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MBG ivcicice cof Ano IIT ~ nl2 ~ abrii/maio/junho de 2008 4, INFORMACOES VARIADAS 4.1 DIREITO CIVIL EM EVOLUGAO - PARTE I uma nova v Bacharela em Diveito pela F dia, Pés-graduada em Direito Civil. Técnica do Minstério Pablico Sumario: |. Do Estado Liberal ao Estado 3.0 Direito Civil como ramo do Direito 1~ DO ESTADO LIBERAL AO E TITUCIONALISTA TADO SOCIAL CONS- (0s séculos XVIII e XIX foram marcados pelas revolugdes da liberdade e da igualdade. Ideais trazidos pela Revolucdo Fran- sm sus efeitos propagados até os dias atuais, ji que mais que simples ruptura com o antigo regime, caracterizaram o inicio de uma nova historia, um novo rumo a raga humana, (OEstado Liberal, fruto dos ideais da Revolugo Francesa, nasceu, oficialmente, com o Cédigo de Napoledo, promulgado ‘em 21 de margo de 1804, Obra de inquestionavel influéncia em todo 0 mundo, © Cédigo Civil Francés instituiu o primado do individuo, a liberdade contratual fortalecida pela plena autonomia da vontade ¢ o caréter absoluto do direito de propriedade. (O movimento de codificagdo avangou por toda a Europa, tendo como principal objetivo a protege do individuo frente a Estado. Nao € dificil entender as razdes desse movimento, o qual se estendeu durante quase dois séculos: 0 Estado Monirquico ‘monopolizou o Poder durante virios séculos, tratando o indivi ‘duo como sidito, sem respeito a sua individualidade e aos seus direitos, A Revolugio Francesa trouxe um novo tempo: 0 tempo de libertagao do individuo, que agora dispunha de instrumentos de defesa ante os mandos e desmandos do Estado e da Igreja, No entanto, o século XX trouxe um novo contexto social: a fome, as doengas,o desemprego,a indigéncia, oanalfabetismo, ‘omedo e a inseguranga passaram a assombrar a imensa parcela dda populagdo que nfo conseguit sc beneficiar com o éxito da industrializag2o, dando origem as vitimas da violénci ‘opressio do capitalismo desenfreado, produtas de um movimento liberal desestruturado e sem limites, sociale da Em busca de uma solugdo para os problemas sociais que se expandiam em proporgito alarmante, alguns paises aderiram, na primeira metade do séeulo XX, a um movimento nascido na Unido Soviética, mais tarde denominado Revolugdo da Fraternidade. Um novo pensamento politico ensejou a Revolugio Sovistica, ‘a qual deu origem ao Estado Socialista, De um extremo passa- se a outro: da ditadura da liberdade a ditadura do proletariado, ideotogia inaplicavel, distante da raz2o e da realidade, ‘ presente artigo for dividido em dss partes para melhor adequagto aos pa gieate isio do direito civil — parte I' Ana Cristina Alves ‘aculdade ‘Professor Jacy de Assis'da Universidade Federal de Uberkin e Minas Gerais em Sado Gotardo, 0 Social Constitucionalista 2. evolugo do Direito Civil: breve histrico o Pibico Primirio, Tanto 0 Estado Liberal como o Estado Socialista se fundamentaram em novas e absolutas formas de exercicio do poder, com o propésito de manter um sistema econdmico criado por meios revolucionirios. No entanto, assim como no passado, ‘ano adaptagao da técnica & realidade social, acabou por jogar por terra 0 novo sistema, que mais parecia um livro de romance do que um projeto de govemno, O fiacasso do Estado Socialista de um novo Estado Capitalista, que percebeu, na diferenga de classes, a necessidade de intervir em alguns setores privados, mantendo, contudo, a integridade dos direitos individuais que hhaviam sido conquistados apés tantos anos de uta Nasce o Estado Social, fundado em uma economia de mer- ceado com nova estrutura: mantém-se a livre iniciativa, admitindo- se, porém, o emprego de meios intervencionistas e reguladores sempre que os interesses Sociais ¢ coletives os exigirem. Nao é um retorno ao absolutismo estatal dos séculos XVI e XVIL.Nao se pretende aniquilar as conquistas do Estado Liberal e dda Revolugo Francesa. O que ocorre é uma mudanga de enfoque, ‘uma nova forma de interpretagio da relago Estado-individuo: nao se deve mais enxergar o Estado como limitador do status de liberdade individual original, mas sim como um agente fort, apto 4 proteger os interesses coletivos, garantidor do minimo social €, conseqdentemente, viabilizador de uma justiga distributive? Isso significa que 6 existird liberdade individual se existir jus- tiga social, e para tanto deve o Estado estar presente, jé que em ‘uma sociedade de desigualdades s6 0 Estado pode garantir uma igualdade substancial ao proporcionar uma situagao eqtitativa de oportunidades, possibilitando, dessa forma, a fruiglio efetiva dos direitos decorrentes da liberdiade, Ea chamada quaria revolugdo, que continua em pleno desenvolvimento ainda nos dias atuais. Conhecida como Revo: lugdo do Constitucionalismo, tem como bases a liberdade, nao a do século XVII, mas aquela que encontra limites no corpo social; 2 igualdade, nao a formal da Revolugdo Burguesa, mas aquela que possibilita a todas as pessoas um tratamento isondmico com respeito as peculiaridades de cada um: a fraternidade, no a do Estado Socialista, fundada (ou infundada) na utopia do fim das desigualdades sociais, esim aquela que busca 0 respeito aos bens es da Revista MPMG Jurdico, devendo apart Il ser publicada na edigio subse Ai Paula de Barcllos, fic urdia ds prinepiosconsitucionsis: principio da digi da pessos humans, Rio de Jans Renovat, 2002, 37 ® i 3 fH Muon P i 3 8 iG Pa % 3 rf fs i E 2 = DBNG terttice ok rin ano arr — tz — enctt/ento/jano 0 2008 e direitos da sociedade como um todo, que coloca, no topo do ordenamento juridico, social e politico, o principio da supremacia dda dignidade da pessoa humana, 0 Estado Social do Constitucionalismo deriva do bom senso, das mutagSes lentas e pacificas ocasionadas pelos anseios da sociedade, da gradual acomodagio dos interesses politicos © sociais. E o Estado Social dos direitos fundamentais, coneret zador dos direitos, prineipios e valores que permitem ao cidadao ser efetivamente livre e viver em uma sociedade igualitiria fratema Nilo hii dividas de que todas aqui ‘mente comprovadas no decorrer de mais de tr como forga propulsora ¢ estruturante do atual estigio. O novo modelo Estado-Sociedade estampa uma identidade essencial do Estado coms legitimos interesses do género humano, Ultrapas- sa-se a fronteira da filosofia de direitos, alcangando-se a prépria normatividade destes, institucionalizando, num pacto transna nal, o respeito da Humanidade aos direitos fundamentais etapas, historica- séculos, serviram 0 Estado Social ¢ a concretizagio das aspiragdes de jus- tiga. Os meios intervencionistas empregados pelo Estado para restabelecer 0 equilibrio na reparticao dos bens sociais sao, na verdade, instrumentos de garantias concretas e objetivas, que tendem a fazer vitoriosa uma concepgio demoecritica de poder, vineulada a fungto e fruigae dos direitos fundamentais Nas palavras do emérito professor Paulo Bonavides' “(..)0 Estado Social nfo éoutra coisa senio a concretizagio 60s direitos fundamentais em sua conceps2o humanstca, niverselizadora, de tear consttucional mais largo, atada a0 cestabelecimento e promogao da justia, Cifrada, por conse guinte, na comepo das desigualdades socias, eompagin, ‘a0 mesmo passo, os direitos fundamentais de tereeira € ‘quanta geragbes,a saber, o desenvolvimento ea democracia, ircitos volvidos para a eriagd0 do um ‘ovo homem e de uma nova Sociedade. Por conseqlénc encaminhados a um bem mais alto: a eaugio de dignidade sociale material do ser humane (...” respectivamente 2~AEVOLUGAO DO DIREITO CIVIL: BREVE HISTORICO. No século XIL os glosadores de Bolonha comegaram a es- tudar o Direito Romano mediante glosas, num fenémeno chamado Recepgaio do Direito de Roma. A obra de Justiniano, datada dos anos $28 a 533, reeebeu o nome de Corpus Iuris Civilis, sendo 6 Direito Civil identificado ao Direito Romano. A compilagio de Justiniano apresentava, aquela época, normas desatualizadas, em especial as de conteiido piiblico, ja que nao eram aplicdveis A sociedade politica de entdo, Entretanto, 6s textos de contetido privado traziam temas atuais, despertan- do 0 interesse dos glosadores, Abre-se caminho, a partir desse momento, a identificagao, que permanece até os dias atuais, do Direito civil ao Direito privado, A sociedade medieval do século XII vivia sob o Império Sacro Romano Germanico, restaurado por Carlos Magno como continuagao do Império Romano. Tal Império postulava um polis: Fundao Bote; Fondazione Cassamarca, 2003, i, 28 dem, pig 34. linico Direito: 0 Direito Romano, ou Direito civil, que se tornow o direito comum de todos os poves submetidos ao poder daquele Império, Uma vez perdida a forga do Império, em meados do século XIII, 0 Direito romano deixa de ter o valor de Direito comum, convertendo-se em Direito de principios tradicionais, do qual vao nascer outros ramos do Direito, em especial, o Direito mercantil Na Idade Moderna, frente aos Estados Absolut Direito romano passa por uma grande crise. Criticam-seas glosas por se tornarem cada vez mais abundantes e, eonseq} te, contraditérias. Iniciase a fase de consolidag4o do Direito nacional, o qual foi denominado “Direito real”. Entretanto, as Universidades ¢ os te6ricos nfo abandonaram o estudodo Direito Civil, assoeiando-o.0 Direito nacional. Assim, jando existe mais 0 Direito romano, mas o Diteito nacional com contetido civil. D sagrega-se do mesmo todo 0 conteido piblico, penal, processual ce mercantil, os quais tém desenvolvimento auténomo, A consolidagaio definitiva do Direito civil, entretanto, s6 acontece no final do século XVII com o movimento chamado Codificagao, Em 1804 nasce o primeiro Cédigo Civil. O Codigo de Napolefo, obra de influéncia indiscutivel até os dias atuais, foi o veiculo das idgias da Revolugio Francesa. Com uma sabedoria admirdvel, Napolego soube combinar os prinelpios tradicionais do Direito romano com as idéias revolucionérias do Liberalismo, dando origem a uma obra que ¢ © prineipal marco do Direito civil (0 movimento de codificagtio aleangou praticamente toda a Europa, bem como a América Latina, estendendo-se até 0s nossos dias. A codificagao consagrou, definitivamente, 0 cariter privado ao Direito civil: baseou-se em uma afirmagio do indivi- duo frente ao Estado, assegurando-Ihe liberdade para contratar, acompanhada deampla autonomia da vontade, protesiio absolut 4 propriedade e familia construfda no matrimonio. No Brasil, desde a proclamagio da independéncia, aspi- rava-se a elaboragaio de um Cédigo Civil que viesse a consolidar a unidade politiea do pais. Em 20 de outubro de 1823 © governo imperial expediu uuma Lei determinando a vigéncia das Ordenagies, leis e deere tos de Portugal em todo 0 territério nacional, enquanto nao se organizasse um novo cédigo. A Constituigao de 1824 referiu-se expressamente a or ganizagio de um Cédigo Civil e Criminal, fundado nas sé6lidas bases de justiga e equidade (artigo 179, n° 18). Em 1845 Carvalho Moreira apresentou estudo sobre a revistio geral ¢ codificagdo das leis civis e de processo. Augusto Teixeira de Freitas, em 1855, encarregou-se de preparar uma consolidago das leis civis, apresentando seu tra- balho em 1858. No ano seguinte, o Ministro da Justiga, Nabuco de Araijo, atribuiu ao mesmo Teixeira de Freitas o encargo de preparar o projeto do Cédigo Civil, o qual no foi concluido Paulo Bonavides, O Estado sociale sun evolugdoruno a demoeraciapticpativa in Mimnunismo lane e estado no Bra, rides Mezzarob, organizaor, Fo- ano 1 MBG ivcicice cof IE ~ n°l2 ~ abril/maio/junho de 2008 ‘em razio das prolongadas e estéreis discusses acirradas pela ‘comissto revisora que havia sido nomeada, Alguns projetos foram apresentados ao governo, sem, no centanto, obter éxito. Apés a Proclamagio da Repiiblica, o Ministro Campos Salles incumbiu a Coelho Rodrigues. feitura de um novo projeto, ‘qual também é rejeitado, Em 1889 Campos Salles solicitou a Clavis Bevikiequa ‘ redagao do projeto do Cédigo Civil, o qual foi apresentado nesse mesmo ano, Aprovado pela Camara dos Deputados em 13, de marco de 1902, o projeto sofreu longos anos de estagnacao no Senado, voltando Cimara com 1.736 emendas. Aprovado, © projeto converte-se em lei em 1916, entrando em vigor em I” de janeiro de 1917. Nasce o primeiro Cédigo Civil Brasileiro, trazendo em todo o seu texto 0s ideais do Liberalismo e os prinefpios do C6- digo francés, bem como os postulados do Direito candnico. Individualista, patrimonialistae patriareal: eis as prinei- pais caracteristicas do Cédigo Civil Brasileiro de 1916. Entretanto, o tempo traz mudangas. A sociedade evolui, 6s cidadaos mudam a forma de pensar, de agir, de organizar-se (© pés-guerra trouxe um novo contexto social, que em muito se diferencia daquele do Estado Liberal, Os ideais liberalistas vao senda substituidos, aos poucos, por ideais sociais, coletivos. A codificagdo passa por um momento de crise, sufocada pelo surgimento de microssistemas, Completamente ultrapassado, © Cédigo Civil de 1916 foi substituido por um novo cédigo, vigente desde 11 de janeiro «de 2003. Trazendo principios diversos daqueles citados outrora, ‘o novo Cédigo Civil busca corresponder aos valores e anseios sociais, dando origem a uma nova visio do Direito civil, © qual jf nfo 6 mais sindnimo de Direito privado. © Cédigo Civil de 2003 deixa de lado a idéia de que Diteito civil deve se restringir as relagdes privadas, sem nenhuma referéneia ao social ou a0 coletive, Traz em seu bojo normas ‘gerais, cortespondentes aos prineipios consagrados pela Cons- tituigio Federal de 1988, Nasce 0 Direito Civil Constitucional, em perfeita correlagio com o Estado Social Constitucionalista, (ou paraa grande maioria da doutrina, com o Estado Demoerético de Direito, 3-0 DIREITO CIVIL COMO RAMO DODIREITO. POBLICO PRIMARIO Muito se tem falado sobre. crise do Direito civil, preven: do-se até mesmo 0 seu fim. Entretanto, tal crise nlo é do Direito civil, mas tio somente daquela velhac ultrapassada classificagao entre Direito piblico e Direito privado, Para os que concebem o Direito civil como parte integrante exclusiva do Direito privado, calcado no primado do individu- alismo, do contratualismo, da propriedade absoluta e da familia patriarcal, realmente 0 Direito eivil esta em crise Para os enxergam o Dircito civil como parte de um todo, que 0 ordenamento juridico, onde a Constituigao Federal ocupa 0 dpice, e buscam nele resposta aos ideais da sociedade atual, 0 Direito civil nunca esteve to vivo! A distingdo entre Direito privado e Direito pablico parte dda premissa de que o primeiro cuida de interesses particulates, da relagio individuo-individuo, enquanto o segundo trata de interes ses gerais, coletivos, retratando a relagao Estado-individuo, Entretanto, 6 uma verdade absoluta que o ordenamento juridico ¢ uno, nfo podendo coexistir relagdes juridicas diversas, HLA que se tor em mente que todas as normas, ainda aquelas que tratem de interesses privados, buscam o que & mais conveniente para o interesse social, celebrando perfeito equilibrio entre inte esses sociais e individuais. Desde @ Constituigtio de Weimar, a norma fundamental deixou de ser apenas um documento politico, fonte exclusiva de Diteito piblico, pasando a regular também as relagdes entre s particulares. Matérias outrora tipicas do Direito civil, como direitos da pessoa, propriedade, relagdes de trabalho, casamento, filiagdo ¢ direitos sucessérios, encontram atualmente amparo constitucional, concretizando 0 principio da unidade do ode: namento juridico. Do principio em tela decorre o principio da supremacia ddas normas constitucionais, 0 qual, como o préprio nome diz, estabelece a superioridade das normas constitucionais sobre todas as outras normas ditas infraconstitucionais. Isso significa que 0 sistema juridico ¢ formado por uma relagdo vertical, devendo todas as normas niio constitucionais ter correspondéneia formal « substancial com as normas constitucionais Dai decorre, logicamente, a idéia de que 0 Cédigo civil, norma infraconstitucional, deve se ater aos principios e valores estabelecidos na Constituigo, o que significa que 0 chamado “Direito privado” tem suas origens no Direito publico primério, ‘© que descaracteriza, de plano, o seu contetdo exclusivamente privado, Em seguida ha que se analisar 0 conteido das normas civis no atual contexto social, ou seja, 0 Direito civil no Estado Social Constitueionalista A.crescente desigualdade social seguida pela eseravizagao do mais fraco pelo mais forte, conseqtiéncia natural de um libe- sidade da colaboragdo estatal em ao chamado Direito social ralismo sem freios, trouxe a nec para com a sociedade, dando orig. principio norteador dessa nova visio juridica encontra-se na fustio entre o antigo direito piblico ¢ o direito privado, nos quais a confrontago entre Estado e sociedade tinha encontrado sua expresstio clissica, Nasce a idéia de que a Justiga social nfo de- corre de uma intervengao estatal direta,ilimitada, sufocadora da liberdade individual, nem tampouco do livre jogo da autonomia dda vontade, caracteristica fundamental do liberalismo exacerbado, ‘mas da cooperagio entre grupos sociais e poder piblico, de forma ‘que este garanta os direitos particulares, desde que estes tiltimos, respeitem a fingiio social, ou seja, 6 a protegiio do privado em um contexto social A liberdade contratual, viga mestra do Direito civil, passa por um momento de reformulagio, encontrando limites nos prinefpios constitucionais, em especial no Principio da Dignidade da Pessoa Humana, j4 que os valores constitucionais ssurgem como pressuposto de existéncia e requisito de validade dos atos civis. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, prin- cipios expressos na Constituigao Federal de 1988, sdo também ccarreados ao Diteito civil, trazendo autonomia privada o dever 59 2 i 3 fs Muck Pa i Bs ac S a re Tacha DMIBYG ierteics cof rim ano r2z — nt2 ~ abrit/naio/jurto de 2008 de respeito a fungao soc do contrato e & boa-fé objetiva, bem eo & onerosidade excessiva, & lesto e a0 enrique- cimento sem causa, O novo Direito civil, ou melhor, o verdadeiro Direito civil, visto como parte integrante do ordenamento juridico constitu em como objetivo precfpuo a a particulares as exigéncias do bem comum, sendo legitima a ago dos interesses interferéncia estatal vidual extremada para disciplinar e corvigir a liberdade indi Conclui-se, dessa forma, que a missto mais importante do Direito civil atual reside na incorporag20 dos principios constitucionais, de forma a expressar ar atento ds necessidades sociais ¢ coletivas como fundamento dos interesses particulares. lidade social, sempre BIRLIOGRAFIA ARCE, Joaquim, VALDES, Flores El derecho civil constitacional, Civitas: Madrid, 1991, BARCELLOS, Ana Paula de. eficicajrdiea dos pincpiosconsttuionals 0 principio da dignidede da possoa humana. 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