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A Importncia do Perdo

O pequeno Miguel entra em casa, aps a aula, batendo com fora os seus ps no cho da casa. O
pai, que ia para o quintal para fazer alguns servios na horta, ao ver aquilo, chama o filho para uma
conversa.
Miguel, de oito anos de idade, acompanha-o desconfiado. Antes que o pai dissesse alguma coisa,
fala irritado:
Pai, estou com muita raiva. O Gabriel no devia ter feito aquilo comigo.
Desejo tudo de mau para ele.
O pai, um homem simples mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a
reclamar:
O Gabriel humilhou-me na frente dos meus amigos. No aceito. Gostaria que ele ficasse doente
sem poder ir escola.

O pai escuta tudo calado enquanto caminha at um abrigo onde guardava um saco cheio de
carvo. Levou o saco at ao fundo do quintal e o filho acompanhou-o, calado. Miguel v o saco
ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta, o pai prope-lhe algo:
Filho, faz de conta que aquela camisa branca que est a secar no varal o teu amigo Gabriel e
cada pedao de carvo um mau pensamento teu, endereado a ele. Quero que mandes todo o
carvo do saco na camisa, at ao ltimo pedao. Depois eu volto para ver como ficou.

O filho achou que seria uma brincadeira divertida e ps mos obra. O varal com a camisa
estava longe dele e poucos pedaos acertavam o alvo. Uma hora passou e o pequeno Miguel
terminou a tarefa. O pai, que espiava tudo de longe, se aproxima do filho e pergunta:

- Filho, como te sentes agora?


- Estou cansado, mas estou alegre porque acertei com muitos pedaos de carvo na camisa.
O pai olha para o filho, que fica sem entender a razo daquela brincadeira e, carinhoso diz-lhe:
- Vem comigo at ao meu quarto, quero mostrar-te uma coisa.

O filho acompanha o pai at ao quarto e colocado na frente de um grande espelho onde pode ver o
seu corpo inteiro. Que susto! Miguel s conseguia ver os seus dentes e os seus pequenos olhos. O
pai, ento lhe diz ternamente:
- Filho, viste que a camisa quase no se sujou; mas, olha s para ti.
O mal que desejamos aos outros como o que te aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a
vida de algum com nossos pensamentos, a borra, os resduos, a fuligem ficam sempre em
connosco.

Cuidado com seus pensamentos, eles se transformam em palavras;


Cuidado com suas palavras, elas se transformam em aces;
Cuidado com suas aces, elas se transformam em hbitos;
Cuidado com seus hbitos, eles moldam o seu carcter;
Cuidado com seu carter, ele controla o seu destino.

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