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4 A AVENIDA AO SOL Um amigo puxa-me pelo brago ¢ diz: agora, € que cu fiquei con Afonso Pena, e que doloroso conhecimento! A mesma coisa que sucede quando ximamos de uma mi trevista no borbori desaparecida no hneos que nos haviam ficado de encontros entre uma porta de auto ¢ uma porta de sorveteri na claridade bruscamente extinta de uma noi nem a Gioconda. Bis qi ispido ou um mogo prest fe nos pdem frente 4 frente com o animal maravilhoso e verificamos (com que dor o verificamos) que 0 sorriso de- seneantado daquela senhora era uma ruga, © sorriso desencantado da Avenida Afonso Pena era, ndo s s Z Fo, nesse ladle que & a Ser- Fa, eu ctavei olhos famintos nessa massa de folhas € luzes que formava a perspectiva da larga rua central. O tine! espesso de verdura de antigamente cedera lugar a um desenho menos compacto e ve- getalmente mais policiado, ma so animado e povoado pelo miiltiplo animal humano. Confesso que havia nes- se sonho confuso um tura. Em todo caso, massa verde que se nna grande artéria ¢ fa- via dela uma rua e um cami po. Mas hoj icou-se que a Ave- nida ndo tinha mistério nenhum, Era uma rua co- ‘mo as outras, com os mesmos sobradinhos ¢ as O_O na ¢ outra fileira de ca- sinhas ¢ sobradinhos. E mesmo essa particulari- dade nao é sua, & de todas as avenidas de Belo Hori mos uma Gioconda sem ou sem sorriso, 0 que € a mesmia coi Assim falou o meu amigo desapontado. Ama- nha falaré outro amigo contente.

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