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ISSN 0011-5258 ® ball? Publicagao do Instituto Universitario de Pesquisas Ss do Rio de Janeiro | : N.° 17 - 1978 | Herbert S. Klein Os Homens Livres de Cor na Sociedade Escravista Brasileira Olavo Brasil de Lima Junior —_ Evolucao e Crise do Sistema Partidério Brasileiro: As Eleicdes Legislativas Esta- duais de 1947 a 1962 json de Oliveira Nunes —_Legislativo, Pol{tica e Recrutamento de Elites no Brasil RelagBes “Econdmicas” Internacionais do Brasil: Notas para uma Agenda de Politicas de Pesquisa Burocracia, Clientela e Relagdes de Poder: Um Modelo Te6rico Um Instrumento para Medir Aspirages Ocupacionais de Adolescentes Brasileiros Intervengées Sindicais e 0 “Novo Sindicalismo” No processo de reorganizagao politica a que submeteram a sociedade brasileira, fos governos subseqiientes & mudanga de regime politico ocorrida em 1964 ado- tam diferentes formas autoritérias de con- trole. No que se refere as organizagdes Sindicais, visando orientar a sua partici- pigio politica, segundo os objetivos ¢ fungBes para ela definidos pelo novo re- gime, é mantida uma vez mais, na historia das mudancas politicas ocorridas no pais, ‘antiga legislagdo sindical. E com ela, 0s mecanismo de controle, dentre os quais propria estrutura piramidal da organiza (do sindical, 0 imposto sindical, a grav fagio obrigat6ria das entidades sindicais ¢mtorno do Ministério do Trabalho, etc. ‘Assim sendo, no seria necessério langar | io da legislagdo de excecao, entao ins ‘tituida, para restaurar 0 controle sobre as ‘ntidades sindicais. Para tanto foi suft utilizar, de maneira efetiva € am lapdo existente. fento distinguir, no que diz ea sindical, dois aspectos na , governos posteriores @ 1964, atender a seus objetivos ragio da ordem ¢ a arran desenvolvimento. Esses ndem, de algum modo, Argelina Cheibub Figueiredo a etapas na politica governamental fefltem diferentes atitudes, on conjurto de medidas implementadas, traduzindo facetas diversas do controle autoritario do movimento sindical. ‘Na primeira etapa tratou-se de resta- belecer o “império ¢a lei ¢ da ordem” através da aplicagio efetiva dos disposi- tivos legais existentes restringindo de imediato qualquer participagdo politico ‘ideologica dos sindicatos. Tmediatamente apis a tomada do po- der o “Comando Revolucionario” adota uma série de medidas de cardter repres: sivo que se constituem no expurgo das Sindical, tais como o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), Pacto de Unidade ¢ ‘Agio (PUA), Comissio Permanente, des Organizagdes Sindicais (cPOS), Forum Skatical de Debates, ete; na interdiefo de sedes de entidades sindicais oficial, POX parte. de autoridades policiis¢ militares; b prisfo de lideres sindicals comprome- uralelamente & implementads O° politica de coersio paseada na lepslaga0 Pe vexcogao cutiizaia de mancin restrita ope grupos operati0s) principal Pernt, na propria lepsss3° existente 135, Jo coercitiva dos governos se faz seas go direta, visando o afastamento ais liderangas sindicais anteriores e 0 controle direto das entidades sindicais, através da intervengdo nas entidades sindicais ¢ sus- pensio dos direitos politicos de repre- sentantes sindicais; e, em segundo lugar, através da coereGo indireta com a ediga0 de uma legislagdo especifica e alteracoes nna legislagao vigente, visando a regula- mentagdo da vida sindical em dois aspec- tos: de um lado, no plano politico, que inclui tanto a participagio na “politica sindical”, com a regulagdo e controle do processo eleitoral, quanto a participagao na “politica geral” em que o controle se estende ao comportamento politico-par- tidério dos trabalhadores; de outro lado, ‘no plano econémico com a lei de greve € a implementagio de uma politica salarial restritiva e imposta pelo poder executivo, conjunto de medidas implementadas que caracterizam essa primeira etapa da ago do governo na area sindical, repousa basicamente sobre uma politica coercitiva (direta ou indireta) e restritiva da ago sindical cujo objetivo principal consiste na “‘corregdo” das atividades anteriores, principalmente no que diz respeito ao papel que vinha sendo desempenhado pelo movimento sindical na vida politica do pais. Nesse sentido, corresponde a uma “preparagio do campo” para a con- secugo da nova politica trabalhista, No segundo momento, a aco do Es- tado dirige-se, portanto, no sentido de Teorientar © comportamento dos sindica- tos de acordo com as fungdes para eles definidas. Nese periodo, a fae “coopte tiva” da politica governamental, decresce 4 importancia do uso direto e extenso de Dessa maneira, a ago governam, e se orienta para a formacao de um ie indica sindicalismo que Ledncio Martins jo gultov gues chama de “burocritico agin ion cial”. Ao sindicato, j4 sob controje. (eso | governo e totalmente dependente q, compr cabe desempenhar 0 papel de agéncisg, 0 prestago de servigos assistenciais, oy-° pyar prindo basicamente uma funcio de qa, mobilizago politica da classe operii, Nessa etapa assumem importancia os yy gramas sociais propostos pelo governo ¢ , papel politico © social reservado para q sindicatos na sua execugao. Intervengdes em Entidades Sindicais Dentre as medidas restritivas das at. vidades politicas das organizagées sin dicais aplicadas pelos governos pos-64, a intervengoes, dado o cardter da acio di reta por parte do Ministério do Trabalho, assumem importante significado na me dida em que foi afastada, como alter nativa politica, a possibilidade de fecha mento das entidades sindicais: “o governo revolucionario, com apoio no artigo 32 da Lei n.0 1082, de 5ée janeiro de 1953, que define os crimes contra a ordem politica e social, po deria ter promovido a dissolugao das entidades sindicais cuja ago subversvt as enquadrasse no referido dispositit® penal. Preferiu, entretanto: a) para ti Prejudicar os trabalhadores com # ¢ tingdo da correspondente represet™ tagdo sindical, determinar a inte™ Yenedo preventiva de que trata 0 528 da CLT, a qual nao suspend? ° funcionamento da entidade; b) elias as investigacdes necessarias a ap¥ dos atos ilicitos porventura pratcsdes ¢) punir os responsiveis pelos 0s subversdo ou corrupgao na esfers ical, de acordo com o estatuide art. 553 da CLT; d) fazer retomne! ntal © de dri. Sten. © do este, ia de cum- des. réria, | pro- oeo ra 0s sesso 08 fungbes 0s dirigentes extol em relagdo 20s quals nao re- st worl 8 pratica dos aludidos tos: ©), encaminhar a0 6rgio do Minis- 0 pablico competente as pegas om? joras de crimes, para instau- Jo respectivo processo criminal; ag Passat eee, Prez estipulado pelo artigo 554 da cut, membros da administa’se Lie aaa eos enham sido desituldoy"* Sendo ass im, fora terve im efetuad peete em enidaes sini,” odo de 1964 a 1970, ay ais,” no seguinte sistemitica: ipresentando a 100% rts Quadro I rvengbes em Entidades Sindicais 611% 19,0% Pag SAE ABE 2 3° me (21 ES eal mass ee elite med a Bescon ST opel ix ono nmi mich aa Geos seteemae pli Sond 20% i nein Pronases 6 ont ago COT © 3 oe ead relativo 2 e535 gio com © pgs pusiadas em 1980 es Sano, Nio £01 explicase pelo fato de at 4 intervengoes. ide jornais © prorrogagdes nos auloriady ‘a afirmat Sey ‘realmente em possivel, no entanto, P' 1965, oho vse so pew tts ae ial ete ae en ede epaiee is rmalizados apenas esse mala cfetaass nos anos d 1964 © ‘Didns oficial. Gao de11964;0 1965 onde verifica @ wea desse instrumento; © gintes, apresenta Uta C2 wiv aplicagao da interiengso- No entantos jstematica das interven” ferentes perio- fe ican iittala titi ac, isto 6, 0 momento imediatamente pos- terior a mudanga de regime e a etapa seguinte de consolidagio, em que 0 uso de medidas coercitivas e de controle assu- ‘me um outro carter. No primeiro perfodo as intervengdes sao efetuadas paralelamente a medidas de cunho repressivo policial-militar, com 0 objetivo de afastar as entidades sindicais de atividades politicas, ou politico-par- tidarias: “Na realidade, as entidades sindicais serio tanto mais auténomas quanto mais se afastarem de atividades entr nhas aos seus prec{puos objetivos (sic). Infelizmente, nem sempre foi assim entendido por interessados em dis- virtuar os sindicatos transformando-os em instrumentos de corrupgao ¢ sub- verso. E com a tinica e exclusiva fi- nalidade de rep6-los dentro dos moldes legais, e mais convenientes aos traba- Ihadores, houve, em alguns casos, a necessidade de intervir em entidades sindicais que, no entanto, continuaram as suas atividades legitimas em defesa dos interesses profissionais dos repre- sentados (...) Nido tenho dtvida de que, esclarecidos como sio os trabalha- dores brasileiros, bem sabem quanto Ihes era prejudicial o clima de agitagio criado artificialmente para lhes dar falsa idéia de participagdo na vida poli- tica do pais. Esta, eles a deverio ter pelo voto, nas eleigdes para a escolha dos dirigentes do Pais, nunca mediante a deturpagao da vida sindical”.6 ‘Assim sendo, 0 governo restringe 0 conceito de participagao politica e desau- toriza qualquer intencdo de representati- vidade politica e ideoldgica das entidades sindicais, transferindo para 0 trabalhador individualmente a participagao através do ‘mecanismo formal de participagdo poli- tica, isto é, 0 voto. As intervengdes to- ‘mam, entio, um cardter de punicfo assumindo uma fungio “cory. 9 relagdo as atividades poltica q’?% Vidas anteriormente pelas entidagee™™ dicais. No entanto, se apresentan bém como “efeito-demonstagay nesse sentido, seu reflexo & mat ap! estendendo-se a entidades nao ting : diretamente, 7 No primeiro perfodo esgota-se a nece, sidade da coergio direta a0 movinerty sindical, através das intervenes, na me. dida em que no segundo periodo foram efetuadas 104 intervengdes, represen tando 19,4% do total. Neste éltimo aut, lizagio das intervengées, como um me. canismo de controle politico, toma un carter secundario, permanecendo, no en- tanto, como uma forma latente de con- trole. Nessa segunda etapa o governo atua no sentido de introduzir novos dispositivos legais que ampliam o controle sobre 0 proceso eleitoral nos sindicatos e o com- portamento politico individual dos traba- Ihadores. E nesse perfodo que sio reali- zadas as principais modificagdes na Con- solidagdo das Leis do Trabalho que visam a atingir esse objetivo. Pelo Decreto n.°3 de 27 de janeiro de 1966, 0 artigo 482 da CLT, que trata da justa causa para resc- So de contrato é acrescido do seguinte parigrafo: “constitui igualmente justa causa part dispensa de empregado a pritica, devi damente comprovada, de atos ater {atorios a seguranca nacional”. Pelo mesmo decreto: “o Ministro do Soblalaath eatin ¢ Previdéncia tas confederacd deve-se ao fato d $es existentes, Ro primeiro peri tes estavam perfe! das autoridades ¢ tho20 As interve no seg : través deste decreto so am- “os #4 esenyar id igdes que Permitem a in- pia Plblica e ostensivamente, tidader Vr | gilt Sor entidades sindicais: o art OU palavras, defendam os prin. ete) a Flo &™ Oreste assunto pass le —_efpos ideolgios de pat dts m8 i ao do pardgrafo i " Me ee pautO ten ido ph al mais amae ene assoclagdo ou fio aire ‘a leans de seguranga nacio- natureza cujas ‘Midas tater had considerads eae pene sll. 967, no final do Govero Castelo ee ene A Neces, CLT sofre sun mais i io registro haja sido can- ) moviment, | Bas ja mais importante _—celado’ ou que tenha seu funciona chen, ant? pinto so setico deefetivaro.con- mento suspenso por autordade com riodo foram Mie politico das entidades sindicais: ob petente”.® ae Sp rece oe ideologia, Pelo Gee MUM de 28 de fererekro de O-efeito da sistematizagao do controle mo um me. 1967 sfo inelegiveis: pode ser visto no Quadro I. 0, toma um Quadro II Entidades Sindicais Atingidas por Perfodos ee 2.9 Periodo ; al (1966-70) a psesasasses 20,7% (100) 100.0% (483) 32% (4) 100,0% (49) a 100.0% (4) ‘Sindicato 19,3% (383) Federagao 91,8% (45) op partode, 8 fata, # ROvORUE® e ee it ite das en ‘dew afastar definitivamen’ Tides er dicais mais atuantes 26 HGEr=™ drs sideradas de esquerds © Cor utilizapdo extensa de recursos coercitivos. Por outro lado, observa-se um certo grau de institucionalizagdo do controle poli- tico. Com isso as intervengdes perdem 0 cariter de instrumento de excegiio, apare- Quadro 111 Motivos para Intervengo por Perfodos © Perfodo (1964-65) (1966-70) Subversio 81,9% (252) - Corrupgio 14,6% (45) 94% (5) Eleitorais 03% (1) 39,6% (21) Outros 3,2% (10) 50,7% (27) condo no decorrer do perfodo como me. didas administrativas rotineiras. Este faiy se manifesta através dos motivos expres, 808 oficialmente para as intervengies, » que se pode ver no Quadro III. 100,0% (308) 100,0% (53) Enquanto em 81,9% das intervengSes no primeiro perfodo sao alega- “subversio’ 08 artigos da CLT que rocesso eleitoral, que in- No primeiro periodo a intervengao por motivo de “‘subversio” cumpre duas fun- ‘ges: em primeiro lugar legitimar 0 pro- Prio ato mostrando que os sindicatos tinham como preocupacao bisica, ¢ pri: cipal finalidade, a atividade politica ¢ ideoldgica, desviando-se de suas fungdes de representago trabalhista; e, em S* undo lugar, deixar expressa a proibigi? desse tipo de atividade através dos sind catos. Cumpridas essas finalidades mais imediatas a intervencdo passa a funcion®® Como um instrumento latente de controle Politico © que nao minimiza, no entant®, Seu efeito sobre 0 comportamento pol tico sindical. oh « corporativistas que permitem ao tg g, em controle permanente das enti- india, rea ‘indicais. Sua OTBanizagdo caracte. pon heb slau we por Um forma piramidal, em que Fn ndo, no inicio dos palit, dey ntidades sindicais se articulam verti- OVO ator ¢ fator de poder 60, como as enti segundo setores de producio, prcvnth aproximardose so apalitia i i pressionandi 0. Betado ns niveis: confederagbes (entidades 1o no sentido e aa pula), ederages (entidades inter e360 de tomada de deci Bi ene ie ¢ cipis) que congregam sindicatos, ¢, purtitt Yinculdo, a5 relaga ma base, a sindicatos que so as entidades pesca liderangas eS fe masse, Este fato marca de maneira de- Jes Seaton se definem como sim ava a orientagao do movimento sindical ym ordinagao a este timo mas como que se desenvolve apresentando restrita fat esi ou “alianga” politica.!# De Gipacidade de atuagdo autOnoma e reve- rganizagtes de cfipula do movie ate ee Mento sindical adc - dependéncia e estreita vincue 44 Iqutem, durante © pe- Jando forte s riodo Goulart, automomia crescentet5 ¢ : Jagio ao poder estatal Ey cae : ee eee iirlizgte, cm (546 2 ema vies pods i 16% (21) strutura sindical ndo é alterada. Obser- Unidade e Agdo quando seu lider Os vase, porém, que o Estado paulatina- waldo Pacheco distibui, em 1963, notaa mente passa a estimular o comporta: — imprensa a respeito da pers doe (his mento sindical no sentido de uma grande ios, cua legalidade seria julgada pelo Tr: mobilizagdo ¢ intensa participagao pol bunal Regional do Trabalho: tica, dadas as necessidades de bases de apoio politico e eleitoral exigidas pelore a eee ae ppopulista. Essa atitude implica, eae ‘ana ee ee fomo contrapartida, um “afrouxamento” 1°" So cia, e considerando Gocontrole exercido até entGo, tornado Trrtincia do Julgamento desta tar possvel dessa forma, a atuagdo de dif ——goqq TRI, para o movimento si Peles correntes ideologicas dentro do ical 'e a significagdo de nossa unidade movimento sindical que passam a disputar Ge |uta para aleangarmas nossos obj sua lideranga. tivos; e considerando @ ‘mprevsibil “A patti da década de 50, comecam 2 dade dese jugamento contra o direito atuar junto as entidades sindicais (inicial- dados os precedentes que ‘mente a nivel de sindicatos ¢ depois de federagdes e confederagdes) organizagoes extraoficiais que visum mobilizar de for Trabalho julee da ea a re ma horizontal os trabalhadores e ampliat jal decisdo s€7d 4007 Toy, ge reu ‘4 margem de atuagdo autonoma do mo sgeral de see 2 Vimento sindical, Sao organizacdes inter” ido para t Sindicais acto de Unidade ¢ Ago, Pac'o 2 oedle de Unidade Intersindical, etc. ¢ mais 3082 1g fogma, es intern nate © Comando Geral dos. Trabalhadores), Sa de eta 3 i foxmadas por iniciativa da Esquerds ¢ eae apes rae 2 nacional, ave 180 Gos ore ar cr § estrutura oficial e dar origeM™ 8 Tye o contr AS anes de Pa mmo politioo"!? interesad0 777 controle : ar ativamente na solugdo Na verd i jonais. 0 movimer” liticas nacionais. at Quadro IV Estrutura Sindical e IntervengOes | 1.9 Perfodo (1964-1965) Ii N.O de Entidades | Existentes 107 2.049 A natureza do movimento sindical e 0 carter de sua organizacdo, onde as enti- dades de ciipula desempenham um papel politico mais ativo, determinam a impor- tancia relativa da aplicacdo de interven- ‘eGes nas entidades de nivel superior (con- federagoes e federag6es). No entanto a ‘magnitude de intervengGes nos sindicatos (383 casos) mostra que a medida foi util zada de forma extensa em todos os niveis da estrutura sindical. Pelo Quadro IV verificar que no 1.° periodo, das seis Confederacdes existentes quatro sofrem intervengdo. Como vimos anterior- ‘mente as intervengOes na quase totalidade das Confederages existentes devem-se, basicamente, as vinculagées, sendo 4 pré- pria coincidéncia, de suas liderancas com ‘as organizagSes no oficiais e 0 seu com- ‘prometimento com 0 governo anterior: ae CGT tinha como principais dirigen- : Clodsmith Riani, Dante Pelacani para a direedo da CNTI por éncia direta do Presidente da FEDERAGOES SINDICATOS N.° de Intervengoes % 6,7 20 383 187 Repiiblica), Oswaldo Pacheco, Pre- sidente do PUA (que congregava fer rovidrios, maritimos e portudrios), Comandante Mello Bastos, do Sind cato dos Aerovisrios, Hércules Correia, Pres. da CPOS, Aluisio Palhano, Pres. da CONTEC, Beredito Cerqueira, e%- Pres. do Sind. dos Ferroviarios da Leo- poldina e Rafael Martinelli, Pres. d Federag3o Nacional dos Ferm vidrios”.17 Na categoria federagGes esto incluidss tanto as federagGes estaduais, como # federagbes regionais, isto é, que cong” gam sindicatos de mais de um estado, €* federagbes nacionais que tém base cional. Das federagées regionais nove $° frem intervengo e das 18 federagdes cionais existentes onze sio atingidas, tem do todas elas sede no estado da Guan bara. As intervencoes nas federagoes est duais, num total de 25, distribuemse PY varios estados. Entre eles: Alagoas, F5 rito Santo, Goiés, Paraiba e Sersipe» ©" wnas uma federagdo, sendo que cada dma dessas atingidas; no Piauf, as duas federagdes existentes sofrem intervencdo; Minas Gerais, Parané, Amazonas, Santa Catarina ¢ Rio Grande do Sul, cada um, respectivamente, com 9, 5, 2€ 11 federa- ‘tém apenas uma de suas federagdes sob intervencao. No estado de Sao Paulo, sete de suas 18 federagdes estaduais sofrem intervencdo, enquanto na Gua- nabara apenas cinco sao atingidas. "Da mesma forma que as intervencoes em entidades sindicais, as suspensdes de direitos politicos que atingiram as lide- rangas sindicais so dirigidas para os re- presentantes das organizacdes de cépula do movimento sindical. No decorrer do periodo compreendido entre os anos de 1964 e 1969, 108 lideres e representantes sindicais si punidos com a suspensio de seus direitos politicos e/ou cassagdo de mandatos, no caso de deputados que ti- nham eleitorais entre os traba- izados e exerciam ativi- dades de lideranga. sind ¢ a. sindical formal informal. Essas punigbes se dstibuem da Buinte ‘mancita: 58,5% (63 casos) no ie ne oe Qi casos) em 1966, f casos) em 1967 casos) em 1969, 18 alla ie A sistematica de utilizagao desse ins- trumento sobre 0 operariado obedece a mesma l6gica que a das intervengoes, sendo aplicado de forma compacta no ano de 1964 e mais esporadicamente nos anos seguintes. Este fato reforca a idéia de que 0 controle sobre 0 processo elei- toral teria tornado desnecesséria a utili Zagao maciga dos instrumentos de coer- gio direta, isto é, intervengdes e sus- pensdes de direitos politicos. Para observarmos melhor este fato di- vidimos a populacZo atingida em “lideres sindicais” e “representantes sindicais”, segundo o cargo de lideranga informal ou formal ocupado, o que pode ser visto no Quadro V, a seguir. Quadro V srangas Sindicais e Suspens6es de Direitos Politicos 21,6% (16) 94.0% @7) todo 0 periodo, @ “ideres” e “repre 190% 19,0% 100,0% ae qa at) (58) 20% 40% s 100,0% qa @. ‘cargos ée diretoria ou pre- TI, CGT, PUA, CPOS, 4 sil, Federa- 6, 38) ocupava sidéncia da satdade (94,0%) punidos no Se oe % no primeiro perfodo; ano de 1964, isto 143 “ indicais” foram realmente 0 controle eleitoral cumpg, onquanto OF Lideres $I ne porfodo seu papel. Demonstra, por ae , Peas liderangas que desponya dos no decor xendo punt ao OF decmmenos sist matics que Pal do alcance da legislacto oriinn® tig todo, de forma fogem o regular. processo de come so. utilizados os instrumentos pela lepislagdo de excecio. Dessa fee ma ‘Considerando-se ° Lat ioe A tol pole rt cra ea, a de efida em que a legislasio sy cc porfodo 6 esperado que ainciden- =a Me 1 ir Pnlgbos esas ‘os “representantes gxistente fornece OS instrumentos de og tinicals” se} praticamente nula, No en trole necessarios, 0s instrumentos de tanto, no que se rofere as “liderangas sine cegdo na frea sindical sao utiliz, a icals” observa-se qUe 72,4% (isto 6 42) forma restrita ¢ “em Ultima instancia” 1s foram punidos no segundo perfodo. Essa ‘Ao nivel dos sindicatos, as interven Inverstlo que se verifica na Feidéncia de goes atingem @ todas as regises do pis, unigdes entre “representantes” e “li; ainda que apresentando diferencas ma. de magnitude. E 0 que eres sindicais”, nos dois perfodos pode cantes em termos fer tomada como um indicador de que mostra o Quadro VI. Quadro VI , por Perfodos Intervengbes em Sindicatos por Regido* 1.9 Perfodo (1964-65) 2.9 Perfodo (1966-70) eo 57,5% (225) 33,3% (33) 9.7% (38) 152% (15) deco 26,1% (102) 37,3% (37) 18% (7) 71% (7) ek ‘entro-Oeste 49% (19) 71% (7) ae toes con mex 100,0% (391), 100,0% (99) A diviso em Regides obedece a estabelecida pelo IBGE, © Quadro VI su miteeitintes. Era igere duas situagdes nam : a o eer ite no sentido de corrigir a5 fal observar que a Se, i ypode-se, controle sents mental das ents s ntervel regional das _dicais, Na medida em que se SUP ef pon nas regiGes mais atingidas 10 rie . Este fato reforga a idéia perfodo onde se desenvolvia mals 1 y inicialmente de que as i participagao politica, a ‘manutenge? ONE EES ERAS ea none “de. intervers™ i jio- segundo perfodo indicaria ¥™* gesse tipo de participacdo ou um re~ ‘0 nas tentativas de furar o io imposto pela aeH0 coercitiva do _ Hogue? No entanto, como foi observado “erejomente, ess correspondéncia tem axiorrelativo na medida em que, nes rerfodo, nf0 6 a intervenglo a forma jae de controle politico, o qual se faz Mh infensamente através de medidas ivas de controle do processo elej- "e do comportamento politico indi- ‘do operirio. O segundo ponto a ser Entidades 225 38 102 Percebe-se que tanto o Sul quanto 0 caper de suas diferencas quanto moana entidades existentes, mantém nip arpoporsdo de intervengSer, reve. ragsa me CuO indice de aplicagdo em 1 destacnatet TeBibes, O importante @ oa € que, de fato, guardadas as idee cerensas, as Repioes Sudeste, Pe atre Onste sdo as que apre- mitranda sons axas de intervenedo, de- cogmuee maior grau de atividade po- ical. Deye-se ressaltar, no en- ‘a regio Centro-Oeste 0 locus Politico é 0 estado de Goids Bui com 57,9% (11 interven- ‘da regio) das quais 81,8% lada sua iny 0 do pais, © rau de contlito polit Bode ser obtenado de mance eon dante, no Quadro VIL, seguit, onda’ a a magnitude de intervengbes com © unive 180 de si i mada roping © Sidletorexistentes centro politic Portancia como Quadro VII Intervengdes em Sindicatos por Regives no Primeiro Per iro Periodo ———— % de Intervenges Entidades Existentes 876 25,6 508 15 492 20,7 1 a1 28,3 (9 intervengGes) sao aplicadas por motivo de subversio,20 Na regifo Nordeste, os estados que se destacam com maior niimero de intervengdes so Bahia e Per nambuco, com 31 intervengdes em cada um, isto 6, 50,9% do total da regio. Na regio Sudeste © maior nimero de sindi catos sob intervengdo encontrase no tado de So Paulo, com 115 intervengdes representando’ 51,1% do total de rea Os estados da Guanabara, Rio de Jane Minas Gerais apresentam mais 0% 7 ‘a mesma distribuigdo es a c Ce S|] yectivamente) 5 aban a usa OS da Guanabara, ais, difere das demais, n¢ ‘medida em que 145 todas as confederagdes, federagoes nacio- nais e sindicatos nacionais (ndo compu- tados no quadro VII) tinham sua sede ¢ local de atuag3o nesse estado. Podemos observar que os estados mais atingidos so ‘os que apresentavam maior grau de con- flito politico, isto é, Guanabara, Si0 Quadro VII Entidades Sindicais Atingidas por Setor de Atividade no Perfodo 1964-1970 Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gg, Goifis, Bahia e Pernambuco, aa Para observarmos melhor a sistema das intervengdes sob outra Stica, verem, a seguir, no Quadro VIII, como estas deram nos diferentes setores de atividades a que pertenciam as entidades sindicaig Comércio Inddstria Transportes Maritimos, Fluviais e Aéreos Transportes Terrestres Educago e Cultura Comunicagdo e Publicidade Empresas de Crédito Agricultura TOTAL principal aspecto a ser ressaltado no Quadro VIII a concentragdo de inter- vengdes no setor Indistria que se apre- senta com a metade das intervengdes do periodo. Os setores que se seguem a In- diistria com maior incidéncia de inter- ‘vengSes (Transportes Maritimos, Fluviais ¢ Aéreos, Comércio e Empresas de Cré- dito) tém a mesma importincia relativa, te, 15,0%, Tespectivament 11.3% ¢ 8.6% do total de 532 inter intervenes na Agricultura 516% do total geral Ente fato ‘a0 pequeno nimero de sindicatos 11,3% (60) 49,1% (261) 150% (80) 5,5% (29) 17% (9) 3.2% (17) 86% (46) 5,6% (30) 100,0% (532) urais reconhecidos oficialmente? ¢ #0 papel desempenhado pelas Ligas Cam ponesas no movimento sindical rural.” Estas constitufam associagdes nio 1607 nhecidas oficialmente e que logo apés ° movimento de 1964 foram consider ilegais e expurgadas através da ago pol: cial militar. Além de ser pouco signi cativo 0 total de intervengdes nesss sre a sua io se concentra no seeund® J periodo, isto é, 73,3% (22 intervensoe S40 aplicadas ‘no decorrer do seem? perfodo. © No Quadro IX podemos ver come as ‘ntervengbes nos store B Aatividades por periodo. Comércio 1964-199) a (6) 1% cs | Transportes Marftimos, Fluviais e Aéreos 0% (€ Si (a) | Taivries Terestres 1% 0) 32% (11) 4) ‘Educagdo e Cultura unicagdo e Publicidade iptesas de Crédito e ser visto no Quadro IX a intervengGes na Indastria no iodo corresponde a 44,5% do ervengdes em todo o periodo, tanto, para 4,5% a sua in no segundo periodo. portanto, que # de intervengdes 1° Quadro Ix a Entidades Sindicais Atingid: 10 Perfodo 8.4% 28% © 0 @ ee 45% (237) (24) eH fs 114% ore (61) (is) 1 : we 41% 07% 4 (25) (a) ; oY 15% 02% i @) (1) ® 1,3% 19% ie a (10) a7) a 11% 8,6% (G7) (9) (46) se dew no primeiro pe acontece ‘com relagao a se ee Se oe ouego com? mi Te setor industrial rfodo. O mesmo 147 Maritimos, Fluviais ¢ Aéreos, Porgroio ¢ Empresas de Crédito, mantém maior taxa de intervencdo no primeiro perfodo. Apenas a Agricultura apresenta, fe forma significativa, maior taxa de in déncia no segundo perfodo. Pode-se ob- servar ainda que no primeiro as inter- | vveng6es sfo aplicadas de forma bastante coneentrada, dado o alto indice de inter- venedes no setor industrial, enquanto no segundo elas se distribuem deforma». ou menos proporcional por tose tores. A situagZo apresentada VIII modificase, no entanto, emer” aspectos, quando comparamos ac déncia de intervengses nos diferentes. tores com o mimero de sindicatos me tentes em cada um desses setores, comp pode ser visto no Quadro X, a seguir. 8 08 sy, Quadro X IntervengGes em Sindicatos por Setor de Atividade no Primeiro Perfodo NO de NO de Setores Intervengoes | Sindicatos % 1.° Perfodo | Existentes* Comércio 45 305 148 Indéstria 237 902 26,3 ‘Transportes Maritimos, Fluviais e Aéreos 61 188 32,4 Transportes Terrestres 25 85 294 Educagio e Cultura SI 15,7 a e Publicidad 50 140 ipresas de Crédito 37 39 416 *Devido a inexisténcia do nimero de si i te sindicatos discriminados por de 1964, tm que nfo se soe scent 0 anode 1960, A compargdo, no ean, ¢ via na et te do niimero total de sindicatos entre o periodo 60-6 Fonte: M.TPS, Be se 3 Faatto Sindical Brasileiro, 1961, Rio de Janeiro, SEPT, 1962. In K. Excks0™ Labor in the political proces in fi is iy, tebe de PBS, Bel: Corpoatism in a modernizing nation, Colum®# €m que ndo se observa aumento significant. Tomando-se as incidéncias relati _ intervenes por setores sireectalay te CP eetee tes eemin tt noone intervenedes (49,1% do total), tem 4 5¥* Qua © comparando-se com as ta- : eee rostes em relagdo a0 total de X), observa-se aGH0 de alguns se ea quanto a de outros nte significativa. tores se mantém, se altera de forma © setor Indistria, PosigGo relativizada na medida em a decresce a sua importéncia ao se cOmP* Tar a incidéncia de intervengdes CO” ° total de sindicatos existentes. Este f° No entanto, nao minimiza seu valor #8 Iuto. O setor Comércio que se encom % dado o cariter de ‘Mento sindical nesse mee ma roe ‘Or Cujo pattio fosse 0 aliado politin do moet roe Est fata omado com nase cador de dependénciae su a lias do movimento sindied, soe, todo, 20 govemo. No entano, a sitemd, tica de aplicasio de interengSes nos fe Fentes setore: de atividades, mente 0 alto indice de inteneortet ap setor industrial, aponta paras importan, ia da distingdo de correntes dentro do setor de atividade e a influéncia que isso pode exercer sobre o seu comportamento forma de organizagio. Considerando-se que a alta incidéncia de intervengées no setor industrial, essen cialmente privado, nfo pode ser determi nada apenas pelo grande niimero de sin- dicatos exists neste eto, po 2h de intervengSes dentro do set ‘tém, também, alta, parece haver uma com entre este fato e 0 baixo nimero de greves no etor industrial. Apesar de = de coer sivas para a alta taxa ake eto, Nese sentido, moles $e ra hipotese da ameaca const (sD) ‘0'0S (02) %68'8h (9) wE'EE ® weLS (on) %S'19 a) L'0F (61) CBS (sz) 49h OUPID ap sesarduig PePIOMANd 2 opbeoqunUIO, ‘FATGING 8 ORSeonpy Sonsaual soyodsuezy Om19Y 9 [erante ‘ounse soyzqdsuesy, XI, sua distribuiggo ' 0 es setores de atividade, pec cis Be gave sncidencia de intervenes, decrescent incgtido da Regito Sudeste para a Nor fe, mantém para todos os setores de atividades, exceto 0 de Transportes Ma- ‘itimos, Fluviais e Aéreos. Por outro lado, a variagdo da taxa relativa de incidéncia por setores dentro de cada regio é pe- quens, guardando certa_proporcionali- dade. Este fato mostra a nio-aleato- riedade das intervengSes, demonstrando (que estas foram realmente aplicadas nos setores que apresentavam mais intensa ati- teamonte nee Ba epi Outro. aspecte aerate! 40 pais Consideranto 0 tipo de mobili Atuagio desenvolviday pelo eon ge Sindleal no perfodo 1961-1964, em que 98 sindicatos maiozes desempenham me Papel politico mais importante, ¢ de se ‘esperar que a maior taxa de incidéncia de intervengSes tenha recaido sobre estes. Na verdatde 6 isso que ocore. Quadro XII Total Médio de Sindicatos e Sindicatos Atingidos no Perfodo (1964-70) ‘téncia de cadastros referentes a esses anos. __ Pelo Quadro XII, verifica-se que a muioria dos sindicatos com mais de 5.000 associados sofre interveneio, enquanto a ‘Porcentagem de sindicatos médios atin- Bidos corresponde a quase 0 dobro da taxa de incidéncia nos sindicatos pe- uenos. Com isso pode-se afirmar que, r da sua extensio sobre uma grande itidade de entidades pequenas, as in- visam diretamente os grandes ©, conseqientemente, 0s de importancia politica. Total Médio Sindicatos Categorias 1960-68-71* | Atingidos BA () @) Pequeno — até 1,000 associados 1.141 20 19,3% Médio — de 1.000 a 5.000 296 ML 375% Grande — com mais de 5.000 B St 10,0% * Nao foi possivel trabalhar em cadastros sindicais entre os anos ée 1961 ¢ 1969 devido & inexir Fonte: Cadastros Sindicais dos anos de 1961, 1969 ¢ 1972. Se considerarmos a incidéncia de inter- ‘vengbes sob todos os aspectos analsados Bté agora, isto 6, niveis da estrutura sin- ical, setores de atividades, regides © ta manhos dos sindicatos, verifica-se que a Titervenggo, enquanto instrument. de introle politico, é utlizada. de forme Girigida para as entidades sindicis © 97° Arplicava no gpntzle sobre 1040 20% Neal, Este fato mostra que do movimento sindical, corpprativa, toma extremamente frégil o seu potencial politico. No entanto, nfo se pode abandonar 0 cariter extensivo das intervengdes que parece se dever ao baixo custo de aplica- ‘fo do instrumento coercitivo. Cabe ainda ressaltar 0 importante sig- nificado politico das intervengdes no que diz respeito a substituigio e renovagiio de liderangas, 0 que constitui uma condigao de extrema importincia na preparagio dos sindicatos para 0 desempenho de suas novas atividades. Como observa Arnaldo Sussekind, em seu discurso de transmissio do cargo de Ministro do Trabalho, em 1965: “Essas providéncias de limpeza 4, rea deram resultados imediatos ¢ an. madores. Saneou-se ¢ vitalizou-se a vid, sindical, restabelecendosse a autenticidade da representagio classista. Reorganiza. ram-se os sindicatos que foram afastado, da politica e devolvidos as suas reais at. buigdes”.29 Essas atribuicdes, como mos tra a subseqilente politica trabalhista, fi. caram reduzidas as fungSes assistenciais dos sindicatos, na medida em que se res- tringiu a atuagdo coletiva dos trabalhado- res, enquanto grupo de pressio, e dos sin- dicatos enquanto Orgios de representagio classista em reivindicagdes econdmicas e politicas. (Recebido para publicasdo em novembro de 1977) Notas 1. Ver Mensagem ao Congresso Nacional — Humberto Castelo Branco, apud Octavio Ianni, Bstado ¢ Planejamento no Brasil (1930-1970), (Rio de Janeiro: Civilizagdo Brasileira, 1971), p. 228. ‘Ver Correio da Manhi, dias 1, 3, 7, 8 ¢ 16 de abril de 1964. 3, Ledncio M. Rodrigues, Trabalhadores, Sindicatos e Industrializagdo, (So Paulo: Ed. Brasiliense, 1974), p. 149. 4, Amaldo Sussekind, “Discurso pronunciado na Cimara sobre a nova politica sindical” 0 Estado de Séo Paulo, 7 de abril de 1964, 5. Como existe uma diversidade de instrumentos legais que permitem a intervengio em entidades ° Sindicais, ¢ ainda, diversas formas de “intervencio”, definimos, para efeitos deste trabalho, como intervencdo: 1) 0 afastamento de foda a administracio de uma entidade sindical acomp® hada; 2) da designeedo, por parte do Ministro do Trabalho ou do Delegado Regional do Trabalho, de um delegado representante do Ministério do Trabalho para administrar a entidade, por qualquer prazo, Para o levantamento das intervences assim definidas, foram uilizados ‘como fonte bisica os Didrios Oficiais da Uniao do periodo 1964 a 1970, nas partes referentes is Delegacias Regionais do Trabalho e as portarias do Ministro que constam da Seco Ministério do ‘Trabalho e Previdéncia Social. Apesar de terem sido encontrados mais de um ato significando intervengao numa entidade sindical, s6 computamos uma vez a intervengo por nao podermos afirmar com seguranca o n{imero de vezes que uma mesma entidade sindical sofreu intervens#0- 6. Discurso pronunciado pelo Presidente Castelo Branco, em Ipatinga, Minas Gerais, no dia 1.° de maio de 1965, Publicagao do Departamento de Imprensa Nacional. 7. Decretosieis — Governo Castelo Branco, v.1, Diretoria de Informagio Legislativa, Senad? Ee heiis ¥. ria de sco Legisla _ & Decretosleis ~ Governo Castelo Branco, v. 4, op. cit. —_ onfoderagdex que nilo yofreram intervengio (Contederagé uns, ‘Terrestros © no Comércio) Is ‘Nacional dos Trabathado- err an Gel ess te aie ee gest NTL vr Corelo da Man, 12/5/64 10. Se" petior : do Ministro do Trabalho, Jarbas Pastarinho, na Escola $ ver Cone abalho ¢ Previdéncia Socal, Servigo de Documentago, Sorta de Publionses, rate do mesmo ministro sobre impugnagio de nomes pata composigao de 1967, ntes do informagdes dos Orgios de seguranga, inclusive participacio em dire. aan decormetntesiormente. Jornal do Brasil, 23 de abril de 1968. asim um sindicalsmo politico, que dava énfase 20 aspecto politico das uta 12 “Conia mando principalmente pelos spunts tplos 1) democrataago do poder, sindcals pevontrole Jo capital estrangico; 3) maior paticipayfo do Estado na economia ¢ 2 reat gririn”. Lobncio Martins Rodrigues, Conflito Industrial e Sindicalismo no Bra ‘forme tits Européia do Livro, 1966), p. 193. O gif € do autor. ‘Brazil: Corporatism in a ‘Ver Keneth Erickson, Labor in the Political Process in ‘Nation, Columbia University, Ph. D. Thesis, 1970. “Apud Mixio Victor, op. cit., p- 456. O srifo 6 d |. Mario Victor, op. cit., p. 437. rt it (tions I dtoeretorentes sos ston de Suopensio de Diceltos FUSES tetidor por Marcus Faria Figueiredo ¢ faze ROC a 1 Sistema Politico Brasileiro apresen' Janeiro em margo de 1977. jo autor. ‘de 1963 0 nimero de sindicatos rurais reconhecidos era de 279 « 44, 22 Em 31 de dezembro de scone 82 dezemin endo specifica, no entanto, se esse total se refere apenas aos feerse 10, A fone eto de emprpsdres: Ori Ian CLP do Pm! his de lanero: Civlizasao Brasileira, 1968), p- 92- ino ito ver Aspisia Alcintara de Camargo, Brésil Nord-Est: Mouvements es bnrlate These aie ‘Doutorat du 3e Cicle, Ecole Pratique des Hautes eneee z CBroder de Mouvements Sociaux, Université de Paris, 1973. Ver Correio da Manhd de 17/5/64. Regis de Castro Andrade, op. cit, p. 14. B de Castro Andrade, op. cit, ¢ Francisco C. Wetfor, ‘Ver Keneth Erickson, op. cit., Regis ° ncia, apresentada ao Departamento de Ciéncias Soci, Sindicatos e Politica, Tese de Livre Do a USP, 1972, mimeo. pa 10 dos sindicatos sfo limitados uma vez que nao foi possivel ‘20 niimero de associados no ano da intervencdo. A fonte ativo 20 ano de 1968, devido a nao existéncia de cadastos 38 elativos a cada ano no perfodo. No entanto, 0 trado no Cadastro relativo a 1968 foi comparado ‘20 de 1969) e obserrou-se que, apesar dos ‘fo foram de ordem a ultrapassar os limites pequenos” definidas, o que permite uma (Os dados relativos a0 tamanh¢ spor de informacées relativas utilizada foi o Cadastro Sindical re ‘com informagdes sobre niimero de associados ‘nfimero de associados de cada sindicato encont ‘20 do Cadastro de 1961 (“nico disponivel anterior ‘aumentos existentes no niimero de associados, estes. das categorias de sindicatos “grande”, “médio” € grande margem de seguranga na andlise feita. 23, 1965. SUMM. ‘This paper is concerned with the coercive aspect of government policy in post-1964 Brazil, 4 it affected the labor unions and influenced the rise of a new unionism engaged exclusively fn functions of social assistance. The author shows that state intervention in thelabor unions ‘was an important means of controlling the unionist movement and played a significant politcal role in the purging and recasting of Union leadership. But, while the coercion of political organizations required extensive government use of extraordinary measures, Sonim of th exiot wa ahve, forthe , through legislation which had been {n effect long before the coup of 1964. ‘An. analysis of the pattern of state inter- vention in the labor unions from 1964 to 1970, in terms of the structural level (loca, federation or confederation), type of activity (commerce, Ministério do Trabalho e Previdéncia Social, Servigo de Documentacao, Seqao de Publicaries, |ARY region and size of the unions affected, shows that such intervention wes aimed at key ont zations the control of which could be expected to result in control of the entire ‘movement. ‘The author considers government coetioe of the labor unions as occurring in two differs! periods: in the early stages of the authoritari? Tegime which assumed power in 1964, ae {intervention was massively applied as 2 £0 punitive and. corretve tinions” previous politcal years, the actual cases of intervention - Sporadic, but the possibilty of theix ‘operated as a latent form of political cont! tnd intimidated the unions into maintaining their activities within limits acceptable t¢ - regime, These two periods coincide with) Dhases of government action since 1964 coercive and 2) co-optive, emphasizing social fsbtance programs in the implementation of RESUME (Cet article montre le caractére coercitif dela politique appliquée par le gouvernement aux ‘organisations syndicales aprés 1964. Cette poli- tique Sest révélée décisive lors de Tétablisse- nent d'un nouveau syndicalisme destiné & jouer exclusivement un réle de bienfaisance, Un des principaux moyens de contréle utilisés a été la mise sous tutelle de syndicats. Elle visait autant Je mouvement syndicale que la signification po- ltique dont il était porteur lors du remplace- ment et de la rénovation de ses propres cadres dirigeants. A ce point de vue, et contrairement ‘ice qui sest produit dans le domaine politique, le gouvernement n'a pas eu besoin dvutiliser amples mesures dexception: T'application de 1s Wgislation en vigueur était suffisante. L’au- eur analyse la méthode appliquée lors des mises sous futelle de syndicats effectués entre 1964 et 1970. I1 le fait selon plusieurs aspects, observant les différents niveaux de la structure ‘yndicale, les secteurs d’activités, les régions et i des syndicats. Il montre que Ia ‘mise sous tutelle a frappé de préférence les or- ‘ganismes multiplicateurs du mouvement syndi ‘al, ceux qui, une fois subjugués, permetrait un contréle total de ce demer. Elle a été utilisée massivement et dans toute son ampleur en 1964, assumant alors un caractéze punitif et de “correction” des activités exercés antérieure- ‘ment par les organismes syndicaux. Pa la suite, son utilisation a été plus sporadique. Elle s'est mise alors a remplir le r5le d'un instrument latent de contréle politique—la menace de son application fonctionnant comme un facteur intimidation et garantissant la manutention des activités syndicales & lintérieur des limites ‘considérées souhaitables par le gouvernement. Ces périodes correspondent dans Ia réalité & deux. phases de T'action gouvernamentale: la phase de coerction et la phase de cooptation. A parti de cette derniére est encouragée la mise én oeuvre de programmes sociaux au sein desquels un role politique et social prévs est 6- servé aux syndicats 155

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