, tem relevancia quando o coloca na condig&o de condutor da congregacao coletiva ou representante legal ~ outorga da ordena- do - da igreja (denominacéo) e de Deus na ministrag&o de bencSos especificas (casamento, apresentagéo de crancas etc.) ou ordenangas (batismo e santa ceia). 0 pastor, pelo seu chamado, preparo (intelectual, moral e espiritual) e consagrago é 0 por- tador da autoridade espiritual, para a ministragao e validac&o do culto publico, das ordenancas e demais oficios rituais. E 0 sacerdote quando conduz 0 rebanho a adoracéo e o profeta quando prega a Palavra de Deus ao povo. TO TEOLOGICO GUADRANGULAR - INSTITU ™@ TOPICO 3 - A VISAOE A CONSCIENCIA MISSIONARIA A evangelizacao universal é uma das tarefas capitals da igreja. Para tal empreendimento, ela precisa estar treinada e equipada. Contudo, nenhuma igreja local conseguira éxito nesta area, se néo fizerem parte de sua declaracao de propésitos, a ago missionéria e a consciéncia de que a tarefa missionéria pertence a toda Igreja de Cristo. Seja o crente rico ou pobre, influente ou no, de boa formagao ou pouca cultura, cada um deve participar deste empreendimento. Neste sentido, compete ao pastor desenvolver, na igreja local, a misso e consciéncia missionéria, © pastor cristo deve ser um missionério, alguém que motive, treine e estan métodos para viabilizar a ado missionéria seja através do envio, intercessdo, ou contribuicao financeira. Um candidato que néo nutra interesse pelo evan- gelismo e missdes deverd reexaminar suas reais motivagées para o ingresso no ministério. Um ho- mem ou uma mulher, chamados para o ministério, voltard suas vistas para onde Deus olha: 0 coragao do perdido e este esta em todos os lugares. FIGURA 24: FAZENDO MISSOES Disponivel em: www-foursquare.org em 30.mar.2010 TEOLOGIA PASTOR, @ TOPICO 4 -A ADMINISTRACAO O pastor € 0 cuidador das ovelhas, © dirigente do culto, 0 pregador, 0 ofi- ciante das ordenancas e também 0 ad- ministrador. Talvez seja este o aspecto que inspirou os escritores sagrados a usarem o termo episkopos (supervisor, superintendente). Nesta funcao cabe 20 pastor conduzir superyisionar os trabalhos atribuidos aos demais oficiais membros da congregacio. Seja no campo espiritual e litérgico como no organizacional e administrativo. © bom pastor no é 0 conhecido FIGURA 25: ADMINISTRADORA Disponivel em: acbraga.pt em 30.mar.2010 “faz tudo”. €, antes, o agente que delega autoridade e tarefas aos demals membros da igreja, assim como encoraja, orienta e ajuda no estabelecimento de um ambiente onde os membros da igreja atuem em entusiasmo e boa vontade em favor do bom andamento dos trabalhos eclesiasticos. Como administrador, 0 pastor deve ser um conhecedor de seu trabalho tanto quanto do trabalho daqueles que lidera. Deve ser gil nas decisdes, deve saber delegar tarefas e coordenar as atividades de forma que o trabalho de todos resulte no bem comum. TEOLOGIA P, INSTITUTO TEOLOGICO GUADRANGULAR TEOLOGIA PASTORAL AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 4 tld Nome: i ‘Série: Data de Entrega: QUESTOES: t 1, Em que aspecto 0 ministério pastoral se inspirou no trabalho rural dos pastores de ovelhas? 2. Qual é 0 alimento que o pastor deve dar ao rebanho de Deus? Que trabalho representa melhor a funco pastoral da orientagao? 7. Que atribuic&o pastoral é representada pelo “cajado”? . © que dé relevancia ao papel do pastor como oficiante das atividades do culto? 9. Quem deve ser o principal motivador da ago missionaria da igreja local? 10. © que significa 0 termo grego episkopos (bispo)? TEOLOGIA PASTORAL CAPITULO 5 A AUTORIDADE ESPIRITUAL DO PASTOR 1, INTRODUGAO © conceito de “autoridade” empregado neste capitulo 6 o que deriva do termo grego “exousia” (direito, poder, autoridade), que se define como sendo o direito de exercer o poder. a condig&o que da a0 oficial eclesidstico}p poder de se fazer obedecer e de deliberar com efeitos, tanto na esfera fisica como na espiritual. Sobre este direito os ocuparemos neste capitulo. FIGURA 26: AUTORIDADE PASTORAL Disponivel em: vocecomdeus. wordpress. ‘com/2008/08/20/ em 25.mar.2010 (=) ea be Es a < (3) ITQ - INSTITUTO TEOLOGICO QUADRANC m@ TOPICO 1 - O PODER OUTORGADO Reunido com seus discipulos na Galileia, apés a ressurreicéo, Jesus proclamou sua absolu- ta autoridade, tanto no céu como na terra**, Esta autoridade daria suporte para a misséo que seus discipulos receberam na sequéncia: “Ide, portanto, fazei discipulos em todas as nacées, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias até a consumagao dos séculos” (Mt 28:19-20). Marcos acrescenta que a,autoridade outorgada dava aos discipulos ascendéncia sobre de- mOnlos e enfermidades, de fofrma que estes poderiam expulsé-Ios. Nao fora a primeira vez que os discipulos de Jesus o ouviram proclamar Sua autoridade, estendendo-a também a eles. Por ocasio do éxito obtido pelos setenta discipulos numa incurséo missionéria, Jesus ja Ihes havia outorgado autoridade sobre pessoas, deménios e enfermidades, “Eis que vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpides, e sobre todo o poder do inimigo e nada, absolutamente, vos causard dano” (Lc 10:19), declarou. 1.1 REFERENCIAS SOBRE A AUTORIDADE OUTORGADA Referéncias acerca da autoridade dada ao lider nao faltam. Verifiquemos alguns textos: * as chaves dadas a Pedro. “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: 0 que ligares na terra, teré sido ligado nos céus; € o que desligares na terra, ter sido desligado nos céus” (Mt 16:19). ‘As chaves representam a autoridade de Deus concedida ao homem. Trata-se tanto da capa- cidade para o exercicio da mordomia sobre as almas confiadas ao pastor, como do direito de fazé-la. A ideia é a de que as deliberacées pastorals acerca das almas encontrardo anuéncia nos céus. \ + Em Mateus 18, a mesma dutoridade transmitida a Pedro é estendida a totalidade do colégio apostdlico. “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra, teré sido ligado no céu, e tudo 0 que desligardes na terra, teré sido desligado no céu" (Mt 18:18). * Sobre 0 direito de perdoar pecados disse aos apéstolos: “Se de alguns perdoardes os peca- dos, s&o-lhes perdoados; se Iho retiverdes, s&o retidos” (Jo 20:23). + Oescritor da carta aos Hebreus se refere aos pastores como dignos de serem obedecidos em func&o da posico de mordomo exercida sobre a propriedade mals preciosa de Deus: Seus filhos. 0 texto diz: "Obedecei aos vossos pastores, e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas, como quem deve prestar contas, para que fagam isto com alegria e n&o gemendo; porque isto n&o aproveita a vés outros” (Hb 13:17), entre outros. Os eventos narrados no livro dos Atos dos Apéstolos testificam da autoridade transmitida aos discipulos de Cristo para fins de realizarem no Seu reino. A exemplo de Cristo, que curou enfermos, expulsou deménios etc., assim seus discipulos fizeram. Confirmando a autoridade recebida de Deus em Cristo. 38 - Mt 28:18 39 - Mc 16:15-18 TEOLOGIA PASTORAL Mi TOPICO 2 - AS RESPONSABILIDADES DA PESSOA DELEGADA Conforme fora dito no tépico anterior, a autoridade de Cristo é que da suporte & autoridade da igreja, e 0 objetivo é que esta cumpra sua missdo. A autoridade delegada ao pastor, portanto, deve ser exercida exclusivamente para este fim. Vindicar autoridade prépria da posic3o de pastor para outro objetivo que néo seja o J prescrito nas Escrituras é pecado. Pedro alerta para que 0 ministro ndo cometa o erro de se achar superior, com direitos de dominio* sobre o rebanho de Deus que Ihe foi confiadot, E frequente, por exemplo, que pastores nao aceitem oposicao ou censura ao seu trabalho ou pessoa, sob a alegacéo de possuir ascendéncia sobre seu oponente. Todavia, qualquer imposicao de um ministro sobre seus liderados com fins de satisfacSo pessoal ou interesse particular, coloce- © na marginalidade em relaco & autoridade. Arbitrariedades no exercicio do oficio pastoral ndo so abuso de autoridade”; s8o pecados, pois contrariam a Palavra de Deus. © pastor jamais deve se esquecer de que seu culdado para com as ovelhas de Deus deve corresponder ao alto preco pago por Jesus na cruz, fonte de toda autoridade espiritual. © pos- tulante ao ministério, ou o j4 consagrado pastor, deve evitar que a vaidade o faca vindicar os direitos que sua posic&o Ihe confere. A grande responsabilidade do pastor, enquanto portador de autoridade espiritual, é que a mesma seja empregada para os fins para qual foi delegada: promover o reino de Deus. 40 - ver I Pedro 5:3, 41 - "Dos confiados” do grego kleron (porco, lote) de onde se origina a palavra “clero". QUADRANGULAR Zi i | (Z 1 Dees NUL) @ TOPICO 3 - AIMPOSICAO DAS MAGS r™memm Em toda a Biblia, a imposicao das maos esté pre- sente como uma forma de transmisséo de poderes ou béncdos aos recipientes. No Antigo Testamento, os animais sacrificados recebiam a imposicao das mos dos sacerdotes antes do sacrificio, significando a transmissao do pecado do Individuo ao animal. ‘Também, com a imposigao das mos, os patriarcas abencoavam seus filhos transferindo-Ihes direitos e FIGURA 27: IMPOSICAO DE MOS Dispanivel em: wwwadrestauracao. responsabilidades. com/2secao=noticias.detalhe... em 25.mar.2010 No Novo Testamento, a imposicdo das mos apa- rece como meio de transmiss&o de cura para os enfermos*?, do dom do Espirito Santo*® e como rito de ordenag&o ou consagracdo, sendo este 0 objeto do nosso interesse. 3.1 A IMPOSIGAO DAS MAQS E A UNGAO Como ceriménia de ordenacdo ou consagracéo para 0 exercicio do sacerdécio ou lideranca, a imposig&o das maos, como fora dito anteriormente, é um habito antigo. Foi as- sim que Josué fol consagrado para liderar Israel no lugar de Moisés. Sabemos que 0 ato em si néo legitima um chamado, mas © confirma e outorga autoridade, assim como comunica 0 re- conhecimento, pelos lideres cristéos e pela igreja, do poder outorgado, Pela imposicao das mos, os sete diéconos foram consagrados", Paulo e Barnabé foram separados para o trabalho missionério‘ e, da mesma forma, Timéteo" foi consagrado, FIGURA28: UNGKO NO AT Aleitura que a Teologia Pastoral faz deste processoé ade Qo%secony rg s/os/uncan- que a autoridade do ministro & dada por Deus, mas no sem a anuéncia de um clero (presbitério) j4 estabelecido que, como mediadores, so instrumentos de Deus na outorga de autoridade divina ao candidato. Outro elemento presente no rito de ordenac&o é a ung&o. A unc&o"*, quando ministrada aos sacerdotes do Antigo Testamento, representava a consagragio do candidato para o cumprimento de seu ministério. Igualmente, os reis deveriam se submeter ao rito, significando que, pelo der- ramamento de azeite sobre a cabega, recebiam autoridade de soberano, vinda do alto, de Deus. 42 - Marcos 5:23; 5:41; Lucas 13:13; Atos §:12; 9:12, 17: 28:8, 43 - Atos 8:18; 19:6 44 - Nimeros 27:18; Deuterondmio 34:9 45 - Atos 6:6 46 - Atos 13:3 - 47 - [ Timéteo 4:14; 11 Timéteo 1:6. 48 - Do grego krisma (aplicacdo de unguento, esfregacdo com éleo) de onde se origina o vocébulo “Cristo” (ungido) TEOLOGIA PASTORAL m@ TOPICO 4 - AIMPOSIGAO DAS MAGS SOBRE AS OVELHAS E A UNCAO A imposic&o das mos feita pelo pastor, sobre as ovelhas de Cristo, deve comunicar a trans- miss&o de béncdos ordenadas jé no comissionamento dado por Jesus aos seus discipulos, pouco antes de sua ascens&o®, e transferido por meio da ordenagdo até os dias de hoje. Os doentes seriam os principais recipientes destas béncSos, considerando que todas as referéncias biblicas vertem para esta concluséo. A eficdcia da imposicao das maos reside na anuéncia dada, também pela imposic&o das mos, durante a ordenaco, ao ministro que abencoa. Nao é somente pard curar que o pastor pode fazer a imposicSo das mos, mas estender os bracos na diregio do recipiente na proclamagio de béngios também se verifica na Biblia. Era desta forma que os patriarcas proferiam as béncdos sobre seus filhos. Jesus também fez uso desta pratica ao abencoar as criancas® e seus discipulos*. 4.1 AUNGAO COM OLEO JA fora dito que @ ungéo tem a fungo primaria de consagrar o indivi- duo a Deus. Havia, contudo, variados aplicativos para a ungao dos quais os mais importantes eram: + consagracao de Reis. A instala- so da monarquia em Israel ndo mudou a condigio da nac3o como estado teocrético. Deus autorizou ‘a monarquia e usoy 0 ministério dos profetas para supervisioné-la. A ungo simbolizava, justamente, esta condig&o; a ungdo tornava o rel, num servo de Deus. + Héspedes e convidados. Era sinal de respeito e consideragSo. Um gesto de hospitalidade (SI. 23:5; Pv. 21:7; 27:9). * Como recurso cosmético (Jr. 8:22; Mt. 26:7-9; Mc. 14:3; Jo. 12:3-5). FIGURA 29: UNCAO CoM OLEO Disponivel em: projetoatos3, wordpress.com... em 30.mar.2010, * Como recurso medicinal (Is. 1:6; Mc. 6:13; Le. 10:34; Tg. 5:14) Na doutrina neotestamentaria, 0 dleo passou a ser um tipo do Espirito Santo® que, na sua istraco, simboliza a aco do Espirito Santo sobre o recipiente que recebe os beneficios divinos. 49 - Marcos 16:18 50 - Mateus 19:15; Marcos 10:13, 16 51 - Lucas 24:50 52 = If Corintios 1:22; 1 3080 2:20-27 TEOLOGI INSTITUTO TEOLOGICO QUADRANGULAR TEOLOGIA PASTORAL AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 5 re [Nome: i Série: Data de Entrega: QUESTOES: t Responda as seguintes perguntas: 1, O que é autoridade? 3. Qual é a grande responsabilidade do portador da autoridade de Deus? 4. Qual o significado da imposico das mos? 5. Como deve ser exercida a autoridade do pastor? 6. CAPITULO 6 AETICA PASTORAL INTRODUCAO (a) =a Es) = a Ee (5, FIGURA 26: ETICA PASTORAL Disponivel em: revistaparoquias.com.br/.../ em 25.mar.2010 Etica e moral sdo conceitos tidos, por uma perspectiva etimo- l6gica, como sinénimas. Isto ocorre porque ambos os termos ethos (rego) e moris (latim), possuem o mesmo significado - hébito, costume, regra Neste capitulo, entretanto, daremos aos referidos conceitos, © sentido que receberam da filosofia, onde “ética” é uma,disciplina tedrica que se ocupa de refletir a “moral”, seu objeto de anélise. Assim definiremos “ética” como a disciplina que estuda a moral €, “moral”, como sendo o conjunto de valores associados ao bem tidos como vélidos de formas relativas ou absolutas, cujos principios favorecem a convivéncia do homem com seus semelhantes. No estudo da Teologia, a Etica Crista seria o estudo da moral €m relaco aos valores relacionados & santidade de Deus, o bem absoluto, de onde emanam todas as virtudes. A tica Pastoral esta atrelada a Etica Crista, assunto deste capitulo. Le he en | Z i zi Tees Seems JADRANGULAR ™@ TOPICO 1 - A RESPONSABILIDADE MORAL DO PASTOR PARA COM O REBANHO. perfil moral do tipo de pessoa que Deus quer ver pastoreando seu rebanho esta bem deline- ado em Tito 1, Ndo nos deteremos, porém, em analisar o texto em questo, pois a finalidade em mencioné-lo é dar destaque a nobreza de cardter que o Senhor espera encontrar no lider espiritual. presente capitulo e 0 seguinte sero uma tentativa de compor as qualidades de conduta exigi- das nas varias dreas de atuacao do pastor a comecar da igreja local ou do rebanho sob seu cuidado. 41.1 EM RELACAO AO REBANHO Em relaco ao rebanho, o pastor é responsével pela provisdo de todos os recursos necessérios para a satide espiritual e seguranca do rebanho. Para tanto, o pastor deverd: + dar o melhor de si no trabalho da pregacdo e ensino da Palavra de Deus; + proteger o rebanho de aventureiros que se oferecem para realizar “campanhas” sem 0 com- promisso com 0 bem estar do rebanho e visando apenas 0 lucro financeiro; + assumir e executar, com competéncia, a func&o de conselheiro e orientador dos discipulos sob seus culdados mantendo-se reservado quanto as confidéncias e confissdes para néo trair a confianga dos aconselhados; + tratar a igreja com respeito e estima dignos dos filhos de Deus; + dedicar, de fato, tempo integral ao rebanho se for sustentado por ele; * ser imparcial no trato com o rebanho. O pastor jamais deve tomar partido de pessoas ou faccdes; * _ evitar excesso de atividades, mesmo as relacionadas ao ministério, pois poderé comprometer a exceléncia do pastorado local; ‘+ evitar impor sua vontadel valendo-se de sua posig&o; + deve sero primeiro a acatar as orientagSes orlundas da Palavra de Deus; + adotar comportamentos que revelem pureza e respeito do trato com os irméos, levando em conta fatores como: sexo oposto, idade etc.** * ser culdadoso com 0 orgamento comum, no assumindo compromissos incompativeis com a receita da igreja; + receber prebendas compativeis com o perfil econémico da igreja que pastoreia; + evitar estilo de vida espalhafatoso ou de ostentacio de bens e recursos; ‘+ prestar contas de suas atividades espirituais ou materials aos seus liderados; * ser discreto e cuidadoso no trabalho de visitaco, evitando ficar a sés com pessoas do sexo oposto quando o cénjuge estiver ausente ou se for solteiro(a). Enfim, é de bom alvitre acatar a recomendago feita por Paulo a Timéteo: “... torna-te padréo dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (I Timéteo 4:12). 53- Tito 116-9 54 - Ver [Co 9:14; 17m. 5:17-18 55 - Observar 1 Tm. 5:1-3, 66 PASTORAL @ TOPICO 2 - A RESPONSABILIDADE MORAL DO PASTOR PARA COM A DENOMINAGAO E PARA COM OS COLEGAS ‘A ordenacio ou consagracgo representa no apenas o reconhecimento de um chamado pela denominac&o, mas, também, a transmis so de autoridade para o exercicio do pastora- do. Sendo assim, o ministro teré que responder também pelo seu trabalhg diante da instituig&o que Ihe outorgou autoridade, 2.1 EM RELACAO A DENOMINAGAO Entre as responsabilidades do ministro para com a sua denominago podemos elencar algumas, a saber: + conhecer e ser fiel 8 identidade teol6gica pcan 27.169 de sua denominago; Disponivel em: ieqcatalao.org em 17.abr2010 + ser fiel @ proposta missionéria de sua denominacao; ‘+ atender a todas as convocacées vindas das inst&ncias superiores da denominacao; * _ prestar contas aos seus superiores na forma prevista no estatuto e regulamentos da insti- tuicao; ‘+ acatar ordens e orlentacies superiores, entendendo que a prépria autoridade reside na sub- miss&o do outorgado diante do outorgante; + defender a instituicao de ataques externos ou internos de desafetos que queiram prejudicar adenominacio; * fazer coro com aqueles que lutam pelo crescimento e desenvolvimento da denominacao. 2.2. A RESPONSABILIDADE MORAL PARA COM OS SEUS COLEGAS No contexto do trabalho pastoral encontram-se também os colegas. Pastores que esperam de nés e de quem esperamos cooperacao e unidade de ago e pensamento. Uma relacao mit entre pastores deve refletir 0 exemplo de relacionamento que Cristo espera de seus discipulos. isterial 0 grupo dos apéstolos nos ensina algo de extrema importancia no campo das relacies entre pessoas diferentes, mas com ideais superiores semelhantes. Sendo o préprio Cristo um agente de conciliac80%, como também deve ser a igreja, logrou reunir em torno de si dois inimigos mor- tais: Simo, um zelote®” e seu potencial inimigo Levi (Mateus) um publicano. Da mesma forma, é inconcebivel a existéncia de inimizades ou rivalidades entre pastores. Com o intuito de lubrificar as relacBes entre colegas de ministério, algumas regras precisam ser observadas como as que arrolamos neste t6r 56 - Ver Romanos 5:10; If Corintios 5:18-20; Efésios 2:16; Colossenses 1:20-23 57 = 0s Zelotes eram membros de um partido revolucionario que pregava a libertaco da dominacgo gentilica sobre Israel com 0 uso da forca. O método empregado era o da guerrlha. Multos zelotes eram assassinos que persegulam autoridades romanas e, sobretudo os judeus, consideradas traldores da nacdo como, por exemiplo, os publicanos. ITQ - INSTITUTO TEOL! Assim, em defesa da boa relacdo com seus colegas, 0 pastor deve: zelar pela reputacao dos colegas de ministério; nao tratar com demérito o trabalho de seu colega, seja seu antecessor ou n&o; evitar proselitismo com membros de outras unidades eclesiais, mesmo que estejam enfren- tando problemas; evitar convites para celebragdes de ritos em outras unidades eclesiais sem 0 consentimento do titular destas; k ‘nao se intrometer nos negécios da unidade que deixou de pastorear; evitar qualquer forma de: ere com colegas de ministério lembrando sempre do ensino de Jesus: *...pois quem nao é contra vés outros, € por vés” (Lc 9:50). OGIA PA‘ Mi TOPICO 3 - AS RESPONSABILIDADES MORAIS QUE 0 PASTOR TEM EM RELACAO A SOCIEDADE, A FAMILIA E A SI PROPRIO 3.1. A RESPONSABILIDADE MORAL PARA COM A SOCIEDADE De modo geral todo crente & chamado a refletir, de Cristo, a radiancia. No Serm&o da Montahha Jesus se referiu a seus discipulos como a “luz do mundo”’* aludindo & condigo de atrativo moral em que se encontrariam por serem seus seguidores®. i FIGURA 28: A FAMILIA DO PASTOR Com 0 adietivo atribulde aos seus Ciercttal em: coperteunng com em 17.abr-2010 discipulos Jesus deixou claro, pelo menos, duas verdades acerca da condicéo imposta pela propria radiancia: a inevitével influéncia exercida pela posigo do crente na sociedade, e, a responsabilidade moral acarretada por esta Posicao. Acerca desta responsabilidade Jesus exorta aos seus discipulos: “Assim brilhe também @ vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso pai que esté nos céus” (Mt 5:16). E inequivoco que diante de um grupo de discipulos se espera ver uma lideranca exemplar, Um pastor, portanto, deve sintetizar 0 que hd de melhor na conduta cristd. Se um crente é vi- sado pela sociedade, mas ser seu pastor. Sendo assim, o pastor deve zelar pela boa reputacgo exigida aos servidores desta nobre funcdo. 3.1.1 O PASTOR E AS DIVERSAS AREAS DA SOCIEDADE Para melhor compreenso vamos considerar as diversas areas da sociedade onde 0 pastor deve radiar as virtudes de Cristo. 3.1.1.1 A POLITICA No campo da politica, 0 pastor é responsdvel por instruir a igreja a obedecer as leis sendo ele préprio, 0 primeiro a dar exemplo. O apéstolo Paulo orienta aos romanos a estarem sujeitos as autoridades® e arrola trés obrigacdes para com elas: obedecer-Ihes, honrd-las e pagar-Ihes tributos* A Tito, Paulo orienta a “lembrar-Ihes que se sujeitem aos que governam, as autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra” (Tt 3:1). Pedro também recomenda; sujeitai-vos a toda instituiclo humana por causa do Senhor; quer seja rei, como soberano; quer as autoridades como enviadas por ele... para 0 louvor dos que praticam 0 bem” (I Pe 2:13-14). No 58 - Mateus 5:14 59 - Mateus 5:14; Atos 13:47; Efésios 5:8; Fllipenses 2:15 60 - Romanos 13:1 61 - Romanos 13:7 ITQ - INSTITUTO TEOLO campo da politica, compete ao pastor dar exemplo de civilidade sendo ele préprio uma inspiracao para sua congregacao. 3.1.1.2 A ECONOMIA Na economia, o pastor deve ser um estimulador da pontualidade e lisura no trato com o comércio e nas relacdes de trabalho. Nao poderd ser um individuo embaragado em dividas ou agente do prejuizo alheio. Jesus ensinou sobra a necessidade de se planejar os recursos antes de assumir compromissos®. 3.1.1.3 A FILANTROPI Como lider da igreja de Cristo, o pastor sempre é visto como um filantropo. € natural, por- tanto, que se espere dele a iniciativa de todos os atos de bondade. O socorro aos necessitados e a participacaio em acdes humanitdrias deve compor o conjunto dos atos pastorais. A responsa- bilidade moral do lider cristo para com os desfavorecidos, pobres, enfermos e marginalizados deve seguir 0 padrao estabelecido pelo exemplo de Cristo. A Biblia esté repleta de referencias & filantropia®, ao cuidado dos drfaos e vilivas™ e escravos e oprimidos®. 3.1.1.4 CULTURAIS Nao é proposta do cristianismo, desmerecer ou censurar as convencées sociais para a moral (costumes aceitos). Paulo, por exemplo, no texto que trata do uso do véu pelas mulheres no culto pubblico® nos ensina que a igreja ou o procedimento individual do crente jamais deve estar abaixo da linha moral tracada pelas convengées sociais. Regras de etiqueta so exigidas ao pastor tanto quanto 0 séo dos demais membros da sociedade. E, portanto, dever do pastor, adotar compor- tamento compativel as exigéncias morais da cultura em que sua igreja esté inserida. Padrdes de dec@ncia e elegancia devem set observados a fim de nao causarem constrangimentos aos outros € 8 congregacéo que pastoreia. 3.2 A RESPONSABILIDADE MORAL DO PASTOR PARA COM OS SEUS Paulo foi severo ao censurar 0 individuo que negligencia sua responsabilidade de prover para a sua familia. Afirmou que“... se alguém nao tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua propria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente” (I Tm 5:8). Em tépicos anteriores verificamos que, entre as qualificagées exigidas do postulante ao mi- nistério pastoral esta a de que “governe sua prépria casa” (I Tm 3:4). 3.2.1 EXEMPLOS DA RESPONSABILIDADE DO PASTOR PARA COM OS SEUS Entre os exemplos que podemos mencionar acerca da responsabilidade do pastor para com os seus esta: 62 - Lucas 14:28-30 63 - Ly 25:35; Dt 15:15; Si 41:1) 140:12; Pv 19:17; Is 10:1-2; Am 8:4, 7; Mt 26:11; Le 14:13-14; Le 18:22; GI 2:10; Rm 15:26; At 11:29; Ty 2:5. 64 - Dt 24:17, 19; Si 146;9; Mc 12:40; Le 21:2; 17m 5:3 65 - EF §:21; Cl 3:18; 1Pe 3:1 66 - I Corintios 11:3-16 TEOLOGIA PASTORAL prover condigées de vida social digna para sua familia. Isto inclui alimentag8o adequada, educagio para os filhos, protecio, satide, vestuario, laser ete. + Prover bem estar emocional para os seus mediante fidelidade conjugal, respeito a esposa(o) e filhos, Privacidade diante da tendéncia de ver a casa pastoral transformada em extensao da igreja etc. + Prover educacdo para os filhos através do ensino doméstico das virtudes sagradas, viabilidade da educago formal e profissional etc. + Prover o lar de atmosfera espiritual. A familia do pastor deve ser a primeira congregagéo pastoreada por ele. A oracao ¢ leitura da Biblia devem estar na ordem do dia de uma famili pastoral. A coe) € 0 filhos deverdo ser os principais alvos do trabalho pastoral. 3.3 O AUTORRESPEITO - PROVENDO PARA SI MESMO. Uma pessoa com tantas responsabilidades e tao visada pela sociedade nao pode abrir mao do autorrespeito. A consideraco por si mesma e pelo oficio que exerce deve ser tal que o interesse pela exceléncia moral, espiritual e fisica a faca buscar a estatura do homem perfeito que é Cristo*”. ‘Tomando como padrao a Jesus Cristo, 0 sumo pastor, que com 12 anos interrogava os sacer- dotes no templo, poderiamos considerar os aspectos de seu crescimento tomados por analogia para analisarmos as responsabilidades do pastor em prover para si. A Biblia diz que “crescia Jesus em sabedoria, estatura e graca, diante de Deus e dos homens” (Lc 2:52). Diz ainda que Deus quer, “que todos cheguemos... 8 medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4:13). 3.3.1 A RESPONSABILIDADE QUE O PASTOR TEM CONSIGO MESMO Utilizaremos a diviséo apresentada por Lucas 2.52 para analisarmos a responsabilidade que © pastor tem consigo. + Odesenvolvimento intelectual: Jesus crescia em sabedoria. A formacéo académica néo deve ser tida como conclusiva. Todos sabemos que nenhum conhecimento, por maior que ‘seja sua abrangéncia e volume, abarca todos os saberes. S6 Deus é onisciente, portanto, sempre existem coisas para aprender e espaco em nossas mentes para abriga-las. pastor precisa conhecer, pelo menos, panoramicamente, todos os tépicos da vida humana € pormenorizadamente todos os assuntos relacionados & sua espiritualidade. Como formador de opinido seré requisitado a opinar sobre questdes dogmaticas (respeitante & doutrina) e morais. Num contexto, por exemplo, em que temas de natureza moral brotam no meio da sociedade como aborto, bioética, pena capital, divércio, opcao sexual, homofobia etc. 0 pastor nao poderd se furtar de opinar, e, ao faz6-lo, fazé-lo com competéncia. O estudo sistema- tico das Escrituras e das ciéncias humanas constitui um dos misteres da atividade pastoral didria. Somente 0 estudo dard ao pastor a autoridade intelectual, e, fugir do debate ndo ¢ 0 caminho mais adequado para quem precisa do reconhecimento piiblico. Para Salomdo, “as palavras dos sdbios s80 como aguilhdes, e como pregos bem fixados pelos mestres das congregacdes, que nos foram dadas pelo Unico pastor” (Ec 12:11). Nemuel Kessler observa que 67 - Efésios 4:13 6 re Rea Sanna Relay NB STN ICiO wa) L...] muitos pastores tém fraquejado no ministério da pregagao biblica por negli genciarem 0 estudo sistematizado da Palavra de Deus estribando-se na falsa idéia de que sua inspiracao os levaré suficientemente 4 orientacao do rebanho. Triste engano! As profundas verdades incursas na Biblia so descobertas e entendidas quando os nossos conhecimentos abrangem geografia, psicologia, histérla, outras linguas e mesmo os nossos anseios espirituals. Ademais, o Espirito Santo de Deus nos “faria lembrar...", principio que depreende de uma aprendizagem anterior” (KESSLER, 1989, p. 109 e 110) Um pastor que se respeita, agiré com responsabilidade no tocante aos seus estudos culdando de si mesmo e da doutrina® perseverando na leitura e meditagéo®. Cuidados com 0 corpoje com a estética: segundo Lucas, Jesus era observado quanto 20, seu desenvolvimento isico, pols, crescia também em estatura. Igualmente, o pastor serd observado quanto ao seu aspecto fisico. A redengSo do homem nao é um beneficio exclusi- vamente espiritual. © corpo também foi contemplado no proceso de salvacéio motivo pelo qual, a doutrina da ressurreicgo é to relevante na pregacao do Evangelho”. Por isso, 0 cuidado com 0 corpo é téo importante quanto 0 culdado com o espirito, Outrossim, a ética Inclul 0 corpo entre os itens com que mantemos deveres. Ao analisarmos os deveres do pastor em prover para si vamos considerar dois fatores Y Aaparéncia: seguramente, a aparéncia deve refletir as disposigées internas do obreiro. No Antigo Testamento, por exemplo, as vestimentas dos sacerdotes eram mais do que simples invélucros contra a nudez ou meras pecas de protegao do corpo. Comunicavam a condicao do usuario. Pecas exclusivas e paramentos sacerdotais como mitras e estolas simbolizavam tanto 0 servico como a responsabi idade espiritual que possuiam. © Novo Testamento nao normatiza o uso de vestimentas clericais, no entanto, em diversas ocasides exorta quanto & necessidade do crente apresentar-se de forma coerente com sua posicao em Cristo. O pastor no poderd estar abaixo do recomendavel para sua posicio. Além das formas de vestir, é bom que o asseio esteja evidente na aparéncia do pastor. Sobre este aspecto Anisio Batista Dantas faz a seguinte observacdo: [...] © pastor ou evangelista deve ser um homem escrupulosamente limpo. Sabemos que hd ministro do evangelho que enfrenta situacdes financeiras dificeis, mas nao para andar sujo. No traje, 0 obreiro do Senhor precisa andar bem arrumadinho, limpo, “cheiroso”, com perfume ou sem perfume, deve estar sempre bem asseado a fim de que as pessoas que dele se aproximam sintam 0 cheiro dé limpeza e este asselo ressalte as vistas... A higiene pessoal e corporal deve ser to perfeita como a da mente, do cora~ 30 e da linguagem. (DANTAS, 2005, p.64). § si 6 Bee FIGURA 29: ELEGANCIA Disponivel ems cantinho-da-stora em 17.06n. 2030 Tm 4:16, 69- 11m 4:13 70-1 Co 18:13-14 TEOLOGIA PASTORAL FIGURA 31: UNIFORME QUADRANGULAR COM CAPA (TRAJE DE GALA) Disponivel fem: Acervo do Pr. Marco A. T: Lapa em 17.abn2010 FIGURA 30: ELEGANCIA Disponivel em: ultimamods.folha. biog em 17.abr.2010 ¥ ASaiide: sobre os cuidados com 0 corpo, a satide € 0 principal foco da responsabilidade do pastor para consigo mesmo. Para Kessler, "é necessdrio que o pastor tome o devido Cuidado do corpo, a fim de que tenha boa satide e, ... disposic&o espiritual no desempenho de sua misséo” (KESSLER, 1989, p 66). Boa alimentago, exercicios fisicos, descanso e vida emocional equilibrada devem fazer parte da disciplina pastoral lembrando sempre que 0 corpo é 0 templo do Espirito Santo, * Odesenvolvi ento espiritual: o vigor espiritual do pastor vai depender do tempo dedicado a leitura da Biblia e oracdo. Assim, da mesma forma que o alimento diario se faz necessario a0 bom desenvolvimento e satide do corpo, a experiéncia cotidiana da oracSo e leitura de- vocional da Biblia’® ¢ indispensdvel @ constituicg&o de uma espiritualidade sauddvel. Na seco que trata do desenvolvimento intelectual do pastor nos referimos ao conhecimento de dreas socials e doutrinarias. Nesta sessdo 0 estudo possui natureza devocional. a parte do didlogo completado com a oracao. O contato diario do obreiro com a Biblia Ihe daré maior discernimento para as deliberacées didrias € a oragao constante, a sensibilidade necessaria para perceber a dindmica das operaces espirituais. O desenvolvimento intelectual dara ao obreiro condigées para pregar, ensinar e aconselhar, Porém, é na intimidade com Deus mantida através da oraco e leitura da Biblia que o obreiro logrard éxito na luta contra 0 mal, quando tiver, por exemplo, que expulsar deménios ou curar enfermos. Pedro entendia que nenhuma atividade, ainda que piedosa, deveria comprometer o tempo da atividade devocional. Os diéconos foram instituidos com 0 propésito de dar aos apéstolos tempo necessério & oraco e a Palavra de Deus”. E0 vigor espiritual que dard ao ministro éxito no exercicio de suas tarefas. A vida de oracdo e leitura da Palavra deve refletir nas atividades eclesiais e socials do pastor, o Unico responsdvel por obté-lo. 71 - Diferente do estudo com fins didaticos ou de interesse homilético em que o objetivo é a apreensdo intelectual. Refiro-me @ leitura que atende a seguinte questao: O que Deus est me dizendo? O que Ele quer que eu faga? 72 Atos 614 Riel INSTITUTO TEOLOGICO GUADRANGULAR TEOLOGIA PASTORAL AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 6 (Nome: ' Série: Data de Entrega: QUESTOES: t Relacione pelo menos cinco atitudes compativeis com as responsabilidades morais do pastor. 1) Para com 0 rebanho. 2) Para com a denominacao. 3) Para com seus colegas. 5) Para consigo mesmo. TEOLOGIA PASTO! LEITURA COMPLEMENTAR Artigo de George J. Zemek, “O Exemplo”, pg. 293 do livro Redescobrindo o Ministério Pastoral. OEXEMPLO Uma palte comumente negligenciada na lideranga da igreja local é 9 melo de prover em estilo de vida exemplar a ser seguido pelo rebanho, © uso de mgdelos tem sua origem na criagdo do homem & imagem de Deus, mas pbr causa da queda e da nova criaco do homem em Cristo, tal fato assume renovada importdncia. O uso que o Novo Testamento faz dos termos tomos (tupos, “tipo”) e pies (mimetes, “imitador”) e seus cognatos da uma boa Idéia da responsabilidade de os lideres da igreja vi- verem como bons exemplos morais diante dos liderados. Somente quando isso ocorre, o ministério pastoral preenche os padres biblicos desse oficio. Dizem que um pastor ensinou: “Facam o que eu digo, mas néo fa- gam © que eu fago”, Infelizmente esse adagio franco tem caracterizado numerosos pregadores do passado e do presente, muitos deles reputados ‘como grandes mestres da Palavra de Deus. Entretanto, quando avaliado segundo as qualificacbes biblicas de comunicacdo e caréter, tals ministros ficam lamentavelmente aquém do desejado. Falar e nao fazer, em suas miiltiplas formas e contextos, sempre foi Particularmente detestavel aos olhos do Senhor. Jesus falou 4 multido acerca dos eséribas ¢ fariseus, dizendo-lhes que seguisse a instrugéo deles a respeito de Moisés, mas ndo aos seus exemplos pessoais, porque eles “continuam falando, mas no est&o fazendo” (Mt 23.3, traducdo do autor, observe o tempo presente no grego). Essa declaraco inclui, em Lltima analise, toda uma linhagem de exemplos sombrios de hipocrisia ao longo da hist6ria da humanidade decaida. ‘Todos os homens devem prestar contas’a Deus pelas declaragdes feitas mas nao praticadas (Tg 1.22-27); porém, alguns homens, por causa de seu oficio, séo considerados mais responsdveis diante de Deus pela rescricdo desacompanhada de pratica (Tg 3.1). Portanto, nao surpreende que Paulo destaque a Timéteo e Tito a ordem de Deus para que facam no somente exortacdes, mas também sejam exemplos (1 Tm 4.12-16; Tt 2.7). De modo semelhante, Pedro, em sua orientacSo aos presbiteros, destaca a dimensdo demonstrativa do pastorado (1 Pe 5. 1-4). ITQ — INSTITUTO TEGO! P Neyer le wat CAPITULO 7 OUTROS ASPECTOS IMPORTANTES DA VIDA DO PASTOR CAPITULO FIGURA 32: PASTOR - HOMEM NORMAL Disponivel em: raulla.wordpress.comy.../ em 16.abr.2010 4.INTRODUGAO - Neste capitulo estaremos estudando sobre as realidades vividas pelo pastor, ou seja, o mundo que orbita ao seu redor, ndo sé como ministro, mas como pessoa humana. 1 TEOLOGIA PASTOI ™@ TOPICO 1 - OPASTORE SUA VIDA PESSOAL Gosto muito de pensar na humanidade do pastor. O pastor tem uma vida particular como qual- quer pessoa humana. O pastor tem direito a privacidade pessoal, em familia, nos seus negécios € nas suas relacdes humanas. Seu lar é invioldvel como 0 de qualquer cidadéo. Como qualquer pessoa, 0 pastor fica doente e conta ou deixa de contar tal situaco a quem quer que seja. O pas- tor também sofre. Na sua condigéio humana, precisa ter as suas necessidades pessoais e basicas satisfeitas, neste sentido, deve trabalhar e conscientizar o seu rebanho de que deve ter uma vida digna. Caso o ministério (igreja local ou ministério pessoal) ainda no ofereca condicdes de sustento suficiente, o pastor deve|'como Paulo, exercer uma profissio a fim de complementar a sua renda, a fim de que a sua pessoa e a sua familia no sejam prejudicadas, e até muitas vezes criem raizes de amargura desnecessérias em relacéo a Igreja e a Deus. © pastor tem o direito constitucional de ir e vir, com livre transito em todo o territério nacional. O pastor tem segredos e precisa ter confidentes, se necessario. Na vida do Ministro de Deus ndo deve haver nenhuma drea de trevas, pois em sua vida deve brilhar a luz do Espirito de Deus, e ao Senhor que o ama, 0 acompanha, e o ajuda, prestaré contas de tudo (Hb 4:13). Como pessoa, independente do titulo que foi revestido, o pastor deve ser uma pessoa coerente, néio sé a sua igreja ou liderados buscam isto, mas a sociedade também, e até exige a harmonia entre o discurso e a préxis (pratica). E lamentavel quando, por falta de consciéncia pessoal, © pastor “atua” espiritualmente dentro da igreja, mas tem atitudes carnais particularmente (1 Tm 4.12), O pastor deve ser admirado, sem ser um mito. Quanto a isto, deve cuidar para n&o construir © mito, instituir-se como tal, devida 4 sua prépria humanidade. Do Senhor nao se zomba (36 13.9; Gl 6:7; Jo 7:18; SI 3.3; Jo 5:44). Como sabemos, Deus néo divide a sua gloria com ninguém, 2. OESTADO CIVIL 00 PASTOR © versiculo que vou enunciar, em relacao ao pastor, é mais relevante do que para qualquer cristo e quero usé-lo também para me referir & questo do pastor contrair o estado do matriménio: “Eu sei, 6 SENHOR, que néio é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha, o dirigir os seus passos” It. 10.23 Desde a minha adolescéncia adotei os versiculos abaixo para a minha vida, so o meu lema, e eu acredito que vale para todos os problemas da vida e para as decisdes que um Pastor deve tomar: “Confia no Senhor de todo o teu coragéo, endo te estribes (firmes) no teu préprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, ¢ ele endireitaré as twas veredas.” (Pv 3.5-6; parafrase minha) ITQ - INSTITUTO TEOLOGICO GUADRANG' dirego do Senhor quanto ao casamento. Quanto a segunda deciséo mais importante da vida de uma pessoa, o pastor precisa ter a O casamento é 0 plano de Deus para a maioria das pessoas. E neste sentido a Biblia se mostra um livro aberto para 0 casamento e nao apoia o claustro. Todas as vezes que a Biblia se refere ao matriménio ela apresenta questées praticas, pois é um manual para a vida cotidiana. Ela diz: “Nao é bom que o hémem esteja sé, far-Ihe-ei uma auxiliadora que seja idénea” (Gn 2:18) Este versiculo diz que 0 tomem tem o dever, a honra e o direito de casar-se. 2.1 O PASTOR SOLTEIRO A Biblia é clara em dizer que o matriménio € um dom de Deus, tanto quanto o celibato: “Contudo, gostaria que todos os homens fossem como eu mesmo (nao casasse). ‘Mas cada um tem de Deus 0 seu préprio dom (para o seu estado civil); um de uma maneira (casar), ¢ outro de outra (permanecer solteiro).” Paulo € explicito em dizer aos solteiros e vitivos que "se no podem conter-se, casem-se, pois é melhor casar do que abrasar-se” (1 Co 7.9). Contudo, no tenha pressa! A Biblia ensina e assevera que os viivos pedem se c25ar ricuea 3: rASTOR SOLTEIRO i Doreen er eevee arnt novamente, porém coloca uma Disponivel em: condic&o: “mas somente no Se- nhor” (1 Co 7.39). Meu aluno, um dia a morte me confrontou, me fez perceber que eu estava perdendo a vida, dai percebi o quanto a vida & breve, e que é necessério colher felicidade, nao colhé-la nao é justo! Mas para isto, é preciso decidir como se quer viver, pols se vai morrer um dia. Viver tem que valer a pena, senéo é quase morrer aos poucos, é sé sobreviver. 2.2 COM QUEM VOU ME CASAR? Esta é uma boa pergunta, concordam? Porém encontrar uma noiva, um nolvo e decidir: “E esta”, "E este’, é realmente dificil. © principio mais importante aqui é: "A pessoa precisa ter 0 que voce necesita, e por sua vez, esta pessoa deve necessitar do que vocé tem Para oferecer-Ihe”. Outro principio a sér considerado é colocado aqui como time Pergunta: “Qual moca(o) que pode ser uma bénco para imim € eu ao) amando de todo 0 coraco poderei ser uma béncao para ela(e)? Para poder tomar a decis8o de se casar vocé precisa responder as sequintes perguntas”: 1 estou amando ou & s6 atragio? Nao existem formulas para Dispnivl an herve dor: Marco A responder esta pergunta, mas uma das caracteristicas do. ‘24 em 16.abn2010 amor, que ele se revela através do servico, ou seja, Em 1 Co 13 vocé iré encontrar as atitudes do amor. A Para vocé fazer sua autoanélise e descobrir se est Paulo apresenta. A atracio néo é errada, é necessé; amor, € no um sinénimo dele amar € buscar 0 bem da outra pessoa. Palavra de Deus é 0 referencial seguro amando com a qualidade preciosa que ria, contudo, o sexo é para expressar 0 2. Essa pessoa cré ou n&o em Cristo? Se vocé quer realmente um matriménio que possa ser conduzido a felicidade, vocé precisa estar decidido a casar-se dentro da von tade de Deus, e © no caso do mi- AS evidéncias de um cristo so (1 Jo 1-5) *S° arTepende e confessa o seu pecado diariamente (1,9); * guarda a palavra de Deus (2.3-6); * ama a seu irmao (2.10); * no ama o mundo (2.15); * no vive na prética deliberada do pecado (3.9); * vence 0 mundo (5.4). Estou orgulhoso(a) dela(e) ou me envergonharia de apresentd-la(o) a alguém importante? 73- PALAU, Luis COM QUEM YOO TIDE. c 73 PALAU, Luls. COM QUEM VOU ME GASAR. Sio Paulo: Mundo Cristo, 1990. Considero-a(o) inferior a mim em algum sentido? Alguém diz que ele(a) é inferior a vocé em algum sentido? Qual é a sua reagao? Este alguém esta correto? Ele(a) poderia ser motivo de vergonha, ou um peso em sua vida? Se for assim, nao se case! Quem ama verdadeiramente, nao considera 0 outro inferior. ‘A motivacao para o casamento deve ser o amor baseado no companheirismo forte, numa cumplicidade. 0 amor nao é uma opcio para 0 casamento, é a base, o ambiente, a atmosfera, 0 6leo que mantém 0 casamento funcionando com suavidade. 5, Sint respeito por ela(¢) ou tomo certas liberdades, maltratando-a(o) ou abusando dela(e)? 0 verdadeiro amor é puro e alegre, n&o é egoista, ndo pensa mal do outro, nao ofende com palavras ou atos, antes protege, é terno e paciente. Quando oro, sinto tranquilidade ao me imaginar casando com ele(a), ou tenho duvidas que me inquietam? (Cl 3.15) Cuidado! Satanas também pode querer roubar-Ihe a paz, vocé precisa de discernimento nesta hora (SI 37:4-5). Tenho plena confianca em seu amor e fidelidade, ou alimento suspeitas e citimes infundados, inventados pelo meu coracéo? Podemos conversar juntos por longas horas sem sentir tédio ou quase nao temos assunto? © amor fala. Sem didlogo logo morre. O amor n&o é automatico, mas cultivado entre dois seres inteligentes. Estou disposto(a) a esperar 0 tempo que for necessdrio? O verdadeiro amor sabe esperar 0 tempo adequado. (GI 4.4) . Quero ser o tipo de pessoa que ela(e) possa respeitar ou pretendo fazer tudo pela forca? Quero impor sempre a minha gpinigo e meus desejos, ou procuro fazer o bem e satisfazer os desejos alheios? *O amor no se conduz inconvenientemente, no procura os seus interesses”. . Sinto-me atraido(a) fisicamente por essa pessoa com quem penso casar-me? E necessario apreciar fisicamente a outra pessoa. Muitas pessoas se casam sem apreciar fisicamente 0 cénjuge em nome da espiritualidade ou de viver uma vida santa para Deus. Deus néo nos pede isto, € a Biblia no tem vergonha do sexo, multo pelo contrario. © amor deve ser colocado na sua perspectiva correta: ele é emocional, ele é espiritual, ele é fraterno, ele erético. Nao despreze a atracio fisica, ela no é imprépria ou pecaminosa. Meus pais, e os dela(e), esto satisfeitos e de acordo com 0 nosso noivado € casamento? Se 08 pais n&o aprovam, é perigoso insistir nos planos. “Nao é justo”. A obediéncia do joven 1a seus pais “agrada ao Senhor”. A béncSo dos pais é imprescindivel tanto espiritual quanto emocionalmente. Casar sem a bén¢do dos pais rouba a paz interior. Procure saber por que eles se opdem. Talvez um simples esclarecimento resolva tudo. Mas seja sincero(a), claro(a) e humilde. A pressa, a arrogancia e a pressdo de nada adiantam. Deixe Cristo controlar 0 seu temperamento e a situacdo. TEOLOGIA PASTORAL 13. Vocés oram juntos? A unio e a comunhéo entre vocés e com Cristo so a forca espiritual de um casal, e a base da construcio da espiritualidade da familia. Que Cristo seja a base do noivado e do casamento e no 0 eu, Dantas nos diz que Abraham Lincoln e John Wesley no foram felizes na escolha, e isso Ihes causou grandes obstéculos em suas carreiras de homem piblico e de pregador, respectivamente. Devernos orar muito e cuidar bem da escolha do par.”* Aimée Semple McPherson casou-se ¢ ficou vitiva. Depois, conheceu Robert Semple, contudo nao foi uma boa escolha porque ele decidiu-se pelo mundo dos negécios e néo pelo casamento. O ministério de Aimée Jé era expressivo. Ela ficou sé, e de acordo com a Escritura poderia. se casar novamente. Depois de muito tempo, ela conheceu alguém que acreditava que seria a pessoa certa, e que preencheria 0 seu coracao, mas foi um engano. Durante toda a sua vida, Aimée passou cerca de apenas quatro anos casada, e estes fatos devem ser por nés considerados para uma importante reflexdo. Pesquise a biografia de Aimée Semple McPherson na Wikipedia, disponivel na internet. 2.3 O PASTOR CASADO - A FAMILIA DO PASTOR © pastor deve ser prudente e cauteloso na vida conjugal, buscando ter um bom casamento, desenvolvendo um lar de'fé, pois no existe no plano de Deus o lar incrédulo. A ESPOSA(O) DO(A) PASTOR(A) O cénjuge do pastor deve levar em consideracao: * a sujeicgo da esposa ao ministro ou 0 apoio do esposo & ministra. * Um mau exemplo seré um influéncia maléfica. * 0 cénjuge do ministro deve ser piedoso (ter vida espiritual). * As obrigagées junto & familia, + As responsabilidades que precisa assumir na igreja. * As mulheres também tém ministério, + Requer-se ética também do cénjuge do pastor(a). * _ Requer-se que 0 cénjuge do pastor(a) também mantenha relacdes sociais com a igreja com a sociedade. * Que é um intercessor do pastor(a). 74 ~ DANTAS, Anisio Batista. © Pastor e o Seu Ministério, Rio de Janeiro: CPAD, 2005. p. 116. INS uen SLOGICO GUADRANGULAR @ TOPICO 2 - NECESSIDADES ESPIRITUAIS DO PASTOR Prof. Josadak Lima 4, INTRODUGAO Dentre as necessidades espirituais do pastor, destacamos 0 pastoreio de pastores. Pastores so homens que se d&o e se doam ao ministério e & ajuda as pessoas, no sentido integral do ser, ou seja, esto atentos para guprir as necessidades espirituais, emocionais e fisicas do rebanho. Mas é necessario que aalma do pastor seja cuidada. Esta tem sido uma iniciativa importante na Igreja do Evangelho Quadrangular, e que tem trazido resultados abengoadores na Vida pigyRa 36: ESPIRITUALIOADE DO PASTOR pessoal dos servos de Deus que jé tm Dlsponvel em: blog cancoonove comvidreluz/archives/1990 em 16.abr.2010 experimentado esta oportunidade. Como aluno, vocé deve incorporar esta necessidade. Um pastor mentoreado esté muito menos suscetivel a cometer erros que tém sido tragicos e dramaticos, além de escandalosos no Reino de Deus. Preste atengio ao assunto, vamos ld 2. PASTOREIO DE PASTORES: 2.1 A VISAO DE PASTOREIO DE PASTORES “Cada pastor com um mentor; cada igreja com lideranca saudével” 2.1.1 MENTOR: pessoa com uma graga especial comprometida em nos ajudar a crescer regular € intencionalmente em nossas vidas e ministérios. 2.1.2 CADA PASTOR... CADA IGREJA... leva-nos & necessidade inegociavel de apoiar e enco- rajar pastoreio/mentoria dos pastores. 2.1.3 LIDERANGA SAUDAVEL deixa claro que nenhum pastor é saudavel sozinho. Precisamos criar uma cultura do Reino de Deus ao nosso redor, especialmente através de relacionamentos comprometidos e saudaveis. 3. A IMPORTANCIA DO PASTOREIO DE PASTORES Entendemos que pastoreio de pastores é o apoio a pastores e seus cnjuges, que proporciona cobertura espiritual e assessoria no desenvolvimento de suas vidas e ministérios. Isto normal- TORAL mente acontece através de grupos pequenos que se retinem regularmente para compartilhar suas vidas e ministérios e orarem uns pelos outros. 3.1 QUANDO UM PASTOR NAO TEM QUEM LHE ESTENDA CUIDADO PASTORAL, ELE SOFRE. Isso ocorre por ele nao ter um ambiente seguro no qual se abrir, expressando suas dores e dificuldades. Ele nao cresce como deveria porque nao hé ninguém que o ajude a superar seus Pontos fracos. Esgota-se facilmente, sempre dando e nunca recebendo. Muitas vezes a igreja, a denominacao, ou até o prfprio pastor, acabam achando que é assim mesmo que deve ser por- que consideram que se sacrificar é uma indicac&o de que ele esté dando sua vida pelas ovelhas. 3.2 ALEM DO PASTOR SOFRER, POR FALTA DE UM APOIO PASTORAL, EM SUA PROPRIA VIDA, QUEM MAIS SOFRE QUANDO NAO EXISTE TAL APOIO? Podemos dizer 0 seguinte: Y Seu c6njuge sofre. Toda pessoa que tem um chamado para esse ministério, se for ho- nesta, val admitir que facilmente deixa o ministério tornar-se prioridade acima de seu Cénjuge. Muitos tém brincado dizendo que o pastor tem duas mulheres: a igreja ea esposa. ¥ 0s filhos sofrem. Quantas vezes os filhos dos pastores querem ser qualquer coisa, menos pastor! Mesmo que sintam um chamado para o ministério, geralmente tém em ‘mente ser outro tipo de ministro ou pelo menos no ser um pastor como seu pai. Y 0s lideres da igreja sofrem. Eles ndo recebem um cuidado pastoral para suas vidas Porque o pastor no sabe como estender 0 que nunca recebeu. “A igreja toda sofre. Quando o pastor, seu cdnjuge, seus filhos e os lideres da igreja sofrem, é impossivel que a igreja também néo sofral_Os membros da igreja, via de regra, veem 0 pastor como modelo de um crente maduro € procuram imité-lo. Isso Pode levar a uma igreja ativista, marcada pela solidao. YO mundo sofre. Jesus falou que o amor seria a marca que convenceria 0 mundo de que somos discipulos verdadeiros (Jo 13.34,35). O pastor ea igreja que tém as caracteris- ticas acima néo atrairao os descrentes, e se os atrair, pode ter dificuldade em oferecer satide emocional e espiritual para eles. Y Deus sofre. Ninguém sofre sem que Deus sofra também. Se nés pudéssemos enxer- gar 0 coracdo de Deus para com seus pastores, em muitos casos veriamos um coracao quebrantado. Deus ama tanto a seus pastores que sente muito por eles no receberem amor e culdado em suas vidas. A base dessas afirmacdes encontra-se na pergunta: o pastor precisa de um pastoreio? Ele ainda € ovelha ou jé ndo tem necessidades? & um super-homem espiritual e emocional ou i TQ - INSTITUTO TEOLOGICO GUADRANGULAR também precisa de cuidados em sua vida? Ele é gente de carne e osso ou nao tem mais pontos fracos ou vulneraveis? E muito dificil mudar costumes, habitos e mentalidades estabelecidos ao longo dos anos. que vocé (ou seu pastor, se vocé no é pastor) precisaria fazer para passar a experimentar um pastoreio em sua vida? 4. COMO FUNCIONA O PASTOREIO DE PASTORES? Sugerimos que o pastoreio de pastores inclua quatro fungdes: * cuidado pastoral delsua vida; + assessoria ministerial; * ouvir a Deus juntos (tornando algo bem subjetivo mais objetivo; encontrando solucdes de Deus para decisées dificeis); * _ estudar um assunto juntos, assim crescendo intencional e profundamente. \Vejamos cada um destes com mais profundidade. 4.1 CUIDADO PASTORAL DA VIDA DO PASTOR (PRESTACAO DE CONTAS} Isto pode acontecer de muiltiplas formas, sejam informais ou mals formais. A seguir ofere- cemos dez perguntas excelentes para a prestaco de contas em grupos de duas ou trés pessoas. E importante que sejam do mesmo sexo para evitar intimidade neste contexto entre homens e mulheres. Se chegar a quatro, deve-se dividir em duas duplas, a fim de que cada um realmente tenha tempo de compartilhar, dentro do espaco de uma hora. O crescimento de duas para trés ou quatro pessoas e entao dividir, para repetir 0 processo, permite que o movimento de apoio mituo se multiplique. 4.1.1 DURANTE OS ULTIMOS SETE DIAS, VOCE: Y foi testemunho da grandeza de Jesus Cristo com suas palavras e agées? Falou de Jesus para um nao crente? ¥ Foi completamente integro na drea financeira? Deu prejuizo a alguém? Aceitou troco a mais? Deu um cheque sem fundos? Gastou mais dinheiro do que deveria? ¥ _ Deuatenc&o apropriada para sua familia? Escutou as pessoas com amor? Gastou tempo conversando com seu cénjuge? Respeitou e cuidou dele (ou dela)? ¥ — Falou mal de alguém? Usou palavras torpes? Feriu alguém verbalmente? ¥ — Cedeu a um vicio ou a algum comportamento que poderia Ihe escravizar? Explique. ¥ _ Alguém 0 magoou? Vocé jé 0 perdoou? Ficou irado depois do pér-do-sol? Ainda esta irado? TEOLOGIA PASTORAL _ Expés-se a pornografia ou se excitou de uma maneira inapropriada em pensamentos ou na prética? Se for casado, imaginou-se num relacionamento roméntico com alguém além de seu conjuge? Vocé leu a Palavra e ouviu de Deus esta semana? Como foi seu tempo devocional? ¥ _ Acrescente sua propria pergunta: ¥ Em tudo que relatou, vocé realmente falou a verdade? 4.2 ASSESSORIA SEEN TORI MINISTERIAL Uma estrutura simples e flexivel para mentorear ou municiar pastores lideres é um trio onde a cada encontro, cada um exerce um desses trés papéis: a) omentoreado, b) omentor ©) observador que comenta ao final do processo os pontos fortes e um ou dois que podem ser melhorados na parte do mentor. 4.2.1 O MODELO AROA E recomendavel utilizar 0 modelo AROA: * Alvos. 0 que o mentoreado deseja que mude em sua vida? As pessoas normalmente vém com um problema na cabeca. Problemas focalizam 0 passado e o negativo; alvos focalizam o futuro e o positive, Realidade, Qual sua realidade ~ 0 que impede e o que contribui para que a mudanca aconteca? Opsées. Geralmente a pessoa enxerga poucas ou nenhuma opciio. Tome trés minutos Para cada um anotar possibilidades e depois faca uma lista em conjunto de suas ideias. ‘Trabalhe com uma tempestade de ideias onde, inicialmente, tudo vale. Isso libera a criatividade, Ago. Identifique passos inicials de forma escrita e para quem iré prestar contas. 4.3 QUVIR A DEUS JUNTO COM OUTROS COLEGAS Tendo definido uma area na qual o grupo ou um membro dele precisa ouvir de Deus, 0 grupo Pode entrar num periodo de siléncio para ouvir ao Senhor (2-5 minutos). Se estiver fazendo isso ® favor de uma pessoa, ele pode ficar sentado onde esté como também existe a opcdo de que o grupo interceda com imposigao de méos. Durante esse siléncio, todos devem ficar atentos ao que o Espirito Santo trouxer as suas mentes, especialmente passagens biblicas chaves (veja Jodo 16.12-15; Hebreus 4.12). IT - INSTITUTO TEOLOGICO GUADRANGULAR ‘Ao concluir esta ministrag&o, a pessoa ministrada deve expressar para Deus 0 que esté sen- tindo. Para nao perder a profundidade do que foi ministrado, ela também deve escrever 0 que ouviu Deus falar € 0 que sentiu ele fazer, antes de dormir essa noite (veja Hc 2.1-3). 4.4 ESTUDAR UM ASSUNTO JUNTOS ‘Trés Possiveis Ritmos de Pastoreio de Pastores, 1 4.4.1 Semanal: quando tém um projeto especifico de alta prioridade que querem completar. Pode ser: + um projeto de digtipulado ou formagdo intensiva e intencional para suas vidas, como, por exemplo, 0 estudo do livro O Lider que Brilha, de David Kornfield (Editora vida); um curso especial de reciclagem; uma miss&o ou projeto, trabalhando como uma equipe de ministério num projeto ligado, por exemplo, a ganhar a cidade ou bairro para Cristo; uma proposta estruturada para implementar uma nova estratégia em suas igrejas, por exemplo, desenvolvendo uma equipe pastoral que experimenta o pastoreio ou iniciando grupos familiares com um projeto piloto. 4.4.2 Quinzenal: quando um projeto semanal no precisa mais de tanto investimento ou quando esse investimento requer reproducao em outros grupos que iro exigir mais tempo dos lideres para com esses novos grupos. 4.4.3 Mensal: adequado para pastores com pouco tempo ou com relacionamentos maduros (por exemplo, depois de estabelecer um alicerce nos encontros semanais e quinzenais e estar numa fase da reproducdo do pastofeio para outros). Este ritmo também serve para pastores que moram_ longe uns dos outros e nd tém condigées de reunir-se com mais frequéncia. TEOLOGIA ™@ TOPICO 3 - NECESSIDADES EMOCIONAIS DO PASTOR 1, DO CARATER DO MINISTRO IDEAL +»y como imaginou na sua alma, assim €” (Pv 23.7). Quando 0 corac&o esté cheio das boas qualidades de cardter, tais como fé, amor, bondade, paciéncia, seguranca, fidelidade, lealdade santificacao, entre outras, tais qualidades serao transparentes e os demais perceberdo que tal pessoa é realmente um homem de Deus, jé diziao pregador Salomao e grande sabio. Jesus falou que: *... do que ha em abundancia no coracéo, disso fala a boca” Figura 38: EMocoES (Mt 32.34), Diante disso, podemos pontuaralgumas Plsemivel em: brolhres comyamocoesda_alma_ qualidades de carater que devem ser naturais no Ministro do Evangelho. Estas qualidades de carter séo Possiveis e passiveis de desenvolvimento © aperfeicoamento, caso o servo de Deus nao as traga de berco. Este aperfeicoamento também € resultado da comunhéo intima com Jesus e do trabalho do Espirito Santo. 2. PARA EVITAR O DESGASTE Uma das questdes fundamentais para se evitar 0 desgaste emocional e mental do pastor é a fidelidade mitua entre o pastor e a igreja. © pastor e a igreja devem ser figis um ao outro. Os compromissos de ambos devem ser res- Peitados bilateralmente. No entanto, o pastor deve ser o modelo, mesmo que os oficiais da igreja (diretoria, ministério, diacoriato, ou outro érgao representativo local) no o sejam (1 Tm 4.12) O pastor e a igreja devem ser fiéls & doutrina de Jesus Cristo € dos Apéstolos, que é a mes- ‘ma da Igreja de Jesus ou Igreja Apostélica. O pastor deve zelar por essa doutrina. Doutrina nao so costumes. 0 pastor deve ser leal e honesto e disponivel a sua denominaco, andando em conformidade com os estatutos e regimentos desta. O pastor n&o deve provocar diviséo na igreja, nem levar as ovelhas do Senhor que Ihe foram confiadas para outro credo. Algreja deve seguir com amor e rigorosamente a orientago do seu fiel pastor, bem como honré-lo, apolé-lo e zelar por seu bom nome, pois, inevitavelmente, em termos sociais, ele e a igreja so um. 3. A AUTORREALIZACAQ DO PASTOR A hierarquia de necessidades de Maslow, a seguir, é uma divisio hierérquica proposta por Abraham Maslow, um dos principais fundadores da PSICOLOGIA TRANSPESSOAL, em que as ne- cessidades de nivel mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nivel mais alto. Cada um tem de “escalar” uma hierarquia de necessidades para atingir a sua autorrealizacdo. ITQ — INSTITUT( TEOLOGICO QUADRANGULAR Fisiologia QUADRO 2: NECESSIDADES EMOCIONAIS DE MASLOW FONTE: carlalindolfo.wordpress.com/.../; em 16.abr.2010 A hierarquia de necessidades de Maslow é uma divisdo hierarquica proposta por Abraham Maslow, um dos principais fundadores da PSICOLOGIA TRANSPESSOAL, em que as necessidades de nivel mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nivel mais alto. Cada um tem de “escalar” uma hierarquia de necessidades para atingir a sua autorrealizagéo. Maslow define um conjunto de cinco necessidades descritas na pirémide. Necessidades fisio- légicas (basicas), tais como a fome, a sede, 0 sono, 0 sexo, a excrego, o abrigo; necessidades de seguranca, que vo da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de seguranca como um emprego estavel, um plano de satide ou um seguro de vida; necessidades sociais ou de amor, afeto, afeicéo e sentimentos tals como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube; necessidades de estima, que passam por duas vertentes, © reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face & nossa capacidade de adequacio as funcdes que desempenhamos; necessidades de autorrealizagio, em que 0 individuo procura tornar-se aquilo que ele pode ser: “What humans can be, they must be: they must be true to their own nature!”. E neste ultimo patamar da pirdmide que Maslow considera que a pessoa tem que ser coerente com aquilo que é na realidade “... temos de ser tudo 0 que somos capazes de ser, desenvolver os nossos potenciais”. Maslow estava insatisfeito com sua prépria teoria, dizendo que faltava-Ihe o fato de o homem ser um ser espiritualizado. Para ele, era importante a espiritualidade e as caracteristicas da consciéncia alterada, teoria de Stanislav Grof. Criou ent&o, com ajuda de outros psicdlogos, uma teoria que era abrangente nesse aspecto. Incorporou ideias de Carl G. Jung, que era um estudioso dos aspectos transcendentais da consciéncia, na Psicologia transpessoal. Esta fala de varios nfveis de consciéncia, que vo do mals obscuro, (a sombra), até o mais alto grau de consciéncia, o transpessoal. Por ter seu foco na consciéncia e seus aspectos, foi também chamada de psicologia da consciéncia. TEOLOGIA PASTORAL. Mi TOPICO 4 - NECESSIDADES FISICAS DO PASTOR 1. OS CUIDADOS PESSOAIS DO PASTOR FIGURA 39: CAMINHADA Disponivel em: wuaw-flcks.comy.../48958020/ em 17.abr.2010 Os cuidados abaixo relacionados so indiscutiveis e indispensaveis para o bom desempenho do ministério, so eles: * cuidado com préprio corpo, pois é santudrio da Espirito Santo o qual o usa (1 Cor 6.19, 20). © Exercicio fisico proyeitoso (1 Tm 4.8) © Vigor fisico, * _ N&o abusar do corpo, alimentar-se saudavelmente, em horérios certos, tantas vezes quantas necessarias. + Higiene pessoal + Repouso adequado e regular (Mc 6.31). + Uso de abrigo adequado nos cuidados com as mudancas de temperatura. * Nao exigir do corpo mais do que ele é capaz de suportar. Nao ultrapassar o limite, e s6 voce © sabe (SI 127.2). ‘+ Nao ser preguicoso (Pv 6.9-11). + Nao cultivar a ociosidade destrutiva, to interessante ao diabo. * Nao ser glutdo (Lc 21.34,35; Mt 24.48-51; G1 5.23; 1Cor 9.27). Jejuns protongados e frequentes podem trazer grandes e graves prejutzos & satide. ieee Neem 00 QUADRANGULAR @ TOPICO 5 - OUTROS ASPECTOS E NECESSIDADES RELEVANTES 1. DA INABILITAGAO PARA AS FUNGOES Nao esto habilitados para as fungdes ministeriais os que desejam ingressar na obra com * intenc&o de obter meibs de ganhar dinheiro (1 Tm 3.4). * Desejo de poder ou mando (Jz 11.9) "Se eu for pastor!”, + Espirito de grandeza é Sm 15.4) 2. NECESSIDADE INTELECTUAL - CULTURA GERAL E SOLIDA O ministro deve ter cultura geral sdlida. Nao pense em delimitar o campo ou a drea de co- nhecimento do pastor. Além da teologia ele precisa ter os seguintes conhecimentos: Psicologia, a fim de conhecer melhor o comportamento humano. Filosofia, para aprender a articular o pensamento e ter uma viso mais ampla das varias correntes do pensamento humano. Sociologia, a fim de compreender os problemas que afligem a humanidade, especial- mente a comunidade onde trabalha e os grupos que a cercam. Direito, para que possa orientar suas fungdes ministeriais e aconselhar na comunidade crist&, sem ferir 0 direito alheio, bem como, para salvaguardar interesses da prépria igreja. Geografia, para localizar no espaco certos fatos relacionados com os varios grupos hu- manos, especialmente com o povo judeu ou com os cristéos. Histéria, a fim de examinar os acontecimentos sociais, econémicos e fisicos relacionados aos fatos biblicos. Lingua pétria ou do grupo onde vai pregar, para ensinar a palavra. Naturalmente este conhecimento é muito mais do que util, é indispensdvel ‘+ Outros conhecimentos de seu interesse. 3. A NECESSIDADE DE SER CONTEXTUALIZADO- 0 PASTOR ATUALIZADO © pastor deve ser uma pessoa atualizada com a sua época por tanto requer-se de ser: maledvel. Observador de sua época para atuar com seguranca, a fim de atingir todos os segmentos da sociedade. Adaptavel a determinadas situaces. Perspicaz. Moldével Nao facilmente influenciavel. TEOLOGIA PASTORAL Nao raro, precisa descer ao nivel do ouvinte ou de quem ensina. Precisa ser uma pessoa equilibrada. Precisa acompanhar o desenvolvimento, 0 progresso de sua época, se no, ficard sozi- nho. Precisa ocupar posigo equidistante, para no se comprometer com correntes negativas a0 seu trabalho de mensageiro de Cristo. Nao deve ser retrégrado, mas ser capaz de se adaptar e responder, tanto pessoalmente quanto através de sua mensagem, as necessidades da contemporaneidade. Deve comunicar-se por meio da linguagem da época de seus contemporaneos ou piiblico ‘alvo para ser compreendido. * Ter nogdo da érbita das experiéncias, condigées espirituais, culturais e mentais de sua geragao e das classes sociais ao seu redor. * Deve ter capacidade de dialogar com o homem culto e com o ignorante, com 0 rico e com 0 pobre, tal como Paulo (1 Cor 9. 22; Rm 12.02). O ministro atualizado para obter sucesso nao precisa se aliar a politicos ou correntes filosoficas; ndo precisa procurar juntar-se a grupos subversivos que desejam adaptar o evangelho as suas ideias marxistas, comunistas ou socialistas, nem a aqueles que buscam um falso ecumenismo, com suposta e interesseira tolerancia, com 0 manto de unidade ou comunhéo crista. 4. AS PRIORIDADES DO MINISTRO Os profissionais no mundo do trabalho devem ser comprometidos com suas prioridades profissionais, 0 pastor no é um funciondrio ou empresario, mas como ministro realiza um trabalho especifico, que é a obra do ministério, ent&o, no mbito ministerial, suas prioridades, de acordo com a Escritura, so: 1°) Deus em primeiro plano em seu ministério € em sua vida QUADRO 3: PRIORIDADES MINISTERIAIS. Fonte: Do Pr. Marco A. T. Lapa DRANGULAR Z L ; ITQ - INSTITUTO GICO QU, Note que estas prioridades no s8o as conhecidas prioridades pessoais, mas as prioridades no contexto do ministério. A Escola de Prioridades Pessoais do Pastor séo: 3°) Ministério (trabalho) 5 52) Estudos e Especializacoes QUADRO 4: PRIORTDADES PESSOAIS Fonte: Do Pr. Marco A. T. Lapa 5, OUTROS CUIDADOS PRATICOS * Oplanejamento de atividades. Ninguém respeitard a sua agenda por vocé. Uma atividade planejada renderé mais e poupard tempo, dinheiro, espaco e fadiga. * Tempo para oraco e estudos. + Leitura biblica programada. + Visitas pastorais, + Uma escala semanal de servigos. + Preparar obreiros para auxilid-lo. 6. QUANTO A SITUAGAO FINANCEIRA DO MINISTRO Alguns cuidados devem ser levados em considerago quanto a situago financeira do pastor, para que o servo de Deus no venha a ficar comprometido moralmente na sociedade ou na igreja, com problemas que poderiam ser evitados. A vida financeira do ministro tem de condizer com o titulo que 0 acompanha. Assim, precisa de cuidados especiai: ¥ quanto ao seu salério; ¥ quanto & maneira de administrar suas finangas; ¥ quanto aos resultados préticos na vida crist, em face ao bom ou mau destino que der a seus vencimentos. © comércio julga 0 ministro, o crente, € sua religio pelo modo como eles cumprem seus compromissos financeiros. Se for pontual, o pastor e sua religiéo séo verdadeiros. Dizem: “Seu Fulano é que é crente’, “Seu Fulano é que é pastor”. Se ndo, nem ele, nem sua religio valem alguma coisa. Sua garantia est na prépria moral e no controle da administracao de seu préprio dinheiro. © ministro nao é, normalmente, um funcionatio da igreja, nem a igreja é um érgdo patronal propriamente dito, embora o sustento do pastor venha dela. “.. Digno é 0 obreiro do seu saldrio.” (1 Tm 5.18b) TEOLOGIA PASTORAL Na Igreja do Evangelho Quadrangular, o Estatuto e o Regimento Interno prevé que, havendo Possibilidade da igreja, a mesma podera oferecer ao pastor além do sustento pastoral, o auxilio moradia, despesas com manutencéo da casa pastoral, agua, luz e telefone da casa pastoral, assisténcia médica, seguro de vida, seguro funeral etc. 0 pastor como auténomo religioso, deve inscrever-se no INSS e recolher o depésito para o seu beneficio de aposentadoria. Esta respon- sabilidade no é da igreja. Quando a igreja tem seu préprio automével, as despesas de combustivel sao pagas pela igreja. As despesas de errs © estadas do pastor, quando a servico do ministério, so pagas pela Igreja, mediante comprovantes e relatério de viagem padrdo (vide documentos da CND/SGAF). 6.1 O AJUSTE DO SUSTENTO PASTORAL © ajuste desse sustento ¢ recomendavel que seja na base de saldrio, para evitar mal en- tendido e parecer exploragao de um lado ou de outro. A igreja nao precisa e nem deve explorar, como nao deve ser explorada. Entao o valor total do sustento pastoral deve ser de acordo com um determinado ntimero de saldrios minimos, aprovados pela diretoria da igreja. Na Igreja do Evangelho Quadrangular 0 piso de sustento pastoral é de 1 salario minimo, e o teto definido pelo Conselho Diretor Local, de acordo com a realidade financeira de cada igreja. 6.2 CRITERIOS PARA ESTABELECER O SUSTENTO PASTORAL A igreja e 0 Conselho Diretor Local precisam entender que o pastor tem necessidade de subsisténcia, tem encargo de familia, educag&o dos filhos, vestimenta, transporte, e que o mesmo é seu representante como é de Cristo. Portanto, ndo deve se apresentar como mendigo, envergonhado e desgostoso, Aquele que dé também precisa receber; tem direito a receber. ‘Também se deve levar em'consideragio que o pastor precisa fazer estudos especiais, atualizar seus conhecimentos, fazer constantes leituras, possuir meios de comunicagio e de transporte, Caso contrério, ficara atrés da sociedade, dos membros de sua igreja e dos demais colegas de ministério. Ele é pastor e representante da igreja do Senhor, e ndo de miseraveis. HA pessoas que constam no rol de membros das igrejas que murmuram, no contribuem € prejudicam a vida, a alegria, 0 estudo, as oportunidades e até o sustento do pastor da igreja. Criticam, por exemplo: roupas, residéncia, carro do pastor ete. 6.3 OS CUIDADOS DO PASTOR COM SUAS FINANCAS Nao é prudente, recomendavel e honroso ao pastor estar preso a dividas, Se o pastor ndo comprar a crédito, seré melhor, entretanto essa pratica ndo & desonrosa ou proibida. Se comprar a prazo, que seja pontual nos pagamentos, principalmente se a compra for por meio de fiador ou avalista. E no deve ficar devendo no comércio, muito menos a membros da igreja que dirige Quando for transferido de cidade n&o deve deixar pendéncias financeiras. O pastor s6 deve con- trair dividas além de suas posses em casos inesperados, como deengas, perdas extraordingrias ou compra de bens durdveis. Ele precisa ter forga moral para ensinar e exortar os membros de sua igreja sobre esses assuntos. 6.4 0 PASTOR E O DINHEIRO DA IGREJA Nao fica bem ao pastor usar dinheiro que Ihe foi confiado pela igreja em suas necessidades particulares e no ter condicBes de restitui-lo no momento de fazé-lo. Todos saberdo 0 que sera deprimente. Portanto, o pastor deve ter a autorizagao do Conselho Diretor Local para receber uma ajuda extraordinéria, desde que a igreja tenha condides de fazé-lo. Esta ajuda poderd ser como uma oferta extraordindria ou um adiantamento de sustento pastoral que deve ser devol- vido. Quando o pastor usa particularmente o dinheiro da igreja, sua influéncia sofrera graves consequéncias, e ndo poderé manter a mesma confiabilidade que todos exigem dele e que deve oferecer. A administrac&o do dinheiro da igreja tem grande influéncia na atuacdo do pastor, fa~ zendo com que seu conceito, prestigio e confianca crescam ou diminuam. 0 descuidado cavaré a sua prépria ruina, perante a igreja, com reflexo na denominagdo e até fora dela (1Tm 4.12). © nome do pastor deve impor respeito e sua palavra deve ter peso e poder para condenar atos de rebeldes e desobedientes, e Deus 0 exaltaré perante 0 povo e perante o mundo. 7. AS OBRIGACOES DA IGREJA PARA COM 0 PASTOR No novo testamento o titulo correto para o homem de Deus é ministro ou servo. Esta é uma escolha do Espirito Santo, néo exatamente da igreja, embora ela participe como um instrumento © ambiente para a manifestacdo dos dons e do ministério. Antes de tudo, o pastor é servo de Deus enviado pelo Espirito Santo. A igreja onde ele serve em nome do Senhor Jesus e de seu ministério, tem o dever sagrado de sustenté-lo. Como ministro e pregador do santo evangelho, ele tem sua chamada e seu sustento espiritual vindo do Espirito de Deus; como homem, no entanto, é igual a qualquer outro ser humano, dependendo do trabalho para sustento préprio e de sua familia. A igreja que se beneficia de seu tempo, de seu trabalho e missdo de ensinar e guiar, deve arcar com a responsabilidade de sustenta-lo e protegé-lo financeiramente (1 Co 9.7-14). “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam 0 evangelho, que vivam do evangelho.” 7.1 AS OBRIGACOES DA IGREJA PARA COM OS PASTORES VISITANTES Quando a igreja, através do seu pastor ou lideres, convidar um pregador, um mestre, um missionério, um evangelista, um avivalista, um conferencista, um ministro itinerante que realiza campanhas, ou um pastor que the auxilie na estruturagéo e implantagao de projetos locais, deve subsidiar as despesas de viagem, hospedagem, alimentac3o do mesmo, e ofertar-Ihe condignamente. —- tel)

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