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INTERPRETACAO: AS RESPOSTAS DO ANALISTA COLETTE SOLER (Paris) Section eid hospi Se So al en manent ica proces form al Baia de Pane sp rendan. "pee ce ea ‘ct om aoe AMP eae reparations eacnl OW/11/94 Luiz Carlos Nogueira: Gostaria de agradecer, inicialmente, essa oportunidade ‘que a Diretoria da Sedo Sio Paulo me da, de coordenar ‘esta mesa de abertura do semindrio de Colette Soler so- bre a interpretagdo: “As respostas do analista” Queria dizer a Colette Soler que nos encontramos em situagao privilegiada e muito interessante, recordando que em 1987 estivemos juntos na Biblioteca Freudiana Brasi- leira de Sao Paulo e pudemos, inclusive, passear pela Bienal de Sao Paulo, Justamente agora, temos de novo a Bienal, Gostaria de propor a Colette € a todos aqui a lem- branga do que encontrei - em fevereiro de 1984, portan to hé 10 anos - em um texto de Colette Soler sobre a interpretagao, publicado em La Lettre Mensuelle n° 27, ¢ editado posteriormente pela Manantial, em um livro que tem por titulo Ato e inferpretacdo, onde sto incluidos textos de outros autores. Neste texto, Colette Soler escre- ve o seguinte: “A psicandlise no opera como ciéncia do objeto, mas o objeto esté presente de outra maneira na interpretagdo, como equivoco. Se apontarmos ao objeto a partir do saber - como no discurso universitirio -, que recurso fica a0 infeliz. capturado neste lugar? Latir. Seu Ainico recurso € produzir-se como protesto, ov como su- jeito dividido. Esta interpretacio que nao se faz em nome o saber, que se faz como meio dizer, esta interpretacdo como equivoca diz respeito a0 objeto caus fala dele, nao predica nada acerca dele! A interpretagao & uma resposta, cujo efeito € antes de tudo suspender a resposta. Em outras palavras, certa- mente se liga a0 objeto, mas enquanto esvaziado de evi- cdéncia, [Em relacdo a esse desejo como incégnita, como x, @ imterpretagio que, certamente, aponta a solucdo, opera, no entanto, através de um efeito de suspensio. |, mas nao Selix, C. (1995). dnteputando: od urpertor do analista, Opcao bacaniana, 18, ab-33 Suspensio de qué? Da solucao, ¢ 0 faz todo o tempo que seja necessario eo faz repetitivamente, para que 0 analisante elabore a resposta Gltimae, Golette Soler: © senhor deu-me a oportunidade de novamente me ouvir com uma distincia de dez. anos. Gostaria de reto- ‘mar um ponto, mas vou fazé-lo durante a apresentaglo prevista Bu intitulei este seminasio, “As respostas do analista’, [Antes de mais nada gostaria de comentar este titulo, Utii- zaro tema da resposta para falar dos poderes da interpre- tacdo jd é tomar um partido na questdo, ou seja, hi nesse titulo algo implicito que explicitaremos. E clato que pederiamos tomar este titulo. num nivel de evidéncia, que é o nivel dos preconceitos comuns e neles poderfamos entender que falammos da resposta do analis- ta, jf que o candidato analisendo se dirige ao analista. No preconceito comum 0 ordenamento temporal é o seguin- te: no tempo 1 existe a questo ou a demanda, € no tem- po 2, a resposta a esse enderecamento. E a temporalidade aparente da fala, Na realidade € mais complicado pela razio que vamos desenvolver num primeiro tempo, a sa ber, que a resposta é anterior 3 pergunta, ¢ isso, suposta- mente o analista sabe. Na estrutura da palavra a resposta prevalece sobre a pergunta, foi o que Lacan desenvolveu em seu texto “Fun- lo e campo da palavra ¢ da linguagem"® e de forma mais estrutural no texto “Variantes do tratamento padrio™. A tese nessa época era "nao hi palavra sem resposta’, 0 que significa que a mensagem nao € o enunciado daque- le que fala, a mensagem da palavra inclui a resposta do Outro. £ um enunciado, enquanto a resposta seleciona 0 seu sentido, Lacan escreve essa estrutura elementar da palavra com o seu grafico elementar, bem conhecido. Nao vamos insistir nesse ponto que pensamos ser nO- » tério, 2 predominancia da resposta na esirutura da pala- via. Passa-se a mesma coisa «nivel de linguagem, © va- ‘mos lembrar rapidamente com uma frase tirada do texto ‘Observagio sobre o telatério de Daniel Lagache”, onde Lacan lembra 0 que ele chama de marcas das respostas que foram poderosas, fazendo do grito do sujeito um apelo, e é nesse parigrafo que ele utiliza a expressio -@ resposta toda poderosa-. Poderiamos formulé-la dizendo que a resposta produz a metifora primeira do grito € podemos escrevé-la, apelo Resposte ‘gto 8 A ‘Trata-se do grito primeiro, do grito primordial de nos- so ser, vitualmente falando. £ 0 ser que algumas pessoas imaginam que vio tentar reencontrat através das técnicas do grito primal. Aqui estamos do lado de nosso futuro sujeito barrado e do lado oposto, do Outro, encontra-se a resposta, a qual do grito faz um apelo. No fundo, € essa a metéfora primeira do grit. E preciso observar que as marcas das respostas Lacan ‘as evoca e esclarece como sendo cercadas pelo traco significante. Diz que essas marcas se inscrevem, na reali- dade, elas permanecem no inconsciente, 0 que faz supo- Jas escritas. Percebemos aqui que a resposta é anterior € se insereve no real ‘Também na estrutura do discurso a resposta encon- trase antes da pergunta, Lacan evoca isso em seu texto [Uftourdit™. Temos ai uma pagina e meia dedicadas a0 que ele chama de fungio da resposta. Nao s6 reafirma que a resposta & primeira, anterior a qualquer pergunta, mas acrescenta 0 seguinte: é a resposta que estimula @ pergunta, a resposta antes da pergunta, a resposta do, real. E aqui considera 0 real no sentido forte do termo e di-nos a formula desse real, enquanto impossivel. E a célebre formula “nfo fe relacio sexual’. Esse rea! é o que estimula 2 pergunta a ser reproduzida. Gual & a pergunta? Evidentemente € a questdo das rela- ‘es entre o homem e a mulher. Dai 0 entrelacamento das férmulas que Lacan utiliza: como € que o homem ¢ a mulher se reproduzem? £ o que acontece, eles se repro- dduzem, e a pergunta insist: 0 que atrai um para 0 outro « faz com que cheguem & copulacd0? A resposta é: repro- duzindo a pergunta, ou sea, falando. Falando e pergun- tando-se como © homem ¢ 2 mulher se reproduzem. E a esta € a forma de evocar que li onde a relacdo & impos: sivel, esta é a resposta do real, que faz com que a per: junta se teproduza, ou sej, faz falar € falando eles se reproduzem. Seria a mesma coisa dizer, falando e desen volvendo uma cadeia signficante, a copulacio entre os significantes da cadeia supre 2 relagio ausente. Em ou- tras palavias, uma relacao de significantes supre a rela- a0 sexual. , afinal de contas foi o que Freud descobriv, ‘Assim, se tomarmos isso 20 nivel da palavra, da lingua- ‘gem ou do discurso, nas és estruturas a resposta prece- de a pergunta ‘Agora faremos um pequeno desenvolvimento para mostrar simplesmente que 0 dlispositivo iaventado por Freud, o dispositivo analitico, do qual Lacan diz. que sew real toca 0 real, pressupde € implica que a resposta € anterior pergunta, Se inventarmos um pequeno diflogo ficticio para estigmatizar as posigdes do candidato a ana- lisando e do analista, no dispositivo freudiano o sujeito, 0 candidato, chega com uma questio, ou melhor, chega ‘numa posicao de questionamento, pois esté chocado por algo do real que encontrov, quer se trate cle um encontro contingente, como no Homem dos Ratos, por exemplo, ow da constincia de um sintoma. Farlhe-famos, entio, ‘uma pergunta desdobrada: O que ha? Seri que podere- mos fazer algo? Com estas perguntas 0 analisando inter pela 0 analista. Que responde 0 analista? Como podere- ‘mos formular o espirto daquele que responce? Se o esti recebendo, a resposta implicita€ sim, Aque- Je a quem se pergunta poderi saber 0 eu que tenho? ‘Outra vez a resposta é sim. Aquele que pergunta querer saber se a situagio pode mudar. A resposta do analista ainda é sim. Euma resposta de promessa, promessa que no € formutada necessariamente, mas leva a pensar. Ali 4s Lacan dizia em seu texto "A diregao do tratamento”, 0 analista promete a felicidade, Para 0 que pergunta. no inicio, ele mesmo responde sim. Mas em seguida a se- ‘gunda resposta € uma demanda que ele faz: “diga, fale”, ‘A regra funciona como demanda para que 0 analisando fale sem restricbes. E neste nivel, € importante observas, a regra analitica implica em que a resposta jest ali; que 6 texio analisando talvez nao contenha a resposta com pleta, mas, os elementos dla resposta. A regra analitica supde que @ resposta esta escrita no inconsciente como resposta 3 pergunta-questio colocada pelo sujeito 20 ‘momento em que ali chegou. Aquele que se dirige 20 analisia como sujeito suposto interpretar, 0 analista res- pode: voce & sujelto que detém o text. “Temos que observar que 0 analisando recorre @inter~ pretagio, o que € muito sensivel na clinica analitica. A cexpectativa da interpretagio ndo é uma expectativa qual- quer, ndo se dirige ao Outro da repetigao. Sem dévida, hha um aspecto da transferéncia que é repetigio, ha 0 que Lacan chama de desdobramento da pessoa do analista straves da transferéncia, Sem diivida, as figuras do Outro sdo, em pare, ransferidas para o analist. Mas a expecta- tiva da interpretagao no € 2 da resposta do Outro. E muito evidente que quando 0 sujeito espera uma inter- pretagio, espera que lhe digam o que ele é, 0 que ele quer, © que quer em seu inconsciente, € no o que © Outro quer dele. Gostaria de lembrar aqui uma notaga6 fundamental de Lacan que se encontra em “A diego do tratamento” Depois de ter referido justamente 2 transferéncia como repeticio, diz: ~ pelo que 0 sujeito imputa de ser (Ser que esti em outro lugar) para 0 analista que € possivel 0 aleance da interpretaclo?. O que significa, de modo mui- to claro, que 2 resposta esperada da interpretacao ndo € esperada do Outro, do Outro da intimagio da palavra. © dispositivo implica em irés respostas do analista. Primeico, 2 promessa; segundo, a demanda de dizer; © terceiro, a interpretagao. E certo que a interpretacao s6 pode vir se a demanda de dizer tiver sido satisfeita em pane, ou seja, se 0 anali sando tiver produzido duas associagbes, uum texto a ser interpretado. E € por isso que o problema da entrada em analise € em primeiro lugar o de obter a produgio do texto, a promessa nao basta {sso nos leva a um terceiro desenvolvimento que con- siste em dizer a interpretagdo a resposta que, na estr- tura do didlogo analitco, tents ajustar-se & resposta an- terior A pergunta, se empenha em fazer aparecer esta resposta, E aqui gostaria de aproveitar para fazer alguns co- mentrios sobre a liberdade da interpretaczo. Como sa: bem, Lacan evocou termo “liberdade” a respeito da interpretagio, observando que, dentto do dispositive, © analista€ livre nas interpretacoes, que nada parece limit Jo no que resolve dizer ou nao, Porém, esta liberdade, observa, encontra-se apenas no nivel titico, ov seja, no nivel da escolha das formulas, dos momentos, da quanti- dade etc. Como ela esti no nivel da tética, implica em «que ela seja dominada pela politica, expressdo que Lacan utiliza no texto “A diego do tratamento”, querendo se referir 4 politica da andlise, que domina tanto a esratégia {quanto a ttica’. E retoma uma afirmago nao idéntica, porém andloga, em “L’Etourdit”, evocando os jogos hromofénicos: «odes os golpes sio permitides?, a liber- dade € completa, 6 € preciso servir-se deles onde con- ‘yém, onde convém para a finalidade, ou seja,liberdade tética completa, porém limitada, sujeita a uma finalidade restritiva, ‘Gostaria de observar, entre parénteses, que a questo da liberdade da interpretagio nao foi levantada somente por Lacan, mas foi examinada explicitamente por Freud tem seu texto "Construgées em andlise™, Ai Freud res- ponde a um alguém imaginario que faz uma objecdo, {uma pessoa hostil 8 psicandlise, que acusa o intérprete de arbitririo, de se dar iberdade arbitriria, Todo o artigo de Freud, entre outras coisas, & para explicar que, em realidade, este risco nao existe. E a questdo de saber 0 que é restito pela liberdade interpretativa. Poderia repetir aqui o que jf falei em uma palestra durante o Encontro Internacional, em jlho de 1994 em aris; a ordem dos tés Encontros Internacionais 4 uma cena luz 4 questo. Falamos primeiro das estratégias da transferéncia, do que se encontra na entrada da psicand- lise. Em seguida, falamos das conclusbes do tratamento, fo que esti no fim da analise. E, no prOximo Encontro ‘vamos falar da interpretagio, ou seja, 0 que faz.com que se passe do inicio para o fim. PPoderiamos formular: no hi fim de andlise sem que 2 interpretagio tenha operado, A interpretagio - condi- do da conclusdo - & o que faz com que Lacan diga: © Jnalista € um parceiro que tem 2 oportunidade de res- ponder, ainda , 0 ado didlogo tem seu limite na interpre- tagdo, a mesma idéia de que o tinico parceiro que pode responder na vida € 0 intérprete analista. Is0 € 0 mesmo que dizer que todos procuram um analista, mesmo quan do nio se dirigem a um, o que se percebe bem na expe riéncia dos sujetos que sofrem e, na verdade, todos tém 1 afligio de encontrar um Outro que responds; daf as paixdes que se desenvolvem em tomo da figura paterna, ro sujeito histérico, que passe a vida inteira esperando {que o pai diga alguma coisa de peso, € no sueito obses- sivo de outra mancira, que, finalmente, possa falar com fle. Ora, como sabemas, 0 pai mio responde, Dat a idéia de Lacan, “0 finico que tem a oportunidade de responder 0 analista". E aqui vemos como Lacan € cauteloso: no neem amnaece é certeza, nao € seguro, mas © ‘inico que tem a chance € o intérprete Ea resposta esperada. Se a tomarmos no sentido forte da palavra, €aquela que alcanga a esposta do real, que Lacan evoca no semindrio “.. ou pire" - pela qual se garante 0 real. Podemos nos perguntar se niio estariamos hipnotiza- dos. Como as modestas intervencoes do analista, suas exclamages, suas pequenas frases, até mesmo seus res- mungos, de vez em quando, como essas intervencdes, que anotadas nos parecem to simplezinhas, podem cumn- prir uma fungao tio decisiva, levando,em conta a tese de Lacan? Serem elas 4 causa de um fim de anilise? E justa- mente o que tento colocar neste semindrio: como se ajus- tam as intervengées modestas do analista com a finalida- ie ética essencial, o fim da analise , antes de seguir adiante, vamos ressaltar 0 que esti em jogo nesta questio, O fato de manter 0 funcionamen- to da interpretacio depende da diferenca entre psicoterapia e psicanilise. E verdade que existe uma interseoglo entre as psicoterapias ¢ a psicandlise: a psica- nilise também tem efeitos terapéuticos, mas com finali- dades distintas, Se tentéssemos definir 0 que chamamos de finalidades cle uma psicoterapia seria sempre procurar restaurar a base do sujeito. Quando o sujeto se dirige @ um “psi qualquer € porque sua divisio foi afetada, e por {sso Lacan diz 0 seguinte: 0 psicanalista é advertido pelo signo da divisio, ‘A psicoterapia tenta restaurar « base abalada do sujet to. Evidentemente tudo isso 56 existe porque a divisto do sujeito € desconhecida. Assim, um sujeito pode muito bem se manter, no que Lacan chama posigdo do “eu nao ‘penso’, no semingrio “A 16gica do fantasma®, endo sua divisio acobertada pelo fantasma, Quando ele se dirige a uum “psi” € porque a base do fantasma foi abalada, e 0 psicoterapeuta tenta restauré-la. £ simples. Iss0 me levou a dizer, num dado momento, “somos todos psicoterapeutas”, Nao € preciso aprendizado para ser psicoterapeuta, evidente. Supondo que um amigo, ou ‘um vizinho, batesse & nossa porta desesperado, deprim do, a beira do abismo: “nfo aguento mais". O que faze- mos? Dizemos, entre, acothem-io. & a primeira tarefa do psicoterapeuta. Em seguida, 0 que fazemos, se hou- ver tempo? Falaremos um poucuinho com ele, para que cexplique sua infelicidade, e tentaremos dizer-the algumas palavras, as quais tém por objetivo Ihe dar uma significa- Sr io, permitindo-he que se tranquilize um pouco. Pala ‘yras tipo: isso passa... sso acontece com todo mundo. isso ou aquilo. Sao signficagoes ja prontas no discurso| ppara restaurar colmatar uma brecha. Eo que chamamos formagao do psicoterapeuta € justamente adquirir algu- mas signficagoes suplementares ji prontas. Infelizmente, ccolocamos a contribuigio da psicandlise. Acreditamos que, por exemplo, levando em conta a psicanilise, isso talvez, ‘ocorra porque o sujito teve um pai insuficiente ou uma mie demasiado possessiva ou castradora, significacdes que nao valem mais ou melhor que a significacao ele. mmentar - “isso passa". A psicoterapia consiste em rodar ‘em circulos na pare inferior do grifico de Lacan. E, no lugar das significagdes com falhas no lugar do Outro da- Fia outras significagées para restaurarafalha. E € por isso ‘que dissemos ento: todos sio terapeutas, exceto 0 intér- prete ou, se_preferimos, exceto o psicanalista. E € por isso que Lacan diz ser ele 0 refugo da humanidade. Nao tanto por ser desumano, no sentido banal da palavra, simplesmente por visar a outra coise, ndo visa restaurar significagdes, mas mostrar 0 além das mesmas significa [6es e, portanto, obter o que Lacan chama em sev texto “LEtourdit’, um efeito que nao € de significacao, mas que sim de subversdo topol6gica Gostaria de ressaltar 0 termo “subversio”. Tratamos assim de obier um efeito inverso da psicoterapia. Restau: rar as significagées quer dizer restaurar a sutura do fan- tasma. A mudanga que a psicandlise visa é justamente esse efeito de separaglo entre © sujeito € 0 objeto do fantasma. Trata-se, portanto, le umn efeito muito distante de ser um efeito de significacio. Trata-se de produzir um sujeito, por assim dizer, novo, sem abusar do termo "novo". Mas podemos falar em sujeito novo no sentido de um efeito novo de separagio, na fronteira entre o sujeito € 0 ‘objeto, Voltaremos a isso mais tarde. Portanto, concluindo 0 desenvolvimento, 0 que que- to dizer € que a psicandlise se encontra 4 mercé das res postas do analista. Portanto, os psicanalistas sio resppn- siveis nao apenas pela posi¢20 do inconsciente, como dlizia Lacan em 64, mas sobretudo pela existéncia do dis ‘curso analitco, jf que este discurso depende totalmente de suas respostas © analisando nao é responsavel pelo discurso analiti- co; evidentemente ele tem um trabalho a fazer em tal discurso, manter a existéncia mesma do discurso, porque rmanter 0 lago analitico cabe ao analista. 1880 mostra que

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