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4813 UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE CIENCIAS DO DESPORTO E DE EDUCAGAO FISICA MONOGRAFIA DERICIENGIA IMENTAL, ACTIVIDADE FISICA, EGOMPOSIGA CORPORA. ESTUDO COMPARATIVO DE DEFICIENTES MENTAIS, COM E SEM SINDROMA DE DOWN, DENTRO DO GRAU MEDIO DA DEFICIENCIA ,COM E SEM PRATICA DE ACTIVIDADE FISICA. Lucinda J. Rocha Santos Maio de 1999 Pov 088 75 UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE CIENCIAS DO DESPORTO E DE EDUCACAO FISICA DEFICIENCIA MENTAL, ACTIVIDADE FISICA, TIPOLOGIA MORFOLOGICA E COMPOSIGAO CORPORAL ESTUDO COMPARATIVO DE DEFICIENTES MENTAIS, COM E SEM S{NDROMA DE, DOWN, DENTRO DO GRAU MEDIO DA DEFICIENCIA ,COM E SEM PRATICA DE ACTIVIDADE FISICA. Monogratia realizada no ambito da disciplina de Seminario da opcao de Desporto de Reeducacio e Reabilitagdo do 5° ano do curso de Desporto ¢ Educagéo ® Fisica da Universidade do Porio, Orientacdo: Prof*, Doutora Olga Vasconcelos Co-Orientacao: Dra. Adilia Silva Lucinda J. Rocha Santos Maio de 1999 AGRADECIMENTOS: A minha orientadora do trabalho, Doutora Olga Vasconcelos, um agradecimento muito especial pela simpatia e disponibilidade que sempre demonstrou, e pelo seu saber cientifico sem 0 qual nao seria possivel a realizagao deste trabalho, 0 meu obrigado A professora Adilia, pela ajuda na parte inicial de estruturagao do trabalho Ao professor Urbano Marques, pelas interessantes conversas a cerca de importantes parte do trabalho e pelo carinho e boa disposigao que sempre demonstrou Aos directores das instalagdes que permitiram a recolha de dados Ao professor Sampaio Maia, director técnico da ANDDEM, por me ter facilitado alguma bibliografia A minha colega e amiga Susana Sousa que me acompanhou sempre na recolha de dados Ao meu amigo Ricardo Lopes, pelas interessantes conversas a cerca da estruturagiio do trabalho A Patricia Leite, pela ajuda na recolha de dados Ao Jaime, pelo carinho e paciéneia manifestadas nos bons e maus momentos a0 longo do trabalho Todos contribuiram de forma evidente e imprescindivel para a realizagao deste trabalho O meu obrigado RESUMO estudo por nés elaborado visa comparar a tipologia morfolégica e a composigaio corporal de deficientes mentais dentro do grau médio da deficiéncia com ¢ sem Sindroma de Down, praticantes e nao praticantes de actividade fisica A amostra contemplou 26 deficientes mentais sem Sindroma de Down ( idade média 23 + 194) ¢ 22 deficientes mentais com sindroma de Down (idade média 22 91 + 2.56) Os dados foram trabalhados estatisticamente de modo a obtermos valores referentes a média e desvio padrao, t-test e p Recorreu-se a estatistica descritiva e inferenci Os resultados deste estudo realgam ferengas estatisticamente significativas ao nivel das medidas antropométricas, componentes do somatotipo e composig&o corporal quando comparamos deficientes mentais sem sindroma de down praticantes com os nao praticantes O mesmo ndo se verificou para os deficientes mentais com Sindroma de Down, os quais apenas apresentaram uma diferenga estatisticamente significativa 0 nivel da medida antropométrica (GML) INDICE AGRADECIMENTOS RESUMO INTRODUGAO,. ........cece ces eeeceseetesesesesctetsteeeeseeeeeees 1 JUSTIFICACAO DO TEMA E OBJECTIVOS..........::0.0004 4 REVISAO DA LITERATURA. 1- DEFICIENCIA MENTAL 2- SINDROMA DE DOWN 5 5 2 1- Caracteristicas Fisicas / 5 2 2- Caracteristicas Intelectuais 7 8 2.3- Capacidades fisicas 3-—CLASSIFICAGAO.. ...... ce tee 9 4— TIPOLOGIA MORFOLOGICA E COMPOSIGAO CORPORAL ..11 4 1-Tipologia morfolégica 1 4 2- Composigao corporal 12 4 3- Alteracdes da composig&o corporal com o exercicio fisico 13 METODOLOGIA. 1- AMOSTRA..... aoe . : .17 2- MATERIAL E METODOS... 18 2 1- Classificagao da deficiéncia 18 2.2. Actividade fisica 19 2.3- Antropometria 19 2.4- Determinagiio do somatotipo 20 2 5- Composigao corporal 21 2.6- Procedimentos estatisticos 21 APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 1- Em fungio do tipo de deficiéncia 22 2- Em fungdo da pratica de actividade fisica 26 3+ Deficientes mentais sem Sindroma de Down e pratica de actividade fisica 30 4- Deficientes mentais com Sindroma de Down e pratica de actividade fisica 34 CONCLUSOES E RECOMENDAGOES. 1- CONCLUSOES 1 1- Relativamente ao tipo de deficiéncia 39 1 2- Relativamente a pratica de actividade fisica 39 13- Relativamente aos deficientes mentais sem sindroma de down, em fungao da pratica de actividade fisica 40 1 4- Relativamente aos deficientes mentais com sindroma de down, em fungao da pratica de actividade fisica 41 2-RECOMENDAGOES .... . Al BIBLIOGRAFIA ........ 66 cee ee sees AQ ANEXOS INTRODUGAO I INTRODUCAO A definicao de deficiéncia mental por nés utilizada é a definida por Grossman (1983), diz que funcionamento intelectual inferior 4 média, acompanhado de défices no comportamento adaptativo, manifestado durante 0 periodo de desenvolvimento” E assim definida tendo em conta duas vertentes a do quociente intelectual (Q1) e a do comportamento adaptativo Actualmente é aceite que as pessoas com deficiéncia mental apresentam, além de um défice intelectual, perturbagdes que as envolvem na sua totalidade e que talvez estas perturbagdes sejam to importantes quanto a deficiéncia intelectual em si mesma (Costa, 1995) Por outro lado, segundo a UNESCO (1977) define que para la das aparéncias eles so, antes de tudo, homens e mulheres, pessoas, jovens ou idosos, com os mesmos sentimentos, os mesmas pensamentos, as mesmas aspiragles das pessoas do mesmo sexo ou da mesma idade Os individuos portadores do Sindroma de Down sio um grupo particular dentro da deficiéncia mental, Segundo Hartley (1986), 0 Sindroma de Down apresenta uma Gnica etiologia que afecta varias reas do desenvolvimento motor A sua origem deriva por uma perturbagdo cromossémica no par 21, ou seja, pelo surgimento de um cromossoma extra nas células organicas desporto para deficientes engloba um conjunto de priticas semethantes as do desporto em geral, mas acontece num contexto social, cultural ¢ terapéutico distinto do desporto em geral que é necessério conhecer e respeitar O atleta deficiente gosta de ser olhado pelo nivel de desenvolvimento que as suas capacidades atingiram através do treino, e ndo pela sua aparéncia fisica ou beleza do movimento (Varela, 1991) © individuo com Sindroma de Down é caracterizado por uma variedade, cronicidade e severidade de anormalidades que incluem atraso geral do INTRODUCAO. 2 desenvolvimento, lesGes inflamatérias crénicas ea confluéncia de muitos defeitos adquiridos e congénitos (Shapiro, 1983) 5 individuos com Sindroma de Down necessitam de ser estimulados para a pratica diaria de um esforgo continuo de baixa intensidade Nesta perspectiva, podemos investigar até que ponto o exercicio fisico esta relacionado com a tipologia morfologica ¢ a composigao corporal de deficientes mentais com e sem sindroma de down Desde a antiguidade se constatou, empiricamente, que certas estruturas corporais pareciam ligat-se a predisposigdes e aptiddes determinadas Hipocrates (400 ac) foi o primeiro autor a apresentar uma tipologia assente em dois tipo, o opus phtysicus, alto, magro e sujeito a problemas pulmonares ¢ 0 fypus apopleticus, baixo, gordo e predisposto a problemas digestivos No entanto, s6 por volta do inicio deste século é que esta problematica retoma um. grande vigor Sheldon (1942) apresentou o seu método de determinagao do tipo fisico do ser humano a que chamou Somatotipologia. Examinava os sujeitos através das suas fotografias tiradas em condigdes standard nas posigdes de face, costas e perfil O exame fotografico permitia detectar, na estrutura corporal trés tendéncias fundamentais ou componentes primérias que traduziam a predominancia dos érgdos derivados de um dos trés folhetos embriondrios a que chamou endomorfismo, mesomorfismo, ectomorfismo_ Quanto maior for o nivel de conhecimentos do professor a cerca das caracteristicas especificas desta populagdo (deficientes mentais com e sem sindroma de down), mais rica pode ser a actividade proporcionada A actividade fisica provoca adaptagdes de natureza morfologica, em que sentido estas podem influir na melhoria do desempenho desportivo do deficiente A riqueza da interveng3o do professor de educagio fisica depende da qualidade de informagao que possui acerca da especificidade, quer das caracteristicas do deficiente, quer do conhecimento acerca das priticas a desempenhar © facto do nivel de exigéncia das provas para deficientes ter aumentado significativamente, traduz-se num aumento do conhecimento dos treinadores acerca INTRODUCAO 3 dos factores que contribuem para essa melhoria como por exemplo o conhecimento das caracteristicas morfologicas, fisiologicas, metodoldgicas do treino, etc JUSTIFICACKO DO TEMA E OBIECTIVOS 4 JUSTIFICACAO DO TEMA Este tema tornou-se importante quando, apés uma breve pesquisa bibliografica, encontramos poucos estudos que investiguem a relago entre deficiéncia mental, tipologia morfologica e a composigao corporal O estudo desta relagdo parece- nos importante visto verificarmos, no contacto com os deficientes mentais ¢, particularmente, com deficientes mentais com sindroma de down, uma grande heterogeneidade nas suas morfologias Parece-nos ser, ainda, de grande pertinéncia compreender de que forma caracterizam a constituigio morfolégica dos individuos portadores deste tipo de deficiéncia mental em fingao da pratica de actividade fisica a desenvolver. OBJECTIVOS Pretendemos comparar a tipologia morfolbgica e a composi¢ao corporal de deficientes mentais dentro do grau médio da deficiéncia com e sem Sindroma de Down, praticantes ¢ no praticantes de uma actividade fisica, neste caso particular 0 atletismo _REVISAODALITERATURA 5 REVISAO DA LITERATURA 1 DEFICIENCIA MENTAL Segundo Varela (1996) deficiéncia mental ndio ¢ sindnimo de etiologia, o que quer dizer que 0 modelo conceptual para a definigo de deficiéncia mental nfo é um modelo médico, embora possa haver modelos médicos que descrevam a etiologia Ainda de acordo com a mesma autora, deficiéncia mental relata um estado particular de funcionamento na comunidade, que se inicia na infancia e nfo ha uma existéncia simulténea com limitagdes habilidades adaptativas telectuais ¢ limitagdes concorrenciais das interesse da acti idade fisica e do exercicio como meio de reabilitagdo das Populagdes com necessidades especiais se perca no tempo, a sua utilizagao sistematica ¢ alargada quer na educagao quer nos outros aspectos da vida das populagdes com deficiéncia, s6 viria a acontecer apés a instituigaio da escolaridade obrigatoria, os surtos epidemiologicos de poliomielite e as duas grandes guerras mundiais O desenvolvimento alargado do exercicio da actividade fisica a populagio com deficiéncia mental, seria ainda influenciados pelos processos de medicina, da educagio e da reabilitagdo, pela automatizagio da vida com o aumento do tempo livre e, principalmente, com a mudanga de atitude da sociedade para com a deficiéncia mental Deste modo s6 na década de 60 assistimos aos primeiros trabalhos sobre @ avaliagao € o desenvolvimento da actividade fisica para o deficiente mental 2. SINDROMA DE DOWN 2.1 Caracteristicas fisicas Durante a Ultima década ocorreram grandes progressos ao nivel da pesquisa no campo da genética que revelaram aspectos interessantes acerca dos mecanismos pelos quais os cromossomas e genes influenciam a deficiéncia mental REVISAODALITERATURA 6 Uma das alteragoes mais comuns e facilmente reconhecivel ¢ 0 Sindroma de Down (kirk ¢ Gallagher, 1987) Esta anomalia foi apresentada pela primeira vez em 1866 por Langdon Down, ‘meédico inglés, que descreveu algumas caracteristicas fisicas e intelectuais num grupo de criangas portadoras de deficiéncia mental Alguns dos tragos fisicos dessas criangas faziam lembrar os habitantes da Mong6lia, pelo que Longdon Down os apelidou de “mongoloides” Segundo Lefévre (1985), o mongolismo nao & uma doenga, um estado, ou seja, um conjunto de alteragées no desenvolvimento fisico ¢ intelectual causado por uma anomalia cromossémica no par 21, em que os individuos ndo tém 46 cromossomas mas sim 47 Segundo o mesmo autor, uma das possiveis causas do Sindroma de Down é a idade da progenitora A medida que a idade avanca, aumenta também a probabilidade de ter um filho portador do Sindroma de Down, principalmente apartir dos 35 anos de idade Todos os autores refe jos anteriormente, referenciam algumas caracteristicas fisicas e intelectuais comuns a todos os individuos, dos quais destacamos os principais aspectos Ténus muscular: Individuos na sua generalidade hipoténicos com um aspecto “mole” e apresentando uma proeminéncia abdominal Crnio . Atraso no fecho das fontanelas e osso occipital ligeiramente achatado, o que implica uma diminuigao do volume e peso do cérebro Othos: Prega epicantal e formato obliquo da fenda palpebra Orethas: Normalmente pequenas Boca: Lingua sulcada, palato elevado e em forma de ogiva A lingua é normalmente grande, saindo muitas vezes para fora da boca REVISAO DALITERATURA 7 Dentes: Mal alinhados, ¢ a ordem em que nascem nfo é a mesma que se verifica em individuos normais, podendo faltar um ou dois dentes. E bastante frequente que os dentes caninos sejam mais pontiagudos que o individuo normal Pescoco: Normalmente curto ¢ largo Mis: Curtas © grossas Dedo minimo especialmente pequeno, com tendéncia a ser arqueado ¢, normalmente, com uma s6 dobra palmar incluindo os quatro dedos Pés: Grande afastamento entre o halux ¢ 0 segundo dedo Estatura: Individuos normalmente mais pequenos que a média com uns membros desproporcionalmente curtos em relagao ao tronco Peso: A nascenga apresentam um peso dentro dos valores normais A medida que a idade avanga, existe uma maior tendéncia para a obesidade Estudos feitos por Cronck (1988) revelam que individuos com Sindroma de Down, apresentam um excesso de peso relativamente & altura, facto que acontece nos rapazes por volta dos 13 anos e nas raparigas por volta dos 14-16 anos 2.2 Caracteristicas intelectuais: Mireaux (1972, cit por Robinson ¢ Robinson, 1976) afirma no haver grandes diferengas a nivel do desenvolvimento sensdrio-motor e mental nos primeiros dias de vida, nfo deixando de referir que ha um grande declinio desse desenvolvimento durante os primeiros dois anos de vida, em relagdo 4 média de desenvolvimento nas criangas ditas normais Segundo 0 mesmo autor, observa-se que os individuos com Sindroma de Down apresentam valores de QT abaixo do nivel médio da populag&o normal, variando esses valores com o grau de deficiéncia mental REVISAODALITERATURA 8 “ Geralmente o seu nivel intelectual varia entre 0 QI de 30-35 e um de 65-70, com uma média situada entre os 40-45 ( sfio portanto, na sua grande maioria, treindveis e, como tal, necessitam de educagio especial)” ( Silva, 1991, pp 25) 2.3 Capacidades fisicas Os individuos deficientes mentais com Sindroma de Down tém caracteristicas bioenergéticas © problemas de satide e condigao fisica na vida adulta, como por exemplo a obesidade, a menor forga muscular, a fung&o cardio-respiratoria pobre (itetti, Rimmer ¢ Ferhall, 1993), as infecgdes de pele e problemas psiquidtricos (Pueschel, 1990), que influenciam a sua funcionalidade contudo, os efeitos desses problemas podem ser diferentes devido ao envolvimento ( Varela, 1988) Estes autores sé referem duas capacidades fisicas, flexibilidade e resisténcia Em relago a flexibilidade podemos ver que a maioria dos autores (eg Pitetti 1993) so undinimes em referir que os individuos com Sindroma de Down s&o hiperflexiveis, essencialmente devido & sua hipotonicidade Em relagio a resisténcia, pesquisas feitas sobre a possibilidade dos individuos com Sindroma de Down poderem correr distancias longas, sugerem por um lado que nao corram distancias superiores a 500/600 metros, mas por outro constatam que em termos fisiolégicos estes tém caracteristicas que Ihes permitem ir mais longe (Varela, 1988) Varela num estudo realizado em 1988 sobre a Poténcia Aerébia numa populagao com $D refere que o facto citado anteriormente ainda nfo se consegue explicar, na medida em que em termos fisiolégicos os deficientes mentais com Sindroma de Down tém caracteristicas que Ihes permitem melhores resultados De um modo geral a estimulagao precoce, uma maior estimulago geral, uma actividade fisica apropriada (Hansen, 1988, Pitetti & Campbell, 1991) e uma atengo mais cuidadosa 4 dieta, podem ter efeitos importantes na melhoria da satide, da condigio fisica e da resisténcia a doenga do individuo com Sindroma de Down, reduzindo a sua mortalidade (Freyes, 1986) Em 1980 surge o primeiro trabalho no ambito da satide e condigo fisica dedicado exclusivamente 4 populagao com Sindroma de Down, exactamente sobre 0 efeito dum programa de treino em circuito sobre a condigio cardio-respiratoria, endurance muscular e peso de dois grupos de jovens adultos com Sindroma de Down (16-31 anos) os proprios autores (Skrobak-Kaczynski & Vavik, 1980) referem que dos 800 trabalhos cientificos consultados de 1976 a 1980, nenhum se refere condigao fisica desta populagao 0 objectivo deste estudo foi, segundo os seus autores (Skrobak-Kaczynski & Vavik, 1980), verificar a possibilidade de elevar a capacidade fisica do individuo com Sindroma de Down através do aumento da pritica do exercicio fisico nesta populagio © aumento da capacidade fisica seria essencial ao tipo de trabalho desenvolvido pela populagdo com deficiencia mental, normalmente um trabalho manual que nfo exige grande forga muscular, mas uma capacidade para manter exercicios estaticos, monétonos ¢ ritmicos (Skrobak-Kaczynski & Vavik, 1980) Os autores verificaram que os individuos com Sindroma de Down tinham capacidade para melhorar a sua condigio fisica através do exercicio, sentiam prazer com a actividade, mas demonstravam uma répida regressao dos resultados nos momentos de interrupgo da actividade pelo que se aconselha a pratica regular do exercicio 3 CLASSIFICACAO Apesar de existir uma nova classificagdo da deficiéncia mental a grande maioria dos estudos neste ambito assim como 0 nosso, se situam na classificagio anterior (Grossman, 1983), é importante apresentar aqui as duas perspectivas de uma forma sucinta De acordo com o novo sistema de classificagao, a deficiéncia mental ocorre antes dos 18 anos e significa uma limitagdo substancial do funcionamento do individuo O individuo com deficiéncia mental é caracterizado por uma diminuigfo _REVISAO DALITERATURA 10 significativa do fiuncionamento intelectual, que & concomitante com uma limitagao em duas ou mais areas de habilidades adaptativas (Luckasson et al, 1992 cit por Varela 1996) A nova classificagio ndo pressupde, portanto, uma divisio a priori dos individuos com deficiéncia mental em quatro niveis principais de deficiéncia mental, de acordo com o seu funcionamento intelectual e comportamental adaptativo geral, como foi proposto até entao A deficiéncia mental nao sinénimo de etiologia, o que quer dizer que 0 modelo conceptual para a definigdo de deficiéncia mental nfo é um modelo médico, embora possa haver modelos médicos que descrevam a etiologia A deficiéncia mental refere-se a um estado particular de funcionamento na comunidade, que se inicia na infincia © no qual coexistem limitagdes intelectuais e limitagdes concorrenciais das habilidades adaptativas Para qualquer pessoa com deficiéneia mental, a discrigiio deste estado requer 0 conhecimento das capacidades do individuo, uma compreensio da estrutura e das expectativas pessoais individuais e do envolvimento pessoal Deste modo, os elementos chave para a definigdo de deficiéncia mental na area do exercicio e saiide, ¢ em outras areas, stio as capacidades (competéncias), os envolvimentos ¢ 0 funcionamento A definigio de deficiéncia mental (Luckasson, 1992) baseia-se numa abordagem multidimensional que, do ponto de vista individual requer que seja feita uma discrigio compreensiva da pessoa com deficiéncia mental atendendo a quatro dimensdes fundamentais “dimensio do funcionamento intelectual ¢ habilidades adaptativas, & dimensGo psicolégica e emocional, & dimensio fisica etiologia e de saiide, ¢ & dimensdo envolvimental Os deficientes com Sindroma de Down tém caracteristicas bioenergéticas especificas ¢ problemas de saiide e condigdo fisica na vida adulta, como obesidade, a menor forga muscular, a fungio cardio-respiratéria pobre (Pitetti, Rimmer & Fernhall, 1993), as infecgdes da pele e os problemas psiquidtricos (Pueschel,1990) que influenciam a sua funcionalidade Contudo, os efeitos desses problemas podem ser diferentes devido ao envolvimento, limitagdes na resolugo de problemas, impedimentos de servigos de exercicio e actividade fisica na comunidade REVISAODALITERATURA 11 Com a implementagio do novo sistema de classificagdo, deixam de ter sentido 08 termos deficiente mental ligeiro, moderado, severo e profundo Existe ou nio um. diagnéstico de deficiéncia mental, e uma vez determinada a elegibilidade para os apoios, cada individuo pode necessitar de suporte em diferentes areas, com niveis de intensidade diferentes, que evoluem ao longo da vida dos individuos que esto em constante evolugo na sua relago com os envolvimentos Existe necessidade de avaliago continua © conhecimento relativo & componente intelectual ¢ comportamental, que permitiu a classificagdo dos individuos com deficiéncia mental em quatro niveis distintos De acordo, assim, com a classificago cessante (Grossman, 1983), 0 individuo com Sindroma de Down possui um nivel de funcionamento intelectual dois ou mais desvios-padrao abaixo da média, relativamente aos dois testes padrio de inteligéncia ~ Standford-Binet Inteligence Scale ¢ 0 Wechesler Inteligence Scale for Children Revised (Wise-R), podendo enquadrar-se nos quatro niveis de deficiéncia mental considerados, até entdo, por esta associagao — ligeiro, moderado, severo & profuundo 4 TIPOLOGIA MORFOLOGICA E COMPOSIGAO CORPORAL, 4.1 TIPOLOGIA MORFOLOGICA Em 1940, Sheldon, e Trucker introduzem uma nova escala de classificagao morfolégica, a somatotipologia O conceito central desta nova escala é 0 de somatotipo uma descrigao expressa por trés algarismos, uma sequencia fixa, em que cada algarismo, representa a cotag3o atribuida a cada uma das trés componentes primarias da constituigiio Estas componentes so expresstio das estruturas derivadas dos trés folhetos embrionérios e designam-se, em conformidade, endomorfismo, mesomorfismo e ectomorfismo © endomorfismo apresenta tragos caracteristicos, além da obesidade, macrocérmia com predominancia do volume abdominal, associada a pequenas REVISAO DA LITERATURA 12 dimensdes relativas das extremidades, mesocefilia e flacidez muscular O mesomorfismo, pelo contrario, manifesta um acentuado desenvolvimento muscular € robustez. éssea bem patente no valor dos didmetros dos membros, as medidas tordcicas predominam sobre as abdominais, o aspecto é macigo e enérgico O ectomorfismo ¢ 0 exemplo extremo da magreza e da hipotonia muscular, com as medidas de comprimento predominando sobre os didmetros e as circunferéncias, 0 que Ihe transmite um aspecto geral de fragilidade, mais acentuado ainda por uma macrosquélia elevada somatétipo € uma classificag#o baseada na configurag&io externa do corpo e independente da dimensio , cujas componentes primarias, classificadas numa escala de 1 a7, exprimem a adiposidade, a robustez. misculo-esquelética e a linearidade em relagdo a estrutura Uma boa visualizagdo da maneira como os somatétipos se distribuem no interior de uma amostra é a proporcionada pela sua representagdo grafica nosomatograma O somatograma é um tringulo de lados curvos, com a designagdo de triangulo de Reuleux, 0 qual se define como a curva de raio constante que apresenta a menor Area para um dado raio Assim sendo a classificagdo somatotipolégica de um individuo pode ser expressa de duas formas grifica, através da localizagiio do somatétipo no somatograma, & numérica, através das cotagGes atribuidas as trés componentes 4.2 COMPOSICAO CORPORAL Segundo Ward, Jonhson & Stager (1984), 0s trés maiores componentes estruturais do corpo s#o massa muscular ( composta por 72% de Agua, 20% de proteinas, minerais ¢ acidos gordos), massa gorda, composta por 60-95% de acidos gordos e gua e massa 6ssea (fundamentalmente composta por minerais, égua, proteinas & Acidos gordos) A quantidade de gordura que existe no corpo, situa-se em dois locais de armazenamento ou depésitos (Katch & McArdle, 1974 e Katch & Katch, 1984) O primeiro, denominado de gordura essencial, é a gordura armazenada na medula éssea, REVISAODALITERATURA, 13 © em drgHos como no figado, rins, bago, intestinos, corago, pulmées e tecidos ricos em lipidos, na espinal medula e cérebro 0 outro grande depésito de gordura, é a propria gordura armazenada no tecido adiposo Esta reserva nutricional inclui os tecidos gordos que protegem os varios Orgios internos de traumatismos e choques, assim como o maior volume de gordura subcutinea ( panico adiposo subcutaneo) ‘A medigao da composigio corporal é considerada, pela maioria dos autores, uma tarefa dificil e extremamente complexa Dai o desenvolvimento de inimeros métodos de estudo e andlise Estes métodos agrupam-se em directo e indirectos Método Directo Este método analisa e quantifica a composig&o corporal através do estudo anatémico e quimico post mortem de seres humanos e animais E um método moroso, exige material sofisticado, pessoal altamente especializado e levanta inimeros problemas éticos e legais para a obtengo de cadaveres ( Grande & Keys, 1980) Por estas razSes, apenas algumas anilises de cadéveres humanos tém sido feitas Katch & McArdle (1977) realizaram 10 dissecagdes nos tiltimos 100 anos Métodos Indirectos Estes métodos utilizam os principios oriundos da quimica e da fisica com objectivo de estimar a quantidade de gordura corporal Na determinagio in vivo da CC tém sido propostos diferentes modelos de estudo Um dos modelos em vigor é 0 modelo proposto por Behnke (1954) que considera 0 fraccionamento da massa corporal em duas componentes — a massa corporal isenta de gordura e a gordura corporal Tendo em conta a complexidade do material utilizado, tém-se classificado os procedimentos de estimagio directa da CC em Métodos Laboratoriais e em Métodos de Terreno ou Clinicos. REVISAO DALITERATURA 14 Métodos Laboratoriais. Sao varias as tecnologias de estimagao da composigao corporal, no entanto, os procedimentos densitometricos so os mais difundidos em todo o mundo, designado pela maioria dos autores como Gold Standard Method. A Densitometria é um conjunto de procedimentos técnicos e conceptuais, associados & determinagdo da densidade corporal e sua utilizag%o no céleulo dos dois componentes basicos da massa corporal (Katch & McArdle, 1977, Katch & Katch, 1984,Lohman &Slaughter, 1985, citados por Sobral & Silva, 1997 ) Métodos Clinicos ou de Terreno. Estimam a composigao corporal através de indicadores antropométricos A densidade corporal, 0 peso da massa gorda, da massa magra, e da agua corporal total, esto significativamente correlacionados com os indicadores antropomeétricos tais como skinfolds, circunferéncias e o peso relativo (Johnson, 1982, Tran & Weltman, 1988, citados Sobral & Silva, 1997) Assim, 08 valores obtidos através de medigbes antropométricas esto correlacionadas com 0 método densiométrico e tem varias vantagens o equipamento necessirio nao é caro ¢ as medidas podem ser obtidas de forma facil e répida Por outro lado, apesar da proporgdo total de gordura no ser conhecida nos seres humanos, sabe-se que um dos maiores depésitos (cerca de 50%) esta localizada subcuténeamente Assim a possibilidade de medir este tecido foi sugerida por Antropélogos no final da 1* Guerra Mundial, tendo-se mostrado que a avaliagio da espessura das pregas cutneas era uma excelente opgao na determinagao da gordura corporal Neste sentido, por volta de 1930, investigadores desenvolveram um compasso especial de pingas que Ihes permitia medir esta gordura em locais, representativos do corpo com relativa precisio O compasso funcionava pelo mesmo principio de micrémetro, utilizado para medir a distancia entre dois pontos A técnica de medigtio da espessura de uma prega cuténea consiste em agarrar firmemente com polegar eo indicador uma prega cutanea e a gordura subcutanea de forma a separd-la do tecido muscular subjacente, seguindo 0 contomno natural da mesma As pingas do compasso exercem pressio constante (10gr/em2) no seu ponto de contacto com a pele A espessura da dupla camada de pele e tecidos subcutineos podem ser lidos directamente a partir do mostrador do compasso REVISAODA LITERATURA 15, Esta técnica apresenta um inconveniente, que se prende com a experiéncia que € requerida ao avaliador Podem surgir dois tipos de problemas, ou seja, a influencia dos erros intra ¢ interavaliadores Os intraavaliadores sfio, os que se referem & a falta de consisténcia do mesmo avaliador na obtengio de um valor na mesma prega da pessoa medida Os interavaliadores, referem-se ao problema de diferentes avaliadores retirarem diferentes valores, para as mesmas pessoas nas mesmas pregas Sé uma elevada experiéncia na obtengao de medidas pode reduzir estes problemas Os locais preferencialmente avaliados so as pregas cutdneas destacadas nas regides tricipital, subescapular, suprailiaca, abdominal e crural, dado serem os que apresentam uma maior facilidade para o destacamento do tecido subcuténeo das estruturas mais profundas (segundo Eduwards, citado por Guedes, 1987) Apés a obtengao dos valores relativos as diferentes pregas a sua interpretagao pode ser feita de duas formas Uma que considera os valores de espessura de cada prega individualmente, oferecendi informagdes quanto a distribuigdo de gordura de regidio para regiéo corporal, numa mesma pessoa Outra utiliza o somatério dos valores registados em varios locais, dando-nos uma indicago relativamente a quantidade de gordura subcutanea total 43 ALTERAGOES DA COMPOSIGAO CORPORAL COM O EXERCICIO FiSICO Segundo Michael, Jack & Samuel (1984), 0 excesso de peso ¢ definido simplesmente como uma situago em que o peso de um individuo excede a média da populag&o, que ¢ determinada tomando por base o seu bidtipo Para entendermos a obesidade, é necessirio que fagamos uma revisio da morfologia do tecido adiposo e da sua etiologia B importante referis que tecido adiposo & uma forma de tecido conjuntivo composto de células (adipécitos) que esto separadas umas das outras por uma matriz de fibras cologénias e fibras eldsticas A gordura acumula-se pela hipertrofia dos adipécitos repletos de gordura e pela formago de novas cétulas (hiperplasia) - REVISAODALITERATURA. 16 Faust, Johnson e Hirsch (1980), apés uma experiéncia com ratos, evidenciaram a importancia da nutrigio inicial para 0 estabelecimento de uma base para uma posterior prevengaio ou controlo da obesidade durante a vida, jé que verificaram que uma dieta rica em gorduras resulta num aumento tanto de numero como do tamanho das eélulas do tecido adiposo Sknner, Holloszy ¢ Cureton! (1964), usaram a densiometria para determinar as diversas modificagdes na composigdo corporal com o treino num grupo de homens que exercitaram, no minimo, trés vezes por semana aproximadamente 40 minutos por sessiio durante um periodo de seis meses A soma de seis pregas cuténeas diminuiu de 107 7 para 99 3 mm METODOLOGIA. 17 METODOLOGIA 1-AMOSTRA Foram recolhidas informagdes a uma amostra prévia de 62 individuos, a qual se revela bastante superior & amostra final do nosso estudo A mortalidade da amostra deveu-se a constatago de uma populagio com caracteristicas demasiadamente diversificadas ao nivel da pritica de actividade fisica, pelo que houve necessidade de selec nar os individuos portadores de caracteristicas essenciais ao desenvolvimento do estudo Trata-se de uma amostra reduzida, porque nem sempre os Centros de apoio ao deficiente se encontram receptivos para estes estudos e também, porque os individuos com estas caracteristicas, s4o uma minoria da populag&o ‘A populagdo sobre o qual este nosso estudo incide € constituida por deficientes mentais dentro do grau médio da deficiéncia com e sem Sindroma de Down, praticantes e nao praticantes de uma actividade fisica O numero da amostra ¢ de 41 \dividuos, dos quais 15 sao deficientes mentais sem sindroma de down praticantes de actividade fisica, 11 so deficientes mentais sem sindroma de down nao praticantes de actividade fisica, 10 so deficientes mentais com sindroma de down praticantes de actividade fisica ¢ 12 sfio deficientes mentais com sindroma de down ndo praticantes de actividade fisica ‘A amostra € entdo constituida por adultos jovens do sexo masculino cuja meédia de idades ¢ de 23.5::1.944 anos O estudo foi efectuado em Centros do distrito do Porto QUADRO 1 Caracterizagdo dos dois tipos de deficiéncia, relativamente & idade (M + SD) e a0 ‘iimero de individuos que praticam ou nfo actividade fisica nde individuos com | n° de individuos | ‘Tipo de deficiéneia ‘actividade fsica | sem actividad IDADE (MSD) fisica ‘Deficientes mentais sem sindroma de down 23541988 15 cy Deficienies -mentais com | sindroma de down 22.909 +562 10 2 METODOLOGIA. 18 2. Material e métodos 2.1 Classificacao da deficiéncia A classificago que deixou de estar em vigor (Grossman, 1983), baseia-se numa medigo psicométrica da inteligéncia segundo escalas como por exemplo a de Binet Esta classificago provocava grandes confusdes, devido a utilizagio indistinta de escalas diferentes e a sua aplicagio pedagogica e social ndo ser considerada relutante © conhecimento relative & componente intelectual e comportamental permitiu a classificagio dos individuos com deficiéncia mental em quatro niveis distintos Os termos desta classificagio so deficiente mental ligeiro Moderado, severo profundo Escolhemos para a nossa amostra individuos com deficiéncia mental moderada (ou deficientes mentais treinaveis), porque a maior parte dos individuos com deficiéncia mental encontram-se neste grupo (Pitetti, Rimmer & Fernhall,1993, Pueschel, 1988) Os valores do QI nos testes standard a inteligéncia assume uma pontuagdo entre 35 e 55 pontos a que se associam défices importantes no comportamento adaptativo (Grossman, 1983) CH Infelizmente nfo foi possivel utilizar um processo de classificagao actualizada ‘uma vez que os individuos da amostra estavam pré-classificados nas instituigdes de acordo com a classificagao antiga 2.2 Actividade fisica Consideramos pratica de ac idade fisica os individuos que nos respectivos centros praticam a modalidade de atletismo trés vezes por semana Uma durdcao aproximadamente de 50 minutos cada secgdo de treino, uma frequéncia tri-semanal que se realiza-se nos finais de tarde de 2", 4* e 6* feiras ou 3*, 5* e stbados de manha A intensidade do treino nao foi determinada pelo responsivel O monitor responsavel Por ministrar 0 treino é 0 mesmo para toda a nossa amostra Todos os individuos treinavam varias disciplinas do atletismo O objectivo do treino durante esta época desportiva nfo teve cardcter competitive 2.3 Antropometria Para a realizagdo deste trabalho foi necessério assistir as aulas priticas da disciplina de Desenvolvimento Motor (2° ano da licenciatura) ministradas pela Doutora Olga Vasconcelos na Faculdade de Ciéncias do Desporto e de Educagéo fisica, para relembrar as técnicas antropométricas o manuseamento do material Medidas Antropométricas avaliadas Peso — medido com o individuo descalgo, em camisola e calgdes ¢ totalmente imovel Altura — medida entre © vertex (ponto superior da cabega , no plano mediano ) eo plano de referencia do solo Didmetro bicondi - humeral (DBCH) ~ medido entre o epicondilo e a epitréclea, com 0 cotovelo flectido a 90 graus e a mao naturalmente supinada Diametro bicéndilo — femural (DBCF) — medido entre os pontos mais salientes dos condidos femurais, com 0 joelho flectido e a 90 graus Perimetro braquial tenso (PBR) ~ medido com o cotovelo flectido e o biceps em contracgdo maxima, na maior saliéncia do ventre muscular Perimetro geminal (PGML) ~ medido ao nivel da maior circunferéncia da perna, com o individuo em posigao vertical e 0 pé orientado para a frente Prega tricipital (TRC) — medida na face posterior do brago, a meia distancia entre o ponto acromial e o olecraneo Prega vertical Prega subescapular (SUB) — medida no vértice inferior da omoplata Prega obliqua para fora e para baixo PREGA SUPRA ILiACA(SIL) - medida sobre a crista ilfaca, na linha vertical midaxilar Prega horizontal PREGA GEMINAL (GML) ~ medida ao nivel da maior circunferéneia da perna, sobre a face interna, com o individuo sentado e com o joelho flectido a 90 graus Prega vertical 2.4, Determinagao do somatétipo A determinagaio do somatétipo foi efectuada de acordo com a técnica antropométrica de Heath & Carter (1967) Caleulo da 1* componente (endomorfismo) Esta componente traduz o grau de gordura- magreza relativa e obtém-se pela soma de trés pregas de gordura SUB , TRC , SIL Caleulo da 2* componente (mesomorfismo) Esta componente exprime 0 grau de desenvolvimento musculo-esquelético relativamente a altura As medidas necessérias & determinagdo do seu valor sto a Altura, dois didmetros (DBCH e DBCF) e dois perimetros (PBR e PGML) Caleulo da 3* componente (ectomorfismo) © ectomorfismo representa a linearidade relativa e € calculada através do reciproco do indice ponderal que se obtém dividindo a altura em em Pela raiz, cibica do peso expresso em kg. 2.5. Composicio corporal O fraccionamento da massa corporal em dois compartimentos, massa gorda massa magra, efectuou-se segundo a proposta de Boileau, Lohman,, Slaughter (1985) A composigio corporal dos individuos da amostra ser avaliada segundo as seguintes formulas ,0764 — 0 00081 x1 — 0 00088 x2 em que xl representa o valor da prega suprailiaca e x2 o da prega tri Estas equagées, por si s6, nfo permitem fraccionar 0 peso do corpo nos seus compartimentos gordo e magro Para isso so necessarias outras equagdes, como a de Siri, publicada em 1951, que fazem a estimativa da percentagem total de gordura a partir do valor da densidade corporal % FAT = 100(4 95/450) Apartir desta formula MG = Peso x (% Fat / 100) MM = Peso - MG 2.6. Procedimentos estatisticos Estatistica descritiva ~ Para todas as variéveis observadas foram calculados a média e desvio padrao Estatistica inferencial Para comparar os grupos em fungio do tipo de deficiéncia e da pratica de actividade fisica utilizamos o t-test Para pesquisar os efeitos da interacgiio de duas variaveis independentes (tipo de deficiéncia e pratica de actividade fisica) sobre as variaveis dependentes (antropometria, somatétipo e composigao corporal) recorremos a técnica ANOVA, Il factores Esta foi seguida para efeitos exploratérios, do teste post hoc de comparagdo miltipla de Scheffé O nivel de significancia foi mantido em 5% APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 22 APRE! ITACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 1- Medidas antropométricas, somatétipo e composi¢ao corporal em fungio do tipo de deficiéncia Quadro 2 Medidas antropoméiricas em fungo do tipo de deficiéncia Média e desvio padrito (MSD), valores de te p ComSD Sem SD M=SD MzSD t-test P PESO Trees il66 (704221525 |-61 “2 ALTURA 165 90 28 1719044567 [317 003 1 DBCH 716297 73382117 121 22 | |DBCF 100094 10 652.40 119 27 PBR 31842352 -([31 EST oe 963 GL 3o8l=186 (36312302 39 361 TRC 18 0545 95 9252487 563 tse SUB BIE 9 SR RseTe 409 oR a 1364 1408 10 5448 08 333 002 BEIs12 [10252763 3B i] Os deficientes mentais sem Sindroma de Down (SD), apresentam diferengas significativamente mais baixas para as pregas subcutneas TRC (p= 001), SUB (p= 002), SIL (p= 002) e GML (p= 003), relativamente aos deficientes mentais com SD Os deficientes mentais sem SD sao significativamente mais altos que os deficientes mentais com SD No que diz respeito as restantes vari verificam diferengas com significado estatistico APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 23 Quadro 3 Valores das trés componentes do somatétipo em fungo do tipo de deficiéncia Média ¢ desvio padriio (MSD), valores de te p Com SD Sem SD Variaveis MSD ~|M=SD t-test DP | ‘End s09e1 98 si1= 190 S17 -0F ‘Més 6274212 6 35 252 fry Ect THE 23zTsT 381 Quando comparamos deficientes mentais sem SD com deficientes mentais, com SD, verificamos diferengas estatisticamente significativas, em duas componentes do somatétipo, sendo elas a componente endomérfica (p= 001) e a ectomérfica (p= 004) Somatétipos Fig. 1 Apresentagio grifica Fig 2 Apresentagdo grifica Fig 3 Apresentagio grifica do somatétipo de toda a amostra do somat6tipo dos deficientes do somatétipo dos deficientes ‘m fungi do tipo de deficiéncia, smentais sem SD ‘mentais com SD APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 24 Quadro 4, Valores do indice ponderal recfproco (IPR) em fungio do tipo de deficiéncia Média e desvio padrdo (MSD), valores de te p IPR Com SD Sem SD — ] M=SD M=SD rest 39 675 2258 41 981 + 2609 3242 | Existem diferengas estatisticamente significativas (p= 002) ao nivel do IPR. Os deficientes mentais sem sindroma de down apresentam assim valores significativamente mais elevados de IPR quando comparados com os seus pares Quadro 5 Valores da composigo corporal em fuungdo do tipo de deficiéncia Média ¢ desvio padrio (MSD), valores de te p Com SD Sem SD Variaveis Mz SD M=SD t-test P | % gord 15352389 1772298 ——~|-462 OT MG ETS FH =39 a7 008 aa MM ease awe Existem diferengas estatisticamente significativos para a percentagem de gordura e massa gorda, sendo os deficientes com SD, que apresentarem os valores superiores Discussao: Segundo Lefévre (1985), os deficientes mentais com Sindroma de Down siio individuos normalmente mais pequenos que a média Refere ainda que sao individuos com um aspecto “mole” ¢ apresentando uma proeminéncia abdominal ‘Varios estudos indicam, que a baixa estatura do individuo adulto normal se deve sobretudo ao atraso do crescimento dos ossos longos da perna FoveEr| APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 25 ‘Também os trabalhos de Rundle (1970) e de Rapaport e Seefeldt (1972), todos cit por Bruininks (1978), so unanimes na conelusio de que os individuos com SD, revelam uma imaturidade esquelética, com predomindneia no comprimento dos membros inferiores 0s deficientes mentais com Sindroma de Down apresentam valores inferiores para a altura, ¢ valores superiores ao nivel das pregas subcutaneas (TRC, SUB, SIL GML), quando comparados com os deficientes mentais sem $ D Em relagdo & tipologia morfolégica 0 somatétipo dos deficientes mentais sem SD (Fig 1) situa-se significativamente mais orientado, quando comparado ao dos deficientes mentais com $ D (Fig 2) , para a componente ectomorfica Jé 0 somatétipo dos deficientes mentais com SD, significativamente mais orientado, quando comparado com os deficientes mentais sem S D_ para a componente endomérfica Segundo Varela (1996), 0 individuo com $ Dé caracterizado por um fendtipo de tal modo particular, quer nas suas caracteristicas sométicas quer nas psicolégicas, que houve mesmo alguns autores que referiram ser possivel considera-lo uma raga humana especifica Ao nivel da composigao, corporal os nossos estudos revelaram-nos que os deficientes mentais com $ D, apresentam maior percentagem de gordura corporal € massa gorda que os deficientes mentais sem $ D Segundo Pitetti, Rimmer & Femhall (1993) os deficientes mentais com $ D tm problemas com a obesidade na vida adulta APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 26 2- Medidas antropométricas, somatétipo e composi¢ao corporal em fungo da pratica de actividade fisica Quadro 6 Medidas antropométricas em fungo da pritica de actividade fisica Média e desvio padriio (MESD), valores dete p Com Pratica [Sem Pratica ] VARIAVEIS [M#SD M= SD | ttest P PESO Balae TaOra® lA s6 “ae ALTURA 170 644870 166 674725 171 095 ~ /DBCH 7184.79 757£133 124 223 | DBCF 1032190 1slzTD =21 339 | PBR 310223 88 mist [e 137 PGL 36792285 36 2643 06 2 536 TRO 11622796 15092520 177 083 SUB 147221101 20594803 209 SIL 106828 57 20 74 13 85 305 GML 36@a58 RIE [43s Os praticantes de actividade fisica apresentam valores significativamente mais elevados para as pregas SUB (p=042), SIL (p=004 e GML (P=001) quando comparados com os no praticantes Os primeiros evidenciaram para estas pregas, valores inferiores aos segundos ‘Mesmo nao havendo diferengas estatisticamente significativas para a varivel altura, os deficientes praticantes de actividade fisica sto mais altos Apesar da prega TRC ter sido a unica prega subcutdnea a nfo apresentar diferengas significati s entre os dois grupos, a tendéncia geral para o grupo de actividade fisica possuir valores inferiores nas pregas também se verifica para esta prega __APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 27 Quadro 7. Valores das trés componentes do somatétipo em fungio do da pritica de actividade fisica Média € desvio padiio (MSD), valores de te p (Com Pratica [Sem Pratica Variaveis M+ SD M#SD tHtest P | End 3504245 3445+ 1876 307 | 00F Més 3892197 6772262 133 ‘Ds | Bet 2a =1as 135E94 3.06 or au Existem diferengas estatisticamente significativas entre os praticantese os no praticantes para a componente Endomorfica (p= 004) e para a Ectomorfica (p= 004) Os deficientes sem pritica de actividade fisica a apresentam os valores superiores Somatétipos Fig 4 Apresentagio grifica do somat6tipo Fig 5 Apresentagdo grifica do somat6tipo dos ‘Dos deficientes mentais com e sem SD deficientes mentais com ¢ sem SD néo praticantes praticantes de actividade fisica ‘de actividade fisica APRESENTAGAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 28 ‘Quadro 8 Valores do indice ponderal reciproco (IPR) em fungio da pratica de actividade fisica, Média ce desvio padrio (MSD), valores det e p Com Pratica [Sem Pritica ] IPR | M+SD MSD t-test P | 41 95 £262 39814234 289 O08 Existem diferengas estatisticamente significativas(p= 005) ao nivel do IPR, entre praticantes ¢ n&o praticantes de actividade fisica, apresentando valores superiores os praticantes de actividade fisica Quadro 9, Valores da composigo corporal em func da pritica de actividade fisica Média e desvio padrio (MSD), valores de te p Com Pratica [Sem Pratica Variveis M+ SD M=SD __|ttest % gord d192216 reso) or os" ap IMG (6262301 10225398 250 Os =| MM 594121034 66 69+ 12 51 162 ~ a Existem diferengas estatisticamente significativas para a percentagem de gordura e massa gorda (p= 005 e p= 008, respectivamente) Os no praticantes de actividade fisica apresentam valores superiores quando comparados com os praticantes Discussio: Durante muitos anos pensou-se que o exerci fisico possuia um valor reduzido ou mesmo nulo nos programas de redugaio e controlo de peso APRESENTAGAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 29 Contudo, alguns estudos efectuados nos Estados Unidos evidenciaram que a inactividade fisica pode ser uma das causas fundamentais de obesidade Os nossos resultados, confirmam esses estudos apontados anteriormente Os deficientes nao praticantes apresentam valores superiores para as pregas SUB, SIL (pregas situadas no troneo) e GML (prega situada na extremidade), quando comparados com praticantes Em relagio ao somatétipo, o dos praticantes (Fig 4) _revelou-se significativamente (p= 004) mais orientado, quando comparado com 0 dos nao praticantes (Fig 5), para a componente ectomorfica J4 0 somatétipo dos nao praticantes, encontra-se ignificativamente (p=004) mais orientado, quando comparado com os praticantes para a componente endomérfica Ao nivel da composigao corporal os resultados revelam-nos que os praticantes, apresentam menor percentagem de gordura corporal e massa gorda que 0s néo praticantes APRESENTAGAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS. 30 3+ Deficiencia mental sem Sindroma de Down Medidas antropométricas, somatétipo e composigao corporal em fungao da pratica de actividade fisica. Quadro 10 Deficigncia mental sem Sindroma de Down Medidas antropomeétricas em fungd0 do tipo de deficigncia ¢ pritica de actividade fisica Média e desvio padrio (MSD), valores det ep SEM SINDROMA DE DOWN Com Pritica [Sem Pratica | VARIAVEIS |M=SD M+ SD t-test P PESO, 6567413 12 76 91 16 12 -1 96 062 ALTURA 172 67 £6 62 170 86 £3 89 80 429 | DBCH TIE BOsE1a 01a 056 DBCF 10372240 T0s245 |= 704 488 PBR 31032449 3305543 *(-103 312 GL 366723 12 35824433 | 58 366 TRC TREES aad ss 315 SUB 9 00E5 50 B00L6@ 376 SIL 624468 164552813 407 ‘GML 5574353 16644710 5 241 As medidas somaticas ao nivel das pregas de gordura subcutanea (TRC, SUB, SIL, GML), demonstraram diferengas com significado estatistico entre os deficientes mentais sem Sindroma de Down, praticantes ¢ nao praticantes de actividade fisica APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 31 Quadro 11 Deficiencia mental som Sindroma de Down Valores das trés componentes do somatétipo «em fungio da pritica de actividade fisica Média e desvio padtiio (MSD), valores det e p SEM SINDROMA DE DOWN ‘Com Pratica [Sem Pratica Variaveis M+ SD M+SD test P [End 2OsE137 TET aa poss "Mes T3578 £196 71382306 139 a Eet 2994132 1862101 238 on a Quando comparamos deficientes mentais sem Sindroma de Down, praticantes € no praticantes de actividade fisica, verificamos em relagdo as duas componentes, diferengas estatisticamente significativas ao nivel da componente endomérfica (p= 002) e ectomérfica (p= 026) Somatétipos Fig 6 Apresentagio grifica do somatétipo Fig 7 Apresentagio grifica do somatétipo dos Dos deficientes mentais sem SD deficientes mentais sem SD no praticantes praticantes de actividade fisica de actividade fisica APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 32 Quadro 12. Deficiéncia mental sem Sindroma de Down Valores do indice Ponderal Reciproco (IPR) em fungdo da actividade fisica Média e desvio padrao (M#SD), valores de t © P SEM SINDROMA DE DOWN ‘Com Pratica [Sem Pratica - TPR M=SD MSD _[tiest > #3052196 [osea275 275 l Existem diferengas estatisticamente estatisticamente significativas ao nivel do IPR Os deficientes mentais sem sindroma de down praticantes de actividade fisica apresentam valores significativamente (p= 011) superiores ‘Quadro 13 Deficiéncia mental sem sindroma de Down, Valores da composico corporal em fungio da Dritica de actividade fisica Média e desvio padro (MSD), valores de te p SEM SINDROMA DE DOWN Com Pratica | Sem Pratica M+SD M#SD P | % gord Tiae7e40e sas E ICIS j MG —|sao7 e439 [rosea oy | [MM 0433210082 [6365421014 - Relativamente a percentagem de gordura e massa gorda observamos um efeito significative (P= 011 © p=027 respectivamente) na comparagao entre Deficientes Mentais sem SD que praticam actividade fisica e os que no praticam APRESENTAGAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS. 33 Discussao: Quando comparamos deficientes mentais sem SD que praticam com os que no praticam actividade fisica, verificamos que existem diferengas estatisticamente significativas para trés pregas de gordura subcutanea, referentes ao trem superior (TRC, SUB e SIL), e uma referente ao trem inferior (GML) Embora no nosso estudo nfo se verifiquem diferengas estatisticamente significativos, observamos valores inferiores ao nivel da variével peso para os individuos praticantes de actividade fisica A diferenga é de aproximadamente 10 Kg para uma altura nao muito diferente em relagdo aos no praticantes Considerando 0s somatétopos (Fig 6 ¢ 7), a redugio das varias medidas do corpo a uma descrig&o global foi tentada pelos antropometristas ao longo dos anos, sendo prova disso os intimeros métodos existentes de classificagio da forma do corpo contudo, o denominado somatétipo é presentemente o mais aceite e o mais usual Desde as observagdes de Carter (1969) em atletas de diferentes modalidades tornou-se evidente a existéncia de tipos sométicos caracteristicos em atletas de diferentes modalidades Este autor refere também diferengas nitidas entre praticantes e nao praticantes de actividade fisica © nosso estudo no revela homogeneidade da tipologia morfoldgica pois existem diferengas estatisticamente significativas para a variével_endomortica (p= 002), com valores superiores para os nio praticantes de actividade fisica Os praticantes de actividade fisica tém valores superiores para a variével ectomorfica Estes valores poderdo realgar a importancia do exercicio fisico na forma do corpo dos individuos Tal como refere Carter ¢ Rahe (1975), a actividade fisica seria um dos fatores capazes de produziralteragbes no somatétipo ‘Ao nivel da composig&o corporal o nosso estudo demonstra que a pritica de actividade fisica poderd ter importéncia na composigdo corporal dos individuos Assim, verificamos que os praticantes de actividade fisica tém valores inferiores de percentagem de gordura e massa gorda Clark (1976), num estudo feito em jovens e APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS. 34 citado por Malina (1982), refere que entre atletas ¢ nio atletas se verificam diferengas significativas a nivel da composigo corporal 4 ~ Deficiencia mental com Sindroma de Down. Medidas antropométricas, somatétipo e composi¢io corporal em fungio da pratica de actividade fisica. Quadro 14 Deficiéncia mental com Sindroma de Down Medidas antropomeétricas em fungo do tipo de deficiéncia e pritica de actividade fisica Média e desvio padro (MSD), valores de te p COMSINDROMADEDOWNt—~=«S@dS: Com Prat Sem Prat _ | VARIAVEIS [M+ SD MSD [ttest P 7 PESO BETS (TASTE WOH | 08S om ~ ALTURA TeTerI07 [16r83z762 fi2———~*+«r2D | DBCH (70282 «7ST 8 862 DBCF 10302753 9832107 or a PBR sTo0E 29s TIT “08 318 PGL 36 98 2 54 36672114 39 705 TRC 18502698 Te ST 3% 32 SUB 233021183 [2296289 oF 39 Sik 1740= 885 Were 1698 [AD 27 GML 13302447 aTs0zTTe [2a Oa Nos deficientes mentais com Sindroma de Down nao existem diferengas significativas para todas as medidas, com excepgio da prega geminal em que a diferenga ¢ estatisticamente significativa (p= 024) APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 35 Quadro 15 Deficiencia mental com Sindroma de Down Valores das trés componentes do somat6tipo cm fungio da pritica de actividade fisica Média e desvio pactio (MSD), valores de te p COM SINDROMA DE DOWN: (Com Pratica [Sem Pratica - FVariaveis M=SD M=SD test Pp End S68=208 6242187 67 32 Mes eO7z207 e4eE223 740 oS |B 1604 126, 88459 17 092 Ao nivel da tipologia morfolgica quando comparamos os deficientes mentais com Sindroma de Down praticantes e nao praticantes de actividade fisica nao observamos diferengas estatisticamente significativas Verificamos contudo, ao nivel da componente ectomérfica, valores superiores nos praticantes de acti idade fisica Somatétipos Fig 8 Apresentagio grifica do somatétipo Fig 9 Apresentagiio grifica do somatatipo dos Dos deficientes mentais com SD praticantes de actividade fisica deficientes mentais com SD nio praticantes de actividade fisica APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 36 ‘Quadro 16. Deficiéncia mental com Sindroma de Down. Valores do indice Ponderal Reciproco (IPR) ‘em fungiio da actividade fisica Média e desvio padriio (MSD), valores de te p COM SINDROMA DE DOWN Com Pratica Sem Pratica IPR M+ SD M+ SD t-test Pp | WwsTw — |wwLIA 1% oa Nao existem diferengas estatisticamente significativos ao nivel do IPR, quando comparamos deficientes mentais com sindroma de down, praticantes e nao praticantes de actividade fisica Quadro 17. Deficigncia mental com sindroma de Down. Valores da composi¢do corporal em fungo da Dritica de actividade fisica Média e desvio padrio (MSD), valores de te p COM SINDROMA DE DOWN: ‘Com Pratica | Sem Pratica M+ SD M+ SD test P 148453 92 15774398 35 387 firie449 T7924 a8 35 [732 6L974 1003 [6087 46.76 3 765 Ao nivel da pritica de actividade fisica nfo existem diferengas estatisticamente significativas para os deficientes mentais com SD, no que se refere 4 composigao corporal Todavia, a tendéncia geral, como podemos observar no Quadro 17, é 0 de uma maior percentagem de gordura corporal e de massa gorda nos no praticantes ¢ valores superiores de massa magra nos nao praticantes. os APRESENTACAOE DISCUSSAO DOS RESULTADOS 37 Discussio: ‘Na comparagio de deficientes mentais com SD, praticantes néo praticantes de actividade fisica, encontramos apenas uma diferenga estatisticamente significativa para a prega subcuténea (GML p=0.024), com valores superiores para os no praticantes A nivel do tronco no encontramos diferengas consideradas significativas a nivel estatistico Os valores similares a nivel dos dois diametros, dos dois perimetros e das duas pregas podera ser explicado pelo peso e pela altura, em que no encontramos valores com diferengas estatisticamente significativas, ao nivel dos deficientes mentais com SD que praticam com os que nao praticam actividade fisica Ao nivel do somatotipo com este tipo de deficiéncia mental, néio vai de encontro a bibliografia consultada (Carter, 1969) em que praticantes de actividade fisica (Fig 8) comparados com os néo praticantes(Fig. 9), no nosso estudo nio se tornou evidente a existéncia de tipos somiticos caracteristicos para os praticantes ¢ outro para os nao praticantes. Neste estudo verificamos a existéncia de semelhangas entre 0s praticantes © niio praticantes, que se tornou evidente a existéncia de tipo somitico caracteristico para os dois grupos Muito embora os nao praticantes tenham valores inferiores ao nivel da variével ectomérfica Ao nivel da composigio corporal, os dois grupos evidenciaram valores semelhantes para as trés variaveis, Discussio complementar A caracterizagio morfologica dos deficientes mentais com Sindroma de Down, caracterizada de um elevado indice de homogeneidade podem explicar, de certa forma, 0 facto de encontrarmos diferengas significativas apenas na prega GML, no que respeita & pratica desportiva desenvolvida por este grupo APRESENTACAO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS 38 Enquanto que nos deficientes mentais sem Sindroma de Down estas diferengas foram encontradas nas seguintes varidveis medidas antropomeétricas componentes do somatdtipo ¢ composigao corporal. Na nossa opinido este facto pode ser consequéncia da natureza da pratica desportiva e das varias adaptagoes que esta pode induzir nos individuos com estas caracteristicas. CONCLUSOES E RECOMENDAGOES 39 CONCLUSOES E RECOMENDACOES 1—Conclusdes 1.1 Relativamente ao tipo de deficiéncia as sométicas ao nivel da altura e das pregas de gordura subcutaneas, ¢ de composigaio corporal, diferiram significativamente entre os dois grupos de deficiéncia mental A altura com valores inferiores para os deficientes mentais com SD poderd ser uma razdio justificativa para que as pregas de gordura subcutinea sejam superiores neste tipo de populago Assim como também os valores superiores da massa gorda e de percentagem de gordura corporal Os somatétipos considerados diferiram significativamente ao nivel do endomorfismo e ectomoefismo nos dois grupos de deficiéncia Os deficientes mentais sem SD apresentaram menor endomorfia e maior ectomorfia 1.2 Relativamente 4 pratica de actividade fisica As medidas somiticas e de composigio corporal diferiram significativamente entre os dois grupos (praticantes © nfo praticantes) Mas apenas se verificaram diferengas estatisticamente significativas para as trés pregas subcutineas (GML, SUB eSIL) Os nfo praticantes de actividade fisica apresentaram valores superiores de massa gorda e de percentagem de gordura corporal Os somatétipos considerados diferiram nos dois grupos As diferengas foram significativas em relagao aos praticantes e nfo praticantes de actividade fisica Os praticantes apresentaram menor endomorfia e maior ectomorfia, CONCLUSOES E RECOMENDACOES. 40 1.3 Relativamente aos deficientes mentais sem SD em fungao da pratica de actividade fisica ‘As medidas somaticas e de composig&io corporal diferem em fungdo da pritica de actividade fisica Na nossa amostra algumas medidas somaticas ¢ de composigao corporal diferiram significativamente entre os praticantes e nao praticantes Os somatétipos considerados diferiram significativamente nas componentes endomorfica e ectomorfica nos dois grupos Os praticantes apresentam maior ectomorfia e menor endomorfia ‘A actividade fisica poderé ser responsavel pela diferenga da tipologia morfologia e composigo corporal dos deficientes mentais praticantes sem sindroma de down 1.4 Relativamente aos deficientes mentais com SD em fungio da pratica de actividade fisica ‘Apenas a medida somética GML diferiu significativamente entre os dois grupos ‘Ao nivel da composigao corporal verificamos valores aproximados, de percentagem de gordura, massa gorda e massa magra Os somatotipos diferiram significativamente nos dois grupos em causa Verificamos que a actividade fisica com esta intensidade, duragao ¢ frequéncia nfo manifestou grande influencia neste tipo de deficiéncia mental, a0 nivel da tipologia morfologica e composigio corporal CONCLUSOES E RECOMENDACOES. 41 2 - Recomendagées Podemos verificar que 0s deficientes mentais com SD diferem dos deficientes mentais sem SD, ao nivel tipologia morfoldgica © composigiio corporal Sugerimos para estes individuos um treino com caracteristicas distintas, quer pertencentes a um ‘ou a outro grupo Apesar de ambos os grupos pertencerem a deficiéncia mental, os portadores de SD deveriam ser considerados um grupo “a parte” BIBLIOGRAFIA 42 BIBLIOGRAFIA Blétiére, A. 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Id Dec Data daobservagao .. / / — Observador L Modalidade que pratica Fungo em jogo 2. Antropometria 1° med. 2 med. Média Peso Ti [ I I Altura T I T Tricipital SKF L T T Subscapular SKF T T T Bicipital SKF T T T Suprailiaca SKF TC] T I Supraespinal SKF T T T Abaominal SKF I T T Crural SKF I L T Geminal SKF I T T Perimetrobracotenso. T T I Perimetro crural... T L I Perimetro geminal. . I T T Diametro biacromial Tq T I Diametro bicristal T T L Diametro bicondilohumeral T T I Diametro bicondilofemural T T T

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